PR tailandês encontra homólogo malaio para relançar processo de paz no sul da Tailândia

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro tailandês encontrou-se ontem em Banguecoque com o seu homólogo malaio para relançar o processo de paz no extremo sul da Tailândia, de maioria muçulmana e que vive há quase quinze anos um conflito separatista.

O diálogo entre as diferentes partes “será retomado imediatamente e a Malásia será o intermediário”, disse o chefe da junta militar tailandesa, Prayut Chan-o-Cha, no poder desde 2014, numa conferência de imprensa conjunta.

“Estamos comprometidos em ajudar de todas as maneiras para pôr fim à violência no sul do país”, afirmou o primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, que realiza a sua primeira visita a Tailândia desde a sua surpreendente vitória em maio.

“Com os nossos países a trabalhar com sinceridade para resolver o problema, este será reduzido, se não totalmente eliminado”, acrescentou Mohamad.

Nenhum detalhe ou calendário foi disponibilizado pelos dois chefes de Governo.

Desde 2004, a Tailândia, maioritariamente budista, enfrenta uma rebelião separatista em várias províncias de maioria muçulmana que fazem fronteira com a Malásia, num conflito que já fez quase 7.000 mortos, na maioria civis.

Os atentados tornaram-se mais raros desde o golpe de 2014, quando a junta militar reforçou as patrulhas e o recolher obrigatório.

Duzentas e trinta e cinco pessoas foram mortas em 2017 contra quase 900 em 2007, segundo dados da organização Deep South Watch.

Apesar disso, as negociações foram interrompidas, as autoridades tailandesas não conseguiram reunir em torno da mesma mesa a rebelião, dispersa em várias entidades.

Há algumas semanas, a Malásia e a Tailândia nomearam novos representantes para liderar as discussões.

“[A chegada dessas novas equipas] dá-nos esperança de avançar no processo de paz”, disse Panitan Wattanayagorn, assessor de segurança do vice-primeiro-ministro tailandês, Prawit Wongsuwan.

Segundo Wattanayagorn, além de as primeiras eleições desde o golpe na Tailândia estarem programadas para o início de 2019, o momento atual “é crucial para tentar fazer as coisas acontecerem”.

Vários especialistas, questionados pela agência de notícias francesa AFP, disseram que permanecem céticos sobre um possível avanço do processo de paz antes das eleições.

O grupo separatista Mara Patani, que costumava dialogar com o Governo tailandês, “disse que não participaria na mesa de negociações até que houvesse um governo democraticamente eleito na Tailândia”, disse Don Pathan, analista independente baseado na Tailândia.

Quanto ao Barisan Revolusi Nasional (BRN), grupo suspeito de estar por trás da maioria dos ataques mais violentos e “que controla praticamente todos os combatentes no terreno, não faz parte das forças com quem o Governo dialoga”, acrescentou Pathan.

Para o especialista em política tailandesa da Universidade de Naresuan Paul Chambers, o progresso das negociações não depende da Malásia, mas da junta tailandesa que “arrastou” as negociações até agora.

25 Out 2018

China estreita relações com Israel e Palestina

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente chinês, Wang Qishan, reuniu-se com dirigentes israelitas e palestinianos, com quem assinou vários acordos, estreitando as relações comerciais com Israel e Palestina.

Nos últimos anos, a China está a procurar ter um papel mais ativo no Médio Oriente, região em que se abastece de petróleo e é de importância vital para o seu ambicioso plano de infraestruturas promovido pelo Presidente, Xi Jinping, sob a designação de “Nova Rota da Seda”.

Hoje, durante a reunião da comissão conjunta China-Israel sobre cooperação e inovação, que se realiza, alternadamente, em cada país, foram assinados acordos bilaterais, sobretudo na tecnologia e na ciência, anunciou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Na terça-feira, Wang Qishan visitou a Cisjordânia, onde se reuniu com o primeiro-ministro palestiniano, Rami Hamdallah, colocou uma coroa de flores no túmulo de Yasser Arafat e visitou a Igreja da Natividade, em Belém.

Durante a reunião de Wang Qishan com vários dirigentes palestinianos, foi decidido iniciar conversações para o estabelecimento de um acordo de comércio livre, conforme o memorando de entendimento assinado.

O Governo chinês sempre se posicionou ao lado da Palestina e mostrou o seu apoio ao processo de paz no Médio Oriente e a uma solução pacífica do conflito israelo-palestiniano, com os dois Estados nas fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital da Palestina.

25 Out 2018

Ex-chefe militar dos EUA admite guerra com China dentro de 15 anos

[dropcap]O[/dropcap] antigo comandante das forças militares dos Estados Unidos da América (EUA) na Europa admitiu, na quarta-feira, que é muito provável que os norte-americanos e a China estejam em guerra dentro de 15 anos.

O tenente-general retirado Ben Hodges afirmou que os aliados europeus terão de fazer mais para garantirem a sua própria defesa, perante uma ressurgente Rússia, porque os EUA vão precisar de dar mais atenção à defesa dos seus interesses no Pacífico.

“Os EUA precisam de um pilar europeu muito forte. Penso que dentro de 15 anos – o que não é inevitável –, é muito provável que estejamos em guerra com a China”, declarou Ben Hodges, numa sala cheia durante o Fórum de Segurança de Varsóvia, Polónia, um encontro de líderes e analistas políticos e militares da Europa Central.

“Os EUA não têm a capacidade para fazer tudo o que têm de fazer na Europa e no Pacífico para lidarem com a ameaça chinesa”, disse Hodges.

Este militar norte-americano chefiou as forças dos EUA na Europa entre 2014 e o ano passado.

Agora, é analista de estratégia no Centro de Análise da Política Europeia (Center for European Policy Analysis), um instituto de investigação baseado em Washington, nos EUA.

Apesar da mudança de prioridades geopolíticas, Ben Hodges considerou que o compromisso dos EUA com a NATO é “inabalável”, apesar das declarações de Trump.

Hodges disse à The Associated Press que um recente quase choque entre um ‘destroyer’ norte-americano e um vaso de guerra chinês foi apenas um sinal que aponta para “uma relação crescentemente tensa e uma concorrência cada vez mais forte em todos os domínios”.

Outros sinais são “os constantes roubos de tecnologia” por parte da China e a forma como a China está a ganhar o controlo das infra-estruturas através do financiamento de projectos em África e na Europa, acrescentou, detalhando que na Europa a China já possui mais de 10% dos portos.

25 Out 2018

Brasil/Eleições | Académico chinês admite que China está “apreensiva” com ascensão de Bolsonaro

[dropcap]U[/dropcap]m especialista chinês em relações sino-brasileiras admitiu que Pequim está “apreensivo” com a aproximação a Taiwan do candidato presidencial brasileiro Jair Bolsonaro, que pode romper com décadas de aliança política entre as duas potências emergentes.

“Existe alguma apreensão e preocupação”, disse à agência Lusa Zhou Zhiwei, diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Academia Chinesa de Ciências Sociais, a principal unidade de investigação do Governo chinês, sob tutela do Conselho de Estado.

“É preciso esperar para ver como [Bolsonaro] agirá caso vença as eleições. Mas tendo em conta as suas atitudes anteriores, como a viagem a Taiwan, na verdade, estamos perante vários desafios”, explicou Zhou.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência. Já a ilha onde se refugiou o antigo governo nacionalista chinês depois de os comunistas tomarem o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China.

O princípio ‘Uma só China’ [visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território] é considerado pelas autoridades chinesas como um pré-requisito e base política para manter relações diplomáticas com outros países.

Mas a proposta de programa de governo do candidato da extrema-direita à segunda volta das presidenciais brasileiras, este domingo, refere Taiwan como um país por quatro vezes e, em fevereiro passado, enquanto deputado do Congresso, Bolsonaro visitou Taipé, onde se encontrou com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros taiwanês, José Mria Liu, como parte de um périplo pela Ásia.

“A nossa viagem por Israel, Estados Unidos, Japão, Coreia e, agora, Taiwan, bem demonstram de quem nos queremos aproximar”, afirmou, na altura, o candidato de extrema-direita.

A visita resultou numa carta de protesto enviada pela embaixada chinesa em Brasília à Executiva Nacional dos Democratas, na qual as autoridades chinesas afirmam encarar a visita de Bolsonaro a Taipé com “profunda preocupação e indignação”.

Na mesma nota, a embaixada chinesa considerou a viagem uma “afronta à soberania e integridade territorial da China”, que “causa eventuais turbulências na Parceria Estratégica Global China-Brasil, na qual o intercâmbio partidário exerce um papel imprescindível”.

Zhou Zhiwei, que é também pesquisador visitante no Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, considerou que Bolsonaro terá de “equacionar como vai o Brasil desenvolver as suas relações com a China”.

“Nós temos princípios que outros países não podem violar”, disse.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o principal investidor externo no país sul-americano, tendo comprado, nos últimos anos, ativos estratégicos nos setores da energia ou mineração.

Mas o candidato de extrema-direita, que disputa com Fernando Haddad (PT) a segunda volta das eleições presidenciais, advertiu já os investidores chineses.

“A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil”, afirmou, advertindo: “Você vai deixar o Brasil na mão do chinês”.

Bolsonaro prometeu ainda repensar a filiação do país ao BRICS [bloco de grandes economias emergentes, que inclui ainda China, Rússia, Índia e África do Sul], pondo em causa mais de uma década e meia de diplomacia brasileira baseada em alianças com o mundo emergente.

Severino Cabral, diretor do Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia-Pacífico, lembra, porém, que a parceria entre Pequim e Brasília é “muito antiga” e “estabelecida em acordos e entendimentos muito sólidos” e que a eleição presidencial do Brasil é uma escolha brasileira que a China tem que aceitar.

“Da mesma forma que nós não ficamos apreensivos quando há uma mudança no Estado chinês, os chineses não devem ficar apreensivos com uma mudança que é natural no curso da História do nosso país”, disse à agência Lusa, em Pequim.

O académico lembrou que “o facto de um candidato ter dito algo, que pode soar como estranho, é coisa da campanha, que deve ser entendida assim”.

“Uma coisa é o presidente, a visão de estadista, outra coisa é o dia-a-dia das posições”, defendeu.

24 Out 2018

Filipinas vão reabrir aos turistas a ilha Boracay após seis meses de encerramento

[dropcap]A[/dropcap]s Filipinas vão reabrir aos turistas a ilha mais popular do arquipélago, Boracay, após seis meses de encerramento, vítima do turismo de massa, e que a tornou numa “fossa séptica”, segundo o Presidente filipino.

Rodrigo Duterte ordenou, no dia 26 de Abril, o encerramento durante seis meses da ilha de Boracay, um dos principais destinos turísticos do país, devido à poluição das águas e ao crescimento anárquico de hotéis. Boracay, uma ilha paradisíaca com águas outrora cristalinas sofreu com a repercussão do desenvolvimento acelerado.

Seis meses depois, Boracay terá menos hotéis e restaurantes, bem como uma cota de visitantes autorizados e novas regulamentações, como a proibição de tabaco e álcool nas praias, a fim de trazer ordem para ao litoral. O objectivo agora é tornar sustentável uma ilha que acolheu nos últimos anos até dois milhões de turistas por ano.

A ministra do Turismo das Filipinas, Bernadette Romulo-Puyat, espera que este “novo” Boracay marque uma “cultura sustentável do turismo” nas Filipinas. “Trata-se de levar em conta o impacto das nossas acções sobre o estado actual e futuro do meio ambiente”, disse.

A ministra afirmou ainda ter enviado advertências escritas para outros lugares populares no arquipélago, como El Nido, no norte da ilha de Palawan e à ilha de Panglao, com o objetivo de se tornarem em destinos turísticos mais responsáveis.

24 Out 2018

Trump e Xi reúnem-se na Argentina durante cimeira do G20

[dropcap]O[/dropcap]s líderes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, vão reunir-se durante a cimeira do G20, que se realiza entre 30 de Novembro e 1 de Dezembro em Buenos Aires, na Argentina, foi ontem confirmado.

“Os dois presidentes vão reunir-se um pouco em Buenos Aires, na Argentina, durante [a cimeira] do G20”, anunciou o principal assessor económico de Trump, Larry Kudlow, em declarações aos jornalistas na Casa Branca.

O encontro, sobre o qual se especula há semanas, ocorre durante um período de tensão entre as duas potências económicas, que enfrentam desde Julho uma guerra comercial que já se traduziu na imposição mútua de taxas alfandegárias de biliões de dólares. A reunião poderá, assim, permitir para atenuar a tensão existente e para reativar os laços comerciais entre os dois países.

Nas declarações aos jornalistas, Larry Kudlow indicou que “as exigências” dos Estados Unidos da América estão “em cima da mesa”. “Gostava que [essas exigências] fossem acauteladas, o que ainda não aconteceu”, adiantou.

Esta guerra comercial começou em julho passado, quando o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias adicionais de 25% sobre um conjunto de produtos chineses.

A primeira ronda de taxas afetou sobretudo os setores da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica e máquinas, demonstrando que Washington quer impedir Pequim de competir, no futuro, naqueles setores de alto valor agregado.

Pequim retaliou com taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de bens importados dos Estados Unidos, afetando sobretudo produtos agrícolas, de forma a atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump.

Mais recentemente, no final de Setembro, os Estados Unidos impuseram novas taxas alfandegárias de 10% em produtos chineses, que equivaleram a 200 mil milhões de dólares americanos, com a China a responder com um agravamento nas tarifas de 60 mil milhões de dólares americanos a produtos agrícolas norte-americanos.

Esta foi a terceira ronda de imposições mútuas. A primeira ronda de sanções pela administração norte-americana à China, em julho, ascendeu a 34 mil milhões de dólares, enquanto a segunda foi de 16 mil milhões de dólares.

24 Out 2018

Governo japonês confirma identidade do jornalista libertado da Síria

[dropcap]O[/dropcap] governo japonês confirmou hoje que um homem libertado pelas forças de segurança turcas é o jornalista Jumpei Yasuda, sequestrado há mais de três anos na Síria.

“Confirmamos que Jumpei Yasuda, sequestrado na Síria desde 2015, está são e salvo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês Taro Kono, em declarações à imprensa.

“Aparentemente encontra-se em bom estado de saúde. Estamos muito contentes que ele se encontre em segurança”, acrescentou, depois de informar que alguns responsáveis da embaixada japonesa na Turquia se encontraram com ele no centro de imigração Antakya, na província turca de Hatay, fronteiriça com a Síria.

Jumpei Yasuda, que foi visto “em boa forma” em imagens do canal de televisão japonês NHK, segundo a agência francesa AFP, deverá ser repatriado depois de efetuar exames médicos.

A mulher do jornalista, Myu, agradeceu a todos os que participaram na libertação do marido, “por terem rezado por ele e por se terem mobilizado”, disse em direto ao canal japonês NHK.

“Quero vê-lo em forma, o mais rápido possível, é tudo o que quero”, confiou o seu pai.

“Quero dizer-lhe que foi forte durante três anos e que nunca baixou os braços”, acrescentou.

Na passada terça-feira, um comunicado do gabinete do governador de Hatay anunciava que tinha sido libertada uma pessoa que declarava “ser de nacionalidade japonesa”, mas que não dispunha de identificação.

O texto acrescentava ainda que se esperava que as autoridades japonesas confirmassem “se se trata ou não do repórter japonês Yasuda/Jumpei Yamamoto, sequestrado em 2015″.

O jornalista independente, de 44 anos, apareceu num vídeo publicado por um grupo jihadista, no mês de agosto, vestido com um fato cor de laranja e ameaçado por homens armados.

Em 2016, a imprensa japonesa anunciava que Jumpei Yasuda tinha sido capturado pelo antigo braço da Al-Qaida na Síria (Frente al-Nosra).

No entanto, na passada terça-feira, o grupo Hayat Tahrir al-Cham (HTS), ao serviço da Frente al-Nosra, negou, num comunicado, qualquer implicação.

“Negamos todas as acusações em ligação com o jornalista japonês Yasuda. Ficámos a saber da sua libertação pela imprensa”, reagiu o grupo.

Em 2015, dois militantes do grupo Estado islâmico (EI) decapitaram dois japoneses, o correspondente de guerra Kenji Goto e o seu amigo Haruna Yukawa.

A Síria tem sido um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas, desde que o conflito começou em março de 2011.

Vários jornalistas continuam desaparecidos no país, e dezenas já foram sequestrados ou assassinados.

24 Out 2018

China | Casos de peste suína continuam a aumentar

[dropcap]A[/dropcap] China detectou um novo surto de peste suína, na província de Hunan, centro do país, informou ontem o ministério chinês de Agricultura e Assuntos Rurais, à medida que a doença se espalha pelo país.
O surto matou 17 porcos e infectou 44, no total, entre 546 criados numa fazenda na cidade de Yiyang, segundo o comunicado do ministério, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

A mesma nota revela que, na cidade de Changde, também em Hunan, o surto infectou quase todos os 268 porcos criados numa quinta local e matou 31. As autoridades locais iniciaram um mecanismo de emergência, visando isolar, abater ou desinfectar os porcos.

Dezenas de milhares de animais foram já abatidos em várias províncias do país, num esforço para travar a doença desde que o primeiro surto foi detectado no início de Agosto no nordeste da China. A doença afecta porcos e javalis, mas não é transmissível aos seres humanos. No entanto, coloca em risco o mercado chinês, que produz anualmente 600 milhões de porcos.

A carne daquele animal é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país. A flutuação do preço deste tipo de carne é sensível na China e o Governo guarda uma grande quantidade congelada para colocar no mercado quando os preços sobem.

24 Out 2018

Condutor de comboio que descarrilou matando 22 pessoas em Taiwan suspeito de negligência

[dropcap]U[/dropcap]m comboio que descarrilou no domingo em Taiwan, matando 22 pessoas, viajava com excesso de velocidade e o condutor é suspeito de negligência por ter desactivado um sistema de controlo de velocidade, anunciou hoje o tribunal encarregado do caso.

O descarrilamento do Puyuma Express ocorreu no condado de Yilan (nordeste) e o comboio transportava 366 pessoas, sendo considerado pelas autoridades o pior acidente ferroviário em mais de 25 anos. O acidente também provocou 187 feridos.

O condutor do comboio, que foi identificado pelo seu apelido, Yu, foi libertado hoje mediante o pagamento de uma caução, após ser interrogado pelas autoridades e voltou ao hospital em que foi tratado por vários ferimentos, incluindo uma costela fraturada.

Num comunicado, o tribunal distrital de Yilan referiu que Yu admitiu ter desativado o Automatic Train Protection (ATP), um sistema usado para controlar a velocidade, devido a problemas com o fornecimento de energia do comboio.

Ao aproximar-se da estação de Xinma, onde ocorreu o descarrilamento, o comboio viajava a 140 quilómetros por hora, bem acima do limite de 80 quilómetros por hora neste troço em curva.

O condutor explicou que desligou o sistema ATP numa estação anterior e não o ligou novamente porque estava a conversar com um coordenador da rede ferroviária sobre “negligência profissional”.

“Tendo desligado o ATP, não tinha a assistência do sistema automático de monitorização de velocidade e travagem e deveria ter agido em conformidade, sabendo que tinha diante de si uma grande curva, ao invés de ter travado perto do cais, o que resultou no descarrilamento”, disse o tribunal no comunicado.

Um porta-voz da procuradoria distrital de Yilan, Chiang Chen-yu, referiu aos jornalistas inconsistências entre as declarações do condutor, as pistas recolhidas e os depoimentos das testemunhas.

“Há grande suspeita de culpa” em relação ao condutor, disse Chen-yu.

Sobreviventes disseram que o comboio vibrava muito durante a viagem e que se deslocava “muito rápido” antes do descarrilamento.

Este acidente é o pior desastre ferroviário em Taiwan desde 1991, quando 30 passageiros morreram e 112 ficaram feridos na colisão de dois comboios em Miaoli (noroeste).

23 Out 2018

China e ASEAN promovem exercícios militares para reforçar confiança mútua

[dropcap]A[/dropcap] China e Estados-membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) iniciaram ontem as primeiras manobras militares conjuntas no mar da China meridional, um sinal de pacificação na região onde subsistem reivindicações territoriais mútuas.

Do lado chinês, participam oito navios de guerra, que saíram do porto de Zhanjiang, na província de Guangdong, no sul do país, e 1.200 militares, anunciou a televisão pública chinesa CCTV.

A China reivindica quase toda a área do mar da China meridional e alguns Estados vizinhos, como as Filipinas, o Vietname, o Brunei e a Malásia, que têm pretensões territoriais rivais, e cada país controla várias ilhas.

Para dar força aos seus argumentos, Pequim reforçou artificialmente vários ilhéus e recifes e colocou equipamento militar nalguns.

Washington, potência naval tradicionalmente dominante na região, envia regularmente navios de guerra ou aviões que passam perto das ilhas controladas por Pequim, para confrontar a presença chinesa em operações que batizou de “liberdade de navegação”.

Os exercícios militares conjuntos China-ASEAN terminam domingo e as duas partes declararam querer promover a estabilidade e reduzir as tensões no mar da China meridional.

Singapura, co-organizadora das manobras com Pequim, Tailândia, Brunei, Vietname e Filipinas, enviou também navios, anunciou o Ministério da Defesa chinês, citado pela agência francesa AFP. Por sua parte, o Camboja, a Indonésia, a Malásia e a Birmânia enviaram observadores.

As autoridades chinesas anunciaram no passado domingo que as operações permitem “reforçar a confiança mútua” e “promover as relações militares entre a China e os países da ASEAN”.

Relativamente a estas operações conjuntas, o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, declarou na semana passada que Washington não as considera “contrárias” aos seus interesses.

“É uma operação transparente, o que é raro no mar da China meridional. Por isso vai correr bem”, acrescentou.

23 Out 2018

BMW inspecciona mais de 65.000 veículos após incêndios na Coreia do Sul

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Coreia do Sul anunciaram que o grupo BMW vai fazer a revisão a cerca 65.000 veículos, na sequência de um incêndio em mais de trinta carros da multinacional alemã, vendidos no país asiático.

O plano de inspecção vai ter início dia 26 de Novembro e afetará 65.763 veículos de 52 modelos a diesel das marcas BMW e Mini, informou hoje o Ministério do Território, Infraestrutura e Transportes sul-coreano.

De acordo com a BMW foi detetado em 52 modelos de viaturas, um defeito de fabrico no sistema de recirculação de gás (ERG), causador de dezenas de incêndios registados na Coreia do Sul este ano.

O fabricante de automóveis alemão já tinha feito em agosto uma inspeção na Coreia do Sul a cerca de 106.000 veículos de 42 modelos, e na Europa a 324.000 carros, devido ao perigo de incêndio.

23 Out 2018

Presidente de Taiwan quer investigação rápida sobre acidente ferroviário fatal

[dropcap]A[/dropcap] presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, apelou à realização de uma investigação rápida e transparente que esclareça as causas do pior acidente de comboio do país nas últimas três décadas.

“Todos estamos preocupados em conhecer as causas do acidente e já pedi que fosse feita uma investigação que tornasse clara toda a situação do acidente, para que os cidadãos possam ter um relatório completo”, disse a presidente Tsai Ing-Wen em declarações aos jornalistas.

Segundo anunciou o porta-voz da administração ferroviária de Taiwan, o relatório pode demorar mais de um dia a ser feito devido ao tempo que demoram a ser feitas as entrevistas e a verificação dos registos.

O Puyuma Express tinha oito carruagens e transportava 366 pessoas com destino a Taitung, no sul de Taiwan, quando descarrilou e provocou 18 mortos e 187 feridos.

O acidente aconteceu numa curva e as gravações obtidas pela imprensa local mostram as faíscas provocadas pelo choque do comboio a derrubar as estruturas de metal que se encontravam ao lado da via-férrea.

Os socorristas procuraram vítimas durante a noite de domingo para segunda-feira, antes que outra equipa viesse para remover as carruagens danificadas, onde já foram procurados indícios sobre as causas do acidente.

A velocidade do comboio ainda não foi divulgada, mas não foi descartada como possível causa do acidente.

Alguns sobreviventes disseram à agência de notícias oficial de Taiwan, citada pela Associated Press, que o condutor do comboio acionou várias vezes o travão de emergência antes do acidente.

O comboio teve a sua última inspeção e manutenção em 2017, disse o diretor da Ferroviária de Taiwan Lu, Chieh-shen, numa conferência de imprensa no passado domingo, antes de pedir a demissão.

O ministro da defesa nacional, Chen Chung-chi, anunciou hoje que sete feridos ainda permanecem em cuidados intensivos e que nenhum deles corre risco de vida.

O comboio transportava mais de 360 passageiros numa viagem de rotina entre um subúrbio de Taipei, no norte do país, até à cidade de Taitung, na costa do sudeste do país.

O acidente, uma “grande tragédia” nas palavras da presidente do Taiwan, foi a pior catástrofe ferroviária no país desde 1991 quando 30 passageiros morreram e 112 ficaram feridos na colisão de dois comboios em Miaoli, no noroeste do país.

23 Out 2018

Vice-Presidente chinês chega a Israel para visita de quatro dias

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente chinês Wang Qishan chegou hoje a Israel para uma visita de quatro visitas, a primeira de um responsável chinês deste nível em 18 anos a este país, segundo uma fonte oficial.

Wang, que está acompanhado de uma importante delegação ministerial, deve reunir-se esta noite com o chefe do governo israelita, Benjamin Netanyahu, indicou o gabinete do primeiro-ministro.

Na quarta-feira, os dois dirigentes vão participar na quarta reunião da comissão conjunta sino-israelita sobre cooperação e inovação, que se realiza de forma alternada nos dois países.

A última visita de um alto dirigente chinês a Israel ocorreu em 2000, com a deslocação do então Presidente Jiang Zemin. Netanyahu foi à China em Março de 2017.

Wang, que esteve hoje na parte velha de Jerusalém, deve reunir-se, na terça-feira, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, com o primeiro-ministro palestiniano, Rami Hamdallah.

Em 2016, a China e Israel lançaram as discussões de um tratado de comércio livre. Os acordos concluídos em 2017 já facilitaram a exportação de laticínios israelitas para a China e autorizaram os chineses a irem trabalhar no setor da construção e das obras públicas em Israel, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Estado judaico.

A China multiplicou os seus investimentos em Israel nos últimos anos, atingindo um total de 25 mil milhões de dólares, segundo a imprensa israelita. Um grupo público chinês assumiu em 2014 o controlo do Tnuva, o principal grupo alimentar de Israel.

Empresas chinesas venceram também os concursos para a gestão, durante 25 anos, dos dois principais portos israelitas, Haifa e Ashdod.

Outras sociedades chinesas estão envolvidas na construção de túneis perto de Haifa e em vias de eléctricos. A presença chinesa em Israel suscitou discussão.

O antigo chefe do serviço de informações israelita Mossad, Ephraim Halevy, alertou para o perigo que representavam os investimentos chineses em setores estratégicos para Israel. O Ministério da Defesa já interditou a participação das empresas chinesas em concursos lançados pelo exército israelita.

Estas inquietações estiveram na origem, segundo a imprensa local, da recusa do Ministério das Finanças em autorizar a aquisição por grupos chineses de dois dos principais fundos de pensões israelitas, por receio que Pequim ficasse a controlar milhares de milhões de dólares e o futuro de mais de um milhão de reformados israelitas.

23 Out 2018

Timor-Leste vai abrir em 2019 novos blocos para exploração de petróleo on-shore

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades timorenses deverão abrir novos blocos de exploração de petróleo on-shore no sul de Timor-Leste em 2019 e, paralelamente, ampliar a zona de exploração no Mar de Timor, anunciou o Governo.

Ministro interino de Petróleo e Recursos Minerais timorense, Agio Pereira, anunciou numa conferência em Díli que a Autoridade Nacional do Petróleo e Minerais (ANPM) lança em 2019 “uma nova ronda para exploração de petróleo on-shore”.

Recorde-se que em abril de 2017 Timor-Leste concedeu as primeiras duas licenças de exploração e produção de petróleo no interior do país.

Esses dois primeiros contratos abrangem uma área de cerca de dois mil quilómetros quadrados e incluem as obrigações mínimas de trabalhos, incluindo levantamentos sísmicos 2D, estudos de impacto ambiental e a perfurações de pesquisa.

Os contratos foram adjudicados à TIMOR GAP Onshore Block, uma subsidiária da empresa pública petrolífera de Timor-Leste (TIMOR GAP), e à Timor Resources Pty Ltd, uma empresa australiana que faz parte do Nepean Group.

A Timor Resources declarou que prevê investir cerca de 42 milhões de dólares americanos no projeto nos primeiros três anos.

Em agosto a empresa anunciou um contrato à BGP Indonesia para conduzir sondagens sísmicas onshore com petróleo descoberto em quatro das 12 perfurações iniciais de exploração.

Além da nova ronda de exploração onshore, o Governo quer ampliar a zona de exploração off-shore, especialmente depois de concluído o processo de ratificação do novo tratado de fronteiras com a Austrália.

Agio Pereira disse que os Governos timorense e australiano estão envolvidos em “contactos intensivos” com as petrolíferas para “garantir que os direitos contratuais são preservados depois da ratificação”.

“A certeza do tratado criou um contexto positivo para empresas participarem na exploração de petróleo e gás no Mar de Timor”, sublinhou.

O governante referiu-se igualmente à decisão do Governo comprar a participação de 30% da ConocoPhillips no consórcio dos campos de Greater Sunrise, que “coloca Timor-Leste numa posição mais vantajosa para o envolvimento direto como parceiro” para conseguir o projeto do gasoduto para o sul do país.

Agio Pereira fez o anúncio no arranque da 4ª Conferência Internacional de Geociência, organizada pelo Instituto do Petróleo e Geologia (IPG) subordinada ao tema “Dados e Informação Geológica de Timor-Leste para a Diversificação Económica e Desenvolvimento”.

Na agenda do encontro, que decorre até sexta-feira, estão temas como recursos hídricos e petrolíferos on shore, impacto de alterações climáticas e estudos sobre risco de sismos e tsunamis.

Apesar de reconhecer que o petróleo e o gás natural continuarão a ser “pilar fundamental” da economia nacional, Agio Pereira reiterou que é prioridade do Governo diversificar a economia, incluindo através da exploração de outros recursos.

Nesse sentido, disse que as sondagens e análises à geologia do país estão a contribuir para suscitar um interesse crescente de investidores internacionais.

Assim, disse, o Governo prevê conseguir aprovar ainda este ano o primeiro Código Mineiro do país, que tem vindo a ser preparado nos últimos dois anos.

O também ministro de Estado na Presidência do Conselho de Ministros sublinhou a importância que “conhecer e entender os dados geológicos do país” tem para definir políticas e “alcançar os objetivos do nosso plano de desenvolvimento estratégico”.

“Entender os dados e informação é indispensável para os nossos esforços de conquistar os planos para o futuro da nação”, disse.

“Conhecimento é poder. Informação sobre os recursos geológicos de um país pode ser escondida ou alterada para servir interesses. É por isso crucial para Timor-Leste reunir e deter dados independências, sérios para que possamos avançar no desenvolvimento da nação, de forma racional e informada”, explicou.

23 Out 2018

MNE | Relações com Pequim atravessam um momento “particularmente auspicioso”

[dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros português destacou hoje, em Pequim, o momento “particularmente auspicioso” nas relações com a China, numa deslocação que serviu para preparar a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal. Antes da visita a Pequim, Augusto Santos Silva esteve em Macau onde reuniu, entre outras entidades, com Chui Sai On, Chefe do Executivo.

“As relações entre os dois países atravessam um momento particularmente auspicioso”, disse Augusto Santos Silva a Yang Jiechi, membro do Gabinete político do Comité Central do Partido Comunista Chinês, durante um encontro em Zhongnanhai, sede oficial do governo chinês, a oeste da Cidade Proibida.

O responsável português garantiu que a visita de Xi a Portugal, agendada para 04 e 05 de dezembro, “será coroada de todo o êxito”.

“Vai ser o assinalar da excelência das relações políticas e diplomáticas entre os nossos países, assim como do desenvolvimento da relação económica entre Portugal e a China”, afirmou Santos Silva, no mesmo dia, durante uma reunião com o homólogo chinês, Wang Yi. “É uma visita à qual damos muitíssima importância”, afirmou.

Augusto Santos Silva agradeceu ainda o apoio da China às candidaturas de António Guterres, para secretário-geral das Nações Unidas, e António Vitorino, para diretor-geral da Organização Internacional das Migrações.

A última visita de um chefe de Estado chinês a Portugal foi em 2010, na altura Hu Jintao. Entretanto, a China tornou-se um dos principais investidores em Portugal, comprando participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, enquanto centenas de particulares chineses compraram casa em Portugal à boleia dos vistos ‘gold’.

Em 2017, as trocas comerciais entre os dois países fixaram-se nos 5,60 mil milhões de dólares, com as exportações chinesas a somarem 3,48 mil milhões de dólares e vendas de Portugal à China a ascenderam aos 2,12 mil milhões de dólares, uma subida homóloga de 34,69%.

Em declarações à agência Lusa, Santos Silva revelou que as negociações para autorizar a exportação de carne de porco para a China estão na “fase final”.

“Já foi realizada uma missão técnica chinesa, para verificar in loco, em Portugal, a conformidade dos matadouros portugueses envolvidos nesta operação com as respetivas normas sanitárias. Do nosso lado também já enviamos os documentos necessários, para que as autorizações possam ser concluídas”, disse.

A China é o maior consumidor do mundo de carne de porco, que é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país

O ministro português considerou que a “abertura do mercado chinês significará um incremento qualitativo do valor” das exportações agroalimentares, acrescentando que “abrirá certamente o caminho para outras exportações em áreas em que a agricultura portuguesa é muito competitiva, como a área das frutas”.

23 Out 2018

China considera um erro retirada dos EUA de tratado nuclear

[dropcap]A[/dropcap] China considerou hoje um erro a retirada unilateral dos Estados Unidos do tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF) que Washington assinou com Moscovo em 1987.

“Está errado e ainda pior é colocar a China como uma das razões para o abandono” do tratado, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, numa conferência de imprensa.

Hua disse que o tratado desempenha “um importante papel no processo de desarmamento nuclear” e que “ainda é significativo”, sublinhando a importância de atuar através do diálogo.

Pequim reagia ao anúncio feito no sábado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de que os Estados Unidos se vão retirar daquele tratado.

Trump acusou Moscovo de violar o acordo “há muitos anos”.

“Não vamos deixá-los violar o acordo nuclear e fabricar armas, enquanto nós não somos autorizados. Nós permanecemos no acordo e temos honrado o acordo. Mas a Rússia, infelizmente, não respeitou o acordo”, criticou o presidente norte-americano.

Trump disse ainda que o seu país “terá de desenvolver armas”, a menos que a Rússia e a China expressem a sua vontade de não desenvolver esse tipo de armamento.

O tratado, assinado pelos presidentes norte-americano, Ronald Reagan, e russo, Mikhail Gorbachev, aboliu o uso de uma série de mísseis de alcance entre os 500 e os cinco mil quilómetros.

22 Out 2018

Morreu o Nobel de Química japonês Osamu Shimomura

[dropcap]O[/dropcap] químico e biólogo marinho japonês Osamu Shimomura, vencedor do Prémio Nobel de Química em 2008, morreu aos 90 anos de causas naturais, informou hoje a Universidade de Nagasaki.

Shimomura venceu o prémio Nobel de Química em 2008 com os cientistas norte-americanos Martin Chalfie e Roger Tsien pela descoberta e desenvolvimento de uma proteína verde fluorescente a partir dos órgãos fotoluminescentes da medusa ‘Aequorea victoria’, que contribuiu para os estudos sobre o cancro.

O premiado Nobel de Química nasceu em Kyoto a 27 de agosto de 1928 e estudou em Nagasaki, cidade japonesa onde faleceu na sexta-feira, tendo sobrevivido ao bombardeamento atómico de 9 de Agosto de 1945.

Depois de se ter licenciado em química em 1951, mudou-se para a Universidade de Princeton, onde encontrou a proteína a partir de dez mil amostras de medusas na Costa Oeste dos Estados Unidos, uma descoberta revolucionária na área da saúde.

A descoberta permitiu criar uma ferramenta que os investigadores utilizam para rastrear o movimento de moléculas dentro de uma célula.

22 Out 2018

Presidente chinês promete proteger sector privado para garantir um “amanhã melhor”

[dropcap]U[/dropcap]ma carta aberta, assinada pelo presidente chinês, Xi Jinping, e difundida no domingo, promete que Pequim vai continuar a valorizar e proteger o sector privado, para garantir um “amanhã melhor”, numa altura de abrandamento económico.

Numa mensagem que visa dar confiança aos capitalistas chineses, quando o ritmo de crescimento económico caiu para o nível mais baixo desde 2009, Xi disse que Pequim reconhece plenamente o papel do setor privado, e que o Partido Comunista Chinês (PCC) vai continuar a saudar o seu desenvolvimento.

O contributo histórico do sector privado é “inesquecível” e “não deve ser posto em causa”, lê-se na mesma carta, publicada pela agência noticiosa oficial Xinhua. “Qualquer palavra ou acto que negue ou enfraqueça a economia privada é um erro”, afirmou Xi Jinping.

O líder chinês garantiu que o apoio ao sector privado é uma política “constante” do Comité Central do PCC. “E isso é inabalável”, realçou.

Apesar de as empresas privadas chinesas partilharem do mesmo estatuto legal das firmas estatais, na prática, as segundas têm mais apoio dos bancos, dominados pelo Estado, e gozam de tratamento preferencial por parte das autoridades.

Na sexta-feira, o vice-primeiro ministro chinês, Liu He, o principal assessor económico de Xi, admitiu que a descriminação contra o sector privado é comum nas instituições financeiras do Estado.

“Alguns funcionários acreditam que é sempre seguro emprestar a firmas do Estado, mas que é politicamente sensível emprestar a firmas privadas – eles preferem não agir a cometer qualquer erro político”, explicou, citado pela Xinhua. “Este tipo de ideias e práticas são completamente erradas”, disse.

Historicamente, o PCC teve uma postura hostil para com o setor privado, devido a posições ideológicas anti capitalismo.

Após a fundação da República Popular, em 1949, o Governo apoderou-se do sector privado, num processo designado de “transformação socialista”.

Durante a Revolução Cultural (1966-76), radical campanha política de massas, os bens privados foram confiscados pelas autoridades e os donos de negócios purgados.

Nos anos 1980, a política de Reforma e Abertura, adoptada pelo líder chinês Deng Xiaoping, impulsionou o sector privado, que hoje contribui para mais de metade da receita tributária do país, 60% do Produto Interno Bruto ou 80% dos postos de trabalho nas cidades, de acordo com Governo chinês. A carta de Xi surge numa altura de abrandamento da economia chinesa.

No terceiro trimestre do ano o crescimento económico abrandou para 6,5%, em termos homólogos, o ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2009, segundo dados publicados na semana passada.

O investimento em activos fixos, motor fundamental do crescimento, abrandou para 5,4%, nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.

22 Out 2018

Homens armados matam nove agricultores que ocupavam plantação de cana-de-açúcar

[dropcap]H[/dropcap]omens armados mataram no sábado nove membros de um grupo de agricultores que ocuparam parte de uma plantação de cana-de-açúcar numa província central das Filipinas, informou a polícia.

As vítimas estavam a descansar numa cabana no sábado, quando cerca de dez homens armados abriram fogo, segundo a polícia.

Pelo menos quatro agricultores sobreviveram ao ataque na plantação na cidade de Sagay, na província de Negros Ocidental, que tem uma história de disputas sangrentas pelo direito às terras.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Açúcar condenou o homicídio dos elementos do grupo que incluía quatro mulheres e dois menores.

Dois outros dirigentes da federação foram mortos na cidade de Sagay em Dezembro de 2017 e em Fevereiro deste ano por supostas forças pró-Governo, segundo aquela entidade.

A mesma federação garante que cerca de 45 agricultores que reivindicam o seu direito às terras foram assassinados na ilha de Negros, sob o Governo do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

22 Out 2018

China vai lançar lua artificial para iluminar a Terra

[dropcap]A[/dropcap] China vai lançar no espaço até 2020 uma “lua artificial”, que reflectirá na Terra a luz do sol durante a noite e permitirá economizar iluminação, anunciou sexta-feira um meio de comunicação do Estado.

Este satélite, equipado com uma película reflectora terá como missão iluminar a grande cidade de Chengdu (sudoeste) e deverá ser oito vez mais luminoso do que o astro lunar, noticiou o jornal China Daily.

Um primeiro exemplar deverá ser enviado para o espaço, seguido, em caso de sucesso, de três outros em 2022, explicou ao diário Wu Chunfeng, chefe da Tian Fu New Area Science Society, organismo responsável pelo projecto.

“A primeira lua será sobretudo experimental, mas as três a enviar em 2022 constituirão o produto final. Terão um grande potencial em termos de serviços à população e do ponto de vista comercial”, acrescentou.

Ao reenviar para a Terra a luz do sol, o satélite, que subirá a 500 quilómetros de altitude, deverá substituir parcialmente as lâmpadas. Poderá também fazer poupar cerca de 1,2 mil milhões de yuan em eletricidade na cidade de Chengdu se conseguir iluminar uma superfície de 50 quilómetros quadrados.

A fonte de iluminação artificial poderá igualmente ser usada após catástrofes naturais, enviando os raios solares para as zonas terrestres onde a iluminação eléctrica tenha sido cortada, sublinhou Chunfeng.

22 Out 2018

Índia | Pelo menos 60 mortos em atropelamento ferroviário

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 60 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas ao serem atropeladas por um comboio, na sexta-feira, no norte da Índia, quando estavam a assistir a um festival religioso, anunciaram as autoridades.

As vítimas estavam a ver o fogo de artifício durante um festival religioso, tendo-se amontoado em cima da linha de caminho de ferro nos arredores de Amritsar, quando foram colhidas pelo comboio em grande velocidade.

As pessoas não se aperceberam da chegada do comboio e foram atropeladas, não tendo a composição parado após o acidente.

“Estou extremamente triste com o acidente de comboio em Amritsar. A tragédia é devastadora. As minhas profundas condolências às famílias daqueles que perderam seus entes queridos”, disse o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na rede social Twitter.

Já o líder da região de Punjab, Amarinder Singh, também recorreu às redes sociais para anunciar uma compensação de 500.000 rupias (cerca de 6.000 euros) para as famílias dos mortos e que os cuidados médicos dos feridos vão ser gratuitos.

Em Novembro de 2016, num dos piores acidentes da última década, 146 pessoas morreram quando um comboio descarrilou no norte da Índia e, em 2010, outras 145 morreram num acidente semelhante no leste do país.

A rede ferroviária indiana, com 65 mil quilómetros de rota, é a quarta mais longa do mundo, atrás dos Estados Unidos, Rússia e China, e tem 1,3 milhões de funcionários e 12.500 comboios, que transportam diariamente cerca de 23 milhões de passageiros.

22 Out 2018

Taiwan | Milhares exigem referendo sobre independência

[dropcap]D[/dropcap]ezenas de milhares de pessoas manifestaram-se sábado em Taiwan para exigir um referendo sobre a independência em relação à China, segundo relatam as agências de notícias internacionais. De acordo com os organizadores, as manifestações reuniram cerca de 100 mil pessoas, embora as autoridades ainda não tenham divulgado as suas estimativas.

Houve duas manifestações simultâneas, uma em Taipé organizada por independentistas e outra organizada pelo Partido Democrático Progressista no poder, em Koahsiung, no sul. Milhares de manifestantes reuniram-se junto à sede do Partido Democrático Progressista, agitando bandeiras e cartazes, pedindo um “referendo de independência” e cantando slogans como “Queremos um referendo” e “Não à anexação”.

Segundo a imprensa local, este é o primeiro evento desta dimensão a pedir um referendo sobre uma declaração oficial de independência desde que Taiwan se tornou uma democracia há mais de 20 anos.

22 Out 2018

China | Mulher de ex-presidente da Interpol acusa governo de perseguição

O ex-presidente da Interpol foi visto pela última vez no fim de Setembro quando partiu para a China. Grace Meng fala de perseguição política, de ter recebido várias chamadas ameaçadoras e de não saber se o marido está vivo ou morto

[dropcap]A[/dropcap] mulher do ex-presidente da Interpol acusado de corrupção na China depois de desaparecer em circunstâncias conturbadas disse sexta-feira temer pela sua própria segurança e não saber se o marido está vivo, acusando o governo chinês de “perseguição”.

As acusações foram feitas por Grace Meng em entrevista ao canal britânico BBC a partir de França, onde reside com os filhos. “Eu acho que é perseguição política, não tenho certeza se ele está vivo”, disse, na entrevista transmitida na quinta-feira.

Meng Hongwei, que teoricamente ainda é o vice-ministro de segurança pública da China, desapareceu no final de Setembro quando regressava ao seu país. Hongwei tinha renunciado ao cargo de chefe da organização policial a 7 de Outubro, depois de Pequim ter anunciado que estava sob investigação.

“Eu disse (aos meus filhos) que o pai estava fora para uma longa viagem de negócios”, disse Grace Meng.
Na entrevista, Grace Meng afirma ter recebido vários telefonemas ameaçadores que a fazem pensar que ela é um “alvo” em França. “Eles são cruéis, são infames”, disse Grace Meng sobre as autoridades chinesas.

“Tenho que lutar contra isso e não quero que outras mulheres ou crianças vivam o que eu vivo”, afirmou.

A Comissão Nacional de Supervisão, que está investigar o caso de Meng, pode manter os suspeitos incomunicáveis por seis meses, sem avisar as suas famílias ou dar-lhes acesso a um advogado.

A Interpol endereçou um pedido formal às autoridades chinesas para obter informações sobre o desaparecimento de Hongwei Meng.

O inquérito foi aberto depois de a mulher de Hongwei Meng ter avisado as autoridades francesas que deixou de ter qualquer notícia do marido desde finais de Setembro, quando este partiu para a China.

De acordo com a rádio “Europe 1”, a mulher de Hongwei Meng, que ainda se encontra a residir em Lyon, com os filhos, avisou as autoridades que o marido, de 64 anos, não dava notícias desde 29 de Setembro.

Em França foi lançada também uma investigação, com as autoridades a indicarem que Meng, 64 anos, embarcou e chegou à China.

22 Out 2018

Taiwan | Descarrilamento de comboio causa 22 mortos

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 22 pessoas morreram e mais de uma centena ficaram feridas devido ao descarrilamento de um comboio, próximo da capital de Taiwan, no distrito de Yilan, no nordeste da ilha, noticiou ontem o Governo. O comboio Puyuma Expresso 6432, que efectuava a ligação entre Shulin e Taitung, com 310 passageiros, descarrilou pelas 16:50 locais desconhecendo-se as causas do acidente, noticiou a agência espanhola Efe.

Os feridos foram transportados para vários hospitais, segundo o Serviço nacional de Bombeiros, enquanto prosseguem as operações de salvamento, desconhecendo-se até ao fecho da edição se entre as vítimas há algum cidadão estrangeiro.

Em comunicado, o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) disse estar a “acompanhar a situação sobre o descarrilamento de comboio em Taiwan, China”, além de que “tem mantido em contacto permanente com a Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan de modo a acompanhar o desenvolvimento”.

“Das informações fornecidas pela Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan, até ao momento não há residentes de Macau na lista de feridos e também até ao momento, o GGCT não recebeu qualquer pedido de informação ou assistência”, aponta também o comunicado.

22 Out 2018