Vice-Presidente chinês chega a Israel para visita de quatro dias

[dropcap]O[/dropcap] vice-presidente chinês Wang Qishan chegou hoje a Israel para uma visita de quatro visitas, a primeira de um responsável chinês deste nível em 18 anos a este país, segundo uma fonte oficial.

Wang, que está acompanhado de uma importante delegação ministerial, deve reunir-se esta noite com o chefe do governo israelita, Benjamin Netanyahu, indicou o gabinete do primeiro-ministro.

Na quarta-feira, os dois dirigentes vão participar na quarta reunião da comissão conjunta sino-israelita sobre cooperação e inovação, que se realiza de forma alternada nos dois países.

A última visita de um alto dirigente chinês a Israel ocorreu em 2000, com a deslocação do então Presidente Jiang Zemin. Netanyahu foi à China em Março de 2017.

Wang, que esteve hoje na parte velha de Jerusalém, deve reunir-se, na terça-feira, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, com o primeiro-ministro palestiniano, Rami Hamdallah.

Em 2016, a China e Israel lançaram as discussões de um tratado de comércio livre. Os acordos concluídos em 2017 já facilitaram a exportação de laticínios israelitas para a China e autorizaram os chineses a irem trabalhar no setor da construção e das obras públicas em Israel, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Estado judaico.

A China multiplicou os seus investimentos em Israel nos últimos anos, atingindo um total de 25 mil milhões de dólares, segundo a imprensa israelita. Um grupo público chinês assumiu em 2014 o controlo do Tnuva, o principal grupo alimentar de Israel.

Empresas chinesas venceram também os concursos para a gestão, durante 25 anos, dos dois principais portos israelitas, Haifa e Ashdod.

Outras sociedades chinesas estão envolvidas na construção de túneis perto de Haifa e em vias de eléctricos. A presença chinesa em Israel suscitou discussão.

O antigo chefe do serviço de informações israelita Mossad, Ephraim Halevy, alertou para o perigo que representavam os investimentos chineses em setores estratégicos para Israel. O Ministério da Defesa já interditou a participação das empresas chinesas em concursos lançados pelo exército israelita.

Estas inquietações estiveram na origem, segundo a imprensa local, da recusa do Ministério das Finanças em autorizar a aquisição por grupos chineses de dois dos principais fundos de pensões israelitas, por receio que Pequim ficasse a controlar milhares de milhões de dólares e o futuro de mais de um milhão de reformados israelitas.

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