Saúde | Detidas 15 pessoas envolvidas no escândalo de vacinas defeituosas

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] polícia chinesa ordenou, na terça-feira, a detenção de quinze pessoas envolvidas no recente escândalo de vacinas defeituosas contra a raiva, incluindo a directora do laboratório Changchun Changsheng, acusada de falsificar registos de produção e inspecção. “O departamento de segurança pública do novo distrito de Changchun [noroeste da China] deteve 15 pessoas, incluindo a presidente e outras pessoas envolvidas no caso Changsheng”, de acordo com a emissora estatal CCTV.
Na semana passada, uma investigação da Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA), acusou a empresa de falsificar registos de produção de aproximadamente 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra difteria, tétano e tosse convulsa. Em resposta, o primeiro-ministro chinês ordenou na segunda-feira uma série de investigações à indústria de vacinas chinesa. Em comunicado, Li Keqiang referiu que a Changchun Changsheng “violou uma linha moral”, num momento em que as autoridades lutam para restaurar a fé pública na regulamentação de segurança.
No mesmo dia, Xi Jinping repudiou as práticas “chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso.
A raiva é endémica em algumas áreas da China.

26 Jul 2018

Milhares saem às ruas contra “viragem ditatorial” de Duterte

Milhares de filipinos saíram no início da semana às ruas em protesto contra o que designam de “viragem ditatorial” e os abusos de poder de Rodrigo Duterte. Durante a manifestação foi pedida a destituição do polémico Presidente filipino

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]o mesmo dia em que o Presidente fez o discurso sobre o Estado da Nação, associações de estudantes, sindicatos, organizações feministas, grupos religiosos e activistas dos direitos humanos juntaram-se num enorme protesto contra a gestão de Duterte. Os cartazes exibidos pelos manifestantes mostravam caricaturas de Duterte, exigiam justiça pelas “execuções extrajudiciais” na violenta guerra antidrogas e criticavam a política externa de aproximação à China, a quem consideram que estão a ser vendidas as Filipinas.
“O país já sofreu demasiado com este Governo. Estamos aqui a lutar pelos direitos fundamentais dos filipinos, estamos a lutar pela vida”, disse à Efe uma estudante de 19 anos da Universidad Ateneo, que pediu para não ser identificada.
Os manifestantes concentraram-se ao longo da manhã no ‘campus’ da Universidade das Filipinas, no distrito de Quezon, e seguiram até à igreja de San Pedro onde segundo dados da polícia se terão juntado 15000 pessoas.
Além de gritarem, em inglês e tagalo – uma das principais línguas das Filipinas -, contra o Presidente, há dois anos no cargo, alguns activistas queimaram uma máscara com o rosto de Duterte e outros apresentaram-se amordaçados e caracterizados com sangue e feridas, para recordar as vítimas da campanha antidrogas.
Segundo as organizações de direitos humanos, além de 4200 mortos em operações policiais, há que contabilizar 23500 homicídios que estão a ser investigados, dos quais entre 12 a 15.000 serão assassinatos encobertos pelo clima de impunidade da campanha antidrogas. De acordo com Cristina Palabay, secretária-geral da organização não-governamental Karapatan, os “programas de contrainsurreição do regime de Duterte” não acontecem apenas nos subúrbios das cidades, onde o problemas das drogas é mais sangrento, mas também chegam às comunidades rurais e indígenas. Esse “assédio ao povo” implica, em números, que “o regime de Duterte mata uma média de duas pessoas por semana e prende 20 pessoas”, disse Palabay.

Protesto feminino

Os grupos feministas também se destacaram no protesto, com numerosos cartazes que repudiam as atitudes misóginas e “repugnantes” de Duterte.
No discurso do Estado da Nação, o Presidente filipino comprometeu-se a, num prazo de 48 horas, assinar um pacto para acabar com o conflito separatista muçulmano na ilha de Mindanao, palco de um dos confrontos mais duradouros da região. “Prometo solenemente que este Governo nunca negará aos nossos irmãos e irmãs muçulmanos os instrumentos legais básicos para traçar o seu próprio destino dentro da estrutura constitucional do nosso país”, afirmou Duterte.
O Presidente, de 73 anos, disse ainda que o seu controverso combate contra as drogas “está longe de terminar” e garantiu que permanecerá “tão implacável e assustador como no primeiro dia”. “Se acham que eu posso ser dissuadido de continuar esta luta com os vossos protestos estão errados. Vocês preocupam-se com os direitos humanos. Eu preocupo-me com vidas humanas”, afirmou, dirigindo-se aos activistas que se manifestaram nas ruas.

25 Jul 2018

Coreia do Sul | Deputado suspeito de corrupção suicida-se em Seul

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m deputado sul-coreano, visado num inquérito sobre um caso de corrupção, suicidou-se em Seul, anunciou a polícia. Roh Hoe-chan cumpria já um terceiro mandato como deputado, eleito pelo Partido da Justiça (esquerda).

O deputado era suspeito de ter recebido 50 milhões de won (37 mil euros) de “Druking”, um bloguista ligado a vários políticos e actualmente a ser julgado por ter usado ilegalmente programas informáticos para influenciar opiniões no Naver, o primeiro portal na Internet da Coreia do Sul. “Druking” foi acusado de ter aumentado artificialmente o número de respostas positivas a comentários publicados no Naver para apoiar ou criticar políticos.

Numa nota deixada num apartamento em Seul, Roh reconheceu ter recebido o dinheiro do bloguista, mas negou ter concedido em troca qualquer favor político, de acordo com a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.

Roh, que foi encontrado morto junto do edifício de onde presumivelmente se atirou, desenvolvia uma carreira de advogado especializado em questões de defesa dos direitos humanos, antes de ser eleito em 2004. A Casa Azul, sede da presidência sul-coreana, lamentou este “trágico acontecimento”.

A Coreia do Sul tem uma das taxas de suicídios mais elevada do mundo, nomeadamente de figuras públicas implicadas em escândalos. Em 2009, o antigo Presidente Roh Moo-hyun suicidou-se depois de ser acusado de corrupção.

24 Jul 2018

Japão | Temperaturas recorde com onda de calor mortal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] temperatura numa cidade a norte de Tóquio atingiu ontem os 41,1 graus Celsius, a mais alta registada no Japão, quando uma onda de calor mortal tomou conta de parte do país e da vizinha Coreia do Sul. O recorde foi atingido na cidade de Kumagaya, na província de Saitama, que fica a cerca de 65 quilómetros a noroeste de Tóquio, informou a Agência Meteorológica do Japão.

Um sistema persistente de alta pressão levou temperaturas recordes para a região já há uma semana, matando mais de 40 pessoas no Japão e 10 na Coreia do Sul. Milhares de pessoas no Japão foram levadas para hospitais com sintomas de insolação. A agência de notícias Kyodo registou mais de 40 mortes no país. Muitas das vítimas são pessoas idosas que não usam ar condicionado.

Na Coreia do Sul, 10 pessoas morreram de insolação e outras causas relacionadas com o calor neste Verão. Sete deles morreram na semana passada, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia.

Cerca de 1040 pessoas adoeceram devido ao calor, entre 20 de Maio e 21 de Julho, um aumento de 61 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.

A temperatura mais elevada da manhã de ontem na Coreia do Sul foi registada na cidade de Gangneung, onde os termómetros chegaram aos 31 graus Celsius às 6h45. Já em Seul a temperatura mais baixa foi de 29,2 graus, a maior registada na capital do país, segundo a agência meteorológica da Coreia do Sul.

O mercúrio atingiu 39,9 graus Celsius na cidade de Hayang, no sudeste do país, a mais alta temperatura registada no país este ano. As autoridades japonesas aconselharam a população a permanecer em casa e usar o ar condicionado.

24 Jul 2018

Direitos humanos | ONG pede libertação de presos políticos no Vietname

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) pediu a libertação dos presos políticos no Vietname e que Hanói respeite os compromissos assumidos perante a ONU para garantir o respeito pelos direitos cívicos

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma carta enviada ao conselho dos Direitos Humanos da ONU, a ONG disse que Hanói aceitou 182 de 227 recomendações na última revisão periódica de 2014, mas que desde então “pouco fez” para cumprir as recomendações. De acordo com a HRW, o regime comunista utiliza frequentemente uma visão permissiva do código penal para prender activistas políticos ou religiosos. Desde o início do ano, as autoridades detiveram já 27 pessoas ao abrigo desta interpretação legal.

A ONG denunciou uma reforma legal do ano passado, que alarga a responsabilidade penal dos activistas e das pessoas que os ajudam, contrária aos compromissos assumidos três anos com a ONU.

Também criticou a aprovação, em Junho, de uma lei de cibersegurança que restringe a liberdade de expressão “de forma grave”, além do assédio constante contra os direitos de reunião e associação.

Distinção vergonhosa

“O Vietname parece estar a competir pelo título de Governo mais repressivo da Ásia”, disse o subdirector para a Ásia da HRW, Phil Robertson, em comunicado.

“O Governo controlado pelo Partido Comunista esmaga qualquer desafio às suas acções e castiga qualquer pessoa ou grupo que considere uma ameaça ao monopólio absoluto do poder”, acrescentou.

A carta entregue ao conselho da ONU propõe uma série de recomendações às autoridades do Vietname, antes da próxima revisão periódica universal, em Janeiro do próximo ano.

24 Jul 2018

Dumping | Pequim investiga importações da UE, Japão, Coreia do Sul e Indonésia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China vai investigar as importações de produtos de aço inoxidável da União Europeia (UE), Japão, Coreia do Sul e Indonésia para determinar se estes estão a ser vendidos no país abaixo do preço de mercado, anunciou ontem o Ministério do Comércio. A decisão foi tomada depois da empresa Shanxi Taigang Stainless Steel – apoiada por outras quatro empresas do sector – ter solicitado às autoridades chinesas que iniciassem uma investigação sobre práticas de ‘dumping’ na venda de tarugos de aço inoxidável e placas de aço inoxidável laminado a quente importados desses países.

A investigação começou ontem e terminará dentro de um ano, a 23 de Julho de 2019, embora o ministério tenha indicado na sua página na Internet que o prazo pode ser prorrogado por mais um ano, até 23 de Julho de 2020, caso se verifiquem “circunstâncias excepcionais”.

As autoridades vão analisar se o ‘dumping’ ocorreu entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2017 e, ao mesmo tempo, os danos que ocorreram na indústria entre 1 de Janeiro de 2014 e 31 de Março de 2018.

Os produtos testados são utilizados como matéria-prima para o aço inoxidável laminado a frio ou para a venda directa como um produto acabado para a construção de barcos, contentores, empresas ferroviárias e de energia e indústrias petroquímicas, entre outros. Em 2017, a China importou 703 mil toneladas desses produtos de aço inoxidável, um aumento de 200 por cento em relação ao ano anterior. A quase totalidade desses produtos, 98 por cento, vieram da UE, Japão, Coreia do Sul e Indonésia.

24 Jul 2018

Japão | Aprovada lei que permite abertura de casinos a partir de 2020

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] parlamento do Japão aprovou na sexta-feira uma lei que permite a abertura de três casinos a partir de meados de 2020, com o objectivo de impulsionar o turismo.

A lei, que define os termos e condições concretas para o estabelecimento de casinos, foi recebida com fortes críticas por parte da oposição, que teme o flagelo da dependência do jogo. Um estudo de 2017 do ministério da saúde revelou que cerca de 3,2 milhões de pessoas, cerca de 3,6 por cento da população adulta, eram consideradas viciadas no jogo, muito mais do que se verificava em outros países – 1,2 por cento na França, 0,4 por cento na Itália e 0,2 por cento na Alemanha.

No final de 2016, uma primeira proposta tinha sido aprovada após anos de debate. Desta vez, um novo passo foi dado com a votação do Senado, um mês após a ‘luz verde’ dada pela Câmara dos Representantes do Japão (câmara baixa nipónica), autorizando a construção de três ‘resorts’ integrados que podem incluir, além de casinos, centros de conferência, hotéis, restaurantes, teatros e outros locais de entretenimento.

“Não se trata apenas de casinos”, disse o porta-voz do governo Yoshihide Suga, durante uma conferência de imprensa realizada antes da votação. “Estes espaços terão como objectivo aumentar o número de turistas em todo o Japão”, contribuindo para que se torne “uma grande nação de turismo” e, assim, apoiar aquela que é a terceira maior economia do mundo, sublinhou.

Opinião impopular

Os operadores de casinos têm mostrado grande interesse em se instalarem no Japão, muito por causa do crescente fluxo de turistas chineses e do entusiasmo de muitos segmentos da população pelo jogo. Economistas projectam um mercado anual de 2.000 a 3.700 bilhões de ienes (entre 15,3 e 28 mil milhões de euros), uma receita extra para os governos estaduais e locais, uma vez que a tributação é fixada em 30 por cento, a dividir também com o governo central.

Entre a população, no entanto, poucos são a favor da lei. De acordo com uma pesquisa recente da agência de notícias Jiji, 62 por cento dos entrevistados manifestaram-se contra e apenas 22 por cento apoiam a lei.

Para responder às preocupações sobre o risco do vício em jogos de azar, a lei prevê uma taxa de entrada de 6.000 ienes (46 euros) para residentes do arquipélago e limita para dez o número de visitas por mês.

Operadores de jogo como a MGM Resorts International, Wynn Resorts e Las Vegas Sands Corporation já manifestaram interesse em instalar casinos no Japão.

 

 

23 Jul 2018

Diplomacia | Xi Jinping diz que continente africano “promete um futuro radioso”

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou, durante uma visita de Estado ao Senegal para assinar dez acordos de cooperação, que o continente africano “promete um futuro radioso” pelo “grande dinamismo” que demonstra

Depois de ter chegado a Dacar, o Presidente chinês assinou com o seu homólogo senegalês, Macky Sall, novos acordos para reforçar os laços económicos, no âmbito da visita de Xi Jinping, a primeira deste nível desde há uma década. “Cada vez que visito África consigo avaliar o grande dinamismo deste continente, que promete um futuro radioso”, comentou o presidente chinês, afirmando-se “plenamente confiante no futuro da cooperação sino-africana”.

Os dois dirigentes assinaram dez acordos nos domínios da justiça, da cooperação económica e técnica, infra-estruturas, valorização do capital humano e aviação civil.

Os dois chefes de Estado falaram sobre “a cooperação bilateral, as relações sino-africanas e a actualidade internacional”, declarou, na altura, o presidente Macky Sall, comentando que a China “é uma das grandes economias da era moderna”, cujo percurso do povo prova que “o subdesenvolvimento não é uma fatalidade e que a batalha pelo progresso se ganha, em primeiro lugar, pelo espírito combativo”.

A China é o segundo parceiro comercial do Senegal, a seguir à França, fornecendo àquele país africano materiais de construção e aparelhos de recepção de som e imagem, ascendendo a 559 milhões de euros, enquanto as exportações do país africano para a China atingiram mais de 115 milhões de euros em 2017, sobretudo em minerais e amendoins.

Inúmeras infra-estruturas no Senegal foram construídas pela China, nomeadamente estádios, autoestradas, um hospital, um teatro nacional e um museu das civilizações negras.

 

 

Trata-se da quarta visita do chefe de Estado da República Popular da China a África e irá passar por vários países, como o Ruanda e a África do Sul – país que organiza a 10.ª Cimeira BRICS – que reúne um grupo de potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) -, e ilhas Maurícias.

Num texto assinado por Xi Jinping e publicado na sexta-feira no jornal senegalês Le Soleil, o Presidente chinês recorda que a China é o segundo maior parceiro comercial do Senegal, tendo as trocas comerciais crescido 16 vezes nos últimos dez anos. Xi Jinping assinala que a China é a maior fonte de financiamento e enumera alguns projectos lançados com fundos chineses, como a ponte de Foundiougne e a autoestrada que liga as cidades de Thies e Touba, que vão permitir ao Senegal “aumentar fortemente o crescimento económico” do país.

“Para que haja desenvolvimento e prosperidade entre todos, temos de nos juntar e criar uma relação China-África ainda mais forte e de olhos postos no futuro”, apelou o Presidente chinês no texto.

A 10.ª Cimeira BRICS terá como tema a “Colaboração para o Crescimento Inclusivo e Prosperidade Partilhada na 4.ª Revolução Industrial” e decorrerá entre os dias 25 e 27 de Julho, em Joanesburgo.

Nos últimos anos, a China realizou vários investimentos em África, incluindo uma base naval na costa do Djibuti que custou cerca de 590 milhões de dólares.

23 Jul 2018

Hong Kong | Antigo chefe do Executivo perde recurso para anular condenação

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] antigo chefe do Executivo de Hong Kong Donald Tsang perdeu um recurso para anular a condenação e a sentença de 20 meses de prisão por conduta indevida quando ocupava o cargo, foi noticiado. Tsang, de 73 anos, foi condenado em 2017 depois de ser considerado culpado num caso de conflito de interesses relacionado com a aprovação de licenças em troca do uso de um luxuoso apartamento na vizinha cidade chinesa de Shenzhen, durante o mandato.
O tribunal de apelo decidiu recusar o recurso apresentado por Tsang para anular a condenação, mas aceitou reduzir a pena a 12 meses de prisão por questões de saúde e de bom comportamento, entre outras, noticiaram meios de comunicação social de Hong Kong. A mulher do antigo chefe do Executivo da Região Administrativa Especial chinesa, Selina Chang, mostrou-se decepcionada com a decisão do tribunal e afirmou que o marido vai estudar, com os advogados, “os passos a seguir a partir de agora”.
Depois de ouvir a decisão, Donald Tsang sentiu-se indisposto e foi levado para um hospital, acrescentaram.
Após a condenação inicial, o antigo chefe do Executivo ficou na prisão apenas dois meses, tendo sido autorizado, por um juiz, a esperar a conclusão do recurso em liberdade sob fiança.
Tsang, o primeiro líder de Hong Kong a ser condenado num processo criminal, liderou o Governo da cidade entre 2005 e 2012, ano em que deixou o cargo depois de admitir ter aceitado ofertas de magnatas chineses em forma de viagens em iates de luxo e aviões privativos.

23 Jul 2018

China | Empresas à procura de aura internacional ‘alugam’ estrangeiros

Aluno de mestrado numa universidade de Pequim, o europeu Oliver é “poeta famoso” a tempo parcial, fenómeno único no país asiático, onde há empresas a contratar estrangeiros apenas para parecerem internacionais

 

Reportagem por João Pimenta, da agência Lusa 

[dropcap style≠’circle’]”P[/dropcap]or vezes, a organização convida poetas de fora realmente prestigiados, mas quando o orçamento não chega recorrem a estudantes estrangeiros e apresentam-nos simplesmente como sendo poetas famosos”, descreve Oliver, de 26 anos, à agência Lusa. “Não interessa qual a tua idade, se escreves poesia, ou o teu nome. O que importa é que o evento ganha uma aura internacional devido à minha presença, e isso para a organização basta”, diz.

Durante décadas, as marcas chinesas têm apostado em nomes estrangeiros ou publicidade com modelos caucasianos – famosos ou não -, sugerindo assim que os seus produtos são internacionais e, portanto, superiores aos domésticos.

Essa percepção criou um fenómeno ímpar na China: estrangeiros contratados para desempenhar todo o tipo de papéis – músicos, atletas, arquitectos ou advogados -, unicamente com base na sua aparência.

Um anúncio de emprego para treinador de futebol a que a Lusa teve acesso, difundido por uma escola primária de Pequim após a França ganhar o Mundial, descreve assim as “competências” preferenciais do candidato: “Tem de ser preto, forte, e parecido com o jogador francês [Kylian] Mbappé”. O salário oferecido ascende a 30.000 yuan – quinze vezes o salário mínimo na capital chinesa.

Para Oliver, passar ocasionalmente por ser um “poeta famoso” garante dinheiro fácil e viagens por toda a China com alguns dos maiores nomes da poesia chinesa, sempre hospedado em hotéis de cinco estrelas. “Uma vez, para um festival de dois dias pagaram-me 5.000 yuan (640 euros) e tive a honra de colocar flores no túmulo de um poeta da dinastia Tang”, conta.

Durante a abertura de um outro festival, o europeu caminhou na passadeira vermelha ao lado de um vice-primeiro-ministro chinês. Num evento em Nanjing, no leste do país, havia retratos dele com dois metros espalhados pelo recinto. “É surreal”, admite.

O fenómeno, conhecido entre os expatriados na China como ‘white face job’ (trabalho para brancos), está a “crescer”, garante Oliver, apesar de o número de estrangeiros a residir no país ter superado os 900.000, no ano passado.

“A audiência admira-te pela cor da tua pele, não por aquilo que estás a fazer. É como se fosses um macaco no zoológico”, conta o realizador norte-americano David Borenstein, que retrata a indústria no documentário Dream Empire. Durante os dois anos em que viveu na China, Borenstein conheceu estrangeiros que fizeram do fenómeno carreira, como um falso teclista que há cinco anos dava concertos em eventos, em ‘playback’, sem sequer saber tocar o instrumento, ou um falso arquiteto que era apresentado como parceiro de promotores imobiliários.

“Havia muita gente a fazê-lo e um dia de trabalho chegava para pagar a renda”, disse, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. Para Oliver, no entanto, ser “poeta famoso” a tempo parcial não é só facilidades. “O pior é que envolve trabalho de casa”, diz. “Logo após o festival terminar, temos que escrever um poema sobre a cidade, ou o festival, ou sobre o poeta a quem o festival é dedicado”.

20 Jul 2018

Desertor norte-coreano detido por vender segredos da Coreia do Sul

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m desertor norte-coreano foi detido em Seul, acusado de vender informações militares secretas da Coreia do Sul para um país da Ásia Oriental, informaram ontem as autoridades. O suspeito, identificado apenas pelo sobrenome Lee, terá vendido informações de antigos altos quadros do Comando de Inteligência de Defesa da Coreia (KDIC), afirmou um representante do Gabinete da Procuradoria do Distrito Central de Seul durante uma conferência de imprensa.

Lee terá obtido as informações de um ex-funcionário do KDIC, de 58 anos, identificado pelo sobrenome Hwang, que foi preso no mês passado juntamente com outro ex-oficial do mesmo ramo dos serviços de informação militar, mas por outro caso de espionagem.

Os interrogatórios aos quais os dois indivíduos foram submetidos permitiram que os investigadores descobrissem a suposta fuga, embora a relação exacta entre o desertor e Hwang não tenha sido revelada.

Lee vendeu as informações obtidas a um agente integrado numa missão diplomática de um país “da Ásia Oriental”, explicou o representante da Procuradoria, sem acrescentar mais detalhes sobre este terceiro Estado, informou a agência de notícias Yonhap.

Múltiplos cúmplices

Suspeita-se que Lee foi o responsável pela fuga de 109 informações classificadas como secretas, incluindo dados pessoais de agentes dos serviços de informação sul-coreanos que trabalhavam em missões estrangeiras e que foram obrigados a abandonar os seus postos e regressarem ao país. A investigação admite existirem mais pessoas envolvidas.

Recentemente, foi igualmente divulgado que os serviços secretos sul-coreanos orquestraram a deserção de vários norte-coreanos, que trabalhavam num restaurante na China, e que viajaram para a Coreia do Sul. Fontes conhecedoras de detalhes do caso revelaram que agentes da KDIC estiveram envolvidos nas fases iniciais do processo, assim como um gestor e doze empregadas do restaurante norte-coreano Ryugyong, situado em Ningbo na China, que partiram para a Coreia do Sul em Abril de 2016. A comitiva de desertores passaram primeiro por Xangai e depois pela Malásia, antes de chegarem a solo sul-coreano.

Numa conferência de imprensa realizada na passada terça-feira, a porta-voz do Ministro da Defesa Nacional disse que o ministro “não tinha comentários a fase nesta fase” e acrescentou que mais questões sobre esta matéria deviam ser dirigidas ao Ministério da Unificação, o organismo do Executivo de Seul responsável pelos casos de desertores norte-coreanos.

20 Jul 2018

Tráfico | Confiscadas 156 presas de mamute na China em apreensão recorde

As autoridades chinesas confiscaram 156 presas de mamute num camião oriundo da Rússia, uma apreensão recorde que ocorre depois de a China proibir o comércio de marfim, no início deste ano, informou ontem a imprensa estatal

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] operação, que ocorreu no final de Abril passado, resultou ainda na apreensão de duas presas de elefante, 1.276 chifres de antílope, 406 presas de morsa, 226 presas de narval, vesículas biliares e dentes de urso, e 320 quilos de pepino do mar. No total, a carga apreendida, no posto fronteiriço de Hulin, nordeste da China, tem um valor estimado de 106 milhões de yuan (13,5 milhões de euros).

As presas estavam escondidas sob uma carga de soja. Os oito suspeitos, russos e chineses, foram presos, segundo o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

A apreensão é uma das maiores do género dos últimos anos na China e ocorre depois de o país, o maior consumidor mundial de marfim, ter banido desde o início do ano todo o comércio e transformação de marfim.

Produtos de marfim são vistos no país asiático como símbolos de estatuto, enquanto esculturas naquele material são parte importante da cultura e arte tradicionais da China Antiga. A proibição, que havia já sido anunciada em 2016, abrange também o comércio electrónico e as recordações adquiridas no estrangeiro.

Comércio furtivo

O Governo chinês lançou várias campanhas de sensibilização antes da entrada em vigor da nova lei, e o preço de pressas de elefante caiu 80 por cento no país. A Xinhua indicou que, ao longo de 2017, fecharam 67 lojas envolvidas no comércio de marfim.

A decisão pode ter impacto significativo em Angola e Moçambique, que nos últimos anos se tornaram destinos de referência na caça ao elefante.

Em Moçambique, entre 2011 e 2015, a caça furtiva custou à reserva do Niassa (norte) sete mil elefantes. A caça furtiva ameaça de extinção o elefante e o rinoceronte no país, de onde são traficados pontas de marfim e cornos de rinocerontes para a Ásia.

Em Angola, as autoridades queimaram cerca de 1,5 toneladas de marfim, bruto e trabalhado, em Junho passado. A quantidade, apreendida em diferentes pontos do país entre 2016 e 2017, podia valer no “mercado negro” perto de um milhão de euros.

Existem actualmente cerca de 450.000 elefantes no continente africano, calculando-se em mais de 35.000 os que são mortos anualmente.

20 Jul 2018

Ciência | Lançado centro de investigação para clonar primatas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China lançou um centro de investigação para clonar primatas, na cidade de Xangai, que permitirá avançar no diagnóstico e tratamento de doenças celebrais, informou ontem a imprensa local. O centro, que faz parte de um projecto conjunto entre o Instituto de Neurociência da Academia Chinesa de Ciências e o Governo de Xangai, também se dedicará à investigação de modelos de doenças não humanas, tecnologias de inteligência neurológica e desenvolvimento de medicamentos.

Citado pelo jornal oficial Global Times, o director do instituto, Poo Mu-ming, afirmou que a investigação permitirá diagnosticar e tratar doenças como tumores.

Em Janeiro passado, uma equipa de cientistas chineses clonou pela primeira vez dois primatas geneticamente idênticos, com o mesmo método usado na criação da ovelha Dolly em 1996, segundo informou a revista especializada Cell. Os primatas foram criados a partir de células de tecido de um primata macaco adulto, um procedimento levado a cabo pelo Instituto de Neurociência da Academia Chinesa de Ciências de Xangai.

O processo suscitou críticas por parte de organizações de defesa dos animais, que o classificaram como um “espectáculo de terror” e exigiram o fim deste tipo de experiências com animais. Poo insistiu que os padrões aplicados foram ainda “mais restritos do que os usados na Europa ou Estados Unidos” e que os dois macacos vivem agora como macacos “normais”.

20 Jul 2018

Internet | Wikipédia não cederá nos seus princípios para entrar na China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fundador do Wikipédia, Jimmy Wales, advertiu ontem, em Taiwan, que a enciclopédia electrónica “não cederá nos seus princípios” para entrar na China, mas que continuará a “colaborar com o Governo chinês para terminar o bloqueio”.

Lançada em Maio de 2001, a versão em chinês do Wikipédia está bloqueada na China desde 3 de Junho de 2004, um dia antes do 15.º aniversário da sangrenta repressão do movimento pró-democracia de Tiananmen.

Segundo Wales, muitas empresas cederam perante exigências de Pequim para acederem ao mercado chinês, mas o Wikipédia “nunca o fará”, apesar de reconhecer que esta é uma decisão “complicada” e difícil de classificar como “correcta ou incorrecta”. O fundador do Wikipédia destaca que a sua empresa pode contribuir para um entendimento maior entre a China e o mundo, incluindo para uma melhoria dos laços entre Pequim e Taipé, já que o “conhecimento ajuda a resolver mal-entendidos”. “O conhecimento e a aceitação dos factos históricos e a compreensão dos desacordos são incrivelmente poderosos para gerar soluções”, afirmou.

Wales participa em Taiwan do Fórum de Inovação Digital, que se celebra até sexta-feira e aborda a inteligência artificial, tecnologia científica e financeira e a inovação digital.

20 Jul 2018

Cientistas alertam para extinção de golfinhos brancos no sul da China

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ezenas de projectos imobiliários e de infra-estruturas em curso na região do Delta do Rio das Pérolas, no sul da China, estão a comprometer a vida marinha local, ameaçando de extinção os golfinhos brancos, alertaram vários cientistas.

O número de golfinhos brancos no sul da China atingiu um “número crítico”, apontou na passada semana um relatório publicado pelo Departamento de Pesca e Conservação da Agricultura chinês, segundo o qual apenas 47 golfinhos foram avistados em Hong Kong entre Abril de 2017 e Março deste ano.

Ontem, em declarações ao jornal diário South China Morning Post, vários cientistas marinhos garantem que os projectos naquela região estão a comprometer a qualidade das águas e o habitat daquela espécie.

“Já temos edifícios alfandegários e a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Já existem cerca de 30 projectos em curso no Delta do Rio das Pérolas. Todos têm impacto na reprodução e sobrevivência dos golfinhos brancos chineses”, disse àquele jornal diário Kenneth Leung Mei-yee, professor de ecologia aquática e toxicologia da Universidade de Hong Kong.

Leung faz parte de um número crescente de cientistas marinhos preocupados com as consequências dos projectos de recuperação de terras na região do Delta, que integra a zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e pretende assumir-se como a mais dinâmica da Ásia em 2020.

Para o biólogo marinho David Baker, professor assistente na mesma Universidade, estamos perante “um roubo do mar” e não apenas um projecto de “recuperação de terras”.

“Acho que precisamos de olhar para esta questão com uma abordagem diferente”, sublinhou, lançando a questão: “que valor tem para a sociedade um fundo do mar sem ser perturbado” pela acção humana?

Perante o relatório do Departamento de Pesca e Conservação da Agricultura, os especialistas apontam não apenas para a destruição irrecuperável de habitats, mas também da microbiota (conjunto dos micro-organismos que habitam um ecossistema).

Por fim, garantiram que o impacto da acção humana no fundo do mar e a substituição de praias e zonas húmidas por muros de betão podem contribuir para o aumento de inundações costeiras e afectar negativamente o sistema ecológico, com a proliferação de algas nocivas.

19 Jul 2018

Tailândia | Rapazes descrevem salvamento na gruta como um “milagre”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s rapazes pertencentes a uma equipa de futebol que, juntamente com o seu treinador, ficaram presos mais de duas semanas numa gruta, na Tailândia, descreveram o momento em que foram localizados pelas equipas de resgate como “um milagre”.

“Foi um milagre”, disse Adul Sam-On, de 14 anos, numa conferência de imprensa em que descreveu, em inglês, o momento em que os mergulhadores britânicos encontraram os doze rapazes, com idades compreendidas entre os 11 e 16 anos, e o seu treinador de 25 anos. “Bebemos água da chuva que escorria das rochas” contou Pornchai Khamluan, de 15 anos, adiantando que não tinham nada para comer. “Tentámos escavar para encontrar uma saída, pensando que não poderíamos apenas esperar pelas autoridades”, mas sem sucesso, disse o técnico Ekkapol Chantawong, único adulto que ficou preso na gruta. Os rapazes e o treinador chegaram à conferência de imprensa debaixo dos aplausos dos jornalistas e dos seus colegas de turma.

 

Cerimónia budista para os proteger de infortúnios

As onze crianças e o treinador de futebol resgatados participaram ontem numa cerimónia budista destinada a protegê-los de futuros infortúnios, um dia depois de terem sido tido alta do hospital de Chiang Rai.

As 11 crianças e o treinador sentaram-se e juntaram as mãos ao som de cânticos budistas, numa cerimónia à qual se juntaram parentes e amigos e na qual só não marcou presença um dos jovens que é declaradamente muçulmano.

Na quarta-feira, os meninos e o técnico enfrentaram os ‘media’ pela primeira vez desde a sua provação, descrevendo o seu choque ao ver os mergulhadores britânicos que os encontraram dez dias depois do seu desaparecimento a 23 de junho.

A operação de resgate foi concluída 18 dias após terem ficado presos no interior da gruta, parcialmente inundada, tendo causado a morte de um antigo mergulhador da marinha tailandesa.

19 Jul 2018

Tufão | Son-Tinh paralisa Hainão depois de inundar norte das Filipinas

O tufão Son-Tinh, o nono deste ano, tocou terra com ventos de até 23 m/s no centro da tempestada às 4h50 desta quarta-feira em Wanning, informaram as autoridades de meteorologia da Província de Hainão

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Son-Tinh movia-se a até 40 km/h quando tocou terra. As previsões meteorológicas previam que a tempestade se deslocasse para oeste a uma velocidade de 25 km/h e deixasse a ilha do sul da China, de acordo com informação veiculada pela Xinhua.

A passagem do tufão Son-Tinh por Hainão afectou o funcionamento normal da rede de transportes, nomeadamente os comboios de alta velocidade cuja circulação foi cancelada até ao meio-dia de ontem.

Também os serviços de barco no Estreito Qiongzhou, entre Hainão e Guangdong, pararam às 16h de terça-feira, e foi lançado um alerta para todas as embarcações pesqueiras voltarem para os portos.

Antes de chegar ao sul da China, passando ao lado de Macau sem provocar qualquer tipo de estragos, o tufão Son-Tinh, ainda enquanto tempestade tropical, deixou o norte das Filipinas em estado de alerta. Quase oito mil pessoas tiveram que ser retiradas das suas casas nas últimas 24 horas no norte das Filipinas devido às inundações causadas pela tempestade tropical, segundo fontes oficiais.

O Conselho Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (NDRRMC) indicou que os serviços de emergência atenderam 7880 pessoas, dando-lhes cobertores e alimentos e, destes, 647 foram alojados em abrigos.

Alto risco

As áreas mais afectadas pela tempestade foram as províncias de Bataan, Pampanga e Zambales, localizadas no centro da ilha de Luzon, onde se concentram 7437 pessoas retiradas de suas casas, segundo a mesma agência.

Em Manila, no sul de Luzon, há cerca de 473 pessoas que tiveram de deixar as suas casas por causa da subida das águas em vários distritos da capital, como Quezon, Mandaluyong ou Marikina, onde o rio com o mesmo nome subiu para os 17 metros e entrou em risco de transbordar.

A agência meteorológica PAGASA mantém o alerta laranja devido às chuvas nas províncias de Bataan e Zambales, uma vez que se está a formar uma nova depressão tropical que se aproxima da zona leste.

A PAGASA indicou que é provável que a depressão, baptizada de Inday, se torne uma tempestade tropical nas próximas 24 horas e alertou para o alto risco de inundações naquela parte de Luzon.

As regiões de Manila, Rizal, Pampanga, Tarlac, Bulacan e Nueva Ecija estão em alerta amarelo, o que significa que as chuvas fortes e moderadas podem ocorrer nas próximas horas e há risco de inundação nas áreas mais baixas.

19 Jul 2018

Japão | Aprovada lei anti-tabágica para vigorar antes de Jogos Olímpicos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] parlamento japonês aprovou ontem uma emenda à lei anti-tabágica que vai proibir pela primeira vez que se fume em bares, restaurantes e instalações públicas e que entrará plenamente em vigor em Abril de 2020, antes dos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio.

A proibição, que será colocada em prática por etapas, procura ampliar as áreas livres de fumo num dos países mais permissivos nas políticas antitabágicas segundo a Organização Mundial de Saúde. Actualmente, é permitido fumar em bares e restaurantes, sem separação para não-fumadores, embora seja proibido fazê-lo na rua, excepto em alguns locais autorizados. A emenda aprovada, no entanto, está longe da proposta original do Ministério da Saúde e isenta mais da metade dos restaurantes e hotéis.

A legislação nacional é mais permissiva do que aquela aprovada por Tóquio no final de Junho. As regulamentações na capital proíbem o fumo em todos os bares e restaurantes que possuem funcionários, independentemente de seu tamanho, o que afecta 84 por cento das instalações em Tóquio.

A nova lei nacional proíbe que se fume em hospitais, escolas e espaços governamentais, excepto em áreas designadas ao ar livre, introduzindo pela primeira vez multas até 300.000 ienes (2.280 euros) para infractores.

A lei, inicialmente mais rigorosa, teve a resistência do Partido Liberal Democrático, do primeiro-ministro Shinzo Abe, da indústria do tabaco e hoteleira.

19 Jul 2018

Cimeira | China celebra melhoria das relações entre Rússia e EUA

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China celebrou ontem a melhoria das relações entre Estados Unidos e Rússia, afirmando que a cimeira entre os líderes dos dois países, em Helsínquia, ajudará a unir a comunidade internacional. Rússia e EUA “têm uma grande responsabilidade na cena internacional, e na paz e segurança mundiais”, disse a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

Após uma cimeira de cerca de quatro horas, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que a relação do seu país com a Rússia “mudou” e que se deram os “primeiros passos” de um “largo processo”, que visa melhorar as relações bilaterais. “Esperamos que ajude ao diálogo e cooperação entre ambos os países” e à “união da comunidade internacional para enfrentar desafios comuns”, disse Hua, sobre a cimeira.

A porta-voz negou que a aproximação entre Trump e Vladimir Putin afecte as relações entre Moscovo e Pequim, mostrando “plena confiança” nos laços bilaterais.

O Presidente russo visitou em Junho a China, onde foi galardoado com a primeira medalha da amizade atribuída por Pequim, ilustrando a prestígio do chefe de Estado russo no país asiático. O próprio Presidente chinês, Xi Jinping admitiu já que ele e Putin têm “personalidades semelhantes”. Já o líder russo considerou Xi um “parceiro agradável” e “um amigo de confiança”.

A Rússia e a China alinharam posições nas Nações Unidas, ao oporem-se a uma intervenção na Síria e anularem tentativas de criticar as violações dos direitos humanos pelos dois países.

Moscovo apoia a oposição de Pequim à navegação da marinha norte-americana no Mar do Sul da China. Ambos os países, que são considerados por Washington as principais ameaças à segurança nacional dos EUA, realizaram já exercícios militares conjuntos, incluindo no Báltico.

A Rússia partilhou também com a China alguma da sua tecnologia militar mais avançada.

18 Jul 2018

Diplomacia | Xi Jinping encontra-se com a directora-geral da UNESCO

O presidente chinês e a dirigente da UNESCO, Andrey Azoulay, encontraram-se em Pequim na segunda-feira. Xi Jinping reforçou o compromisso de diálogo entre civilizações de forma a fomentar o progresso humano. O líder chinês reiterou que a via da cooperação internacional é o caminho para a paz e prosperidade

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a segunda-feira, o presidente chinês Xi Jinping reuniu-se com a directora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, em Pequim. Ao receber a directora-geral da UNESCO, Azoulay, na sua primeira visita à China, Xi disse que o futuro e o destino das pessoas em todo o mundo estão cada vez mais intimamente ligados. “Na nova era, a China adere à autoconfiança cultural, desenvolve vigorosamente empreendimentos educacionais, científicos, tecnológicos e culturais, e melhora a qualidade da civilidade”, disse Xi. “A China também defende o conceito de ‘um mundo de grande harmonia’ e coexistência harmoniosa, e defende o respeito mútuo, maior comunicação e maior compreensão mútua para diferentes culturas.”

A China está disposta a dar maiores contribuições para o avanço do diálogo entre civilizações, desenvolvimento e progresso humanos, disse Xi. “Como a maior organização de cooperação intelectual do mundo, a UNESCO pode desempenhar um papel importante na construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”, acrescentou.

Uma faixa cultural

Destacando que o desenvolvimento sustentado e estável das relações da China com a UNESCO foi favorável à paz e prosperidade globais, Xi afirmou que Pequim sempre atribuiu grande importância à UNESCO e apoiou firmemente o importante papel que a organização internacional desempenhou na promoção do desenvolvimento global. “A China está disposta a aprofundar a cooperação com a UNESCO, trabalhar em conjunto pelos benefícios dos povos de todos os países, especialmente para ajudar os países em desenvolvimento a avançar na educação, ciência e tecnologia e cultura”, disse.

Azoulay agradeceu a China pelo seu firme apoio à UNESCO e elogiou a cooperação entre os dois lados, dizendo que aprecia o compromisso chinês com o multilateralismo.

Há um ressurgimento do isolacionismo e unilateralismo no mundo de hoje, disse a líder da UNESCO, sugerindo que a comunidade internacional siga a abertura e a inclusão, apoie o multilateralismo e defenda o diálogo e a comunicação que fazem parte importante da governação global.

Observando que a UNESCO é altamente compatível com os conceitos chineses, Azoulay disse que a organização concordou com a proposta de Xi de “construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”. “A UNESCO está disposta a participar activamente da cooperação associada à iniciativa Uma Faixa, Uma Rota e a contribuir para a paz, segurança e cooperação internacional”, finalizou Azoulay.

18 Jul 2018

Economia | UE e Japão assinam acordo de comércio livre contra proteccionismo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] União Europeia (UE) e o Japão assinaram ontem, em Tóquio, um acordo de comércio livre que o presidente do Conselho Europeu considerou ser uma “mensagem clara” contra o proteccionismo.

“Enviamos uma mensagem clara de que fazemos uma frente comum contra o proteccionismo”, disse Donald Tusk, em conferência de imprensa após a assinatura do acordo. A UE e o Japão assinaram ontem um Acordo de Associação Económica que, segundo uma declaração conjunta dos três líderes signatários, “envia uma mensagem poderosa de promoção do comércio livre, justo e regrado, e contra o proteccionismo”. Este é o maior acordo comercial negociado pela UE e que liberaliza a maior parte das trocas comerciais com o Japão.

O documento foi assinado por Donald Tusk, pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, concluindo um processo negocial que se iniciou em 2013.

18 Jul 2018

Japão | Renovado acordo que permite reciclar combustível nuclear

O pacto entre o Japão e os Estados Unidos que permite àquele país asiático ser a única potência sem armas nucleares autorizada a reciclar combustível nuclear foi ontem automaticamente renovado

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] acordo entre os dois países entrou em vigor em Julho de 1988 e permitiu ao Japão, nas últimas três décadas, reciclar combustível nuclear, extrair plutónio e enriquecer urânio.

A renovação ocorreu ontem, 30 anos depois. O futuro, contudo, permanece incerto, num momento em que Washington olha desconfiada para as reservas de plutónio de Tóquio. O acordo pode ser cancelado a qualquer momento, através de uma notificação de uma das partes com uma antecedência de seis meses. De acordo com o Governo nipónico, o Japão tem cerca de 47 toneladas de plutónio – 10 armazenadas no território, o restante no Reino Unido e em França. Apesar da quantidade ser suficiente para produzir cerca de 6.000 ogivas nucleares, o Japão alega que limitou a pesquisa, o desenvolvimento e o uso da energia nuclear para fins pacíficos.

Não proliferar

No seu mais recente plano energético, aprovado no início do mês, o executivo japonês prometeu tentar reduzir as reservas de plutónio. “O Japão fará o possível para manter o regime de não-proliferação, mantendo o pacto nuclear [com os EUA]”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, citado pela agência Kyodo.

O Japão, país com uma dependência energética superior a 90 por cento, fez altos investimentos em energia nuclear, mas o desastre em Fukushima, em 2011, provocou um ‘apagão’ atómico de dois anos. Actualmente, apenas sete dos 42 reactores estão a funcionar. A administração do primeiro-ministro, Shinzo Abe, mantém uma política pró-nuclear e estima que a dependência energética do país não ultrapasse os 22 por cento já em 2030.

18 Jul 2018

Cinema | Filme chinês mais caro de sempre sai dos cinemas após estreia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] produção cinematográfica mais cara de sempre na China, intitulada “Asura”, com um custo de 750 milhões de yuan, foi retirada dos cinemas após uma decepcionante estreia comercial no fim de semana.

O filme épico, baseado na mitologia budista, arrecadou 49 milhões de yuan no fim-de-semana de estreia, nos cinemas chineses, apesar de uma forte campanha publicitária. Os produtores anunciaram a retirada dos cinemas através das redes sociais, mas sem detalhar quais os motivos.

Mais de 2500 pessoas trabalharam na produção de “Asura”, filme produzido na China e cuja pós-produção foi feita ao longo de mais de um ano nos Estados Unidos. Num artigo publicado antes da estreia, Yang Hongtao, presidente do grupo Ningxia Film Group, um dos produtores, considerou o filme “muito imaginativo”. “Queremos que o filme aumente a confiança na nossa própria cultura e capacite os nossos talentos domésticos”, afirmou.

18 Jul 2018

Índia | Governo ordena inspecção a centros da congregação da Madre Teresa de Calcutá

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo da Índia ordenou uma inspecção a todos os centros para crianças geridos pela congregação católica da Madre Teresa no país, após a detenção de uma das suas freiras por alegadamente vender bebés.

A ministra das Mulheres e do Desenvolvimento da Criança, Maneka Gandhi, instou as autoridades locais “a inspeccionarem imediatamente os centros para crianças geridos pelas Missionárias da Caridade”, a congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, indica um comunicado divulgado na segunda-feira à noite.

No início do mês, a polícia indiana deteve uma freira e um empregado de um daqueles centros, que dava assistência a grávidas e mães solteiras em Ranchi, capital do estado de Jharkhand (leste), e que teriam vendido crianças.

A adopção ilegal é um negócio importante na Índia, onde perto de 90.000 crianças desaparecem anualmente, segundo os dados oficiais. Algumas são dadas por pais pobres, outras são raptadas no hospital ou em estações de comboios.

A superiora geral da ordem, irmã Mary Prema, lamentou o assunto e dissociou a congregação das acções de uma pessoa. “Cooperamos com as investigações e estamos abertos a qualquer inquérito livre e justo”, declarou num comunicado.

As Missionárias da Caridade foram fundadas em Calcutá em 1950 pela Madre Teresa, uma religiosa albanesa que se tornou um ícone mundial da compaixão. Recebeu o prémio Nobel da Paz em 1979 e morreu em 1997, tendo sido declarada santa pela Igreja católica em 2016. A congregação conta com mais de 5.000 religiosas em 130 países.

 

18 Jul 2018