Ensino Superior | Seis pessoas presas por cabular em exames

 

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]eis pessoas foram condenadas na China a penas até quatro anos de prisão por organizarem um esquema fraudulento durante o ‘Gaokao’ chinês, o maior exame de acesso à universidade do mundo, informou ontem a imprensa local.
Os alunos levaram para o exame transmissores e receptores sem fios, a partir dos quais leram as perguntas a colaboradores fora das instalações, que após consulta transmitiram as respostas. Entre os condenados constam dois alunos que ajudaram a recrutar clientes para o esquema.
A imprensa chinesa não detalha qual o preço pago para beneficiar do esquema ou qual a punição, que para casos deste género costuma ser a proibição de voltar a participar nos exames.
Já os seis responsáveis pelo esquema foram condenados a penas entre 20 meses e quatros anos de prisão e multas até 40.000 yuan. Os arguidos podiam ter sido condenados a sete anos de prisão, pena máxima prevista numa lei aprovada em 2015, visando prevenir o uso de cábulas durante o ‘Gaokao’, teste de conhecimento considerado “crucial à meritocracia chinesa”.
Pelas contas do Governo chinês, de um total de quase dez milhões de adolescentes que esta semana se submetem ao exame, apenas 3,25 milhões vão conseguir entrar na universidade. Entre aqueles, só alguns milhares terão acesso às universidades de topo do país, que garantem maiores probabilidades de um bom futuro profissional ou académico.
De acordo com relatos na imprensa local, os produtos e dispositivos utilizados por cábulas variam entre relógios, auscultadores e t-shirts com receptores, até equipamento usado em espionagem

9 Ago 2018

Família | Aldeia estabelece limite para dotes de casamento

Uma aldeia no norte da China estabeleceu um limite para o dote de casamento, pré-requisito essencial para selar o matrimónio na China rural, ameaçando julgar os infractores por tráfico humano, informou a imprensa local

 

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo o portal noticioso sixth tone, um aviso afixado pelas autoridades nas casas da aldeia de Da’anliu, província de Hebei, refere que dotes acima dos 20.000 yuan (cerca de 2.500 euros) serão considerados tráfico humano.
A falta de mulheres na aldeia levou a uma escalada do ‘preço’ a pagar para garantir uma esposa, descreve o portal. A ‘vantagem negocial’ das mulheres resulta de persistentes “tradições feudais” e três décadas da política de filho único, que geraram um excedente de 33 milhões de homens na China.
Segundo a tradição chinesa, são os pais que transmitem o nome da família à geração seguinte, enquanto o apelido das mães não passa para os filhos. Como resultado, a maioria dos abortos feitos no país – 336 milhões desde 1971, segundo dados oficiais chineses – ocorreram com fetos do sexo feminino.
O desequilíbrio causou ainda um “tráfico de esposas” do Vietname para a China. A dificuldade em encontrar noivas chinesas leva homens do interior da China a procurar mulheres no país vizinho, alimentando uma rede de tráfico humano. Em 2014, cem vietnamitas fugiram depois de se casarem com chineses da cidade de Quzhou, na província de Hebei, incluindo a mulher que tinha arranjado os casamentos, arrecadando assim centenas de milhares de yuan.

Copo de água

Outra das situações que as autoridades estão a tentar controlar são os banquetes de casamento, que não podem exceder em custos 260 yuan por pessoa, assim como estabelecer um tecto máximo para os preços de bebidas alcoólicas e tabaco, de acordo com informação veiculada pelo Hebei Youth Daily.
As autoridades locais entendem que a medida é urgente de forma a responder à crescente dívida das famílias.
“A maioria das pessoas sobrevivem graças ao trabalho em pomares de pêras. Devido aos elevados preços das noivas, há quem na comunidade gaste todas as suas economias e se endivide”, refere ao Hebei Youth Daily o secretário do PCC da aldeia de Da’anliu , Liang Huabing

9 Ago 2018

Coreia do Norte | Austrália pediu restos mortais de soldados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, disse ontem que pediu ao seu homólogo norte-coreano, Ri Yong-ho, a recuperação dos corpos dos 43 soldados australianos desaparecidos na Guerra da Coreia. Os dois ministros reuniram-se no fim-de-semana em Singapura durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático, um dos únicos eventos internacionais no qual o regime de Pyongyang participa.
Em Bali, na Indonésia, a governante disse à Sky News que tinha lembrado Ri Yong-ho que a Coreia do Norte já tinha entregado os restos mortais de alguns soldados americanos, na sequência da cimeira de Junho entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. “Eu pedi o acesso àqueles lugares”, disse Bishop, acrescentando que a Austrália ofereceu assistência forense e especializada para recuperar os restos mortais dos soldados australianos” desaparecidos durante a Guerra da Coreia”. A chefe da diplomacia australiana acrescentou que tinha aproveitado a reunião para pressionar o ministro sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, uma matéria à qual Ri Yong-ho se mostrou “evasivo”.
“Queremos ver um desmantelamento completo, verificável e irreversível do programa nuclear da Coreia do Norte”, disse Bishop, reiterando que, até que isso aconteça, a Austrália continuará a apoiar as sanções impostas contra o regime de Pyongyang.

8 Ago 2018

Filipinas | Duterte ameaça polícias corruptos após reforçar autonomia da região muçulmana

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ameaçou ontem matar os polícias corruptos, um dia após ter assinado uma lei que amplia a autonomia da região de Mindanao (sul), de maioria muçulmana. Responsáveis oficiais filipinos referiam que mais de 100 polícias criticados pelo chefe de Estado enfrentam acusações administrativas e criminais, incluindo violação, roubo e tráfico de drogas ilegais.
A Lei Orgânica do Bangsamoro, a nova designação da região, é consequência do acordo de paz assinado em 2014 com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI), o maior grupo rebelde muçulmano do país. “Espero que finalmente ponha fim um conflito de décadas na luta de Bangsamoro pela autodeterminação e o reconhecimento da sua identidade única”, sublinhou Duterte em Malacañang, a sede da Presidência filipina em Manila.
O chefe de Estado filipino, muito contestado pela oposição interna, países ocidentais e diversas organizações de direitos humanos, exprimiu a sua gratidão aos membros da FMLI e da Frente Moro de Libertação Nacional (FMLN) – um grupo rebelde que cindiu com a FMLI e assinou a paz com o Governo em 1996 –, pelo seu “inquebrantável compromisso, determinação e perseverança” para o sucesso desta lei.

8 Ago 2018

Saúde | Farmacêutica acusada de adulterar vacinas manteve prática desde 2014

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]farmacêutica chinesa Changsheng Biotech, acusada de adulterar e falsificar os registos da produção de vacinas, manteve aquelas práticas desde 2014, confirmaram ontem as autoridades, no maior escândalo de saúde pública dos últimos anos na China.
A equipa de investigação do Conselho de Estado, o Executivo chinês, confirmou que a Changsheng recorreu a material fora de prazo no fabrico de vacinas contra a raiva, para uso humano, e que não registou correctamente as datas ou os números de série dos produtos, pelo menos desde 2014. No final de Julho, uma investigação da Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA), acusou a empresa de falsificar registos de produção de aproximadamente 113 mil vacinas contra a raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra difteria, tétano e tosse convulsa.
A presidente da empresa, Gao Junfang, e outros 14 membros da direcção, foram detidos.
As autoridades, que prometeram graves consequências para os culpados, reforçaram também o controlo sobre os fabricantes de vacinas em todo o país, numa tentativa de conter a indignação pública.
Já em 2016, mais de 130 pessoas foram detidas na China, num escândalo com a venda ilegal de vacinas fora de validade e armazenadas sem condições. Em 2008, um outro escândalo de saúde pública na China resultou na morte de seis crianças e danos para a saúde de outras 300 mil, devido a leite em pó contaminado com melamina

8 Ago 2018

Turismo | Concurso para dormir na Grande Muralha suscita críticas ao Airbnb

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]plataforma electrónica de aluguer de casas Airbnb lançou um concurso que oferece uma noite numa atalaia da Grande Muralha, o símbolo mais expressivo da China, suscitando críticas por parte dos internautas chineses, que temem danos.
Oito viajantes terão a oportunidade de passar uma noite numa das maiores maravilhas da arquitectura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), caso vença o concurso que a empresa lançou em 11 mercados, e que não inclui Portugal. O alojamento envolve a conversão de uma atalaia da Grande Muralha, monumento com 2600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem electricidade, ligação à internet, ar condicionado ou televisão.
Por lei, não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas o Airbnb assegura que é a primeira vez que se faz algo deste género.
No entanto, as leis que visam a protecção e conservação do monumento, que se estende ao longo de 21.000 quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a conservação deste.
“A Grande Muralha é património histórico sob protecção, como é possível que permitam a sua conversão para alojamento”, reagiu um internauta na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China. “Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro”, questionou outro.
O Airbnb reagiu, entretanto, afirmando que a protecção de relíquias históricas e culturais foi a “intenção original” daquele concurso, que pede aos utilizadores um breve ensaio sobre o motivo pelo qual é importante para eles derrubar as barreiras entre culturas.
O prémio inclui ainda as viagens aéreas desde os países de origem até Pequim, os custos para obter o visto chinês ou alimentação.

8 Ago 2018

Desporto | Japão pondera alterar o fuso horário para os Jogos Olímpicos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]possibilidade de alterar o fuso horário durante os Jogos Olímpicos surge numa altura em que uma onda de calor, que matou 120 pessoas este ano, está a preocupar as autoridades. O Governo japonês ainda não decidiu se esta será ou não a melhor medida a adoptar, mas um primeiro teste pode ser feito já no próximo ano. “Planeámos medidas amplas, como começar as provas mais cedo, ter mais vegetação e pavimentos que inibem o calor”, anunciou o secretário-chefe do gabinete, Yoshihide Suga. Segundo a informação avançada pela BBC, as autoridades olímpicas pediram ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para que alguns eventos sejam programados nas primeiras horas da manhã.
Outra das medidas inovadoras para estas olimpíadas japonesas é, como não poderia deixar de ser, tecnológica. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 vão utilizar um inovador sistema de reconhecimento facial com tecnologia artificial para garantir a segurança dos atletas, anunciaram ontem os organizadores. Segundo a NEC, a empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema “o principal objectivo é fortalecer as medidas de segurança.
O sistema de reconhecimento facial, que será utilizada por atletas e pessoas acreditadas, consiste na confirmação da identidade através de uma foto pré-gravada e armazenada num ‘chip’ colocado na acreditação.
O vice-presidente da NEC, Masaaki Suganuma, explicou que serão necessários 0,3 segundos para o reconhecimento e garantiu que o sistema permitirá realizar controlos 2,5 vezes mais rápidos do que os procedimentos baseados na leitura de códigos de barras.
Segundo a empresa, o sistema, que “evitará qualquer entrada fraudulenta”, será também importante para uma entrada rápida nos recintos, tendo também em conta as elevadas temperaturas nos meses de julho, agosto e setembro.

Quem vê caras

A tecnologia de reconhecimento facial desenvolvida pela NEC foi testada nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016, nas instalações utilizadas pelos meios de comunicação japoneses.
Outra das prioridades é aproveitar o cariz mundial do evento para reforçar a posição do Japão globalmente. Assim sendo, as cerimónias dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 combinarão as diversas facetas do espírito do Japão, anunciou Mansai Nomura, prestigioso actor do teatro tradicional japonês, escolhido para dirigir a abertura e o encerramento do evento. A designação de Mansai Nomura como director artístico sugere que as artes tradicionais devem ocupar um espaço importante nos eventos. “Darei o melhor de mim para que as cerimónias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos sejam simples, mas que exprimam a riqueza do espírito do Japão”, afirmou Nomura. “Quero mostrar todas as cores de nossa paleta”, completou.
A equipa de direcção artística de Nomura inclui Hiroshi Sasaki, o homem que fez aparecer no estádio do Maracanã no encerramento dos Jogos Rio-2016 o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disfarçado da personagem icónica dos jogos de vídeo Mario, no momento da passagem da chama olímpica à cidade de Tóquio. Sasaki negou a repetição do ‘Abe Mario’, por considerar que perderia o factor surpresa, mas prometeu “algo mais espectacular”.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 decorrem entre 24 de Julho e 9 de Agosto, enquanto os Paralímpicos vão ser disputados entre 25 de Agosto e 6 de Setembro.

8 Ago 2018

Astronomia | Descoberta estrela gigante rica em lítio, elemento associado ao Big Bang

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]strónomos chineses descobriram uma estrela gigante rica em lítio, um dos elementos químicos considerados presentes no Big Bang, momento que corresponde ao início do Universo, divulgou ontem a revista científica Nature Astronomy. Segundo uma equipa dos Observatórios Astronómicos Nacionais da China, a estrela, designada gigante por ter uma luminosidade entre dez e mil vezes mais intensa que a do Sol, tem 3.000 vezes mais lítio do que outras estrelas e está a 4.500 anos-luz da Terra. O lítio é considerado um dos três elementos químicos sintetizados no Big Bang, juntamente com o hélio e o hidrogénio. A abundância dos três elementos é entendida pela comunidade científica como a prova mais forte da teoria do Big Bang, que defende que o Universo nasceu de um único ponto contido no espaço e que depois se expandiu. O Universo tem cerca de 14 mil milhões de anos.

8 Ago 2018

Corrupção | Presidente de empresa que gere aeroportos de Xangai investigado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da Autoridade Aeroportuária de Xangai, Wu Jianrong, está a ser investigado por alegada violação da lei e da disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC), anunciou ontem o órgão anticorrupção da cidade.
Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), trata-se do maior escândalo nos últimos anos envolvendo o chefe de uma empresa estatal com sede em Xangai, a “capital” económica do país.
O órgão de inspecção e disciplina local não especifica quais as irregularidades alegadamente cometidas por Wu, mas refere que este cometeu “graves violações da disciplina”, termo que habitualmente descreve os casos de corrupção.
Wu, de 56 anos e antigo vice-secretário geral do governo municipal de Xangai, assumiu em meados do ano passado a entidade que opera os aeroportos de Pudong e Hongqiao, que em 2017 registaram um total de 112 milhões de passageiros. Não se sabe se as irregularidades foram cometidas durante o seu mandato à frente daquele organismo.
Mais de 440 dirigentes, alguns dos quais ministros, foram já atingidos pela campanha anticorrupção em curso na China, desde que o Presidente chinês, Xi Jinping, assumiu a chefia do PCC em Novembro de 2012. Trata-se da mais persistente e ampla campanha do género na história da China comunista, mas críticos apontam que esta serve para Xi afastar rivais políticos, promovidos por outras cliques internas do PCC, argumentando que é gerida por um órgão interno do partido e não uma entidade independente.

8 Ago 2018

Acidente | Quatro mortos e nove desaparecidos após explosão em mina

Quatro pessoas morreram e outras nove continuam desaparecidas após uma explosão numa mina de carvão no sudoeste da China causada por uma fuga de gás, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. O acidente ocorreu na noite de segunda-feira, na cidade de Panzhou, província de Guizhou, detalharam as autoridades locais, citadas pela agência. As equipas de salvamento continuam a trabalhar para resgatar os nove mineiros desaparecidos. As minas de carvão na China, consideradas na última década as mais perigosas do mundo, registaram o ano passado 219 acidentes, dos quais resultaram 375 mortos, uma descida de 28,7 por cento face a 2016 e 20 vezes menos do que os registados há uma década. O pior ano deste século foi 2003, quando se contabilizaram 6.990 mortes nas minas do país. O encerramento de minas ilegais, muitas delas de pequena dimensão, e o aumento das acções de fiscalização contribuíram para a queda no número de vítimas mortais. Cerca de dois terços da energia consumida na China continuam a assentar no carvão

8 Ago 2018

China entrega plano para construir túnel ferroviário até Taiwan

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]estudo para construir o mais longo túnel do género no mundo, com 135 quilómetros debaixo do mar, surge num período de crescentes tensões entre Pequim e o Governo de Taiwan.
Alguns analistas consideram, no entanto, que a China poderá começar a trabalhar no projecto de forma unilateral. “Será um dos maiores e mais desafiantes projectos de engenharia civil do século XXI”, disse um dos cientistas do Governo chinês ao SCMP, que não refere o seu nome, por se tratar de um “projecto sensível”.
A ideia de um túnel a ligar o continente chinês e Taiwan já tem um século, mas só agora cientistas e engenheiros chegaram a um consenso sobre a melhor forma de materializar o projecto. O túnel começaria em Pingtan, na província de Fujian, leste da China, e atingiria 200 metros de profundidade, atravessando espessas camadas de rocha, incluindo granito extremamente duro, e com pelo menos dois desvios de falhas geológicas, regressando à superfície em Hsinchu, uma cidade costeira próxima de Taipé.
A construção seria três vezes e meio mais longa do que o Canal da Mancha, que liga França ao Reino Unido, e foi concluído em 1994. O projecto chinês teria características comuns àquela construção, consistindo em três túneis individuais, segundo o SCMP. Dois dos túneis seriam usados por comboios em direcções opostas, enquanto uma terceira passagem, no meio, iria alojar linhas eléctricas, cabos de comunicação e saídas de emergência.
O plano inclui ainda a criação de um par de ilhas artificiais a meio do trajecto, onde seria instalada uma estação de tratamento do ar, que canalizaria ar fresco para dentro do túnel.

Daqui à lua

Desde que há dois anos a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, do Partido Democrata Progressista, pró-independência, ascendeu ao poder, a China tem aumentado a pressão diplomática e militar sobre Taiwan.
“Começar a construção sem chegar antes a um acordo com o outro lado iria incitar sentimentos anti-China na ilha”, afirmou Zhao Jian, professor de economia na Universidade Jiaotong, em Pequim, citado pelo SCMP. “Iria fazer com que se afastassem ainda mais, em vez de promover uma maior aproximação”, disse.
Zhu Hehua, director de pesquisa sobre túneis e estruturas subterrâneas na universidade de Tongji, em Xangai, considerou que, devido à situação política, o projecto “parece tão distante como ir à Lua”, mas que “eventualmente se realizará”.

8 Ago 2018

Indonésia | Sobe para 98 o número de mortos do sismo na ilha Lombok

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades indonésias elevaram ontem para 98 o número de mortes na sequência do sismo de magnitude 7 na ilha de Lombok, no domingo, e anunciaram o resgate de mais dois mil turistas. O sismo, com o epicentro a dez mil metros de profundidade, ocorreu uma semana após um outro abalo também na ilha turística de Lombok, que provocou 17 mortos e mais de 300 feridos.

Sutopo Purwo Nugroho informou que a maioria das mortes foram causadas pelo desabamento de habitações, referindo ainda existirem centenas de feridos e danos em milhares de casas. Diversas fotos divulgadas nas redes sociais revelam escombros nas ruas de Lombok provocados pelo sismo que suscitou também cenas de pânico na ilha vizinha de Bali, no aeroporto internacional. “Houve tsunamis que entraram por terra com alturas de 10 a 13 centímetros.

A altura máxima calculada é de meio metro”, já tinha assinalado em comunicado o porta-voz da agência. A 29 de Julho, 17 pessoas morreram e 355 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6,4 e posteriores réplicas em Lombok, que danificou cerca de 1500 edifícios.

7 Ago 2018

Laos | Balanço oficial aponta para 31 mortos após desmoronamento de barragem

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m novo balanço oficial das autoridades do Laos aponta para pelo menos 31 mortos e 130 pessoas desaparecidas na sequência do desmoronamento de uma barragem a 23 de Julho. “Os socorristas encontraram novas vítimas ontem [domingo]. Neste momento foram encontrados 31 corpos e o número de desaparecidos é de 130”, disse no domingo o vice-governador da província de Attapeu, Ounla Xayasith, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). As autoridades do Laos têm sido acusadas de minimizarem o número de vítimas. A água da barragem hidroeléctrica que desmoronou a 23 de Julho no Laos, onde centenas de pessoas continuam desaparecidas, chegou mesmo ao país vizinho Camboja, provocando fortes inundações e milhares de desalojados.

7 Ago 2018

Japão pede fim de armas nucleares no 73.º aniversário de Hiroshima

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Japão voltou ontem a apelar para o fim das armas nucleares, no 73.º aniversário do bombardeamento atómico de Hiroshima, num clima entre o ressurgimento mundial do nacionalismo e a esperança da desnuclearização da Coreia do Norte.
“Se a humanidade esquecer a história ou parar de a confrontar, ainda poderemos cometer um erro terrível, e é exactamente por isso que temos de continuar a falar sobre Hiroshima”, declarou o presidente da câmara, Kazumi Matsui.
O Parque Memorial da Paz, em Hiroshima, voltou a ser palco de uma cerimónia de homenagem às vítimas do primeiro bombardeamento atómico mundial, a 6 de Agosto de 1945, que matou 140.000 pessoas. “Certos países proclamam descaradamente o nacionalismo (…) e estão a modernizar os seus arsenais nucleares, reacendendo as tensões que haviam diminuído com o fim da Guerra Fria”, lamentou Matsui, sem identificar os países.
No ano passado, o Japão preferiu não assinar um tratado de proibição de armas nucleares, adoptado pela ONU, apontando a ingenuidade do texto e alinhando-se com as potências nucleares que invocavam a ameaça norte-coreana.
Ontem, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que, “nos últimos anos, ficou claro que existem diferenças entre os países sobre como proceder com a redução de armas nucleares”, mas assumiu a vontade do seu país em “trabalhar pacientemente para servir de ponte entre os dois lados e liderar os esforços da comunidade internacional para a desnuclearização”, assumiu.
Três dias depois da bomba nuclear que atingiu Hiroshima, causando 140 mil mortos, os Estados Unidos lançaram, a 9 de Agosto de 1945, uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, levando à capitulação do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial. Em Março, o número total de “hibakusha” [sobreviventes] ascendia a 154.859, face aos 372.264 contabilizados em 1980. A idade média dos sobreviventes dos bombardeamentos nucleares de Hiroshima e Nagasaki é superior a 82 anos

7 Ago 2018

Hong Kong | Pequim contra evento de imprensa, ex-governador fala em censura

 

 

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma mensagem enviada à agência noticiosa France-Presse (AFP, o último governador da antiga colónia britânica afirmou: “Não há motivo para censurar as pessoas só porque não gostamos do que elas têm a dizer”.
Andy Chan, líder do Partido Nacional, em campanha pela independência da região administrativa especial de Hong Kong, foi convidado a discursar no histórico clube de imprensa, que regularmente convida personalidades para realizarem conferências abertas a membros e órgãos de comunicação. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês pediu ao FCC para cancelar o evento, indicou a AFP.
Este pedido, o primeiro deste tipo desde 1997, data da transferência de soberania do Reino Unido para a China, surge numa altura em que Pequim continua a reforçar o domínio sobre a antiga colónia que, ao abrigo da lei básica local, goza de liberdade de expressão e poder judicial independente.

Espalhar falácias

A liberdade de expressão é “um dos pilares de uma sociedade aberta que vive no Estado de Direito” e era garantida pelo acordo sino-britânico, lembrou Patten.
“Sempre me opus à ideia de defender a independência de Hong Kong”, disse, embora sempre tenha apoiado “as liberdades locais e a autonomia ao mesmo tempo.” “Não é justo que Pequim se envolva em questões que deviam ser decididas por Hong Kong”, acrescentou.
Num comunicado divulgado na sexta-feira, o Ministério advertiu que se “opõe a qualquer força externa que forneça aos elementos da ‘independência de Hong Kong’ uma plataforma para espalhar falácias”.
Em 17 Julho passado, o Governo de Hong Kong iniciou um processo para ilegalizar o Partido Nacional, fundado em Março de 2016, por considerar estar em perigo a segurança nacional. Na altura, um investigador da organização não-governamental Amnistia Internacional Patrick Poon considerou que a tentativa de banir aquele partido “soa o alarme sobre o que o Governo tentará restringir de uma próxima vez em nome da segurança nacional”.

7 Ago 2018

Comércio | Consultora portuguesa leva empresas à China

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), consultora com sede no Porto, organiza em Setembro uma visita de negócios a três cidades chinesas, no âmbito do projecto da Comissão Europeia ENRICH. O “ENRICH Matchmaking and Innovation Tour to China” decorre entre 13 e 21 de Setembro e visa “abrir oportunidades de negócio, investigação e cooperação em inovação” entre entidades europeias e chinesas, segundo o comunicado da SPI.
A agenda inclui visitas a Pequim, Tianjin (cidade portuária do norte da China) e Chengdu, a capital da província de Sichuan, sudoeste do país, onde os participantes estabelecerão contacto com empresas, institutos de investigação, universidades ou parques científicos locais.
A SPI foi a consultora escolhida pela Comissão Europeia para coordenar o Centro de Excelência ENRICH (European Network of Research and Innovation of Centres and Hubs, China), plataforma que apoia empresas tecnológicas europeias no mercado chinês. O ENRICH, financiado no âmbito do “Horizonte 2020”, oferece consultadoria, colaboração e treino especializado para empresas e organizações de investigação europeias. O “Horizonte 2020” é o maior programa público de apoio à investigação e à inovação do mundo, com um orçamento de quase 80 mil milhões de euros.

7 Ago 2018

Bangladesh deve reinstalar rohingyas devido a risco de catástrofe

Bangladesh deve reinstalar rohingyas devido a risco de catástrofe

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] organização Human Rights Watch (HRW) defendeu ontem que o Governo do Bangladesh deve reinstalar os refugiados rohingya em locais mais seguros, dado que mais de 200.000 enfrentam o risco de catástrofe devido às monções.
As Nações Unidas estimam que cerca de 215.000 pessoas que se encontram no que é o maior campo de refugiados do mundo, o de Kutupalong-Balukhali, enfrentam o risco de inundações e deslizamento de terras e que para 44.000 delas esse risco é muito alto.
Num relatório intitulado “’O Bangladesh não é o meu país’: a situação dos refugiados rohingya da Birmânia”, divulgado ontem, a HRW defende a reinstalação dos refugiados rohingya “em campos mais pequenos, menos densamente povoados, em terreno plano, acessível e próximo” do mega campo onde estão actualmente.
Sendo a densidade recomendada nos campos de refugiados de quatro metros quadrados por pessoa, o de Kutupalong-Balukhali conta com uma média de um metro quadrado por pessoa, o que aumenta em muito os riscos de “doenças transmissíveis, incêndios, tensões na comunidade e violência doméstica e sexual”, segundo um comunicado da organização de defesa dos direitos humanos. O relatório é divulgado quando está prestes a cumprir-se um ano do início da crise que obrigou milhares de muçulmanos rohingya a fugirem da Birmânia para o vizinho Bangladesh. A campanha de repressão do exército birmanês contra os rohingyas, iniciada a 25 de Agosto de 2017, já foi classificada pela ONU como uma limpeza étnica.
“O Bangladesh devia registar os rohingyas como refugiados, garantir educação e cuidados de saúde adequados e deixá-los procurar meios de subsistência fora do campo”, adiantou.
Face à pressão internacional, a Birmânia e o Bangladesh estabeleceram em Novembro um acordo para o regresso dos rohingyas, mas o processo de repatriamento ainda não começou mais de sete meses depois da data prevista para o início dos regressos. Em resposta a uma carta da HRW, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Bangladesh disse que o Governo iniciará em breve a reinstalação de 100.000 rohingyas na ilha de Bhasan Char, que a organização de defesa dos direitos humanos considera não parecer adequada para o efeito. Além de lembrar que “especialistas preveem que Bhasan Char pode ficar completamente submersa no caso de um forte ciclone durante a maré alta”, a HRW assinala que na ilha deverá ser limitado o acesso à educação e aos cuidados de saúde e poucas as oportunidades de autossuficiência para os refugiados.

7 Ago 2018

Economia | Pequim tenta travar especulação com yuan face a desvalorização

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] banco do povo chinês (banco central) anunciou que a partir de ontem os bancos terão de ter um depósito de 20 por cento para contratos de compra ou venda de yuan no futuro. A medida aumenta os custos de apostar na desvalorização do yuan, visando travar a negociação especulativa.
Na sexta-feira passada, a moeda chinesa chegou a cair 0,7 por cento, face ao dólar norte-americano, atingindo o valor mais baixo desde maio de 2017.
Desde o início de Fevereiro, o yuan caiu já cerca de 8 por cento face ao dólar. A queda apoia os exportadores chineses face à subidas das taxas alfandegárias nos EUA, ao reduzir o preço dos seus bens na moeda norte-americana, mas encoraja os investidores a tirar dinheiro da China, levando a um aumento nos custos de financiamento de outras indústrias domésticas.
As crescentes fricções comerciais com Washington sugerem que Pequim continuará a desvalorizar a sua moeda. Analistas afirmam que a desvalorização tem sido suscitada também pelo abrandamento do ritmo de crescimento da economia chinesa e as diferentes direcções das taxas de juro nos EUA e na China.
No mês passado, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre 34 mil milhões de dólares (mais de 29 mil milhões de euros) de importações oriundas da China, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico.
Pequim retaliou aquelas medidas, levando Trump a ameaçar penalizar mais 200 mil milhões de dólares (173 mil milhões euros) de produtos chineses.
A liderança chinesa tem tentado manter os seus planos de desenvolvimento económico a longo prazo, resistindo à exigência de Trump para que altere as suas políticas para a tecnologia, que outros governos acusam de violar os compromissos da China com a abertura do seu mercado.

Moeda isolada

Jingyi Pan, analista na IG Asia, empresa líder nas transacções de derivados, afirma que o banco central chinês tem sido “muito tolerante” face à desvalorização do yuan, mas que as últimas medidas “sugerem preocupações com a fuga de capital”.
Pequim impôs medidas semelhantes em Outubro de 2015, após uma mudança no mecanismo da taxa de câmbio ter levado os mercados a apostar na queda do yuan. A moeda estabilizou temporariamente, mas desvalorizou no ano seguinte. Tornar a aposta na queda do yuan mais difícil “não isola [a moeda] da guerra cambial”, afirma em relatório Philip Wee e Eugene Leow, do banco de Singapura DBS Group.
A eficácia dos novos controlos deverá ser limitada, segundo analistas, face às diferentes tendências nas taxas de juro na China e EUA.
A Reserva Federal norte-americana está a aumentar as taxas de juro, enquanto Pequim tem impulsionado o acesso ao crédito, visando estimular o crescimento económico. Isto encoraja os investidores a converter o dinheiro em dólares, visando obter maiores lucros.

7 Ago 2018

Comércio | Pequim volta a ameaçar Estados Unidos com tarifas

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China disse estar pronta para aplicar tarifas de 60 mil milhões de dólares aos Estados Unidos, caso aquele país avance com taxas alfandegárias aos produtos chineses.

Em causa estão 5.207 produtos norte-americanos – como café, mel e químicos industriais – aos quais serão aplicadas tarifas que rondam os 60 mil milhões de dólares, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças chinês. Esta é a resposta da República Popular da China à eventual imposição de taxas sobre produtos chineses, num valor que pode alcançar os 200 mil milhões de dólares.

Acusando a presidência norte-americana de Donald Trump de prejudicar a economia mundial com tais tarifas, a tutela das Finanças chinesa nota que “a China é forçada a apresentar contra-medidas”. O Ministério das Finanças chinês admite, por isso, “tarifas de retaliação de 25 por cento, 20 por cento, 10 por cento ou 5 por cento”, que avançam caso a administração dos Estados Unidos “persista em colocar as suas ideias em prática”.

Panela de pressão

Na quarta-feira, o Governo de Pequim vincou que as tentativas de chantagem e pressão dos Estados Unidos sobre a aplicação de taxas alfandegárias aos produtos chineses nunca “vão funcionar”. “A chantagem e a pressão dos Estados Unidos nunca vão funcionar com a China e se foram tomadas medidas que piorem a situação nós iremos aplicar contra-medidas para que possamos manter os nossos direitos e interesses”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Geng Shuang.

“Pensamos que os conflitos comerciais devem resolver-se com conversações e negociações. Os nossos esforços e a nossa sinceridade estão à vista de todos”, acrescentou.

Fontes próximas da administração norte-americana indicaram na terça-feira que os Estados Unidos pretendem estabelecer taxas alfandegárias de 25 por cento sobre as exportações chinesas, o que pode vir a totalizar um valor correspondente aos 200 mil milhões de dólares.

“O diálogo deveria ter como base a confiança mútua e a igualdade, estabelecendo regras e credibilidade porque as ameaças unilaterais e a pressão são contraproducentes”, frisou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.

 

 

6 Ago 2018

China elimina milhares de vídeos e música online e investiga conteúdo pró-fascista

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas eliminaram milhares de arquivos de vídeo e música online e estão a investigar obras “que promovem o fascismo e o militarismo”, informou o Ministério da Cultura e Turismo na quinta-feira, em comunicado.

O ministério removeu 4.664 produtos musicais online, mais de cem mil vídeos e 4.300 comentários de utilizadores por “infrações” genéricas e ordenou a 18 plataformas de música online a realização de “inspeções” ao seu conteúdo para que se autocensurem.

A mesma entidade ordenou às autoridades culturais do município de Pequim, bem como às das províncias de Zhejiang e Guangzhou para investigarem casos de “obras musicais online que glorifiquem o fascismo e o militarismo”.

A campanha chinesa visa “regular a ordem comercial do mercado de cultura online e investigar aqueles produtos culturais online que contêm conteúdo vulgar”.

Nesta última ação foram eliminados conteúdos de alguns dos fornecedores mais populares do país, como QQ Music, ou as páginas Douyin e Kuaishou que permitem aos utilizadores carregar e partilhar vídeos.

Por outro lado, 11 empresas de banda desenhada online retiraram da internet 977 obras e 167 histórias. Alguns meios de comunicação estatais já tinham acusado algumas dessas empresas de divulgarem “imagens sexualmente sugestivas” e até mesmo “conteúdo incestuoso”, de acordo com o jornal China Daily.

O ministério acrescentou que vai reforçar a supervisão sobre os operadores para os obrigar a tomarem “medidas fortes” contra o conteúdo pornográfico, vulgar, violento e pouco ético, assim como contra todos aqueles que incitem ao crime.

Na semana passada, a China tinha lançado uma campanha contra 19 aplicações de vídeo, incluindo Bilibili e Miaopai, populares entre os adolescentes, que acusou de difundir conteúdo “obsceno, violento ou pornográfico”, bem como de “promoverem informação distorcida”.

A ação resultou no encerramento definitivo de três aplicações e a retirada da Bilibili por um mês da loja de aplicativos Android.

A campanha é liderada pela Administração do Ciberespaço da China que tem desde quarta-feira um novo responsável, Zhuang Rongwen.

5 Ago 2018

População da Índia irá ultrapassar a da China em 2022, diz Banco Mundial

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] população da Índia deverá ultrapassar a da China, actualmente o país mais populoso do mundo, no ano de 2022, de acordo com novos dados divulgados pelo Banco Mundial.

“A China, com 1,4 mil milhões de habitantes é o país mais populoso do mundo em 2017. No entanto, a Índia, segundo país mais populoso, com 1,3 mil milhões de pessoas, deverá superar a população da China até 2022”, revela dados do Banco Mundial, disponíveis no portal da instituição sobre saúde, nutrição e população mundial, através de gráficos e tabelas que apresentam previsões até 2050.

Em 2022, as previsões indicam que a população da Índia será de 1.411.415.000 enquanto a China terá 1.404.652.000 habitantes.

Segundo os dados, a taxa de fertilidade da China diminuiu drasticamente desde a década de 1970.

Os dados também indicam que, embora o México e o Japão tenham população semelhante (129 milhões e 127 milhões, respetivamente) em 2017, as estruturas etárias desses países parecem muito diferentes.

As pirâmides populacionais dos dois países mostram que a população do México é muito mais jovem do que a do Japão. O México tem mais jovens e o Japão tem mais idosos.

A população com mais de 65 anos aumentou rapidamente desde os anos 90 no Japão. No entanto, a população com mais de 65 anos no México deverá exceder 10 milhões em 2020 e aumentar de forma constante. Estima-se que as diferenças na população com idades entre 65 anos ou mais entre o Japão e o México diminuam até 2050.

No que toca à saúde, o estudo refere, por exemplo, que as mulheres são mais vulneráveis ao VIH do que os homens, especialmente na África Subsaariana. Em 20 países da África Subsaariana, mais de 60% da população afetada pelo VIH são mulheres.

Em outras regiões, menos da metade da população afetada pelo HIV são mulheres (sul da Ásia: 33%, América Latina e Médio Oriente: 38%). Segundo o Programa das Nações Unidas para o Combate ao VIH/Sida (UNAIDS), fatores estruturais, comportamentais e biológicos estão a aumentar o risco de infeção pelo VIH entre as mulheres.

Os dados indicam que há mudanças na causa da morte em países de baixo rendimento nos últimos 16 anos.

Em países de alto rendimento, a maioria das mortes é causada por doenças não transmissíveis, como doenças cardíacas e AVC, enquanto a maioria das mortes em países de baixo rendimento é causada por doenças transmissíveis.

Na Zâmbia, Quénia, Malauí, Níger e Botsuana, com a maior proporção de causas de morte por doenças transmissíveis, mais de 78% das mortes foram causadas por doenças transmissíveis em 2000.

No entanto, a proporção de causas de morte por doenças não transmissíveis aumentou nestes países em 2016. No Botswana, por exemplo, a percentagem de mortes causadas por doenças transmissíveis tem vindo a diminuir rapidamente, enquanto a proporção de mortes por doenças não transmissíveis aumentou entre 2000 e 2016.

5 Ago 2018

China ameaça Estados Unidos com tarifas sobre produtos que rondam 60 mil milhões 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China disse estar pronta para aplicar tarifas de 60 mil milhões de dólares aos Estados Unidos, caso aquele país avance com taxas alfandegárias aos produtos chineses.

Em causa estão 5.207 produtos norte-americanos – como café, mel e químicos industriais – aos quais serão aplicadas tarifas que rondam os 60 mil milhões de dólares, de acordo com um comunicado hoje divulgado pelo Ministério das Finanças chinês.

Esta é a reposta da República Popular da China à eventual imposição de taxas sobre produtos chineses, num valor que pode alcançar os 200 mil milhões de dólares.

Acusando a presidência norte-americana de Donald Trump de prejudicar a economia mundial com tais tarifas, a tutela das Finanças chinesa nota que “a China é forçada a apresentar contramedidas”.

O Ministério das Finanças chinês admite, por isso, “tarifas de retaliação de 25%, 20%, 10% ou 5%”, que avançam caso a administração dos Estados Unidos “persista em colocar as suas ideias em prática”.

Na quarta-feira, o Governo de Pequim vincou que as tentativas de chantagem e pressão dos Estados Unidos sobre a aplicação de taxas alfandegárias aos produtos chineses nunca “vão funcionar”.

“A chantagem e a pressão dos Estados Unidos nunca vão funcionar com a China e se foram tomadas medidas que piorem a situação nós iremos aplicar contramedidas para que possamos manter os nossos direitos e interesses”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Geng Shuang.

“Pensamos que os conflitos comerciais devem resolver-se com conversações e negociações. Os nossos esforços e a nossa sinceridade estão à vista de todos”, acrescentou.

Fontes próximas da administração norte-americana indicaram na terça-feira que os Estados Unidos pretendem estabelecer taxas alfandegárias de 25% sobre as exportações chinesas, o que pode vir a totalizar um valor correspondente aos 200 mil milhões de dólares.

“O diálogo deveria ter como base a confiança mútua e a igualdade, estabelecendo regras e credibilidade porque as ameaças unilaterais e a pressão são contraproducentes”, frisou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim.

5 Ago 2018

Filipinas | Rodrigo Duterte defende regresso da pena de morte, apesar das declarações do Papa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo de Rodrigo Duterte garantiu que manterá os planos para restabelecer a pena de morte nas Filipinas, apesar das declarações proferidas na quinta-feira pelo papa Francisco que classificou tal prática como “inadmissível” à luz do catolicismo. Nas Filipinas, mais de 85% da população é católica.

O porta-voz do Presidente filipino, Harry Roque, afirmou hoje que o executivo de Manila “vai tentar persuadir de modo gentil” os senadores para que estes aprovem a lei que visa restabelecer a pena capital nas Filipinas, proibida no país desde 2006.

“Continua a ser uma das prioridades do governo restaurar a pena de morte para os crimes mais graves relacionados com as drogas. Mas a decisão está agora nas mãos do Senado (câmara alta do congresso filipino)”, disse o porta-voz numa conferência de imprensa.

A Câmara dos Representantes (câmara baixa do congresso filipino) aprovou em março passado o projeto-lei relacionado com o restabelecimento da pena capital, que foi uma das grandes promessas eleitorais de Duterte, num âmbito de uma linha dura de combate contra o narcotráfico.

A Conferência Episcopal das Filipinas, que sempre se opôs à medida defendida por Rodrigo Duterte, assegurou hoje, num comunicado, que as declarações do papa Francisco esclarecem qualquer dúvida sobre a posição da Igreja Católica em relação à pena de morte.

Na quinta-feira, a Santa Sé anunciou que o papa Francisco mudou o catecismo católico para declarar a pena de morte inadmissível, assumindo igualmente o compromisso da Igreja para a abolir no mundo inteiro.

“À luz do Evangelho, a pena de morte é inadmissível porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa”, referiu o novo texto, cuja alteração foi anunciada em comunicado pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria Ferrer.

As Filipinas aboliram a pena de morte em 2006 durante a presidência de Gloria Macapagal Arroyo, que desde o passado dia 23 de julho é a nova líder da Câmara dos Representantes e uma das principais aliadas políticas de Duterte.

Nesta matéria, Portugal assumiu uma posição de vanguarda e foi um dos primeiros Estados soberanos (e o primeiro europeu) a abolir a pena de morte, em 1867.

5 Ago 2018

Cem chineses distinguidos como “internautas jovens bons”

São jovens e comportam-se lindamente na Internet. O Comité Central da Liga da Juventude Comunista da China e a Administração do Ciberespaço da China, organizaram a campanha “internautas jovens bons”, que distinguiu uma centena de jovens cuja presença online foi considerada exemplar

[dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]hi Yue, uma “xue ba” de 29 anos de idade, ou seja, uma aluna com notas máximas, possui diplomas das universidades mais importantes da China. No entanto, traçou o seu caminho para a fama na internet como apresentadora de um podcast dedicado à promoção de hábitos saudáveis na comunidade adepta dos jogos de vídeo Apelidada de “Nv Liu”, Shi começou a editar e narrar jogos na internet quando estudava arquitectura na Universidade Tsinghua e na Universidade de Pequim. Após a graduação, tornou-se apresentadora de transmissão ao vivo em tempo integral.
Shi foi seleccionada entre os cem “internautas jovens bons” e reconhecida como um modelo para jovens chineses por introduzir espectadores à indústria de jogos e à ciência, conhecimento, cultura e história, e por promover hábitos de jogo saudáveis. “Nv Liu passou muita energia positiva para seus 2,6 milhões de seguidores,” diz um comunicado emitido pelo Comité Central da Liga da Juventude Comunista da China e pela Administração do Ciberespaço da China, que organizaram a campanha “internautas jovens bons”.

Processo de escolha

Todos os cem escolhidos, com idades compreendidas entre 14 e 40 anos, foram seleccionados por internautas e jurados da campanha.
Li Ziqi, um blogger bem conhecido que fala sobre comida, também está entre os “internautas jovens bons”. Li postou mais de uma centena de vídeos online para ensinar sua audiência a cozinhar comida chinesa tradicional. As suas receitas culinárias obedecem escrupulosamente ao calendário, nomeadamente às estações do ano e aos festivais do calendário lunar chinês. O comunicado elogia seu trabalho que combina a cultura gastronómica chinesa com a apresentação de nos novos media e a promoção da cultura chinesa.
De acordo com a Xinhuau, a lista de internautas modelo também inclui activistas que defendem o interesse público, caricaturistas e editores que promovem conhecimento e generosidade, e cidadãos que combatem crimes na internet e conteúdo ilegal.

3 Ago 2018