Coreia do Sul lança com êxito o seu primeiro foguetão espacial

A Coreia do Sul lançou hoje o seu primeiro foguetão de fabrico próprio, segundo as imagens transmitidas pela televisão, tornando-se o décimo país do mundo com capacidade para desenvolver e lançar veículos espaciais.

O veículo coreano de lançamento de satélites, chamado Nuri, foi lançado do centro espacial Naro, em Goheung, no sul do país, às 17:00 locais.

O Instituto de Investigação Aeroespacial da Coreia (KARI) confirmou que o Nuri colocou com éxito na órbita terrestre, um satélite simulado de 1,5 toneladas ao alcançar 700 quilómetros de altitude cerca de 16 minutos depois de descolar.

Cerca de 30 empresas sul-coreanas participaram no desenvolvimento do Nuri, que demorou uma década a ser desenvolvido e custou dois triliões de won. Com seis motores de combustível líquido, pesa 200 toneladas e tem 47,2 metros de comprimento.

A Coreia do Sul é a 12.ª maior economia do mundo e um dos países mais avançados tecnologicamente, com o maior fabricante mundial de smartphones e chips Samsung Electronics.

O país ficou para trás na corrida à conquista do espaço, que a União Soviética liderou com o lançamento do primeiro satélite em 1957, seguido de perto pelos Estados Unidos.

Ásia, China, Japão e Índia desenvolveram programas espaciais avançados, e a Coreia do Norte é o mais recente participante no clube de países capazes de lançar um satélite.

Os primeiros dois lançamentos da Coreia do Sul, em 2009 e 2010, com tecnologia russa, foram um fracasso. O segundo foguetão explodiu após dois minutos de voo, com Seul e Moscovo a culparem-se mutuamente. Em 2013, o terceiro lançamento foi um êxito.

O negócio do lançamento de satélites está cada vez mais nas mãos de empresas privadas, como a SpaceX de Elon Musk, cujos clientes incluem a agência espacial norte-americana NASA e as forças armadas sul-coreanas. A Coreia do Sul pretende aterrar uma sonda na Lua até 2030.

21 Out 2021

Acções da construtora chinesa Evergrande afundam após voltarem a ser negociadas

As acções da construtora chinesa Evergrande tombaram hoje, com a retomada da negociação na Bolsa de Valores de Hong Kong, depois de a empresa ter revelado que o plano para vender a sua divisão de serviços imobiliários falhou.

As ações da Evergrande caíram até 13,6%, após o fim da suspensão de duas semanas, enquanto as ações da afiliada Evergrande Property Services, que também foram congeladas durante o mesmo período, caíram até 10,2%. As ações da Evergrande New Energy Vehicle, a subsidiária de veículos elétricos que negociou em Hong Kong sem interrupção nas últimas semanas, caíram até 14%.

A construtora de imobiliário mais endividada do mundo interrompeu a negociação das suas ações e da sua unidade de serviços imobiliários em 04 de outubro. A Evergrande Property Services informou na altura, que esperava uma “possível oferta” pelas suas acções.

Durante a suspensão, a Evergrande não comentou as perspectivas da transação, nem sobre cinco pagamentos de juros sob títulos de dívida emitidos em dólares, que falhou. No total, aquele valor ascende a 275 milhões de dólares.

A queda ocorre pouco depois de a empresa anunciar que não conseguiu vender 50,1% do capital de uma das suas subsidiárias a outra imobiliária chinesa, a Hopson. O negócio podia ter rendido 2,2 mil milhões de euros à Evergrande.

O preço das ações da Evergrande caiu mais de 80%, este ano, representando uma perda superior a 190 mil milhões dólares, em capitalização de mercado. A Evergrande disse que o negócio foi interrompido porque “tinha motivos para acreditar” que o comprador “não cumpriu o pré-requisito” para fazer a oferta.

A Hopson referiu em comunicado que estava “preparada para concluir a venda”, mas que não quis pagar diretamente pelas ações, até que as obrigações entre esta última e a Evergrande fossem liquidadas.

A construtora chinesa, que enfrenta passivos de quase 260 mil milhões de euros tem lutado para lidar com uma crise de liquidez que gerou preocupações sobre a saúde do setor imobiliário da China.

21 Out 2021

China quer reduzir preço do carvão num período de escassez de energia

O Governo chinês está a ponderar intervir para reduzir o preço do carvão, cujo aumento está a contribuir para cortes no fornecimento de energia no país e a abrandar a recuperação da segunda maior economia do mundo.

O forte aumento no custo das matérias-primas, em particular do carvão, do qual a China depende para abastecer fábricas, levou já ao racionamento de eletricidade e elevou os custos de produção para as empresas.

Para aliviar a pressão, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR) chinesa, órgão máximo de planeamento económico do país, admitiu a possibilidade de intervir para reduzir os preços do carvão.

“O atual aumento dos preços desvia-se completamente dos fundamentos da oferta e procura”, apontou, em comunicado. A agência “vai usar todos os meios necessários […] para trazer os preços do carvão de volta a uma faixa razoável”, garantiu.

A mesma fonte não especificou quais as medidas que podem ser adoptadas. O carvão, fonte de energia particularmente poluente, fornece cerca de 60% da produção de eletricidade na China.

Nas últimas semanas, o país enfrentou cortes de energia que interromperam a produção industrial em importantes províncias do país.

A CNDR também pediu que as minas de carvão aumentem a produção diária para um mínimo de 12 milhões de toneladas. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu que o país vai começar a reduzir as emissões antes de 2030.

Para aliviar a escassez de energia, o Governo chinês autorizou, na semana passada, um aumento excecional dos preços da eletricidade, para permitir que os produtores possam enfrentar a subida nos custos.

Na China, os preços da eletricidade são regulados e não podem oscilar mais ou menos de 10% em relação ao valor padrão. O limite foi aumentado para 20% para as empresas, mas não há limite para setores intensivos em energia, como a produção de aço.

20 Out 2021

Preços das casas novas caem pela primeira vez na China desde 2015

Os preços das casas novas na China registaram, em setembro, a primeira queda intermensal desde abril de 2015, segundo dados oficiais divulgados hoje, numa altura em que várias construtoras chinesas enfrentam problemas de liquidez.

Dados do Gabinete Nacional de Estatísticas revelaram que os preços das casas novas caíram em mais de metade das 70 cidades pesquisadas, em comparação com agosto.

A análise feita pelo banco de investimento Goldman Sachs apurou um declínio de 0,5% nos preços, após incluir ajustes sazonais.

Os dados vão aumentar a pressão sobre a liderança chinesa, que está a tentar regular o vasto setor imobiliário do país, mas enfrenta inadimplências crescentes e atividade mais lenta, num setor que tem sido crucial para o crescimento económico nos últimos anos.

Os preços das casas novas subiram 3,8%, em termos homólogos, mas a queda mensal segue a divulgação de dados dececionantes relativos ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no terceiro trimestre.

Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim visando reduzir a alavancagem no setor.

As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo.

A campanha resultou já numa crise de liquidez na construtora Evergrande, que falhou o pagamento de vários títulos de dívida emitidos além-fronteiras.

Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, a queda deve-se também ao excesso de imóveis no inventário das imobiliárias, o que obrigou a baixar os preços.

O jornal cita o diretor da consultora E-House China, Yan Yuejin, que garantiu que o mercado imobiliário chinês passou de uma situação de “superaquecimento” para “superarrefecimento”.

As reformas no setor fazem parte de uma série de medidas ambiciosas do Presidente chinês, Xi Jinping, à medida que se aproxima do final do segundo mandato, e que se alarga aos setores tecnologia e ensino.

Além de restringir o crédito, o Governo introduziu este ano limites aos empréstimos hipotecários e pode, em breve, iniciar um imposto sobre a propriedade, para conter a especulação.

“No primeiro semestre deste ano, muitas pessoas acreditavam que as restrições imobiliárias seriam temporárias”, notou Ting Lu, economista-chefe do grupo financeiro Nomura para a China.

“À medida que o Governo chinês revelou cada vez mais determinação nas restrições impostas ao imobiliário, as expectativas das famílias chinesas em relação aos preços das casas mudaram”, descreveu.

“Eles podem ter deixado de acreditar que o preço das suas casas vai aumentar para sempre”, acrescentou. “Isso é muito, muito importante”.

20 Out 2021

Guerra entre Taiwan e China em 2022 é improvável, diz chefe de segurança taiwanês

As hipóteses de uma guerra entre a China continental e Taiwan em 2022 são “muito baixas”, defendeu hoje o diretor geral do Gabinete Nacional de Segurança taiwanês, Chen Ming-Tong, segundo a agência de notícias da ilha CNA.

Embora “haja vários eventos aos quais é preciso estar atento”, Chen previu que “não haverá problemas” durante o resto do mandato da Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que decorre até 2024.

Como exemplo de “eventos inesperados” que podem surgir em qualquer momento, Chen mencionou a pandemia de covid-19.

Além disso, aproveitou a ocasião para acusar o Presidente chinês, Xi Jinping, de tomar um rumo cada vez mais “autoritário e totalitário” e de pôr em perigo a “liberdade e a democracia”.

As incursões de aviões chineses da Zona de Identificação de Defesa Aérea taiwanesa no início de outubro fizeram com que as relações entre Taipé e Pequim atravessassem o “seu pior momento em quatro décadas”, de acordo com o ministro da Defesa da ilha, Chiu Kuo-cheng.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

Os Presidentes da China e Taiwan, Xi Jinping e Tsai Ing-wen, reiteraram este mês as posições opostas sobre a ambição de Pequim de “reunificar” a República Popular com a ilha, que considera uma província rebelde.

Xi Jinping que, ao contrário de outras ocasiões insistiu numa “reunificação pacífica”, disse que aqueles que “traem a pátria e procuram dividir o país serão desprezados pelo povo e condenados pela história”.

Por seu lado, Tsai rejeitou a ideia e afirmou que Pequim “não oferece, nem um estilo de vida livre e democrático para Taiwan, nem soberania para os seus 23 milhões de habitantes”.

20 Out 2021

NATO | Organização quer mudanças para lidar com ascensão da China

O secretário-geral da NATO disse numa entrevista ao jornal Financial Times que lidar com a “ameaça à segurança” que acarreta a ascensão da China vai ser parte importante do futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Numa entrevista ontem publicada, Jens Stoltenberg referiu que a ascensão do país asiático já está a ter impacto na segurança europeia, face às suas capacidades cibernéticas, novas tecnologias e mísseis de longo alcance.

Como defender os aliados dessas ameaças vai ser abordado de forma “integral” na nova doutrina da aliança para a próxima década, apontou.

“A NATO é uma aliança da América do Norte com a Europa. Mas esta região enfrenta desafios globais: terrorismo, cibersegurança, mas também a ascensão da China. Portanto, quando se trata de fortalecer a nossa defesa colectiva, trata-se também de como lidar com a ascensão da China”, disse Stoltenberg, citado pelo Financial Times.

A NATO vai adoptar o seu novo conceito estratégico numa cimeira marcada para o Verão de 2022, que delineará o propósito da aliança para os próximos 10 anos. A versão actual, adoptada em 2010, não contém qualquer referência à China.

19 Out 2021

Crescimento da China abranda no terceiro trimestre com crises na construção e na energia

O ritmo de crescimento da economia chinesa abrandou, no terceiro trimestre, com a crise na construção e as restrições oficiais sobre o uso de energia pelas fábricas a pesarem na recuperação do país, foi hoje anunciado.

A segunda maior economia do mundo cresceu 4,9%, em relação ao mesmo período do ano anterior, nos três meses entre junho e setembro, quando no trimestre anterior tinha registado uma subida de 7,9%, de acordo com os dados do Governo chinês.

A produção nas fábricas, as vendas no retalho e o investimento na construção e em outros ativos fixos enfraqueceram.

O crescimento enfrenta pressão devido a uma vasta campanha reguladora, à medida que Pequim tenta tornar a economia chinesa energeticamente mais eficiente e reduzir o galopante aumento da dívida, pública e privada, para evitar problemas financeiros.

O setor manufatureiro foi prejudicado pela escassez de ‘chips’ de processador e outros componentes, devido à pandemia da covid-19.

Na comparação com o trimestre anterior, a produção no período entre julho e setembro praticamente estagnou, expandindo-se apenas 0,2%.

Este valor foi inferior ao registado no período entre abril e junho, de 1,2%, um dos mais fracos dos últimos dez anos.

“O crescimento vai desacelerar ainda mais”, disse Louis Kuijs, da consultora Oxford Economics, num relatório.

O analista argumentou que os “números de crescimento fracos” devem levar Pequim, nos próximos meses, a aliviar o controlo sobre o crédito e a impulsionar a atividade económica, incentivando a construção de infraestruturas.

A construção, que sustenta milhões de empregos na China, desacelerou, desde que os reguladores aumentaram o controlo, no ano passado, sobre o endividamento das empresas.

Uma das maiores construtoras, a Evergrande Group, está a lutar para cumprir o pagamento de juros sobre títulos de dívida que ascendem a milhares de milhões de dólares.

Isto alimentou receios de que o colapso da empresa se possa alastrar a outras construtoras, embora economistas tenham afirmado que a ameaça para os mercados financeiros globais é pequena.

O setor manufatureiro foi prejudicado pela redução no fornecimento de energia, imposto por algumas províncias, para evitar exceder as metas oficiais de eficiência energética.

A produção nas fábricas abrandou, em setembro, ao expandir apenas 0,05%, em comparação com o mês anterior.

Isto ficou abaixo do crescimento de 7,3% nos primeiros nove meses do ano.

Os analistas do setor privado reduziram as perspetivas de crescimento da economia chinesa, para este ano, embora ainda esperem um aumento de cerca de 8%, o que estaria entre os mais fortes do mundo.

A meta oficial do Partido Comunista Chinês é “acima de 6%”, o que deixa espaço para Pequim manter a campanha reguladora.

“A perspetiva de curto prazo para a economia da China, no quarto trimestre, continua a ser difícil, devido ao impacto da contínua escassez de energia no inverno e à desaceleração contínua no setor imobiliário”, disse Rajiv Biswas, da consultora IHS Market, num relatório.

“O setor imobiliário continua a ser atingido por incertezas, relacionadas com problemas de dívida da Evergrande e temores de contágio noutras empresas de imobiliário”.

Os números deste ano são exagerados pela comparação base com 2020, quando fábricas e retalhistas foram fechados, devido às medidas de confinamento.

No primeiro trimestre de 2021, a economia chinesa cresceu um recorde de 18,3%. Em setembro, o crescimento das vendas do retalho abrandou 4,4%, em relação ao ano anterior.

Os investimentos em imóveis, fábricas, habitação e outros ativos fixos aumentaram 0,17, em setembro, depois de terem aumentado 7,3%, nos primeiros nove meses.

As vendas de automóveis caíram 16,5%, em setembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa. O grupo afirmou que a produção foi interrompida pela falta de ‘chips’ de processador.

As importações, um indicador da procura interna chinesa, aumentaram 17,6%, em setembro, em relação ao ano anterior, mas isso representou apenas metade do crescimento de 33% registado no mês anterior.

18 Out 2021

Evergrande | Banco Central diz que riscos são “administráveis”

O banco central da China considerou “administráveis” os riscos que a dívida da construtora Evergrande acarreta para o sistema financeiro chinês, numa altura em que o conglomerado ameaça entrar em incumprimento.

A maior imobiliária da China soma quase 260 mil milhões de euros em dívidas, valor superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal.

A queda da construtora pode ter um efeito dominó no resto da economia: o imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, pelo que uma crise sistémica no sector poderia ter fortes repercussões.

A Evergrande “tem sido muito mal administrada”, observou um alto quadro do Banco Popular da China, Zou Lan, citado pela imprensa local. O grupo luta há várias semanas para honrar o pagamento de juros e entregar apartamentos aos seus clientes. “No geral, o risco de contágio para o sistema financeiro é administrável”, disse Zou.

As autoridades “instaram a Evergrande a aumentar esforços para se desfazer de activos e acelerar a retomada das obras”, acrescentou.

Vários fornecedores subcontratados pela empresa reclamaram que não estão a ser pagos e alguns levaram os seus casos a tribunal.

Além do sector imobiliário, a empresa investiu nos sectores turismo, tecnologia digital, seguros, saúde e até veículos eléctricos. Fundada em 2019, a construtora automóvel Evergrande Auto tinha como ambição revolucionar o sector e competir com a norte-americana Tesla. Zou considerou agora que a empresa diversificou “às cegas”.

18 Out 2021

China testou míssil supersónico em órbita, escreve Financial Times

A China testou em órbita, em agosto, um míssil hipersónico com capacidade nuclear, noticiou o Financial Times, citando várias fontes com conhecimento da realização deste teste.

De acordo com as fontes citadas pelo jornal, na edição de sábado, o míssil circulou a terra em órbita baixa antes de descer em direção a um alvo, que falhou. Três das fontes disseram ao jornal que o planador hipersónico foi lançado por um foguete “Long Marche”, tendo o teste sido mantido em segredo.

O progresso da China em armas hipersónicas surpreendeu os serviços secretos dos EUA, segundo o artigo. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, não comentou os detalhes do artigo, mas mostrou preocupação.

“Exprimimos claramente as nossas preocupações sobre o desenvolvimento militar que a China continua a prosseguir, que aumenta as tensões na região e arredores. Esta é uma das razões pelas quais consideramos a China como o nosso desafio número um”, disse.

Além de Pequim, também os Estados Unidos, a Rússia e pelo menos cinco outros países estão a trabalhar em tecnologia hipersónica.

Os mísseis hipersónicos conseguem voar ultrapassando mais de cinco vezes a velocidade do som, tal como os tradicionais mísseis balísticos que podem transportar armas nucleares.

Enquanto os mísseis balísticos voam alto no espaço, fazendo um arco para atingir o seu alvo, um míssil hipersónico faz uma trajetória baixa na atmosfera, podendo atingir o seu alvo mais rapidamente.

Por outro lado, um míssil hipersónico é manobrável, dificultando um contra-ataque para o derrubar.

O teste agora relatado ocorre no momento em que as tensões entre os EUA e a China aumentaram e Pequim intensificou as atividades militares perto de Taiwan, a democracia autónoma alinhada a Washington que a China vê como uma província à espera da reunificação.

17 Out 2021

Diplomacia | Xi espera que UE assegure “independência” na relação com Pequim

O Presidente da China, Xi Jinping, disse ontem à chanceler cessante da Alemanha, Angela Merkel, desejar que a União Europeia (UE) “mantenha a sua independência”, nas relações com o país asiático, durante uma conversa por telefone.

“Espero que a UE mantenha a sua independência, proteja os seus próprios interesses e a unidade da comunidade internacional, e trabalhe com a China e outros países para resolver conjuntamente os problemas da paz e desenvolvimento”, frisou Xi, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

A mensagem é transmitida numa altura em que os Estados Unidos tentam reaproximar-se dos aliados tradicionais, como a UE, depois de as relações entre Washington e grande parte do mundo terem sido abaladas pela política isolacionista do anterior líder norte-americano Donald Trump (2017 -2021).

Xi disse ainda que a “aspiração comum da China e da UE é a procura pela paz e o desenvolvimento” e que ambas as partes “estão comprometidas em manter o multilateralismo”, enquanto “apoiam a liberalização do comércio e do investimento”.

Amiga Merkel

No entanto, fontes diplomáticas e empresariais da Europa a operar na China têm denunciado repetidamente a desigualdade que as suas empresas enfrentam ao entrar e competir no mercado chinês.

Sobre as relações com a Alemanha, o Presidente chinês elogiou a forma como Merkel se relacionou com a China, durante os 16 anos que liderou a Alemanha.

“China e Alemanha colocaram em jogo a complementaridade económica dos dois países”, lê-se no comunicado, que aponta que ambos beneficiaram da relação. “Isto mostra como uma relação de tudo ou nada pode ser completamente evitada”, concluiu.

A Alemanha é um dos membros da UE que mais aposta nas relações com a China, país no qual algumas das suas grandes empresas – especialmente do sector automóvel, como a Volkswagen ou a Mercedes – têm importantes interesses económicos.

15 Out 2021

Evergrande volta a falhar pagamento de juros sobre títulos de dívida

Detentores de dívida da construtora chinesa Evergrande disseram hoje não ter recebido o pagamento de juros sobre três títulos emitidos em dólares, numa altura em que a dívida corporativa chinesa negoceia aos preços mais altos numa década.

A construtora mais endividada do mundo deveria ter feito o pagamento de juros, num valor total de 148 milhões de dólares, até ao meio-dia de terça-feira em Hong Kong.

Os investidores disseram não terem recebido o dinheiro, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto, citadas pelo jornal Financial Times. Os títulos foram negociados pela última vez entre 21 e 22 cêntimos por cada dólar.

No mês passado, a Evergrande falhou um pagamento crucial de 83,5 milhões de dólares de juros, sobre um título que vence no próximo ano. A falha desencadeou um período de carência de 30 dias, antes de a empresa entrar formalmente em incumprimento. A empresa já perdeu pelo menos cinco pagamentos de juros de títulos.

A crise de liquidez da Evergrande suscitou dúvidas sobre a saúde financeira do setor imobiliário chinês, à medida que as vendas diminuem e Pequim pressiona as construtoras a reduzirem os níveis de dívida.

O mercado de títulos de dívida com altas taxas de juros da Ásia, no qual as construtoras chinesas estão entre os maiores emissores, após décadas de rápida urbanização no país, foi agitado por vendas em pânico, nos últimos dias, que empurrou as taxas para os valores mais altos numa década.

A Sinic Holdings, outra construtora chinesa, disse na noite de segunda-feira que “provavelmente” vai entrar em incumprimento, porque “não tem recursos financeiros” suficientes.

As obrigações estão a ser negociados a cerca de 25 cêntimos por cada dólar.

A construtora Fantasia, que foi fundada por uma sobrinha do ex-vice-presidente chinês Zeng Qinghong, falhou também o pagamento de juros sobre um título de 206 milhões de dólares.

O sentimento em relação aos títulos da Evergrande piorou consideravelmente em julho, após uma série de incidentes que incluíram o congelamento dos seus depósitos num banco chinês e a suspensão da venda de alguns projetos.

A venda de novas casas e terrenos no setor imobiliário da China representa cerca de um quarto da economia do país.

12 Out 2021

Ciclone “Kompasu” deixa nove mortos e 11 desaparecidos nas Filipinas

Pelo menos nove pessoas morreram e 11 foram dadas como desaparecidas nas Filipinas, após a passagem do ciclone tropical severo Kompasu, que provocou inundações e aluimentos de terra, anunciaram hoje as autoridades. As fortes chuvas provocadas pela tempestade tropical fustigaram a ilha mais populosa do arquipélago, Luzon.

Quatro pessoas morreram em aluimentos de terras na província montanhosa de Benguet e uma pessoa afogou-se na província costeira de Cagayan, disse a agência de gestão de catástrofes filipina. Sete pessoas foram dadas como desaparecidas na ilha de Luzon.

“Onze municípios foram inundados mas a situação acalmou esta manhã”, disse Rogelio Sending, responsável pelas comunicações para a província de Cagayan, à agência France-Presse (AFP).

As principais estradas e pontes ainda estão inundadas, acrescentou, embora as águas tenham começado a regredir.

A tempestade tropical provocou uma inundação repentina numa aldeia na província de Palawan, uma ilha no sudoeste do arquipélago, fazendo quatro mortos. Quatro pessoas estão desaparecidas nesta ilha.

Todos os anos, cerca de 20 tempestades atingem as Filipinas, um arquipélago composto por mais de 7.600 ilhas, devastando culturas e infra-estruturas, o que contribui para manter milhões de pessoas em situação de pobreza.

12 Out 2021

Charles Michel e Xi Jinping realizam videoconferência esta semana

O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vão ter uma conversa por telefone na sexta-feira, avançou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

A teleconferência, que decorre por volta das 10:30 no horário de Bruxelas, será a primeira ocasião em que os dois líderes falam diretamente, desde o final do ano passado.

Xi falou em várias ocasiões com líderes de países europeus, como a chanceler cessante da Alemanha, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Fontes citadas pelo South China Morning Post asseguram que a China estava relutante em retomar as negociações oficiais, após a deterioração nas relações entre Pequim e a União Europeia, mas que um “esforço coletivo” foi realizado em Bruxelas para consertar os laços.

Em março, a UE impôs as suas primeiras sanções ao país asiático – especificamente a quatro altos funcionários e uma entidade – desde o massacre da Praça de Tiananmen, em 1989, como resultado das “graves violações dos direitos humanos” contra minorias de origem muçulmana na região de Xinjiang, no noroeste da China.

Pequim respondeu com medidas semelhantes contra eurodeputados, políticos, investigadores e entidades europeias que criticam o país asiático.

O Parlamento Europeu congelou em maio o processo de ratificação do acordo de investimento alcançado entre a UE e a China, em dezembro do ano passado, após sete anos de negociações, com uma resolução aprovada por ampla maioria.

12 Out 2021

Economia | Clube de negócios luso-chinês inaugura sede em Cantão

Um grupo de empresários portugueses e chineses inaugurou ontem um clube de negócios em Cantão, visando impulsionar o comércio e o investimento, numa altura em que as viagens para aquele país estão praticamente suspensas.

“Fazemos tudo o que faz uma câmara de comércio e mais o que eles não fazem”, explicou à agência Lusa Dário Silva, empresário natural do Porto, radicado na China há mais de dez anos, e um dos fundadores do clube de negócios, designado PorCham.

O projecto conta com 50 associados, que representam um total de volume de negócios de 2,5 mil milhões de euros, maioritariamente empresas chinesas com interesses em Portugal, segundo a mesma fonte.

“O objectivo da PorCham é transformar-se na primeira Câmara de Comércio China–Portugal com sede na China, o que não existe e nunca existiu”, explicou Dário Silva.

“Há já alguns projectos de investimento em estudo que passam pela criação de dois fundos de investimento, um vocacionado para o sector imobiliário e outro para o sector empresarial e industrial, bem como dois possíveis investimentos industriais, um no sector da saúde e outro no sector dos compósitos”, revelou.

O clube vai também servir para fazer “mediação” de negócios e representar produtos portugueses em feiras comerciais na China, numa altura em que as entradas no país são restringidas pelas medidas de prevenção contra a covid-19. A emissão de autorizações de residência ou vistos de negócios foi reduzida durante o período da pandemia.

“Muitos [dos empresários] não podem vir, mas já houve casos em que os empresários enviam o produto e nós representamos”, disse Dário Silva.

11 Out 2021

Alimentação | Pequim tenta reduzir desperdício face a clima extremo

O clima extremo que afecta importantes regiões agrícolas da China constitui um desafio para a segurança alimentar do país mais populoso do mundo, apontam especialistas, numa altura em que Pequim tenta reduzir o desperdício alimentar

[dropcap]O[/dropcap]s efeitos das alterações climáticas na agricultura levaram à acção das autoridades, em particular no combate ao desperdício alimentar.

“Certamente tem impacto na produção e armazenamento de grãos”, explicou à agência Lusa Cao Yang, alto quadro das reservas de grãos da China. “O futuro das alterações climáticas é muito imprevisível e, por isso, devemos atribuir-lhe grande importância. É um teste para todo o mundo”, realçou o também professor da Universidade de Agricultura e Silvicultura da Universidade de Zhejiang, no leste da China.

Níveis recorde de precipitação registados este Verão em Henan, província líder na produção agrícola da China, causaram mais de 300 mortos e obrigaram à retirada de 1,5 milhão de pessoas.

As perdas económicas directas ascenderam a 14.269 milhões de yuans. Fenómenos semelhantes ocorreram na Alemanha e Bélgica no mesmo período.

O país asiático alimenta quase 19 por cento da população mundial com apenas 8,5 por cento das terras aráveis do mundo. Em comparação, o Brasil, por exemplo, tem quase 7 por cento das terras aráveis para 2,7 por cento da população mundial.

Estes números tornam a segurança alimentar ou a gestão das reservas de grãos ou proteína animal em questões de alto interesse para Pequim, explicou Li Peiwu, o director do laboratório nacional da China para experiências agrícolas, à agência Lusa.

“Esta tem sido uma questão para a China desde os tempos antigos”, apontou. “O Governo chinês sempre atribuiu grande importância à segurança alimentar. O secretário-geral [do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping], costuma dizer que os chineses devem segurar firmemente as tigelas de arroz com as suas próprias mãos”, descreveu.

Encher a barriga

Este ano, o país asiático promulgou uma ampla lei, destinada a reduzir o desperdício de alimentos.

Ao comer fora, os anfitriões chineses tradicionalmente pedem comida em excesso, como forma de demonstrar hospitalidade aos convidados, mas os restaurantes podem agora cobrar uma taxa extra aos clientes que desperdiçam grande quantidade de comida. Os estabelecimentos que encorajam pedidos excessivos recebem, primeiro, um aviso e, de seguida, uma multa de até 10.000 yuans por reincidência.

Segundo estimativas oficiais, a restauração é responsável pelo desperdício de cerca de 18 milhões de toneladas de alimentos por ano no país asiático, o suficiente para alimentar até 50 milhões de pessoas, de acordo com a Academia de Ciências Sociais da China.

Mas o retalho representa apenas metade do problema. Uma quantidade equivalente é desperdiçada durante a fase de produção, ou colheita, fixando o total das perdas em cerca de 35 milhões de toneladas.

“Para reduzir as perdas de grãos, devemos contar com o progresso científico e tecnológico (…) no processo produtivo, através da semeadura de precisão, melhoria do nível de mecanização da colheita, e aplicação de conceitos de agricultura inteligente e aprimoramento da capacidade e funcionalidade das instalações de armazenamento”, explicou Li Peiwu.

A campanha contra o desperdício atingiu também figuras que se tornaram célebres nas redes sociais pelos seus vídeos a devorar grandes quantidades de comida.

11 Out 2021

Suíça | Pequim classifica como “construtivo” encontro com EUA

A reunião entre altos cargos das duas nações em território neutro pôs alguma água na fervura e fez descer as tensões acumuladas nos últimos tempos. Um encontro virtual entre Joe Biden e Xi Jinping, até ao fim deste ano, continua a ser uma carta em cima da mesa

[dropcap]A[/dropcap] China descreveu ontem como “construtivo” o encontro entre o conselheiro de Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e o chefe da diplomacia chinesa, Yang Jiechi, na cidade suíça de Zurique.

“A reunião foi construtiva e propícia para melhorar o entendimento”, apontou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em comunicado.

“Foi acordado fortalecer a comunicação, lidar adequadamente com as diferenças, evitar conflitos e trabalhar para que as relações bilaterais retornem ao caminho certo”, lê-se na mesma nota.

A relação entre as duas maiores economias do mundo deteriorou-se, nos últimos anos, abalada por atritos no comércio, tecnologia, Direitos Humanos ou segurança.

O comunicado chinês não refere se o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, realizarão um encontro virtual, antes do final deste ano, conforme afirmou na quarta-feira o alto funcionário dos EUA.

A mesma fonte sublinhou que Washington deseja “estabilidade”, para “poder competir de forma intensa, mas responsável”, embora Pequim tenha salientado ontem que se opõe ao uso da palavra “competição”, para definir as relações entre os dois países.

Yang disse que a China quer uma “coexistência pacífica”, enquanto Sullivan enfatizou que os EUA vão “continuar a investir na sua própria força nacional” e a “trabalhar com os seus aliados e parceiros”, de acordo com o comunicado da Casa Branca.

Caminho do respeito

Segundo o comunicado chinês, Yang disse ao seu interlocutor que espera que os EUA adoptem “políticas racionais e pragmáticas” e não usem “questões de soberania e segurança” para “interferirem” nos assuntos internos da China.

O comunicado chinês também refere que os Estados Unidos “aderiram” ao acordo, segundo o qual Washington reconhece Pequim como o único Governo de toda a China.

Taiwan é um dos principais motivos de conflito entre as duas potências, especialmente porque Washington é o principal fornecedor de armas da ilha e seria o seu maior aliado militar, caso a China tente a reunificação através da força.

Ambas as partes concordaram que a conversa ocorreu num tom “respeitoso”, em contraste com a cimeira de Março, na qual os representantes de ambas as potências protagonizaram uma acesa troca de acusações.

10 Out 2021

Diplomacia | EUA e China concordam respeitar acordo sobre Taiwan

Joe Biden e Xi Jinping falaram por telefone e concordaram em respeitar o acordo entre os dois países, datado de 1979, que reconhece Pequim como o único Governo chinês de Taiwan

[dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos disse ter falado com o homólogo chinês sobre Taiwan e que tinham concordado em respeitar o ‘status quo’, quando as tensões entre Pequim e Taipé estão a aumentar.

“Falei com Xi [Jinping] sobre Taiwan. Concordámos… em cumprir o acordo sobre Taiwan. Deixámos claro que não creio que [ele] deva fazer outra coisa que não seja cumprir o acordo”, disse Joe Biden aos jornalistas, na terça-feira, em Washington, de acordo com a agência de notícias EFE.

Biden parecia referir-se ao ‘status quo’ entre os EUA e a China, no qual Washington reconhece, desde 1979, Pequim como o único Governo chinês, com o entendimento de que Taiwan terá um futuro pacífico.

Esta política é conhecida como “uma só China” e foi adoptada pelo antigo Presidente Jimmy Carter.

Ao abrigo desta política, os Estados Unidos garantem apoio político e militar a Taiwan, mas não prometem explicitamente defender a ilha de um ataque da China, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP).

A chamada entre Biden e Xi surgiu depois de Taiwan ter afirmado que as relações com Pequim atravessam “o pior momento em 40 anos” e denunciado que 150 caças chineses entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) da ilha, nos últimos dias.

O ministro da Defesa taiwanês, Chiu Kuo-cheng, afirmou que a China será “capaz de encenar uma invasão em grande escala” da ilha até 2025.

Franceses na ilha

Taiwan recebe também desde ontem uma delegação de quatro senadores franceses chefiada pelo antigo ministro francês da Defesa Alain Richard, apesar dos fortes protestos da embaixada de Pequim em Paris.

A delegação francesa tem, entre outros encontros, uma reunião marcada com a chefe de Estado de Taiwan, Tsai Ing-wen.

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros já rejeitou os protestos da República Popular da China afirmando que os senadores são livres de se deslocarem para onde entenderem.

Taiwan já felicitou a delegação francesa por ter resistido às pressões de Pequim.

“Saúdo com sinceridade e dou as boas vindas a Taiwan à delegação francesa chefiada pelo senador Alain Richard. Estou ansiosa por me encontrar com vocês e de trabalharmos juntos no sentido de reforçar as ligações entre Taiwan e a França”, disse Tsai Ing-wen através de uma mensagem que foi divulgada através da rede social Twitter.

“Os senadores efectuam esta visita apesar das ameaças do embaixador da República Popular da China em França, mostrando um empenhamento indefetível em relação ao espírito da liberdade e da democracia”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan em comunicado publicado na terça-feira.

A embaixada da República Popular da China avisou ontem, no portal oficial da embaixada em Paris, que esta visita pode afectar “a imagem de França”, os interesses de Pequim e as relações sino-francesas.

Em Fevereiro, o embaixador chinês em Paris enviou uma carta ao antigo ministro francês da Defesa, Alain Richard, declarando que a visita é “uma violação clara do princípio de uma só China” e que a deslocação “iria transmitir um mau sinal às forças independentistas de Taiwan”.

Membro da maioria presidencial, Alain Richard preside o Grupo de Informação entre o Senado de Paris e Taiwan e já visitou Taipé em 2015 e em 2018.

Richard recusa estar a pôr em causa o princípio de “uma só China”.

 

7 Out 2021

Taiwan | 56 caças chineses entram na Zona de Identificação da Defesa Aérea

A China volta a fazer uma demonstração de força em resposta às declarações dos Estados Unidos e ao reforço da cooperação militar entre o país norte-americano e a ilha

Um total de 56 caças chineses entraram na segunda-feira à noite na Zona de Identificação da Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, informou o Ministério da Defesa da ilha num comunicado.

Segundo o Ministério da Defesa, duas incursões separadas na parte sudoeste da ADIZ envolveram caças J-16, J-11 e Su-30, bombardeiros H-6, aviões de radar KJ-500 e aviões de reconhecimento Y-8.

A força aérea da ilha emitiu avisos de rádio e mobilizou unidades até que as aeronaves chinesas deixassem a ADIZ de Taiwan, que não está definida ou regulamentada por nenhum tratado internacional e não é equivalente ao seu espaço aéreo, mas abrange uma área maior que inclui áreas da China continental.

Os 56 aviões são um número recorde para as cada vez mais frequentes incursões de aviões chineses na ADIZ de Taiwan, e seguem duas outras incursões em 3 e 1 de Outubro.

Tal acontece um dia depois de os Estados Unidos terem instado a China a parar esta prática, que descreveu como “provocadora” e “desestabilizadora”.

Em resposta a Washington, a China afirmou na segunda-feira à noite que “os Estados Unidos deveriam deixar de apoiar as forças que são a favor da ‘independência de Taiwan’ e, em vez disso, tomar medidas concretas para manter a paz e a estabilidade no Estreito”.

“Os Estados Unidos fizeram mal ao vender armas a Taiwan e ao reforçar os laços oficiais e militares com a ilha, incluindo uma venda de armas planeada de 750 milhões de dólares a Taiwan, aterrando aviões militares norte-americanos em Taiwan e navegando em navios de guerra através do Estreito”, disse uma porta-voz chinesa.

“A China opõe-se firmemente a tudo isto e tomou medidas que considera necessárias”, acrescentou a porta-voz.

Segundo os peritos citados pelo jornal chinês Global Times, esta última incursão é “um forte aviso tanto aos secessionistas taiwaneses como às forças estrangeiras que os apoiam”.

Analistas taiwaneses disseram na segunda-feira que a China pretende “aumentar a pressão sobre Taiwan e mostrar o seu poder militar aos países vizinhos, bem como aos Estados Unidos e ao Reino Unido”.

Fricções antigas

O número de aviões militares chineses que entram na ADIZ de Taiwan aumentou nos últimos meses.

A 24 de Setembro, Taiwan informou que 24 caças chineses realizaram incursões semelhantes depois de a ilha se ter candidatado a aderir ao Acordo Global e Progressivo para a Parceria Trans-Pacífico (CPTPP), ao qual Pequim “categoricamente” se opõe.

Taiwan tem-se considerado um território soberano com o seu próprio governo e sistema político sob o nome da República da China desde o fim da guerra civil nacionalista-comunista em 1949, mas Pequim mantém que é uma província rebelde e insiste em regressar àquilo a que chama a pátria comum.

A ilha é também um importante ponto de discórdia entre a China e os Estados Unidos, especialmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de um conflito com a China.

Em 1979, depois de quebrar os laços diplomáticos com Taipé e de os estabelecer com Pequim, os Estados Unidos adoptaram o ‘Taiwan Relations Act’, no qual se comprometia com a defesa da ilha e o fornecimento de equipamento militar, um compromisso que gerou numerosas fricções entre as duas potências.

6 Out 2021

Pequim2022 | China testa instalações para os Jogos Olímpicos de Inverno

A quatro meses dos Jogos Olímpicos de Inverno, a decorrer em Pequim de 4 a 20 de Fevereiro de 2022, mais de 2.000 atletas e oficiais estrangeiros participarão esta semana numa série de eventos-teste, anunciou ontem a organização.

Integrado nesses vários eventos de teste a Pequim2022, o China Speed Skating Open decorrerá de sexta-feira a domingo, com a participação de atletas da Coreia do Sul e dos Países Baixos no National Speed Skating Stadium, apelidado de ‘fita branca’.

Para além do teste à pista de velocidade do National Stadium, que servirá igualmente para os atletas contactarem com esta nova estrutura, também serão realizados eventos nas modalidades de luge, bobsleigh, hóquei no gelo, esqui e snowboard.

Estas competições, que permitem aos organizadores aferir das condições das instalações e do seu correcto funcionamento, são tradicionalmente agendadas para decorrer um ano antes dos Jogos, mas a pandemia de covid-19 obrigou ao seu adiamento.

As medidas pandémicas, nomeadamente as restrições nas viagens, levaram ao cancelamento das etapas da Taça do Mundo de esqui alpino, cross-country, saltos e dos Mundiais de esqui livre e snowboard, que deveriam servir como eventos de teste.

Tal como nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, os participantes nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 serão testados ao novo coronavírus diariamente e obrigados a fornecer testes de triagem negativos ao entrar na China.

Na bolha

O Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou na semana passada que os espectadores de fora da China não poderão assistir ao evento.

Apenas os participantes totalmente vacinados, incluindo representantes dos órgãos de comunicação social e funcionários, estarão isentos de quarentena de 21 dias e poderão entrar na ‘bolha olímpica’, da qual não poderão sair durante os Jogos.

“Neste circuito fechado, todos os participantes do evento só podem deslocar-se entre os locais de competição e participar em actividades relacionadas com o seu trabalho, competição e treino. Outras actividades não são permitidas”, disse Huang Chun, gestor do controlo de epidemias do comité organizador de Pequim2022.

5 Out 2021

Hong Kong | Evergrande suspende comércio na bolsa

O gigante imobiliário da China Evergrande suspendeu ontem o comércio na bolsa de Hong Kong, sem explicar quais os motivos desta decisão. O preço das acções da empresa caiu cerca de 80 por cento desde o início do ano. Estrangulado por uma dívida de 260 mil milhões de euros, o grupo privado tem vindo a lutar há várias semanas para cumprir os pagamentos.

“A negociação das acções do Grupo Evergrande na China será interrompida”, disse a empresa à bolsa de valores. “Como resultado, o comércio de todos os produtos estruturados relacionados com a empresa será interrompido ao mesmo tempo”.

O colosso chinês permanece à beira do colapso e a sua potencial falência pode abalar o sector imobiliário chinês e mesmo a economia nacional e global.

As acções da sua subsidiária de veículos eléctricos, que na semana passada se afastaram de uma proposta de cotação em Xangai, não foram suspensas, embora tenham caído 6 por cento no início da negociação. Evergrande já começou a desinvestir alguns bens. Na semana passada, o grupo anunciou que iria vender uma participação de 1,5 mil milhões de dólares (num banco regional para angariar o capital necessário. Confrontado com o risco de agitação social se o Evergrande falhar, o Governo chinês ainda não indicou se irá intervir para ajudar ou reestruturar o gigante imobiliário.

As autoridades pediram aos Governos locais para se prepararem para o potencial colapso de Evergrande, sugerindo que é improvável um grande salvamento estatal. O grupo admitiu que enfrenta “desafios sem precedentes” e advertiu que poderá não ser capaz de cumprir os seus compromissos.

5 Out 2021

China exibiu em Zhuhai novo armamento da Força Aérea

A China apresentou esta terça-feira o novo equipamento da Força Aérea, que inclui veículos aéreos não tripulados (“drones”) de vigilância ou ataque e aviões de guerra eletrónica, numa altura de crescentes tensões com os Estados Unidos.

A apresentação do armamento, durante a maior exibição aeroespacial da China, a “AirShow China”, que decorre em Zhuhai, cidade que faz fronteira com Macau, ocorre numa altura em que Pequim avança com o programa de modernização do exército, que espera concluir até 2035.

A China continua longe de ter o poderio militar dos Estados Unidos, que têm um orçamento de Defesa três vezes maior, mas está, aos poucos, a diminuir a lacuna, segundo observadores.

Um recente relatório produzido pelos serviços de informações norte-americanos expressou preocupação com a crescente influência de Pequim, que vê como a maior ameaça dos Estados Unidos.

Entre as principais novidades exibidas em Zhuhai está o drone WZ-7, com 14 metros de comprimento e destinado a missões de reconhecimento e patrulha marítima.

O país apresentou ainda o J-16D, um caça dedicado à “guerra eletrónica” – a deteção e destruição de transmissões de rádio e sistemas de comunicação.

Segundo especialistas citados pela imprensa chinesa, este avião pode atacar instalações de radar ou sistemas de deteção e comando aerotransportados.

Ambos os aparelhos estão já a ser utilizados pelo exército chinês e “desempenharão um papel importante no Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China”, afirmou o analista militar chinês Song Zhongping, citado pela agência France Presse.

As reivindicações territoriais da China nestes territórios são regularmente frustradas pela passagem de navios de guerra norte-americanos.

Outra máquina apresentada hoje foi um protótipo do versátil “drone” de reconhecimento e ataque CH-6. Com 15 metros de comprimento e uma envergadura de mais de 20 metros, o veículo aéreo não tripulado deve realizar voos de teste em 2023.

Os construtores do “drone” estimam que possa operar a grande altitude (10.000 metros) e em alta velocidade (500-700 quilómetros por hora), durante 20 horas.

O aparelho pode transportar radares, sistemas de reconhecimento, mísseis ou mesmo bombas ar – terra.

Estes novos veículos aéreos permitem que as forças armadas chinesas observem e conduzam ataques em locais antes inacessíveis.

Perante a relutância dos países ocidentais em vender “drones” mais avançados a países que não sejam os aliados mais próximos, a China também se posiciona como um “fornecedor alternativo”, a preços acessíveis, apontou Kelvin Wong, da empresa britânica Janes, especializada em assuntos de Defesa.

“Drones” chineses já são usados por vários exércitos estrangeiros, incluindo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

O caça J-16D demonstra uma “melhoria geral” nas capacidades de combate da China, segundo James Char, especialista da Universidade Tecnológica de Nanyang, de Singapura.

“Podemos falar de um avanço significativo, porque dá aos militares chineses uma vantagem em termos de guerra eletrónica aérea, contra alvos que têm capacidade de defesa aérea significativa”, descreveu.

De acordo com muitos especialistas, no entanto, a China ainda está atrás dos Estados Unidos, especialmente na qualidade dos motores dos seus aviões militares e no número de satélites de comunicação necessários para realizar operações.

Mas, mesmo que Pequim continue a ser incapaz de projetar verdadeiramente o seu poder para além do continente chinês, vai ter um sistema de defesa marítima e aérea capaz de conter uma potencial ofensiva norte-americana, descreveu Justin Bronk, analista da firma britânica Royal United Services Institute.

Além de fabricantes de equipamentos militares, a exposição de Zhuhai reúne os principais grupos da aviação civil chinesa e mundial, como as construtoras Boeing e Airbus.

Originalmente agendada para o final de 2020, a reunião, que se realiza a cada dois anos, foi adiada devido à pandemia.

29 Set 2021

Pugilista filipino Manny Pacquiao anuncia fim da carreira

O famoso pugilista filipino Manny Pacquiao anunciou hoje o fim da carreira após décadas no ringue, classificando a decisão como a “mais difícil” da sua vida.

“É-me difícil aceitar que a minha carreira no boxe tenha terminado”, disse Pacquiao, de 42 anos, numa mensagem de vídeo publicada na rede social Twitter. “Hoje anúncio a minha reforma”, acrescentou.

Esta declaração surge dez dias após o lendário pugilista, que se tornou um herói nacional, ter anunciado a candidatura às eleições presidenciais de maio de 2022 nas Filipinas.

Manny Pacquiao, que cresceu nas ruas antes de se tornar uma estrela internacional, afirmou ser candidato algumas semanas depois a sua última luta profissional, uma derrota a 22 de agosto em Las Vegas contra o cubano Yordenis Ugas.

O filipino começou a sua carreira profissional em janeiro de 1995 com uma bolsa de 1.000 pesos antes de acumular uma fortuna estimada em mais de 500 milhões de dólares.

O pugilista, casado e com cinco filhos, agradeceu aos milhões de fãs em todo o mundo e prestou uma homenagem especial ao treinador de longa data, Freddie Roach, dizendo que o considera um membro da “família, um irmão, um amigo”.

Manny Pacquiao entrou para a política em 2010, quando foi eleito deputado, antes de se tornar senador em 2016. Por vezes, suscitou controvérsia com as suas declarações anty-gay ou a favor da pena de morte.

Ainda assim, é muito popular no arquipélago de 110 milhões de pessoas, onde, apesar de ter nascido em extrema pobreza, a generosidade e o sucesso alcançado são profundamente admirados.

29 Set 2021

China | Evergrande vende parte da participação em banco comercial a grupo estatal

A construtora chinesa Evergrande anunciou hoje a venda de 19,93% das ações do banco comercial Shengjing Bank a um conglomerado estatal, por 9.993 milhões de yuans (1.322 milhões de euros), numa altura em que regista falta de liquidez.

Em comunicado, enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Evergrande indicou que, após a transação, a sua participação no Shengjing Bank caiu de 34,5% para 14,57%. A Evergrande vai transferir 1.753 milhões de ações um preço unitário de 5,7 yuans.

O dinheiro provavelmente não vai para a tesouraria da construtora, já que o Shengjing Bank exigiu que o lucro líquido que a Evergrande obtiver com a operação pague as dívidas que tem com o banco.

O conglomerado que adquiriu a participação é identificado no documento como Shenyang Shengjing Finance Investment Group, um grupo estatal, formado por diferentes instituições da cidade de Shenyang – onde o banco tem sede – e da província de Liaoning.

O motivo dado para a transação são os “problemas de liquidez” da Evergrande, que “afetaram material e adversamente o Shengjing Bank”.

Em maio, o portal de notícias económicas Caixin informou que os reguladores bancários chineses estavam a investigar mais de 100 mil milhões de yuans em transações entre a Evergrande e o Shengjing Bank, que detém “grande quantia” de títulos da, até agora, sua principal acionista.

Embora a Evergrande tenha assegurado que todas as operações com o Banco Shengjing cumpriram os regulamentos estabelecidos, o vice-presidente da câmara de Shenyang pediu às empresas públicas da região que aumentassem “gradualmente” a sua participação na entidade, para “acelerar a sua conversão para um bom banco”.

No comunicado emitido desta manhã, a Evergrande garantiu que a entrada do grupo estatal vai “ajudar a estabilizar as operações do banco” e “aumentar e manter o valor” da participação que a imobiliária manteve.

A notícia foi bem recebida pelos investidores na Bolsa de Valores de Hong Kong, com as ações da Evergrande a subir mais de 13,1%, na sessão da manhã.

A Evergrande, com um passivo total de cerca de 256.000 milhões de euros, tem de enfrentar hoje o pagamento de 47,5 milhões de dólares de juros sobre obrigações emitidas fora da China.

Na passada quinta-feira, terminou o prazo para o pagamento de 84 milhões de dólares de obrigações também emitidas no estrangeiro.

29 Set 2021

Fumio Kishida ganha as primárias do partido para se tornar o primeiro-ministro do Japão

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa japonês Fumio Kishida venceu hoje as primárias do Partido Liberal Democrático (LDP) do Japão e será nomeado primeiro-ministro e candidato às eleições gerais nos próximos meses.

Kishida, de 64 anos, venceu Taro Kono, o atual ministro da Reforma Administrativa e Regulamentar no gabinete do primeiro-ministro cessante Yoshihide Suga, por 257 votos contra 170, num segundo turno em que o apoio dos deputados do LDP foi decisivo.

Ambos atingiram a segunda ronda depois de registarem margens estreitas de 256 (Kishida) e 255 (Kono) na primeira ronda, onde nenhum dos dois teve uma maioria suficiente.

Os outros dois candidatos que participaram nas eleições internas, Sanae Takaichi e Seiko Noda, obtiveram 188 e 63 votos.

Kishida substitui o líder do partido cessante Yoshihide Suga, que se demite após um ano desde que tomou posse em setembro passado.

Como novo líder do Partido Liberal Democrático, Kishida deverá ser eleito o próximo primeiro-ministro na segunda-feira no parlamento, onde o seu partido e parceiro de coligação têm maioria.

29 Set 2021