Hoje Macau China / ÁsiaDidi troca bolsa de Nova Iorque por Hong Kong face a escrutínio das autoridades A empresa chinesa Didi Global disse hoje que vai sair da Bolsa de Valores de Nova Iorque e passar a ser negociada em Hong Kong. O comunicado, emitido pela empresa de serviços de transporte compartilhado Didi, o ‘Uber chinês’, de apenas uma frase, não avançou com uma explicação. As acções da empresa e outros grupos de tecnologia do país, incluindo o gigante do comércio eletrónico Alibaba Group, afundaram, depois de terem sido atingidos por medidas de segurança de dados e anti-monopólio. Os reguladores anunciaram, em julho passado, que intensificariam o escrutínio sobre empresas chinesas de tecnologia cotadas em bolsas estrangeiras. Nos últimos anos, os empresários do setor privado da China, que estão em grande parte excluídos do sistema financeiro estatal, acederam a milhares de milhões de dólares no exterior. Mas Pequim está agora a apertar o controlo sobre as operações no exterior e prometeu criar mais formas de arrecadarem dinheiro na China. “Após uma cuidadosa pesquisa, a empresa vai encerrar as operações na Bolsa de Valores de Nova Iorque, imediatamente, e iniciará os preparativos para ser listada em Hong Kong”, frisou o Didi. A Didi Chuxing, com sede em Pequim, arrecadou cerca de 4,4 mil milhões de dólares, na sua estreia na bolsa, em 30 de junho. Mas o preço das suas ações caiu 25% depois de os reguladores chineses terem anunciado que estavam a investigar a empresa. O regulador do ciberespaço da China disse anteriormente que detetou “violações graves” na forma como o Didi colectou e armazenou informações pessoais dos utilizadores, argumentando que a empresa devia “rectificar os problemas”, mas não avançou mais detalhes. As empresas chinesas começaram, há duas décadas, a emitir ações no exterior, mas os reguladores nunca clarificaram se as estruturas financeiras que usam para esse efeito estão de acordo com a lei da China, que veta de facto o acesso de capital estrangeiro a vários setores.
Hoje Macau China / ÁsiaJustiça filipina autoriza Maria Ressa a viajar para Oslo para receber o Prémio Nobel O Tribunal de Recurso das Filipinas permitiu hoje à jornalista Maria Ressa viajar para a Noruega para a cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz em Oslo, a 10 de Dezembro. A decisão do tribunal permite a Ressa estar em Oslo durante cinco dias, de 08 a 13 de dezembro, informou o website Rappler, do qual ela é fundadora e diretora executiva. Ressa foi reconhecida com o Prémio Nobel da Paz de 2021, juntamente com o repórter russo Dmitry Muratov, pelos seus esforços “para salvaguardar a liberdade de expressão” nos seus respetivos países. A jornalista precisa da autorização dos tribunais para deixar o país, uma vez que está envolvida em vários processos judiciais nas Filipinas, na sequência das suas investigações sobre a guerra sangrenta contra a droga lançada em 2016 pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte. O Procurador-Geral das Filipinas, José Calida, apresentou há uma semana um recurso ao Tribunal de Recurso para que a jornalista pedisse autorização para viajar a Oslo para receber o prémio negado com o fundamento de que se tratava de “viagem de risco”. A ONU tinha instado o Governo filipino a autorizar Ressa a viajar para receber o Prémio Nobel da Paz. A jornalista, que enfrenta seis casos criminais por alegada evasão fiscal e violação das leis de propriedade dos meios de comunicação social, foi condenada em junho de 2020 por ‘ciberdefamação’ por um tribunal filipino. A jornalista enfrenta até seis anos de prisão por este caso, embora esteja atualmente sob recurso, uma pena que poderá ascender a várias décadas se for condenada pelas outras acusações financeiras. Ressa tem sido sujeita a uma campanha de perseguição judicial desde que começou a investigar a guerra de Duterte contra a droga e por causa da sua luta contra a desinformação e notícias falsas.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Kaisa Group, da China, alerta para possibilidade de incumprimento no pagamento de dívida Uma construtora imobiliária chinesa alertou hoje para a possibilidade de não conseguir pagar um título de 400 milhões de dólares, que vence na próxima semana, aumentando os receios num setor que atravessa uma grave crise de liquidez na China. O Kaisa Group Holdings Ltd., que tem sede em Hong Kong, disse que tentou renegociar a dívida, que vence na próxima terça-feira, mas foram poucos os detentores de títulos que concordaram com os termos propostos pela empresa. “Não existe garantia de que a empresa vai ser capaz de cumprir as obrigações de reembolso”, informou a Kaisa, num comunicado divulgado pela Bolsa de Valores de Hong Kong. O grupo não informou se existe um período de carência, antes de entrar em incumprimento. Alguns construtores chineses estão a tentar reduzir a sua dívida depois de os reguladores terem imposto limites na alavancagem no setor. Isto alimenta receios sobre possíveis incumprimentos e turbulência nos mercados financeiros. Os investidores temem ainda que o grupo Evergrande, a construtora mais endividada do mundo falhe o pagamento das suas dívidas. Funcionários do banco popular da China (banco central) tentaram tranquilizar os investidores, ao afirmar que o sistema financeiro pode ser protegido dos problemas da Evergrande. Economistas dizem que Pequim pode intervir para garantir que há liquidez suficiente nos mercados de empréstimos, mas que quer evitar enviar o sinal errado ao proteger a Evergrande e outras construtoras. A Kaisa disse que vai analisar opções, incluindo a venda de ativos. A empresa afirma ter mais de 17.000 funcionários, 310 mil milhões de yuans em ativos e propriedades em mais de 50 cidades chinesas. Em outubro, uma outra construtora, de média dimensão, a Fantasia Holdings Group, anunciou que não conseguiu cumprir o pagamento de 205,7 milhões de dólares aos detentores de títulos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Cidade chinesa oferece mais de mil euros a quem testar positivo Os residentes da cidade chinesa de Harbin que fizerem um teste de ácido nucléico para o coronavírus e acusarem positivo vão receber uma recompensa equivalente a 1.386 euros, anunciaram hoje as autoridades locais. Segundo os dados do Governo de Harbin, foram detetados hoje três casos de covid-19, relacionados com o surto na cidade de Manzhouli, na região vizinha da Mongólia Interior. A decisão das autoridades visa “bloquear os canais de transmissão do vírus”, ao estimular a população a fazer o teste. A medida atraiu a atenção nas redes sociais do país, com mais de 100 milhões de leituras na Weibo, semelhante ao Twitter. “Qual é o problema? Os cidadãos são incentivados a fazer o teste e a disseminação do vírus pode ser assim interrompida se o resultado for positivo”, apontou um internauta. Outros não entendem a campanha ou acham que o dinheiro poderia ser investido de outra forma: “fazer o teste é da responsabilidade de todos, por que deveriam de ser recompensados”, questionou outro. As autoridades de saúde da cidade também pediram à população que “evite viagens” e ordenaram o encerramento temporário de estabelecimentos com grande afluência de público, como balneários, discotecas, teatros ou cinemas. As farmácias vão ser proibidas de vender remédios para a tosse ou gripe e antibióticos e se o comprador apresentar “sintomas suspeitos”, como febre, o estabelecimento deve informar as autoridades, caso não queira enfrentar possíveis responsabilidades legais pela disseminação do vírus. A China mantém uma política de tolerância zero contra o vírus. As autoridades locais restringem a movimentação de pessoas e organizam testes em massa sempre que um caso é detetado. Segundo relatos da Comissão Nacional de Saúde da China, desde o início da pandemia, 98.897 pessoas foram infetadas no país, entre as quais 4.636 morreram.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE chinês em Macau defende que uso da Cimeira pela Democracia para isolar China vai falhar O comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau considerou que a tentativa dos Estados Unidos de usar a Cimeira pela Democracia para “conter e isolar a China” vai terminar “num fracasso”. Num artigo enviado à Lusa, Liu Xianfa afirma que qualquer tentativa de “conter a China”, jogando a “‘carta de Taiwan’” ou de a ilha procurar a independência “confiando nos EUA” será “um beco sem saída”. A Cimeira pela Democracia vai acontecer em formato virtual, de 09 a 10 de dezembro, tendo Washington excluído a China e a Rússia, entre outros, e convidado 110 países e regiões, incluindo Taiwan, num gesto fortemente criticado por Pequim, que considera a ilha parte do seu território. Taiwan, para onde o exército nacionalista chinês fugiu após a derrota contra as tropas comunistas na guerra civil, em 1949, tem um governo autónomo desde então, embora a China considere a ilha uma província e defenda a reunificação. “Convidar a região de Taiwan para participar na Cimeira revela plenamente que os EUA utilizam a democracia como uma ferramenta para interferir nos assuntos internos e infringir a soberania de outros países para servir a sua própria agenda política”, sublinha. “A revitalização da nação chinesa e a reunificação do país são uma grande tendência, correspondendo ao desejo do povo”, escreve. Para o responsável, a Cimeira pela Democracia “é antidemocrática e pseudo democrática”, uma vez que, de cerca de 200 países e regiões, apenas “uma parte da comunidade internacional” vai participar. “O que o mundo de hoje precisa urgentemente não é uma chamada ‘Cimeira pela Democracia’, mas sim a união e a cooperação entre todos os países no sentido de responderem conjuntamente aos desafios globais, tais como a pandemia, mudanças climáticas, proliferação nuclear, terrorismo e segurança cibernética”, salienta. Mas os EUA, “uma grande potência que tem importantes responsabilidades para a comunidade internacional”, continuam a “reviver a mentalidade da Guerra-Fria”, dividindo o mundo em “campos democráticos” e “campos autoritários”. O diplomata chinês defende que “a comunidade internacional está convencida, em geral” que a “verdadeira intenção” dos EUA “é monopolizar o discurso democrático, promover o interesse geopolítico, incitar ao confronto e criar divisões”. Ao contrário, a China está comprometida em promover “a democratização das relações internacionais”, ao contrário dos EUA que, nas últimas décadas, têm “aproveitado a ‘democracia’ como ferramenta para fazer avançar a sua estratégia global e geopolítica (…) causando instabilidade política e desastres humanitários em muitos países”. Liu Xianfa salienta que “a política democrática socialista com características chinesas é amplamente apoiada pelo povo chinês (…), é a democracia socialista mais ampla, mais genuína e mais eficaz”, e rejeitou que a democracia seja “uma patente” de determinados países, lembrando que se trata de “um valor comum a toda a humanidade”. No sábado, os embaixadores da China e da Rússia em Washington, Qin Gang e Anatoly Antonov, respetivamente, tinham criticado a exclusão dos seus países da Cimeira pela Democracia, condenando a iniciativa própria de “uma mentalidade de Guerra Fria”, desenhada por um país que “não é elegível sequer para o estatuto” de país democrático.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Portugal, Suécia e Japão na lista de países de elevado risco de Hong Kong Portugal, Japão e Suécia vão juntar-se à lista de países de elevado risco para a covid-19 em vigor em Hong Kong, na sequência da deteção de casos com a variante Omícron, anunciou o governo. Os não-residentes de Hong Kong, que tenham estado mais de 21 dias naqueles países, não podem entrar na região administrativa especial chinesa, indicou o executivo liderado por Carrie Lam. Os residentes, que regressem de países do grupo A, têm de estar completamente vacinados e cumprir uma quarentena obrigatória de 21 dias num hotel designado pelas autoridades, acrescentou. O grupo A passa a incluir 48 países, como Angola, Brasil, Moçambique, Espanha, Países Baixos, Reino Unido e Estados Unidos, apesar de alguns ainda não terem registado quaisquer casos com a variante Omícron, de acordo com o governo de Hong Kong. Para quem chegar de países que identificaram uma transmissão local com a variante Omícron, ou dos casos “importados” de Hong Kong, têm de cumprir os primeiros sete dias no centro de quarentenas de Penny’s Bay. Na segunda-feira, Portugal detetou 13 casos da variante Omícron num clube de futebol e, no mesmo dia, a Suécia registou um primeiro caso, enquanto o Japão contabilizou um caso da variante Omícron, na terça-feira, o que levou as autoridades de Hong Kong a juntar as três nações ao grupo A de países de elevado risco para a covid-19, a partir de sexta-feira. O governo de Hong Kong, onde foram detetados até agora três infeções com a Omícron, afirmou que as políticas de saúde são “por agora” apropriadas, dado que os cientistas ainda não têm certezas sobre esta variante. “Vamos acompanhar os estudos para ver de que forma esta variante afeta as pessoas”, indicou a secretária para a Alimentação e Saúde, Sophia Chan, em declarações a uma emissora local. Desde o início da pandemia, Hong Kong registou 213 mortos e 12.437 casos de covid-19. A taxa de vacinação ronda atualmente os 70%.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Sul confirma primeiros cinco casos da variante Ómicron A Coreia do Sul confirmou ontem os seus primeiros cinco casos da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, recentemente detetada na África do Sul, em pessoas ligadas a viagens à Nigéria. A Agência Coreana de Controlo e Prevenção de Doenças declarou hoje que os casos incluem um casal que chegou da Nigéria em 24 de novembro e um amigo que os levou do aeroporto para casa. Os outros dois casos foram de mulheres que também viajaram para a Nigéria e voltaram para a Coreia do Sul em 23 de novembro. Profissionais de saúde sul-coreanos disseram que estavam a realizar testes de sequenciamento genético num filho do casal e em familiares do homem que os levou para casa para determinar se estavam infetados. A Coreia do Sul está a considerar mais controlos de fronteira depois de proibir a entrada, a partir do próximo domingo, aos viajantes estrangeiros de curto prazo da África do Sul e de outras sete nações do sul do continente africano devido à variante Ómicron, vista como potencialmente mais infecciosa. Os cidadãos sul-coreanos que chegarem desses países ficarão em quarentena por pelo menos 10 dias, independentemente de estarem vacinados ou não. A Agência Coreana de Controlo e Prevenção de Doenças disse que a maioria dos novos 5.123 contágios registados hoje são da capital Seul e da sua região metropolitana, onde as autoridades disseram anteriormente que mais de 80% das unidades de cuidados intensivos para pacientes com covid-19 já estavam ocupadas. Mais de 720 pacientes com vírus estão em estado grave ou crítico, também marcando um novo recorde. As mortes no país chegaram a 3.658, depois de registar entre 30 e 50 mortes por dia nas últimas semanas.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Japão deteta primeiro paciente infetado com a nova variante O Japão confirmou ontem o primeiro caso de um doente infetado com a variante Ómicron do novo coronavírus tratando-se de um viajante procedente da Namíbia, disseram hoje fontes oficiais japonesas. Hirokazu Matsuno, do gabinete do Governo de Tóquio, disse que o paciente é um homem de 30 anos, cuja doença foi detetada após ter sido submetido a um teste no diagnóstico no aeroporto de Narita, Tóquio, no domingo. A nacionalidade do paciente não foi revelada por questões de privacidade. A análise posterior efetuada no Instituo Nacional de Doenças Infecciosas confirmou hoje tratar-se de um caso da nova variante (Ómicron) que foi inicialmente identificada na África do Sul. Os companheiros de viagem do paciente infetado com a nova variante e os passageiros do avião foram identificados pelos serviços sanitários do Japão. De acordo com a imprensa japonesa, dois familiares do viajante infetado “testaram negativo”, mas vão permanecer isolados em instalações governamentais perto do aeroporto de Tóquio. Matsumo disse ainda que o executivo vai manter as medidas de controlo relativas à entrada de pessoas no país. Na segunda-feira, o Japão anunciou restrições à entrada de visitantes como medida de precaução contra a nova variante. As medidas vão manter-se em vigor, pelo menos, até ao final do ano, incluindo a quarentena de 14 dias a todas os japoneses e estrangeiros com autorização de residência no país que entrem no Japão. A Organização Mundial da Saúde alertou na segunda-feira que existe um “elevado risco” de a nova variante se tornar global “com consequências severas”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China reconhece que variante Ómicron complica organização dos Jogos de Inverno A China reconheceu ontem que a nova variante Ómicron pode acarretar dificuldades adicionais para a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, entre 4 e 20 de fevereiro, mas reafirmou a sua confiança no sucesso do evento. “Certamente trará alguns desafios em termos de combate à epidemia”, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em conferência de imprensa. “Mas a China tem experiência nesta área e estou totalmente convencido de que as Olimpíadas de Inverno ocorrerão de forma tranquila e conforme planeado”, apontou. A China controlou amplamente a epidemia no seu solo graças a restritas medidas de prevenção: quarentena obrigatória para quem chega do exterior, testes em massa e isolamento de bairros, distritos ou cidades inteiras quando são diagnosticados os primeiros casos da doença. A vida voltou à normalidade na primavera do ano passado, mas o país ainda enfrenta o aparecimento de pequenos surtos esporádicos. Embora as fronteiras chinesas estejam praticamente fechadas desde março de 2020, os Jogos de Pequim acontecerão numa “bolha”, com os cerca de 2.900 atletas isolados da restante população. Eles devem estar vacinados ou cumprir uma quarentena de 21 dias à chegada. Apenas espetadores residentes na China poderão assistir aos eventos. “Em relação à variante Ómicron, a China fez a coisa certa em termos de prontidão tecnológica”, disse Xu Wenbo, especialista em doenças virais do Centro Chinês para o Controlo e Prevenção de Doenças, em conferência de imprensa. “Temos muitas opções, com vacinas inativadas, vacinas de proteína recombinante e vacinas de vetor viral que estão nos estágios iniciais de pesquisa”, descreveu. A China relatou nas últimas semanas apenas algumas dezenas de novos casos diários de covid-19. A nova variante ainda não foi detetada no país, exceto no território autónomo de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente chinês promete a África mil milhões de doses de vacinas contra a covid-19 O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu ontem a entrega de mil milhões de doses de vacinas anti-Covid a África, quer como doação, quer através de apoios à produção local. “No âmbito da luta contra o Covid, a China fornecerá a África mais mil milhões de doses de vacinas, incluindo 600 milhões sob a forma de doações e 400 milhões sob outras formas, como a criação de unidades de produção de vacinas”, afirmou o chefe de Estado chinês num discurso remoto transmitido no Fórum de Cooperação China-África (Focac), a decorrer nos arredores da capital senegalesa. A conferência surge numa altura em que os países africanos estão a trabalhar para reanimar as suas economias, duramente atingidas pela pandemia, e os seus organizadores contam com uma cooperação mais estreita com a China, o maior parceiro comercial do continente, para o conseguir. Perante a situação de atraso de África na campanha de vacinação, Xi Jinping afirmou a necessidade de se “continuar a lutar juntos contra o Covid”. “Temos de dar prioridade à proteção da população e colmatar a lacuna de vacinação”, concretizou o Presidente chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China e Moçambique prometem fortalecer cooperação O conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China Wang Yi e a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, prometeram no domingo fortalecer a cooperação de benefício mútuo entre os dois países durante uma reunião na capital do Senegal. A reunião foi realizada antes da Oitava Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, em inglês), que teve início ontem e termina esta terça-feira, informa a Xinhua. “Moçambique é um parceiro importante da China em África. Nos últimos anos, a confiança política mútua entre os dois países continuou a aprofundar-se, e a cooperação bilateral em vários campos tem alcançado resultados frutíferos. Os povos chinês e moçambicano cuidaram um do outro e deram as mãos para lutar contra a COVID-19, aumentando ainda mais a amizade tradicional entre os dois lados”, disse Wang. “A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações China-Moçambique, e está pronta, sob a orientação do importante consenso alcançado pelos dois chefes de Estado e tendo a reunião como uma oportunidade, para promover a parceria cooperativa estratégica abrangente entre os dois países para alcançar um maior desenvolvimento”, disse ainda o chefe da diplomacia chinesa. Wang Yi disse também que, graças aos esforços conjuntos dos dois lados, a cooperação económica e comercial bilateral continuou a crescer apesar do impacto da pandemia. O responsável sublinhou que a China está pronta para fortalecer a cooperação mutuamente benéfica com Moçambique em áreas como infraestrutura, agricultura e energia sob os quadros da construção conjunta do programa “Uma Faixa, Uma Rota”, do FOCAC e do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa para ajudar Moçambique a alcançar um desenvolvimento mais rápido. Do outro lado Macamo felicitou calorosamente o Partido Comunista da China pelo centenário da sua fundação, observando que o país está pronto para fortalecer os laços entre partidos e o intercâmbio com a China. A ministra disse que “Moçambique e a China desfrutam de uma profunda amizade tradicional, e os dois países sempre se uniram firmemente”, acrescentando que “o povo moçambicano está profundamente grato à China por ajudar Moçambique a alcançar a independência, e que o apoio da China deixou Moçambique altamente confiante no seu futuro desenvolvimento”, relata a Xinhua. Verónica Macamo ressalvou que Moçambique adere firmemente à política de “Uma Só China” e apoia resolutamente a China para salvaguardar seus principais interesses. Observou ainda que Moçambique está pronto para fortalecer a confiança mútua estratégica, aprofundar a cooperação mutuamente benéfica e manter a solidariedade e a coordenação sobre os assuntos internacionais com a China. Os dois lados também expressaram a vontade de trabalhar conjuntamente para o sucesso da Oitava Conferência Ministerial do FOCAC, de modo a injectar um novo impulso na cooperação China-África.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Japão fecha-se a todos os visitantes estrangeiros devido a nova variante O Japão anunciou hoje que vai fechar as fronteiras a todos os visitantes estrangeiros devido à variante Omicron da covid-19, três semanas após ter flexibilizado algumas restrições para permitir a entrada de viajantes de negócios e estudantes. “Proibiremos todas as (novas) entradas de estrangeiros de todo o mundo a partir de 30 de novembro”, disse o primeiro-ministro nipónico, Fumio Kishida. Os japoneses que regressam de nove países da África Austral e de países onde foram relatadas infeções com a nova variante terão de ser submetidos a “medidas rigorosas de isolamento de acordo com os riscos”, disse Kishida. O Japão, que tem tido restrições fronteiriças desde o início da pandemia, facilitou as medidas para viajantes de negócios, estudantes e estagiários estrangeiros no início de novembro, mas continua fechado aos turistas. O governo japonês anunciou na sexta-feira que iria prolongar a quarentena hoteleira para dez dias para os visitantes do Botswana, Eswatini, Lesoto, Namíbia, África do Sul e Zimbabué que chegassem ao Japão. Tóquio estendeu a medida este fim de semana aos visitantes que chegavam do Malawi, Moçambique e Zâmbia. A nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Filipinas suspendem plano de reabertura das fronteiras As Filipinas suspenderam os planos de reabertura das suas fronteiras a turistas totalmente vacinados, a fim de impedir a entrada no país da nova variante da covid-19. Ao mesmo tempo, está a ser lançada uma nova campanha de vacinação de três dias para acelerar as injeções de doses a pessoas com mais de 12 anos. Manila anunciou na semana passada que tencionava reabrir a fronteira a nacionais de muitos países a partir de 01 de dezembro, numa tentativa de impulsionar uma economia gravemente atingida pela pandemia. Mas a ‘Task Force’ Covid-19 do governo mudou a sua política durante o fim de semana, anunciando a suspensão dos voos de sete países europeus, para além da anterior proibição de chegadas de países africanos. Até agora, as Filipinas não registaram quaisquer casos da variante Omicron, identificados pela primeira vez na África do Sul. A decisão é um golpe para os operadores turísticos do país, devastado por uma queda no número de visitantes internacionais e restrições às viagens nacionais desde que as fronteiras foram fechadas em março de 2020. O turismo é um setor importante da economia filipina, representando quase 13% do PIB em 2019, graças a oito milhões de visitantes, de acordo com estatísticas oficiais.
Hoje Macau China / ÁsiaXiaomi vai fabricar 300.000 veículos eléctricos por ano na nova fábrica em Pequim O grupo de tecnologia chinês Xiaomi assinou um acordo com as autoridades de Pequim para construir uma fábrica de veículos elétricos, com capacidade para produzir até 300.000 unidades por ano, informou hoje o portal de notícias económicas Yicai. A fábrica, da qual sairão os primeiros veículos em 2024, vai ser construída em duas fases, embora não tenha sido divulgado o valor do investimento. A Xiaomi, conhecida pelos seus telemóveis e outros dispositivos, anunciou, em março passado, a entrada no setor elétrico, com um investimento equivalente a 8.864 milhões de euros, ao longo dos próximos dez anos. Em setembro, a empresa formalizou a criação da sua nova subsidiária dedicada a este tipo de veículo, com um capital inicial de 1.389 milhões de euros. Mais de 500 funcionários trabalham já nesta nova subsidiária, disse recentemente a empresa de tecnologia, que já fabrica alguns veículos elétricos de pequeno porte, e também fez parceria com a chinesa Super Soco para produzir conjuntamente motocicletas elétricas.
Hoje Macau China / ÁsiaSentença de ex-padre julgado por abusos sexuais menores em Timor-Leste lida em Dezembro A sentença do julgamento de um ex-padre norte-americano acusado de abusos sexuais de crianças em Timor-Leste vai ser lida, à porta aberta, no próximo dia 21 de Dezembro, confirmou hoje à Lusa um oficial de justiça. “A leitura da sentença vai ser feita às 09:00 do próximo dia 21 de Dezembro, no Tribunal de Oecusse” onde Richard Daschbach, 84 anos, começou a ser julgado a 23 de fevereiro deste ano, à porta fechada, disse o oficial de justiça. “As alegações finais foram concluídas na semana passada e o juiz já deliberou que a leitura da sentença será feita à porta aberta”, explicou a mesma fonte. Daschbach está acusado de 14 crimes de abuso sexual contra menor, um de pornografia infantil e violência doméstica, alegadamente cometidos ao longo de anos no orfanato Topu Honis, no enclave de Oecusse-Ambeno, em Timor-Leste. Daschbach foi expulso da congregação da Sociedade do Verbo Divino (SVD) em Timor-Leste e do sacerdócio pelo Vaticano pelo “cometido e admitido abuso de menores”, com a decisão a basear-se numa detalhada investigação, incluindo a sua confissão oral e escrita. Fonte judicial confirmou à Lusa que, nas alegações finais, o Ministério Público pediu uma pena mínima de 18 anos de prisão, com a defesa a pedir a absolvição de todos os crimes. Ao longo do julgamento foram ouvidas 14 vítimas, das quais oito solicitaram depor sem a presença de Daschbach na sala de audiências, confirmou a mesma fonte. Testemunharam ainda dezenas, arroladas tanto pelo Ministério Público como pela defesa, entre elas o ex-Presidente da República, Xanana Gusmão, chamado pela defesa de Daschbach. Miguel Faria, advogado da equipa de defesa, disse à Lusa que a defesa pediu a absolvição por considerar que “nenhum dos factos foi provado pelo Ministério Público”, sublinhando ter apresentado dezenas de testemunhas que confirmam a inocência. “Não podemos publicar os factos ainda por causa do segredo de justiça. Só poderemos falar em detalhe depois do caso transitar em julgado. Mas os factos não foram provados pelo Ministério Público. Os crimes não foram cometidos”, disse. Matias Soares, um dos procuradores do Ministério Público que liderou o processo, disse à Lusa estar “totalmente confiante” de ter conseguido provar todos os crimes. “Temos a certeza absoluta que provamos a culpabilidade do arguido pelos crimes que cometeu, pelos atos que foram investigados e apresentados. E este é apenas um número mínimo de vítimas, já que há muitas outras que não tiveram coragem para falar”, afirmou. O caso causou amplos debates no país, levando a ataques e a ameaças de alguns dos apoiantes de Daschbach contra jornalistas, alegadas vítimas e organizações de apoio a vítimas. Depois de sucessivos adiamentos e atrasos, o julgamento decorreu com maior normalidade, com as sessões a decorrerem em vários momentos dos últimos nove meses. O caso começou a ser investigado há cerca de quatro anos e decorreu com pressão públicas de vários apoiantes do ex-padre, incluindo do ex-Presidente da República Xanana Gusmão. Sem precedentes, o caso marcou um antes e um depois para a Igreja Católica em Timor-Leste levando mesmo a Conferência Episcopal Timorense (CET) a desenhar um novo protocolo, seguindo regras e orientações do Vaticano, para lidar com eventuais casos de abuso sexual que possam surgir na igreja no país. “A CET já fez um protocolo, depois deste primeiro caso, e isso é um passo muito forte e importante”, explicou em agosto, o arcebispo Virgílio do Carmo da Silva, em entrevista à Lusa, reafirmando disponibilidade total para ouvir qualquer alegada vítima. Em meados de julho, a organização que representa as alegadas vítimas do ex-padre disse que um dos seus elementos foi alvo de ameaças de morte por parte do arguido, no Tribunal de Oecusse. á em janeiro a Conferência Episcopal Timorense apelou a toda a comunidade católica em Timor-Leste para que aceite e respeite a decisão do Papa Francisco expulsar do sacerdócio o ex-padre. “O senhor Richard Daschbach já recebeu a sua sentença pela Doutrina da Fé, com o número 208/2018-67069 de 06 de novembro de 2018 do Papa Francisco: ele já não é padre, agora é leigo”, refere o comunicado da CET, “confirmado pela Arquidiocese de Díli” e dirigido “aos padres, religiosos, diáconos, irmãos, freiras e a todos os batizados em Timor-Leste”. Mesmo antes do caso se tornar público, a diocese já tinha conhecimento do início da investigação pela hierarquia da Igreja que culminou na condenação e expulsão de Richard Daschbach. “Foi a primeira vez que ocorreu isto aqui na Igreja de Timor. Mas desde o início sempre colaborei e quis tratar o assunto com a orientação da igreja universal. O papa já tem instruções e orientações claras para todo o clero sobre como orientar-nos e processar essa situação”, recordou, admitindo que o caso criou problemas internos. O caso já foi investigado pelo Vaticano, num processo detalhado, disse. “Esta não é uma decisão tomada de ânimo leve pelo Vaticano. Conheço o processo. foi feita uma suspensão provisória, e depois ele aceitou e assinou, não temos mais dúvidas. o importante é respeitar e convencer os outros a aceitar. E inclui uma confissão escrita e uma confissão oral”, sublinhou. No mais recente comunicado, de 22 de julho, a Arquidiocese recorda que Daschbach foi laicizado depois de uma investigação e posterior sentença da Doutrina da Fé, pedindo a toda a estrutura da igreja para “respeitar” essa decisão e evitar comentários adicionais. “Quando o processo terminou, voltaram com os documentos e apresentaram ao senhor. Ele leu, concordou e assinou o documento. E ainda foram dados três meses para ele poder contestar ou recorrer. E não recorreu”, disse o arcebispo.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | O que se sabe e não se sabe sobre a variante Ómicron A variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19 tem um grande número de mutações genéticas, algumas das quais preocupantes, e dados sugerem um risco acrescido de reinfeção por comparação com outras variantes do SARS-CoV-2. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou na sexta-feira a nova variante B.1.1.529, identificada pela primeira vez na província de Gauteng, na África do Sul, como variante “de preocupação” e designou-a pelo nome Ómicron, letra do alfabeto grego. Segundo a OMS, esta estirpe, que já “migrou” para Bélgica, Israel, Hong Kong e Botsuana, tem “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”. Dados preliminares sugerem, de acordo com a OMS, “um risco acrescido de reinfeção” com a nova estirpe do SARS-CoV-2, por comparação com outras variantes de preocupação. Por definição, as variantes de preocupação estão associadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas e tratamentos. Um relatório da Rede para Vigilância Genómica da África do Sul refere que a variante B.1.1.529 tem mais de 30 mutações na proteína da espícula (a “chave” que permite ao vírus entrar nas células humanas). Algumas das mutações estão ligadas à resistência a anticorpos neutralizantes e a uma melhor transmissibilidade, assinala o relatório. Contudo, ainda não se sabe com rigor se a variante é mais transmissível ou perigosa, a ponto de causar doença mais severa, morte e escapar à proteção conferida pelas vacinas contra a covid-19. O coronavírus sofre mutações à medida que se dissemina e muitas novas variantes, incluindo as que têm alterações genéticas preocupantes, desaparecem muitas vezes. Os cientistas monitorizam as sequências genéticas do SARS-CoV-2 em busca de mutações que o podem tornar mais contagioso ou mortal, mas precisam de tempo para determinar se existe uma correlação entre um certo padrão de infeções num surto e as sequências genéticas. De acordo com a OMS, recentemente as infeções “aumentaram abruptamente” na África do Sul, coincidindo com a deteção da variante B.1.1.529, e o número de casos associados a esta estirpe “parece estar a aumentar em quase todas as províncias do país”. O primeiro caso confirmado teve origem numa amostra recolhida em 09 de novembro, precisa a OMS. De acordo com a classificação da OMS, existem em circulação cinco variantes do SARS-CoV-2 de preocupação, todas designadas pelo nome de uma letra do alfabeto grego: Alpha, Beta (também detetada inicialmente na África do Sul), Gamma, Ómicron e Delta (até agora a mais contagiosa de todas). Há ainda duas variantes de interesse: Lambda e Mu. São assim classificadas por terem alterações genéticas que são “previstas ou conhecidas” por afetar as características do vírus, como a transmissibilidade, e estão identificadas por causar contágios significativos ou crescentes na comunidade ou em vários países. Sete outras variantes estão sob monitorização da OMS por apresentarem mutações genéticas suspeitas de afetar as características do SARS-CoV-2, podendo representar um risco futuro. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças desclassificou a variante Alpha por considerar que tem pouca expressão epidemiológica.
Hoje Macau China / Ásia MancheteCovid-19 | Epidemiologista diz que variante Ómicron não terá grande impacto na China O epidemiologista chinês Zhang Wenhong descartou hoje a possibilidade da variante Ómicron ter um impacto significativo no país, mas continuou a defender uma política de “tolerância zero” com o vírus. Citado pelo jornal Global Times, Zhang defendeu que esta política, conjugada com uma resposta rápida à crise na saúde, permitirá ao país lidar com qualquer variante. Esta nova variante foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade. “Se conseguimos enfrentar a variante delta, também podemos superar a Ómicron”, afirmou, numa publicação na rede social Weibo. O cientista disse ainda que a China já começou a estudar a nova variante, ressalvando que são necessárias, pelo menos, duas semanas de recolha de dados e amostras para ter conclusões mais precisas. Sem razões para alarme Cientistas britânicos relativizaram este sábado o alarme gerado pela variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19, admitindo que, apesar das muitas mutações genéticas que tem, as vacinas continuarão provavelmente eficazes a prevenir a doença grave. O imunologista Andrew Pollard, diretor do grupo de investigação de vacinas da Universidade de Oxford que desenvolveu a vacina da covid-19 para o laboratório AstraZeneca, disse, em declarações à televisão BBC, que muitas das mutações da variante estão presentes noutras estirpes do SARS-CoV-2 nas quais as vacinas se revelaram eficazes. “As mutações [da Ómicron] existem noutras variantes, e as vacinas conseguiram prevenir a doença grave com as [variantes] Alpha, Beta, Gamma e Delta”, afirmou o investigador do Reino Unido, onde já foi detetada a nova estirpe. Segundo o microbiologista Calum Semple, “é provável que a imunidade” conferida pelas vacinas contra a covid-19 “ainda proteja” contra a doença grave que possa vir a causar a nova variante. Semple considerou adequado que vários países tenham suspendido voos com países da África Austral para poderem “ganhar tempo” no reforço da vacinação e na avaliação dos verdadeiros efeitos da nova estirpe na saúde. Desconhece-se ainda, em rigor, se a Ómicron é mais transmissível ou perigosa, a ponto de causar doença mais severa, morte e escapar à proteção conferida pelas vacinas contra a covid-19. Na sexta-feira, em declarações à Lusa, o microbiologista João Paulo Gomes afirmou que a nova estirpe do SARS-CoV-2, detetada inicialmente na África do Sul, “é motivo de preocupação”, dado o elevado número de mutações genéticas que apresenta, em particular na proteína da espícula do vírus, que lhe permite entrar nas células humanas. Contudo, para o investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, não há razão para alarme, uma vez que a existência de várias mutações relevantes não implica que a variante seja mais transmissível ou escape às vacinas. De acordo com um relatório da Rede para a Vigilância Genómica da África do Sul, a nova variante tem mais de 30 mutações na proteína da espícula. Segundo João Paulo Gomes, “muitas dessas mutações estão na zona de ligação às células e outras são mutações conhecidamente associadas à falha de ligação aos anticorpos”. “O problema desta nova linhagem é que tem muito mais mutações destas do que as outras variantes que nos preocuparam até agora”, acentuou. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou na sexta-feira a variante B.1.1.529, identificada pela primeira vez na província sul-africana de Gauteng, como variante “de preocupação” e designou-a pelo nome Ómicron, letra do alfabeto grego. De acordo com a OMS, a variante tem “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”, com dados preliminares a sugerirem “um risco acrescido de reinfeção” com a nova estirpe do SARS-CoV-2, por comparação com outras variantes de preocupação. Por definição da OMS, as variantes de preocupação estão associadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas e tratamentos. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças considera que a Ómicron suscita “sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfeções”. Depois de África do Sul, a variante já foi detetada no Reino Unido, Alemanha, Itália, Bélgica, Hong Kong (Região Administrativa da China), Israel e Botswana. Portugal, que está a investigar casos da nova estirpe, suspende a partir de segunda-feira os voos de e para Moçambique. Desde hoje todos os passageiros provenientes de voos de Moçambique, África do Sul, Botswana, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbabué ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental. Os Estados-membros da União Europeia decidiram na sexta-feira suspender temporariamente voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique, para travar a propagação da Ómicron.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim inaugura área experimental para veículos autónomos O município de Pequim abriu ontem uma área experimental de cerca de 20 quilómetros quadrados para promover a circulação de veículos autónomos, que transportarão passageiros, informou a imprensa estatal. A superfície inclui, no conjunto, 100 quilómetros de extensão de estradas e ruas, no sudeste da capital. A experiência dos passageiros ao andar nestes carros é semelhante a “apanhar um autocarro”, segundo a televisão oficial CCTV. Os veículos são operados pelas empresas Pony.ai e Baidu. De acordo com Wang Shengnan, director de operações automotivas autónomas do Baidu, “colocar paragens em áreas com alto índice de acidentes” foi evitado e “a segurança dos passageiros é a prioridade”. Em “qualquer tipo de acidente” envolvendo os veículos, a empresa licenciada vai ser “responsabilizada”, disse Teng Xuebei, representante da Pony.ai, citado pela imprensa local. O director do gabinete oficial responsável pela área de testes, Jie Fei, explicou que esta zona foi escolhida pela sua “baixa densidade de tráfego”, mas os veículos autónomos devem “evitar circular nas horas de ponta da manhã e da tarde”. Os veículos devem anunciar “claramente” a sua natureza como carros de teste autónomos na sua carroçaria. Plano b Por enquanto, as empresas têm que designar um operador de segurança para se sentar ao volante e ficar atento à estrada, apesar de não conduzir, e somente quando tiverem “quilómetros de deslocamento autónomo acumulado” poderão prescindir do operador, disse Jie. Durante a fase piloto, também vai ser oferecida uma tarifa reduzida, de modo que uma viagem que custaria cerca de 30 yuans está actualmente com um preço inferior a dois yuans. Outras cidades da China, como Xangai, lançaram circuitos piloto semelhantes para esta tecnologia.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Filipinas quer dar alimentos grátis à população para vacinar 15 milhões em três dias O Presidente das Filipinas quer vacinar 15 milhões de pessoas contra a covid-19 em três dias com a ajuda do exército e polícia, e sugeriu a distribuição de alimentos gratuitos aos vacinados para convencer a população. Num discurso transmitido na terça-feira à noite do palácio presidencial de Malacañang em Manila, Rodrigo Duterte pediu às autoridades locais que utilizem “todos os recursos necessários, especialmente recursos humanos” para estes dias nacionais de vacinação entre 29 de novembro e 01 de dezembro. “Autorizo todos os governadores e presidentes de câmara. Gastar o dinheiro. Um dia, pagarei”, disse o Presidente, que incluiu a distribuição de alimentos gratuitos entre as recomendações para persuadir os mais relutantes em se vacinarem . Esta operação sem precedentes no país vai exigir a participação de 160.000 voluntários para multiplicar por sete a taxa habitual de vacinação, que mal chega a 700.000 doses por dia, e para levar as doses para áreas remotas do arquipélago. Duterte também disse que aqueles que não querem ser vacinados não devem ter acesso a restaurantes e hotéis “porque são um perigo para a saúde pública”. Com uma população de mais de 100 milhões, 33,5 milhões de filipinos receberam até agora as doses completa das vacinas, incluindo três milhões de crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos. Muitos filipinos estão relutantes em serem vacinados após a controvérsia de 2016 sobre uma vacina contra o dengue promovida pelo Governo, destinada a crianças, mas que mais tarde se descobriu aumentar o risco de sintomas graves em pacientes que não tinham tido a doença no passado. Depois de manter um dos confinamentos mais longos e rigorosos do mundo em Manila, as autoridades aliviaram quase todas as restrições nos últimos meses, uma vez que o número de casos diminuiu. As Filipinas são o segundo país mais afetado pelo novo coronavírus no Sudeste Asiático, depois da Indonésia, com 2,8 milhões de pessoas infetadas e 47.000 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaDois cidadãos chineses detidos por posse de abalone condenados na África do Sul Dois homens de cidadania chinesa detidos por posse de abalone, um molusco valorizado na Ásia, no valor de cerca de 55.000 euros, foram condenados a dois anos de prisão na África do Sul, anunciaram hoje as autoridades. Os homens, de 50 e 47 anos, foram presos “por posse de 4.600 abalones, incluindo 1.098 abalones cozidos, 1.858 abalones vivos e 1.644 abalones secos” em maio de 2020, anunciou a unidade de polícia de elite da África do Sul, os Falcões. Um cidadão do Maláui, de 33 anos, que trabalhou para os traficantes foi também condenado a um ano de prisão. Por vezes chamado “trufa do mar”, o abalone é um molusco marinho apreciado por elites, particularmente na China. A pesca é regulada por quotas na África do Sul. Nos últimos 10 anos, a quantidade pescada ilegalmente quase duplicou, de acordo com a Traffic, organização não-governamental que controla o comércio de vida selvagem. A maior parte da colheita legal e ilegal do molusco pescado destina-se à Ásia, especialmente a Hong Kong, onde é popular nos restaurantes.
Hoje Macau China / ÁsiaChina assina novo acordo para reforço da colaboração militar com Rússia A Rússia e a China assinaram ontem um quadro de referência para o estreitamento dos laços militares, com Moscovo a referir-se a voos estratégicos norte-americanos cada vez mais frequentes perto das fronteiras dos dois países. O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o seu homólogo chinês, Wei Fenghe, “manifestaram o interesse comum em intensificar exercícios militares estratégicos e patrulhas conjuntas da Rússia e da China”, anunciou o Ministério da Defesa russo. “A China e a Rússia são parceiros estratégicos há muitos anos”, disse Shoigu e “hoje, perante crescentes perturbações geopolíticas e maior potencial de conflito em várias partes do mundo, o desenvolvimento desta interacção é especialmente relevante.” Shoigu e Wei saudaram uma série de manobras recentes que envolveram aviões de guerra e forças navais russas e chinesas, e assinaram um plano de cooperação militar para 2021-2025. Shoigu apontou voos cada vez mais frequentes de aviões estratégicos dos EUA perto das fronteiras russas, dizendo que só no último mês houve 30 missões deste tipo. Este mês, durante um exercício da força estratégica global dos EUA, “10 bombardeiros treinaram o cenário de usar armas nucleares contra a Rússia praticamente em simultâneo a partir das direcções este e oeste”, exemplificou Shoigu, acrescentando que se aproximaram até cerca de 20 quilómetros da fronteira russa. “Neste ambiente, a coordenação entre Rússia e China torna-se um factor de estabilização nos assuntos globais”, sustentou o ministro. Em conjunto Na sexta-feira, dois bombardeiros estratégicos russos Tu-95MS e dois bombardeiros estratégicos chineses H-6K fizeram uma patrulha conjunta sobre o Mar do Japão e o Mar da China Oriental, levando a Coreia do Sul a deslocar aviões de combate. A Rússia tem procurado expandir os laços com a China, à medida que as suas relações com os EUA e aliados ocidentais se afundaram para níveis próximos dos da Guerra Fria, sobretudo depois de, em 2014, Moscovo ter avançado com a anexação da península da Crimeia, território da Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaSudeste Asiático | Xi diz que China não vai procurar o domínio sobre a região Xi Jinping, numa conferência virtual com os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, reiterou a intenção do país de manter boas relações com todos vizinhos e de promover um clima de paz na região O Presidente chinês disse ontem que o país não procura o domínio sobre o Sudeste Asiático ou intimidar os vizinhos menores, face aos atritos provocados pelas reivindicações territoriais sobre o Mar do Sul da China. Xi Jinping fez estes comentários durante uma conferência virtual com os dez membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, ou ASEAN, que serviu para celebrar o 30.º aniversário das relações. “A China opõe-se resolutamente ao hegemonismo e à política de poder, deseja manter relações amigáveis com os seus vizinhos e, em conjunto, cultivar uma paz duradoura na região. A China absolutamente não vai procurar hegemonia ou, menos ainda, intimidar os [países] pequenos”, disse o chefe de Estado chinês, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. A China tem procurado, repetidamente, amenizar as preocupações sobre o seu crescente poder e influência, particularmente a sua reivindicação de praticamente todo o Mar do Sul da China, que se sobrepõe às reivindicações dos membros da ASEAN como a Malásia, Vietname, Brunei ou Filipinas. O comentário de Xi surge dias depois de navios da guarda costeira chinesa terem bloqueado e usado canhões de água contra dois barcos filipinos que transportavam suprimentos para tropas, numa área disputada no Mar do Sul da China. A China quer reforçar a sua presença naquele território, por onde passam rotas marítimas cruciais, e onde existem depósitos submarinos de petróleo e gás. O país asiático construiu pistas para aviões e outras instalações militares em ilhas artificiais construídas sobre recifes de coral. Acordos na mesa A China e a ASEAN negoceiam há anos um código de conduta, para lidar com os assuntos no Mar do Sul da China, mas essas negociações tiveram pouco progresso. A China continua a ser um mercado crucial para os países do Sudeste Asiático, bem como uma fonte de investimento, e a ASEAN tem procurado evitar conflitos com Pequim. Pequim também tem fortes laços com o Camboja e o Laos, membros da ASEAN. Xi frisou que a paz é o “maior interesse comum” de todos os lados e que a China vai fazer o possível para evitar o conflito. “Devemos ser os construtores e protectores da paz regional, insistir no diálogo em vez do confronto, na parceria e alinhamento, e dar as mãos para lidar com vários factores negativos que ameaçam minar a paz”, disse Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaReduzidas relações com Lituânia em protesto contra representação de Taiwan A China reduziu as relações diplomáticas com a Lituânia ao nível de “encarregado de negócios”, em protesto contra a abertura de uma representação de Taiwan em Vilnius, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O Governo chinês foi forçado a reduzir as relações diplomáticas entre os dois países (…) para salvaguardar a soberania e as normas fundamentais das relações internacionais”, indicou o Ministério, em comunicado. A Lituânia mantém relações diplomáticas com a China desde 1991, pouco depois de se ter tornado independente da antiga União Soviética. Apesar de não reconhecer oficialmente a ilha, Vilnius tem estreitado, nos últimos anos, o relacionamento com Taipé. Pequim instou o país báltico a “rectificar imediatamente os seus erros” e advertiu Vilnius de que “não deve subestimar a determinação do povo chinês na defesa da sua soberania”. O Governo chinês acusou as autoridades lituanas de “ignorarem as declarações chinesas” e de “não estarem conscientes das consequências” da decisão de autorizar a abertura de um gabinete de representação de Taiwan [Taiwan Representative Office], o que “mina seriamente a soberania e a integridade territorial da China”, de acordo com o mesmo comunicado. As autoridades de Taiwan indicaram que a representação em Vilnius visa “expandir as relações com a Europa Central e Oriental, especialmente com os países bálticos, e reforçar a cooperação e o intercâmbio em vários domínios”. Lamentos lituanos Por seu lado, a Lituânia afirmou ontem lamentar a decisão da China de limitar as relações diplomáticas com Vilnius. “A Lituânia reafirma a adesão à política ‘Uma só China’, mas ao mesmo tempo tem o direito de alargar a cooperação com Taiwan”, incluindo através do estabelecimento de missões não diplomáticas, indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros lituano. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Mantas Adomenas, também anunciou a abertura em Taiwan de uma representação da Lituânia, ainda antes do início do próximo ano. Taipé mantém actualmente relações diplomáticas com Guatemala, Honduras, Vaticano, Haiti, Paraguai, Nicarágua, Suazilândia, Tuvalu, Nauru, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Belize, Ilhas Marshall e Palau.
Hoje Macau China / ÁsiaJO de Inverno de Pequim vão ter sistema para detectar vírus no ar Um grupo de especialistas chineses desenvolveu um sistema de detecção do coronavírus que activa alarmes caso o vírus seja encontrado no ar de uma sala e que vai ser usado nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Em conferência de imprensa, a Comissão Organizadora explicou que vai garantir a “segurança” dos Jogos Olímpicos com avanços tecnológicos, que também vão ser aplicados à desinfecção e que incluirão técnicas de nanofiltração para os sistemas de tratamento e aquecimento da água nas instalações dos Jogos. No caso do Centro Wukesong, que vai sediar as competições de hóquei no gelo, vão ser utilizados robôs para desinfectar as instalações. O objectivo de Pequim é evitar que os Jogos Olímpicos, que vão ter início no dia 4 de Fevereiro, originem um ressurgimento do vírus SARS-CoV-2 na China. O país asiático adopta uma política de tolerância zero contra a covid-19, que inclui rígidas medidas de prevenção, como testes em massa e quarentena nos bairros ou distritos onde são detetados casos da doença. Já foram registados três casos do novo coronavírus entre atletas que estão na capital chinesa para participarem no evento olímpico. Pequim vai assim tornar-se na primeira cidade a sediar os Jogos de Verão e Inverno, embora em 2022 a cidade acolha apenas os eventos no gelo, enquanto as competições na neve vão ocorrer em Yanqing e Zhangjiakou, na província de Hebei. Pouca neve A falta de neve é uma das principais preocupações: Yanqing e Zhangjiakou registam apenas cerca de 20 centímetros de neve por ano, o que tornará necessário o uso de cerca de 186.000 metros cúbicos de água para fabricá-la artificialmente. O Comité garantiu que vão ser utilizados os canhões de neve “mais eficientes” do mundo, que só funcionarão quando os sistemas meteorológicos de “alta precisão” detetarem um aumento da temperatura. Os Jogos de Pequim vão contar com cobertura de quinta geração (5G), já que muitas das entrevistas terão que ser realizadas ‘online’, porque todos os que chegam do exterior permanecerão em “bolhas” que os manterão isolados do resto da China.