Hoje Macau China / ÁsiaQatar | Pequim diz que “força não trará paz” O Governo chinês afirmou ontem que “a força, por si só, não trará a paz ao Médio Oriente”, após o exército israelita ter morto na terça-feira, em Doha, cinco membros do grupo palestiniano Hamas. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Lin Jian expressou “profunda preocupação” com a possibilidade de o ataque agravar ainda mais as tensões na região. Pequim condenou com veemência o que considerou uma “violação da soberania territorial e da segurança nacional do Qatar por parte de Israel” e apelou ao “diálogo e à negociação”. “Manifestamos o nosso desagrado perante acções das partes envolvidas que minam as negociações para um cessar-fogo”, afirmou Lin Jian, instando “especialmente Israel” a “esforçar-se por pôr fim aos combates e retomar as negociações”. Na terça-feira, o Governo do Qatar confirmou que Israel atacou uma reunião de “vários membros do gabinete político” do Hamas, num edifício residencial, sem os identificar. O Hamas confirmou a morte de cinco dos seus membros no ataque, sublinhando que nenhum deles fazia parte da delegação envolvida nas negociações.
Hoje Macau China / ÁsiaPolónia | PM vai invocar Tratado da NATO após incursões russas O primeiro-ministro polaco anunciou ontem que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos. As conversações com os aliados “estão actualmente a assumir a forma de um pedido formal para activar o artigo quarto do Tratado do Atlântico Norte”, avançou Donald Tusk ao parlamento polaco. De acordo com o artigo em causa, os Estados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) “devem consultar-se mutuamente quando, a critério de qualquer um deles, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada”. O primeiro-ministro da Polónia acusou ontem a Rússia de “provocação em grande escala”, após a entrada de drones russos no espaço aéreo do país membro da União Europeia e da NATO. Donald Tusk disse que durante a noite de ontem, a Polónia sofreu uma um total de 19 violações do seu espaço aéreo por aparelhos aéreos não tripulados (drones russos). As Forças Armadas da Polónia anunciaram terem sido enviados, de imediato, aviões polacos e dos aliados. “As aeronaves usaram armas contra objectos hostis”, referiu o ministro da Defesa polaco, Wladysla Kosiniak-Kamysz, numa mensagem difundida através das redes sociais. Em contacto O ministro da Defesa referiu ainda que estava em contacto permanente com o comando da NATO. Também a NATO anunciou ter ajudado a Polónia a abater os drones russos que invadiram o espaço aéreo polaco. Numa publicação feita ontem de manhã nas redes sociais, a porta-voz do secretário-geral da aliança militar que une a Europa e os Estados Unidos, Mark Rute, confirmou estar em contacto com as autoridades polacas e disse que as defesas aéreas da NATO ajudaram a Polónia. “Vários drones entraram no espaço aéreo polaco durante a noite e encontraram defesas aéreas polacas e da NATO”, escreveu Allison Hart. O primeiro-ministro holandês em fim de mandato, Dick Schoof, confirmou que os Países Baixos participaram na operação aérea na Polónia com aviões F-35, denunciando uma “violação inaceitável” do espaço aéreo polaco. “É bom que os caças F-35 holandeses tenham conseguido prestar apoio”, disse Schoof nas redes sociais. “Sejamos claros: a violação do espaço aéreo polaco na noite passada por drones russos é inaceitável”, considerou. O primeiro-ministro polaco indicou ainda que o secretário de Estado norte-americano, Mark Rubio, também está em “contacto constante” com o Presidente do país, Karol Nawrocki, e o ministro da Defesa, que esteve em Londres para participar numa reunião com quatro colegas europeus na quarta-feira. A violação do espaço aéreo polaco obrigou ao encerramento temporário de quatro aeroportos: o Aeroporto Chopin de Varsóvia, o Aeroporto de Varsóvia-Modlin, o Aeroporto de Rzeszów-Jasionka e o Aeroporto de Lublin, a maioria dos quais pôde reabrir ao início da manhã de ontem.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Fome provocada por Israel em Gaza tem de acabar A presidente da Comissão Europeia defendeu ontem que a fome provocada por Israel em Gaza “não pode ser uma arma de guerra” e “tem de acabar” e anunciou medidas para aumentar a pressão sobre Telavive. No discurso sobre o Estado da União, na sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, Ursula von der Leyen descreveu: “Pessoas mortas enquanto imploravam por comida, mães segurando bebés sem vida… Estas imagens são simplesmente catastróficas e, por isso, quero começar com uma mensagem muito clara [dizendo que] a fome provocada pelo homem nunca pode ser uma arma de guerra”. Depois de ter sido bastante criticada pelo silêncio sobre Gaza e por ser próxima de Israel, a responsável alemã vincou, obtendo aplausos dos eurodeputados: “Pelo bem das crianças, pelo bem da humanidade, isto tem de acabar”. De acordo com Ursula von der Leyen, o que está a acontecer no enclave palestiniano devido à ofensiva israelita “abalou consciência do mundo” e “é inaceitável”. “Isto também faz parte de uma mudança mais sistemática nos últimos meses que é simplesmente inaceitável”, adiantou a política alemã de centro-direita, condenando o sufoco financeiro da Autoridade Palestiniana, os planos para colonização da Cisjordânia ocupada e “as acções e declarações dos ministros mais extremistas do governo israelita”. Ao vincar que “a Europa deve liderar o caminho”, Ursula von der Leyen anunciou mais medidas para pressionar Israel a acabar com a ofensiva em Gaza, como a suspensão do apoio bilateral, a interrupção dos pagamentos sem afectar o trabalho com a sociedade civil, a introdução de sanções contra os ministros extremistas e os colonos violentos e ainda a suspensão parcial do Acordo de Associação da UE com Telavive no que diz respeito a questões comerciais.
Hoje Macau China / ÁsiaConsumo | Preços voltam a cair em Agosto Os preços ao consumidor na China voltaram a cair em Agosto, evidenciando persistentes pressões deflacionistas, enquanto uma descida mais moderada nos preços à saída da fábrica sugere um efeito da campanha de Pequim contra as guerras de preços. O índice de preços no consumidor (IPC), principal indicador da inflação, recuou 0,4 por cento em termos homólogos no mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático. O valor ficou abaixo das expectativas do mercado, depois de uma sondagem da agência financeira Wind prever uma queda de 0,2 por cento. Em Julho, o IPC permaneceu inalterado face ao mesmo mês de 2024. A segunda maior economia mundial enfrenta há mais de dois anos pressões deflacionistas, com a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial a penalizarem os preços, enquanto a incerteza no comércio internacional dificulta o escoamento de produtos por parte dos fornecedores. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente perigoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Outro dos efeitos, é o de levar ao adiamento das decisões de consumo e investimento em resultado de expectativas de preços mais baixos no futuro, podendo criar uma espiral descendente de preços e procura difícil de inverter, afectando a economia por inteiro.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Reconhece parentalidade conjunta a casal lésbico Um tribunal de Hong Kong considerou ilegal impedir que um casal lésbico registe conjuntamente a maternidade do filho concebido por fertilização in vitro, ao considerar que essa exclusão viola os direitos à privacidade e à vida familiar da criança. A decisão do tribunal de primeira instância, divulgada na terça-feira pela imprensa local, representa um marco na luta pelos direitos das famílias homoparentais na região administrativa especial chinesa. O casal, identificado como R, de nacionalidade chinesa, e B, cidadã sul-africana com residência permanente em Hong Kong, casou-se no estrangeiro em 2019. O filho, identificado como K e nascido em 2021, foi concebido através de fertilização in vitro recíproca, com um óvulo de R e gestação por B. Contudo, o registo civil local reconheceu apenas B como mãe legal, deixando R – que tem o único vínculo genético com a criança – sem qualquer estatuto parental oficial. A disputa remonta a 2022, quando o casal deu início a uma acção judicial para reinterpretar a legislação local e garantir o reconhecimento de R como mãe. A juíza Queeny Au reconheceu R como “progenitora segundo o direito consuetudinário”, mas sem clarificar os direitos concretos, por considerar que tal ultrapassaria as competências do tribunal. Face à recusa do Departamento de Justiça em alterar o certificado de nascimento, foi pedida uma nova revisão judicial em 2023. Outras perspectivas O juiz Russell Coleman, que presidiu à audiência mais recente, classificou a decisão anterior como “vazia”, por não conferir a R quaisquer direitos ou obrigações legais efectivos. Sublinhou que a omissão de R no certificado de nascimento poderia pôr em causa o seu papel parental, afectando a dignidade e identidade da criança. “Reflecte um sentimento de inferioridade decorrente da ausência de um quadro legal de reconhecimento”, afirmou o magistrado, citando uma decisão de 2023 do Tribunal de Última Instância que obriga à protecção dos direitos das uniões entre pessoas do mesmo sexo. Coleman rejeitou o argumento do Governo de que o certificado de nascimento era “pouco relevante” e frisou que imprecisões nesse documento podem prejudicar a privacidade e o desenvolvimento da identidade da criança em momentos importantes da sua infância. O juiz rejeitou também a sugestão governamental de que R deveria pedir tutela legal da criança, considerando que “um progenitor é um progenitor” e que tal alternativa é insuficiente. O tribunal instou os advogados a proporem medidas concretas para executar a sentença. Em Hong Kong, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é reconhecido de forma plena, sendo apenas admitido para efeitos limitados, como tributação ou heranças, após disputas judiciais. Em 2023, o Tribunal de Última Instância deu dois anos ao Governo para criar um quadro legal claro para os casais do mesmo sexo. Contudo, um projecto de lei sobre direitos médicos e decisões póstumas enfrenta forte oposição e estava prevista para ontem uma votação no Conselho Legislativo. A decisão judicial representa um avanço na luta pela igualdade de direitos da comunidade LGBTQ em Hong Kong, onde o reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo continua restrito e controverso.
Hoje Macau China / ÁsiaNepal | China espera “restabelecimento da ordem social o mais rapidamente possível” A China afirmou ontem esperar que o Nepal “restabeleça a ordem social e a estabilidade o mais rapidamente possível”, após uma vaga de distúrbios que causou dezenas de mortos e levou à demissão do primeiro-ministro, K.P. Sharma Oli. “China e Nepal são tradicionalmente vizinhos amistosos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian, em conferência de imprensa, acrescentando que Pequim espera que “todos os sectores do Nepal lidem adequadamente com os seus assuntos internos”. O porta-voz indicou ainda que as autoridades chinesas recomendaram aos cidadãos chineses no Nepal que “estejam atentos à sua segurança”. O exército nepalês, que assumiu o controlo da segurança no país, anunciou ontem a extensão do recolher obrigatório a nível nacional até hoje, após uma vaga de protestos violentos que provocou pelo menos 25 mortos. As forças armadas manifestaram também disponibilidade para facilitar conversações entre as partes envolvidas, com o objectivo de encontrar uma saída política para a crise. O ponto de partida da revolta popular foi a controversa proibição de 26 plataformas de redes sociais, mas os protestos reflectem uma frustração acumulada face à corrupção sistémica e ao nepotismo, simbolizados em campanhas virais contra os chamados “Nepo Kids” – filhos da elite – e contra uma classe política que tem alternado no poder ao longo de décadas. Durante anos, um dos maiores desafios e legados de K.P. Sharma Oli foi a gestão do delicado equilíbrio entre os dois gigantes asiáticos, China e Índia. Oli ganhou reputação como político próximo de Pequim, com quem o Nepal partilha uma fronteira de quase 1.400 quilómetros nos Himalaias, tendo assinado acordos considerados “históricos” para reduzir a dependência de Nova Deli e ganhado popularidade interna ao “desafiar o irmão mais velho indiano”.
Hoje Macau China / ÁsiaRedes Sociais | Bloqueadas 1.200 contas por divulgar notícias alegadamente falsas As autoridades chinesas anunciaram ontem o encerramento ou bloqueio de mais de 1.200 contas nas redes sociais por se fazerem passar por órgãos de imprensa e divulgarem conteúdos informativos sem autorização. De acordo com a Administração do Ciberespaço da China, entre os casos identificados estão perfis em plataformas como Weibo – equivalente chinês da rede X, bloqueada no país –, WeChat ou Baijiahao, que usavam nomes, logótipos ou imagens semelhantes aos de órgãos oficiais para publicar notícias alegadamente falsas. O regulador indicou que foram também eliminadas contas que realizavam entrevistas e reportagens sem licença, outras que utilizavam fotografias de apresentadores da televisão estatal para reforçar publicações sensacionalistas, bem como várias que, segundo as autoridades, difundiam informações falsas ou difamatórias sobre empresas. A medida insere-se numa série de campanhas lançadas recentemente para reforçar o controlo sobre o espaço digital: em Julho, as autoridades intensificaram a supervisão sobre vídeos curtos com conteúdos considerados enganadores e, em Fevereiro, anunciaram o encerramento de mais de 10.000 portais ‘online’ desde o início do ano. Nos últimos anos, os reguladores chineses têm promovido diversas campanhas contra comportamentos como ostentação de riqueza, “informações falsas”, “conteúdos inapropriados” e “valores erróneos” nas redes sociais, o que levou ao encerramento de milhares de contas. A China é o país com mais utilizadores da Internet no mundo – mais de 1.100 milhões – mas também um dos que impõe maior controlo sobre conteúdo ‘online’: serviços populares no resto do mundo, como Google, Facebook, X (antigo Twitter) ou YouTube, estão bloqueados no país há vários anos.
Hoje Macau China / ÁsiaMandarim | Analisadas novas leis para fomentar unidade étnica O projecto de lei em análise visa o reforço da integração étnica e a consciência de uma unidade nacional A China analisou na segunda-feira dois projectos legislativos destinados a reforçar a integração étnica e a promoção do uso do mandarim entre minorias, no âmbito da estratégia do Presidente Xi Jinping para consolidar a identidade nacional. Segundo informou ontem a imprensa local, um dos diplomas, a proposta de “Lei para a Promoção da Unidade e Progresso Étnicos”, foi apresentada ao Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão legislativo máximo do país. A agência noticiosa oficial Xinhua considerou o projecto de lei como “um requisito urgente para fomentar um forte sentido de comunidade da nação chinesa e avançar na construção de uma identidade nacional unificada”. Com sete capítulos que abrangem identidade cultural, integração social, desenvolvimento económico, supervisão e responsabilidades legais, a proposta sublinha a promoção de intercâmbios interétnicos através de iniciativas culturais, educativas e turísticas. O projecto estava inscrito no plano quinquenal da 14.ª legislatura da APN, que termina este ano, e foi igualmente discutido pelo Politburo do Partido Comunista Chinês em Agosto, numa reunião presidida por Xi Jinping. Em paralelo, foi apresentada uma revisão à “Lei sobre a Língua Chinesa Comum Escrita e Falada”, com 32 artigos distribuídos por cinco capítulos, que prevê medidas abrangentes para padronizar e promover o uso do mandarim em sectores como os serviços públicos, a educação, a comunicação internacional e o espaço digital. Segundo a Xinhua, o mandarim “é um elemento fundamental da cultura chinesa e um símbolo nacional, tal como a bandeira, o hino e o emblema”. A revisão estabelece ainda a terceira semana de Setembro como a “Semana Nacional de Promoção do Mandarim”. Sentido de comunidade As propostas enquadram-se na política de Xi Jinping para construir “um sentido de comunidade da nação chinesa”, lançada em 2014 e reafirmada em 2021, e surgem em contexto de crescente escrutínio internacional sobre a abordagem de Pequim às minorias étnicas em regiões como o Tibete e Xinjiang, onde as autoridades intensificaram a regulação da língua e da cultura locais. Contas à língua De acordo com dados oficiais, mais de 80 por cento da população chinesa fala mandarim e 95 por cento dos adultos alfabetizados usam carateres normalizados, com a taxa de iliteracia a rondar 2,7 por cento. Contudo, permanecem desafios relacionados com a promoção desigual da língua, a regulação insuficiente nos serviços públicos e no espaço digital e a necessidade de adaptação à era digital e da inteligência artificial. O projecto de revisão reforça também os princípios legais ao acrescentar como objectivos “o fortalecimento da consciência da comunidade da nação chinesa e a consolidação da confiança cultural”, prevendo que “nenhuma organização ou indivíduo poderá impedir os cidadãos de aprender e utilizar a língua comum nacional”.
Hoje Macau China / ÁsiaSul-coreanas forçadas a prostituir-se durante décadas processam EUA Mais de 100 mulheres sul-coreanas forçadas a prostituir-se para militares norte-americanos entre as décadas de 1950 e 1980 apresentaram um processo inédito contra os Estados Unidos, acusando-os de violência sexual, anunciaram ontem os advogados das denunciantes. Dezenas de milhares de mulheres sul-coreanas trabalharam em bordéis aprovados pelo Estado durante este período, de acordo com historiadores e activistas. Os seus clientes eram militares norte-americanos que protegiam os sul-coreanos da Coreia do Norte. Em 2022, o mais alto tribunal da Coreia do Sul decidiu que o Governo tinha “criado, gerido e operado” ilegalmente estes bordéis para os militares norte-americanos. O tribunal ordenou o pagamento de indemnizações a aproximadamente 120 denunciantes. Na semana passada, 117 vítimas apresentaram um novo processo, acusando formalmente os militares norte-americanos pela primeira vez e exigindo um pedido de desculpas. Pedem 10 milhões de wons (aproximadamente 6.116 euros) por vítima pelos danos causados e procuram especificamente a responsabilização dos Estados Unidos. Numa declaração conjunta, os activistas dos direitos das mulheres que apoiam as vítimas alegaram que os militares norte-americanos “ignoraram a Constituição sul-coreana”, privaram estas mulheres das suas liberdades e “destruíram as suas vidas”. “Este julgamento visa responsabilizar tanto o Governo sul-coreano como as autoridades militares norte-americanas”, disse a advogada Ha Ju-hee à agência de notícias AFP. O processo nomeia formalmente o Governo sul-coreano como réu, uma vez que Seul é legalmente responsável por indemnizar as vítimas de soldados norte-americanos em serviço. Seul deve então procurar o ressarcimento de Washington, disseram os advogados. Corpo do negócio Ao contrário das “mulheres de conforto”, abusadas sexualmente pelos soldados japoneses na Segunda Guerra Mundial, as mulheres sul-coreanas entregues aos norte-americanos permaneceram praticamente invisíveis, em parte devido aos fortes laços entre Washington e Seul. A economia ligada às bases norte-americanas – incluindo bordéis, restaurantes, salões de beleza e bares – representou 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da Coreia do Sul nas décadas de 1960 e 1970, segundo os historiadores. Os Estados Unidos mantêm actualmente 28.500 soldados no país para o proteger da Coreia do Norte, que possui armas nucleares.
Hoje Macau China / ÁsiaSupremo tailandês decreta prisão para ex-PM Thaksin Shinawatra O Supremo Tribunal da Tailândia ordenou ontem que o influente ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra cumpra um ano de prisão, depois de, em 2023, ter passado parte de uma pena por corrupção num hospital em vez de na prisão. Os 180 dias que Thaksin, figura-chave da política tailandesa nas últimas décadas, passou hospitalizado sob custódia policial alegando problemas de saúde “não podem ser contabilizados na sua pena”, explicou o tribunal num comunicado. O poderoso ex-governante foi detido para cumprir várias penas pendentes por corrupção em Agosto de 2023, quando regressou à Tailândia, coincidindo com o regresso ao poder do seu partido, o Pheu Thai, depois de ter passado 15 anos no Dubai em fuga da justiça, mas foi-lhe permitida uma hospitalização sob custódia policial. Thaksin permaneceu no hospital por seis meses e depois aceitou um regime de prisão domiciliária, que terminou em Agosto de 2024. “O réu beneficiou com a permanência no hospital”, quando “sofria apenas de doenças crónicas que podiam ter sido tratadas em regime ambulatório, sem necessidade de internamento”, decidiu hoje o Supremo Tribunal. O tribunal salientou ainda que Thaksin optou por “submeter-se a cirurgias não urgentes” devido a problemas num dedo e no ombro direito, o que “resultou no prolongamento da sua hospitalização”. Na sombra A Justiça tailandesa analisou o argumento de Thaksin sobre os problemas de saúde num momento em que o ex-líder, de 76 anos, mantém uma agenda recheada de viagens ao exterior e aparições em eventos públicos, e é considerado o líder na sombra dos governos do clã político da família Shinawatra, entre eles o de sua filha Paetongtarn. Na noite da última quinta-feira, o magnata voou de Tailândia para Dubai no seu jacto particular, alegando, mais uma vez, motivos de saúde, o que gerou rumores de que poderia ter fugido novamente. No entanto, Thaksin retornou esta segunda-feira ao país para cumprir a obrigação de comparecer na audiência agendada pelo Supremo Tribunal. A viagem do ex-governante, inicialmente planeada para realizar um exame médico na vizinha Singapura, ocorreu horas antes da votação realizada na sexta-feira no Parlamento para a eleição de um novo primeiro-ministro depois da destituição de Paetongtarn, da qual saiu vencedor o conservador Anutin Charnvirakul. Paetongtarn, afastada do poder pelo Tribunal Constitucional por ter criticado o Exército, disse ontem à imprensa à saída do tribunal, onde se deslocou para acompanhar o pai que a “família agradece a clemência real ao reduzir a pena” de Thaksin para um ano. O patriarca dos Shinawatra passará, em princípio, um ano na prisão, depois de ter sido absolvido no passado dia 22 de Agosto de uma acusação de lesa-majestade, um crime que protege a Casa Real da Tailândia de qualquer insulto e que, nos últimos anos, tem sido utilizado como uma arma legal para desacreditar adversários políticos.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | China, Rússia e Mongólia realizam manobras conjuntas China, Rússia e Mongólia realizaram entre 08 e 09 de Setembro o exercício “Cooperação Fronteiriça-2025”, as primeiras manobras conjuntas organizadas pelas forças de defesa de fronteiras dos três países, informou ontem a imprensa oficial chinesa. O exercício teve lugar numa zona fronteiriça partilhada e focou-se na “prevenção e combate a actividades terroristas e de sabotagem em áreas limítrofes”, segundo a mesma fonte. Durante as manobras, as três partes estabeleceram um posto de comando conjunto em território chinês, sob o princípio de “quem organiza no seu território, lidera”, com consultas multilaterais e comando paralelo. As actividades incluíram operações de reconhecimento conjunto, bloqueio, ataques coordenados, controlo de danos e entrega de suspeitos, entre outras. As autoridades chinesas indicaram que o objectivo do exercício foi “elevar o nível de coordenação estratégica, reforçar a capacidade de resposta a ameaças à segurança nas fronteiras e consolidar a confiança mútua”, testando ainda um novo modelo de cooperação fronteiriça. Após a conclusão do simulacro, representantes dos três países trocaram experiências sobre gestão de fronteiras e mecanismos de controlo. É a primeira vez que as forças de defesa de fronteiras da China, Rússia e Mongólia participam num exercício conjunto deste tipo, que, segundo Pequim, visa “demonstrar uma cooperação pragmática e aprofundar a amizade tradicional” entre os três países vizinhos.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Xi felicita Kim Jong-un pelos 77 anos do país O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem de felicitações ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, por ocasião do 77.º aniversário da fundação da Coreia do Norte, reiterando a vontade de Pequim em manter e desenvolver os laços bilaterais. Na mensagem, divulgada pela televisão estatal chinesa, Xi assinala que, nas últimas décadas, a Coreia do Norte “tem impulsionado o desenvolvimento dos seus projectos socialistas”, e expressa confiança na capacidade do país para enfrentar com sucesso os próximos desafios políticos e económicos. O chefe de Estado chinês recorda que a China e Coreia do Norte são “vizinhos tradicionais unidos por montanhas e rios” e sublinha que “manter, consolidar e desenvolver” os laços bilaterais constitui uma “estratégia inabalável” para Pequim. Xi mencionou ainda a recente visita de Kim a Pequim para participar nas celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, ocasião em que ambos os líderes se reuniram e “traçaram uma rota” para a cooperação futura. O líder chinês afirmou estar disposto a “reforçar a comunicação estratégica” com Pyongyang e a “avançar lado-a-lado” para contribuir para a paz e estabilidade na região.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Xi afirma que Sul Global deve fazer-se ouvir O líder chinês participou na reunião virtual extraordinária convocada pelo Brasil e voltou a apelar ao trabalho conjunto em prol do multilateralismo O Presidente chinês afirmou segunda-feira que o bloco BRICS deve “fazer ouvir a voz do Sul Global”, opor-se a “qualquer forma de proteccionismo” e trabalhar em conjunto para enfrentar “desafios externos”. “As guerras comerciais estão a acelerar e o grupo BRICS [que integra Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] deve manter-se forte na defesa do multilateralismo”, defendeu Xi Jinping, no discurso proferido no início desta reunião extraordinária virtual, convocada pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe de Estado chinês sustentou também que é necessária “mais democracia nas relações internacionais e fazer ouvir a voz do Sul Global”, ao mesmo tempo insistindo em que o grupo de economias emergentes deve demonstrar “solidariedade e cooperação em prol do desenvolvimento comum” para “enfrentar os desafios exteriores”. O BRICS é um grupo criado em 2009, actualmente composto por 10 economias emergentes e que funciona como um fórum de articulação e cooperação do Sul Global, centrado no desenvolvimento económico, político e social. Além dos cinco fundadores, tem como Estados-membros: Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irão. O líder chinês sublinhou que “o hegemonismo, o unilateralismo e o proteccionismo estão cada vez mais descontrolados” e que “as guerras comerciais e tarifárias conduzidas por um determinado país [Estados Unidos] estão a perturbar gravemente a economia mundial e a minar as regras do comércio internacional”. “Só conseguiremos enfrentar estes desafios se formos capazes de gerir os nossos próprios assuntos em primeiro lugar”, afirmou, antes de salientar que “os BRICS representam cerca de metade da população mundial, cerca de 30% da produção económica global do mundo e um quinto do comércio global”. “Quanto mais trabalharmos juntos, mais resistentes seremos perante os desafios. A China está pronta para trabalhar para reforçar a cooperação e aproveitar os pontos fortes de cada membro para trazer mais benefícios práticos aos nossos povos”, acrescentou. Em conjunto Xi vincou que os países não podem prosperar sem um ambiente internacional aberto e que “nenhum país pode dar-se ao luxo de se retirar para um isolamento auto-imposto”. “Independentemente da evolução da situação internacional, temos de continuar empenhados em construir uma economia global aberta, partilhar oportunidades e alcançar uma cooperação assente no benefício mútuo”, afirmou. O Presidente chinês destacou igualmente a necessidade de serem “mais práticos e mais produtivos” e de “salvaguardar um sistema internacional com as Nações Unidas no seu centro”, a partir do qual possa “defender-se o multilateralismo”. “Devemos também defender uma globalização inclusiva, na qual os países do Sul Global possam participar em pé de igualdade, e salvaguardar a ordem económica e comercial internacional. A globalização é a tendência histórica, devemos continuar empenhados numa economia global e opor-nos a todas as formas de protecionismo”, sustentou. A cimeira extraordinária do bloco, que reúne as principais economias do Sul Global, decorre num contexto de tensões sobre a guerra comercial conduzida pelo Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump. A anterior cimeira do grupo realizou-se em Julho de 2025 na cidade brasileira do Rio de Janeiro, e a próxima cimeira estava agendada para 2026 na Índia.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Líderes israelitas acusados de “retórica genocida” O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou ontem líderes israelitas de “retórica genocida” em relação à Faixa de Gaza, apelando à comunidade internacional para que impeça um genocídio no território palestiniano. “Estou horrorizado com o uso aberto da retórica genocida e com a vergonhosa desumanização dos palestinianos por parte de altos funcionários israelitas”, disse Volker Türk na abertura da 60.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. O Alto-Comissário apelou a “acções imediatas para pôr fim à carnificina”, afirmando que a comunidade internacional “está a falhar no seu dever”. “Estamos a falhar com o povo de Gaza. Onde estão as medidas decisivas para prevenir o genocídio? Porque é que os países não estão a fazer mais para prevenir estes crimes atrozes?”, declarou. “A região clama por paz. Gaza é um cemitério”, disse Volker Türk. O território palestiniano, sitiado por Israel, está devastado e a sofrer com a fome, segundo a ONU. O exército israelita, que afirma controlar aproximadamente 75 por cento da Faixa de Gaza e 40 por cento da Cidade de Gaza, indicou a sua intenção de tomar esta última, a maior cidade do território, situada a norte do enclave. A ofensiva israelita foi lançada na Faixa de Gaza em resposta a um ataque realizado em solo israelita em 07 de Outubro de 2023 pelo grupo islamita palestiniano Hamas. Passar à acção “Os massacres de civis palestinianos em Gaza por parte de Israel; o sofrimento indescritível e a destruição massiva infligida; a obstrução do fornecimento de ajuda humanitária adequada e a consequente fome de civis; os assassinatos de jornalistas, funcionários da ONU e de organizações não-governamentais (ONG), e os crimes de guerra que comete, chocam a consciência do mundo”, disse Türk. O Alto-Comissário apelou aos países para que “interrompam o fluxo de armas para Israel, arriscando infringir as leis de guerra; que “exerçam a máxima pressão para garantir um cessar-fogo, a libertação de reféns e pessoas detidas arbitrariamente; e a entrada de ajuda humanitária suficiente em Gaza por todos os meios ao seu dispor”. Türk pediu ainda que a comunidade internacional tome “medidas decisivas para se oporem à tomada militar de Gaza planeada por Israel e à anexação acelerada da Cisjordânia ocupada”. Logo após o regresso do Presidente norte-americano, Donald Trump, à Casa Branca, Israel, tal como os Estados Unidos, deixou de participar nos debates perante o Conselho dos Direitos Humanos.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Xi Jinping participa em cimeira virtual A China confirmou a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, numa cimeira virtual extraordinária do bloco de economias emergentes BRICS, que decorreu ontem e foi convocada pelo homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. “O grupo BRICS procura fomentar a cooperação e solidariedade entre mercados emergentes e países em desenvolvimento, para defender a justiça e ser uma força estável e positiva nos assuntos internacionais, num momento em que cresce o proteccionismo”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian, em conferência de imprensa. Lin confirmou que Xi iria proferir um discurso na reunião e que Pequim espera “manter conversações” com outros líderes, com vista a “novas contribuições em prol de um mundo multipolar”. Segundo a imprensa brasileira, a cimeira extraordinária foi convocada para discutir “as ameaças à ordem mundial multipolar e uma resposta comum às tarifas” impostas pelos Estados Unidos. O encontro decorre num contexto de tensão comercial com os EUA, exacerbada pela guerra tarifária impulsionada pela administração do Presidente norte-americano, Donald Trump. A última cimeira dos BRICS – grupo fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – teve lugar em Julho deste ano, no Rio de Janeiro. Estava previsto que a próxima fosse realizada na Índia, em 2026. O grupo conta actualmente com dez membros, incluindo Egipto, Etiópia, Indonésia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim contra lista de países que detêm cidadãos dos EUA de forma injusta A China declarou ontem a sua firme oposição à criação, pelos Estados Unidos, de uma lista negra de países onde cidadãos norte-americanos estão, segundo Washington, detidos de forma injusta – lista na qual Pequim deve figurar. O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou na sexta-feira um decreto que prevê a elaboração de uma lista negra de países a sancionar por alegadamente deterem norte-americanos para os utilizarem como moeda de troca. Um alto responsável, sob anonimato, indicou que os casos da China, do Irão e do Afeganistão seriam analisados com particular atenção. “Alguns nos Estados Unidos fazem declarações totalmente enganosas e motivadas por segundas intenções. A China opõe-se firmemente a isso”, comentou Lin Jian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, durante uma conferência de imprensa. “A China é um Estado de direito e a questão de supostas detenções injustificadas não se coloca”, acrescentou. “Todos sabem que são os Estados Unidos que detêm o monopólio das detenções injustificadas, das detenções arbitrárias, da coerção diplomática, da justiça extraterritorial e das sanções unilaterais”, afirmou o porta-voz.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório indica que Pequim acelera valorização do yuan O banco central da China tem vindo a valorizar gradualmente o yuan desde Maio, numa estratégia que poderá reflectir tanto objectivos económicos internos como sinais políticos dirigidos a Washington, segundo um relatório do grupo de reflexão Gavekal Dragonomics. Desde a trégua comercial com os Estados Unidos alcançada em Maio, o Banco Popular da China (banco central) tem ajustado diariamente a taxa de referência do yuan, fazendo-a subir de 7,19 para 7,13 por dólar até Agosto – uma valorização de cerca de 1 por cento. Mas na última semana de Agosto, a instituição acelerou o ritmo, fortalecendo a taxa em mais 300 pontos-base em apenas cinco sessões, para 7,10 por dólar. “Se este ritmo se mantiver, o yuan poderá em breve romper a barreira simbólica dos 7 por dólar”, observou a Gavekal Dragonomics. Segundo o relatório, esta mudança coincide com o discurso do presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, em Jackson Hole, onde manifestou abertura a um corte de juros. O banco central da China começou a fixar o yuan mais forte logo na segunda-feira seguinte, embora o índice do dólar (DXY) tenha permanecido estável, sugerindo que a decisão chinesa não foi motivada diretamente pelos mercados cambiais. O ‘think tank’ aponta várias hipóteses para esta decisão. Uma delas é que o banco central chinês espera uma tendência de enfraquecimento do dólar nos próximos meses, à medida que os mercados antecipam taxas de juro mais baixas nos Estados Unidos e possíveis pressões políticas sobre a independência da Fed, por parte da Administração do Presidente Donald Trump. Outra possibilidade, é que a valorização do yuan sirva para “libertar pressão acumulada” e manter os mercados alinhados com os sinais do PBOC. Isto permitiria, segundo o relatório, cortar juros mais tarde este ano sem gerar desvalorizações abruptas da moeda. O gesto poderá também ser interpretado como uma tentativa de melhorar o clima nas negociações comerciais com os EUA. “Ao mostrar que não está a desvalorizar o yuan para compensar os efeitos das tarifas norte-americanas, o PBOC ajuda a criar uma atmosfera mais propícia a um eventual acordo”, considera a Gavekal, recordando que o vice-ministro chinês do Comércio, Li Chenggang, esteve em Washington entre 27 e 29 de Agosto.
Hoje Macau China / Ásia MancheteVisita | PM português desde ontem a Pequim Luís Montenegro chegou ontem a Pequim onde será recebido pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Segue depois para o Japão com uma curta passagem por Macau pelo meio O primeiro-ministro português aterrou ontem em Pequim para uma visita oficial à China que se inicia hoje, durante a qual terá um encontro com o Presidente Xi Jinping e passará por Macau, seguindo depois para o Japão. A deslocação aos dois países, com um total de quatro dias de programa oficial, acontece nove anos depois de o anterior primeiro-ministro, António Costa, ter visitado a China em 2016 e de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter estado no território em 2019. Integram a comitiva o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, – que terá à chegada um encontro oficial com o seu homólogo chinês – e o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, além da presidente da AICEP, Madalena Oliveira e Silva. A agenda oficial da visita do primeiro-ministro arranca hoje, com uma cerimónia de deposição de coroa de flores no monumento aos Heróis do Povo, na Praça Tiananmen, seguindo depois para o Grande Palácio do Povo. Além do encontro com o Presidente da República Popular da China Xi Jinping – o mais significativo politicamente por o chefe de Estado chinês receber em audiência poucos primeiros-ministros estrangeiros -, Luís Montenegro reunir-se-á antes com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji. Ao final da tarde, terá uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, estando prevista uma cerimónia de assinatura de instrumentos jurídicos. Paragem em Macau A visita do primeiro-ministro português à China acontecerá na semana seguinte ao encontro em Pequim dos dirigentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, numa parada militar que assinalou o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico. Este encontro foi classificado na quarta-feira pela chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, como um “desafio directo” à ordem internacional baseada em regras, que envia “sinais antiocidentais”. Fonte do gabinete do primeiro-ministro enquadrou a visita de Luís Montenegro à China na “tradição diplomática” de Portugal, já que todos os chefes de Estado e vários primeiros-ministros visitaram este país, a “segunda maior economia do mundo” e membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Além dos encontros políticos “ao mais alto nível”, em termos económicos, o objectivo é melhorar a balança comercial entre os dois países, “fortemente desequilibrada” a favor de Pequim, devendo ser assinados alguns memorandos de entendimento na área agroalimentar. O primeiro-ministro parte ainda hoje à noite para a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), onde tem prevista agenda na manhã de quarta-feira, seguindo nesse dia para o Japão, com programa em Tóquio e Osaka até sexta-feira, regressando nessa noite a Lisboa.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | PM s Shigeru Ishiba anuncia demissão por derrota nas eleições de julho O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, decidiu demitir-se na sequência de crescentes apelos do seu partido para que assuma a responsabilidade pela grande derrota nas eleições legislativas de Julho, avançou ontem a imprensa local. A televisão NHK adiantou que Ishiba quer evitar divisões dentro do partido, enquanto o jornal Asahi Shimbun afirmou que o primeiro-ministro já não conseguia resistir aos crescentes pedidos de demissão. Ishiba, que assumiu o cargo em Outubro, resistia às exigências dos seus opositores, maioritariamente de direita e do seu próprio partido, há mais de um mês. A decisão do primeiro-ministro japonês acontece um dia antes de o seu Partido Liberal Democrata decidir se realiza uma eleição antecipada para a liderança caso seja aprovada uma moção de censura contra Ishiba. Em Julho, a coligação governamental de Ishiba falhou o objectivo de conseguir a maioria da câmara alta do parlamento, tendo o Partido Liberal Democrata e o parceiro Komeito conseguido apenas 46 dos 50 lugares que tinham como meta, para se juntar aos 75 lugares que já tinham. Estas eleições eram tidas como um teste para o primeiro-ministro, que governava em minoria depois de ter perdido o controlo da câmara baixa do parlamento, a Câmara dos Representantes, nas eleições gerais antecipadas de Outubro de 2024. O descontentamento público com o aumento do custo de vida, que os aumentos salariais não conseguiram resolver, esteve no centro da campanha, com Ishiba a prometer distribuir 20 mil ienes (cerca de 120 euros) a cada residente.
Hoje Macau China / ÁsiaJaponês de 102 anos torna-se a pessoa mais velha a escalar o Monte Fuji Kokichi Akuzawa quase desistiu durante a caminhada para se tornar a pessoa mais velha a escalar o Monte Fuji aos 102 anos, um feito recentemente reconhecido pelo Guinness World Records após a chegada ao topo, no início de agosto. “Fiquei realmente tentado a desistir a meio. Chegar ao cume foi difícil, mas os meus amigos incentivaram-me e correu tudo bem. Consegui chegar ao topo porque muitas pessoas me apoiaram”, contou Akuzawa à agência Associated Press (AP) depois da subida. Akuzawa escalou com a filha Motoe, de 70 anos, a neta, o marido desta e quatro amigos de um clube de escalada local. O grupo de escalada acampou durante duas noites no trilho antes da subida ao topo da montanha mais alta do Japão, que atinge os 3.776 metros, em 5 de agosto. “Estou impressionado por ter escalado tão bem”, frisou, comunicando com a ajuda da filha Yukiko, de 75 anos, que repetia perguntas ao ouvido do pai por este ter problemas de audição. Akuzawa acrescentou que, na sua idade, não considera nenhuma montanha como garantida: “É melhor escalar enquanto se pode”, apontou. A viagem não foi a primeira subida recorde de Akuzawa ao Monte Fuji. Tinha 96 anos quando se tornou a pessoa mais velha a escalar a montanha mais famosa do país. Nos seis anos seguintes, superou problemas cardíacos, herpes-zóster (zona) e dores de uma queda na escalada. Akuzawa passou três meses a treinar antes da escalada do Fuji, acordando às 5 da manhã para caminhadas de uma hora e escalando aproximadamente uma montanha por semana, principalmente em redor da região de Nagano, a oeste de Gunma, no centro do Japão. Outras artes Rodeado de familiares e pinturas emolduradas de montanhas na sua casa em Maebashi, a cerca de 241 quilómetros a noroeste de Tóquio, Akuzawa recordou o que o atraiu para as montanhas há 88 anos. Embora a magia de chegar ao cume seja inegável, foram as pessoas que o fizeram regressar. “Eu escalo porque gosto. É fácil fazer amigos na montanha”, sublinhou. Akuzawa era um aluno competente e trabalhou como engenheiro de projecto de motores e, mais tarde, como inseminador artificial de gado, profissão que manteve até aos 85 anos, segundo a sua família. Questionado sobre se pretende escalar novamente o Monte Fugi, o japonês destacou que gostava de “escalar para sempre”, mas duvida que consiga novamente o feito. “Estou agora ao nível do Monte Akagi”, um cume próximo com cerca de metade da altura do Fuji, com um pico de 1.828 metros. Actualmente, Akuzawa passa as manhãs como voluntário num centro de cuidados a idosos e a dar aulas de pintura no seu estúdio em casa. O montanhismo e a pintura exigem tempo e dedicação, mas ambos oferecem paz, salientou. As filhas de Akuzawa querem que ele pinte o Monte Fuji ao nascer do sol como a próxima adição às representações de cadeias de montanhas que cobrem as paredes da sua sala de estar.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China “opõe-se firmemente” a qualquer pressão dos EUA ou da Europa A China disse sexta-feira opor-se a qualquer tipo de coerção, depois dos Estados Unidos terem pedido aos líderes europeus para aumentar a pressão económica sobre Pequim devido ao alegado apoio à máquina de guerra russa. A China “opõe-se firmemente às chamadas pressões económicas” contra o país, tal como “se opõe à tendência de ser invocada para tudo”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa em Pequim. “A China não está na origem desta crise, nem é parte envolvida”, sublinhou. Pequim reagia a declarações feitas na véspera pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que instou a UE a “pressionar economicamente a China pelo apoio ao esforço de guerra da Rússia” na Ucrânia, de acordo com um responsável da Casa Branca. O porta-voz escusou-se a comentar a recente decisão da Casa Branca de passar a referir o Departamento de Defesa como “Ministério da Guerra”, por considerar tratar-se de “um assunto interno dos Estados Unidos”.
Hoje Macau China / ÁsiaTribunal de Hong Kong rejeita recurso de português condenado por subversão Um tribunal de Hong Kong rejeitou sexta-feira um pedido apresentado pelo cidadão português Joseph John para tentar recorrer da pena de cinco anos de prisão a que foi condenado pelo crime de incitação à subversão. De acordo com a imprensa local, três juízes de um tribunal intermédio, Jeremy Poon, Derek Pang e Anthea Pang, negaram o pedido, apresentado em Maio, para enviar um recurso para o Tribunal de Última Instância. Em Abril de 2024, a justiça de Hong Kong condenou Joseph John a cinco anos de prisão pelo crime de incitação à subversão, no primeiro caso de segurança nacional a envolver um arguido com dupla nacionalidade. A lei de segurança nacional foi promulgada em 2020 por Pequim, para pôr fim à dissidência na região semiautónoma chinesa. Mais tarde, o advogado do português, Randy Shek Shu Ming, pediu ao Tribunal de Recurso que reduzisse a pena para quatro anos e quatro meses, sublinhando que Joseph John se tinha declarado culpado. Randy Shek é conhecido em Hong Kong por defender arguidos ligados aos protestos de 2019, um dos maiores desafios às autoridades de Pequim desde a transferência de poder. Mas, em Abril passado, o Tribunal de Recurso recusou o pedido da defesa do português, concluindo que qualquer crime ligado à segurança nacional que seja classificado como “sério” implica uma pena mínima de cinco anos. Os juízes do Tribunal de Recurso citaram uma sentença de 2023 do Tribunal de Última Instância como base para esta decisão. Na decisão de sexta-feira, os três juízes do mesmo tribunal usaram a mesma justificação para rejeitar o recurso de Joseph John, também conhecido como Wong Kin Chung. O português tem como última opção apresentar um pedido directamente junto do Tribunal de Última Instância, que conta entre os seus juízes com o lusodescendente Roberto Ribeiro. Apelos à independência Joseph John, funcionário do Royal College of Music, no Reino Unido, está detido desde o final de Outubro de 2022 e, caso a pena se mantenha inalterada, poderá sair em liberdade no final de 2027. Entre Julho de 2020 e Novembro de 2022, o português fez 42 publicações nos perfis em redes sociais e na página da Internet do Partido para a Independência de Hong Kong, dos quais era um dos administradores. A organização foi fundada no Reino Unido em 2015, mas a comissão eleitoral britânica revogou o estatuto de partido político em 2018. O português pediu a Londres para declarar que a China estaria a “ocupar ilegalmente” Hong Kong, assim como apelou ao Reino Unido e aos Estados Unidos para enviarem tropas para a antiga colónia britânica, cujo controlo passou para Pequim em 1997. Joseph John defendeu também “uma invasão” da cidade vizinha de Shenzhen, para libertar 12 activistas de Hong Kong que tinham tentado fugir de barco para Taiwan, grupo que incluía Kok Tsz-Lun, com dupla nacionalidade portuguesa e chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaKim garante a Xi vontade “inabalável” de desenvolver relações bilaterais O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, expressou ao Presidente da China, Xi Jinping, a “vontade inabalável” de aprofundar as relações entre os dois países, informou sexta-feira a imprensa oficial norte-coreana. De acordo com a agência de notícias KCNA, o dirigente norte-coreano declarou que “os sentimentos de amizade entre a República Popular Democrática da Coreia e a China não mudarão, aconteça o que acontecer no cenário internacional”. “A vontade do Partido dos Trabalhadores da Coreia [partido único] e do Governo da RPDC [sigla oficial da Coreia do Norte] de desenvolver continuamente as relações com a China é inabalável”, afirmou Kim, durante o encontro bilateral realizado em Pequim, na quinta-feira. No dia anterior, o líder norte-coreano reuniu-se, também na capital chinesa, com o Presidente russo, Vladimir Putin. Horas antes, Kim participou, ao lado de Xi e Putin, no desfile militar realizado na Praça Tiananmen, em Pequim, por ocasião do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico – um gesto simbólico que gerou críticas do Ocidente. O Presidente norte-americano, Donald Trump, acusou os três líderes de “conspirarem contra os Estados Unidos”, enquanto a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, classificou o encontro como um “desafio directo” à ordem internacional. Ainda segundo a KCNA, Kim garantiu que Pyongyang continuará a apoiar “invariavelmente” os esforços da China para defender a sua soberania, integridade territorial e interesses nacionais. Xi Jinping reafirmou que a vontade da China de aprofundar os laços com a Coreia do Norte “permanecerá inalterada, independentemente das mudanças no cenário global”. “A amizade entre os povos da Coreia do Norte e da China permanece constante, independentemente das mudanças no mundo”, declarou Kim, elogiando ainda o “acolhimento caloroso” recebido em Pequim, de acordo com imagens divulgadas pela televisão estatal chinesa CCTV. Apita o comboio A reunião entre Kim e Xi foi a primeira desde 2019. Os dois países mantêm relações estreitas desde a Guerra da Coreia (1950-1953), na qual Pequim apoiou militarmente Pyongyang. Apesar do apoio político, diplomático e económico da China ser crucial para o regime da Coreia do Norte, o crescente alinhamento de Kim com Moscovo, no contexto da guerra na Ucrânia, é visto com reservas por analistas chineses. Kim chegou a Pequim na terça-feira, acompanhado pela filha, Kim Ju-ae, e pela irmã, Kim Yo-jong. Esta foi a sua segunda viagem ao estrangeiro em seis anos e a primeira à China desde 2019. O comboio blindado do líder norte-coreano foi visto a abandonar Pequim na noite de quinta-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Investigado ex-regulador dos mercados bolsistas Mais um “tigre” que cai em desgraça. Yi Huiman, que chegou a ser presidente do banco estatal ICBC, é acusado de ter cometido infracções graves à lei As autoridades da China estão a investigar Yi Huiman, ex-presidente do regulador dos mercados bolsistas, por “graves violações da disciplina e das leis”, anunciou sábado o órgão anticorrupção do Partido Comunista. De acordo com um breve comunicado publicado no portal na Internet da Comissão Central de Inspecção Disciplinar, o dirigente de 60 anos enfrenta “uma revisão disciplinar e uma investigação de supervisão”. Yi, que teve uma longa carreira no sector bancário e chegou a ser presidente do banco estatal ICBC — o maior banco do mundo em volume de activos —, era actualmente vice-director do comité económico da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, um importante órgão consultivo do Governo. O jornal de Hong Kong South China Morning Post refere que Yi seria o segundo chefe da Comissão de Regulação dos Valores Mobiliários da China (CSRC, na sigla em inglês) a ser investigado por corrupção na última década, após ter sido o terceiro a ser demitido desde 2016. Yi Huiman foi substituído em Fevereiro de 2024, após meses de turbulência em que os mercados de acções chineses caíram, causando perdas no valor de biliões de euros aos investidores. O antecessor, Liu Shiyu, foi demitido em 2019 e posteriormente investigado por alegadamente aceitar presentes e dinheiro, assim como por promover vendas de ações de empresas da sua cidade natal. Liu tinha assumido o cargo após Xiao Gang ter sido demitido em 2016, devido à queda bolsista do ano anterior, no qual os mercados chineses perderam quase três biliões de euros. “A CSRC é mais do que um regulador do mercado bolsista na China, pois há muito que é responsável pela protecção dos interesses dos pequenos investidores que investem as suas poupanças no mercado bolsista”, explica Ding Haifeng, da empresa de consultoria financeira Integrity. Sem tréguas Em 2024, a China sancionou mais de 889 mil funcionários públicos por violações disciplinares. Este ano, as autoridades anunciaram investigações por corrupção a vários executivos de grandes empresas públicas e a um antigo alto funcionário do principal organismo de planeamento económico. Pequim condenou ainda à pena de morte, com suspensão condicional da pena, um antigo executivo da comissão de gestão dos ativos estatais. Esta etapa da campanha anticorrupção surge depois de o líder chinês Xi Jinping, ter afirmado que o país deve tornar-se uma “superpotência financeira”, face ao risco de isolamento dos Estados Unidos. Após assumir o poder, em 2012, Xi iniciou uma campanha na qual vários altos dirigentes, tanto governamentais como de empresas estatais, foram condenados por aceitarem subornos multimilionários. Nos últimos meses, a campanha expandiu-se para sectores como o tabaco e os produtos farmacêuticos.