Tomás Chio SociedadeAgente da PSP suspeito de conduzir alcoolizado atropela idoso [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia de Segurança Pública (PSP) está a investigar um agente policial suspeito de ter atropelado um idoso enquanto conduzia embriagado no passado domingo. O jornal Ou Mun explica que o acidente teve lugar na junção da Avenida Almirante Lacerda com a Rua João de Araújo, às duas da madrugada. [dropcap]O[/dropcap] polícia seguiria com mais duas pessoas no carro: um deles foi identificado como sendo um agente policial desde 1999 de apelido Ng e um segundo é Lei, também agente desde 1991. A terceira pessoa é Gu, uma doméstica de 29 anos, namorada de Lei. A Polícia de Trânsito, que chegou ao local depois do acidente, obteve declarações de Ng e Gu, mas o cruzamento de dados deixou dúvidas: é que ambos afirmaram ser quem ia ao volante no momento do embate antes de terem passado no teste do balão. A PSP começou então a considerar a hipótese de ter sido Lei quem ia ao volante, já que não só não passou no teste, como tinha valores acima da média. A máquina apitou, mostrando 2,7 g/l. O agente confessou ter sido então o autor do crime, justificando que não conseguiu parar o veículo a tempo de não embater no idoso. Transporte perigoso A PSP já enviou o caso para o Ministério Público. O agente Lei vai ser acusado de condução perigosa e a PSP já garantiu que vai dar início a um processo disciplinar a aplicar aos dois agentes. O idoso, que tem 85 anos, teve de receber tratamento hospitalar. O Ou Mun acusou ainda a PSP de não dar a notícia por dois dos seus agentes estarem envolvidos. À acusação, as autoridades responderam apenas que quando o incidente teve lugar, os seus funcionários estavam a resolver a questão junto da Polícia de Trânsito e dos Bombeiros, razão pela qual a notícia só foi publicada pelo departamento de comunicação no dia seguinte.
Tomás Chio BrevesSugerido sistema de transporte marítimo O Director da Associação Promotora da Economia de Macau (APEM), Ieong Tou Hong, sugeriu ontem a criação de um sistema de transporte de deslocação marítimo pela cidade, como acontece em Banguecoque ou Veneza. A ideia, disse Ieong ao Governo através do canal chinês da TDM, é usar os portos de Macau para criar estes percursos entre a península, Taipa e Coloane. “Depois de ter sido aprovada a gestão das águas marítimas pelo Governo Central, o Governo da RAEM pode desenvolver o transporte marítimo em Macau, como forma de solucionar o trânsito nas estradas”, começou por dizer. “Macau é pequeno e tem demasiados carros, pelo que o Governo poderá utilizar todos os portos da região, como o Porto Interior, o Cais do Pac On e o Porto de Coloane para este efeito”, acrescentou o director. Ieong Tou Hong considera que a RAEM pode replicar o sistema de transporte marítimo de cidades litorais como Veneza, em Itália, e Banguecoque, na Tailândia. “É possível para os barcos de alta velocidade, cheios de passageiros, passar nas linhas marítimas”, referiu o director, que também disse ser necessário ponderar os engarrafamentos que têm lugar nas zonas antigas da cidade, que enchem com um grande número de turistas e residentes. Assim, disse esperar que o Governo possa desenvolver o turismo das zonas litorais, a fim de melhor distribuir os visitantes pelas várias áreas da cidade.
Tomás Chio EventosMúsica | Jovem de Macau lança hoje segundo álbum de originais Toca bateria, teclas e guitarra e faz dos sintetizadores o seu brinquedo. Achun, nascido e criado em Macau, lança hoje “Hallucination” [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hama-se Achun e nasceu e cresceu em Macau. Foi também aqui que criou todas as músicas que fazem parte de “Hallucination”, o segundo álbum na sua carreira e que é agora dado a conhecer ao público. A data não foi escolhida ao acaso: Achun celebra hoje 32 anos e quis, com este CD, dar um “presente a si próprio”. O disco inclui sete músicas, todas elas instrumentais, e compostas por Achun. A electrónica é o seu estilo, mas o músico – independente – explica que, por detrás do que faz, há muito trabalho. “As pessoas pensam que eu sou um DJ, mas não. A verdade é que eu toco diversos sintetizadores e instrumentos, como bateria, guitarra e teclas”, explica ao HM, acrescentando que não se fica por aqui. No início era os anos 80 Quando começou, há quatro anos, Achun enveredou por estilos mais relacionados com os anos 80. Como exemplo para ilustrar a sua explicação, o jovem diz-nos que começou por fazer sons semelhantes aos do jogo “SuperMario”. Ultimamente tenho criado algumas músicas mais asiáticas e de etnias diferentes, com instrumentos especiais como carimba e maracas. Quero criar músicas que misturam o estilo asiático e electrónico”, diz-nos. Apesar de fazer tudo do zero sozinho, Achun assume que também pensa na sua audiência, especialmente quando tem concertos: o estilo pode ser mais “suave, mais vibrante, mais pesadão”. Estudante do curso de Desenho do Instituto Politécnico de Macau, Achun acabou por não terminar a licenciatura. Ao mesmo tempo que estudava, trabalhava numa empresa de desenho. O facto de considerar que o conteúdo do curso não era tão interessante ajudou a que o jovem optasse pela sua paixão: a música. “Comecei a minha carreira musical há quatro anos. A música sempre me interessou, sempre tive uma grande paixão por música e, nos três anos anteriores, sempre pensei em tornar-me músico a tempo inteiro. Só não me despedi do trabalho porque precisava de ganhar o meu pão.” Achun publicou o seu primeiro álbum – “On The Other Side” – em 2012, tendo feito o seu primeiro concerto par ao lançamento do disco em Xangai. Foi aqui que a sua carreira deu um passo em frente. “Conheci um italiano que era dono de uma editora em Bolonha. Combinamos lançar algumas músicas na internet e foi isso que fizemos com obras como ‘City Vibes’ e ‘The Gloaming Time’. Depois desta cooperação, fui contratado por uma empresa de Hong Kong.” Achun passou, então, a viver e trabalhar na região vizinha. Voltou a Macau para criar mais música, mas a verdade é que o bichinho da RAEHK ficou para sempre consigo. “Embora tenha tido concertos já em Xangai, Taiwan e Hong Kong, bem como em Macau, a maioria dos meus shows é na RAEHK. Macau não é muito conhecido nos países estrangeiros e, como morei e trabalhei lá, digo aos estrangeiros que sou de Hong Kong. Mas não me esqueço que nasci e cresci em Macau. Se for mais conhecido mundialmente, no futuro, vou dizer aos meus fãs que sou de Macau. E vou falar desta terra, caso eles não saibam onde fica”, conta-nos sorridente. O mercado local A dificuldade de fazer música em Macau é algo apontado pelo músico, que caracteriza a indústria musical local como um “papel branco”. Faltam recursos humanos e espaços, diz, mas também uma verdadeira paixão por música da parte do público. “O território é pequeno, não há muito potencial para música aqui e os residentes não dão muita atenção à música. Por isso é que me concentrei mais no mercado internacional.” Ainda assim, Achun não desiste do que gosta de fazer. Prova disso é este novo álbum, que é publicado de forma independente através da sua própria empresa – a “The Future Perfect”. Desde a criação da música, à gravação do disco e à promoção tudo é, então, feito por Achun. O artista diz-nos ainda que todas as capas dos seus álbuns são desenhadas por si. A capa de “Hallucination” é inspirada em ficção científica, uma das suas outras paixões. O álbum vai ser lançado digitalmente, para já, e só depois em formato físico. As músicas de Achun podem ser ouvidas em plataformas como iTunes, Amazon e KKbox.
Tomás Chio SociedadeTáxis|DSAT afinal não recebeu propostas para licenças especiais [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) ainda não terá recebido qualquer proposta de candidatura para os táxis especiais. Apesar de, em Outubro, o organismo ter dito que quase duas dezenas de pessoas ou empresas já apresentaram a sua proposta de candidatura a uma licença para conduzir um táxi amarelo, ao jornal Ou Mun a DSAT vem dizer que não recebeu qualquer candidatura até à semana passada. Amanhã é o último dia para a entrega de inscrições, uma data que chega após um prolongamento do concurso, devido a mudanças nos requisitos de candidatura. Uma das alterações ditava mesmo a redução do número obrigatório de táxis para deficientes de “pelo menos dez” para “pelo menos cinco”, de forma a melhor responder à falta de recursos das empresas que só operam por chamada. Porta-vozes do sector de táxis afirmaram ao jornal chinês que não seria apenas uma empresa na corrida e que é habitual as concessionárias entregarem as propostas em datas perto do fim. Um dos representantes do sector, que não foi identificado no jornal, afirmou que a companhia dos táxis amarelos Vang Iek não vai participar neste concurso. A DSAT decidiu tornar as normas para o concurso público de concessão de licenças especiais de táxis mais brandas porque não havia interesse da parte das empresas. Parte do preço dos táxis para deficientes será suportado pelo Governo, uma vez que este diz haver “pressões no custo de exploração destes táxis”. Pontos de discórdia Recorde-se que no ano passado, o Governo optou por terminar os serviços da empresa de rádio-táxis Vang Iek, depois de ter considerado que a empresa não conseguia cumprir o contrato. Uma das defesas da empresa era precisamente os “problemas” na operação e “o dinheiro perdido”. A Vang Iek queixava-se ainda de falta de ajuda. “Durante o período [de operação] fizemos o melhor que conseguimos, no entanto, não tivemos o apoio do Governo e por isso o nosso trabalho foi muito difícil. Durante a negociação da renovação do contrato não tivemos uma resposta positiva do Governo”, dizia Cheang Veng Chio, director-executivo da empresa em Novembro do ano passado. A obrigação de ter táxis acessíveis a deficientes e a proibição de cobrar taxas extra para os táxis por chamada eram alguns pontos de discórdia entre Governo e a Vang Iek. Conflitos em autocarros aumentam O ano de 2015 contou com mais conflitos entre passageiros e condutores de autocarros, tendo havido 27 destes casos, um aumento de 40%. O Conselho Consultivo do Trânsito sugeriu, na semana passada, que sejam adicionados equipamentos de gravação dentro dos veículos para que se possam recolher provas.
Tomás Chio SociedadeSalário Mínimo | IH anula votação sobre subida de despesas de condomínio Depois de ameaçarem com queixa ao CCAC, os moradores de Seac Pai Van conseguiram que o IH recuasse na votação “injusta” a favor do aumento de despesas de condomínio [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto da Habitação (IH) emitiu um aviso aos proprietários do edifício Koi Nga, do complexo de habitação pública de Seac Pai Van, que anula o resultado da votação da última assembleia de condóminos, que decretou um aumento de despesas. O IH confirmou que os aumentos serão decididos pelos proprietários numa nova reunião a realizar antes do Ano Novo Chinês. O IH, por ser o maior proprietário, com 400 fracções, teve direito de voto na assembleia de condóminos, que decretou o aumento das despesas do condomínio devido à implementação do salário mínimo para os funcionários da limpeza e de segurança dos prédios. Agora, o IH decidiu recuar e dar o poder de decisão aos moradores das restantes casas. O senhor Cheang, membro da Associação de Ajuda Mútua para o edifício Koi Nga e proprietário de uma fracção, disse à Macau Concelears que “um chefe de departamento do IH, de apelido Sou, disse que o resultado foi revogado e que vai promover outro encontro”. O IH vai enviar “antecipadamente as convocatórias” para que os proprietários que não possam participar na nova reunião tenham tempo suficiente para passarem procurações para a votação, explicou ainda, referindo-se a um outro problema encontrado na reunião que aprovou a subida das despesas: a ausência de alguns proprietários. CCAC no problema A decisão do IH surge depois de alguns proprietários terem ameaçado apresentar uma queixa ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) pelo facto dos representantes do instituto terem votado no aumento, mesmo sem alguns proprietários de fracções, e de ter sido decretada essa subida de valores. O senhor Cheang frisou ainda à Macau Concelears que, se o IH tivesse discutido o assunto previamente com os restantes moradores, a situação não seria tão complicada, tendo-se mostrado satisfeito com a anulação do resultado. Em Dezembro, o IH foi acusado de apoiar a empresa de condomínio e de ter enganado os moradores em prol de aumentos, já que nada foi discutido. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o novo presidente do IH, Arnaldo Santos, referiu que “para a habitação pública, o Governo deve desistir da votação nas assembleias de condóminos e deixar o poder de decisão entregue aos proprietários”. Até porque todas as fracções vazias são do instituto até terem moradores.
Tomás Chio SociedadeTurismo | Macau é próspero e tem capacidade de desenvolvimento, diz relatório [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] resultado do relatório de Desenvolvimento de Cidades Turísticas Mundiais de 2015, publicado pela Federação de Cidades Turísticas Mundiais, indica que Macau está entre as vinte primeiras posições de uma lista de mais de uma centena. Para Pequim, isto só mostra que o território apresenta sinais de “prosperidade” e capacidade de desenvolvimento. Capacidade para desenvolvimento, satisfação, prosperidade, contribuição económica, atracção e apoio no turismo são os seis indicadores em avaliação das 130 cidades, onde se incluem Londres, Paris, Hong Kong e Pequim. No indicador “prosperidade”, a maioria das cidades asiáticas ficou em lugares dentro de 20 primeiros, com a percentagem média de 55%. Aqui estavam incluídas cidades como Pequim, Xangai, Hong Kong e Macau. As cidades europeias arrecadaram 25%, 15% para as cidades americanas e 5% para as cidades africanas e do Médio Oriente. No indicador de “atracção”, os primeiros dez lugares foram ocupados por cidades europeias como Londres, Paris, Madrid e Berlim, destacando-se ainda Sydney na Austrália. Wu Keng Kuong, o director da Associação da Indústria Turística de Macau, disse ao Jornal Ou Mun que isto se deve ao facto de a “Europa ter centenas de ambientes de cultura histórica” e, por isso, serem mais atractivas para os turistas”. Macau, disse, só tem um elemento turístico: o Jogo. “Atrai mais turistas chineses do que estrangeiros”, frisa. O Governo deve concentrar-se mais na qualidade de produtos turísticos para melhorar a satisfação dos turistas estrangeiros em Macau. “Espero que os profissionais do sector do [turismo] se dediquem também à formação de línguas e à melhoria dos serviços”, apontou. Wu indicou ainda que, quando a construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau terminar, Macau irá atrair mais turistas estrangeiros e de negócio. Macau continua a ter uma perspectiva positiva no futuro”, frisou.
Tomás Chio PolíticaDiploma contra violência doméstica pronto “em breve” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ) afirmou ao Jornal Ou Mun que os trabalhos de legislação da Lei de Violência Doméstica estão “basicamente concluídos”. O organismo acredita que o diploma possa, em breve, ser entregue à Assembleia Legislativa (AL) para entrar em processo legislativo final. Segundo a publicação chinesa, depois da aprovação na generalidade da Lei de Violência Doméstica, em Janeiro de 2015, a 1.ª Comissão Permanente da AL reuniu várias vezes para discussão do tema. A definição de crime público ou semi-público é a grande pedra no sapato deste regulamento. Melinda Chan, deputada e também membro da 1.ª Comissão Permanente, confirmou ao jornal que a proposta será apreciada em breve pela AL, indicando que na última o Governo não se mostrou contra a definição de crime público. Sinal, defende, de alguma concordância para com a grande dúvida. “Depois do Governo entregar a proposta, a Comissão irá reunir outra vez”, confirmou Melinda Chan. Há mais de quatro anos que o Governo está a trabalhar nesta lei. O trabalho legislativo foi preparado pela DSAJ, pelo Instituto de Acção Social e pela Polícia de Segurança Pública, que será a responsável pela aplicação da lei.
Tomás Chio Manchete SociedadePedida transferência de serviços de urgência da MUST para o Carmo Au Kam San sugere: E se parasse de se gastar tanto dinheiro com o arrendamento de parte do hospital da MUST e se pusesse o Centro de Saúde público do Lago a prestar esses serviços de urgência? [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Au Kam San quer saber porque é que o Governo não faz a transferência dos serviços e equipamentos de urgência do Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) para o Centro de Saúde de Nossa Senhora do Carmo-Lago, na Taipa. O pró-democrata considera irracional o facto do Governo estar a arrendar o espaço, quando poderia apostar no desenvolvimento do Centro de Saúde. O arrendamento do serviço de urgência da MUST causou polémica em 2011, quando a MUST anunciou a cobrança de 910 mil patacas ao Governo pelo serviço, que está localizado num terreno cedido gratuitamente pelo Executivo à universidade. “Há alguns anos o Governo arrendou uma parte da área do hospital da MUST para conseguir oferecer serviços de urgência aos residentes das ilhas. Assim conseguiria aliviar a pressão sentida pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário. Este arrendamento custava mais de novecentas mil patacas, na altura, por isso é possível que a renda já tenha aumentado muito nos últimos anos. É um valor sobre o qual nada se sabe porque o Governo, até hoje, ainda não divulgou quanto é que gasta”, frisou o deputado numa interpelação escrita. Au Kam San relembra ainda que vários cidadãos já apresentaram as suas preocupações, no programa de rádio da TDM ‘Macau Talk’, sobre este serviços de urgência, queixando-se que não é conveniente já que falta um sistema completo de transportes na zona. Outros têm vindo a queixar-se de falta de serviços deste género no Centro de Saúde do Carmo. “Ao mesmo tempo, o Centro de Saúde Nossa Senhora do Carmo-Lago – que é o maior Centro de Saúde – tem um grande espaço de estacionamento e uma boa rede de transportes. Infelizmente, o Centro só está aberto até às oito da noite, ainda que tenha capacidade para ter serviços de urgência. Por isso, queria saber se o Governo tem um plano para transferir os serviços de urgência do hospital da MUST para o Centro”, indaga o deputado, que diz ainda que “a transferência pode fazer poupar dinheiro público” e que é preciso saber quais os gastos correntes que o Governo tem tido com este arrendamento.
Tomás Chio PolíticaImobiliário | Ho Ion Sang quer saber razão para extinção de grupo de trabalho O deputado interroga-se sobre a decisão “repentina”. E sobre quem vai agora gerir o assunto [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]o Ion Sang quer que o Governo explique por que procedeu à extinção do Grupo de Trabalho para a Promoção de Desenvolvimento Sustentável do Mercado Imobiliário. O deputado mostrou-se preocupado com o facto do mercado imobiliário ficar agora sem um responsável a longo prazo. Já na passada segunda-feira o Chefe do Executivo havia publicado um despacho onde decidiu extinguir o grupo, criado em 2010. Ao Jornal Ou Mun, Ho Ion Sang disse considerar que a decisão foi “repentina”, acrescentando que não foram dadas justificações. O prazo de validade do grupo estava prevista para Junho deste ano, pelo que teria ainda mais de meio ano de vida. Ao mesmo jornal, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) afirmou que o grupo já lidou com uma série de assuntos, incluindo a elaboração do Regime Jurídico da Promessa de Transmissão de Edifícios em Construção, da Lei de Actividade de Mediação Imobiliária, ou da Lei do Imposto do Selo Especial sobre a Transmissão de Bens Imóveis Destinados a Habitação. No futuro, diz, não vai existir um departamento que se responsabilize especialmente sobre os assuntos referentes ao mercado imobiliário. A DSSOPT frisou que, quando for necessário, o Governo vai elaborar medidas ou políticas de acordo com a situação do mercado. Contudo, Ho Ion Sang, também presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras de Concessões Públicas da Assembleia Legislativa (AL), considera que o mercado imobiliário envolve as pastas da Economia e Finanças, Solos e Obras Públicas e Justiça. A inexistência de um grupo especial pode, segundo Ho Ion Sang, dar aso a que cada organismo funcione à sua maneira. “O Governo deve explicar e pensar em trabalhos posteriores. Com a extinção do grupo de trabalho e a falta de um mecanismo, quem é que fica responsável pelo mercado imobiliário? O Chefe do Executivo? É impossível a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) supervisionar todo o mercado, e a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) apenas faz coordenação”, apontou.
Tomás Chio PolíticaAssociação quer celeridade na legislação de protecção aos animais [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]vice-presidente da Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau (APAAM) considera que faltam, aos residentes locais, noções de respeito pelo direitos animais. Por isso mesmo, a responsável pediu que a Lei de Protecção dos Animais seja aprovada o quanto antes, com medidas punitivas para quem ferir os animais. Ao Jornal do Cidadão, Josephine Lau definiu que “os casos de maus tratos de animais em Macau não são raros”, acrescentando que os voluntários da APAAM já encontraram “várias armadilhas”, especialmente na Areia Preta. A mesma situação acontece, disse, com animais vindos do veterinário. A Associação dá a cara por esta luta desde 2008. Para a vice-presidente, o principal problema é que os residentes desconhecem a gravidade de maltratar animais e que estes actos têm mesmo uma componente criminosa. Isto, acrescentou, acontece devido ao facto de em Macau não haver uma legislação que puna esta tendência. “Em 2008, um jovem matou um gato ateando-lhe fogo em Macau e justificou o seu acto por se sentir entediado. O jovem não foi preso porque não há qualquer lei que o castigue”, contou. Ao jornal chinês, Josephine Lau disse esperar que o Governo transmita às gerações seguintes valores e morais correctos. Já o professor Leung Kai Yin, do Instituto Politécnico de Macau, considera que a opinião pública não deve continuar a atormentar, via internet, o jovem que matou o gato em Taiwan. “Durante a sua detenção, o jovem foi criticado na internet pela opinião pública de Macau e da Ilha Formosa. Deve-se acreditar que as autoridades vão aplicar a lei neste caso”, disse. À população local, o académico pediu uma maior aposta em marcar a importância da aprovação da Lei de Protecção dos Animais. Como o HM já avançou na passada segunda-feira, um estudante de Macau inscrito na Universidade Nacional de Taiwan foi detido após ter admitido que matava gatos na Ilha Formosa. A Lei de Protecção dos Animais de Macau ainda não entrou em vigor, estando em análise há mais de um ano.
Tomás Chio SociedadeColoane | Associações pedem plano de melhoria do turismo [dropcap style=’circle’]Y[/dropcap]eong Keng Hoi, presidente da Federação Industrial e Comercial das Ilhas de Macau, e Lei Cheok Kuan, vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, exigem ao Governo que avance com o plano de renovação de Coloane e do desenvolvimento do turismo na zona. Este foi prometido, como relembram os responsáveis, mas até agora nada foi feito. Yeong Keng Hoi e Lei Cheok Kuan disseram ao jornal Ou Mun que “nos últimos dias, muitos turistas têm visitado Coloane, especialmente no Ano Novo, mas a maioria das casas na vila não tem uma licença de habitação e é difícil que sejam renovadas para que se transformem em restaurantes ou cafés, o que limita o desenvolvimento turístico da zona e prejudica a imagem de Coloane”. Os dois responsáveis referiram ainda que em Coloane “há grandes recursos turísticos” e, tendo em conta que a RAEM recebeu uma nova área marítima, o Governo “devia aproveitar” essas vantagens e cooperar com as associações e os moradores para desenvolver o turismo na ilha. “Outro problema é a falta de lugares de estacionamento”, apontaram. “Muitas pessoas ocuparam de forma ilegal os lugares nesta zona e o Governo também deveria reorganizar o sistema de transportes”, explicaram os dirigentes associativos. Yeong Keng Hoi e Lei Cheok Kuan sugeriram que o Governo dê “algum apoio aos moradores, para acelerar a autorização de licença de habitação para as casas da vila, para que esses espaços sejam renovados e transformados em restaurantes ou cafés, ou em espaços de venda de produtos criativos”. As duas associações pedem também a renovação dos estaleiros de Lai Chi Van, para a promoção dos passeios turísticos, algo que poderia ajudar a desenvolver o turismo de Macau e a promover a diversificação económica. “Esperamos que o Governo possa avançar com este planeamento por forma a aperfeiçoar o ambiente comercial das ilhas, algo que iria trazer um desenvolvimento sustentável para Coloane. Não pode apenas anunciar o plano publicamente e não fazer mais nada sobre o planeamento”, acusaram.
Tomás Chio Manchete SociedadeEnfermeiros | Associação pede sanções contra abusos físicos A Associação de Enfermeiros teme que a falta de profissionais nos serviços de saúde possa fazer com que os casos de violência – que raramente são punidos – aumentem [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Enfermagem de Macau está preocupada com a violência que os enfermeiros sofrem no local de trabalho. Ng Wai I, secretária da Associação, pede ao Governo que sejam criadas sanções para os autores dos abusos físicos. “O Governo deve estabelecer medidas para melhorar o ambiente de trabalho dos enfermeiros e para que os seus direitos estejam protegidos. Deveria ainda criar uma multa para os casos em que as pessoas abusam dos enfermeiros”, apontou. Ao jornal Ou Mun, Ng Wai I apontou que o rácio de enfermeiros em relação à população é baixo, salientando ainda que o Conselho Internacional de Enfermeiros falou da falta de recursos humanos no sector. A Associação defende que a falta de enfermeiros nos hospitais e centros de saúde pode aumentar o número de casos de violência no trabalho, o que trará um impacto negativo nos serviços de saúde. “As pessoas que trabalham no serviço de saúde sentem sempre uma grande pressão e a eliminação da violência no trabalho é um trabalho muito importante para os hospitais. Tanto os ataques verbais, como físicos são muito duros para estes profissionais. Tanto médicos como enfermeiros já foram agredidos ou sofreram ataques verbais nos últimos dez anos, sendo que os autores foram muitas vezes os doentes ou os familiares desses doentes”, referiu a secretária. Ng Wai I falou ainda de um caso em que uma família foi autora de ataques verbais a uma enfermeira, tendo tirado fotografias e colocado informação pessoal de uma profissional na internet. “Isso é horrível. A Associação lamenta estes casos e este tipo de publicitação de informações pessoais é ilegal. Embora a vítima tenha recebido apoio e compreensão por parte do empregador, o sector de enfermagem está preocupado com isso”, disse ao Ou Mun. Recorde-se que já foram noticiados casos de enfermeiros ameaçados com facas e médicos agredidos por discordância de diagnóstico, por exemplo.
Tomás Chio PolíticaÁguas | Aquisição de mais área é “oportunidade” para convenções e exposições [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação de Convenções e Exposições de Macau prevê que o seu sector de actividades sofra uma queda de 20% no que concerne ao número de iniciativas a ter lugar em Macau, pelo que sugere o aproveitamento da recente aquisição de 85 quilómetros de águas pelo território para melhorar essa situação. O secretário da Associação, Ho Haiming, disse ao Jornal do Cidadão – à margem de um fórum que teve lugar na passada quinta-feira – que a nova zona administrativa da região pode ser tido em benefício desta área de negócios. “De acordo com os dados de membros da nossa associação, o número de eventos de convenções e exposições vai ter um declínio de 20% no próximo ano e as empresas do sector podem co-organizar-se quando os temas forem conducentes, criando assim exposições maiores para diminuir a competitividade do sector. Queremos que todas as empresas do sector façam uso das vantagens que Macau agora tem por ter uma nova área administrativa marítima”, disse. O responsável acrescentou que o sector tem a “grande vantagem” de Macau estar agora com mais uma zona para governar. “No passado, as empresas do sector sentiram-se aborrecidas quando faziam exposições sobre iates e outros barcos porque não era fácil arranjar um local ou porto para os atracar, tendo até pedido auxílio à Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água e aos departamentos congéneres de Zhuhai para escavar o lodo do mar e construir um porto temporário”, acrescentou. “Depois da delimitação, o sector pode expandir o plano das convenções, reduzir o orçamento dos exposições e encorajar a realização de convenções e exposições sobre a vida marítima em Macau”, concluiu. Ho Haiming sugeriu ainda a realização de viagens marítimas, de forma a atrair um novo tipo de visitantes comerciais. Além disso, mostrou-se confiante no crescimento deste sector se houver mais cooperação com Guangdong e com Zhuhai.
Tomás Chio PolíticaÁguas territoriais | Aumento para 85 km abre grandes expectativas Um dia depois do anúncio de que Macau vai passar a ter águas marítimas sob a sua jurisdição, foram muitas as mensagens de esperança num desenvolvimento diversificado da economia e do turismo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]anúncio de que Macau vai ter 85 quilómetros de águas marítimas sob a sua jurisdição está a deixar diversos sectores em alvoroço, tendo ontem gerado diversas reacções. Não só os deputados, mas também figuras da sociedade e associações de Macau mostraram-se agradadas com o que dizem ser uma nova oportunidade para a RAEM se desenvolver. O tema foi alvo de conversa na Assembleia Legislativa (AL), onde Ho Ion Sang fez questão de apontar que a aposta nas áreas marítimas deve ser uma prioridade do Governo, devido ao pouco espaço existente em Macau. Para o deputado, esta é uma responsabilidade do Governo e a oportunidade para o território apostar na contribuição que estas águas vão ter para com questões relacionadas com a vida da população, tais como “o controlo da poluição do Canal dos Patos, as inundações do Porto Interior e a execução da lei nas áreas marítimas”, algo que o Executivo também garantiu – conforme avançado na edição de ontem do HM. Também Ho Iat Seng, presidente do hemiciclo, disse ao jornal Ou Mun que “apesar da área marítima ser um novo desafio para a RAEM, este não é um desafio muito grande”, já que, diz, “os Serviços de Alfândega e os departamentos relacionados com os assuntos marítimos estão já a planear aumentar as instalações e pessoal”. “Macau deve ser uma plataforma comercial marítima entre a China e os países lusófonos e um porto internacional os barcos possam atracar. A economia marítima de Macau tem um grande espaço para se desenvolver”, acrescentou. Sio Chio Wai fala na possibilidade de a RAEM se vir a tornar uma cidade costeira turística, algo com que Lao Ngai Leong, deputado de Macau à Assembleia Popular Nacional, concorda, já que diz que vai ajudar a indústria náutica e marítima em Macau. Chui Sai Cheong, deputado e membro do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, é um dos membros que entregou a proposta de delimitação das águas ao Governo Central. Para o deputado, a “clarificação vai permitir a Macau ter mais recursos, espaços e oportunidades no desenvolvimento a longo prazo” do território. Desenvolvimento que pode passar por ultrapassar um dos grandes obstáculos do território, como aponta Chan Meng Kam, que é a falta de terrenos. Já Ho Sut Heng, deputado da Assembleia Popular Nacional de Macau, considera que “a clarificação da área marítima é uma grande oportunidade para desenvolver a economia diversificada”, mas pede também que o Governo pondere bem um plano detalhado para o desenvolvimento da zona, “especialmente os trabalhos de protecção ambiental do mar e da água”. “Alguns mecanismos novos para a conservação são indispensáveis”, remata. Satisfeita está também a Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores, que acredita que com jurisdição das águas, Macau pode ajudar os pescadores a conseguir mais negócio, não só na parte da pesca, mas também “promovendo o turismo de Macau no mar”. Dirigentes radiantes Lionel Leong confirmou ontem que os 85 quilómetros de águas recentemente adquiridos pelo Governo vão servir, em parte, para diversificar a economia e em cima da mesa está a promoção de actividades não-relacionadas com o Jogo. “Acredito que isto vá servir para incentivar outras áreas para diversificar a economia. Vamos caminhar nesse sentido (…), estabelecendo actividades marítimas, passeios de barco com vistos individuais”, exemplificou. Outra ideia é “aproveitar o acordo CEPA” para mexer com as indústrias transformadoras. O Secretário para a Economia frisa, no entanto, que ainda nada está definido, tal como já tinha sido defendido pelo Executivo na apresentação da novidade. “Tivemos já um encontro com Zhongshan e a cooperação regional também pode ser a base para levarmos a cabo [os planos]”. Questionado pelos média sobre se uma das hipóteses seria criar novos aterros, o responsável apenas lembrou aquilo que foi dito há dois dias: “na conferência de imprensa, disse-se que ainda não se sabe qual o destino que se quer dar às águas, mas há várias hipóteses em aberto”. O Chefe do Executivo, Chui Sai On, congratulou-se por a China ter definido a nova jurisdição, falando num “apoio de relevância” para a diversificação da economia. “Existe actualmente um vasto consenso na sociedade sobre a necessidade de acelerar o desenvolvimento da diversificação adequada da economia. É pelo facto de o Governo Central ter determinado as áreas marítimas sob nossa jurisdição que obtivemos, atempadamente, um apoio de relevância para a promoção acelerada do desenvolvimento da diversificação adequada da nossa economia”, afirmou Chui Sai On, numa mensagem divulgada pelo seu gabinete.
Tomás Chio SociedadeTribunal | Agentes envolvidos em agressão condenados a sete anos de prisão [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s quatro agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) envolvidos num caso de agressão a um homem da China continental foram condenados pelo Tribunal Judicial de Base (TJB) a sete anos de prisão. A decisão é final, depois de ter sido interposto um recurso para o Tribunal de Segunda Instância (TSI), que confirmou a sentença do TJB e devolveu o caso ao TJB. O caso remonta a 2007, quando o homem da China continental foi detido pela polícia e, no Comissariado para onde foi levado, foi agredido, quando estava a ser interrogado e depois de ter partido o nariz a um dos agentes. O suspeito ainda foi levado ao hospital, mas acabou por morrer. A defesa do suspeito pedia condenação por homicídio, mas o tribunal considerou que este não se deu como provado, condenando os polícias por crime de ofensa grave à integridade física. De acordo com o jornal Ou Mun, o juiz manteve a decisão de punir os agentes com pena de prisão e com o pagamento de uma indemnização de 1,7 milhões de patacas, um aumento de 500 mil patacas face à primeira sentença antes do recurso. “Apesar do advogado [dos polícias] ter trazido mais testemunhas durante o processo, estes não são fortes e o tribunal não tem a certeza que os quatro agentes foram os perpetradores do homicídio. Mas os agentes sabiam que o homem foi agredido e precisava e assistência médica não lhe prestaram qualquer tipo de auxílio até à morte, pelo que foram considerados culpados pelo crime de ofensa grave à integridade física”, disse o colectivo do TJB, citado pelo Ou Mun. O relatório da autópsia apontou para um cenário de agressão violenta contra o suspeito, que apresentava feridas no peito, mãos e pés.
Tomás Chio SociedadeGabinete de Taipei em Macau nega problemas com estudantes [dropcap style=’circle’]L[/dropcap]u Chang-Shui, director do Gabinete da Delegação Económica e Cultural de Taipei em Macau, disse ao HM que a carta publicada por Sou Ka Hou na imprensa chinesa, a propósito de alegadas burocracias que prejudicam estudantes de Macau em Taiwan, não passam de uma “difamação”. Lu Chang-Shui considera que os estudantes têm de seleccionar a forma certa para se inscreverem no ensino superior da Ilha Formosa. “Temos o privilégio de ter estudantes de Macau a estudar no ensino superior de Taiwan, porque são alunos com boa personalidade e um bom comportamento. Mas eles têm de escolher a forma certa para se matricularem”, considerou. “O exame de admissão é só para os estudantes chineses ultramarinos, residentes de Macau com passaporte de Macau e aqueles que obtiveram o passaporte português antes da transferência de soberania. Quem tenha obtido o passaporte português depois de 1999 é identificado como um estudante estrangeiro e não precisa de participar no exame de admissão, podendo inscrever-se directamente nas universidades”, explicou Lu Chang-Shui ao HM. O responsável pelo gabinete acredita que os “estudantes devem ler os regulamentos com mais cuidado e compreender as instruções e, caso haja alguma confusão, podem consultar-nos”. Contudo, diz, os alunos devem “clarificar a sua identidade”. “Os nossos funcionários também verificam a identificação dos estudantes de Macau quando eles entregam as informações para o exame e as regras são explicadas de forma clara”, disse ainda Lu Chang-Shui. “Vamos auxiliar todos os estudantes que estudam em Taiwan que tenham o problema de identificação e o nosso departamento de educação está a rever a regulação para os estudantes chineses ultramarinos. Quando existir alguma revisão vamos dizer ao Governo da RAEM. Nunca pediríamos aos estudantes para abandonarem a sua nacionalidade portuguesa. Este tipo de rumor é fabricado e errado e é uma difamação para nós”, rematou o responsável. Sou Ka Hou, ex-presidente da Associação Novo Macau (ANM) e actual estudante de mestrado em Taiwan, publicou uma carta no Jornal do Cidadão onde refere que, devido aos problemas burocráticos, muitos estudantes acabaram por deixar os estudos superiores ou terão sido aconselhados a porem de lado o passaporte português.
Tomás Chio SociedadeTaiwan | Alunos prejudicados por terem passaporte português [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ou Ka Hou, ex-presidente da Associação Novo Macau (ANM), sugeriu ao Governo local que clarifique a identificação dos jovens de Macau que estudam no ensino superior de Taiwan, exigindo ainda uma simplificação dos processos. Numa carta enviada ao Jornal do Cidadão, Sou Ka Hou explica que recebeu muitos pedidos de informação de estudantes chineses ultramarinos de Taiwan sobre a sua identificação e como podem lidar com os processos burocráticos. Segundo o jornal, “muitos estudantes de Macau têm passaporte português por causa dos pais e aqueles que querem estudar em Taiwan têm de participar no exame de admissão, sendo que precisam de assinar uma declaração que comprove o nascimento em Macau”. Por serem portadores de passaporte português, estes alunos precisam de entregar uma prova em como os seus documentos foram feitos antes de 1999, ano da transferência de soberania de Macau para a China. Contudo, “o departamento de emigração não implementou esta medida com os mesmos padrões nos últimos 16 anos”. “À maioria dos estudantes com passaporte português não tem sido pedida a prova para o exame, mas nos últimos dois anos o departamento executou a medida com muito rigor. Normalmente os estudantes só entregam a prova com a orientação da Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) e enviam-na para o departamento de emigração, mas não existem instruções claras para eles e o processo é um pouco complicado, causando um problema de dupla identidade, de Macau e de Portugal”, escreve Sou Ka Hou na sua carta. Abandono forçado O antigo presidente da ANM disse ainda que “o maior problema é a identificação dos estudantes, pois os que têm passaporte português são considerados estudantes internacionais, mas estudam em Taiwan na qualidade de chineses ultramarinos”. O activista e estudante defende que muitos deles foram forçados a deixar os estudos na Universidade de Taiwan “por causa do problema da nacionalidade”. Sou Ka Hou frisou ainda que existem rumores de que “os funcionários do departamento de emigração de Taiwan terão dito aos estudantes que o problema se iria resolver caso estes abandonassem a sua identidade portuguesa”, o que terá causado confusão aos alunos. Estudante na Ilha Formosa, Sou Ka Hou rematou que “o Governo deve resolver este problema antes da realização do exame de admissão, clarificando a identidade destes alunos e deve discutir com Taiwan para se avançar com a simplificação do processo”.
Tomás Chio SociedadeTurismo | Reembolso de impostos na fronteira pode ser “mais valia” [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo de Província de Guangdong lançou uma medida de reembolso de impostos tornando o posto fronteiriço da Ilha da Montanha um dos primeiros locais abrangidos pela iniciativa – a lista também inclui o aeroporto de Guangzhou e o porto das Ilhas Nansha. O secretário da Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau, Yip Wing Fat, considera que “a medida lançada por Guangdong tem o objectivo de estimular o consumo no interior da China”, mas ainda assim esta poderá ser uma boa oportunidade de negócio para Macau. “Felizmente Macau é um local de interesse para os turistas por causa da suas lojas de duty-free com melhores instalações. Até hoje, Macau tem os melhores hotéis no Sudoeste asiático, tem o seu património e os elementos exteriores ao Jogo estão a ganhar força. Quando comparamos com o outro lado – na Ilha da Montanha –, quase que não existem elementos turísticos, há pouca diversificação”, argumentou. Assim, diz, Macau deve aproveitar “as vantagens desta medida para atrair mais clientes, aperfeiçoar as suas infra-estruturas e aumentar a qualidade dos seus serviços”. Com a construção da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e a nova medida de verificação de passagem na fronteira apenas de uma vez, pelos residentes locais e do interior da China, Macau poderá destacar-se, assegura. “Combinando com as actividades e as suas festas, e contando com a participação das associações que promovem o turismo local, Macau poderá tornar-se melhor e mais eficaz quanto ao sector turístico”, argumentou, citado pelo Jornal Ou Mun.
Tomás Chio Manchete SociedadeCapitol | Proprietário garante rendas baixas para negócios de jovens A agência imobiliária responsável pelo Centro Comercial Teatro Capitol anunciou que vai dar a possibilidade aos jovens locais para ali estabelecerem novos negócios através de rendas reduzidas depois da renovação do espaço [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma das empresas proprietárias do Centro Comercial Capitol assinou um memorando com a agência imobiliária Anzac, no passado sábado, onde fica definido que vai ser criado ali um conceito de novas empresas de jovens locais, sendo que a empresa vai fazê-lo através do arrendamento de espaços por preços baixos. Choi Ming Wa é um dos vogais do grupo e disse que “há 102 unidades de lojas no centro”, explicando que a proprietária detém 21 destas. O Capitol é detido por mais de 50 diferentes proprietários e os vendilhões com bancas no exterior do local têm contratos com a empresa antiga. “Nós não temos qualquer relação com eles e por isso pedimos, através do nosso advogado, que saiam daquele local”, disse o vogal. “Estamos a discutir a renovação com outros proprietários, a nossa empresa tem mais de 50% do direito predial e organizou uma nova comissão de proprietários, pelo que o administrador de cada unidade precisa de angariar cerca de 300 mil patacas para a renovação”, continuou. Bruscamente no Outono No entanto, o mesmo responsável reconhece que “a angariação é um pouco repentina” para alguns deles e por isso mesmo o patrão de empresa, Kuan Vai Lam, vai suportar o total dos custos para que a obra possa avançar. “O patrão vai avançar com o pagamento de 30 milhões de patacas para o projecto e só depois é feita a angariação dos fundos”, esclareceu. “A renovação vai ser feita sob a orientação do Instituto Cultural e vamos dedicar-nos por inteiro”, prometeu ainda. A ideia é transformar aquele espaço para acolher indústrias criativas e culturais de jovens locais, agora localizadas na Ilha da Montanha, local que o responsável não considera “adequado” nem “ideal”. “Planeamos atribuir as lojas a estes jovens por três mil dólares de Hong Kong mensais”, avançou. O valor já inclui a tarifa de gestão da loja e a decisão foi tomada depois de se pensar na aposta nesta indústria. Ao Jornal de Cidadão, Choi Ming Wa disse esperar que a renovação esteja finalizada daqui a um ano.
Tomás Chio Manchete SociedadeCapitol | Família de vendilhões luta pelo negócio e promete ir a tribunal Promete ser difícil o processo de renovação do centro comercial Teatro Capitol. Os comerciantes que ali estão desde 1998, e que detêm cinco bancas de venda, prometem não baixar os braços: dizem-se vítimas e, para já, apenas vão entregar um espaço ao proprietário, prometendo lutar pelos restantes [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s lágrimas caem do rosto da senhora Leong assim que pedimos mais informações sobre as recentes notícias da renovação do centro comercial Teatro Capitol. Leong é a matriarca de uma família de quatro pessoas que sempre dependeu da venda de sumos e comida rápida no espaço há muito abandonado e que agora pode ficar sem forma de sobrevivência. Os avisos estão espalhados pelas paredes e oficialmente, até Janeiro, a família terá de abandonar o espaço. “Não sabíamos do projecto de renovação, até que vimos a notícia da TDM. Sofremos muitas ameaças depois de sabermos disso, muitas pessoas chegaram aqui e pediram-nos para sair do centro comercial, pessoas que não se identificaram”, disse Leong ao HM. O projecto de renovação do centro comercial Teatro Capitol foi anunciado em Novembro, quando Tsui Meng Wa, presidente da Comissão de Gestão do centro comercial, avançou ao jornal Ou Mun a ideia do projecto, que será desenvolvido pelo empresário Kuan Vai Lam. Os vendilhões eram geridos pela empresa imobiliária Hang Kei Property Management, que passou a responsabilidade de administração à comissão de gestão gerida por Tsui Meng Wa. A senhora Leong garante que nunca tiveram conhecimento desta mudança. “Ninguém discutiu a saída ou possíveis compensações connosco. A empresa não apresentou nenhuma comissão quando fizemos negócio há 20 anos, nem nunca nos encontrámos com o proprietário do Capitol. Temos uma loja na Taipa, mas vamos fechá-la por causa da renda, que é cara. Esta loja vai ser a última.” A filha, também identificada como senhora Leong, garante que vai continuar a lutar pelo negócio de uma vida. “Fui acusada de difamação e não sei porquê. Perdi o meu bebé nesta altura, por causa destas acusações, e até falámos do nosso caso ao deputado Chan Meng Kam e ele apresentou um advogado para nos ajudar. A antiga empresa de gestão disse que transferiu as questões administrativas para a nova comissão, que nos acusou de ocupar os espaços públicos. A empresa não nos deu nenhuma informação, só sabemos que o proprietário do centro comercial é o empresário Kuan Vai Lam, vi na televisão.” William Kuan Vai Lam foi candidato a deputado em 2009 e em 2013 e prometeu, recentemente, voltar a concorrer em 2017. O também empresário do imobiliário está ligado à Companhia Predial Vitória e detém associações. Situações diferentes Para já, a cedência será feita apenas em relação a um espaço. Em relação aos restantes quatro locais de venda, a luta deverá ser feita no tribunal. “Já obtivemos mais informações do meu advogado, temos cinco bancas, vamos deixar uma, mas as outros quatro não deixamos”, disse a filha Leong. A família proprietária das cinco banquinhas garantiu ao HM que só começaram a vender sumos, panquecas e comida rápida no espaço da Rua Pedro Nolasco da Silva porque não havia movimento de pessoas. “Aí a comissão dos proprietários decidiu arrendar os espaços públicos aos vendilhões e temos feito bem o negócio aqui. Há muitas pessoas que vêm aqui”, disse a mãe Leong. Apesar do braço de ferro existente entre os cinco vendilhões e o proprietário do espaço, as restantes lojas do centro comercial Teatro Capitol parecem estar imunes a esta polémica, por terem diferentes contratos de arrendamento. “Não fomos informados de nada, o proprietário da nossa loja é diferente”, disse ao HM Atef, do espaço Arabian Kebab. “Concordo com a renovação, mas acredito que eles não vão sair assim tão facilmente, porque já estão aqui há muitos anos. Talvez até o Governo lhes dê uma ajuda”, apontou. A senhora Leong, que está na loja de sushi ao lado, também não recebeu qualquer informação do seu senhorio. “Só soube que ia haver um projecto de renovação aqui pela TDM. O caso deles é diferente em relação ao nosso. Pago uma renda ao meu senhorio e não sei como vai ser no futuro, porque ninguém nos disse nada”, referiu. Segundo informações reveladas pelo jornal Ou Mun, e citadas no Jornal Tribuna de Macau, o montante do investimento deverá ser de 20 milhões de patacas. Esta semana a família entrevistada pelo HM publicou um anúncio no jornal Ou Mun onde afirma querer ser ouvida em todo este processo e diz que vai recorrer ao Tribunal Judicial de Base.