Meteorologia | Emitido alerta laranja para temperaturas altas

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos emitiram ontem o alerta laranja de temperaturas altas, o mais elevado para este tipo de fenómeno. A influência de um anticiclone e a ausência de brisas marítimas vão continuar a influenciar o tempo quente ao longo da semana. O Governo lançou um conjunto de recomendações para quem trabalha ao ar livre

 

No domingo, os termómetros chegaram aos ultrapassaram os 37 graus centígrados na zona do Terminal Marítimo do Porto Exterior, enquanto ontem em Coloane as temperaturas chegaram 36,7 graus. As elevadas temperaturas levaram os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) a emitir o alerta laranja, o mais severo para tempo quente.

“Nos próximos dias, prevê-se que o tempo na região seja muito quente e a temperatura máxima em algumas zonas atinja os 36 graus celsius ou valores superiores. Aconselha-se à população que tome medidas contra doenças causadas pelo calor, evite actividades ao ar livre e beba mais água”, indicaram os SMG.

As autoridades acrescentaram que a temperatura do ar extremamente alta pode facilmente causar desconforto físico a idosos, crianças, doentes, grávidas e pessoas com excesso de peso. Assim sendo, os SMG aconselham à população que evite trabalhos e actividades ao ar livre nos períodos de temperatura elevada, o uso de roupas largas e finas com cores claras, e que evite exposição directa e prolongada ao sol, tomando medidas contra raios UV, ou ficar muito tempo no interior de uma viatura estacionada ao ar livre.

Aviso aos trabalhadores

Os efeitos de um anticiclone de elevada altitude estão a provocar céus limpos de nuvens na costa de Guangdong e na zona norte do Mar do Sul da China, factores que vão manter os termómetros acima dos 35 graus durante a semana. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o meteorologista assessor dos SMG Cheong Chin Chio, acrescentou aos factores que contribuem para o tempo quente os ventos fracos que se fazem sentir, assim como o céu limpo que irá manter as temperaturas altas até ao fim-de-semana.

O alerta laranja levou também a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) a lançar um alerta para quem trabalha ao ar livre ou perto de fontes de calor num espaço interior. Estas condições de trabalho, “com muita humidade podem causar disfunção do sistema nervoso central, impedindo a transpiração e o controlo da temperatura do corpo, designadamente o seu arrefecimento, resultando em golpe de calor”.

Além da regular recomendação para o uso de vestuário adequado, a DSAL aconselha a reposição frequente de líquidos e electrólitos, intervalos de descanso para trabalhadores sujeitos a longos períodos de tempo em ambientes com temperaturas elevadas e descansar em locais frescos e com sombra.

Para combater os efeitos das temperaturas elevadas, a DSAL disponibiliza “planos promocionais de ‘vestuário anti-calor e capacete de segurança com protecção solar’ e de ‘ventiladores portáteis de cintura’”.

5 Ago 2024

Zona Norte | Pedido mais Grande Prémio do Consumo

A Associação Industrial e Comercial da Zona Norte, que fez parte da organização do Grande Prémio para o Consumo, quer que a iniciativa para fomentar os negócios locais continue e seja alargada a outros bairros comunitários. O programa terminou com a adesão de 1.250 comerciantes

 

Chegou ao fim no domingo o programa Grande Prémio para o Consumo na Zona Norte, uma iniciativa organizada pelo Governo, a Associação Comercial de Macau e a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte, que contou com a adesão de 1.250 espaços comerciais, incluindo restaurantes e lojas de venda a retalho.

Em jeito de balanço, o presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte, Wong Kin Chong, concluiu que tanto a adesão dos comerciantes, como a participação dos residentes demonstram a necessidade de continuar os estímulos à economia dos bairros comunitários. O representante argumenta que face à actual conjuntura económica, em que a recuperação só beneficia alguns sectores e os consumidores locais tendem a gastar mais do outro lado da fronteira, é importante dar continuidade ao programa e alargá-lo a outros bairros residenciais que não beneficiam dos frutos do turismo.

Ainda sem um balanço total dos valores dos gastos dos consumidores e dos descontos atribuídos, Wong Kin Chong recordou ao jornal Ou Mun os números do final de Junho, quando se estimava que o programa tivesse impulsionado os negócios da Zona Norte em 110 milhões de patacas, quantia que contrasta com os 60 milhões de patacas previstos pelo Governo. Na mesma altura, o valor dos benefícios para os consumidores chegou a 21 milhões de patacas.

Caminho em frente

Além de implementar o programa de incentivo ao consumo noutras zonas de Macau, o dirigente associativo defende a realização de eventos especiais que beneficiem o comércio e as pequenas e médias empresas. É nesse sentido que a associação que dirige voltará a organizar uma feira em Setembro no antigo Canídromo Yat Yuen. Wong Kin Chong indica que este ano irá duplicar o número de bancas para cerca de 40.

O dirigente afirmou ainda ao jornal Ou Mun que gostaria que o antigo Canídromo Yat Yuen fosse palco de mais feiras temáticas que impulsionassem os negócios dos comerciantes das proximidades e da zona norte. Para tal, apela ao Governo que ajude, congregando a participação das empresas de jogo para oferecer serviços de autocarros directos para a zona, levando os turistas a gastar dinheiro nos bairros comunitários.

O Grande Sorteio Final do programa de incentivo ao consumo está marcado para 15 de Agosto, no Salão Comemorativo do Sr. Ho Yin da Associação Comercial de Macau, quando serão sorteados prémios no valor total de meio milhão de patacas, incluindo prémios pecuniários, telemóveis, produtos digitais, electrodomésticos e bilhetes de avião.

5 Ago 2024

Hospital das Ilhas | Falta de medicamentos leva pacientes para o S. Januário

Nick Lei recebeu queixas de residentes que recorreram às urgências do Hospital das Ilhas, mas acabaram por ser encaminhados para o Hospital São Januário por falta de medicamentos ou porque o novo centro de urgências não fazia análises ao sangue. O deputado pergunta também porque o Posto de Saúde em Hengqin ainda não está a funcionar

 

Com a abertura oficial do Hospital das Ilhas no horizonte, 16 de Setembro, o deputado Nick Lei está preocupado com a actual gama de serviços de saúde fornecidos aos residentes.

Numa interpelação escrita, divulgada na sexta-feira, o deputado ligado à comunidade de Fujian alerta para as queixas de residentes que recorreram, por sua iniciativa, às urgências do Hospital das Ilhas, mas que acabaram por ser encaminhados para o Centro Hospitalar Conde de São Januário por falta de condições para a recolha de sangue para análises e falta de medicamentos. “Além de forçar os pacientes a repetir os procedimentos de registo e a gastar tempo, esta situação também prejudica o diagnóstico e tratamento atempados”, declara Nick Lei.

Face a este panorama, o deputado pede ao Governo melhorias nos serviços prestados aos residentes na nova unidade hospitalar, perguntando também quando está previsto que as urgências passem a funcionar no máximo das suas capacidades.

Recorde-se que em Abril deste ano, os Serviços de Saúde indicaram ao HM que as urgências do Hospital das Ilhas estavam a funcionar 24 horas por dia, mas que se os residentes chamarem uma ambulância para acorrer a uma emergência serão transportados, num primeiro momento, às urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário ou do Hospital Kiang Wu.

Golpe de rins

Um dos pedidos recorrentes no gabinete de Nick Lei prende-se com os moradores da Taipa, Coloane e Hengqin que precisam de tratamento de hemodiálise e são obrigados a dirigirem-se à península de Macau. O deputado argumenta que a entrada em funcionamento de uma unidade de hemodiálise no Hospital das Ilhas facilitaria a vida aos doentes com insuficiência renal que moram nas Ilhas ou Hengqin.

Também os tratamentos oncológicos foram alvo de questões de Nick Lei que, apesar do anúncio oficial de que estariam disponíveis desde Julho, pergunta se estão a ser providenciados aos residentes.

O facto de o Posto de Saúde em Hengqin ainda não estar aberto também motivou questões do deputado, que lembrou que está quase a arrancar o primeiro ano lectivo da Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong (Para Filhos dos Residentes de Macau) e que cada vez mais residentes de Macau vivem em Hengqin. “Porque razão o Posto de Saúde em Hengqin ainda não está a funcionar? Será possível abrir a curto prazo os serviços de consulta externa de medicina ocidental?”, perguntou. O deputado questionou ainda se o posto pode disponibilizar cuidados de saúde pré-natal.

5 Ago 2024

Guangzhou | Consultas online para residentes de Macau

Os residentes de Macau e Hong Kong que moram em cidades da Grande Baía podem agora recorrer a cuidados médicos online através de um hospital em Guangzhou. Apesar das consultas serem à distância, o levantamento de medicamentos tem de ser presencial na unidade da capital de província

 

Na passada quarta-feira, entrou em funcionamento o Hospital da Internet Xinxing, que funciona a partir das instalações do Departamento da Saúde do Distrito de Nansha, em Guangzhou, para disponibilizar consultas online para residentes de Macau e Hong Kong que vivam nas cidades da Grande Baía. As consultas são feitas por médicos das regiões administrativas especiais, que podem prescrever medicação que apenas está disponível em Macau e Hong Kong. A unidade faculta ainda consultas presenciais.

Citado pela agência Xinhua, o subdirector do Departamento da Saúde do Distrito de Nansha, Xia Fuyu, explicou a forma como os medicamentos são levados de Macau e Hong Kong para Guangzhou. Funcionários do departamento responsáveis pela passagem fronteiriça dos medicamentos anexam a documentação necessário, nomeadamente prescrições médicas, licença de médico, identificação da farmácia que disponibilizou os produtos e declaração aduaneira.

Para já, os medicamentos são apenas entregues via correio rápido a residentes de Macau e Hong Kong que residam em Nansha, normalmente entre um e dois dias após a consulta. Os residentes que moram noutras cidades da Grande Baía terão de se deslocar a Nansha para levantar os medicamentos. Segundo a Xinhua, as autoridades do Interior asseguram que desta forma é garantida a segurança dos medicamentos.

A contratar

Por seu turno, o responsável do hospital, Lau Shun-tung, apontou que o serviço de entrega de medicamentos é mais apropriado para as pacientes com doenças crónicas que precisam de consultas de acompanhamento e medicação a longo prazo.

No entanto, Lau Shun-tung ressalvou que o serviço não inclui medicação para psiquiatria e anestesiologia.

Actualmente, o hospital tem nove unidades, incluindo medicina interna, ginecologia e psiquiatria, com nove médicos que prestam serviços de saúde presencialmente e online. As autoridades acrescentam que, neste momento, estão em curso procedimentos para contactar oito médicos.

O primeiro centro de serviços de saúde para residentes em Hong Kong e Macau foi inaugurado no Hospital Central Guangzhou Nansha no ano passado e foi também autorizado o uso de medicamentos e dispositivos médicos registados em Hong Kong para fins clínicos urgentes. Desde Fevereiro de 2023, foram consultadas mais de seis mil residentes das regiões administrativas especiais.

2 Ago 2024

Casas-Museu | Aliança do Povo critica obras em época alta de turismo

Apesar de aplaudir a remodelação do piso nas imediações das Casas-Museu da Taipa, a Aliança do Povo considera inoportuna a altura para as obras, em plena época alta de turismo. A vice-presidente da associação sugere a melhoria do ambiente no local, incluindo medidas para combater mosquitos

 

A vice-presidente da associação Aliança de Povo de Instituição de Macau, Chan Peng Peng, concorda com as obras de remodelação do pavimento na zona das Casas-Museu da Taipa, onde parte da calçada foi removida para ser substituída por granito com o objectivo de melhorar a segurança dos peões. Porém, a número dois da associação liderada pelo deputado Nick Lei salienta que as obras não deveriam ser realizadas durante a época alta do turismo.

“As férias do Verão são altura de época alta para o turismo. Fazer as obras neste período do ano irá afectar a experiência dos visitantes e o encerramento ao trânsito não só prejudica a paisagem, como traz inconveniência aos residentes e turistas”, indicou Chan Peng Peng em declarações ao jornal do Cidadão.

A responsável recordou que a irregularidade do pavimento de seixos das Casas-Museu da Taipa originou sempre muitas queixas, nomeadamente por tornar muito complicada a circulação de pessoas em cadeiras de rodas e carrinhos de bebé. Assim sendo, Chan Peng Peng encara com bons olhos a remodelação. Contudo, lamenta a falta de comunicação e divulgação do Instituto para os Assuntos Municipais em relação às vantagens da remodelação do pavimento, que terá preocupado parte da população que teme a descaracterização da zona. Chan Peng Peng indica que para este problema só há uma solução: reforçar os mecanismos de comunicação antecipadamente, para que a população compreenda o objectivo e significado de obras.

Facilitar a vida

Além do piso, Chan Peng Peng indica que uma das queixas mais frequentes sobre o local são os mosquitos, devido à proximidade dos mangais do Cotai, sugerindo a instalação de dispositivos para eliminar mosquitos, como armadilhas eléctricas.

A responsável considera que a zona das Casas-Museu da Taipa também seria beneficiada com a instalação de sistemas de climatização com aspersores de água em névoa, para diminuir a temperatura. Além disso, defendeu que o espaço precisa de mais máquinas de venda automática de bebidas e snacks, assim como o alargamento do horário de funcionamento dos quiosques que vendem comidas e bebidas.

1 Ago 2024

Segurança | Governo prepara lei de combate ao terrorismo

O gabinete do secretário para a Segurança revelou que estão em curso trabalhos para reformar a legislação para a prevenção e repressão dos crimes de terrorismo, em resposta a uma interpelação escrita de Lei Chan U. O deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) defendeu na interpelação enviada ao Governo a actualização das leis antiterrorismo, recordando que o secretário Wong Sio Chak havia prometido lançar uma consulta pública sobre o tema ainda este ano.

A resposta assinada pela chefe do gabinete, Cheong Ioc Ieng, revela que estão a ser estudadas estratégias para produzir uma lei eficaz.

“Estamos a realizar estudos específicos de optimização sobre estratégias de prevenção, seguindo as tendências e características das actividades terroristas internacionais verificadas nos últimos anos, com vista a definir propostas aperfeiçoadas que correspondam mais efectivamente às necessidades de defesa,” lê-se na resposta.

Quanto à cooperação regional de combate ao terrorismo, Cheong Ioc Ieng indicou que “Macau participa no mecanismo de colaboração com Guangdong e Hong Kong, estabelecido em 2005, em termos de cooperação transfronteiriça”. O responsável salientou a participação da RAEM em reuniões regulares, formações e exercícios, troca de informações e reforço da capacidade de coordenação conjunta.

No plano da sensibilização do público para a importância do combate ao terrorismo, o chefe do gabinete de Wong Sio Chak afirma que o Governo tem usado exposições e campanhas de educação para a segurança nacional para mostrar à população as vitórias nacionais no combate ao terrorismo.

31 Jul 2024

Obras | Criticadas políticas por ignorarem anseios da população

O ex-candidato a deputado e número dois do deputado Ron Lam considera que o Governo ignora os assuntos mais importantes para a população a nível do trânsito e das obras públicas. A prioridade é sempre injectar dinheiro em obras a qualquer custo

 

Johnson Ian, presidente da Associação de Sinergia de Macau criticou as políticas de obras públicas e de trânsito do Governo, por considerar que não corresponderem às expectativas da população. A posição de Ian, ex-número dois da lista de Ron Lam à Assembleia Legislativa, foi tomada em declarações ao jornal Son Pou.

Um dos aspectos visados pelo ex-candidato a deputado, é a construção de um viaduto entre a Zona A e a Zona B dos novos aterros, devido ao impacto visual na paisagem do Farol da Guia. O projecto está a ser alvo de várias críticas, inclusive de urbanistas, como aconteceu com Manuel Iok Pui Ferreira.

Apesar do ambiente hostil, o Governo recusa abdicar do viaduto, e optar por um túnel, que não teria qualquer impacto. Sem responder sobre o impacto visual, o Executivo justifica-se ao afirmar que o viaduto não é um edifício e que por isso não está abrangido pelos limites da construção em altura.

Todavia, Johnson Ian recusa que a escolha tenha em conta o “maior interesse público”. Segundo o dirigente associativo, o Governo apenas quer fazer obras para injectar dinheiro na economia, “ignorando o planeamento urbano, o património mundial, a conservação cultural e protecção ambiental”.

Ian considera também que ao ignorar estas áreas, o Executivo está a tomar medidas que não correspondem às expectativas nem às prioridades da população.

Por outro lado, o ex-jornalista critica a comunicação do Governo, que indicou ser cada vez menos eficaz e desadequada à evolução da sociedade. “Ao contrário do que acontecia nas décadas anteriores, o Governo não consegue resolver as polémicas com comunicados de imprensa em se limita a meter algumas justificações”, opinou. “A população é cada vez mais instruída porque beneficia da frequência do ensino superior, tem acesso à internet, e também porque há cada vez mais especialistas nesta área [urbanismo”], indicou, sobre o que afirma serem as novas necessidades de explicação sobre as políticas públicas.

Erros monumentais

A área do trânsito também mereceu correcções por parte do ex-candidato a deputado. Em causa, está o mais recente concurso público para a atribuição de novas licenças de táxis.

Durante o concurso, o júri escolhido pela DSAT excluiu três empresas por considerar que não reuniam os requisitos legais. Contudo, as empresas recorreram para o tribunal, e foi decretada a sua readmissão.

Na perspectiva de Johnson Ian, os concursos públicos são frequentes e este tipo de problemas não deveriam ocorrer: “O concurso público para a concessão de novas licenças de táxi não é um procedimento novo. Já no passado, a DSAT lançou este tipo de concursos muitas vezes, e por isso devia ter experiência suficiente para evitar que as coisas corressem mal”, declarou. Mas não foi o que aconteceu”, lamentou.

O dirigente associativo acusou ainda a DSAT de tomar outras medidas prejudiciais para o desenvolvimento económico, não só devido ao número limitado de licenças e táxis, mas também por impedir o estabelecimento de aplicações online de táxis, como a Uber ou a DiDi.

30 Jul 2024

Lai Chi Vun | Ma Io Fong questiona obras após gastos de 42 milhões

Em Setembro do ano passado, o Governo anunciou a abertura dos estaleiros de Lai Chi Vun, após obras que custaram 42 milhões de patacas. Agora, o espaço volta a encerrar para novas obras. O deputado Ma Io Fong questiona a necessidade de gastar mais dinheiro

 

A realização de novas obras nos estaleiros navais de Lai Chi Vun, menos de um ano depois de terem sido gastos 42 milhões de patacas, está a gerar polémica. Numa interpelação escrita, o deputado Ma Io Fong, ligado à Associação Geral das Mulheres de Macau, questiona o Executivo e indica que não entende a necessidade de realizar obras mais uma vez.

Recentemente, o Executivo anunciou que os lotes X11 e X15 dos estaleiros navais de Lai Chi Vun foram encerrados a 1 de Junho para “obras de melhoramento”. Porém, Ma recorda que os lotes abriram em Setembro do ano passado, depois de outras obras que custaram 42 milhões de patacas. “As obras de melhoramento foram lançadas menos de um ano das obras iniciais, qual é a necessidade de realizar as obras mais recentes?”, questiona. “Estas obras servem para optimizar a estrutura original? Ou pertencem a um novo planeamento para a zona?”, insiste.

O deputado questionou igualmente a coordenação entre o Governo e a concessionária Galaxy, responsável pelo plano de revitalização e promoção dos estaleiros navais.

Na perspectiva do deputado, o plano sobre as obras mais recentes, anunciadas pela concessionária prevêem a criação de uma zona verde, espaços recreativos, artísticos, desportivos e ainda para as famílias. Porém, Ma Io Fong aponta que estes planos têm vários aspectos em comum com o que tinha sido previsto para as obras anteriores.

Muitas dúvidas

Na interpelação, o deputado indica que inicialmente estava previsto que todos os trabalhos de revitalização dos estaleiros ficassem concluídos até 2026. Como tal, quer saber se as novas obras vão empurrar esta data para uma altura posterior.

Por outro lado, o legislador não compreende porque serão feitas obras novamente nos lotes X11 e X15, quando os lotes X3, X5 e X10 estão por restaurar. “Agora foram lançadas novamente obras para os lotes X11 e X15, que já tinham sido melhorados. Porque vão lançar novas obras nestes lotes, em vez de nos lotes X3, X5 e X10?”, pergunta. “A sociedade está a prestar atenção ao calendário de revitalização”, assegurou.

Ma Io Fong destacou igualmente que o Governo deve garantir que a revitalização corresponde às expectativas da sociedade, em termos da preservação das características e das estruturas dos estaleiros navais de Lai Chi Vun.

Além disso, como os lotes X11 e X15 só vão ser abertos no fim do ano, o deputado deseja que o Governo apresente um plano para que a reabertura possa acontecer gradualmente, antes do tempo previsto.

29 Jul 2024

Saúde | Programa de alimentação saudável atrai 88 restaurantes

O programa “Alimentação Saudável”, lançado pelos Serviços de Saúde desde 2018, conta este ano com 88 restaurantes. Na lista, constam espaços como os Café Alves, Subway, Lavish Pizza, Café Terra e restaurantes de Yum Cha. Responsáveis pelos restaurantes dizem que a procura por alimentação saudável está a aumentar

 

Em 2018, os Serviços de Saúde lançaram o programa “Alimentação Saudável”, criado em colaboração com o sector da restauração para incentivar o conceito de “menos sal, menos açúcar, menos gordura, mais vegetais e grãos integrais”. Este ano, as autoridades revelam que contam com a participação de 88 restaurantes neste programa, muitos deles oferecendo uma ementa que está longe de ser a mais saudável.

Na lista, constam vários restaurantes que oferecem opções saudáveis, como lojas de takeaway Prep’d, Habitbox, Nami Poké e os Café Terra. Porém, na lista de aderentes aparecem muitos cha chaan tengs (cafés cantoneses onde os fritos e molhos são omnipresentes), muitos restaurantes de yum cha (incluindo da famosa cadeia Va Fung Dim Sun), o mítico Restaurante Federal, assim como os restaurantes da cadeia Café Alves, as lojas da Subway, a Lavish Pizza, lojas de bubble tea e sobremesas.

A lista inclui também o restaurante do antigo Instituto de Formação Turística de Macau. Os critérios para entrar no programa obrigam o estabelecimento a fornecer regularmente, no mínimo, cinco pratos “Alimentação Saudável”.

Por exemplo, a Subway tem enfrentado escândalos sucessivos devido aos produtos que vende. Um dos mais recentes foi parar aos tribunais, depois da empresa ser processada por afirmar que vendia atum em sanduíches, algo que não foi verificado em análises laboratoriais. Também o pão foi alvo de polémica devido aos elevados níveis de açucares, mais apropriados para pertencer à classe de produtos de confeitaria do que produtos panificados. A existência de químicos no pão, também usados em tapetes de ioga, esteve na origem de outro escândalo recente da cadeia de lojas de sanduíches. Apesar deste historial, as lojas da Subway de Macau estão no programa “Alimentação Saudável” do Governo.

Saúde na moda

Em declarações ao jornal Ou Mun, a presidente do Grupo de Alimentação e Bebidas Alves, Eugenia Lao Alves, afirmou que os seus restaurantes oferecem 26 pratos saudáveis, dando prioridade aos produtos frescos, menos sal, menos açúcar, menos gordura e nutrição equilibrada. A responsável pelo grupo de Cafés Alves afirmou que, apesar da boa resposta e elogios dos clientes às opções mais saudáveis da ementa, os 26 pratos saudáveis ocupam apenas 10 por cento do volume de negócios da cadeia.

Ainda assim, Eugenia Lao Alves aposta nos pratos mais leves, mesmo que representem custos elevados que implicam na confecção, através do lançamento de promoções com preços semelhantes aos pratos comuns.

A responsável sugeriu também ao Governo a organização de campanhas de divulgação da alimentação saudável em cooperação com o sector da restauração.

Por seu turno, o director do Grupo de restauração Va Fung, Lok Kam Meng, afirmou que o seu grupo oferece mais de 10 pratos saudáveis nas ementas de yum cha e nos outros restaurantes de comida cantonense do grupo. O responsável não tem dúvidas de que a população tem cada vez mais cuidado com a saúde e a alimentação, e que as opções mais saudáveis dos menus têm aumentado de popularidade. Lok Kam Meng garante que o grupo Va Fung vai continuar a criar pratos em que o foco está na frescura dos ingredientes e no controlo de custos.

O restaurante SaladHey que se situa na NAPE, entrou no programa “alimentação saudável” há meio ano. Com uma oferta baseada em saladas, como o nome indica, o responsável do restaurante, Chan Fat Tim, recordou que nos últimos anos, a popularidade dos pratos saudáveis aumentou 20 por cento no volume de vendas, o que revela o potencial do negócio.

25 Jul 2024

Zhuhai | Mudanças de regras de segurança social provocam queixas

Nick Lei recebeu queixas de residentes de Macau que dizem ter perdido a confiança no sistema de segurança social e seguro de saúde de Zhuhai devido às constantes alterações de critérios. Alguns residentes foram mesmo excluídos dos programas. Cerca de 50 mil residentes de Macau e Hong Kong contribuem para os sistemas de pensões e seguro de saúde de Zhuhai

 

Desamparados e desiludidos. É desta forma que se sentem alguns residentes de Macau inscritos nos programas de segurança social e de seguro de saúde na cidade vizinha de Zhuhai, segundo um comunicado assinado pelo deputado e presidente da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau Nick Lei. O motivo para a desilusão, prende-se com a frequente alteração dos critérios e regras de participação nos programas de apoio social destinados aos residentes de Macau nos últimos anos.

No passado mês de Abril, as autoridades de Zhuhai alteraram o modelo de comparticipação no plano de pensões, que antes permitia a escolha da contribuição mensal, trimestral ou anual e permitia aos beneficiários com mais de 60 anos de idade pagarem as comparticipações mínimas (15 anos) de uma só vez para receberem a pensão. Com a alteração, o modelo de pagamento passou a ser apenas anual, e a idade mínima para receber a pensão passou para 65 anos, ou seja, quem já havia contribuído para o sistema sem ter atingido a idade para beneficiar das pensões, terá de esperar mais cinco anos.

As mudanças no programa do passado mês de Abril alteram as regras que haviam sido estabelecidas no início de 2020.

Baía de incógnitas

Mas as alterações não ficaram por aqui. No ano passado, o Governo de Zhuhai pediu aos residentes inscritos no programa para actualizarem as suas informações pessoais relativas aos seguros médicos e planos de pensões. A mudança afastou dos programas pessoas que trabalham em Macau e no Interior da China, reservando a participação no regime de segurança social apenas quando o beneficiário não tiver um vínculo laboral. Já nesta altura, muitos residentes de Macau ficaram afastados dos planos por não cumprirem os novos critérios, aponta o deputado ligado à comunidade de Fujian.

Nick Lei destacou que estas duas grandes alterações no espaço de um ano abalaram a confiança dos residentes nos programas de Zhuhai e levaram-nos a questionar se valeria a pena o registo na segurança social e seguros de saúde da cidade vizinha. “Recebemos muitas queixas de residentes sobre as mudanças consecutivas destes programas”, indicou o deputado.

“Sugerimos que quando houver qualquer alteração ou actualização, sejam recolhidas antecipadamente as opiniões dos residentes de Macau, para que as políticas correspondam às expectativas dos residentes quando decidiram participar nas nestes programas sociais”, apontou.

O deputado sublinhou que com a construção da Grande Baía cada vez mais residentes de Macau vivem e gozam a reforma no Interior da China, mas a incerteza quanto às regras de participação nestes programas sociais deixou os residentes preocupados.

Dados oficias de Zhuhai de Janeiro deste ano, revelam que mais de 48 mil residentes de Hong Kong e Macau participam no sistema de pensões, e mais de 54 mil nos seguros de saúde.

24 Jul 2024

Fundo Guangdong-Macau | Juros atingem 3,2 mil milhões em cinco anos

O Fundo de Desenvolvimento para a Cooperação Guangdong-Macau, criado em 2018, rendeu à RAEM 3,2 mil milhões de renminbis até ao final do ano passado. Apesar de a reserva financeira da RAEM ter contribuído com 20 mil milhões de renminbis, a AMCM recusa revelar dados concretos sobre a operação, nomeadamente sobre os projectos onde o fundo investe

 

Desde a sua criação em 2018, ainda durante a governação de Chui Sai On, até ao final de 2023, o Fundo de Desenvolvimento para a Cooperação Guangdong-Macau gerou juros acumulados de cerca de 3,2 mil milhões de renminbis para os cofres da RAEM. A informação foi prestada pelo presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), Benjamin Chan Sau San, em resposta a uma interpelação de Si Ka Lon.

O presidente da AMCM indicou que em Maio deste ano foram transferidos para Macau 700 milhões de renminbis correspondentes aos juros de 2023.

Recorde-se que o Fundo Guangdong-Macau foi estabelecido em 2018 através de um acordo entre o Governo da RAEM e o Governo da província de Guangdong, com o investimento de Macau a ascender a 20 mil milhões de renminbis. O fundo tem um prazo de vencimento de 12 anos.

Uma das questões do deputado ligado à comunidade de Fujian prendia-se com os projectos onde são aplicados investimentos, “tendo em conta que o capital do Fundo Guangdong-Macau provém, principalmente, da reserva financeira”. Si Ka Lon perguntou especificamente se o dinheiro estaria a ser canalizado para “construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e para o desenvolvimento diversificado das indústrias de Macau e Hengqin”.

“Em seis anos, o Fundo de Desenvolvimento para a Cooperação Guangdong-Macau investiu em indústrias dos sectores das infra-estruturas, energia, tecnologia, e actualmente está a investir em 17 projectos, sete relacionados com a Grande Baía,” respondeu Benjamin Chan Sau San.

Topo secreto

O presidente da AMCM referiu ainda que não pode revelar ao deputado dados concretos sobre as operações do fundo e sobre a situação dos projectos de investimento, porque está obrigado a seguir as práticas de mercado, nomeadamente o respeito pelo segredo comercial e confidencialidade previsto no acordo estabelecido entre os dois governos.

Benjamin Chan recorda ainda que a RAEM não participa em decisões sobre os investimentos realizados com verbas do fundo, ocupando a posição de mero investidor sem poder de gestão. Em compensação, a RAEM tem um retorno garantido anual de 3,5 por cento do valor investido e caso as receitas do fundo cheguem um nível acima do previsto, haverá divisão dos dividendos adicionais.

Porém, face à insistência de Si Ka Lon, que já no ano passado lançou uma interpelação semelhante, o presidente da AMCM afirmou que são publicadas com regularidade no Boletim Oficial informações sobre a reservas financeira e que o fundo pertence aos investimentos da reserva. Além disso, a AMCM também publica um relatório anual sobre a situação básica da operação do fundo.

Além do Fundo Guangdong-Macau, Si Ka Lon pediu um balanço ao trabalho da Sociedade de Desenvolvimento e Investimento Guangdong Macau em Hengqin no apoio a projectos de diversificação das indústrias de Macau em Hengqin. Benjamin Chan garantiu que a empresa está focada no investimento nas indústrias prioritárias (big health e medicina tradicional chinesa, finanças modernas, tecnologia de ponta, convenções e exposições, comércio, cultura e desporto. Importa salientar que a Sociedade de Desenvolvimento e Investimento Guangdong Macau em Hengqin e tem um capital social também de 20 mil milhões de renminbis, constituído por dinheiro de Macau e Guangdong.

24 Jul 2024

Imobiliário | Sugerida comissão mínima para transacções

Citando queixas do sector imobiliário que relatam o abrandamento do optimismo do mercado, Song Pek Kei sugere ao Governo que estabeleça legalmente uma comissão mínima para agentes imobiliários por cada venda. A deputada pede também a diminuição dos custos para renovar licenças

 

Apesar da excitação inicial no mercado imobiliário após a entrada em vigor das isenções fiscais introduzidas para melhorar os negócios, Song Pek Kei dá conta de relatos de agentes e mediadores imobiliários que apontam na direcção do arrefecimento do entusiasmo ao nível de transacções.

Face a este cenário, a deputada ligada à comunidade de Fujian defende o lançamento de medidas adicionais para estimular o mercado e ajudar os profissionais do ramo.

Numa interpelação escrita divulgada na sexta-feira, Song Pek Kei pede ao Governo um balanço relativamente à eficácia das medidas e políticas implementadas para impulsionar o sector imobiliário, em particular as isenções fiscais sobre a compra de imóveis que entraram em vigor a 20 de Abril.

A deputada argumentou que como Macau não tem legalmente fixada uma comissão mínima para os mediadores imobiliários podem ocorrer situações de “concorrência pouco saudável”. “Muitos agentes imobiliários não conseguem fechar uma transacção por mês. Além disso, muitos donos de agências não só assumem o papel de agente, como também acabam por acarretar com as despesas para pagar a renovação das licenças de mediador e agente imobiliário. Os custos operativos são demais altos neste ambiente de mercado”, indica a deputada.

Taxas e taxinhas

Song Pek Kei indicou que é comum em muitas províncias chinesas a uniformização do sector da mediação imobiliária, em particular no que toca às comissões cobradas em transacções ou em contratos de arrendamento.

Importa diferenciar as duas profissões, enquanto os agentes são angariadores de clientes, tratando do contacto com o cliente e a venda, os mediadores são os empresários que gerem o negócio.

Em relação aos custos operativos, as licenças de mediador imobiliário custam 3.000 patacas para sociedades comerciais e 2.400 patacas para um mediador imobiliário, empresário comercial, pessoa singular. Já a taxa a pagar por agentes, é de 1.500 patacas. Todas as licenças têm validade de três anos.

“Será possível reduzir as taxas para renovar licenças de forma a aliviar o impacto do actual ambiente de negócios que pressiona o sector”, questiona a deputada.

Além destas medidas, a deputada lembrou que a lei da actividade de mediação imobiliária entrou em vigor há mais de 10 anos e que representantes do sector pediram repetidas vezes uma revisão que tenha em conta as dificuldades das pequenas e médias empresas do sector e a subsistência dos agentes.

Segundo os dados do Instituto de Habitação, operaram actualmente em Macau 1.420 mediadores imobiliários e 4.623 agentes imobiliários.

23 Jul 2024

Cantão | Universidade de Jinan alvo de críticas

O estado das instalações da Universidade de Jinan, a instituição de Cantão que alberga mais alunos de Macau, estão a ser alvo de críticas, devido à higiene das casas-de-banho, quartos sobrelotados, acumulação de mofo e concentração de químicos

 

A Universidade de Jinan, em Cantão, está a ser criticada nas redes sociais do Interior, por falta de higiene das casas-de-banho, quartos sobrelotados e elevada concentração de químicos. O assunto tem sido alvo de cobertura dos jornais no Interior, mas, até sábado, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) afirmava não ter recebido qualquer pedido de ajuda de estudantes locais.

Segundo os relatos do outro lado da fronteira, desde o início do mês que a instituição está a enfrentar várias queixas devido ao surgimento de mofo nos quartos, de uma concentração excessiva da substância química formaldeído (também conhecida como formol), que é utilizada nos contraplacados, e pelo facto de as casas-de-banho estarem longe das condições desejáveis. Surgiram também denúncias de quartos para duas pessoas serem alterados para receberem quatro camas, o que levou a uma redução significativa do espaço disponível para os alunos.

Ouvido pelo jornal do Interior da China, The Paper, um aluno de pós-graduação, que pediu para não ser identificado, relatou que a 13 de Julho vários estudantes foram informados de que teriam de mudar de dormitório. Quase todos ficaram desagradados com os “novos” espaços: “Como os alunos e as bagagens foram transportados em alturas diferentes para os dormitórios, a situação sobre a falta de condições nos quartos só foi descoberta muito tarde”, relatou. “Os alunos só se aperceberam das novas condições depois da chegada, quando já não tinham outra solução que não fosse ficar nos quartos [sem condições]”, acrescentou.

Segundo este aluno, os receios face à acumulação de mofo e concentração de químicos não se prendem apenas com o edifício onde está alojado. Também nos dormitórios Jardim Jianyang e Jardim Zhenru do campus houve queixas devido à utilização de pintura de exteriores no interior dos quartos. “As paredes e armários dos dormitórios estão com muito mofo, além disso usaram nas paredes interiores dos quartos tinta para as paredes do exterior”, afirmou.

Saúde em cheque

Segundo o The Paper, as suspeitas sobre uma concentração perigosa de químicos levaram alguns alunos a comprarem uma máquina de medição da concentração de formaldeído. Os resultados mostraram existir um nível excessivo da substância, que pode ameaçar a saúde dos estudantes. No entanto, o aparelho de medição acabou confiscado pela universidade.

“Houve alunos que apresentarem a situação a um dirigente da universidade, mas o dirigente confiscou a máquina de medição e explicou que ia averiguar se a máquina era efectivamente precisa”, afirmou o aluno na sexta-feira, ouvido pelo jornal.

Inicialmente, face às críticas, os estudantes foram informados de que não havia nada a fazer, porque não havia mais dormitórios disponíveis. No entanto, com o assunto a tornar-se viral, teve lugar uma nova reunião em que foram prometidas obras nos quartos.

De acordo com o jornal Shenzhen Business Daily, que citou a informação oficial de Cantão, a Universidade de Jinan tem 2.875 alunos de Macau, o maior número de estudantes numa instituição do ensino superior na província vizinha.

No sábado, Kong Chi Meng, director da DSEDJ, afirmou que as autoridades locais não receberam qualquer queixa ou pedido de ajuda. Kong indicou também que se houver qualquer problema, as autoridades vão entrar em contacto com a Universidade de Jinan.

A Universidade de Jinan é uma das mais reconhecidas em Macau, e em 2016 esteve no seio de uma grande polémica, quando a Fundação Macau financiou a instituição com 123 milhões de patacas, alegadamente para a construção de dormitórios para os alunos de Macau. A doação levou várias pessoas a manifestarem-se na rua.

22 Jul 2024

Obras | Túnel Pedonal entre Wanzai e Barra causa polémica

Apesar de não ser público o acordo entre as autoridades de Zhuhai e Macau para a construção de um túnel pedonal entre Wanzai e a Barra, as autoridades do Interior querem avançar com o projecto. Leong Sun Iok alerta para os impactos da obra em Macau

 

No início deste mês, o Departamento de Recursos Naturais de Zhuhai publicou um relatório sobre o progresso do projecto para construir um túnel pedonal subaquático entre Wanzai, em Hengqin, e a Barra, em Macau. No entanto, o deputado Leong Sun Iok alertou para a falta de acordo conhecido com Macau.

Segundo o relatório de Zhuhai, o projecto está a avançar, embora sem obras, e vai ter um posto fronteiriço para circular entre as regiões. No documento é também indicada a necessidade de “acelerar a concretização do Posto Fronteiriço” do projecto.

No entanto, em 2020, o Governo da RAEM, pela voz do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, negou que houvesse intenção de seguir para a frente com o projecto. Na Assembleia Legislativa, Rosário considerou mesmo que a RAEM já tinha fronteiras suficientes.

Todavia, face a estes desenvolvimentos em Zhuhai, Leong Sun Iok, deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), apelou ao Governo para avaliar bem o impacto de um eventual projecto. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Leong alertou o Executivo para a possibilidade de o novo túnel aumentar o trânsito na Zona da Barra e ainda reduzir fortemente a procura pelos barcos que navegam entre o Porto Interior e Wanzai, região que em português é denominada Lapa. “Caso seja criada um novo posto fronteiriço na Barra, é preciso ter muita atenção ao impacto para o trânsito, dado que a zona da Barra e Central tem muitos congestionamentos, e a situação ainda pode piorar mais”, afirmou o deputado.

Ouvir a população

Leong Sun Iok apelou igualmente às autoridades para ouvirem a população e os comerciantes das zonas envolvidas, antes de tomarem uma decisão.

O deputado defende que o Governo deve fazer uma avaliação objectiva sobre as despesas com o funcionamento de um novo posto fronteiriço, devido à necessidade de deslocar mais funcionários públicos e cobrir outras despesas, como gastos com energia e manutenção.

Também face ao facto de não haver consenso público para o projecto, Leong Sun Iok entende ser necessário reforçar a coordenação entre Macau e o Interior sobre a divulgação dos projectos importantes.

O deputado apontou que as autoridades de ambos lados devem ter meios de divulgação unificados, para evitar mal-entendidos ou erros nas informações que chegam à população.

16 Jul 2024

Suspeito de homicídio na Tailândia detido em Macau

O cidadão chinês suspeito de raptar e matar uma turista chinesa na Tailândia foi detido em Macau e entregue às autoridades do Interior. A informação foi divulgada ontem pela Polícia Judiciária (PJ), no dia em que a entrega foi feita, depois de a detenção ter acontecido a 10 de Julho.

O caso tinha sido relatado no fim-de-semana pela imprensa tailandesa. Nessa data foi noticiado que o crime teria ocorrido por volta de 2 de Junho e que dois dias depois, após ter voado para Hong Kong, o homem teria utilizado a carteira electrónica de Wechat da vítima para fazer pagamentos em Macau.

Segundo a informação da PJ divulgada ontem, o homem foi detido na RAEM na quarta-feira passada, depois de ter tentado empenhar um relógio falsificado numa loja de penhores, na Zona Central. Após receber a denúncia da tentativa do crime, as autoridades afirmam ter interceptado o suspeito no Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, quando este pretendia regressar a Hong Kong.

A PJ reconheceu também ter recebido informações da polícia do Interior sobre o homicídio e os dados do suspeito, uma vez que havia indícios de que pudesse estar em Macau. Essa mesma possibilidade tinha sido noticiada pelo jornal Khaosod English, um dos maiores da Tailândia.

Corpo encontrado

Também no domingo, começaram a ser analisados os restos mortais recuperados pela polícia da Tailândia, no sábado, na província de Chonburi. O objectivo passa por verificar se os restos mortais são de Yan Ruimin, estudante chinesa de 38 anos que vivia na Malásia e estava de férias no país.

Por sua vez, o suspeito foi identificado, tem 34 anos e foi filmado em clima romântico com a vítima, antes do crime, cujos motivos ainda são desconhecidos. De acordo com Khaosod English, a polícia da Tailândia tem duas teses neste momento: crime passional ou tentativa de roubo da vítima. Afastada está a possibilidade de ter havido uma tentativa de resgate, ao contrário do que chegou a ser equacionado.

A família da vítima tem estado nos últimos dias na Tailândia, para identificar o corpo e para pedir ao Governo local para transferir o caso para o Interior. Tal como o Interior, a Tailândia também tem pena de morte, que pode ser aplicada para crimes de homicídio.

16 Jul 2024

Suncity | Publicada mensagem pessoal com foto de Alvin Chau

Num registo pessoal, mas sem assinatura, a mensagem publicada com a fotografia daquele que foi um dos grandes junkets justifica que nos últimos 10 anos tudo o que fez foi por amor a Macau

 

Tudo feito por amor a Macau. É desta forma que mensagem publicada em tom pessoal e com a fotografia de Alvin Chau no Facebook oficial da Suncity faz uma análise dos últimos 10 anos.

No que aparenta ser uma mensagem de Alvin Chau, dado que é escrita na primeira pessoa, embora sem assinatura, o texto começa por indicar que passaram “dois anos num piscar de olhos”, para depois fazer um balanço dos “últimos 10 anos”. Alvin Chau está preso desde Novembro de 2021, e cumpre uma pena de 18 anos de prisão.

Seguida da introdução, em que também é perguntado a “todos os ex-colegas e amigos” se estão bem, a publicação adquire um cariz ainda mais pessoal, em que o autor questiona se cometeu erros no passado. “Às vezes, pergunto-me, será que realmente cometi erros? Será que tenho a consciência pesada?”, interroga.

O autor garante igualmente que “sempre assumiu as responsabilidades de contribuir para Macau”, e que tentou “deixar a cidade mais brilhante no palco internacional”. Neste sentido, argumenta que a Suncity, “ao longo dos anos” “impulsionou a economia das artes, cultural e entretenimento”. “Organizávamos e patrocinámos mais de 50 concertos e espectáculos de grande dimensão em Macau”, é frisado. “Nós investimos imensos recursos na promoção de Macau como destino turístico, fomos os patrocinadores do Grande Prémio, do Festival Internacional de Cinema, do Encontro de Mestres de Wushu e do concurso Miss Macau”, é acrescentado.

A mensagem foca ainda “os esforços de caridade”, “promoção do desporto” e criação de equipas de voluntariado, futebol, basquetebol e barco-dragão. “Eu contribuí muito para Macau, só por uma razão, porque amo este lugar!”, é indicado.

Publicação viral

O texto termina depois com a certeza de que tudo foi feito para melhorar a cidade. “Nos últimos 10 anos, nem por um momento parei! Eu realmente tentei fazer o meu melhor para contribuir para Macau”, é vincado. “Espero sinceramente que esta cidade esteja cada vez melhor!”, realçou.

A publicação rapidamente se tornou viral e em menos de 24 horas contava com mais de 5,2 mil reacções, 718 comentários e 518 partilhas. Entre os comentários, vários ex-trabalhadores da empresa, como Gina Lei, ex-vice-presidente do grupo Suncity, deixaram elogios e palavras de apoio a Alvin Chau. Também vários comentários indicavam que Alvin Chau tinha sido o melhor patrão que alguma vez tinham encontrado na vida profissional.

15 Jul 2024

Pedidos alarmes visuais a pensar em deficientes auditivos

O deputado Ho Ion Sang defende que o Governo deve instalar alarmes visuais em vários espaços públicos, para, em casos de emergências, as pessoas com dificuldades auditivas serem alertadas. O pedido faz parte de uma interpelação escrita do membro da Assembleia Legislativa ligado aos Moradores.

Para Ho Ion Sang este tipo de alarme é particularmente importante nas habitações públicas e em equipamentos sociais, onde existe uma maior probabilidade de viverem pessoas com dificuldades auditivas. Além disso, como espaços públicos, a necessidade de ter uma resposta atempada a emergências pode ser fundamental para que a saída seja rápida e ordenada.

Ho argumentou também que os deficientes têm maior possibilidade de se ferirem em incidentes ou emergências. “Podem precisar de apoios e recursos adicionais, por exemplo, instalações de assistência, medicamentos e cuidados especiais, durante os desastres,” justificou.

Apoios abrangentes

No início do ano, o Governo lançou o denominado “projecto-piloto de disponibilização de coordenador de apoio à acessibilidade”. Este é um programa que consiste no envio de pessoas especializadas na criação de acessos sem barreiras para diferentes serviços públicos.

Seis meses passados, Ho Ion Sang considera importante que o Executivo apresente um balanço sobre os trabalhos realizados. “O Governo vai estudar alargar o projecto para que abranja mais serviços no futuro, reforçando a capacidade departamental em acolher os deficientes, e até incentivar as instituições privadas a imitar a criação de um ambiente livre de obstáculos?” questiona.

A primeira fase do “projecto-piloto de disponibilização de coordenador de apoio à acessibilidade” resultou no envio de especialistas para 17 espaços de 10 serviços públicos, como o Instituo de Acção Social, Instituto para os Assuntos Municipais, entre outros.

Finalmente, Ho Iat Seng pede ao Governo que reúna as moradas de todas as pessoas com dificuldades de mobilidade, para que as autoridades os possam em retirar de casa, em caso de emergência. Este é um mecanismo em vigor para as situações de tufão, mas Ho considera que deve ser alargado a outras emergências.

12 Jul 2024

Chefe do Executivo | Empresário Jorge Chiang apresenta candidatura

O empresário e presidente da Associação de Comércio Macau Lotus Jorge Chiang apresentou candidatura a Chefe do Executivo. O HM falou com o potencial candidato que indicou estar ainda a alinhar o seu programa político. Jorge Chiang acredita que a governação de Macau precisa de se adaptar aos novos tempos e ser mais inovadora

 

“A decisão de concorrer às eleições para Chefe do Executivo não foi repentina, mas algo em que pensei nos últimos cinco anos. Desde então, não vi mudanças em Macau. Aliás, a situação está ainda pior, por isso vou concorrer às eleições para Chefe do Executivo.” Foi assim que o empresário Jorge Chiang contou ao HM aquilo que o moveu para apresentar a candidatura ao cargo político mais elevado da RAEM.

“Depois das governações dos Executivos anteriores, apareceram muitos problemas em Macau que é necessário corrigir gradualmente”, acrescentou ao HM, cerca de 20 horas depois de anunciar a candidatura nas redes sociais.

Jorge Chiang preside à Associação de Institucionalismo de Macau (criada em 2020) e à Associação de Comércio Macau Lotus (criada 2021), além de ser supervisor da Associação Desportiva de Artes Marciais Zhong Hua.

Para já, Jorge Chiang admitiu ainda não ter um programa político detalhado, mas remete para o anúncio que publicou nas redes sociais para dar uma ideia das linhas basilares da sua candidatura.

Virar a página

Numa publicação intitulada “nova era, novas ideias, nova Macau”, o candidato afirma que “num panorama com desafios sem igual em 100 anos, o velho estilo de governação não se adaptou aos novos tempos em Macau, tornando-se obsoleto”. “Macau deve atrever-se a inovar a começar de novo. Assumo uma nova missão e não pouparei esforços para ajudar a implementar em Macau as principais políticas designadas nacionalmente. Tenho o corpo em Macau, mas o coração com a pátria e o povo, e uma determinação sem igual para falar pelo povo e defender o povo”, pode ler-se na declaração do candidato.

Com um forte cariz nacionalista, Jorge Chiang defende a “implementação do socialismo com características chinesas” e comprometeu-se a liderar Macau “na nova era, com novas ideias de governação”. “Quero construir uma sociedade baseada no Estado de Direito e na prosperidade de todos”, indicou.

Para entrar na corrida, a lei determina que a candidatura de Jorge Chiang seja “feita mediante a aposição das assinaturas de pelo menos 66 membros da Comissão Eleitoral no boletim de propositura”.

Na passada terça-feira, o portal Macau News Agency (MNA) avançou que Ho Iat Seng se iria candidatar a um segundo mandato a Chefe do Executivo e que, segundo fontes anónimas, a candidatura deveria ser apresentada depois de 11 de Agosto, dia em que decorrem as eleições para os membros da Comissão Eleitoral.

12 Jul 2024

Mercados | Associações dizem que obras não melhoraram negócios

Após a remodelação do Mercado da Mitra, os negócios dos comerciantes ficaram na mesma. Porém, a situação mais dramática nos mercados municipais verifica-se no Mercado de Tamagnini Barbosa, onde o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau estima uma taxa de desocupação de bancas de 70 por cento

 

“As bancas do Mercado Municipal da Horta da Mitra têm uma oferta pouco variada, numa área muito reduzida. Não conseguem competir com a variedade de produtos vendidos nos supermercados e lojas das imediações. A situação é agudizada pela obrigação de vender apenas os produtos previstos nas licenças”, afirmou ao HM O Cheng Wong, presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau. O dirigente associativo revela que, após meio ano da reabertura do Mercado da Horta da Mitra, os negócios se mantiveram como antes, não beneficiando das melhorias nas instalações.

Uma das reivindicações de O Cheng Wong é a flexibilização das regras que estabelecem que tipo de produtos os comerciantes podem vender nos mercados, medida que poderia potenciar os negócios e evitar o surgimento de mais bancas vazias.

Ainda em relação ao Mercado da Mitra, o representante do sector salienta o encerramento de bancas no exterior do mercado poder ser outro factor que contribui para o escasso fluxo dentro das instalações. Algo que não acontece com o Mercado Vermelho e o Mercado de São Lourenço, cujas imediações estão repletas de bancas de venda de frutas e vegetais.

O bom e o mau

Durante o período de obras de remodelação do Mercado Vermelho, que durou cerca de dois anos, 31 bancas ficaram desocupadas devido à desistência dos comerciantes que as operavam. Desde que o histórico mercado reabriu, o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões revela que não se verificou mais nenhuma desistência. Sobre a capacidade para atrair fregueses, O Cheng Wong salienta que o Mercado Vermelho oferece uma grande variedade de marisco e peixe em oferta.

No geral, o representante indicou que as bancas de venda de carnes e vegetais enfrentam maiores dificuldades, sendo maioritariamente aquelas que acabam por encerrar.

Entre os sete mercados municipais, O Cheng Wong destaca a situação de abandono a que está votado o Mercado de Tamagnini Barbosa, onde cerca de 70 por cento das bancas estão vazias. Isto apesar dos negócios no centro de comidas (food court) estarem a correr bem. Como tal, o dirigente associativo indica que apenas as bancas que ficam perto da zona da restauração conseguem captar mais clientes.

Face a este cenário, o representante dos comerciantes de mercado afirma a urgência de remodelar o Mercado de Tamagnini Barbosa e flexibilizar as regras que estabelecem o tipo de produtos que podem ser vendidos nas bancas dos mercados municipais. “O Governo responde sempre que vai pensar ou que planeia fazer isso. Entretanto, o tempo continua a avançar e temos situações em que algumas bancas permanecem vazias há cerca de sete anos. O Governo tem de abrir concursos para estas bancas”, afirmou ao HM o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões.

10 Jul 2024

Farol da Guia | Impacto visual de novo viaduto causa preocupação

Manuel Iok Pui Ferreira apela ao Governo para suspender o concurso público para a construção de um viaduto entre a Zona A e Zona B dos Novos Aterros. Devido ao impacto visual, o urbanista defende a construção de um túnel subaquático, como fora proposto pelo Executivo de Chui Sai On

 

A construção de um novo viaduto com uma altura de 25,8 metros entre a Zona A e Zona B dos Novos Aterros ameaça a paisagem do Farol da Guia. O alerta foi deixado pelo urbanista Manuel Iok Pui Ferreira.

Recentemente, o Governo lançou um concurso público para a construção do viaduto. No entanto, no plano inicial, apresentado em 2011 durante o Executivo liderado por Chui Sai On, a ligação passava pela construção de um túnel subaquático, que seria acompanhado na superfície com várias zonas verdes.

Em declarações ao Jornal do Cidadão, o urbanista opinou que o plano original era mais estético e afirmou que o que será implementado tem uma diferença muito significativa, devido ao impacto visual. Manuel Iok Pui Ferreira disse também que a alternativa inicial favorecia mais a costa do território, porque o novo projecto vai pressionar a paisagem costeira e provocar um efeito irreversível. A proposta escolhida foi também considerada uma “violação clara” dos princípios do design urbano.

Assim sendo, o ex-membro do Conselho do Planeamento Urbanístico considerou que a decisão do Governo foi tomada de “forma imprudente”. O urbanista mostrou-se contra o projecto actual, cujas obras deverão começar no final do ano. Manuel Iok Pui Ferreira criticou igualmente a forma como o processo foi conduzido, por não ter havido apresentação do estudo sobre o impacto da análise para a paisagem das obras. Manuel Iok Pui Ferreira defende assim a suspensão da obra e o regresso ao plano do túnel subaquático.

Sistema danificado

No caso de o Executivo insistir no viaduto, o urbanista teme que a paisagem caracterizada por “colina, mar e cidade” seja danificada, além dos danos para a paisagem do património mundial do território.

Pui Ferreira recordou ainda que, no ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) acompanhou o planeamento dos Zona A e Zona B dos Novos Aterros. Porém, o ex-conselheiro duvida que o Governo tenha feito um relatório sobre o impacto da construção do viaduto.

O urbanista recordou ainda que no final deste ano, os membros da UNESCO precisam de entregar relatórios sobre os planos e medidas de protecção do património. Manuel Ferreira receia que a situação não seja apresentada de forma honesta pelas autoridades locais.

Manuel Iok Pui Ferreira levantou também reservas sobre a interpretação das autoridades locais, que consideram que os limites à construção em altura na zona do património protegido só se aplicam a edifícios e não a viadutos.

10 Jul 2024

LGBT | Estudo recomenda políticas de saúde específicas para minorias

Um estudo realizado por uma licenciada da Escola de Enfermagem do Hospital Kiang Wu aponta para a necessidade de criar políticas de saúde destinadas às minorias LGBTQ+. Os entrevistados para o estudo reportaram incompreensão e falta de adaptação do sistema de saúde às necessidades específicas dos utentes homossexuais ou transgénero

 

Naquele que é o primeiro estudo sobre o acesso a cuidados de saúde por parte da comunidade LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Queer), Xin Lei Yang, licenciada em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem do Hospital Kiang Wu, conclui que existem diferenças entre as necessidades destes utentes e os tratamentos e acompanhamentos disponibilizados pela comunidade médica e de saúde.

A académica sugere a criação de políticas de saúde específicas para estas minorias, bem como cursos de formação para médicos, enfermeiros e pessoal da área sobre as necessidades concretas destes doentes.

Refere-se a importância de “mais apoio em termos de referências médicas para os residentes sobre a comunidade LGBTQ+”, ou a implementação, nos hospitais públicos, de um guia de tratamento específico para homossexuais, bissexuais ou transgénero. É também sugerida a realização de mais formações específicas para médicos e enfermeiros.

Além disso, Xin Lei Yang destaca que podem também ser adicionados mais conteúdos sobre cuidados médicos a aplicar a pessoas LGBT nos currículos de licenciatura em enfermagem.

O estudo intitula-se “An exploration of LGBTQ+ People’s Experiences and Needs of Health Care in Macau using Interpretative Phenomenological Analysis (IPA)” [Exploração das Experiências e Necessidades das Pessoas LGBTQ+ no Sistema de Saúde de Macau usando a Análise Fenomenológica Interpretativa (IPA)] e foi apresentado no domingo. Referiu-se, assim, à “existência de diferenças entre os cuidados de saúde locais e as reais necessidades desta população”, nomeadamente casos de “conflitos”.

Estas situações prendem-se com “falta de tolerância e incapacidade pessoal dos médicos em prestar cuidados de saúde” adequados para estas pessoas que, muitas vezes, podem não se identificar com o género sexual com que nasceram ou estar em processo de mudança de sexo, por exemplo.

Como tal, o estudo sugere a “necessidade de implementar um sistema de cuidados de saúde mais próximo da diversidade de géneros”. A autora recomenda que seja criado “um completo mecanismo de referência” e potenciada “mais educação para o pessoal médico [sobre a área LGBTQ+], sendo fundamental “um ambiente de mais tolerância e sensibilidade cultural” quanto a estas matérias.

A responsável aponta ainda para a importância de um “sistema de saúde próximo da comunidade LGBTQ+ que possa servir uma população divergente, com diversidade de géneros e diferentes orientações sexuais, que possa focar-se no respeito”.

Em entrevista ao HM, Xin Lei Yang destaca que este tipo de situações, que categoriza como “micro-agressões”, não são mais conhecidos e discutidos porque estas pessoas optam por viver na sombra. No entanto, “existem actualmente em Macau alguns fenómenos de micro-agressões”, destacou.

“Procurei perceber as necessidades e os sentimentos de grupo da comunidade LGBTQ+ na hora de consultarem um médico. O meu estudo conclui que uma parte dos inquiridos sentiu que o pessoal médico tinha alguma sensibilidade em relação as estas minorias, por isso foi possível criar relações de confiança. Assim, o meu estudo demonstra que existem boas e más experiências, e que, na busca por um médico, nem sempre houve casos de discriminação”, frisou.

Desconforto em consulta

A autora decidiu realizar a investigação quando foi abordada por um amigo LGBT que confessou estar angustiado por ter de procurar um médico, questionando-a sobre qual a especialidade que devia escolher. Xin Lei Yang recorda não ter conseguido responder às dúvidas apresentadas conforme os seus conhecimentos, pelo que tentou perceber como seria o mesmo cenário num consultório médico.

“Os meus entrevistados descrevem alguns casos de micro-agressões de que foram vítimas, tal como os médicos não entenderem que eles têm uma sexualidade diferente, tratando-os como se fossem heterossexuais e cisgénero [identificação com o género sexual de nascimento]. Houve também certo tipo de olhares e toques que deixaram os entrevistados desconfortáveis” durante a consulta, apontou a autora do estudo ao HM.

No estudo, apontam-se cenários de “paternalismo” por parte dos médicos em contexto da consulta quanto à autonomia do doente, a pouca formação específica para situações vividas pela população LGBT, a “falta de compreensão pelas necessidades de saúde da população LGBT” ou situações de “homofobia”.

Além disso, foi reportado à académica a “falta de tratamentos” específicos para a população transgénero, nomeadamente na “área hormonal, cirurgias ou aconselhamento”. No trabalho não é mencionado se estas consultas decorreram no serviço público ou privado de saúde.

Para este trabalho, a autora entrevistou apenas seis pessoas que assumiram pertencer à comunidade LGBTQ+, além de terem mais de 18 anos e residir em Macau. Outro critério para participar no estudo foi ter tido, no passado, uma experiência desagradável ou inesquecível, pelas más razões, no processo de acesso a cuidados de saúde no território. Os entrevistados dominam apenas a língua chinesa.

Questionada sobre o uso desta metodologia, a IPA, e um baixo número de entrevistados, a autora lembrou a dificuldade primária em encontrar pessoas que se assumam como LGBT.

“O estudo foca-se nas experiências vividas pelo grupo LGBT e as opiniões com base nas consultas médicas, e não na nossa verificação ou interferência. Segundo um estudo da Associação Arco-Íris de Macau, de 2019, 82,8 por cento das pessoas LGBT escondem a sua orientação sexual ou identidade de género, pelo que foi difícil encontrar entrevistados. O modelo IPA exige um número baixo de entrevistados, de quatro a seis, o que correspondia às características do nosso estudo.”

Do grupo de entrevistados, cujas idades vão dos 18 aos 28 anos, existem três pessoas transgénero, dois homossexuais, dois bissexuais, uma pessoa que se identifica como pansexual [atracção pelas pessoas independentemente do género] e ainda uma pessoa não-binária [que não se identifica com nenhum género em particular, homem ou mulher]. As entrevistas tiveram uma média de 46 minutos, sendo que os entrevistados “prosseguiram as conversas sem interrupções ou bloqueios do foro emocional”.

Que políticas criar?

Tendo em conta que o estudo alerta para a necessidade de avaliar melhor a resposta a necessidades médicas por parte da comunidade LGBTQ+, para que haja uma melhor percepção dos casos de HIV no território, a mestre em enfermagem lança ainda ideias para futuras investigações.

Ao nível das associações locais, é descrito que os Serviços de Saúde podem “providenciar recursos e serviços psicológicos para a comunidade LGBTQ+ e especificamente sobre as infecções por HIV”, a fim de “garantir um apoio sustentado” a estas minorias. Em termos académicos, é referido que são necessários mais estudos sobre estes grupos e também sobre a postura da comunidade médica em relação aos doentes com estas necessidades.

9 Jul 2024

Deficiência | Desemprego piorou face a 2019

Hetzer Siu, presidente da associação Macau Special Olympics, dá conta de que o panorama de desemprego para portadores de deficiência está ainda pior do que no ano de 2019, ou seja, no período pré-pandemia.

Ouvido pelo jornal Ou Mun, Hetzer Siu explicou que, apesar de a economia ter registado alguma recuperação, o foco manteve-se nas actividades ligadas ao sector do turismo, pelo que é difícil aos portadores de deficiência acederem a este tipo de trabalhos sem o tempo de formação adequado, pois têm mais dificuldades em realizar tarefas de forma rápida num curto espaço de tempo.

O responsável apontou ainda que as pequenas e médias empresas locais não conseguem proporcionar acções de formação no local de trabalho, além de que muitos empregadores esperam que os portadores de deficiência sejam produtivos no imediato, mas a verdade é que depois de serem contratados deixam de ter formações.

Outra questão mencionada por Hetzer Siu ao Ou Mun, prende-se com a falta de abrangência do cartão de registo de avaliação de deficiência do Instituto de Acção Social, uma vez que existem muitas pessoas com a formação feita em escolas de ensino especial, mas que não conseguem obter esse cartão por não cumprirem os requisitos, o que lhes aumenta as dificuldades no dia-a-dia.

9 Jul 2024

Turismo | Pedida proibição de excursões de baixo custo

O presidente da Associação para a Promoção do Desenvolvimento Regional de Macau considera que o território tem de apostar nos turistas disponíveis a gastar mais dinheiro durante as viagens

 

O presidente da Associação para a Promoção do Desenvolvimento Regional de Macau, Chan Tak Seng, defende a proibição das excursões a Macau de baixo custo, por considerar que acrescentam muito pouco à economia local. A posição do ex-mandatário da candidatura de Chan Meng Kam a deputado foi tomada em declarações ao jornal Exmoo.

“[Estes turistas] não gastam muito dinheiro depois da entrada, e quando saem do território, apoiam [os grupos de contrabando] ao transportarem cigarros, álcool ou outros produtos [para o Interior]”, afirmou Chan Tak Seng, entre os argumentos contra o turismo das excursões baratas.

Chan considerou ainda que estas excursões criam um ciclo vicioso, porque não só afectam a imagem de Macau como destino turístico, mas porque também afectam a imagem da qualidade do turismo.

O presidente associativo defendeu que com este tipo de turistas as Pequenas e Médias Empresas não vão conseguir sobreviver, porque as pessoas tendem a ter gastos muito reduzidos: “Não devemos apenas focar-nos na quantidade de turistas, temos de ter qualidade”, justificou.

Outros riscos

Chan Tak Seng apelou ao Governo para arranjar soluções para o problema do contrabando promovido pelos turistas de baixo custo, que são pagos para saírem com produtos da RAEM, que depois entregam às redes de contrabando no Interior.

O dirigente associativo prestou estas declarações ao Exmoo, depois do Governo Central ter anunciado que desde o início do mês os turistas do Interior passam a ter uma isenção fiscal de 12 mil renminbis nas compras feitas em Macau. Até ao início do mês, a isenção era de 5 mil renminbis.

No entanto, para Chan Tak Seng, a medida de incentivo ao maior consumo em Macau pode promover ainda mais o contrabando da RAEM para o Interior. A medida tida como benéfica, deve assim ser acompanhada de uma inspecção principalmente dos carros com matrícula dupla e dos que circulação para Cantão.

Além disso, o também ex-candidato à Assembleia Legislativa alertou que há uma grande proximidade entre as trocas de dinheiro ilegais e o contrabando, sendo frequente que as pessoas envolvidas num dos tipos de ilícito também a pratiquem o outro.

Como o novo valor da isenção de entrada no Interior a ser apenas aplicado aos residentes do Interior, e não aos de Macau ou Hong Kong, teme-se que haja cada vez mais excursões baratas a serem utilizadas para este propósito.

Segundo o jornal Exmoo, actualmente quando os turistas vêm a Macau são abordados por membros de grupos de contrabando que lhes pagam imediatamente 100 renminbis para transportarem, no regresso, produtos para o Interior.

9 Jul 2024

Habitação/Idosos | Escolha de apartamentos arrancou ontem

Nas primeiras duas horas, quase 70 pessoas completaram os processos de escolha dos seus futuros apartamentos. As casas deverão ficar disponíveis a partir de Outubro

 

Nas primeiras horas de abertura do processo para escolher os apartamentos, quase 70 idosos apresentaram os seus pedidos, de acordo com os números do Instituto de Acção Social (IAS). O processo de escolha dos apartamentos para arrendar na Areia Preta, um novo tipo de habitação pública virada para a terceira idade, arrancou na manhã de ontem, pelas 9h.

Nos primeiros 15 minutos, foram recebidos cerca de 40 pedidos. Mais tarde, pelas 11h, o número de escolhas já tinha subido para 68, com 53 processos a serem tratados online e os restantes 15 presencialmente.

Em declarações citadas pelo Jornal Ou Mun, Hon Wai, presidente do IAS, explicou que cada processo demorou em média cerca de 10 minutos. Segundo o responsável, os primeiros idosos mostraram preferência pelos apartamentos situados nos andares mais altos do edifício.

A primeira fase da distribuição dos apartamentos tem 759 fracções habitacionais disponíveis que vão ser ocupadas de forma gradual. Hon Wai apontou que as primeiras ocupações deverão acontecer em Outubro.

No entanto, o processo iniciado ontem implica cerca de 1.500 candidatos, dado que vai distribuir igualmente 700 apartamentos que só ficam disponíveis até ao fim do primeiro trimestre do próximo ano.

Obras em curso

Em relação às obras dos interiores do edifício dos apartamentos para idosos, Hon Wai indicou que as instalações mais básicas e o clube devem ficar terminados de acordo com o prazo previsto.

No entanto, reconheceu que as instalações de restauração, devido à grande área ocupada, deverão demorar mais tempo. A prioridade passa assim por garantir que o espaço de “cha chaan teng” comece a funcionar em Outubro, ao mesmo tempo que chegam os primeiros moradores.

O presidente do IAS também revelou que as obras dos interiores das 700 casas a serem distribuídas numa fase posterior, até Março do próximo ano, estão em curso e deverão estar concluídas até ao final de Outubro. O objectivo, explicou Hon Wai, passa por garantir que os moradores que chegarem em Outubro são pouco incomodados com barulho e pó.

Além disso, as instalações de saúde dentro do edifício já estão na fase final e podem ser concluídas no fim do ano.

Hon Wai apontou igualmente que no caso de os idosos serem utentes dos Serviços de Saúde (SS) podem associar os seus dados ao sistema de cuidados de administração predial da residência. Esta é uma forma de personalizar a resposta dos SS para estes utentes, tendo em conta as necessidades dos mais velhos.

9 Jul 2024