Contrabando | Jovens vestiam uniformes escolares para não levantarem suspeitas na fronteira

Um grupo de três adolescentes foi interceptado no âmbito de operação conjunta da Polícia Judiciária (PJ) e os Serviços de Alfândega (SA) contra uma rede de contrabando para o Interior. O caso foi divulgado na quarta-feira, e de acordo com a versão das autoridades, a rede contratava adolescentes que tinham desistido da escola para realizar operações de contrabando.

Aos jovens, eram fornecidos uniformes escolares de diferentes instituições do ensino básico, que estes vestiam na altura de atravessar a fronteira com os produtos. A utilização dos uniformes visava não levantar suspeitas junto das autoridades.

Quando a PJ e os SA realizaram uma rusga num armazém na Avenida Venceslau Morais, onde a rede guardava a mercadoria para ser levada para o Interior, apreendeu mais de 20 mil produtos, como material electrónico e processadores em segunda mão, com um valor de mercado de 17 milhões de patacas. No armazém, estavam ainda 40 peças de roupa de uniformes de diferentes escolas. As autoridades ainda estão à procura dos responsáveis pelo armazém.

Fumo da traição

De acordo com a PJ, o alerta para a situação foi dado por uma das escolas, que recebeu denúncias de transeuntes sobre a possibilidade de estarem alunos da instituição a fumar junto às Portas do Cerco. As denúncias indicavam também a possibilidade de os alunos estarem envolvidos no transporte ilegal de produtos para o Interior.

Alertada, a PJ e os SA seguiram três suspeitos, até que estes entraram no armazém na Avenida Venceslau Morais. Quando saíram, vinham vestidos com os uniformes escolares e chamaram um táxi para as Portas do Cerco.

Ao atravessarem a fronteira, os três adolescentes foram interceptados e uma revista mostrou que preso à perna dos adolescentes estavam 552 processadores de computadores antigos.

Ainda de acordo com as autoridades, por cada vez que os jovens atravessavam a fronteira recebiam 200 patacas. Quando o caso foi revelado, as autoridades deixaram ainda o apelo aos jovens para não serem “gananciosos” e não arriscarem o futuro a troco de “pequenos lucros”.

10 Jan 2025

MPay | App cobra mais de 70 tarifas de autocarro em cinco minutos

Uma residente publicou uma fotografia da sua conta de MPay a mostrar a cobrança de mais de 70 viagens de autocarros públicos durante escassos minutos. A empresa afirmou que as tarifas eram relativas a viagens feitas em 2021. A Autoridade Monetária afirma não terem sido encontrados problemas ou vulnerabilidades na segurança da aplicação

 

Uma internauta publicou na noite de quarta-feira uma captura de ecrã da aplicação MPay com a dedução de mais de setenta cobranças de tarifas de viagens de autocarros públicos em cerca de 5 minutos, por volta das 04h da madrugada de quarta-feira. No total, a conta de MPay ficou com menos 220 patacas.

Surpreendida com a rápida avalanche de tarifas, a utente ligou para a empresa Macau Pass, responsável pela aplicação móvel, a apresentar queixa. A resposta que obteve foi que as cobranças diziam respeito a tarifas que estavam por pagar. “O responsável do Departamento do Apoio ao Cliente afirmou que eu tinha dívidas em atraso referentes a tarifas de viagens feitas em 2021. Como recentemente, o sistema do MPay foi actualizado, disseram-me que foi por isso que foram cobradas todas as tarifas”, pode ler-se na publicação.

A chamada telefónica deixou a internauta enfurecida, confessando também perplexidade por nunca ter recebido uma notificação sobre pagamentos em atraso, e que a sua conta de MPay sempre teve saldo suficiente. Além disso, achou suspeito o facto de as tarifas demorarem tantos anos a serem cobradas.

Importa referir que a aplicação tem um sistema de segurança que impede a criação de novos códigos QR para pagar autocarros depois de duas tarifas não pagas por falta de saldo. Ou seja, o MPay permite a geração de dois códigos mesmo que a aplicação não tenha saldo suficiente. Situação que aumentou a confusão da utente.

“O dirigente não conseguiu dar uma resposta completa, só confirmou um reembolso de 220 patacas e oferece-me uma versão especial do cartão da Macau Pass. Em raiva, perguntei porque a empresa não admitiu o problema, desviando a responsabilidade para o cliente,” criticou.

Está tudo bem

Na sequência da publicação viral, onde a utente questiona a confiança que a população deve depositar no MPay, a Autoridade Monetária de Macau emitiu ontem um comunicado a revelar ter solicitado “de imediato à instituição que realizasse uma investigação completa e apresentasse um relatório de investigação”.

“Após uma investigação preliminar, a organização informou que o incidente não envolveu quaisquer problemas de segurança da rede, como a utilização não autorizada de contas ou a vulnerabilidade do sistema em termos de segurança, nem afectou o serviço normal do sistema. O incidente esteve principalmente relacionado com o processo de dedução das tarifas de autocarro, ou seja, quando a tarifa de um utilizador não é deduzida no momento do pagamento do serviço de autocarro, o sistema processa a dedução mais tarde,” lê-se no comunicado.

A AMCM solicitou à organização que contactasse os utilizadores afectados o mais rapidamente possível para explicar a situação e melhorar o mecanismo de dedução suplementar, de modo a minimizar o impacto nos utilizadores. Na quarta-feira, a Macau Pass já publicou um anúncio na sua página a dizer que vai melhorar o mecanismo de dedução suplementar.

10 Jan 2025

Economia | Leong Sun Iok defende modelo do cartão de consumo

Com o Interior da China a adoptar incentivos para a compra de novos electrodomésticos e produtos digitais, como forma de promover o consumo, Leong Sun Iok considera que Macau pode seguir o exemplo. Porém, o deputado prefere uma nova ronda de cartão de consumo

 

Leong Sun Iok defende que se o Chefe do Executivo lançar medidas de apoio à economia deve optar por uma nova ronda do cartão de consumo. A opinião do deputado que integra a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) foi partilhada em declarações ao jornal Exmoo.

A criação de mais uma ronda do cartão do consumo, uma medida adoptada durante a pandemia, através da qual o Governo distribuiu montantes entre 3 mil e 8 mil patacas aos residentes, foi defendida, depois de o Governo Central ter lançado várias medidas de subsídio à compra de electrodomésticos e equipamentos digitais.

Segundo a mais recente medida revelada na quarta-feira pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pelo Ministério das Finanças do Interior, a compra de electrodomésticos e produtos digitais vai ser comparticipada, tal como acontece igualmente no Interior da China com a compra de veículos eléctricos.

Neste contexto, o legislador considerou plausível que seja lançada mais uma ronda do cartão de consumo em Macau, até porque o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, admitiu a hipótese de estudar medidas de incentivo ao consumo.

Olhar para dentro

No entanto, Leong Sun Iok considera que as medidas de incentivo ao consumo precisam ter em conta o contexto de Macau, que é diferente daquele do Interior, porque o tecido económico é diferente. O deputado explicou que o subsídio para aquisição de novos electrodomésticos e equipamentos digitais teriam um impacto mais limitado em Macau, porque não ajudaria alguns sectores importantes económicos, como acontece a restauração. “Para o sector da restauração, o modelo de incentivo à compra de novos produtos não tem utilidade”, afirmou.

A restauração no norte da península tem atravessado maiores dificuldades nos últimos meses, devido à maior concorrência do Interior, onde os preços são mais baratos.

Em termos da economia local e das medidas implementadas, o deputado fez uma avaliação crítica do Grande Prémio para o Consumo em Macau, uma iniciativa de incentivo ao comércio local que terminou no final do ano passado. Ao abrigo do Grande Prémio para o Consumo, os clientes que utilizassem meios de pagamento electrónicos no comércio local durante a semana ficavam habilitados a participar num sorteio imediato que distribuía cupões com descontos. Esses descontos só podiam ser utilizados no fim-de-semana seguinte, para evitar que as pessoas apenas consumissem no Interior.

10 Jan 2025

AAM | Vong Hin Fai diz que suspensão de Ho Kam Meng é temporária

O presidente da Associação dos Advogados de Macau confirmou a suspensão do advogado que está a ser acusado pelos crimes de associação criminosa e corrupção, devido às ligações com Ho Chio Meng e Kong Chi

 

Uma medida temporária devido a um despacho do tribunal. Foi desta forma que Vong Hin Fai, presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), se pronunciou sobre a suspensão de Ho Kam Meng e a notícia do Canal Macau de que o advogado está em prisão preventiva e a ser acusado dos crimes de corrupção e associação criminosa.

Apesar das informações sobre a suspensão do advogado terem começado a circular em Setembro, esta foi a primeira vez que um representante da associação se pronunciou sobre o assunto. As declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau foram prestadas à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa, em que Vong Hin Fai participou como presidente da 3.ª Comissão Permanente.

O presidente da AAM afirmou ainda que, por enquanto, a suspensão não está relacionada com nenhum processo disciplinar, que estará sempre dependente das decisões dos tribunais e que terá de ser decidido pelo Conselho Superior de Advocacia. Contudo, Vong Hin Fai destacou que a associação está atenta ao caso e que qualquer decisão vai ter tomada tendo em conta a Lei Básica, a presunção de inocência e o princípio do segredo de justiça.

Vong Hin Fai comentou ainda que esta não é a primeira vez que advogados são suspensos, mas o número tende a ser relativo. Por outro lado, o presidente da Associação dos Advogados sublinhou que a ética profissional é uma das prioridades da associação e que no curso de formação de estagiários há sempre módulos sobre o assunto.

Ligações antigas

De acordo com o Canal Macau, Ho Kam Meng está a ser acusado de ter criado uma associação secreta em conjunto com o ex-Procurador da RAEM, Ho Chio Meng, e o Procurador-Adjunto, Kong Chi. O advogado está em prisão preventiva há cerca de dois meses.

De acordo com a mesma fonte, as suspeitas sobre o advogado estão relacionadas com o exercício de funções no Ministério Público, ainda antes de se tornar advogado. Além da acusação de associação secreta, a TDM indica que Ho Kam Meng está igualmente acusado de crimes de corrupção, o que terá levado a que fossem realizadas buscas no seu escritório, com a apreensão de computadores e processos.

Ho Chio Meng foi condenado em 2017 a uma pena de prisão de 21 anos pela prática de 1092 crimes no Tribunal de Última Instância, que tinha como principal juiz Sam Hou Fai, actualmente Chefe do Executivo.

Kong Chi, de quem Ho Kam Meng é amigo de infância, foi condenado no ano passado a uma pena de prisão de 17 anos, pela prática de 22 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 19 crimes de prevaricação, 7 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de abuso de poder, 1 crime de favorecimento pessoal e 1 crime de riqueza injustificada.

8 Jan 2025

Hospital das Ilhas | Pedido fim de residências para especialistas

Um membro do Conselho de Serviços Comunitários das Ilhas defende que o Governo deve abandonar o projecto de habitação em Seac Pai Van para médicos e funcionários do Hospital das Ilhas e, no seu lugar, criar instalações recreativas e desportivas. O conselheiro justifica a posição com o facto de a maioria dos médicos e funcionários serem residentes de Macau

 

O Governo planeia construir edifícios habitacionais em Seac Pai Van para alojar médicos especialistas e funcionários do Hospital Macau Union, também conhecido como Hospital das Ilhas. Porém, o membro do Conselho de Serviços Comunitários das Ilhas Ho Chong Chun defende que o Executivo de Sam Hou Fai deve abandonar o projecto e usar o terreno para acrescentar instalações recreativas e desportivas de Seac Pai Van, um apelo que os moradores da zona têm repetido ao longo dos anos.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o conselheiro, que até há pouco tempo foi vice-presidente dos Kaifong, justificou a sua posição com o facto de a maioria dos funcionários e médicos do novo hospital serem residentes de Macau e que apenas uma pequena parte do quadro da instituição, médicos clínicos seniores ou médicos instrutores, foram enviados da capital pelo Hospital Peking Union. Ho Chong Chun reforça a ideia, indicando que as exigências profissionais da cerca de meia centena de médicos destacados para Macau obriga a que passem pouco tempo no território.

Além disso, tempo em conta a permanência intermitente dos profissionais em Macau, o conselheiro acrescentou que o Hospital das Ilhas tem um dormitório, com uma área de19,5 mil metros quadrados, que oferece cerca de 250 quartos. Outro indicador que o responsável apontou foi a baixa taxa de utilização do dormitório, depois de ter sido muito usado durante a pandemia.

Alertas para despesismo

Recorde-se que o edifício residencial para médicos especialistas em Seac Pai Van irá ocupar o lote em frente do edifício de habitação pública Ip Heng, um dos blocos afectados pela queda de azulejos das paredes exteriores na zona, e tem um custo estimado de 500 milhões de patacas.

O deputado Ron Lam foi uma das pessoas que alertou para o eventual despesismo do projecto, mostrando-se relutante face à necessidade de construir um bloco de edifícios para médicos especialistas, que vão auferir salários elevados.

Daí as críticas recentes de Ho Chong Chun, que pediu também uma alteração das prioridades do Governo. O conselheiro refere que desde a construção dos complexos de habitação pública em Seac Pai Van, as estimativas do Governo apontavam para a criação de uma comunidade com cerca de 60 mil moradores. Desde que os prédios começaram a receber residentes, em 2013, uma das queixas mais frequentes, além dos problemas relativos à qualidade da construção e escassez de transportes, prendeu-se com a falta de instalações ao ar livre, sobretudo de espaços desportivos.

Em 2022, o Governo de Ho Iat Seng apresentou um plano para construir um campo de futebol, um parque e zonas para desporto e recreação infantil, porém os projectos foram suspensos depois da divulgação do Plano Director da RAEM.

8 Jan 2025

Comércio | Negócios continuam aquém das expectativas

A quebra do volume das vendas no ano passado levou a Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau a marcar uma reunião para discutir estratégias e ajudar as PME a encararem o novo cenário económico

 

Apesar de o número de entradas e saídas em 2024 ter atingido um novo recorde histórico, com um registo de 210 milhões de entradas e saídas, muitas pequenas e médias empresas (PME) não sentiram os benefícios da maior circulação de pessoas. O cenário foi traçado pelo o vice-presidente da Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau, Lo Wang Chun, num programa da Radio Television Hong Kong (RTHK).

Face ao facto de os negócios em áreas de luxo, como a venda relógios, joias, artigos de couro ou equipamento de telecomunicações terem inclusive registado uma perda de 20 por cento entre Janeiro e Setembro de 2024, a Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau realizou um encontro para discutir o problema.

Na visão de Lo Wang Chun o menor consumo deve-se ao facto de Macau ter perdido as vantagens comerciais face a outros destinos, como o Japão ou a Tailândia. “O Japão e Tailândia aplicaram medidas de isenção de visto para os turistas da China, enquanto os turistas da China ainda precisam de pedir visto de entrada em Macau. Este aspecto significa que Macau perdeu uma vantagem”, afirmou Lo. “Também temos de ter em conta a taxa de câmbio nestes países. Viajei para a Tailândia e troquei uma pataca por 4,2 Baht, se estivesse a trocar renminbis até recebia mais Baht”, apontou.

No programa, foram ouvidos outros comerciantes que se mostraram preocupados por terem registado uma redução nas vendas durante as festividades recentes, em comparação com o que aconteceu no final de 2023.

Pensar diferente

Lo Wang Chun recusou ainda a ideia de que Macau seja um destino para turistas do Interior com pouco dinheiro: “Eles consumem em Macau, têm vontade e capacidade para pagar três mil patacas para um bilhete de concerto, por isso não acredito que a redução do consumo esteja ligada à falta de poder de compra dos visitantes”, argumentou.

Apesar das dificuldades, Lo Wang Chun mostrou confiança de que a recente medida de permissão de entradas múltiplas para os turistas de Zhuhai possa ajudar a indústria. “Esta medida de múltiplas entradas para os residentes de Zhuhai vai permitir que eles sejam como nós, quando nos deslocamos frequentemente para Hong Kong. A cidade de Zhuhai tem uma população de 1,7 milhões de pessoas, não é um número pequeno, por isso devemos pensar em como atrair estes clientes e como fazer com que gastem mais dinheiro”, considerou.

Lo Wang Chun apelou ainda às PME para evitarem pessimismos e que adoptem uma nova mentalidade, com novas estratégias de comércio. A título de exemplo, Lo sugeriu uma maior ligação entre as PME e outros fornecedores, para melhor promover os produtos locais, ao mesmo tempo que se deve apostar numa maior diferenciação da oferta para os turistas face às regiões vizinhas de Hong Kong e do Interior.

7 Jan 2025

Davis Fong prevê receitas mensais de pelo menos 20 mil milhões

O director do Instituto de Estudos sobre a Indústria do Jogo da Universidade de Macau, Davis Fong, acredita que as receitas de jogo vão atingir 20 mil milhões de patacas durante todos os meses deste ano. A previsão foi feita pelo ex-deputado em declarações ao Jornal Ou Mun.

Em 2024 apenas em Maio e Outubro as receitas do sector ultrapassaram os 20 mil milhões de patacas, porém, Fong acredita que essa barreira pode ser ultrapassada todos os meses.

No entanto, alertou que para calcular essa média é preciso considerar os meses de Janeiro e Fevereiro em conjunto, dividindo o montante total por dois, para ter em conta as receitas do Ano Novo Lunar, que se celebra a 29 de Janeiro, e o facto de nos primeiros dias os turistas evitarem viajar, por terem os tradicionais jantares de família.

Sobre as metas do Governo, Davis Fong acredita que as receitas podem chegar aos 24 mil milhões de patacas em alguns meses, e podem mesmo aproximar-se mais de 25 mil milhões de patacas em alguns meses.

Medidas favoráveis

Ao longo do ano, Davis Fong acredita que o mercado do jogo vai ser beneficiado com algumas medidas, como a autorização de mais entradas múltiplas em Zhuhai, o maior número de grandes eventos organizados pelas concessionárias de jogo e até os recentes acidentes aéreos, que podem levar mais pessoas a optar por visitar Macau, em vez de viajarem para outros destinos que requeiram ligações aéreas.

Em relação a este último aspecto, Fong indicou que tanto Macau como Hong Kong são destinos que têm todas as condições para beneficiar com um eventual medo de voar por parte dos turistas do Interior.

Por outro lado, o académico elogiou as receitas de Dezembro, de 18,20 mil milhões de patacas, por tere, ultrapassado as suas previsões, mesmo num período especial, numa referência não assumida às deslocações oficiais durante a transferência.

3 Jan 2025

Natalidade | Inquérito confirma pouca vontade de ter filhos

Um inquérito da Associação Chinesa para a Promoção da Juventude revela que apenas 38 por cento dos inquiridos deseja ter filhos. Questões financeiras foram as principais razões apontadas para não constituir família. Pouco mais de metade dos jovens ouvidos deseja casar

 

A Chinese Youth Advancement Association [Associação Chinesa para a Promoção da Juventude] realizou um inquérito que revela a baixa vontade dos jovens de constituir família, embora o casamento continua a ser opção para muitos.

Os resultados mostram que apenas 38 por cento dos entrevistados desejam ter filhos, 35,91 por cento disseram não querer, enquanto 26,09 por cento ainda não tomou uma decisão.

As razões para os jovens não desejarem ter filhos prendem-se com factores económicos: 46,63 por cento diz não conseguir suportar as despesas com cuidados infantis, 55,16 por cento não tem rendimentos suficientes e 37 por cento diz não conseguir suportar a renda da casa.

Em relação ao casamento, há ainda vontade dos jovens de o realizar: 55,84 por cento dizem ter esperança em subir ao altar, enquanto 27,85 por cento dizem não querer casar por pressão económica, por já terem um determinado estilo de vida e aversão a responsabilidades conjugais.

Mais de metade dos entrevistados defendem que, para escolher uma parceira ou parceiro de vida, olham para semelhantes posturas que possam ter perante a vida, as condições económicas ou a aparência. Além disso, 56,12 por cento dos entrevistados disseram que ainda estão solteiros por não terem encontrado um parceiro ou parceira adequados.

Cerca de 46 por cento dos entrevistados dizem sentir nervosismo com a ideia de casar devido às pressões familiares e sociais, e a maioria só admite casar quando tiver capacidade económica e emprego estável. Enquanto isso, 46 por cento dos entrevistados dizem participar em actividades desportivas e competições para fazer amigos.

Pedidas medidas

O inquérito contou com um total de 1010 respostas válidas de entrevistados entre 18 e 35 anos de idade. Foram também colocadas questões sobre medidas de apoio do Governo para as áreas da família e natalidade. Cerca de 50 por cento dos entrevistados respondeu que não conhecem bem as medidas em vigor. Por outro lado, 37 por cento dos inquiridos entendem que o Executivo não dá apoios económicos suficientes, enquanto 38 por cento confessou que a melhoria dos serviços de cuidados a crianças poderia aumentar a sua vontade de ter filhos.

A equipa responsável pelo inquérito considera que o Governo poderia melhorar as políticas nestas áreas e criar novos incentivos à natalidade, nomeadamente o prolongamento do prazo das faltas dadas por motivos de casamento no trabalho, de três dias para uma semana. Já a licença de maternidade poderia aumentar para seis meses, enquanto a licença de paternidade poderia passar a 15 dias.

A equipa também sugeriu que o valor do subsídio de casamento aumente de cinco para dez mil patacas, e que o subsídio de nascimento também suba para 20 mil patacas por família. A associação sugeriu também que famílias com baixos rendimentos recebam um subsídio para filhos até aos três anos e que o Governo reduza impostos para famílias com mais filhos.

31 Dez 2024

Fai Chi Kei | Homem atira cutelo para a rua e é detido

Um homem foi detido por ter atirado pela janela um cutelo para uma rua movimentada do Fai Chi Kei. Há quase um ano que o CPSP recebia queixas de moradores devido a objectos atirados para a via pública, mas nunca actuou. Tudo mudou depois de um programa da TVB

 

Foi detido na quarta-feira um residente suspeito de atirar um cutelo do edifício onde mora para uma rua movimentada no Fai Chi Kei. Porém, a detenção, levada a cabo por agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), só ocorreu depois de o caso ter sido noticiado na TVB, canal de Hong Kong, no programa “Scoop”, com declarações de uma moradora do mesmo edifício onde reside o suspeito.

Segundo um comunicado do CPSP, a investigação ao caso decorreu durante alguns dias e as autoridades apontam como possíveis causas para o comportamento do suspeito de 40 anos questões emocionais ou do foro psicológico.

Tudo aconteceu na tarde da passada segunda-feira, no edifício Precious Jade Garden, no bairro do Fai Chi Kei. O homem já tinha atirado vários objectos potencialmente perigosos para a rua, comportamento que motivou a apresentação de queixa à polícia, que apenas deixou um alerta preventivo.

Porém, à TVB, a moradora, de nome Eva, criticou o facto de a autoridade nada ter feito durante um ano, período em que decorreram os incidentes que não resultaram em feridos ou danos de maior. “O homem atirou para a rua objectos durante vários dias, a situação foi denunciada várias vezes à polícia, até porque ele chegou a atirar uma tesoura para a rua. A polícia sempre disse que não podia instaurar um processo porque não havia feridos”, queixou-se ao “Scoop”.

Durante o programa foram exibidas imagens de videovigilância que mostram uma mulher a passar na rua e a ser quase atingida pelo cutelo atirado pelo suspeito.

Queixa na rádio

Também outra residente se queixou do comportamento do suspeito, na terça-feira, ao programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. A mulher lembrou que o agente do CPSP destacado para o local apenas disse que não lhe era possível tratar do caso porque não conseguia apurar de onde tinha sido atirado o cutelo.

No testemunho prestado à rádio, a ouvinte disse acreditar que o indivíduo atirava objectos para a rua com a intenção de ferir alguém e que “precisa de ter aconselhamento psicológico”.

27 Dez 2024

RAEM 25 anos | Sam Hou Fai quer atrair “talentos internacionais”

O novo Chefe do Executivo disse ontem, após tomar posse, que o território deve atrair mais profissionais qualificados do exterior para ajudar a diversificar a economia. Sam Hou Fai salientou também a importância de responder aos desequilíbrios económicos e de fortalecer a educação patriótica e a segurança nacional

 

Macau tem oficialmente um novo Governo, depois da cerimónia de tomada de posse, que foi ontem presidida por Xi Jinping. No primeiro discurso enquanto líder do Executivo da RAEM, Sam Hou Fai começou por agradecer a Xi Jinping e à sua esposa e afirmou sentir “profundamente o peso da responsabilidade e a honra da missão” que começou ontem.

“Irei liderar o novo Governo, com o forte apoio do Governo Central, unindo todos os sectores da sociedade, trabalhando juntos com determinação e inovando com integridade, implementando integral e firmemente a política ‘Um País, Dois Sistemas’”, prometeu Sam Hou Fai.

O governante garantiu que o novo Executivo irá defender “intransigentemente a soberania, a segurança e o desenvolvimento do país”, “fortalecendo continuamente a educação patriótica, apoiando o desenvolvimento e o fortalecimento das forças com amor à pátria e a Macau”.

No discurso que proferiu na cerimónia de tomada de posse enquanto Chefe do Executivo, Sam Hou Fai não esqueceu os múltiplos apelos de deputados e líderes associativos para responder aos problemas suscitados pela recuperação desequilibrada da economia na ressaca da crise nascida da pandemia. “A par de fomentar e desenvolver as indústrias emergentes, apoiaremos fortemente a reconversão e valorização das indústrias tradicionais e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, resolvendo problemas do desenvolvimento económico” desequilibrado e descoordenado.

Quadros e bem-estar

Além das promessas de fortalecer associações e forças nacionalistas, Sam Hou Fai comprometeu-se com a resolução dos “problemas concretos que preocupam os cidadãos, como a segurança social, cuidados de saúde, protecção dos idosos, educação infantil, transporte e renovação urbana”.

O antigo magistrado que presidiu ao Tribunal de Última Instância prometeu também acelerar “a criação de uma área de aglomeração de talentos internacionais de alta qualidade” na RAEM.

Sam Hou Fai prometeu no discurso melhorar “os sistemas e mecanismos de educação, ciência e tecnologia, e talentos”. O novo líder de Macau garantiu ainda que a região vai ligar-se “proactivamente com o mundo [e] desempenhar plenamente o papel da plataforma sinolusófona”.

Durante a campanha, o então candidato chegou mesmo a dizer que os casinos tiveram um desenvolvimento desequilibrado, atraindo demasiados recursos humanos, “o que é desvantajoso para o desenvolvimento a longo prazo de Macau”. Com Lusa

Conselho Executivo | Sam Hou Fai preside a primeira reunião

O Conselho Executivo realizou ontem de manhã a primeira reunião, presidida pelo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, logo após a tomada de posse. O novo líder do Governo agradeceu a todos os membros por terem aceite o convite para integrarem o Conselho Executivo, e fez uma breve apresentação sobre o regimento do Conselho e as responsabilidades dos seus membros.

Sam Hou Fai deixou ainda esperanças de que os membros “apresentem opiniões valiosas e sirvam de forma empenhada a RAEM”. O Chefe do Executivo e os membros do Conselho Executivo trocaram ideias sobre a “aprendizagem séria e a compreensão profunda do espírito consagrado nos importantes discursos do Presidente Xi Jinping, proferidos durante a sua visita a Macau”.

21 Dez 2024

Táxis | Empresas ligadas à comunidade de Fujian controlam novas licenças

Entre as empresas escolhidas pelo Governo para explorar as novas licenças de táxis surgem os nomes de vários dirigentes da Aliança de Povo de Instituição de Macau e da Fundação de Chan Meng Kam. Também o grupo estatal Nam Kwong, que controla a empresa de autocarros públicos TCM, recebeu autorização para explorar 50 táxis

 

Em Maio deste ano, a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) atribuiu 10 licenças de táxis. O concurso foi apenas aberto a empresas e cada uma das escolhidas teve autorização para operar 50 táxis regulares, num total de 500 táxis dos que têm a cor preta.

Um artigo publicado pela Revista Macau Business mostra que várias das licenças acabaram nas mãos de empresários ligados à comunidade de Fujian e a Chan Meng Kam, empresário e ex-membro do Conselho do Executivo, que controla o serviço de táxis por telefone, da empresa Macau Rádio Taxi Services Ltd, além de ser um dos membros mais influentes da Aliança de Povo de Instituição de Macau, uma das plataformas da comunidade de Fujian em Macau, nomeadamente na Assembleia Legislativa.

Entre as empresas escolhidas no concurso público consta a Macau Io Pou Tong Taxi Ltd, que de acordo com o registo comercial, citado pela Macau Business, indica ter como accionistas Chan Meng Pak e Chu Ha Wai, dois membros da associação. Chan Meng Pak é presidente honorário e Chu Ha Wai surge identificado como um dos vice-supervisores.

Também na empresa Macau Fast Mobility Co Ltd há ligações à associação. Lei Sio Kuan, um dos conselheiros do movimento associativo ligado à comunidade Fujian, surge identificado como accionista da empresa. Entre os accionistas da Macau Fast Mobility Co Ltd surge ainda o nome de Cai Pengdong, um dos administradores da empresa Molecular State (Hengqin, Zhuhai) Traditional Chinese Medicine Health Industry Development Co, ligada ao grupo Golden Dragon de Chan Meng Kam.

Rede intensa

Mais uma empresa e mais uma ligação. Também a Macau Cheng Io Taxi Ltd, outra das escolhidas do concurso, tem como accionista Lin Zhihong, que é vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau. Ao mesmo tempo, outro accionista é Lin Wai Ha, que está na direcção da Fundação Chan Meng Kam e serve como um dos administradores da Macau Rádio Táxi Services Ltd, a empresa de táxis por telefone.

Entre os novos operadores de táxis de Macau aparece a Macau Yaodu Mobility Co que tem como accionista Ieong Tat Fu, igualmente presidente honorário da Aliança de Povo de Instituição de Macau. Também Chan Meng, antigo administrador da Macau Rádio Taxi Services Ltd surge como um dos accionistas da Yaodu.

Em relação à empresa Macau Wai Tai Taxi Limited, um dos seus accionistas é Li Wenqu, outro antigo administrador da empresa de táxis por telefone. Na companhia Macau Yip Kai Kou Taxi Ltd, as ligações com Chan Meng Kam surgem através do accionista Lin Yangyang, administrador da Fundação Chan Meng Kam.

Ligação estatal

Entre as empresas escolhidas pelo Governo no âmbito do concurso público surge ainda a Macau Nova Era Táxi, que de acordo com a revista está ligada à agência de viagens China Travel Service (Macao) Ltd, que presta serviços como a intermediação na emissão de vistos para as deslocações ao Interior. A agência tem como presidente da direcção Cheung Kin Chung, deputado nomeado por Ho Iat Seng.

Por sua vez, a agência de viagens tem ligações com o grupo estatal Nam Kwong, com investimentos em áreas tão diferentes como o petróleo, hotelaria, electricidade, convenções ou transportes públicos. A Nam Kwong controla também a Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM), responsável pelos autocarros públicos com a cor amarela.

19 Dez 2024

RAEM 25 anos | Xi satisfeito com resultados obtidos em Hengqin

No segundo dia de visita a Macau, Xi Jinping deslocou-se a Hengqin para se inteirar do desenvolvimento dos últimos tempos, tanto ao nível do tecido empresarial como nas condições no Novo Bairro de Macau. O Presidente chinês desejou ainda que Macau ganhe mais visibilidade internacional, com maior abertura ao mundo

 

Depois da chegada apoteótica a Macau e de uma reunião com o Chefe do Executivo ainda em funções, Xi Jinping prosseguiu ontem com a sua agenda marcada por uma visita à Zona de Cooperação Aprofundada de Guangdong e Macau em Hengqin.

Segundo informações oficiais divulgadas pela Xinhua, a visita à Zona de Cooperação ficou marcada por um “intercâmbio caloroso com residentes de Macau” que vivem no Novo Bairro de Macau em Hengqin, ou ainda com comerciantes e empresários que operam na Zona de Cooperação. O Presidente chinês, que teve o objectivo de inspeccionar o andamento deste projecto de integração regional, reuniu ainda com responsáveis pelo planeamento, construção e gestão dos serviços desta zona.

Segundo a Xinhua, Xi Jinping declarou em Hengqin que a cooperação com Macau está a tornar-se “numa nova demonstração do enriquecimento proporcionado pela prática de ‘Um País, Dois Sistemas'”, além de ser uma nova plataforma de promoção “da construção da Grande Baía Guangdon-Hong Kong-Macau e da concretização da abertura de alto nível do país ao exterior”.

Nesse aspecto defendeu que Macau deve procurar ter um papel de maior relevância no mundo e ser mais aberto a pessoas vindas de fora.

“Espero que Macau abrace diversidade e inclusividade”, disse Xi, num discurso proferido no território, em que mencionou também “maior abertura (…) e solidariedade”, assim como a importância de “atrair os melhores talentos”.

O líder chinês disse que Macau teve “a projecção e visibilidade internacionais significativamente aumentadas” nos últimos cinco anos, nomeadamente através da cooperação com os países de língua portuguesa. Mas defendeu que a região “pode também buscar desempenhar um papel maior no palco internacional” e ter “uma visão mais ampla”.

“Qualquer pessoa que apoie ‘Um País, Dois Sistemas’ e ame Macau como o seu lar, é um nativo que ‘tomou água do Lilau’ e uma força positiva que contribui para o desenvolvimento de Macau”, defendeu Xi. A referência diz respeito a um ditado, segundo o qual quem bebe da água da fonte no Lilau, um dos primeiros largos de estilo português da cidade, “cedo ou tarde volta a Macau”.

Cumprir metas

Para o Presidente chinês, a “intenção original do desenvolvimento de Hengqin é alcançar um desenvolvimento moderado e diversificado da economia de Macau”, com “o foco estratégico e persistência na obtenção de resultados a longo prazo”.

Desta forma, o sucesso da Zona de Cooperação Aprofundada “depende da existência de medidas e resultados tangíveis”, declarou o Presidente, a fim de se prosseguir o objectivo de facilitar “a vida e emprego dos residentes de Macau”, bem como a diversificação da economia além do jogo.

Xi Jinping referiu também que a província de Guangdong e as zonas de Zhuhai e Macau “contribuem e são beneficiárias da construção da Zona de Cooperação, devendo trabalhar em conjunto”.

Durante a visita da Hengqin, Xi Jinping assistiu a uma apresentação sobre a construção de uma plataforma de apoio científico e tecnológico para o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa. Xi Jinping, na conversa com jovens empreendedores em Hengqin, disse que “as suas histórias de inovação e de empreendedorismo mostram como Macau tem um grupo de jovens com ideias, responsabilidade e coragem para explorar e inovar”.

Desta forma, Xi Jinping entende que a Zona de Cooperação em Hengqin “tornou-se um amplo espaço de oportunidades para que os jovens iniciem o seu próprio negócio”, tendo dito que espera que “mais jovens de Macau possam viver uma vida maravilhosa em Hengqin”.

Seguir as exigências

A visita à Zona de Cooperação Aprofundada foi também marcada por uma passagem pelo Pavilhão de Exposições “Tianmu Qintai”, onde o Presidente chinês visitou a exposição “Harmonia de Qin e Macau – Exposição Temática sobre a Construção da Zona de Cooperação Profunda Hengqin Guangdong-Macau”.

Xi Jinping destacou os “progressos positivos” obtidos desde que foi estabelecida a Zona de Cooperação Profunda Hengqin Guangdong-Macau. “O nível de integração entre Macau e Hengqin melhorou gradualmente, sendo que o apoio ao desenvolvimento da diversificação da economia de Macau tornou-se cada vez mais evidente. Esta iniciativa provou que a decisão do Governo Central de desenvolver Hengqin, bem como de construir uma Zona de Cooperação, foi completamente correcta”, acrescentou.

No âmbito desta visita, o Presidente chinês adiantou também que devem ser seguidas “as exigências do Governo Central” e que todos devem participar no processo de reforma e “trabalhar juntos para enfrentar as dificuldades”.

O líder destacou a necessidade de apostar numa “forte ligação” em matéria de infra-estruturas, uma “ligação mais suave” em termos de regras e mecanismos entre regiões e ainda uma “ligação entre os corações” de Guangdong e Macau.

Neste contexto, “deve-se acelerar o estabelecimento de um sistema institucional com uma elevada coordenação económica” entre as regiões, “melhorar os serviços públicos e o sistema de segurança social”, além de se proporcionar a residentes e demais moradores “um estilo de vida de alta qualidade, com a concessão de comodidades aos compatriotas de Macau para viverem” em Hengqin.

Visita à MUST

Outro ponto na agenda de Xi Jinping no segundo dia de visita a Macau foi a ida à Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST), a fim de conhecer o sistema de ensino superior de Macau. Segundo o jornal Ou Mun, Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDT), referiu que Xi Jinping está satisfeito com o desenvolvimento do ensino superior, tendo deixado o desejo de que mais disciplinas sejam criadas a fim de corresponder ao desenvolvimento que Macau precisa.

Kong Chi Meng destacou que Xi Jinping louvou o bom trabalho educativo em matéria de patriotismo, esperando que continue a ser reforçado pelas autoridades locais. O director da DSEDT disse ainda que em Macau há cerca de 60 mil estudantes do ensino superior, número que representa cerca de um décimo da população local, o que mostra a generalidade de acesso às universidades.

Na visita à instituição de ensino superior privada, que durou cerca de duas horas, o director da DSEDJ apresentou as mudanças e o desenvolvimento do ensino superior nos últimos 25 anos, e enumerou as políticas que serão desenvolvidas em Macau para corresponder às necessidades do país e diversificar a economia.

Ainda na área do ensino, destaque para as declarações de Peng Liyuan, primeira-dama do país, que defendeu que os estudantes devem aprender bem a história e a cultura de Macau, no âmbito de uma visita ao Museu de Macau.

No contacto com alunos do ensino primário, que durou cerca de uma hora, Peng Liyuan defendeu que esse estudo vai permitir às novas gerações “melhor servir Macau no futuro”, noticiou o canal chinês da Rádio Macau.

Estas declarações foram avançadas à rádio por Deland Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural que falou com a imprensa. Peng Liyuan terá mostrado interesse pela vida da população de Macau e pelo intercâmbio cultural entre o Oriente e Ocidente. A primeira-dama também terá ficado interessada na evolução registada em Macau ao longo dos séculos, de uma pequena terra de pescadores até aos dias de hoje.

Encontro com John Lee e cinco “extraordinários anos” de Macau

A agenda do Presidente chinês de ontem encerrou com um sarau cultural depois do jantar comemorativo dos 25 anos do estabelecimento da RAEM, que contou com a presença de Ho Iat Seng, que deixa hoje o cargo de Chefe do Executivo.

Segundo a Xinhua, Xi Jinping falou dos ganhos obtidos nos últimos cinco “extraordinários anos” de Macau em matéria de desenvolvimento, tendo referido que os órgãos Executivo, Legislativo e Judicial da RAEM “têm implementado de forma abrangente, exacta e inabalável a política de ‘um país, dois sistemas'”.

“Ao reunir-se com os funcionários dos três órgãos, Xi Jinping disse que estes têm desempenhado as suas funções de forma pragmática e eficaz, liderados pelo Chefe do Executivo da RAEM, Ho Iat Seng, nos últimos cinco anos”, lê-se na mesma nota.

Destaque para o encontro entre Xi Jinping e os anteriores chefes do Executivo da RAEM, Edmund Ho e Chui Sai On. Num discurso proferido ao jantar, Ho Iat Seng referiu-se à visita do Presidente chinês a Macau como um “grande acontecimento e um evento marcante”.

Foi destacado por Ho que “nos últimos cinco anos o V Governo da RAEM implementou plenamente o espírito consagrado nos importantes discursos do Presidente Xi e o princípio ‘Macau governado por patriotas’, criando um novo cenário para os trabalhos da defesa da segurança do Estado”.

Ho Iat Seng declarou também que foram unidos esforços “para enfrentar maiores desafios, impulsionando a diversificação adequada da economia e promovendo o desenvolvimento para alcançar novos resultados”.
Outra conquista política realçada por Ho foi “a reforma da Administração Pública para elevar constantemente a eficiência governativa”.

De resto, sobraram palavras optimistas sobre o novo Executivo que toma hoje posse. “O Sexto Chefe do Executivo certamente liderará o novo Governo da RAEM e os sectores sociais para escreverem em conjunto um novo capítulo da aplicação bem-sucedida do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau.”

Nova fase

Xi Jinping reuniu ainda com o Chefe do Executivo de Hong Kong Joh Lee que está em Macau para as celebrações do 25º aniversário da RAEM. A Xinhua escreveu que o Presidente chinês apelou a que as duas regiões administrativas especiais “se esforcem por alcançar maiores realizações e um melhor desenvolvimento”, tendo em conta que a política de “Um País, Dois Sistemas” “entrou numa nova fase”.

O Presidente destacou que as duas regiões “devem aprender uma com a outra, reforçar o intercâmbio e cooperação”, bem como “criar um futuro mais brilhante”, foi dito pela agência nacional sobre o encontro com John Lee.

19 Dez 2024

Comércio | Grande Prémio do Consumo gerou gastos de 940 milhões

Criado para impulsionar o consumo do comércio local, o “Grande Prémio para o Consumo de Macau” gerou receitas de 940 milhões de patacas entre 30 de Setembro e o passado domingo. A iniciativa contou com a participação de 22 mil comerciantes

 

O “Grande Prémio para o Consumo de Macau” arrancou no dia 30 de Setembro e, até ao último domingo, gerou quase cinco vezes mais consumo do que o habitual, no total de 940 milhões de patacas com o consumo impulsionado pelos cupões fornecidos pelo Governo através de aplicações de pagamento móvel.

A informação foi revelada ontem pelo presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma, no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, que teve como tema os incentivos criados para impulsionar a economia local. O responsável acrescentou que cerca de 22 mil comerciantes participaram no “Grande Prémio”, e que o Governo distribuiu em cupões 190 milhões de patacas.

Por esta razão, Frederico Ma entende que o programa atingiu os objectivos previstos, tendo encorajado os residentes a permanecerem em Macau aos fins-de-semana e a fazer compras em lojas locais ou a frequentar restaurantes no território.

Questionado no Fórum Macau sobre a possibilidade de o “Grande Prémio” ser prolongado, Frederico Ma disse que é pouco provável. “Depois de terminar este programa, poderemos fazer um estudo sobre a economia de Macau no próximo ano e analisar outros modelos de incentivo ao consumo. Isto porque a tendência é maior para os estímulos à procura interna”, disse.

Menos compras na China

No mesmo programa, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, Lei Cheok Kuan, defendeu que é preciso incentivar a procura interna. “Quando discuto com colegas, todos concordam que o prolongamento do Carnaval de Consumo, ou a apresentação de outra forma, iria constituir um grande apoio às pequenas e médias empresas locais, além de constituir um grande estímulo à procura interna.”

O presidente da Associação Industrial e Comercial da Zona Norte, Ma Kin Cheong, sublinhou que o “Grande Prémio” teve um impacto positivo no consumo em bairros comunitários, duplicando ou mesmo quadruplicado o volume de negócios em diferentes zonas do território.

O responsável disse que o programa cumpriu as expectativas, aliviando o impacto negativo da tendência crescente de residentes saírem de Macau aos fins-de-semana, consumindo mais nas cidades do Interior da China.
Ma Kin Cheong adiantou que durante o programa, os comerciantes criaram também promoções adicionais a fim de impulsionar as vendas.

Por sua vez, o subchefe do conselho económico da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Chan Meng Kei, referiu que alguns idosos não participaram no programa porque não conseguem utilizar os meios de pagamento electrónico. Assim, sugeriu uma nova ronda de cartões de consumo a pensar nesta fatia da população. A iniciativa de apoio ao comércio e restauração termina no próximo dia 29 de Dezembro.

18 Dez 2024

Bilinguismo | Apontada falta de quadros 25 anos depois da transição

Pereira Coutinho denuncia a falta de quadros bilingues que verdadeiramente assegurem o papel de Macau como interlocutor entre a China e os países de língua portuguesa. Por outro lado, uma residente de Macau lamenta que os salários de quadros desta área tenham diminuído na última década

 

Macau tem ainda dificuldades em assumir o papel de interlocutor entre a China e os países de língua portuguesa devido, sobretudo, à falta de quadros bilingues. Esta foi a ideia deixada num artigo publicado no portal HK01, sobre os 25 anos da RAEM, onde é citada Belinda, uma residente que aprendeu português, e o deputado José Pereira Coutinho.

Recorde-se que Sam Hou Fai, que toma posse como Chefe do Executivo na sexta-feira, declarou durante a campanha eleitoral a necessidade de consolidar o papel de Macau como “um interlocutor preciso entre a China e os países lusófonos”. Porém, Belinda, licenciada em tradução e interpretação de chinês e português, diz que os quadros qualificados enfrentam dificuldades laborais, sobretudo no que diz respeito a salários e regalias.

Com 25 anos de idade, a residente estudou português durante três anos no ensino secundário, fez um período de estudos em Portugal e actualmente dá aulas em várias escolas e centros educativos privados.

“Muitos alunos perguntam-me se é útil estudar português e se é fácil depois encontrar emprego. No passado dizia-se que quem estudava português tinha emprego garantido, mas hoje a situação está bastante diferente”, disse.
Belinda terminou a licenciatura em 2021, em plena pandemia, e descreve que a economia está ainda em recuperação, sendo oferecidos salários mais baixos do que antes para funções de tradução ou ensino. Para um trabalho que antes era remunerado em 1.000 patacas, hoje é oferecido metade do montante, exemplificou.

“Os preços subiram, mas os salários não. Os preços mudaram imensas vezes em comparação com há dez anos atrás”, adiantou.

É certo que as autoridades locais investem no português com a criação de cursos e subsídios para estudos, mas, segundo a docente, muitos alunos olham para o português como um idioma pouco importante e apenas lúdico, pelo que o seu domínio da língua não evolui.

Belinda apontou ainda que os docentes receiam ensinar conteúdos da língua demasiado difíceis. “Fui confrontada por colegas que consideram que os alunos são muito pressionados. Não concordo e disse que há dez anos, no ensino secundário complementar de três anos, aprendia sempre a dizer ‘Olá, bom dia’. Só comecei a aprender a língua a sério na universidade. Ora, isso não pode acontecer”, destacou.

Desta forma, a residente espera que o novo Chefe do Executivo implemente políticas que mudem este cenário e que melhorem a situação de emprego. “Com a experiência que o novo Chefe do Executivo tem, acho que o novo Governo vai promover mais políticas de ensino”, afirmou.

Problema não resolvido

Pereira Coutinho, o único deputado macaense no hemiciclo, disse estar preocupado com a falta de quadros qualificados bilingues, afirmando que espera meses por traduções de acórdãos de tribunais ou outros conteúdos da Assembleia Legislativa.

“Durante a era de Chui Sai On, já se falava da falta dos tradutores, e naquele tempo faltavam duzentos tradutores. Porém, a situação não melhorou.” Neste sentido, José Pereira Coutinho espera que o Governo disponibilize subsídios para a formação de talentos bilingues, além de melhorar as regalias profissionais para que mais pessoas se sintam atraídas pela profissão.

18 Dez 2024

SJM | Chef António elabora pratos portugueses para o “Angela’s Cafe”

António Neves Coelho, conhecido chefe de cozinha portuguesa em Macau, foi convidado a criar três iguarias para serem provadas até Fevereiro no “Angela’s Cafe”, no Lisboeta Macau. As criações culinárias são croissant de leitão, arroz de marisco e queijo de cabra gratinado

 

Um dos mais conhecidos chefes de cozinha portuguesa em Macau, António Neves Coelho, associou-se à Sociedade de Jogos de Macau (SJM) para criar três iguarias portuguesas para o “Angela’s Cafe”, no Lisboeta Macau. Segundo o jornal Ou Mun, os pratos são o “Croissant de Leitão”, “Queijo de Cabra gratinado” e “Arroz de marisco molhado à moda do Chef António”. Os pratos podem ser provados até ao dia 28 de Fevereiro.

No caso do queijo de cabra gratinado, o prato é composto por “queijo de cabra assado, macio e quente, acompanhado de compota de figo biológico, mel de acácia, vinagre balsâmico e pão de cominhos aromáticos, atingindo um equilíbrio perfeito de doçura”, é descrito numa nota emitida pela SJM. O arroz de marisco “combina alguns dos melhores mariscos frescos, incluindo lagosta inteira, camarão tigre suculento, polvo e amêijoas, lentamente cozinhados num caldo rico preparado pessoalmente pelo Chef António”. A cerimónia de apresentação da nova parceria decorreu ontem.

António Coelho Neves está radicado em Macau há muitos anos, tendo feito carreira na área gastronómica. Fundou o restaurante “António”, na Taipa velha, e foi condecorado em 2013 com uma medalha de mérito pelos contributos na área da gastronomia portuguesa a nível local.

Terence Chu, vice-presidente da área de Alimentação e Bebidas do Lisboeta, no Cotai, apontou que o empreendimento hoteleiro e de entretenimento dá resposta aos desígnios do intercâmbio das culturas chinesa e portuguesa, pretendendo impulsionar e promover a cultura singular de Macau.

Terence Chu adiantou também que a gastronomia portuguesa é a mais representativa de Macau, e que a nova carta renova sabores mais clássicos da cozinha portuguesa, apresentando-se uma combinação do lado mais tradicional desta gastronomia com pratos mais inovadores.

Conjugação com espectáculos

Tendo em conta que está prestes a arrancar o primeiro espectáculo na zona de espectáculos ao ar livre junto ao Lisboeta, Angela Leong, presidente do conselho de administração do empreendimento aproveitou para confessar a expectativa face à inauguração do recinto. A também deputada declarou que a zona pode atrair muitos turistas que desejam ver concertos.

Tendo em conta a nova infra-estrutura cultural, Angela Leong revelou que vai negociar com comerciantes para que o horário de abertura das lojas do Lisboeta possa expandir-se, estando a ser programado um plano de coordenação com as autoridades para a evacuação de multidões. Desta forma, poderão ser fechadas algumas vias.

Sobre o Ano Novo Chinês, a empresária mencionou que será elevada a taxa de ocupação hoteleira nessa época bem como no Natal e Ano Novo, acreditando que os números poderão melhorar de forma gradual.

17 Dez 2024

Taipa / Zhongshan | Ligação antes do Ano Novo Chinês

A ilha da Taipa poderá estar ligada ao Porto de Passageiros de Zhongshan ainda antes do Ano Novo Chinês. A garantia foi dada ontem pela directora dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água, Susana Wong, que adiantou também estar em comunicação estreita com as concessionárias de transporte marítimo

 

Susana Wong, directora dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), revelou que o Porto de Passageiros de Zhongshan está a planear abrir um percurso marítimo com ligação à Taipa. Assim, e segundo o jornal Ou Mun, Susana Wong tem mantido contactos estreitos com as concessionárias de transporte marítimo a fim de assegurar a abertura do percurso mais cedo do que o previsto, antes do Ano Novo Chinês.

A informação foi avançada aos jornalistas à margem da cerimónia de lançamento do desfile de barcos de pesca organizado pela Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau. Susana Wong explicou que a DSAMA está, nesta fase, a ultimar todos os procedimentos essenciais, incluindo as licenças, para que as viagens entre Zhongshan e Taipa possam arrancar assim que as autoridades do Interior da China terminem os procedimentos do lado de lá da fronteira.

Em termos de frequência de viagens, Susana Wong prevê que haja apenas, numa fase inicial, duas a três viagens diárias, com percurso e ida e volta. Tudo dependerá da resposta do mercado e dos visitantes, declarou.

Melhorar o Passeio

Relativamente ao percurso intitulado “Passeio Aquático em Macau”, Susana Wong explicou também que a DSAMA tem dialogado com as seis concessionárias de jogo sobre a adição de elementos de entretenimento nesse percurso de barco, a fim de atrair mais visitantes. Segundo a responsável, a população não tem demonstrado grande adesão a este Passeio.

Susana Wong declarou que, no futuro, a DSAMA vai tentar disponibilizar mais apoios para a exploração de determinadas infra-estruturas, tal como criar pontos de entrada de navios para o Passeio Aquático de Macau, a fim de aumentar a procura. De Janeiro a Novembro deste ano, 8.800 pessoas realizaram o Passeio circundante por Macau e ilhas.

Fazer as contas

No que diz respeito ao Fundo de Desenvolvimento e Apoio à Pesca, em funcionamento desde 2007, foram aprovados 330 pedidos com empréstimos no valor de 91,7 milhões de patacas. Nos últimos anos, o montante de apoios, concedido sem juros, aumentou para 800 mil patacas, sendo que o prazo de reembolso exigido foi prolongado.

Susana Wong destacou que a recuperação do sector das pescas tem sido lenta desde a pandemia, sendo que, nos últimos dois anos, não se têm registado muitos pedidos de empréstimo. Tal deve-se ao facto de muitos pescadores serem idosos e terem vendido os seus barcos, registando-se uma redução de dez no espaço de dois anos. Actualmente, contam-se 110 barcos atracados em zonas como o Porto Interior.

A directora da DSAMA destacou que são raros os casos de beneficiários que pedem para prolongar o prazo de reembolso do empréstimo por dificuldades económicas.

13 Dez 2024

SS | Prometidos médicos de família para todos os residentes

O director dos Serviços de Saúde revelou que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar, para que todos os residentes de Macau tenham médico de família. Alvis Lo destacou também a redução do tempo de espera nas consultas de especialidade e que estão em andamento procedimentos para criar hospitais de dia

 

O Governo vai dar os primeiros passos com o objectivo de garantir que todos os residentes de Macau têm um médico de família no futuro, uma vez que actualmente apenas existem 34 especialistas em medicina familiar no território. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, afirmou ontem aos microfones da TDM – Rádio Macau que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar para desempenharem funções nos Centros de Saúde. O responsável vincou que a meta corresponde às directrizes da Organização Mundial de Saúde, que até agora não têm sido cumpridas.

Sobre a contratação de médicos portugueses, o director dos SS afirmou apenas que são bem-vindos todos os médicos que cumpram os requisitos essenciais para trabalhar em Macau, sem acrescentar mais detalhes.

O responsável participou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde revelou ainda que será lançada uma consulta pública com o intuito de criar um novo tipo de licença para instituições médicas, abrindo portas ao funcionamento de hospitais de dia em Macau.

Os hospitais de dia permitem reduzir custos em pequenas cirurgias e prestar cuidados de saúde a doente em regime ambulatório e, como o nome indica, não requerem estadias durante a noite no hospital. De momento, a RAEM só tem duas categorias para instituições que prestam serviços médicos: hospitais e clínicas.

Espera e ilhas

Outro tópico discutido, foi a redução do tempo de espera para consultas externas. “Os residentes querem o tempo de espera encurtado. Por isso, melhorámos processos, acrescentámos eficácia através de meios tecnológicos e alocação de recursos, para reduzir para cerca de três semanas e meia o tempo de espera em consultas externas de especialidades e em primeiras consultas,” indicou o responsável.

Em relação aos serviços de urgência, Alvis Lo garantiu que actualmente os pacientes demoram em média cerca de uma hora até serem atendidos, situação que poderá melhorar através da coordenação com o Hospital das Ilhas, para desviar doentes do Hospital São Januário. Em relação ao novo centro hospital, o director dos SS sublinhou a modernidade dos serviços de saúde, com recurso a alta tecnologia, e a capacidade para atrair turistas do sector big health.

Alvis Lo indicou ainda que o Governo irá aumentar o orçamento dos subsídios a clínicas privadas, medida que tem como objectivo permitir que mais residentes sejam atendidos em clínicas, retirando pressão dos hospitais.

12 Dez 2024

Cotai | Zona de espectáculos com renda diária até 375 mil patacas

O Governo publicou ontem os valores das taxas de utilização do local de espectáculos ao ar livre, que vão variar entre 500 mil patacas em dia de evento e 250 mil em dia de ensaio ou montagem quando a capacidade máxima for superior a 30 mil espectadores. No primeiro ano de actividade, 2025, as taxas vão ter 25 por cento de desconto

 

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, assinou um despacho que fixou os valores das taxas diárias cobradas a organizadores de eventos no novo espaço para espectáculos ao ar livre no Cotai. Os preços diários dependem do volume de espectadores e se no dia em apreço se realizam eventos ou se apenas se procedem a ensaios e montagem.

Assim sendo, para espectáculos em que a capacidade ultrapassa 30 mil espectadores a taxa no dia do evento é de 500 mil patacas, enquanto nos dias para montagem e ensaios a taxa diária é 250 mil patacas. Para eventos, com plateias com menos de 30 mil espectadores, um dia de evento vai custar 350 mil patacas, enquanto a taxa diária para dias de ensaio ou montagem terá um preço de 175 mil patacas.

O valor das taxas diárias durante 2025 terá um desconto de 25 por cento uma vez que o próximo ano será um “período experimental”, é indicado no despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Feitas as contas, no próximo ano, um espectáculo com mais de 30 mil pessoas terá uma taxa no dia do evento de 375 mil patacas, e 187 mil patacas em dias para montar estruturas e ensaios. Para eventos com menos de 30 mil espectadores, a taxa cobrada para a utilização do espaço no dia do espectáculo será de 262,5 mil patacas, enquanto em dias de montagem e ensaios a taxa diária será de 131.250 patacas.

O Governo ressalva que se for “realizado mais do que um espectáculo por dia promovido pela mesma entidade, é cobrada a taxa correspondente à maior lotação”.

Para aquecer

A zona de espectáculos está situada num terreno do Governo, com uma área de 94 mil metros quadrados, na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto, perto do Grand Lisboa Palace.

A construção do recinto implicou gastos superiores a 90 milhões de patacas, mas segundo a directora do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, o Governo não espera recuperar o investimento despendido na construção ao longo do primeiro ano de actividade.

Entretanto, o IC abriu o período de candidaturas para a utilização do espaço a empresas locais e internacionais de organização de espectáculos.

O evento inaugural está marcado para 28 de Dezembro e terá lotação máxima de 15 mil pessoas, cerca de um terço da capacidade total do recinto. Entre os primeiros profissionais que vão pisar o palco, contam-se artistas como Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau e Janice M. Vidal. Os bilhetes vão custar 480, 780 e 1080 patacas, mas haverá um sorteio para residentes com ingressos que vão custar 50 patacas.

Empresas entusiasmadas

A inauguração do novo recinto para espectáculos ao ar livre no Cotai pode trazer novas oportunidades de negócio para empresas locais dedicadas à produção de efeitos e decoração de palco, como iluminação e pirotecnia.

James Si Tou, gerente de uma empresa de pirotecnia, afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que nos concertos dos Seventeen, no Estádio da Taipa, foram contratadas empresas locais, entre as quais a sua, para a produção do evento. Esses concertos serviram para promover as empresas locais entre organizadores de eventos de grande dimensão e, segundo James Si Tou, a abertura do recinto no Cotai pode significar uma oportunidade para desenvolver o sector.

O responsável pela empresa que organiza espectáculo Chessman, Alexandre Carvalho Lou, afirmou que gostaria de ver o Governo a ter um papel mais interventivo, dando como exemplo Singapura. O representante da Chessman indicou que Singapura assume a liderança em espectáculos com estrelas internacionais com a ajuda do Governo local que subsidia os eventos. Alexandre Carvalho Lou acrescenta que a aposta poderia beneficiar as empresas de produção, estimular o turismo e a indústria do espectáculos musicais.

11 Dez 2024

Aeroporto | Construção do terminal de carga arranca em 2025

A construção do terminal de carga do Aeroporto Internacional de Macau vai ter início no primeiro trimestre de 2025. Na segunda-feira, as autoridades de Macau e Hengqin assinaram um memorando para avançar com as obras. O terminal terá capacidade para despachar 300 mil toneladas por ano e vai custar perto de 420 milhões de renminbis

 

A construção do terminal de carga de Aeroporto Internacional de Macau, que irá nascer em Hengqin, tornou-se uma projecto em andamento com a assinatura na segunda-feira do memorando de garantia da construção e do funcionamento do projecto do terminal de mercadorias do Aeroporto Internacional de Macau em Hengqin. A cerimónia, que contou com a presença de Ho Iat Seng e Lei Wai Nong, elegeu a empresa Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics. A entidade que irá tornar o projecto uma realidade nasceu da colaboração entre a empresa que gere o Aeroporto de Macau e uma subsidiária do China Cosco Shipping Group.

A construção da projecto tem data prevista para arrancar já no primeiro trimestre de 2025 e terá um custo de 420 milhões renminbis. No total, somando ao custo de aquisição do terreno onde será erigido o terminal, no valor de cerca de 129 milhões de renminbis, a estrutura irá custar quase 540 milhões de renminbis.

No terreno, com cerca de 66.700 metros quadrados, será construído um edifício com três pisos, que vão incluir um armazém para a logística, uma garagem subterrânea, assim como instalações para os serviços alfandegários, processamento de dados e para o pessoal.

Novos tempos

As autoridades estimam que o novo terminal terá capacidade para processar anualmente cerca de 300 mil toneladas de mercadorias.

O presidente da comissão executiva da empresa que gere o Aeroporto de Macau, a CAM, Chan Weng Hong, destacou que o rápido desenvolvimento do comércio electrónico veio aumentar continuamente a procura no sector do transporte aéreo de mercadorias. O responsável afirmou ainda, citado por um comunicado da CAM, que a criação da Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics surgiu depois de um estudo aprofundado, e que o novo terminal irá melhorar as capacidades logísticas do sector da aviação de Macau.

11 Dez 2024

Grande Baía | Kou Hoi In espera integração de taxas e moeda

Numa entrevista a órgãos de comunicação nacionais, o presidente da Assembleia Legislativa afirmou esperar que Macau aprofunde a integração no desenvolvimento nacional, em termos de leis, taxas alfandegárias e moeda. Kou Hoi In fez um balanço dos trabalhos legislativos desde a transição e afirmou que as prioridades são a segurança nacional e o bem-estar da população

 

Apesar dos projectos da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, a integração da RAEM no desenvolvimento nacional deve ser acelerada, segundo o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In.

Numa entrevista colectiva a órgãos de comunicação nacionais, como a Xinhua e Diário do Povo, e alguns órgãos seleccionados de Macau, Kou Hoi In fez um balanço da sua carreira de mais de três décadas enquanto deputado e dos trabalhos da AL.

O legislador sublinhou que com os rápidos avanços sociais é natural que os ordenamentos jurídicos não consigam acompanhar o ritmo da sociedade. Como tal, defendeu a integração com o Interior da China em termos de leis, taxas alfandegárias e moedas.

“A manutenção da segurança nacional é uma das responsabilidades mais importantes da Assembleia Legislativa”, afirmou o político, citado pela agência Xinhua. A agência estatal recordou a desqualificação de 21 candidatos das eleições legislativas de 2021, na sequência da aplicação do princípio “Macau governando por patriotas”.

Kou Hoi In clarificou a natureza do órgão legislativo da RAEM. “A Assembleia Legislativa não é um órgão da oposição. De acordo com a Lei Básica, Macau segue um sistema liderado pelo Executivo. Os nossos deputados oferecem principalmente críticas construtivas, sugestões e feedback ao Governo.”

“Mesmo que surjam discórdias no hemiciclo, os deputados chegam sempre a um consenso rapidamente quando os assuntos legislativos envolvem a segurança nacional. O que beneficia o país, beneficia Macau”, acrescentou.

Olhar para dentro

Reflectindo sobre os últimos 25 anos, Kou Hoi In referiu que a AL e o Governo da RAEM têm mantido uma relação estreita de cooperação, e desempenhado um papel crucial no sucesso constante e sustentado da política de “Um País, Dois Sistemas” em Macau.

O político afirmou ter bem presente na memória a histórica sessão legislativa da “meia-noite” de 20 de Dezembro de 1999. “Após a cerimónia de transferência de poderes à meia-noite, reunimo-nos imediatamente no novo edifício da Assembleia Legislativa para a nossa primeira sessão plenária”, disse Kou. “Aprovámos 11 leis fundamentais que estabeleceram as bases legais para o funcionamento do Governo, do poder legislativo e do poder judicial da RAEM”, recordou. Desde a transferência de soberania, Macau promulgou ou alterou 404 leis.

O legislador garantiu ainda que a AL tem sempre como prioridade as leis relacionadas com o bem-estar da população, destacando a construção de uma rede de segurança social básica, através dos regimes da segurança social e subsídio de invalidez e cuidados de saúde gratuitos. Kou Hoi In realçou também as leis de habitação económica e habitação social que procuraram endereçar as necessidades da população, mas também as leis de segurança alimentar e o enquadramento jurídico que permitiu adicionar o Metro Ligeiro à rede de transportes da região.

11 Dez 2024

Toi San | Incêndio provoca evacuação de 60 moradores

Um incêndio que deflagrou num edifício residencial na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa obrigou à evacuação de 60 moradores. Duas pessoas sentiram-se mal, uma delas foi reencaminhada para o hospital devido à inalação de fumo. O fogo começou num apartamento em remodelação devido a um curto-circuito e à presença de materiais inflamáveis

 

Às 23h da noite de quarta-feira, um incêndio no Bloco 6 do edifício San Seng Si Fa Un, no bairro do Toi San, um apartamento que estava em remodelação incendiou-se, levando ao alarme dos moradores e à intervenção do Corpo de Bombeiros, que acorreram ao local na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa. As chamas obrigaram à evacuação de cerca de 60 moradores, muitos deles que se viram obrigados a sair para o exterior em pijama. Do interior de um apartamento no 7.º andar do prédio podiam ver-se chamas e ouviram-se estrondos de pequenas explosões.

Os bombeiros chegaram ao local, extinguiram as chamas e socorreram duas pessoas. Um idoso de 77 anos sentiu-se mal e num estado de exaltação recusou tratamento médico. Porém, uma moradora de 33 anos teve de ser reencaminhada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário devido à inalação de fumo. As autoridades acrescentaram que a mulher não perdeu os sentidos e que o seu quadro clínico não inspirava cuidados de maior.

Ouro sobre azul

Como é frequente nos incêndios urbanos que deflagram em Macau, mais uma vez uma avaria no equipamento eléctrico poderá ter estado na causa do incêndio. Segundo a avaliação preliminar das autoridades, foi encontrada no chão da cozinha uma lâmpada partida, que terá caído de um candeeiro de tecto.

Os bombeiros acrescentam que a lâmpada poderá ter sobreaquecido e rebentado. Porém, ao cair no chão entrou em contacto com material inflamável, provavelmente diluente, de acordo com a investigação.

Instrumentos e materiais de construção que estavam na cozinha pegaram fogo, e as paredes do apartamento ficam enegrecidas.

6 Dez 2024

Rádio táxis | Inquérito revela procura alta e pouca oferta

Lançado pela Aliança do Sustento e Economia de Macau, o inquérito sobre o serviço de rádio táxis revela que há muita procura, mas pouca oferta, com mais de metade dos inquiridos a queixarem-se da falta de veículos disponíveis. Mais de 90 por cento dos inquiridos disse preferir chamar um táxi desta forma

 

Macau continua a sofrer com a falta de táxis. É o que revela um inquérito lançado pela associação Aliança do Sustento e Economia de Macau sobre os serviços de rádios táxis, que aponta continuar a haver muita procura para a pouca oferta existente.

Se 90,79 por cento dos inquiridos demonstraram vontade de chamar este tipo de táxis para as suas deslocações, o que significa que o serviço tem bastante potencial, verifica-se a falta de oferta, os longos períodos de espera e a insatisfação com a qualidade dos serviços. Mais de metade dos inquiridos, 61,13 por cento, respondeu que não existem veículos suficientes para o serviço, enquanto 59,78 por cento dos utentes afirmou que o tempo de espera é demasiado longo ou simplesmente não conseguem pedir um condutor. Além disso, 41,94 por cento dos utentes criticam a qualidade dos serviços.

A equipa responsável pelo inquérito aponta que estes dados mostram que há ainda problemas com o serviço de rádio táxis que precisam ser resolvidos para impulsionar o funcionamento e utilização deste meio de transporte.

Como resolver?

O inquérito questiona também os residentes sobre as políticas que devem ser adoptadas. Assim, 60,1 por cento dos entrevistados pedem a supervisão do Governo, enquanto 54,86 por cento dos entrevistados preferem que haja, simplesmente, mais oferta de veículos. Por sua vez, 48,21 por cento dos entrevistados pedem que a qualidade dos serviços seja melhorada, enquanto 38,36 por cento dos entrevistados querem uma maior oferta em termos de tarifas cobradas.

A equipa responsável pelo inquérito conclui, assim, que cabe às autoridades assumir um papel activo na melhoria deste serviço, a fim de resolver os problemas e dificuldades sentidos por residentes e turistas. A mesma equipa também entende que são necessários mais táxis, para dar resposta ao futuro desenvolvimento da zona A dos novos aterros.

Foram também colocadas questões sobre as razões para os entrevistados pedirem um rádio táxi, sendo que a maioria usa este serviço para sair de Macau em viagem, com 78,94 por cento dos residentes e 67,88 por cento dos turistas a optarem pelo serviço para deslocações ao aeroporto.

Por sua vez, 50,78 por cento dos residentes e 49,09 dos turistas chamam um rádio táxi para deslocações aos terminais marítimos, enquanto que em relação aos postos fronteiriços, há 68,69 por cento de turistas a escolher um rádio táxi, número superior ao dos residentes, uma vez que apenas 60,9 por cento dos locais opta por pedir um táxi deste género.

O inquérito realizou-se entre os dias 19 de Junho e 4 de Setembro deste ano, contando com um total de 1.564 respostas válidas, com a participação de 959 residentes de Macau, 61 trabalhadores não residentes, 495 turistas e 49 pessoas de fora destas categorias.

6 Dez 2024

MacauPass / MPay | Cartão usado em mais de 300 cidades

O Governo da RAEM e o Ministério dos Transportes chinês acordaram a possibilidade usar um cartão emitido pela MacauPass, em formato físico ou no MPay, para pagar tarifas de transportes urbanos em mais de 300 cidades chinesas. Por outro lado, visitantes chineses podem usar o cartão China T-union nos autocarros de Macau

 

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) acordou com o Ministério dos Transportes a adesão da MacauPass ao programa China T-union, o sistema usado para pagar transportes urbanos no Interior da China, mas também para fazer compras.

Assim sendo, passou a ser possível desde ontem pedir um cartão especial da MacauPass, em formato físico ou digital através da aplicação MPay. O novo cartão custa 68 patacas e se for comprado através do MPay aceita os pontos de desconto MCoins até um valor de 10 patacas.

O MacauPass – China T-union pode ser usado para pagar tarifas de transportes públicos em mais de 300 cidades chinesas e mais de 1.700 aglomerados populacionais de menor dimensão. O cartão pode também ser utilizado em cerca de 280 ligações ferroviárias urbanas. Na aplicação MPay, o cartão digital da China T-union é criado numa carteira separada onde são depositados montantes em patacas que depois são convertidos em renminbis para pagar transportes no Interior da China. Para saber se o cartão é admitido num transporte público basta procurar o logótipo da “China T-union”.

Ligações estreitas

Num comunicado emitido ontem, a DSAT explica que o objectivo passa por apoiar “a utilização dos transportes públicos locais e os benefícios de tarifas, mas também facilitar o acesso aos principais meios de transportes nas principais cidades do país”. O Governo acrescenta que a medida pretende responder ao aumento da procura de emprego e de viagens para o Interior da China por parte dos residentes de Macau, “estreitando cada vez mais o intercâmbio de pessoas entre os dois lados”.

O mesmo irá acontecer no sentido inverso. Os visitantes do Interior da China e de Hong Kong podem desde ontem usar os seus cartões da China T-union para pagar as tarifas dos autocarros públicos de Macau. Importa referir que o cartão Ocpotus da RAEHK passou a emitir desde meados de Setembro o Octopus China T-union, que poderá ser utilizado na RAEM.

A DSAT salienta que os cartões que não são emitidos em Macau “não beneficiam de desconto nas tarifas. Os visitantes podem também usar o cartão para pagar contas em restaurantes, bilhetes para espectáculos e compras em lojas.

Para quem preferir a versão física do cartão, pode requerer a sua emissão, que custa 68 patacas, em três centros dos serviços de MacauPass, no Nape na Rua de Paris, nº10, na Estrada Marginal da Areia Preta, nº 183 e na Taipa na Avenida de Kwong Tung, nº 79.

Se os titulares perderem o MacauPass – China T-union não podem reclamar a perda de dinheiro porque o cartão não tem a inscrição da identidade do titular.

5 Dez 2024

IA | Deputados chantageados com falsas imagens de nudez

O deputado Leong Hong Sai confessou ter recebido emails com fotos manipuladas do seu rosto num contexto de nudez. As imagens serviram de veículo para chantagem e foram enviadas a outros deputados. Wong Sio Chak revelou que vários directores de serviços receberam mensagens semelhantes

 

O deputado Leong Hong Sai revelou ontem na sessão de resposta a interpelações orais na Assembleia Legislativa ter sido alvo de chantagem depois de receber um email com imagens alteradas para parecer estar nu. Sem acrescentar mais detalhes, o legislador da bancada parlamentar dos Moradores aproveitou a presença do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, no hemiciclo para perguntar o que está a ser feito para contornar esta situação.

Leong Hong Sai revelou que outros deputados da RAEM receberam emails com conteúdo semelhante, acrescentando ter ficado com receio e não ter aberto a mensagem. Porém, contou que alguns colegas de hemiciclo abriram as mensagens de email.

O secretário começou por recordar que o mesmo aconteceu recentemente em Hong Kong onde vários legisladores do sexo masculino receberam mensagens de correio electrónico acusando-os de “má conduta grave”. Os emails tinham em anexo supostas imagens geradas por inteligência artificial (IA) dos deputados em posições comprometedoras com mulheres nuas. As mensagens afirmavam que as imagens seriam publicadas se os deputados não contactassem os burlões, que se passavam por detectives privados, através de WhatsApp.

Wong Sio Chak revelou que o mesmo aconteceu a “vários directores de serviços” da Administração da RAEM e que se passaram casos semelhantes com deputados e dirigentes de altos cargos de Macau quando dirigia a Polícia Judiciária (PJ), apesar das diferenças tecnológicas.

O director da PJ, Sit Chong Meng, tentou tranquilizar os deputados, afirmando que as autoridades estão a fazer o seu melhor para investigar os casos.

Apesar de reconhecer que a manipulação de imagens não é novidade em Macau, tendo como alvo deputados e dirigentes da Administração, Wong Sio Chak salientou que é a primeira vez que a IA é usada para esta finalidade. Porém, revelou ainda não se terem registados casos de troca de rosto em vídeo.

Selvajaria completa

O tema foi suscitado pela interpelação oral de José Chui Sai Peng sobre cibersegurança. Wong Sio Chak afirmou que o número de ataques cibernéticos e de acções de espionagem às infra-estruturas críticas de Macau tem aumentado significativamente ao longo dos últimos quatro anos.

O número de ataques diários em 2020 era de cerca de 1.600. No entanto, este ano, o Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança (CARIC) registou um aumento da média diária para cerca de 6.200 incidentes. “Em 2020, o número de alertas emitidos pelo CARIC aos operadores foi de 38, enquanto que, no corrente ano, até dia 25 de Novembro, esse número aumentou para 231”, relevou o secretário para a Segurança.

4 Dez 2024