Violência doméstica | Ho Ion Sang pede recursos para ajudar vítimas

Apesar do “sucesso” das políticas de combate à violência doméstica, o deputado dos Moradores considera que as associações locais devem ter mais meios para apoiar as vítimas e os seus filhos. Além de meios de subsistência, Ho Ion Sang realça a importância de planear a carreira profissional e prestar cuidados infantis

 

Ho Ion Sang defende o reforço da cooperação entre o Governo e as associações locais para dotar as vítimas de violência doméstica de mais meios de subsistência. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita pelo deputado dos Moradores, em que é pedida uma maior cooperação entre o Governo e as associações locais.

No documento, Ho defende o reforço da “rede de assistência social” e a melhoria do “apoio ao nível de meios de subsistência das vítimas de violência doméstica e dos filhos”, que passa não só pela disponibilização de apoio financeiros, mas também por “serviços mais orientados e diversificados, tais como planeamento de carreira, formação profissional e cuidados infantis”.

Segundo o deputado, no contexto actual, as associações devem assumir um papel fundamental a ajudar as vítimas, na vida após os episódios de violência doméstica, nos casos em que precisam de uma rede de apoios, para reconstruírem a vida.

Ho Ion Sang é deputado pela Associação dos Moradores, uma das mais apoiadas pelo Governo com fundos públicos.

Mais cooperação

O reforço da cooperação entre as associações locais e o Governo não visa só o pedido de mais recursos. Ho Ion Sang pergunta pelo desenvolvimento das directrizes, prometidas pelo Executivo para este ano, que vão definir formas para lidar com casos de violência doméstica quando há crianças envolvidas. Nas perguntas enviadas ao Governo, o deputado recorda que as directrizes foram concluídas em 2023, e que no ano passado as autoridades ouviram os serviços públicos e as associações. Todavia, a meta do Executivo passava por divulgar e implementar as directrizes ao longo deste ano, sem que haja, até agora, mais informações. Por isso, o deputado pede que o Governo revele o calendário de quando vão ser apresentadas.

Na interpelação escrita, o deputado considera igualmente que se deve “intensificar” a “cooperação com as organizações não governamentais e consolidar os recursos de todas as partes envolvidas” para “criar uma atmosfera favorável para que toda a comunidade se oponha e resista unanimemente à violência doméstica”.

Em relação à prevenção, Ho Ion Sang elogia os trabalhos realizados, com a aprovação da legislação que tornou este um crime público, que tem levado a uma redução gradual das ocorrências. No entanto, pede ao Executivo que não facilite nos esforços de combate ao crime, para alertar mais a população para este fenómeno.

9 Abr 2025

Incêndios | Menos 15 por cento de ocorrências

Nos primeiros três meses do ano registou-se uma diminuição geral das ocorrências que implicaram a intervenção do Corpo de Bombeiros. Ainda assim, as autoridades foram chamadas a intervir em 13.207 casos

 

Nos primeiros três meses do ano o número de incêndios registados pelo Corpo de Bombeiros (CB) apresentou uma redução de 15,35 por cento com 215 ocorrências, em comparação com o período homólogo. Os números do primeiro trimestre do ano foram apresentados ontem, em conferência de imprensa.

De acordo com os dados oficiais, entre Janeiro e Março deste ano houve menos 39 incêndios em comparação com o período homólogo, quando o número de incêndios tinha sido de 254 ocorrências. Entre os 215 fogos, 155 foram extintos sem necessidade de recorrer à utilização de mangueiras. No ano passado, o número de incêndio extintos sem necessidade de ligar as mangueiras tinha sido de 204.

Em relação aos incêndios dos primeiros meses deste ano, 35 fogos ficaram a dever-se a situações de comida queimada. No ano passado, este tipo de ocorrências tinha contribuído para 61 casos.

Entre as outras causas de ocorrências de incêndios, constam o esquecimento de fogões ligados, chamas que não ficam totalmente extintas, a queima de incensos, velas e papéis votivos, curtos-circuitos em instalações eléctricas e falhas mecânicas.

Apesar da redução dos incêndios, no primeiro semestre registaram-se várias ocorrências em prédios residenciais que causaram pelo menos cinco feridos. Os números mostram que o total geral de ocorrências em que o Corpo de Bombeiros teve de intervir apresentou uma redução de 6,32 por cento, de 14.098 casos para 13.207 casos.

Menos ambulâncias

Em relação aos dados sobre as saídas de ambulâncias houve uma redução dos casos de 3,1 por cento para 11.406 ocorrências, que exigiram a utilização de 12.221 veículos, uma redução de 3,43 por cento. No período homólogo, registaram-se 11.774 ocorrências que exigiram a saída de 12.655 veículos de emergência. Sobre esta diferença, o Corpo de Bombeiros indicou que se deveu “principalmente à redução dos casos de leve indisposição da febre e dificuldades de respiração”. “Os casos gerais de socorro lidaram essencialmente com tonturas, dores abdominais, dificuldades de respiração, vómitos, febres e vários tipos de ferimentos”, foi acrescentado.

Também nas operações de salvamento houve uma redução, de 3,3 por cento, de 454 casos para 439 casos.
Finalmente, no que diz respeito aos serviços especiais, apurou-se uma redução de 29,01 por cento, de 1.616 casos para 1.144 casos, uma diferença de 29,21 por cento.

9 Abr 2025

AMCM | Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários perde 7,18 milhões

A Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau, controlada a 100 por cento pela RAEM, continua a registar prejuízos sucessivos. Desde 2022, a empresa criada para diversificar a economia de Macau nunca apresentou lucros

 

A empresa Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau (MCSD, na sigla em inglês) registou prejuízos de 7,18 milhões de patacas no ano passado. Este é o segundo ano consecutivo com perdas da empresa controlada a 100 por cento pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), que tinha apresentado perdas de 6,7 milhões de patacas no ano anterior.

Criada em 2021, a MCSD surgiu no âmbito da política do Governo de Ho Iat Seng para diversificar a economia na área das finanças e tem como funções a exploração das infra-estruturas financeiras, de serviços de registo central, compensação, liquidação e de depósito de valores mobiliários. No âmbito destas funções, a MCSD tem prestado apoio ao mercado de empréstimos obrigacionistas.

No entanto, os números da empresa teimam em continuar a apresentar prejuízos. No primeiro ano completo de operações, em 2022, a empresa que tem um capital social de 50 milhões de patacas, apresentou prejuízos de 3,9 milhões de patacas. No ano seguinte, os prejuízos subiram para 6,7 milhões de patacas e os dados mais recentes mostram um novo recorde negativo de 7,18 milhões de patacas.

Mais receitas e despesas

Apesar do cenário negativo, as receitas originadas por contratos com participantes no mercado financeiro de Macau até registaram um aumento. Actualmente, no portal da MCSD, surgem registadas como “participantes” cerca de 90 entidades. Em 2024, as receitas derivadas dos contratos de participação subiram para 2,9 milhões de patacas, quando no ano anterior tinham sido de cerca de 966 mil patacas.

Em termos das restantes receitas do ano passado, foi apurado um 1 milhão de patacas em juros, com os outros serviços a geraram 11.300 patacas e os ganhos com câmbios a gerarem 721 patacas.

Em termos das despesas houve igualmente um aumento para 11,2 milhões de patacas em 2024, face aos 9,2 milhões de patacas de 2023.

O custo mais elevado foi para as remunerações dos trabalhadores que subiram de 3,1 milhões de patacas para 4,6 milhões de patacas. Para este aumento contribuiu o recrutamento de cinco funcionários, totalizando 13 trabalhadores no fim de 2024. A outra grande despesa deveu-se ao pagamento dos serviços de correio telecomunicações que foi de 3,2 milhões de patacas, abaixo do custo de 3,3 milhões do ano anterior.

9 Abr 2025

Jogo | Acções das concessionárias com quebras acentuadas

As acções da SJM registaram a maior desvalorização, com uma perda de valor de 17,62 por cento. Contabilizado o dia de ontem, desde o início do ano que as empresas cotadas na Bolsa de Hong Kong estão a perder valor

 

As acções das concessionárias do jogo na Bolsa de Hong Kong registaram fortes quebras, seguindo a tendência dos mercados mundiais, depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter decidido impor novas tarifas aos produtos importados pelo país americano.

No dia de ontem, o índice Hang Seng, o principal da Bolsa de Hong Kong, apresentou uma quebra de 13,62 por cento, e as concessionárias de Macau seguiram a tendência, com perdas semelhantes.

Em termos relativos, a SJM foi a empresa com a maior desvalorização, com o preço das acções a cair 17,62 por cento. Na altura da abertura do mercado, cada acção estava avaliada em 2,44 dólares de Hong Kong, mas à hora do fecho o valor tinha caído para 2,01 dólares de Hong Kong por acção.

A Melco International Development apresentou a segunda maior diminuição, com uma queda de 16,07 por cento para 3,29 dólares de Hong Kong por acção. Na abertura do mercado os títulos estavam avaliados em 3,65 dólares de Hong Kong por acção.

O pódio da desvalorização foi completado pela Sands China, que explora o casino The Venetian. As acções da empresa desvalorizaram 14,63 por cento de 14,5 dólares de Hong Kong para 13,4 dólares de Hong Kong.

Quanto à Galaxy, a redução de valor foi de 13,27 por cento, de 27,9 dólares de Hong Kong para 26,15 dólares de Hong Kong por acção. A concessionária Wynn Macau teve uma redução de valor de 13,02 por cento, de 5,13 dólares para 4,81 dólares. Por último, naquela que foi a desvalorização menos acentuada, as acções da MGM China caíram 12,18 por cento, de 9,5 dólares de Hong Kong para 4,81 dólares.

Tendência negativa

Apesar de em ritmo mais acelerado no dia de ontem, desde o início do ano que as acções das concessionárias estão em queda, no que tem sido uma tendência contrária à do índice Hang Seng, que apesar do descalabro de ontem está a valorizar 1,04 por cento desde o início do ano.

A concessionária mais afectada pela perda de valor é a Sands China, que desde o início do ano desvalorizou 28,5 por cento, de 18,6 dólares de Hong Kong por acção para 13,3 dólares. A nível das perdas segue-se a Melco com uma desvalorização de 23,3 por cento, de 4,3 dólares para 3,3 dólares de Hong Kong por acção. A Galaxy, com uma quebra de 18,6 por cento de 32,2 dólares para 26,2 dólares também está no pódio.

Por sua vez, a MGM China viu, desde o início do ano, o valor das acções cair 17,4 por cento, de 10,9 dólares para 9,0 dólares de Hong Kong, enquanto a SJM Holdings teve uma quebra de 16,7 por cento de 2,4 dólares por acção para 2,0 dólares de Hong Kong., A Wynn Macau teve uma redução de 15,8 por cento, de 5,7 dólares para 4,8 dólares de Hong Kong.

7 Abr 2025

Habitação | Centaline avisa que preços vão cair até 20 por cento

A agência imobiliária traça um cenário negativo do mercado imobiliário, que afecta o preço das habitações, mas também as rendas das lojas. Segundo a empresa, após anos em negação, os senhorios de lojas começam a perceber que vão perder dinheiro

 

A agência imobiliária Centaline prevê que os preços da habitação apresentem quebrad de 10 a 20 por cento ao longo do ano. A previsão consta do mais recente relatório da agência sobre o mercado do imobiliário local, publicado no final da semana passada, e que aponta que o sector atravessa uma “idade do gelo”.

“O mercado imobiliário de Macau está a atravessar uma fase de desenvolvimento em forma de ‘U’, pelo que se espera que a pressão para reduzir os preços da habitação se prolongue”, é referido. “Os preços da habitação vão atravessar uma nova vaga de quebras entre 10 e 20 por cento”, foi acrescentado.

Ao referir a forma de “U”, a Centaline prevê que a queda seja seguida de um período de crescimento, após uma fase de estagnação. No entanto, é necessário atingir o fundo. E esse momento é difícil de prever: “A dimensão da queda vai depender de vários factores, incluindo o ritmo da redução dos juros nos Estados Unidos, assim como das políticas de auxílio ao mercado”, foi explicado.

Com base nesta tendência, a agência admite que se vive uma “idade do gelo”: “O mercado imobiliário entrou na idade do gelo, com os preços da habitação e o volume de transacções a caírem”, foi escrito. “No segundo trimestre, as nossas estimativas apontam para que o volume das transacções seja de cerca de 200 transacções por mês”, foi previsto.

Acordar para a realidade

Em relação ao mercado de arrendamento de lojas, a situação não é muito diferente, e a Centaline indica que os proprietários das lojas vão ter de aceitar a nova realidade, e possivelmente desfazer-se das lojas. “No ano passado, muitos dos investidores ainda acreditavam que a queda do preço das rendas se devia à pandemia ou ao aumento das taxas de juro. Acreditavam que tudo ia voltar à ‘normalidade’, pelo que preferiam pagar os juros [das hipotecas] e manter a aposta nos seus investimentos”, foi explicado.
“Recentemente, começaram a aperceber-se que os dias dos bons de investimentos nas lojas chegaram ao fim, o sector da venda a retalho sofreu uma transformação e a dependência das lojas físicas diminuiu consideravelmente. Por isso, o valor das lojas está a diminuir gradualmente. No caso de segurarem os seus investimentos, muito dificilmente vão obter bons resultados”, foi acrescentado.

A Centaline traça assim um cenário a duas velocidades. Nas zonas mais centrais para o turismo, admite que houve perto de 20 arrendamentos em que o valor da renda ficou acima das 100 mil patacas. No entanto, nos bairros comunitários a situação é muito diferente, principalmente ao nível das lojas no NAPE ou Horta e Costa.

7 Abr 2025

Emprego | Criticada aposta em licenciados de fora sem experiência

O deputado Ron Lam acusa o Governo de se ter desviado da intenção política de permitir às empresas locais a contratação de não-residentes com experiência e sucesso internacionais, e, em vez disso, estar a emitir autorizações de residência para jovens licenciados de fora sem currículo

 

O legislador Ron Lam atacou a política do Governo de permitir a importação como “talentos” de não residentes com formação académica, mas sem qualquer experiência profissional. A crítica surge numa interpelação escrita, em que o membro da Assembleia Legislativa indica que a política é incoerente, dado que se atravessa uma fase em que o desemprego de recém-licenciados está cada vez pior.

No documento divulgado ontem, Lam exige ao Governo que termine com o novo estatuto de autorizar a residência de recém-formados com notas elevadas, mas que sem qualquer experiência profissional.

Na perspectiva do deputado, estas autorizações de fixação de residência em Macau contrariam as políticas apresentadas pelo Governo, e que foram aprovadas na Assembleia Legislativa, que visavam a importação de mão-de-obra qualificada do exterior extremamente bem-sucedida profissionalmente nas suas áreas de actividade.

Ao mesmo tempo que se contrata no exterior, o deputado indica que os jovens licenciados atravessam uma fase muito complicada de entrada no mercado do trabalho, e que as pessoas de Macau que se licenciaram no exterior encontram igualmente um mercado de trabalho com muitos desafios, com dificuldades para encontrarem um emprego de longa duração.

Neste contexto, o deputado pergunta ao Executivo se vai eliminar o regime que permite a contratação de licenciados não-residentes sem experiência profissional.

A realidade dos números

Sobre o problema do desemprego entre os mais jovens, o deputado cita as estatísticas oficiais do ano passado para indicar que 47,1 por cento dos desempregados locais tinham como grau académico pelo menos uma licenciatura. E entre os desempregados com formação no ensino superior, 28,1 por cento tinha entre 25 e 34 anos.

“Os números mostram que em comparação com 2019, a situação do desemprego é mais grave. Muitos jovens e pessoas de meia-idade que têm formação académica ao nível do ensino superior disseram-nos que é cada vez mais difícil encontrar um emprego e que as empresas só querem trabalhadores não-residentes”, descreve Ron Lam.

O deputado escreve também que as várias feiras de emprego organizadas pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais oferecem empregos pouco atractivos, e que em muitos dos casos as vagas de emprego são “falsas”, não levando a contratações.

Lam critica ainda a forma como as estatísticas do desemprego são compiladas, indicando existirem discrepâncias entre os diferentes dados publicados, que em teoria deviam ser semelhantes. O deputado pede ao Governo que corrija este problema o mais rapidamente possível, para poder tomar medidas de emprego de acordo com a realidade do mercado local.

7 Abr 2025

Wong Kit Cheng pede resposta para aumento da criminalidade juvenil

A deputada Wong Kit Cheng está preocupada com a criminalidade juvenil e pretende saber como as autoridades vão lidar com o problema. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita, em que a legisladora ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau destaca que no ano passado os níveis de criminalidade entre os mais novos ultrapassaram os níveis de 2023, havendo um grande crescimento em comparação com 2019.

Com base nos números oficiais, a deputada indica que no ano passado foram registados 131 casos de delinquência juvenil, um aumento de 23 casos face a 2023. Em comparação com 2019, o último ano antes da pandemia, os dados mostram um aumento de 71 casos de delinquência juvenil no ano passado.

Ao mesmo tempo, o número de jovens envolvidos em crimes subiu para 181, o que representou um aumento de 30 jovens face a 2023, quando houve 151 jovens detectados em actividades criminosas.

“Os números reflectem uma tendência contínua de aumento da criminalidade juvenil nos últimos anos, o que é motivo de preocupação”, alerta Wong. “Os jovens são socialmente inexperientes e curiosos em relação a coisas novas, pelo que são facilmente aliciados por pessoas sem escrúpulos para se envolverem em actos ilegais”, acrescentou.

Comércio paralelo

Entre as actividades que têm aliciado os mais novos, Wong Kit Cheng indicou o comércio paralelo, em que os jovens são utilizados para transportarem para o Interior, de forma ilegal, bens que depois são revendidos. Contudo, a deputada também recordou os casos dos jovens atraídos com ofertas de emprego para Taiwan e o Camboja, onde acabaram envolvidos em esquemas de burlas.

“A comunidade espera que as autoridades intensifiquem o trabalho de prevenção e eliminação da criminalidade juvenil, que o desenvolvam em profundidade e à luz da evolução do ambiente social e dos padrões de criminalidade”, foi indicado.

A deputadas das Mulheres pede às autoridades políticas para lidar com o fenómeno e que sejam apresentados planos para garantir que os jovens têm espaço para crescer num ambiente saudável, sem serem aliciados para actividades criminosas.

Além disso, são ainda pedidas medidas, não só para punir os mais novos, mas também para garantir que se voltam a integrar na sociedade, após o cumprimento das penas.

7 Abr 2025

Jiangxi | Sam Hou Fai quer estreitar laços nas áreas do turismo e economia

Equipa que ganha, não mexe. Sam Hou Fai reuniu com mais um dirigente do Interior da China e voltou a afirmar a vontade política de reforço da cooperação na área to turismo, economia e comércio

 

O Chefe do Executivo defendeu o reforço da cooperação com a província de Jiangxi, principalmente ao nível do comércio. A posição foi tomada na quinta-feira, durante um encontro com o vice-secretário do Comité Provincial de Jiangxi do Partido Comunista Chinês e governador da província de Jiangxi, Ye Jianchun.

Na reunião, Sam Hou Fai destacou a posição de Macau como “Centro Mundial de Turismo e Lazer” e defendeu o aumento da cooperação com Jiangxi, que afirmou ser “uma província rica em recursos turísticos”.

Na perspectiva do Chefe do Executivo, as duas partes encontram-se numa situação de complementaridade, podendo alcançar “uma situação com benefícios mútuos”. Sam Hou Fai também indicou que “os dois territórios podem ainda reforçar a colaboração nas áreas economico-comercial, medicina tradicional chinesa, culturas criativas, convenções e exposições e serviços topo de gama”.

Ao mesmo tempo, o líder do Governo de Macau convidou a província do Interior a “tirar melhor proveito do papel singular de Macau como plataforma entre a China e os países lusófonos”, indicando que a RAEM pode ser um ponto de partida para a província implementar políticas de “expansão para o exterior” e “atracção de capital estrangeiro”.

Trabalho de revitalização

No encontro, Sam Hou Fai fez igualmente um balanço do projecto de “revitalização rural do distrito de Xiushui da província de Jiangxi”, que indicou ser “uma iniciativa conjunta do Governo da RAEM e Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM”. De acordo com o Chefe do Executivo, o projecto está na “terceira fase” e “foram concluídas as modalidades previstas”.

A versão oficial da reunião, divulgada pelo Gabinete de Comunicação Social, não permite conhecer o que se entende por “terceira fase”, nem o investimento realizado pela RAEM no projecto. Porém, o Chefe do Executivo indicou que, “de seguida, Macau e Jiangxi irão continuar a aprofundar uma cooperação pragmática, no sentido de promoverem em conjunto o projecto de revitalização, alcançando, constantemente, novos progressos e novos resultados de eficácia”.

Além do Chefe do Executivo, participaram no encontro o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, e a presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man.

7 Abr 2025

Jogo / Receitas | JP Morgan e Seaport Partners com visões distintas

As receitas de 19,66 mil milhões de patacas em Março ficaram dentro das expectativas do mercado, mas a correctora Seaport Research Partners avisa que as recentes campanhas contra as trocas ilegais de dinheiro podem fazer cair o volume das apostas

 

“Não foram más de todo”, foi desta forma que o relatório mais recente do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific) classificou as receitas brutas do jogo de Março, que atingiram os 19,66 mil milhões de patacas. A reacção do banco de investimento foi citada, na quarta-feira, pelo portal GGR Asia.

As receitas neste mês de Março representaram um aumento de 0,8 por cento face ao período homólogo, mas uma redução de 0,4 por cento em comparação com Fevereiro.

Todavia, o relatório assinado por DS Kim, Selina Li e Shi Mufan, aponta que o montante total ficou “um por cento acima das estimativas da JP Morgan [e do mercado] e do consenso [entre os analistas] que previam que não houvesse crescimento”.

O documento indica ainda que a média diária das receitas nos casinos foi de 634 milhões de patacas, o que foi apontado como um volume das receitas diárias semelhante aos dos meses de Janeiro e Fevereiro deste ano. Por isso, os analistas apontaram que as receitas em Março atingiram valores “muito respeitáveis”.

No mesmo sentido, a JP Morgan considerou que os sinais do mercado são animadores para a segunda metade do ano. “Isso é um bom presságio para o crescimento melhorar no segundo semestre de 2025”. “Mantemos a nossa previsão do crescimento das receitas do jogo em 2025 de 3 por cento, com o primeiro semestre a apresentar um crescimento de 0 a 1 por cento, e o segundo semestre com um crescimento entre 5 e 6 por cento”, foi acrescentado.

Abaixo das expectativas

Por sua vez, a correctora Seaport Research Partners teve uma reacção diferente face às receitas, citada pelo portal GGR Asia, dado que tinha previsto um crescimento maior do que o registado.

Segundo o relatório de ontem, assinado por Vitaly Umansky, as receitas “foram mais fracas do que as previsões feitas no início do mês, mas que mesmo assim não deixaram de ultrapassar ligeiramente as estimativas da Bloomberg, que indicava que não haveria qualquer crescimento”.

Por outro lado, a Seaport Research Partners indica que as receitas do final de Março ainda reflectem o possível impacto da campanha das autoridades contra dois grupos de troca ilegal de dinheiro, que actuavam nos casinos, e que envolviam pelo menos 43 pessoas.

Por isso, em Abril a Seaport Research Partners espera que as receitas apresentem uma redução de 0,1 por cento face ao período homólogo e de 5,8 por cento, em comparação com Maio. “A nossa estimativa para Abril é ligeiramente afectada pelos efeitos adversos potenciais de curto prazo ligados à repressão dos cambistas [ilegais]”, foi justificado.

2 Abr 2025

Matadouro | Prejuízos crescem 460 mil patacas num ano

O consumo de carne de vaca, a mais cara, está em contracção no território, com o número de abates de bovinos a cair para o valor mais baixo desde que há registos. A empresa Matadouro de Macau justifica a mudança com novos hábitos de consumo

 

A empresa Matadouro de Macau registou no ano passado um prejuízo de 4,17 milhões de patacas no ano passado, um crescimento de 12,38 por cento das perdas, ou de 460 mil patacas, em comparação com 2023, quando o resultado negativo foi de 3,71 milhões de patacas. A empresa alerta que o território está a registar novos hábitos de consumo, com o abate de gado bovino a atingir o valor mais baixo desde que há registos, excluindo o período da pandemia.

Em 2024, as receitas da empresa registaram um aumento inferior a 1 milhão de patacas, devido às receitas com o abate de animais, que subiram para 10,98 milhões de patacas, face aos 9,98 milhões de patacas de 2023.

Contudo, a subida foi contrariada por um aumento de despesas como os custos com a água e electricidade, que subiram para 1,19 milhões de patacas, face aos 1,07 milhões anteriores, ou gastos com serviços de limpeza e outros fornecimentos, que atingiram 1,97 milhões de patacas, quando no ano anterior não tinham ido além dos 1,37 milhões e patacas.

Também a nível dos salários dos 81 trabalhadores houve um aumento de despesa, de aproximadamente 278 mil patacas.

Diferentes hábitos

O relatório de 2024 do Matadouro mostra também uma empresa a funcionar a duas velocidades, com o abate de suínos a atingir o valor mais elevado desde 2019, enquanto o abate de bovinos caiu para o valor mais baixo desde que há registos.

A gestão da empresa explica o aumento no abate de porcos de 10,86 por cento, para um total de 108.660 animais, com o facto de no último trimestre de 2023 o preço do porco ter registado uma diminuição “de quase 20 por cento”, o que serviu para estimular o mercado em 2024. “A procura pela população da carne fresca de porco aumentou, levou a um aumento do volume do abate a crescer mais de 10 por cento”, foi indicado.

No entanto, o abate de bovinos teve uma quebra de 7,88 por cento, com um total de 1.333 abates, o valor mais baixo pelo menos desde 2015, excluindo 2022, quando o número de abates tinha sido de 1.301, porque o funcionamento do Matadouro foi suspenso. “O volume do abate de gado bovino em 2024 voltou a estabelecer um novo recorde negativo nos registos da empresa, e a principal razão é a alteração dos hábitos de consumo”, foi indicado. “A direcção da companhia espera que esta tendência se continue a verificar nos próximos anos, com a diminuição a ser relativamente gradual”, foi acrescentado.

Nos últimos anos, a economia tem enfrentado uma situação em que é cada vez mais frequente sair para o Interior da China para consumir, ao mesmo tempo que os turistas vindos do outro lado da fronteira têm menos poder de compra.

Novos investimentos

O ano de 2024 ficou ainda marcado pela renovação da concessão para o abate de animais que se vai prolongar até 2029. Além disso, o Governo da RAEM financiou as obras de renovação das cadeias de abate, que estavam em funcionamento, de acordo com o relatório da administração, desde 1987.

Com as obras, o matadouro ficou com uma cadeia de abates só para suínos e outra só para bovinos. No entanto, em caso de necessidade, estas podem ser alteradas para outros animais.

A empresa tem como accionistas o Instituto para os Assuntos Sociais, com uma participação social de 61 por cento, a Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau), com 27,5 por cento, a Teixeira Duarte-Engenharia e Construção (Maca), com 5,8 por cento, e ainda Ngan Yuen Ming, 3,125 por cento, e Ma Iau Lai, com 2,5 por cento.

2 Abr 2025

Jogo | Receitas de Março com subida de 0,8%

As receitas do primeiro trimestre do ano apresentam um aumento de 0,6 face ao período homólogo. No entanto, os valores que entram nos casinos continuam longe da realidade pré-pandemia

 

Em Março as receitas brutas do jogo atingiram 19,66 mil milhões de patacas, o que representou um ligeiro aumento de 0,8 por cento em comparação com Março de 2024. Os dados foram divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), através do portal oficial.

Em Março do ano passado, os casinos registaram receitas brutas de jogo de 19,50 mil milhões de patacas, o que indicou uma tendência de crescimento de 12,74 por cento face a Março de 2023. Recorde-se que Março de 2023 foi um dos primeiros meses em que os casinos voltaram a beneficiar da fronteira sem restrições, depois dos condicionamentos, e até encerramentos, que vigoraram entre o início de 2020 e Janeiro de 2023.

No entanto, os valores das receitas ainda estão longe do que acontecia em Março de 2019, antes do impacto da pandemia na economia de Macau. Nesse mês, as receitas dos casinos atingiram 25,84 mil milhões de patacas, 31,4 por cento, ou 6,18 mil milhões de patacas, acima dos valores mais recentes apresentados pela DICJ.

Quando a comparação é feita com Fevereiro deste ano, mês em que as receita foram de 19,74 mil milhões de patacas, Março apresentou uma tendência de quebra de 0,4 por cento das receitas. Contudo, parte do início de Fevereiro coincidiu com alguns dos dias dos feriados do Ano Novo Lunar no Interior, que tradicionalmente é uma das épocas mais altas para os casinos.

Ano mais gordo

Com os dados divulgados ontem pela DICJ foram também conhecidas as receitas brutas do jogo durante o primeiro trimestre do ano.

Os números mostram que nos primeiros três meses do ano houve um aumento das receitas de 0,6 por cento, em comparação com o período homólogo, para 57,66 mil milhões de patacas. No primeiro trimestre de 2024, as receitas dos casinos tinham sido de 57,33 mil milhões de patacas.

A análise trimestral mostra também que as receitas da indústria estão longe do que era habitual antes da pandemia, das campanhas contra os promotores do jogo e das alterações legislativas que tornaram o exercício da profissão muito mais difícil. Entre Janeiro de Março de 2019, os casinos apresentaram receitas de 76,15 mil milhões de patacas. A comparação com o cenário actual mostra uma diferença de 18,49 mil milhões de patacas, no que significa uma redução de 24,3 por cento.

As estimativas do Governo a nível das receitas do jogo para este ano apontam para cerca de 240 mil milhões de patacas, o que representa um aumento de 6 por cento face a 2024.

1 Abr 2025

DSEDJ | Jovens “patriotas” convidados para canal consultivo

Apesar de convidar os cidadãos a apresentarem as suas candidaturas, a DSEDJ tem um canal especial de recomendação de membros pelas associações locais e associações de estudantes

 

A Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) está a criar um grupo para ouvir os jovens com idades entre os 18 e 30 anos, mas só vai aceitar as inscrições dos jovens “patriotas” e que se identifiquem com o “valor nuclear” do Amor pelo País e por Macau. O anúncio da abertura das candidaturas foi feito através de um comunicado publicado na segunda-feira à tarde, apenas divulgado em chinês.

Segundo a informação oficial, o Grupo Consultivo Para Jovens tem como objectivo reforçar a capacidade de ouvir as vozes mais novas da população e aumentar o número de canais para a “interacção positiva” com o Governo. Além disso, indica a DSEDJ, este é um esforço que se enquadra no espírito do Executivo de “trabalhar arduamente” em prol dos jovens.

A criação do grupo é igualmente enquadrada na Política de Juventude de Macau (2021-2030) e no objectivo de aumentar a cooperação entre o Governo e os jovens para “melhorar a participação social e a integração no desenvolvimento nacional”.

O grupo organizado pela DSEDJ vai ainda servir para “proporcionar uma plataforma” e “oportunidades” para os jovens de Macau “apresentarem opiniões e sugestões sobre estudos, emprego, empreendedorismo, direito de propriedade e desenvolvimento pessoal” e participarem na construção da Grande Baía.

Prioridade às associações

O patriotismo é assim o principal critério de selecção, mas o Governo exige também “experiência em serviços sociais”, conhecimento sobre as políticas de juventude, boa capacidade de comunicação e capacidade de análise. O peso de cada critério na selecção não foi indicado no comunicado.

A DSEDJ indica que as candidaturas estão abertas aos jovens cidadãos individuais, mas o comunicado destaca, em primeiro lugar, a possibilidade de as propostas dos membros partirem das associações locais ou associações de estudantes das universidades locais. As associações têm de levantar um formulário que depois é enviado por correio electrónico.

Os cidadãos individuais podem apresentar as suas candidaturas através da Conta Única, sendo o prazo limite 11 de Abril, uma sexta-feira, que também é o limite para as “recomendações” das associações.

Os jovens inscritos com sucesso vão ser notificados, e depois haverá um concurso de reuniões de que vão ser realizadas, como fase de apuramento, no final de Abril. A lista de candidatos admitidos é revelada no portal da DSEDJ.

1 Abr 2025

Zhongshan | Sam Hou Fai aposta em cooperação económica

O Chefe do Executivo quer que empresas de Zhongshan aproveitem Macau para entrar nos mercados dos países de língua portuguesa. Sam Hou Fai destacou também que as melhorias nos transportes na Grande Baía estão a aproximar todas as cidades

 

O Chefe do Executivo defendeu o aprofundamento da cooperação entre Macau e Zhongshan, a sua terra natal, como forma de desenvolver a economia das duas cidades. A opinião foi expressa durante um encontro com o secretário do Comité Municipal de Zhongshan do Partido Comunista Chinês (PCC) e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Municipal de Zhongshan, Guo Wenhai.

A reunião aconteceu na sede do Governo e, de acordo com a versão oficial, Sam Hou Fai começou por considerar que “Macau e Zhongshan têm mantido uma relação estreita e boa” com um intercâmbio e uma cooperação “em várias áreas” e com “uma base sólida”.

O dirigente do Governo de Macau indicou ainda que no futuro espera que “ambas as partes” continuem a aplicar “o princípio de benefícios mútuos” para poderem “potenciar as suas próprias vantagens industriais, impulsionar de forma abrangente, o reforço da cooperação dos dois territórios na área da economia e comércio, biomedicina, cultura e turismo, tecnologia de ponta e ensino superior”.

O governante da RAEM destacou igualmente que na “área da cultura e turismo” com “a entrada em funcionamento da Ponte Shenzhen-Zhongshan” as cidades da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau ficaram mais próximas, pelo que espera um maior impulso no “fluxo de visitantes dentro da Grande Baía” e “novos resultados da cooperação regional”. Ainda assim, Sam Hou Fai realçou que é necessária uma maior “facilitação dos transportes”.

Aproveitar as vantagens

Por outro lado, o Chefe do Governo afirmou esperar que “as empresas do município de Zhongshan aproveitem melhor as vantagens de Macau como Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa” e que alarguem “a relação de cooperação com os Países de Língua Portuguesa na área de comércio e investimento”.

Além do Chefe do Executivo, estiveram no encontro pelo lado de Macau a chefe do gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, e o director dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, Yau Yun Wah.

No lado de Zhongshan estiverem presentes o vice-secretário do grupo de liderança do partido e vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular do Município de Zhongshan, Li Changchun, a membro do Comité Permanente do PCC do Comité Municipal de Zhongshan e directora do departamento de trabalho da frente unida de Zhongshan, Liu Meixin, o vice-presidente do Governo do município de Zhongshan, Ou Yang Jinquan, e a vice-presidente da CCPPC do município de Zhongshan, Feng Jinyi.

1 Abr 2025

Hospital das Ilhas | Alargados serviços de estética e de vacinas

O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, afirma que ao longo deste ano vão ser expandidos os serviços de estética e as consultas externas de vacinação dos Hospital das Ilhas. O futuro passa também por uma cooperação com as concessionárias para apostar em mais serviços de turismo de saúde

 

A disponibilização de serviços de estética e de vacinas para o exterior no Hospital das Ilhas vai ser alargada ao longo deste ano. A confirmação dos novos serviços partiu de Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, e consta da resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U.

A disponibilização destes serviços enquadra-se na estratégia do Governo de apostar no turismo de saúde, apresentada como Big Health. No âmbito desta estratégia, Alvis Lo explica que o Hospital das Ilhas vai “tirar pleno proveito da notoriedade da marca do Peking Union Medical College Hospital”, que explora os serviços disponibilizados, não só a nível dos serviços prestados, mas também para colaborar em termos da investigação e de parcerias na área da saúde.

Em relação aos serviços prestados, Alvis Lo aponta que actualmente estão disponíveis serviços de estética e de vacinas externas. Sobre a área da estética, o médico aponta que “o foco inicial reside no rejuvenescimento facial” está a ser realizado com “recurso aos equipamentos médicos mais avançados de Hong Kong e Macau”. Neste serviço, é ainda indicado que estão a ser implementados “16 projectos terapêuticos”, inclusive com recurso às tecnologias de “laser de picossegundos” e ao “microagulhamento com radiofrequência”.

Quanto à vacinação, é indicado que o Hospital das Ilhas disponibiliza para o exterior cinco tipos de vacinas entre as quais a vacina nonavalente contra o papilomavírus humano (HPV), a vacina contra herpes zóster e a vacina pneumocócica.

Expansão dos serviços

Ao longo deste ano, Alvis Lo aponta ainda que o Hospital das Ilhas vai “expandir ainda mais o fornecimento de projectos de medicina estética e de vacinação” e criar “novos serviços específicos de consultas externas diferenciadas”, como consultas “para perda de peso e prevenção do cancro”.

No futuro, Alvis Lo indica que o caminho vai passar por implementar progressivamente os “serviços de enfermarias privadas” e “os projectos de gestão de saúde individual”, para alcançar “o progresso constante do turismo médico e da indústria de big health”.

Por outro lado, o médico indica que o Hospital das Ilhas está a “atrair cada vez mais turistas para visitar Macau” para receberem “assistência médica e cuidados de saúde”.

Além disso, na resposta a Lei Chan U é indicado que os Serviços de Turismo vão lançar outros “serviços de turismo médico, promovendo activamente a cooperação entre o sector turístico de Macau e as várias empresas integradas de turismo e lazer para o desenvolvimento de produtos turísticos focados em cuidados médicos, bem-estar e alimentação terapêutica”. Alvis Lo aponta também vão ser “lançadas diversas promoções de alojamento e será intensificada a promoção [dos serviços médicos] junto dos mercados-alvo”.

1 Abr 2025

Habitação | Song Pek Kei pede subsídios para pagar juros

A deputada ligada à comunidade de Fujian quer o “desenvolvimento saudável” do mercado do imobiliário e pede ao Governo que disponibilize mais terrenos para construir casas de qualidade, e contrariar a tendência recente

 

A deputada Song Pek Kei defende que o Governo deve disponibilizar um subsídio para residentes que se endividaram na compra de habitação de forma a ajudá-los a pagar os juros dos empréstimos contraídos. A medida surge numa interpelação escrita de deputada ligada à comunidade de Fujian.

Na lógica da legisladora, é necessário financiar o pagamento dos empréstimos de quem compra casa porque o mercado imobiliário apresenta um “desenvolvimento fraco”, ao mesmo tempo que o “poder de consumo enfraqueceu ainda mais”. “O mercado imobiliário em Macau continua relativamente lento e o rácio de crédito malparado atingiu um nível recorde, o que afectou o desenvolvimento estável do mercado financeiro”, alerta.

A deputada considera que a redução dos preços da habitação nos últimos anos deve ser uma preocupação da sociedade, porque está a acontecer numa altura em que continua a haver procura, principalmente entre os mais jovens. Por isso, Song quer que o Governo subsidie o pagamento dos juros dos empréstimos, quando o valor destes não ultrapasse 4 por cento.

A medida de bonificação de juros na compra de habitação vigorou em Macau no passado, principalmente nos anos 90 e no início do estabelecimento da RAEM. Em 2001, a medida abrangia habitações que eram compradas por um valor inferior a 750 mil patacas. Song Pek Kei considera que essa medida foi “bem sucessiva” e pede a repetição.

Numa interpelação em que o foco da deputada são os mais jovens, a deputada próxima de Ung Choi Kun, ex-deputado pela comunidade de Fujian e uma das principais vozes locais dos interesses do imobiliário, pede também alterações na isenção do pagamento do imposto de selo.

Má habitação

Song Pek Kei reconhece ainda que a construção de habitações mais recentes na RAEM criou um problema de falta de condições de habitabilidade. Segundo a deputada, os prédios mais recentes, construídos como estúdios ou como apartamentos em que não há divisões demarcadas por paredes entre a sala-de-estar e o único quarto, não oferecem condições dignas para os residentes. “Embora exista uma certa quantidade de apartamentos residenciais em Macau, há problemas estruturais na oferta de bons apartamentos, que se deve à pequena dimensão”, aponta.

Song Pek Kei reconhece ainda que a habitação antiga tem mais qualidade do que a recente e pede ao Executivo que utilize a reserva de terrenos para permitir mais construção, desta feita com a qualidade que não foi garantida nos últimos anos. “O Governo da RAEM dispõe de uma certa reserva de terrenos, será que a Administração irá acelerar o seu planeamento e ajustar a relação da estrutura da oferta, de modo a proporcionar melhores apartamentos que satisfaçam a procura do mercado e melhorem a qualidade de vida dos residentes?”, pergunta.

1 Abr 2025

AL | Chan Hou Seng quer mobilização juvenil contra “ataques à soberania”

O deputado e director do Museu de Arte de Macau afirmou na Assembleia Legislativa que é preciso recordar a invasão japonesa da China e mobilizar os jovens de Macau contra “movimentos independentistas de Taiwan”

 

Chan Hou Seng pede que se utilize o “80.º aniversário da vitória da Guerra da Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa” para “consciencializar os jovens para a causa da defesa da soberania nacional” face aos “independentistas de Taiwan”. A mensagem foi deixada através de uma intervenção antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa, lida pelo deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, que é também director do Museu de Arte de Macau.

Na sexta-feira, na Assembleia Legislativa, o deputado avisou que os “residentes nascidos em tempos pacíficos, sobretudo os jovens” estão habituados a uma “sociedade próspera e estável” e que, por isso, “nem todos compreendem como os compatriotas de Macau se dedicaram a salvar a nação contra a invasão japonesa”. Por isso, Chan Hou Seng considerou imperativo que se olhe para o caminho percorrido, que se celebre “a memória dos mártires”, se tirem “lições da história” e que a sociedade, incluindo crianças se jovens, construa “uma grande muralha de aço para defender a soberania e a dignidade nacional”.

Com estes objectivos em mente, Chan Hou Seng propõe que se ensine no currículo escolar o papel das associações locais e de alguns residentes de Macau que combateram as forças japonesas ou que angariaram fundos para o esforço de guerra.

“Independentistas” como alvo

O membro da Assembleia Legislativa vai mais longe e identificou como alvo a abater os “movimentos independentistas de Taiwan”. “Os movimentos independentistas de Taiwan estão agora a conspirar com as forças externas, tentando cortar as relações entre Taiwan e a civilização chinesa, mas a Lei Anti-Secessão é como uma âncora de estabilidade para combater eficazmente a arrogância e bazófia dos independentistas de Taiwan”, atirou. Chan Hou Seng recordou ainda as palavras de Xi Jinping, quando considerou que a “questão de Taiwan surgiu da fraqueza e da desordem da nação, e terá de acabar com o rejuvenescimento nacional”.

Neste contexto, o deputado diz que é um dever da sociedade “deixar os jovens ver claramente que qualquer tentativa de secessão é uma traição à história e um atropelo à lei”.

O deputado propõe o financiamento de actividades ainda durante este ano lectivo, incluindo visitas de académicos a escolas para ensinar o conteúdo da Lei Anti-Secessão, mas também para que se use “o Direito como espada afiada para quebrar as falsidades independentistas de Taiwan, e consciencializar os jovens para a causa da defesa da soberania nacional”.

Chan acabou a intervenção a pedir que se utilize esta ocasião para promover a “completa reunificação da pátria” no âmbito de um novo capítulo do “Amor à China”.

31 Mar 2025

IAS | Cortado financiamento a creche Smart

As razões do corte do financiamento não foram clarificadas pelo Governo, que se limitou a indicar que não conseguiu chegar a acordo com a associação Zonta Club de Macau, responsável pela exploração do espaço, sobre “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização”

 

O Instituto de Acção Social (IAS) vai cortar o financiamento e recuperar as instalações e equipamentos financiados da creche Smart, operada pela associação Zonta Club de Macau. A informação foi revelada recentemente, mas está a gerar uma onda de preocupação por parte dos pais, que temem pelo futuro da educação das crianças.

Os motivos que levaram ao fim dos apoios do Governo da RAEM à creche não foram tornados públicos. Em explicações ao canal chinês da Rádio Macau, o IAS vincou que o fim do financiamento não está relacionado com qualquer problema com a operação da creche. Contudo, o IAS indicou que não foi possível chegar a um acordo com a associação Zonta Club de Macau sobre os moldes em que iria continuar a funcionar a parceria de financiamento, que está em vigor até Agosto deste ano.

A emissora aponta também que o IAS indicou que a falta de acordo visou “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização”, sem adiantar mais detalhes, o que foi justificado com o facto de a associação ainda poder levar o caso para os tribunais da RAEM.

Transferências asseguradas

Ao mesmo tempo que confirmou o fim do financiamento público para a creche, o IAS assegurou igualmente aos encarregados de educação estar disponível para ajudar com as transferências das crianças para outras creches, quando a creche Smart encerrar. Os encarregados de educação foram igualmente informados sobre o desfecho em causa e as opções disponíveis.

O IAS vincou que existem vagas suficientes para todas as crianças que vão ter de ser transferidas, inclusive na Taipa, onde está localizada a creche Smart. Actualmente, informou o IAS, frequentam a creche mais de 80 crianças e cerca de metade vão entrar em jardins-de-infância no novo ano lectivo.

Apesar das garantias, durante o programa Fórum Macau, vários pais mostraram-se preocupados com a necessidade de terem de transferir as crianças no final de Agosto, quando se espera que aconteça o encerramento.

Ligações aos EUA

A Smart é explorada pela associação Zonta Club de Macau, que de acordo com o portal oficial da creche, é uma associação ligada à organização Zona Internacional, desde 2014. Esta é uma organização sem fins lucrativos fundada, em 1919, nos Estados Unidos, e que tem como missão a afirmação do papel profissional da mulher, através de iniciativas filantrópicas, sociais e culturais. Conta com mais de 30 mil membros a nível mundial, entre 1.200 associações em 67 países e regiões.

A nível de Macau, tem actualmente como presidente Christiana Ieong e conta com o apoio da empresária Pansy Ho, como sócia honorária.

28 Mar 2025

Cerca de 1.100 pessoas vivem em apartamentos para idosos

Até 7 de Março, quase 1.100 pessoas habitavam nos prédios para idosos, um tipo de habitação pública que pode ser arrendada por residentes com mais de 65 anos. A informação foi revelada pelo Instituto de Acção Social (IAM), na mais recente reunião do Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior.

A comissão reuniu na quarta-feira, e contou com a presença da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, que ouviu ainda que as 1.100 passaram a ocupar as casas no âmbito de cerca de 740 candidaturas.

Em relação a pedidos de outras pessoas para se mudarem para os apartamentos para idosos, os representantes do IAS, entre eles o presidente How Wai, apontaram que estão a lidar com os processos recebidos entre Janeiro do ano passado e 14 de Fevereiro deste ano. Os trabalhos seguintes incluem a avaliação das candidaturas recebidas e a sua ordenação, tendo em conta também a capacidade dos candidatos. Apenas as pessoas consideradas independentes se podem candidatar a este tipo de habitação pública. No entanto, o número de candidaturas que estão a ser classificadas e organizadas não foi indicado.

Evitar o isolamento

Na reunião foi ainda definido como trabalho prioritário a identificação dos casos de isolamento ocultos. Este é um trabalho que o IAS espera alcançar através da cooperação com “as instituições particulares” e a melhoria dos “actuais serviços”.

Por outro lado, as autoridades prometeram “inteirar-se da situação habitacional dos idosos de Macau através da realização do ‘Inquérito aos beneficiários do Subsídio para Idosos que residem na RAEM’” e “aumentar as equipas de serviço extensivo ao exterior”. Desta forma, o IAS acredita poder “prestar carinho aos idosos ocultos” e facultar-lhes serviços e apoio necessários.

O inquérito encontra-se em fase de preparação, e visa os idosos, ou casais de idosos, que vivem sozinhos e vai ser feito através de visitas porta-a-porta, ou pedidos de informações junto de vizinhos ou de estabelecimentos comerciais.

28 Mar 2025

Hainão | Sam Hou Fai pede reforço da cooperação com Hengqin

O Chefe do Executivo passou por Hainão para participar na Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia 2025, e teve um encontro com o secretário do Comité Provincial do Partido Comunista da China, a quem sugeriu o reforço da cooperação entre Hainão e Hengqin

 

O Chefe do Executivo pediu o reforço da cooperação entre a Zona de Cooperação em Hengqin e o porto de comércio livre de Hainão. A proposta foi apresentada ao secretário do Comité Provincial de Hainão do Partido Comunista da China e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, Feng Fei, num encontro na quarta-feira.

De acordo com a versão oficial do encontro, Sam Hou Fai afirmou estar “muito feliz por ver os progressos obtidos pela criação do porto de comércio livre de Hainão”. A província que fica situada numa ilha é regularmente encarada como o Havai da China, e é um dos grandes centros de turismo chineses, além de ter um regime preferencial ao nível do pagamento de impostos.

Durante a reunião, Sam Hou Fai “sublinhou as relações profundas e de longa data entre as duas regiões”, e “a boa base de cooperação entre as duas partes nos sectores de turismo, de saúde e da educação”.

A nível de futuras parcerias, o Chefe do Executivo afirmou acreditar haver espaço para reforçar a cooperação através da Ilha da Montanha, uma vez que “a Zona de Cooperação em Hengqin e o porto de comércio livre de Hainão têm aspectos idênticos em termos políticos”. A semelhança não é surpreendente, dado que as duas zonas fazem parte da jurisdição do Interior. Sam frisou que estas semelhanças podem “potenciar as […] vantagens singulares, alargando o intercâmbio de cooperação” entre as regiões “em prol de benefícios mútuos”.

Sobre Macau, Sam indicou que está “a acelerar com determinação o impulso ao desenvolvimento adequado e diversificado da economia” para alcançar um “crescimento de alta qualidade da sociedade e da economia”. O líder do Governo de Macau afirmou ainda “estar expectante das oportunidades de desenvolvimento através da cooperação pragmática entre as duas regiões”.

Hengqin como referência

Por sua vez, Feng Fei indicou que a o porto de comércio livre de Hainão entrará, este ano, em funcionamento como zona aduaneira autónoma e que teve por base inspiração nas “várias experiências de sucesso da Zona de Cooperação em Hengqin”. Feng Fei apontou também que Hainão vai acompanhar o desenvolvimento da Zona de Cooperação, para se inspirar nos sucessos mais recentes.

O governante reconheceu ainda que “a estrutura das indústrias de Hainão e de Macau têm aspectos em comum, onde a proporção do sector turístico é maior, esperando que ambos aprofundem ainda mais a cooperação, reforçando a união para um novo capítulo de cooperação em várias áreas entre os dois territórios”.

Sam Hou Fai esteve em Hainão com uma delegação de Macau para participar na Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia 2025.

28 Mar 2025

Ataque | Agressor em avaliação psicológica no hospital

O homem que atacou duas pessoas com uma faca numa loja na Travessa dos Anjos está indiciado da prática dos crimes de tentativa de homicídio e ofensa grave à integridade física. A informação foi revelada ontem pela Polícia Judiciária, em conferência de imprensa, e citada pelo jornal Ou Mun.

O suspeito de 41 anos é residente de Macau e encontra-se actualmente no Centro Hospitalar Conde São Januário, onde vai ser avaliado, dado que se suspeita sofrer de problemas mentais.

De acordo com as autoridades, o homem, desempregado e sem residência fixa, estava no Interior e entrou em Macau às 13h30 de terça-feira, através de fronteira de Qingmao. Foi visto a deambular por várias zonas da cidade, até que chegou à Rua do Campo, onde num primeiro momento atacou um transeunte com uma chapada, sem qualquer motivo.

Feito o primeiro ataque, o homem deslocou-se a um supermercado e comprou uma faca para descascar fruta, com uma lâmina com cerca de nove centímetros.

Sem aviso

Com a faca, o homem entrou na loja de telecomunicações, na Travessa dos Anjos, onde estavam quatro funcionários, três homens e uma mulher.

Dentro da loja, sem que nada o fizesse antever, o homem atacou logo um dos empregados, que foi golpeado num dos braços. Outro dos empregados tentou impedir o ataque, e acabou atingido com um corte na parte traseira do pescoço que se prolongou por 18 centímetros até às costas. Face ao ataque descontrolado, os homens acabaram por se esconder numa arrecadação, o que não evitou que o atacante os tentasse perseguir. Foi nessa altura que deixou cair a faca.

Sem a arma branca, virou-se para a empregada que tentou arrastar para fora da loja. A mulher pediu ajuda às pessoas que passavam na rua, sem sucesso, ao mesmo tempo que os empregados das lojas contactaram as autoridades.

Quando os agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública chegaram ao local conseguiram controlar o homem e, minutos depois, entregá-lo à Polícia Judiciária. Os empregados contaram às autoridades que o ataque começou sem qualquer motivo e que não houve qualquer discussão.

O empregado com lesões no pescoço e costas, e que chegou a perder a consciência, foi cosido com 100 pontos. Contudo, os órgãos vitais não foram atingidos, pelo que se espera uma recuperação tranquila, não havendo perigo de vida.

27 Mar 2025

Jockey Club | Gatos adoptados com problemas de saúde

Entre os 22 gatos adoptados que viviam no Macau Jockey Club, foi detectado um surto de panleucopenia felina, que levou à morte de pelo menos dois animais. Após a informação ter sido tornada pública, a empresa do Macau Jockey Club anunciou a distribuição de um apoio de 5 mil patacas para os adoptantes

 

Entre os 22 gatos disponibilizados para adopção pelo Macau Jockey Club e a ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau, pelo menos oito estavam infectados com panleucopenia felina e dois morreram. A informação foi divulgada pela ANIMA.

De acordo com a associação, oito felinos foram diagnosticados com infecções do parvovírus, que é tido como altamente contagioso e perigoso. Entre estes oito, dois morreram e seis estão, ou estiveram, em estado grave, necessitando de receber tratamentos médicos dispendiosos.

A detecção de um surto da doença nos gatos que estavam no Jockey Club não é uma surpresa, uma vez que logo no dia das adopções houve três gatos, dos 25 inicialmente disponíveis, que foram diagnosticados com a doença. Por este motivo, apenas 22 gatos foram adoptados durante a campanha.

A ANIMA informou também que entre esses 22 gatos apenas dois não apresentaram qualquer problema de saúde. Contudo, houve outros casos em que os felinos tiveram bronquite grave, queda de dentes, apesar de terem apenas um ano, e outras infecções do sistema respiratório.

“Lamentamos profundamente o pesado encargo financeiro causado aos adoptantes ou a dor e o sofrimento dos gatos e gatinhos adoptados que faleceram devido ao vírus”, foi indicado. “Prometemos continuar a comunicar activamente com o Jockey Club de Macau, a fim de obter uma compensação pelas despesas médicas incorridas pelos adoptantes”, foi acrescentado.

Além dos gatos da adopção promovida pelo Macau Jockey Club e pela ANIMA, Mary Jean Reimer, actriz, advogada e activista pelos direitos dos animais de Hong Kong, também revelou que um dos gatos do Jockey Club que adoptou testou positivo para à panleucopenia felina.

Resposta positiva

Quando emitiu o primeiro comunicado, a ANIMA ainda não tinha a confirmação de que os tratamentos dos gatos doentes iriam ser pagos pelo Macau Jockey Club. Inicialmente, temeu-se que teriam de ser os adoptantes a pagar os custos.

Contudo, ontem, quase 24 horas depois da primeira publicação a relatar os problemas, a administração da empresa concordou em distribuir um apoio de 5 mil patacas por cada gato adoptado.

O Macau Jockey Club viu-se envolvido numa nova polémica com os gatos, quando em meados deste mês tentou enviar cerca de 100 felinos para o Interior, para um destino desconhecido e que nunca fui revelado. O envio dos gatos recebeu a aprovação do Instituto para os Assuntos Municipais, que num comunicado até prometeu garantir as condições de saúde dos animais para o transporte para Zhuhai.

Todavia, várias associações de protecção dos animais locais mobilizaram-se para impedir este desfecho. Além da campanha de promoção das adopções, também as associações receberam vários dos gatos.

Os animais foram criados como bravios no Macau Jockey Club, onde tinham como função caçar ratos, dado que a utilização do espaço pelos cavalos impedia a utilização produtos químicos. No entanto, como não tinham sido esterilizados, os gatos reproduziram-se até chegarem a ser cerca de 100. Agora sabe-se também que tinham desenvolvido várias doenças.

27 Mar 2025

Ilha da Montanha | Queixas de obstáculos à integração

Longas filas para atravessar a fronteira, serviços de saúde insuficientes, moradas que não são reconhecidas e cartas que nunca chegam ao destino. São alguns dos problemas dos residentes de Macau em Hengqin, que o deputado Nick Lei espera que o Governo consiga resolver

 

O deputado Nick Lei afirma que existem muitos obstáculos para garantir a integração dos residentes de Macau em Hengqin, e pede às autoridades que tomem novas medidas para melhorar a situação.

Ouvido pelo jornal do Cidadão, o deputado ligado à comunidade de Fujian indicou como um dos principais obstáculos a falta de condições para atravessar a fronteira, o que faz com que quem vive em Hengqin, mas trabalha ou estuda em Macau tenha de enfrentar frequentemente filas longas, principalmente durante os feriados ou nas horas de ponta.

Como solução para esta questão, o deputado propõe que as autoridades de Macau se coordenem com a Alfândega de Hengqin para instalarem balções ou canais de inspecção automáticos nas fronteiras apenas para residentes de Macau, com vista a aumentar a rapidez da passagem fronteiriça.

Em relação aos problemas identificados, Nick Lei aponta também que o centro de saúde do Novo Bairro de Macau, em Hengqin, que começou a funcionar em Novembro do ano passado, não tem serviço regular de colheita de sangue. Outra das falhas identificadas, é o facto de alguns medicamentos disponíveis em Macau não se encontrarem em Hengqin. Os serviços de saúde no bairro para residentes de Macau são assim tidos como insuficientes. Lei revela mesmo que houve residentes que tiveram de vir a Macau receber os tratamentos de saúde necessários, uma vez que não estavam disponíveis em Hengqin.

Problemas burocráticos

No rol de queixas que consta das declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, Nick Lei afirma que vários residentes encontram dificuldades quando têm de declarar a morada na Ilha da Montanha junto dos serviços públicos ou instituições financeiras de Macau.

De acordo com o deputado, é frequente que as moradas em Hengqin não sejam aceites nas instituições locais como uma morada reconhecida em Macau. Outra situação frequente, acontece quando a morada na Ilha da Montanha é reconhecida, mas a correspondência nunca chega ao destino. Lei pede assim às autoridades que peçam aos correios do outro lado da fronteira para encontrarem uma forma de ultrapassar este obstáculo.

Por outro lado, Lei lamentou que a medida das autoridades do Interior para que os carros com matrícula de Macau autorizados a circular em Hengqin pudessem circular em toda a província de Cantão ainda não tenha saído do papel, apesar de anunciada.

Nick Lei compreende que a integração é um processo que leva o seu tempo, mas defende que estes aspectos devem ser melhorados rapidamente, para atrair mais residentes de Macau para Hengqin.

27 Mar 2025

Parques Industriais | Empresa com lucros de 10 milhões de patacas

Apesar dos lucros operacionais da Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau terem piorado face a 2023, os ganhos com juros de capital permitiram melhorar os resultados em cerca de 7 por cento

 

No ano passado, a Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau alcançou lucros de 10,01 milhões de patacas. A informação foi disponibilizada pela empresa no portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos.

Os lucros de 2024 representam um aumento de 7,37 por cento em comparação com 2023, quando os ganhos da empresa detida pelo Governo da RAEM tinham sido de 9,33 milhões de patacas.

O aumento dos lucros marca uma inversão da tendência de redução face ao período entre 2022 e 2023, quando se registou uma quebra de 71,8 por cento de 33 milhões de patacas dos lucros para 9,33 milhões de patacas. Todavia, nessa altura, a companhia explicou que os lucros de 2022 tinham tido na origem em receitas extraordinárias cerca de 31,8 milhões de patacas, explicados com “transferências de contratos”.

No ano de 2024, as principais receitas da Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau ficaram a dever-se ao arrendamento dos espaços no Parque da Concórdia, em Coloane, e Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, construído na Ilha Verde. No último ano as rendas renderam à empresa 18,18 milhões de patacas, enquanto no ano anterior o montante tinha sido de 18,15 milhões de patacas.

Todavia, a grande diferença para o aumento dos lucros aconteceu devido às receitas com os juros de capital que subiram de 5,96 milhões de patacas, em 2023, para 7,30 milhões, em 2024.

Mais despesas

Os juros gerados pela empresa contribuíram para disfarçar o desgaste dos lucros operacionais, ou seja, a diferença entre os ganhos da empresa com a principal actividade, o arrendamento dos espaços, e as despesas de funcionamento. Como consequência, os lucros operacionais desceram de 4,56 milhões de patacas para 4,03 milhões de patacas.

Este “desgaste” ficou a dever-se principalmente ao aumento de despesas totais com os membros da administração e trabalhadores, dado que o peso subiu de 5,80 milhões de patacas para 6,05 milhões de patacas.

Em 2024, a empresa manteve o número de trabalhadores, que totalizaram 10 funcionários, mas os custos com salários, que excluem o pagamento dos membros da administração, subiram de 3,85 milhões de patacas para 4,14 milhões de patacas. O pagamento dos membros da administração aumentou de 1,36 milhões de patacas para 1,43 milhões de patacas.

No ano passado, Lo Ioi Weng foi substituído como presidente do conselho da empresa por Chan Hon Sang, que tem prevista uma remuneração anual de 1,29 milhões de patacas.

A Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau tem como accionistas a RAEM e o Instituto de Promoção de Comércio e do Investimento (IPIM), aos quais entregou 1,09 milhões de patacas em dividendos, o mesmo valor que em 2023.

Aposta na diversificação

A Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau foi criada em 1993 com o objectivo de atrair investimento e indústrias para o Parque da Concórdia em Coloane.

Em 2003, a empresa ficou responsável pela exploração do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, construído na Ilha Verde, espaço criado com o objectivo de diversificar a indústria do território. A empresa tem assim como objectivo desenvolver e gerir terrenos que ficaram reservados para o desenvolvimento industrial e actividades relacionadas, de acordo com o portal da companhia.

27 Mar 2025

Aeroporto | Cantão promete mega centro com Macau e Hong Kong

Num documento apresentado na segunda-feira, o Governo Popular da Província de Cantão admite que vai ligar Hengqin à rede de comboios de alta velocidade, com a construção do troço entre Hezhou e a Ilha da Montanha

 

O Governo Popular da Província de Cantão tem planos para desenvolver um centro gigantesco de aeroportos que vai incluir Macau e Hong Kong. O projecto consta do “Plano de Acção Trienal para o Desenvolvimento de Alta Qualidade”, que vai entrar em vigor a partir deste ano e se prolonga até 2027.

De acordo com o ponto quatro do plano apresentado na segunda-feira, em três anos é esperada a construção de “um centro de aeroportos com classe mundial” que vai passar pela expansão do Aeroporto de Guangzhou Baiyun, a construção da terceira pista do Aeroporto de Shenzhen Bao’an e o início das obras do Novo Aeroporto de Guangzhou.

No âmbito deste projecto, as autoridades de Cantão esperam ainda “aprofundar a cooperação no domínio da aviação civil na área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, e apoiar a transformação de Guangzhou na construção de um de centros de aviação internacional e de Shenzhen num centro regional de aviação.

O comunicado sobre o plano apresentado na segunda-feira não indica os detalhes de como vai ser feita a coordenação com Macau e Hong Kong a nível dos aeroportos, embora este seja um dos aspectos focados.

Além da aviação, o Governo Popular da Província de Cantão aposta numa maior ligação a nível das infra-estruturas de transportes com Macau, que passa por “promover uma melhor integração de Hong Kong e de Macau no desenvolvimento nacional global e melhorar o sistema de transportes rápidos que liga os portos das cidades do Delta do Rio das Pérolas”. O reforço das ligações transfronteiriças com Macau e Hong Kong é um dos principais objectivos destacados.

Aposta na Montanha

Como parte dos projectos para os próximos três anos, o Governo Popular da Província de Cantão define ainda como meta a expansão do comboio de alta velocidade para a Ilha da Montanha, com a construção do troço entre Hezhou e Hengqin.

A maior integração promovida pelas autoridades de Cantão face a Macau e Hong Kong inclui também uma vertente virada para os portos marítimos, definida pela política “um centro, dois pólos”, em que os portos das regiões administrativas vão contribuir para criar uma ligação à principal cidade do Interior.

Em termos das rotas marítimas de passageiros, ao contrário do que acontece com as ligações com Hong Kong, os residentes de Macau podem esperar ainda mais, e mais frequentes, ligações com o Interior. Isto porque o plano pretende não só “melhorar o nível dos serviços nas rotas com Hong Kong e Macau”, mas também “optimizá-las com alterações em ambos os lados do Estuário do Delta do Rio das Pérolas”.

26 Mar 2025