João Santos Filipe Manchete PolíticaCooperação | Sam Hou Fai aposta em Heilongjiang para diversificar economia Durante um encontro entre o Chefe do Executivo e os representantes de Heilongjiang foram assinados vários memorandos em áreas como indústria, medicina-tradicional chinesa, educação ou comércio O Chefe do Executivo espera que Macau consiga utilizar a base industrial de Heilongjiang para diversificar a economia local. A esperança foi deixada durante um encontro, à porta fechada, entre Sam Hou Fai e Xu Qin, secretário do Comité Provincial de Heilongjiang do Partido Comunista da China e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, que decorreu na segunda-feira. De acordo com a versão oficial, Sam Hou Fai destacou que “Heilongjiang possui uma base industrial sólida, com ricos recursos ecológicos” e defendeu que as duas partes devem utilizar as “vantagens diferentes em recursos e indústrias” para reforçar a cooperação, e contribuir para a diversificação da economia de Macau. Como tem defendido nos encontros com representantes do Interior, o Chefe do Executivo indicou também que existe uma perspectiva de cooperação “ampla”, a nível da “economia, comércio, ciência, tecnologia, educação, turismo cultural e desporto” para “injectar uma nova dinâmica na promoção do desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau”. O Chefe do Executivo apontou também que o Governo da RAEM vai cumprir “o espírito dos discursos importantes do Presidente Xi Jinping”, o que passa por “persistir no princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, desempenhar plenamente o papel de Macau enquanto elo e ponte de ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, articular-se activamente com as grandes estratégias nacionais, tais como a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Assinatura de protocolos O encontro serviu igualmente para assinar diferentes protocolos, cujos alcances não foram revelados no comunicado que fez o relato da reunião. Os protocolos assinados foram o “memorando de cooperação turística entre o Departamento de Cultura e Turismo da Província de Heilongjiang e a Direcção dos Serviços de Turismo da RAEM”, o “memorando de cooperação entre o Departamento de Comércio da Província de Heilongjiang e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento da RAEM”, o “memorando de cooperação entre o Departamento de Educação da Província de Heilongjiang e a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude da RAEM”. Foram ainda assinados o “acordo-quadro de cooperação estratégica na área da medicina tradicional chinesa entre os Serviços de Saúde da RAEM e a Administração de Medicina Tradicional Chinesa da Província de Heilongjiang”, o “acordo-quadro de intercâmbio e cooperação na área de desporto entre a Administração do Desporto da Província de Heilongjiang e o Instituto do Desporto da RAEM”, o “memorando de cooperação sobre o aprofundamento conjunto do intercâmbio e desenvolvimento da juventude entre a federação da juventude da Província de Heilongjiang e a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude da RAEM”, e o “acordo de cooperação sobre a construção do ‘laboratório conjunto da certificação de qualidade de medicamentos de Heilongjiang e inovação de produtos’ entre a Universidade de Macau e a academia da medicina tradicional chinesa da Província de Heilongjiang”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMaternidade | Pedida atribuição de abonos de família Face à queda da natalidade, as associações pedem ao Governo de Sam Hou Fai que aumente o número de apoios às famílias. Além do subsídio de nascimento, actualmente de 5.418 patacas, pede-se a criação de um abono de família e a extensão das licenças de maternidade e paternidade A Associação Geral das Mulheres de Macau e a Associação dos Jovens do Povo defenderam a atribuição de abonos de famílias para ajudar as famílias locais a fazerem face aos cada vez maiores encargos financeiros. Através de um comunicado, Loi I Weng, vice-presidente da Associação das Mulheres, indicou que existem actualmente cerca de 23 províncias do Interior a distribuir subsídios. Por exemplo, a cidade Hefei, na província de Anhui, distribui um único abono aos casais com dois ou três filhos, com um valor que vai dos 2 mil renminbis aos 5 mil renminbis. Por sua vez, as autoridades da cidade Jinan, na província de Shandong, distribuem um apoio mensal para as famílias que têm duas ou três crianças de 600 renminbis por criança, até estas perfazerem três anos. Em Macau, Loi I Weng reconheceu que há um subsídio de nascimento, actualmente no valor de 5.418 patacas. Contudo, Loi defende que o valor deve ser aumentado e deve ser ponderada a distribuição de um abono de família, tendo como referência o valor do subsídio para cuidadores ou do subsídio de família dos funcionários públicos, que têm o valor de 2.175 patacas e 940 patacas, respectivamente. Por seu turno, o vice-presidente da Associação dos Jovens do Povo Tam Sio Pang também defendeu a ideia do subsídio para assistência na infância. Ouvido pelo jornal Ou Mun, o responsável da associação subordinada Aliança de Povo de Instituição de Macau sugeriu que o Governo deve seguir a prática da cidade Hohhot, capital da Região Autónoma da Mongólia Interior, que oferece um subsídio único no valor de 10 mil renminbis para os casais que têm um filho. Quando os casais têm dois filhos recebem cerca de 50 mil renminbis ao longo de 5 anos, e se tiverem três filhos recebem 100 mil renminbis ao longo de 10 anos. Outros pedidos Além do subsídio, os responsáveis das associações defenderam que também é importante o Governo lançar outras medidas para criar um “ambiente mais favorável” ao aumento da taxa de natalidade. Loi I Weng sugeriu ao Governo que subsidie as empresas, para estas implementarem medidas laborais de apoio às famílias dos trabalhadores. Além disso, a responsável considera ser necessário o Governo estender a licença de maternidade e paternidade, para que os residentes tenham menos preocupações sobre a natalidade. Tam Sio Pang também quer a extensão da licença de maternidade e paternidade e defende que a licença de maternidade deve ser aumentada para 90 dias, face aos 70 dias actuais. Tam Sio Pang sugeriu ainda que o Governo aumente as vagas nas creches subsidiadas, bem como uma integração gradual dos serviços de cuidados à criança no sistema de escolaridade gratuita.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTrabalho | Leong Sun Iok quer protecção para “falsos colaboradores” O deputado da FAOM alerta para o abuso do regime de trabalho independente, que pode ser usado pelas entidades patronais para evitar obrigações, como a aquisição de seguros O deputado Leong Sun Iok pretende que o Governo apresente novas medidas para proteger os “falsos colaboradores”, ou seja, os trabalhadores que no papel são contratados para uma prestação de serviços independente, mas na prática estão sob a autoridade da entidade patronal. O assunto foi abordado através de uma interpelação escrita, divulgada ontem pelo gabinete do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). De acordo com o cenário relatado por Leong Sun Iok, está a tornar-se cada vez mais normal em Macau os empregadores recorrerem a falsos colaboradores, dado que “o mercado é limitado e muitas pessoas só conseguem trabalhar desta forma”. Sem opções, os trabalhadores acabam por aceitar as propostas. Em condições normais, os colaboradores prestam um serviço, podendo escolher quando e como trabalham, sendo o mais relevante a apresentação do resultado para o qual foram contratados. No entanto, nas condições relatadas pelo deputado, na prática, os trabalhadores são obrigados a seguir horários de trabalho estabelecidos pelo patrão e as suas instruções, características típicas do regime de trabalhador dependente. Para os patrões, embora esta actuação seja ilegal, o regime tem a vantagem de permitir evitar despesas decorrentes da garantia de direitos laborais. Como tal, Leong Sun Iok pede ao Executivo que “verifique se os empregadores estão a recorrer a esta possibilidade como meio para fugirem às responsabilidades e aos deveres da relação de trabalho”. Mais um estudo O deputado da bancada parlamentar da FAOM pede que se siga o exemplo do Interior da China, de aumento da protecção destes trabalhadores. Para tal, argumenta que é necessário “estudar a forma de assegurar as garantias profissionais dos trabalhadores por conta própria e dos profissionais liberais”, e “incentivar os empregadores a adquirirem seguro de trabalho para os seus trabalhadores com contratos de prestação de serviços”. O membro da Assembleia Legislativa pede também ao Governo que esteja atento ao surgimento das “novas modalidades de emprego”. Na interpelação, é também solicitada a realização de “um inquérito sobre o número e os tipos de trabalhadores por conta própria e de profissionais liberais existentes” no território, para “salvaguardar os direitos e interesses profissionais dos trabalhadores”. Por outro lado, Leong indica que em Macau há sempre contrato de trabalho, independentemente da designação do contrato, quando é exigido ao “colaborador” que esteja “disponível” para desempenhar as funções a pedido do empregador. Por isso, pergunta ao Governo se vai emitir instruções claras e reforçar as acções de divulgação sobre o regime laboral de Macau, para “evitar o incumprimento da lei por parte dos empregadores e salvaguardar os direitos e interesses dos trabalhadores”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHengqin | Sam Hou Fai pede mais esforços e espírito de reforma A prioridade para concretizar o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada passa pelo estudo do espírito dos discursos de Xi Jinping. Esta é uma das quatro expectativas apresentadas pelo Chefe do Executivo para a Zona de Cooperação Aprofundada A aprendizagem do conceito “Macau + Hengqin”, apresentado por Xi Jinping, é a prioridade no âmbito do desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Cantão e Macau, em Hengqin. A meta foi traçada por Sam Hou Fai, Chefe do Executivo e co-Chefe da Comissão de Gestão da Zona de Cooperação Aprofundada, durante a mais recente reunião de trabalho, que aconteceu no sábado. Sobre a “próxima fase do desenvolvimento” da Zona de Cooperação, Sam Hou Fai apresentou quatro “expectativas” para orientar os trabalhos. A primeira passa por “aprender e implementar com seriedade a importante abordagem ‘Macau + Hengqin’” apresentada pelo Presidente Xi Jinping, e “compreender profundamente as suas ricas conotações e requisitos práticos, envidando com todos os esforços para criar uma nova conjuntura da Zona de Cooperação”. Na versão oficial da reunião emitida pelo Governo de Macau não é explicada a “importante abordagem”, nem são indicadas concretamente as “conotações” e “requisitos práticos”. Como segunda expectativa, Sam pediu aos membros da comissão “mais esforços para a reforma e inovação” da Zona de Cooperação, e vontade de “explorar com coragem as políticas inovadoras e a convergência de regras e mecanismos, para ultrapassar as restrições do desenvolvimento de Hengqin”. Também neste aspecto, não foram detalhadas as “restrições” que têm sido encontradas. Como terceira expectativa, o líder do Governo de Macau pediu um reforço da capacidade de trabalho e vontade para “alcançar avanços”. Por último, Sam considerou que Macau tem de reforçar o apoio às autoridades do outro lado da fronteira, para promover “novas conquistas em todas as vertentes”. Balanço positivo Olhando para o trabalho dos últimos três anos, Sam Hou Fai considera que foram alcançados “progressos positivos” e que “o nível de integração entre Hengqin e Macau tem melhorado gradualmente”. O Chefe do Executivo também defendeu que o papel da Zona de Cooperação como sustento do “desenvolvimento diversificado da economia de Macau torna-se cada vez mais evidente”. Por sua vez, o Governador da Província de Guangdong, Wang Weizhong, o outro co-Chefe da Zona de Cooperação Aprofundada, afirmou que a comissão vai “empenhar-se em desenvolver as ‘quatro novas’ indústrias, potenciar o Parque Industrial de Design de Circuito Integrado Guangdong-Macau em Hengqin, o Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa, o Parque Industrial de Comércio Electrónico Transfronteiriço e o Parque Industrial de Inovação Hengqin-Macau”. Além disso, apontou como trabalhos prioritários, o reforço da “divulgação e promoção das políticas preferenciais e o planeamento e a introdução de projectos industriais” , bem como a atracção de “mais quadros qualificados com ideias inovadoras, capital, empresas e residentes de Macau para animar o ambiente de negócios da Zona de Cooperação”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEdifício Fong Nam | Incêndio leva três residentes ao hospital Um homem foi transportado sem sinais vitais para o Centro Hospitalar Conde São Januário, na sequência de um incêndio no Edifício Fong Nam, no Istmo de Ferreira Amaral Um homem com cerca de 70 anos foi ontem transportado em estado grave para o hospital, devido a um incêndio ocorrido no 15.º andar do Edifício Fong Nam, no Istmo de Ferreira Amaral. O residente foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros (CB) na casa-de-banho, sem sinais de respiração ou ritmo cardíaco, e levado para o Centro Hospitalar Conde São Januário. Além do homem, outras duas moradoras, uma com 74 anos, e outra com 51 anos, tiveram igualmente de ser hospitalizadas, mas encontram-se fora de perigo e numa situação considerada estável. A moradora de 74 anos terá sofrido uma queda, depois de ter inalado fumo que subiu até ao 21.º andar. Já a residente de 51 anos, foi levada para o hospital, depois de ter sofrido um ataque de pânico. O alerta para o incêndio foi dado por volta das 11h, por um outro morador, após ter sentido cheiro a queimado e ter visto fumo na sua habitação. De acordo com o jornal Ou Mun, quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local do incêndio teve de utilizar ferramentas para abrir a porta e entrar na habitação em chamas. Após o combate ao fogo com mangueiras de água, os bombeiros levaram ventoinhas para a habitação para remover o fumo. A casa afectada pelas chamas tem três quartos e suspeita-se que o incêndio tinha começado num deles, onde um armário ardeu por completo. Os restantes quartos e a cozinha não sofreram danos de maior, apesar de um candeeiro ter derretido com o calor das chamas. A investigação preliminar não conseguiu determinar ainda a origem do incêndio. O incidente fez também com que cerca de 10 moradores tivessem de abandonar as suas habitações e aguardar pelo socorro no rés-do-chão do edifício. Sete em um mês Com o incêndio de ontem, contabilizam-se, no espaço de um mês, sete incêndios em edifícios de habitação com necessidade de retirar os moradores do edifício. O início desta semana foi particularmente propenso a acidentes, com dois incêndios no domingo. Um ocorreu no Edifício Hoi Fu, que levou a que duas pessoas tivessem de ser hospitalizadas devido à inalação de fumos. Nesse mesmo dia, teve lugar outro fogo no Edifício Jardim Iat Lai, embora sem feridos. Todavia, a série negra começou a 24 de Fevereiro, quando as chamas atingiram o Edifício do Lago, o que fez com que dois moradores tivessem de ser transportados para o hospital. Houve ainda 18 moradores que tiveram de deixar temporariamente as suas casas. Este fogo ficou marcado pelo facto de o alarme de incêndio não ter funcionado, o que levou a alertas de alguns deputados, como Lo Choi In. No entanto, o pior incidente aconteceu no Edifício Jardim Cidade Nova (também denominado San Seng Si Fa Un), na Avenida Tamagnini Barbosa, no bairro do Toi San, em que três pessoas tiveram de ser transportadas para o hospital, duas crianças e uma empregada doméstica, com queimaduras no corpo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaComércio | Lao Ngai Leong quer mais veículos vindos de Hong Kong Com o comércio local a perder cada vez mais receitas para o Interior, o membro da Assembleia Popular Nacional por Macau sugere que o território aceite mais viaturas de Hong Kong, para ajudar à recuperação dos negócios as pequenas e médias empresas O membro da Assembleia Popular Nacional por Macau, Lao Ngai Leong, sugere a atribuição de mais quotas para veículos de Hong Kong podere circular em Macau, para compensar as pequenas e médias empresas (PME), pelas perdas das receitas para o Interior. A proposta foi apresentada durante uma sessão para aprender o “espírito das duas sessões”, realizada Associação de Federação e Comercial União de Shun De de Macau, na quarta-feira. Durante a sessão, de acordo com o Jornal do Cidadão, Lao Ngai Leong abordou os problemas do comércio local, provocados pelo consumo cada vez mais frequente dos residentes do outro lado da fronteira. Contudo, Lao destacou que a questão é mais abrangente e que tem vantagens, dado que “também as pequenas e médias empresas começaram a consumir mais no Norte”. Apesar deste cenário, o também empresário espera que os veículos de Guangdong possam circular cada vez mais perto de Macau, para visitarem o território e aumentar o volume de negócios das PME. No entanto, o político avisou a população local da necessidade de ter maior capacidade para aceitar o aumento de tráfego nas estradas de Macau. A sugestão foi apresentada numa altura em que os residentes de Hong Kong tendem a consumir cada vez mais no Interior, em especial em Shenzhen, onde os preços são mais baratos do que na RAEHK ou em Macau. A reconhecer a realidade Em relação às PME dos bairros comunitários, o deputado reconheceu a existência de dificuldades acrescidas, dado que os novos turistas de Zhuhai não ficam, nem compram nessas zonas. Lao Ngai Leong defendeu assim que o Governo tem de criar outras atracções nos bairros e atribuir maior apoios ao comércio local, para atravessar esta fase complicada. Apesar das dificuldades, o empresário defendeu que a economia de Macau está a “recuperar relativamente bem depois da pandemia” e que é a “obrigação de todos os sectores aproveitarem as políticas preferenciais do Governo Central”. O político afirmou igualmente que “as PME devem revitalizar-se e criar novo valor, para serem mais competitivas”. Lao contou ainda que a sua empresa de comida no Interior começou a trabalhar com universidades para criar novos produtos e a seguir as novas tendências de consumo, pedindo ao comércio local que siga este exemplo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaNAPE | FAOM pede abertura de Centro de Saúde A conclusão de edifícios para escritórios da Administração no NAPE é vista pelo deputado da FAOM, Leong Sun Iok, como a oportunidade para abrir novas instalações de saúde, numa zona que afirma ter pouca cobertura Leong Sun Iok defende a abertura de um Centro de Saúde público no NAPE, após a construção dos novos edifícios da Administração. O pedido faz parte de uma interpelação escrita do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Segundo o legislador, actualmente, os residentes do NAPE são servidos pelo Centro de Saúde do Tap Seac, que tem uma das maiores coberturas da RAEM e maior número de utentes. No entanto, Leong indica que a capacidade do centro de saúde é limitada pelo que em 2027 vai surgir uma oportunidade para resolver o problema. “De acordo com a área de cobertura dos centros de saúde, actualmente, os residentes da zona do recebem serviços médicos e de saúde no Centro de Saúde de Tap Seac. No entanto, com o aumento da população verificado nos últimos anos, há uma necessidade urgente de um novo centro de saúde na zona do NAPE”, afirmou o deputado. “Com a conclusão, em 2027, dos edifícios de escritórios públicos nos lotes 25 e 12 no NAPE, espera-se que a oportunidade seja aproveitada para abrir o novo Centro de Saúde, para colmatar esta lacuna e aliviar a pressão sobre o Centro de Saúde de Tap Seac”, é acrescentado. O deputado defende que os edifícios pensados como escritórios para a Administração possam ser reconvertidos para expandir a rede de clínicas do território. Leong Sun Iok lamenta também que actualmente os residentes do NAPE apenas se possam deslocar ao Tap Seac, por considerar que as opções são limitadas. Além disso, aponta a falta de serviços de saúde, mesmo privados, naquela zona. “Como não existem actualmente instituições médicas públicas no NAPE, e são poucas as clínicas privadas, é difícil satisfazer as necessidades médicas e de cuidados de saúde dos residentes naquela área”, atira. Tap Seac com limitações Por outro lado, Leong Sun Iok destaca as limitações do Centro de Saúde do Tap Seac, apesar de admitir que estão identificadas e que os Serviços de Saúde têm planos para melhorar os espaços para as consultas. Na interpelação, o deputado recorda também que o Plano para uma Macau Saudável tem como pilares da política de saúde a detecção preventiva das doenças mais graves e o aprofundar da cooperação com as clínicas privadas. Por isso, e no caso de não haver planos de abertura de uma clínica, Leong Sun Iok questiona o Governo sobre como vai concretizar a política de detecção preventiva das doenças mais graves no NAPE, assim como a possibilidade de serem instalados equipamentos naquela zona. Na interpelação, Leong Sun Iok elogia ainda o desenvolvimento dos serviços médicos nos últimos anos, que considera que têm contribuído para melhorar a vida da população.
João Santos Filipe Manchete PolíticaRestauração | Chan Chak Mo pede mais apoios ao Governo O presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau reconheceu que existe um ambiente generalizado de “falta de crença” no futuro e que a guerra comercial entre os EUA e a China pode agravar ainda mais a situação O deputado e presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, Chan Chak Mo, defende o aumento dos apoios do Governo aos restaurantes e ao comércio local. As declarações foram prestadas aos órgãos de comunicação social em língua chinesa, na tomada de posse dos novos órgãos sociais da associação. De acordo com as explicações de Chan, os proprietários dos restaurantes estão muito preocupados com as mudanças nos padrões de consumo e no poder de compra dos visitantes. O deputado explicou que apesar do número de visitantes ter aumentado em Fevereiro e em Março, face ao período homólogo, que muitos restaurantes não estão a sentir os benefícios desse aumento. Os meses mais recentes foram mesmo caracterizados como períodos com receitas “sofríveis”, o que Chan afirmou contribuir para agravar a situação complicada da restauração. A este cenário junta-se um Ano Novo Lunar com um impacto muito diferente, e nem sempre de acordo com as expectavas. Segundo o empresário, os restaurantes junto aos grandes casinos foram beneficiados pela época alta do turismo. No entanto, o impacto para os outros restaurantes foi variável, e em muitos casos abaixo das expectativas. Por este motivo, Chan Chak Mo apelou ao Governo para lançar novas medidas de apoio, como o Carnaval Do Consumo, que começa na próxima semana, mas também a revitalização eficaz dos bairros antigos, maiores facilidades na emissão das licenças para os novos restaurantes e a criação de mais eventos de turismo, para levar os visitantes aos bairros comunitários. Receitas a descer A nível do seu negócio de restauração, Chan Chak Mo reconheceu que até os restaurantes nas zonas mais turísticas da cidade estão a sofrer, com as receitas a apresentarem quebras de 10 a 20 por cento. Quando tentou explicar estas alterações, Chan indicou a quebra da confiança na economia dos visitantes, o ambiente de incerteza económica no Interior e a redução do número de visitantes no pós Ano Novo Lunar. Face a todas as alterações, o presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau admitiu também que o sector atravessa uma fase de “falta de crença” generalizada. Neste contexto, e tendo em conta a possibilidade de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, Chan defendeu que o Governo deve adoptar mais medidas de apoio à restauração, como a distribuições de cupões de consumo e a realização de actividades nos bairros comunitários, para atrair turistas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSaúde | Sam Hou Fai diz que Hospital das Ilhas terá “influência internacional” Um centro médico de “primeira classe” e com “influência internacional”. Foi esta a promessa de Sam Hou Fai para o futuro do Hospital das Ilhas. O líder do Governo afirmou ainda que o Executivo está a trabalhar para que os residentes possam tratar doenças graves em Macau, em vez de procurarem tratamento no exterior O Chefe do Executivo afirmou que o Hospital das Ilhas, explorado pelo Hospital Peking Union Medical College, vai alcançar “influência internacional”. As declarações surgem no comunicado oficial de um encontro, à porta fechada, com o presidente honorário do Peking Union Medical College Hospital (PUMCH) e presidente da Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina, Zhao Yupei. Durante a reunião, que foi comunicada na terça-feira à noite, Sam Hou Fai afirmou que “com o esforço conjunto” o Governo e a instituição nacional “conseguirão definitivamente criar um centro médico de primeira classe com influência internacional, contribuindo para desenvolver o sector da ‘saúde + turismo’ e enriquecendo a indústria de da saúde compreensiva”. O Hospital das Ilhas é a aposta do Executivo para desenvolver Macau como um centro de turismo de saúde, tendo a exploração do espaço, construído com capitais públicos, sido atribuída ao Hospital Peking Union Medical College. Esta aposta também é encarada por Sam Hou Fai, e pelo seu antecessor Ho Iat Seng, como o caminho para alcançar a diversificação da economia do território. Actualmente, o Hospital das Ilhas é gerido como uma instituição privada, pelo que os residentes têm de pagar o preço de utilização. A excepção só se verifica quando os residentes são encaminhados pelos Serviços de Saúde para a instituição, acedendo a cuidados médicos nas condições de serviço público. Ficar em Macau Entre as declarações citadas no comunicado oficial, Sam Hou Fai apontou ainda o Hospital das Ilhas como a esperança para que os residentes deixem de ter de sair de Macau para tratar doenças mais graves. O líder do Governo disse que “para alcançar o objectivo de ‘Tratar doenças graves sem sair de Macau’, o Centro Médico de Macau expande gradualmente os seus serviços de consultas externas especializadas, o que demonstra claramente a determinação do Governo da RAEM no alargamento da cobertura de saúde e na optimização da distribuição de recursos médicos”. As declarações surgem depois da recente abertura das consultas externas especializadas a não-residentes de Macau, como trabalhadores, alunos e outras pessoas com autorizações especiais de fixação. No entanto, o objectivo passa por alargar o serviço a turistas de saúde. Neste aspecto, o governante indicou que a abertura das consultas externas “não só proporciona uma opção conveniente aos não-residentes de Macau, como também aumenta a atractividade para os residentes da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e dos países do Sudeste Asiático”. Durante o encontro foi também assinado o acordo sobre a “taxa de cooperação operacional 2025 do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital”. Contudo, o conteúdo do documento, não foi revelado, nem o eventual pagamento por parte do Governo à instituição do Interior da China.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Sobem transacções. Descem preços Em Fevereiro, foram compradas e vendidas 176 habitações, a uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. Em comparação com o que acontecia há um ano, os preços sofreram uma redução de 11,6 por cento, mas registaram-se mais 44 transacções No mês passado, o preço da habitação apresentou uma redução de 11,6 por cento, face ao período homólogo, para uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. A informação foi divulgada pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Em Fevereiro do ano passado, o preço médio do metro quadrado da habitação era de 86.225 patacas, 9.982 patacas acima dos valores mais recentes, divulgados na segunda-feira. Todavia, quando a comparação é entre Janeiro e Fevereiro deste ano, o preço médio das habitações apresenta uma valorização de 6 por cento, de 71.917 patacas por metro quadrado para 76.243 patacas por metro quadrado. A nível dos preços, a realidade é agora diferente do que acontecia em 2019. Antes da pandemia, o preço médio por metro quadrado era de 98.618 patacas, o que representa uma redução de 22,7 por cento, ou 22.375 patacas, face aos dados disponibilizados na segunda-feira. A informação sobre o mês passado mostra que Coloane foi a zona mais cara do território, com uma média de 83.5 71 patacas por metro quadrado. Na Taipa, o preço médio do metro quadrado foi de 82.471 patacas, e na Península de Macau de 72.986 patacas. Maior procura A maior redução dos preços parece ter resultado num aumento do número de compras e vendas de habitações. Em Fevereiro, registaram-se 176 transacções, mais 44 do que no período homólogo, quando se contabilizaram 132, o que significa um crescimento de um terço. Quando a comparação é feita entre o mês passado e Janeiro, houve menos 94 transacções, uma quebra de 34,8 por cento, de 270 compras e vendas para 176 transacções, em Fevereiro. No entanto, em 2019, antes da pandemia da covid-19, o mercado apresentava-se mais activo do que acontece actualmente. Em Fevereiro de 2019, foram registadas 279 transacções, mais 103 do que no mês passado. Contudo, em termos do volume de transacções, os números de Fevereiro de 2019 aproximam-se do registo de Janeiro deste ano. Os dados mais recentes revelam igualmente que a Península de Macau foi o local com mais transacções, um total de 126 compras e vendas de habitação. No segundo lugar surgem a Taipa com 36 transacções e Coloane, onde se registaram 14 compras e vendas de habitação.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCinema | Anunciadas novas orientações para filmagens O atropelamento de 12 pessoas durante a gravação de uma cena de perseguição vai levar o Instituto Cultural a mudar as instruções para as equipas de filmagens no território. As autoridades querem ter mais informação sobre os planos e cenas gravadas A presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, revelou que vão ser emitidas novas orientações para as equipas de filmagens a trabalhar no território. A informação foi revelada ontem, e surge na sequência de um acidente de viação, ocorrido em Fevereiro, durante a rodagem de um filme. Segundo Deland Leong, os diferentes departamentos do Governo estão actualmente em comunicação para ultimarem os novos planos e instruções. A partir do momento em que novas equipas de filmagem pretendam vir a Macau, as instruções vão ser distribuídas e terão de ser seguidas. As novas directrizes prevêem igualmente que as equipas de produção têm de fornecer planos mais detalhados sobre as filmagens em Macau, com a necessidade de indicarem a utilização de estradas, encerramento de ruas e condução de veículos. A partir desses planos, as autoridades vão ouvir os diferentes departamentos, como o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego, para garantir que as filmagens decorrem num ambiente mais seguro e controlado. À comunicação social, Deland Leong Wai Man defendeu que seguindo este novo método, com pedidos de informações mais detalhados, a indústria do cinema vai ter um desenvolvimento mais saudável, face ao contexto actual. Rodagem suspensa Ao mesmo tempo, a responsável pelo IC confirmou a manutenção da ordem de suspensão da equipa do filme que esteve na origem de um acidente com 12 feridos, entre eles duas crianças com 5 e 6 anos de idade. O acidente aconteceu no final de Fevereiro, quando um condutor perdeu o controlo do automóvel durante a filmagem de uma cena de perseguição. Mais tarde, o caso ganhou outras dimensões quando as autoridades revelaram que a cena de perseguição estava a ser filmada, pela equipa do Interior, à margem das orientações emitidas. Sobre este episódio, Leong informou que ainda está a ser alvo de discussão, pelo que não podem ser emitidas quaisquer conclusões. Todavia, a responsável admitiu que está em cima da mesa a hipótese de cancelar a licença para gravar em Macau, dado que a equipa não seguiu as orientações inicialmente emitidas. A presidente do IC foi ainda questionada sobre se o incidente pode contribuir para que as grandes produções comecem a evitar o território. No entanto, Leong afastou este cenário e destacou que no ano passado mais de 300 equipas de filmagens do exterior estiveram em Macau, o que disse ser o número mais alto da história. A líder do IC apontou ainda que Macau é um destino cada vez mais atractivo para a gravação de filmes.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCultura | Miguel de Senna Fernandes distinguido como embaixador O nome do macaense consta numa lista, com 942 individualidades, elaborada pelo Ministério da Cultura e Turismo da China. O embaixador tem como funções a promoção e protecção do património cultural imaterial Miguel de Senna Fernandes foi distinguido como embaixador do Património Cultural Imaterial Nacional. A lista com um total de 942 nomes foi anunciada, na noite de segunda-feira, pelo Ministério da Cultura e Turismo da China. Desde 2021 que o Teatro em Patuá faz parte da lista de Património Cultural Imaterial da China. Miguel de Senna Fernandes foi escolhido como embaixador pelo seu papel no grupo Dóci Papiaçám, além de co-fundador é ainda o dramaturgo e encenador. “Sinto-me muito honrado e naturalmente feliz. Mas, principalmente honrado por ter sido escolhido. Agora, a responsabilidade, que já era grande, passa a ser maior”, afirmou Senna Fernandes, em declarações ao HM. “Ao longo destes anos, contei sempre com um grupo de pessoas muito talentosas e este prémio é deles. Esta distinção não é individual, neste tipo de coisas nunca é um trabalho individual, é um trabalho de grupo. Foi através do grupo que se exteriorizou aquilo que foi criado”, acrescentou. De acordo com o comunicado oficial do Governo Central, a figura do embaixador do Património Cultural Imaterial Nacional tem como funções assegurar a promoção e protecção do património cultural. Além da ligação a manifestações culturais protegidas, o comunicado indica que as pessoas são escolhidas por apresentarem “uma boa moral” e “excelente competência” para protegerem e garantirem a transmissão do património cultural imaterial. “Espera-se que os embaixadores do património cultural imaterial nacional desempenhem um papel exemplar, realizem activamente actividades de herança, cultivem sucessores e contribuam mais para a protecção do património cultural imaterial”, foi indicado no comunicado com as novas nomeações. Mais garantias Em declarações prestadas ao HM, Miguel de Senna Fernandes revelou ainda ver a distinção como uma “importantíssima garantia” para a sobrevivência do Teatro em Patuá, com as características do teatro macaense. “É uma garantia importantíssima da sobrevivência do teatro com todas as características que ao longo dos anos fomos firmando”, frisou o dramaturgo. “Quando antigamente falávamos para pessoas que não entendiam este tipo de piadas, de humor, tínhamos algumas reticências. Mas, hoje em dia, parto do princípio que conhecem, ou devem conhecer, o tipo de humor que colocamos em palco”, apontou. “O grupo Dóci Papiaçám sempre apresentou um teatro satírico, que visou os costumes, sejam eles quais forem, com crítica social, escárnio e maldizer. É o histórico do teatro maquista. O teatro macaense é isto. É claro que podemos fazer teatro em patuá, mas sem estas características pode não ser teatro maquista”, argumentou. Espaço para a comunidade Miguel de Senna Fernandes destacou igualmente a importância da distinção para a comunidade. “É muito bom, porque, pelo menos, nesta área da cultura, a comunidade tem um papel que continua a ser relevante e isto é importante”, considerou. “Estamos a ver uma Macau bem diferente do que era e neste mar de gente, numa espécie de cultura – à falta de melhor expressão – mais monolítica, o teatro, a cultural macaense ser relevante é algo bom para a comunidade e isto é importante”, destacou. A próxima actuação do grupo Dóci Papiaçám está agendada para os dias 30 e 31 de Maio, no âmbito do 35.º do Festival de Artes de Macau, com o nome Cuza Tá Renâ? (Que se Passa?, em português). A peça será apresentada no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. O macaense não arrisca antever que a distinção se vá reflectir num maior impacto ao nível da presença do público. Contudo, admite que a expectativa da organização do festival passa por ter casa cheia. Sonhos por cumprir Em relação ao futuro do teatro em patuá e dos Dóci Papiaçám, Senna Fernandes confessa que o “grande sonho” nesta fase passa por regressar a Portugal para actuar. A última vez que o grupo actuou em Portugal foi em 1999, ainda antes da transferência de soberania de Macau para a China. “O sonho é ir a Portugal”, confessou. “É uma questão de dinheiro e de logística. No ano passado, o coro foi a Portugal, mas agora queremos levar o teatro e estou a trabalhar seriamente nisto”, indicou. “A última vez que o teatro foi a Portugal foi em 1999. E nunca mais lá fomos! Não pode ser! Temos de quebrar este silêncio”, acrescentou, em tom bem-humorado. No entanto, Portugal não é o único objectivo. O co-fundador acredita também que no futuro vai ser possível ter uma actuação no Interior da China, embora admita que os moldes dessa actuação, apesar da vontade, não estão pensados. Crença e costume Em relação a Macau, além de Miguel de Senna Fernandes, consta na lista o nome de Lo Seng Chung, como embaixador da Crença e Costumes de Tou Tei. As crenças de Tou Tei dizem respeito a um dos deuses chineses mais conhecidos, também chamado como “Tou Tei Kong”, “Foc Tac Cheng San” ou “Tai Pak Kong”. De acordo com o Instituto Cultural, é “um dos mais populares deuses chineses” e tido pelos crentes “como responsável por assuntos como a protecção da vida, a saúde e a riqueza dos residentes, entre outros aspectos”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRestauração | Lucros de empresa de Chan Chak Mo caem 87,7% No espaço de um ano, os lucros da Future Bright encolheram em 42,6 milhões de dólares de Hong Kong. O grupo aponta como principais razões para a quebra o abrandamento económico e a concorrência dos espaços comerciais no outro lado da fronteira A Future Bright, grupo de restauração detido por Chan Chak Mo, alertou os investidores para uma quebra nos lucros de cerca de 87,7 por cento, para 6 milhões de dólares de Hong Kong. O aviso foi deixado num comunicado à Bolsa de Hong Kong, em que é apresentada parte dos resultados não auditados da companhia. Os resultados esperados contrastam com os resultados de 2023, quando foi registado um lucro de 48,6 milhões de dólares de Hong Kong. Ao contrário desse ano, em que todos os trimestres geraram lucros para o grupo superiores a 10 milhões de dólares de Hong Kong, no ano passado em dois semestres foram acumulados prejuízos. E no segundo trimestre, o prejuízo atingiu 8,2 milhões de dólares de Hong Kong. A situação de redução dos lucros é justificada com os menores gastos dos turistas em Macau e Hong Kong. Apesar desta diminuição, a Future Bright não deixa de reconhecer que os dois territórios até receberam mais visitantes do que no ano precedente. “As operações do Grupo em Macau e Hong Kong continuaram a enfrentar desafios, à semelhança do que acontece com muitos operadores de restauração e bebidas, incluindo o abrandamento económico, a fraca confiança dos consumidores, a tendência predominante de consumir no Interior, a intensa concorrência e o aumento dos custos operacionais”, foi explicado. Todos estes desafios afectaram a rentabilidade do Grupo durante o ano”, foi acrescentado. Fragilidade local Como consequência do menor consumo, o segmento do negócio que se dedica à restauração e catering apresentou perdas de 3,6 milhões de dólares de Hong Kong, em comparação com os lucros de 24,4 milhões do ano anterior. O negócio de vendas de bolos secos e lembranças afirmou-se como o mais lucrativo, ao gerar 15,9 milhões de dólares de Hong Kong, enquanto o ramo de imobiliário gerou lucros de 1,1 milhões de dólares de Hong Kong. Finalmente, o grupo apresentou ainda perdas com outras despesas de 7,4 milhões de dólares de Hong Kong. Em termos de mercados, os principais lucros foram gerados em Hong Kong, com ganhos de 4,4 milhões de dólares de Hong Kong, enquanto em Macau os lucros foram de 1,6 milhões de dólares. No ano passado, após perdas crónicas, a Future Bright deixou de estar presente no Interior. Apesar dos resultados, a administração mostrou-se confiante no futuro: “O conselho de administração está optimista e acredita que o grupo beneficiará da recuperação contínua das despesas com viagens e turismo em Macau e Hong Kong”, pode ler-se no comunicado assinado por Chan Chak Mo, administrador da empresa. Além disso, os administradores prometem ajustar as estratégias comerciais a nível do menos, preços e marketing, para melhorarem a competitividade.
João Santos Filipe Manchete SociedadeInfluenza | Infecções em queda após pico de Janeiro Em Fevereiro, registaram-se menos casos de doenças de declaração obrigatória, o que se deveu à ultrapassagem do pico de gripe, ocorrido em Janeiro. Também diminuíram os casos de norovírus e escarlatina Em Fevereiro, foram registados 1.252 casos de gripe, uma redução de 42,8 por cento face às 2.190 ocorrências de Janeiro. Os números foram divulgados na manhã de ontem pelos Serviços de Saúde (SS), no âmbito da informação sobre as doenças de declaração obrigatória em Fevereiro. Os casos de gripe em Macau estavam a subir desde Dezembro, pelo que Fevereiro representa a primeira variação negativa em dois meses. No último mês do ano passado, o número de casos detectados de influenza tinha sido de 732. Quando a comparação é feita entre Fevereiro deste ano e Fevereiro do ano passado, os números mostram uma redução de 28,2 por cento das ocorrências, que no período homólogo tinham sido de 1.744 casos. No total, em Fevereiro de 2025, os SS registaram 1.539 casos de doenças de declaração obrigatória, uma redução significativa face às 2.529 ocorrências de Janeiro, que em grande parte se explicam com a redução nos números da gripe. Além da gripe, as outras doenças mais activas foram as infecções por norovírus, o principal patogénico da gastroenterite não bacteriana, e a escarlatina. Em relação às infecções por norovírus, foram relatados 62 casos, o que significou uma redução de 24,4 por cento em relação aos 82 casos registados em Janeiro. Quando a comparação é feita com o período homólogo, Fevereiro de 2024, a diminuição é mais acentuada, de 40,4 por cento, dado que nesse mês tinham sido registados 104 casos. De acordo com os SS, a infecção por norovírus é uma doença do tracto gastrointestinal, transmitida principalmente pelo consumo de alimentos ou água contaminados, mas também pelo contacto com vómitos ou excrementos dos doentes, ou outros materiais contaminados. Pode ainda ser transmitida por gotículas de saliva no ar. Menos escarlatina No mês de Fevereiro de 2025, foram ainda contabilizados 60 casos de escarlatina, o que correspondeu a uma redução de 38,1 por cento em relação aos 97 casos registados em Janeiro. Face a Fevereiro de 2024, a redução foi mais acentuada, atingido os 60,5 por cento, face aos 152 casos desse mês. Segundo os SS, a escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A. Geralmente, o período de incubação é de 1 a 3 dias. A doença é transmitida principalmente através de contacto com as secreções orais ou respiratórias ou salpicos de saliva de doentes infectados. Os infectados estão numa situação de elevado contágio, quer antes, quer depois da manifestação da doença. As pessoas podem contrair escarlatina em qualquer período do ano, mas o pico desta doença ocorre geralmente na Primavera e no Inverno e infecta principalmente crianças entre os dois e os oito anos de idade.
João Santos Filipe Manchete PolíticaComércio | Pedidas mudanças no arrendamento público O legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, Leong Sun Iok, pede ao Governo que apresente alternativas para acabar com as lojas desocupadas durante vários anos e promover a diversificação económica O deputado Leong Sun Iok defende uma nova política de arrendamento dos espaços comerciais geridos pelo Governo nos edifícios de habitação pública. A posição foi tomada através de uma interpelação escrita, para fazer face à redução do número de arrendamentos. Com o objectivo de promover a diversificação da economia, Leong indica a necessidade de aplicar ao arrendamento destes espaços o mesmo tipo de estratégia que foi adoptado no arrendamento dos espaços de restauração do mercado do Patane. Neste espaço, indica o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), a escolha dos inquilinos teve por base critérios como “o plano de negócios, a experiência, qualificações e a diversidade dos produtos” vendidos. Este foi um método que Leong indicou ser mais “flexível” e que traduz uma postura do Governo “mais consciente” da realidade actual. No entanto, o legislador lamenta que nas lojas arrendadas nas habitações públicas a escolha ainda seja feita através de um sorteio entre os candidatos interessados, como determinado pelo Decreto-Lei sobre o Regulamento da Concessão, Arrendamento e Cedência Gratuita de Espaços em Edifícios de Habitação Social para o Exercício de Actividades Comerciais. Este é um documento que deputado considera desactualizado, por estar “em vigor há mais de 30 anos”, pelo que questiona o Executivo sobre a vontade de substituí-lo para “ter em conta factores como o actual ambiente social e a situação do mercado”. A pensar na mudança De acordo com a versão apresentada pelo deputado, em Abril do ano passado havia 12 lojas vagas e algumas sem qualquer inquilino desde Março de 2018. “A falta de regularidade na realização de concursos públicos para as lojas de habitação pública não favorece a revitalização e o funcionamento eficaz dos recursos e dificulta o planeamento antecipado dos residentes de acordo com a procura prevalecente no mercado”, criticou. Por isso, Leong questiona o Governo sobre a possibilidade de criar um mecanismo de atribuição do arrendamento destes espaços a cada três meses ou a cada seis meses, para acabar com as situações em que as lojas ficam vários anos desocupadas. Numa altura em que vários espaços comerciais nos bairros residenciais encerram portas ou enfrentam dificuldades para competir com os preços em Zhuhai, Leong Sun Iok defende que se siga o exemplo de Hong Kong. Na perspectiva do legislador, o Governo devia ponderar criar um novo programa, para jovens empreendedores, com menos de 35 anos, em que não há uma renda fixa, e os arrendatários apenas têm de pagar 20 por cento dos lucros líquidos obtidos com o negócio.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFogo | Dois incêndios levam duas mulheres ao hospital Os incêndios de ontem no Edifício Hoi Fu e no Edifício Jardim Iat Lai fizeram subir para seis o número de fogos em habitações no espaço de um mês. As mulheres levadas para o hospital foram consideradas em situação estável Duas mulheres foram ontem transportadas para o hospital, na sequência de um incêndio que deflagrou no Edifício Hoi Fu. Este foi um dos dois incêndios de ontem em edifícios habitacionais que fez subir para seis o número de ocorrências no espaço de um mês. De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, citada pelo canal chinês da Rádio Macau, na origem das chamas terá estado um curto-circuito num ar-condicionado. Nenhum dos ocupantes da casa sofreu ferimentos graves, mas duas mulheres, com 66 e 32 anos, tiveram de ser transportadas para o hospital, devido à inalação de fumos. Além das duas mulheres feridas, mais cerca de 60 residentes tiveram de abandonar as habitações, temporariamente, tendo regressado a casa posteriormente. O incêndio, que aconteceu no 29.º andar, provocou chamas de grande dimensão que acabaram por ser extintas pelos bombeiros. Após a intervenção, os bombeiros indicaram que todo o apartamento ficou com marcas de fumo, embora algumas divisões tenham sido afectadas de forma mais ligeira. A dobrar Além do caso no Edifício Hoi Fu, o Corpo de Bombeiros voltou a ter de entrar em acção, por volta das 9h, no Toi San. Segundo a informação disponibilizada, deflagrou um incêndio no Edifício Jardim Iat Lai que fez com que cerca de 30 pessoas tivessem de abandonar temporariamente as habitações. Ao contrário da primeira ocorrência da manhã, não houve necessidade de transportar qualquer dos habitantes do edifício para o hospital, e as chamas foram extintas por um dos administradores do edifício. Neste caso, suspeita-se de fogo posto, dado que foram encontrados vestígios de papéis queimados no sétimo andar, perto do local onde as chamas terão deflagrado. Em reacção ao fogo no Edifício Hoi Fu, o Instituto de Acção Social (IAS) indicou que seguiu o primeiro caso com muita atenção e enviou equipas de auxílio para o local. Os ocupantes do apartamento mais afectado precisaram de abrigo. Além disso, não se registaram mais pedidos de auxílio. No caso do Edifício Jardim Iat Lai, o IAS indicou que não recebeu qualquer pedido de ajuda, apesar de estar disponível para dar resposta a qualquer solicitação. Nos últimos tempos, o território tem atravessado uma vaga de incêndios em edifícios habitacionais, o que levou alguns deputados, como Lo Choi In e Si Ka Lon, a pedirem às autoridades para adoptarem novas medidas de segurança. Lo Choi In, deputada ligada à comunidade de Jiangmen, mostrou-se preocupada com o facto de no incêndio do Edifício do Lago o alarme não ter funcionado. Por sua vez, Si Ka Lon apelou ao Governo para ponderar a hipótese de financiar a utilização de gás natural, ao apoiar a instalação nos edifícios locais dos canos de distribuição.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJockey Club | Abortado plano para enviar 100 gatos para Zhuhai O Macau Jockey Club pretendia enviar 100 gatos para Zhuhai, mas abortou o plano depois de ter sido pressionado por cidadãos e associações de protecção dos animais O Macau Jockey Club e o Instituto para os Assuntos os Municipais (IAM) cancelaram um plano para enviar cerca de 100 gatos para Zhuhai, para um destino que as autoridades não quiseram revelar. A polémica estalou ao final do dia de quinta-feira, quando começou a circular a informação de que cerca de 100 gatos, criados no Macau Jockey Club, iam ser enviados para Zhuhai, na tarde do dia seguinte. Contudo, a falta de garantias sobre a segurança dos animais levou vários cidadãos e associações de protecção de animais a mobilizarem-se online, mas também através dos órgãos de comunicação de Hong Kong, para impedirem o desfecho que se adivinhava trágico para os animais. Ao mesmo tempo, começavam também a surgir acusações de que o Macau Jockey Club tinha promovido uma campanha de adopções de “fachada”, com pouca promoção, apenas durante dois dias, da qual só resultaram quatro adopções. Além disso, a instituição terá recusado que alguns cidadãos e associações de protecção dos animais ficassem com vários gatos, com a justificação de que não haveria mais animais para adopção. Face às crescentes críticas públicas, na sexta-feira de manhã, o IAM emitiu um comunicado a defender o Macau Jockey Club e a garantir que Zhuhai tinha condições para receber os animais. Contudo, o IAM nunca identificou o local para onde iriam ser levados os gatos. “Tendo em consideração o bem-estar dos animais, o IAM está satisfeito com a esterilização dos gatos realizada pelo Macau Jockey Club e com as medidas tomadas”, foi indicado. “Recentemente, este Instituto procedeu à inspecção sanitária dos referidos gatos, incluindo a introdução de microchips, vacinação anti-rábica e examinação clínica. O IAM irá emitir os documentos sanitários necessários para a passagem fronteiriça dos gatos exportados, em estrita conformidade com as disposições nacionais, prestando apoio na passagem fronteiriça”, foi acrescentado. O instituto liderado por Chao Wai Ieng veio ainda defender o Jockey Club ao assegurar que tinha recorrido a “vários canais para que alguns gatos fossem adoptados pelos seus trabalhadores e pelo público”. Afinal havia outra Com a polémica a ganhar tracção não só em Macau, mas também em Hong Kong, Mary Jean Reimer, actriz, advogada e activista pelos direitos dos animais de Hong Kong, disponibilizou-se para adoptar todos os animais. Reimer, que é casada com Sean Hotung, da famosa família Hotung, apresentou ainda um plano para levar os gatos para um terreno no Interior, onde garantia a segurança dos animais. Por esta altura, também Zoe Tang, presidente da ANIMA, revelou em declarações ao portal All About Macau que estava a tentar contactar o Jockey Club e a proprietária e deputada Angela Leong para impedir o desfecho, embora sem sucesso. A ANIMA mostrava-se ainda receptiva a ficar com os animais, até que pudesse levar a cabo mais campanhas de adopção. Em vários grupos online de defesa dos animais de Macau, Angela Leong tornava-se também alvo de várias críticas, com acusações de que não tinha aprendido nada sobre a forma como tinha lidado com os 500 galgos no Canídromo, que acabaram abandonados no local, com as associações locais, conjuntamente como IAM, a promoverem campanhas internacionais de adopção. Mudança final Como consequência da polémica e do desagrado face à atitude das as autoridades, por volta das 17h30, o Macau Jockey Club anunciou ter cancelado o envio dos animais para Zhuhai, com cerca de 60 felinos a serem enviados para outras associações. Em comunicado, a empresa sublinhava igualmente “respeitar e valorizar as preocupações e opiniões dos grupos de protecção dos animais” e que ia promover uma campanha de adopções com a ANIMA. O Macau Jockey Club destacou ainda cumprir sempre “as suas responsabilidades sociais”. Além disso, foi organizada uma nova campanha de adopções, em parceria com a ANIMA, que decorreu ontem e que disponibilizava cerca de 30 gatos para adopção. No caso de não serem todos adoptados, está prevista a continuação da campanha no próximo fim-de-semana.
João Santos Filipe Manchete PolíticaOrçamento | Kevin Ho defende subsídios só para quem mais precisa Numa altura em que se espera a apresentação das Linhas de Acção Governativa, as primeiras do novo Governo, Kevin Ho apela à precisão na distribuição de apoios sociais O deputado de Macau na Assembleia Popular Nacional e empresário Kevin Ho defende que o Governo deve ser cauteloso com o orçamento da RAEM, e fazer uma distribuição mais precisa dos apoios sociais. A mensagem foi deixada através de declarações prestada à TDM. “No que diz respeito aos beneficiários da assistência social, o Governo tem de ser mais preciso na sua distribuição. Os que têm mais necessidades devem receber mais”, afirmou o empresário. Nos últimos tempos, vários representantes de diferentes associações têm defendido uma nova distribuição de apoios, apesar de oficialmente o orçamento da RAEM não ser deficitário. No primeiro mês do ano, o orçamento teve um superavit de 3,68 mil milhões de patacas, menos 1,74 mil milhões de patacas do que no primeiro mês do ano passado. “Quer se trate dos subsídios anteriores, em dinheiro, ou das várias políticas preferenciais para os residentes, como a distribuição dos dividendos das receitas da RAEM […] os que têm maiores necessidades devem receber mais apoio”, justificou o empresário. Um dos apoios que tem sido visado por alguns deputados e associações é o programa de comparticipação pecuniária, também conhecido como o “cheque pecuniário”, de 10 mil patacas para residentes permanentes e 6 mil patacas para residentes não-permanentes. Embora não tenha sido visado por Kevin Ho, foram várias as vozes políticas locais que pediram a eliminação do apoio para os residentes que não vivem pelo menos metade do ano na RAEM. Confiança no Governo A emissora pública ouviu também Lao Chi Long, empresário local e membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), que apesar de reconhecer as limitações no estado actual da economia, mostrou confiança no Executivo de Sam Hou Fai para dar a volta à situação. “Embora a economia possa não ter um desempenho tão bom quanto o esperado, estou confiante que o Governo da RAEM tem a capacidade de mudar esta situação e implementar mais políticas para impulsionar um desenvolvimento económico positivo”, afirmou Lao, citado pelo Canal Macau. Nos últimos tempos, têm surgido cada vez mais pedidos de apoio às pequenas e médias empresas que não estão a beneficiar do aumento do número de turistas do Interior. Também diferentes representantes do mercado imobiliário, como o ex-deputado Ung Choi Kun, têm defendido políticas de apoio a empresários, construtoras e redução de impostos, para promover mais compras e vendas de casas e espaços comerciais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeExplosão | Taiwan revela morte de menina ocorrida em Macau A informação da morte da menina de dois anos em Macau apenas foi confirmada pelos Serviços de Saúde (SS), depois de ter sido revelada, em primeira mão, pelos órgãos de comunicação social da antiga Formosa. Os SS consideram que atenderam a “todas as necessidades” da vítima e da família em tempo útil Faleceu a menina de dois anos que tinha sido atingida por detritos projectados por uma explosão em Taiwan. Apesar do óbito ter acontecido na sexta-feira, no Centro Hospitalar Conde São Januário, a informação foi divulgada na noite de quarta-feira pelos órgãos de comunicação social de Taiwan. O caso remonta a 13 de Fevereiro, quando uma família com sete elementos de Macau estava a fazer turismo em Taichung e foi atingida por vários objectos projectados para a rua, devido a uma explosão no 12.º andar de um centro comercial. Nesse dia, foram declarados mortos dois residentes, os avós da família. Contudo, a menina de dois anos, neta das outras vítimas mortais, ficou em coma, com lesões cerebrais, ligada à máquina e a lutar pela vida. A menina foi transportada para Macau a 26 de Fevereiro, permanecendo sempre em coma, e internada no Centro Hospitalar Conde São Januário. Na sexta-feira à noite, 7 de Março, acabou por falecer. A informação foi comunicada aos meios de comunicação social de Taiwan pelo homem que no dia do acidente ajudou a transportar a menina de urgência para o hospital. No entanto, a informação do óbito não foi comunicada em Macau. A informação apenas foi tornada pública, depois notícia ter sido avançada pelos órgãos de comunicação social de Taiwan, onde o caso ainda está a ser investigado e promete muitos desenvolvimentos, pela necessidade de serem apuradas responsabilidades sobre o acidente e pagas as compensações às famílias das vítimas. Do acidente, no que diz respeito a vítimas de Macau, resultaram outros quatro feridos que recuperaram sem problemas. Atrás do prejuízo Com a informação dos órgãos de comunicação social de Taiwan a ser divulgada nas redes sociais, e a chegar a alguns órgãos de comunicação social locais, os Serviços de Saúde acabaram por emitir um comunicado, na madrugada de quinta-feira, em chinês. A informação em português apenas foi disponibilizada de manhã. “Os Serviços de Saúde informaram que, após a obtenção do consentimento da família, foi agora anunciado que a menina de Macau que ficou ferida na anterior explosão de gás em Taichung morreu no Hospital Conde de S. Januário no dia 7 deste mês”, foi confirmado. As autoridades defenderam ainda a qualidade dos serviços prestadas à vítima e à família: “Os Serviços de Saúde manifestaram profundo pesar pela morte da menina e apresentaram as mais profundas condolências à sua família, também foram prestados apoio emocional e serviços de aconselhamento aos familiares e atendidas as suas necessidades em tempo útil”, foi acrescentado. Críticas online Com a notícia do óbito por parte dos órgãos de comunicação de Taiwan, surgiram vários comentários online a lamentar o sucedido e a desejar as condolências à família. No entanto, a postura do Governo e dos órgãos de comunicação social de Macau foi igualmente alvo de várias críticas, face à incompreensão pelo facto do desfecho deste caso, que foi altamente mediático, apenas ter sido conhecido através dos órgãos de comunicação social de Taiwan. Em alguns dos grupos de conversação mais populares do território em chinês tradicional lamentava-se a falta de transparência do Governo da RAEM e a falta de vontade dos órgãos de comunicação social para noticiarem eventos fora da agenda do Governo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCombustíveis | Pedida nova equipa para controlar preços A associação Poder do Povo, presidida por Lam Weng Ioi, afirma que os produtos e serviços derivados do petróleo têm preços excessivos no território e pede uma supervisão séria por parte das autoridades A associação Poder do Povo defende a criação de um grupo de trabalho para controlar as flutuações dos preços ligados aos produtos derivados do petróleo em Macau. A posição foi tomada pelo presidente Lam Weng Ioi, através de uma carta entregue na sede do Executivo. De acordo com a mensagem divulgada ontem, a associação considera “evidente” que os preços precisam de ser regulamentados porque “se mantêm” sempre “muito elevados”, com uma média superior a 14 patacas por litro de gasolina, apesar do preço do crude sofrer várias flutuações. Na perspectiva da associação dirigida por Lam, a necessidade de supervisão fica ainda mais clara, quando actualmente os preços praticados são muito semelhantes aos que eram cobrados em outras alturas quando o preço do petróleo era muito mais alto. “O aumento dos preços destes bens de primeira necessidade está invariavelmente a aumentar os encargos da população”, é argumentado. Por isso, a associação Poder do Povo sugere um grupo para “monitorizar e controlar os preços” dos derivados do petróleo, e em principalmente aqueles dos bens ou serviços com maior impacto na vida da população, como o preço dos combustíveis, transportes, comunicações e electricidade. “As empresas relevantes devem ser sujeitas a licenciamento e supervisão”, foi indicado. A associação indica também que as empresas “que exploram serviços públicos devem ser obrigadas a divulgar informações sobre os preços e a limitar os seus lucros, devendo os seus dados financeiros ser auditados e publicados”. “O Governo deve avaliar os preços e o desempenho operacional das empresas em causa e rever regularmente as licenças, bem como introduzir mais concorrentes através de concursos públicos regulares”, foi acrescentado. Luta eterna Também na carta a associação se insiste numa das suas principais bandeiras, o controlo da emissão de autorizações para trabalhadores não residentes. “De acordo com as queixas dos nossos membros, algumas empresas controladas ou fiscalizadas pelos serviços públicos, como parques de estacionamento ou outros serviços subcontratados pelos serviços públicos, estão cheias de trabalhadores não residentes, para trabalhos como limpezas, gestão de condomínios e até engenharia”, foi indicado. “Não apoiamos a discriminação dos trabalhadores não residentes, mas o Governo deve tomar a iniciativa de incentivar estas empresas a contratarem mais trabalhadores residentes, principalmente na situação económica actual”, foi frisado. “A prioridade dos trabalhadores locais no acesso ao emprego não deve ser apenas um slogan vazio”, foi concluído.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEconomia | Lei Chan U pede explicações sobre turismo de saúde O deputado dos Operários pede ao Executivo que apresente as medidas que vai adoptar para fomentar a indústria do turismo de saúde, que é vista como um dos pilares da diversificação económica O deputado Lei Chan U pretende que o Governo apresente as medidas que vão ser adoptadas para concretizar a política de exploração do turismo de saúde. A pergunta faz parte de uma interpelação escrita, e surge depois do Hospital das Ilhas ter entrado em funcionamento, em Setembro do ano passado. Segundo o deputado, o Executivo indicou que o caminho para explorar o turismo de saúde passava pela criação de parcerias entre as autoridades, as concessionárias de jogo e os diferentes serviços médicos. Contudo, legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) considera que é necessário disponibilizar mais informação sobre o que realmente se pretende para o sector e como se vão concretizar os objectivos: “Qual é o ponto de situação sobre o aproveitamento do Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital como catalisador para atrair mais turistas de saúde e promover o desenvolvimento deste sector em Macau?”, questiona o deputado dos Operários. “E que medidas concretas foram adoptada pelo Governo para efectivamente aplicar esses planos?”, acrescenta. Segundo o entendimento de Lei Chan U, com o Hospital das Ilhas em funcionamento desde Setembro de 2024 é necessário “reforçar gradualmente o seu papel e as suas funções na promoção do desenvolvimento do sector”. Hospitais de dia Além de pedir na interpelação escrita que se passe do papel à realidade, Lei Chan U questiona o Executivo sobre os planos para criar os chamados “hospitais de dia”. Inicialmente apresentada no ano passado, a ideia passa por criar novas unidades de saúde no sistema de licenciamento, que ocupem uma função intermédia, entre as clínicas e os hospitais. De acordo com os moldes apresentados, e citados por Lei Chan U, a criação das novas unidades de saúde implica a alteração do regime de licenciamento das instituições de saúde. E o Governo prometeu uma nova consulta pública neste sentido. Porém, ainda não se verificaram desenvolvimentos. Como tal, Lei pede um ponto da situação: “A Administração indicou que vai lançar uma consulta pública sobre o aumento do número de licenças para os hospitais de dia no primeiro trimestre de 2025. Qual é o ponto da situação dos trabalhos preparatórios da consulta pública? Quando está previsto o início da consulta pública?”, interroga. Apresentado como um dos grandes projectos na área da saúde em Macau, o Hospital das Ilhas abriu no ano passado, em Setembro. No entanto, ao contrário do que chegou a ser esperado não é um hospital público, e a gestão foi entregue a uma entidade privada, o Peking Union Medical College Hospital. Quando pretendem utilizar estes serviços, os residentes têm de pagar como qualquer turista ou outro cliente. A única forma de serem atendidos em condições iguais às do sector público acontece quando os residentes são encaminhados para este hospital pelos Serviços de Saúde.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMedicamentos | Detectada loja envolvida em distribuição ilegal A acção das autoridades decorreu na quarta-feira, e resultou na apreensão de mais de 500 caixas de medicamentos antivirais para a hepatite B e injecções hipoglicemiantes. Os visados arriscam uma multa que pode chegar às 700 mil patacas As autoridades anunciaram ter detectado uma loja, nas Portas do Cerco, que se dedicava à distribuição de medicamentos importados para o território sem autorização legal. O caso foi revelado na noite de quarta-feira, através de um comunicado do Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF) e dos Serviços de Alfândega (SA). De acordo com a informação divulgadas, as autoridades “realizaram uma acção conjunta e apreenderam mais de 500 caixas de medicamentos antivirais para a hepatite B e injecções hipoglicemiantes que não tinham sido registados e aprovados para importação pelo ISAF”. As injecções hipoglicemiantes são utilizadas por pessoas com diabetes, uma condição que se caracteriza por níveis muito elevados de açúcar no sangue. A hepatite B é uma doença viral, que tende a afectar o fígado e que pode evoluir para outras doenças como cirrose ou até cancro do fígado. Pode ser transmitida através da partilha de seringas, relações sexuais e outros contactos sanguíneos. A loja, identificada como uma “agência comercial na zona das Portas do Cerco”, estava “envolvida no fornecimento de medicamentos sem licença e na importação ilegal de medicamentos”. Após a operação, o ISAF abriu um processo para investigação deste caso, enquanto os SA “procederam à acusação contra o responsável da loja em relação à violação das disposições da importação de produtos”. Multa até 700 mil patacas Após a divulgação do caso, o ISAF e os SA fizeram um comunicado a garantir que “combatem em conjunto as actividades ilegais através da partilha de informações, comunicação e colaboração interdepartamentais”. Além disso, foi deixado um alerta aos infractores que podem se obrigados a pagar multas, e até assumir responsabilidade criminal. “Segundo a legislação em vigor relativa às actividades farmacêuticas, só podem fornecer medicamentos os estabelecimentos com licença concedida pelo ISAF”, foi explicado. “Além disso, a importação de medicamentos também está sujeita à autorização prévia e licença de importação concedidas pelo ISAF. O infractor poderá ser punido com multa de até 700 mil patacas e para circunstâncias graves, o infractor poderá assumir responsabilidade penal”, foi acrescentado. O ISAF pediu também aos residentes que tenham conhecimento da existência de locais de venda não autorizados de medicamentos, ou de quando estes são vendidos sem a licença de importação, que denunciem as situações às autoridades.
João Santos Filipe SociedadeEx-terreno de Stanley Ho no mercado por 88 milhões de dólares de Hong Kong Um terreno em Hong Kong, que faz parte do património deixado aos familiares por Stanley Ho, foi colocado à venda por 88 milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com o portal HK01. O terreno fica localizado na Rua Kimberley, em Tsim Sha Tsui, Kowloon, e os administradores da herança do magnata pretendem receber cerca de 55.800 dólares de Hong Kong, por cada um dos cerca de 1.572 metros de construção permitidos no local. A venda foi decidida pela empresa de serviços financeiros KPMG, nomeada gestora do património deixado pelo magnata. A escolha desta companhia foi feita por Pansy Ho, filha de Stanley com a segunda mulher, Lucina Laam. Contudo, a decisão esteve longe de ser pacífica, e acabou contestada nos tribunais por Angela Ho, filha de Stanley Ho com Clementina Leitão, a primeira mulher, que pretendia ser igualmente nomeada como uma das administradoras do património. No entanto, os tribunais de Hong Kong acabaram por recusar a intenção de Angela Ho, com a justificação de que a gestão por parte da empresa KPMG, e sugerida por Pansy Ho, contava com o apoio da maioria dos beneficiários do património de Stanley. Controlo em 1970 Quanto à venda, está a cargo da agência de imobiliário CBRE, e vai decorrer de forma privada, sem que o terreno, actualmente sem construção, vá ser alvo de qualquer intervenção. A localização é tida como atractiva, uma vez que fica perto da saída B2 da Estação de Metro Tsim Sha Tsui, uma zona com várias opções de comércio, entretenimento e de refeições, além de atrair vários residentes de Hong Kong e turistas. De acordo com a informação do portal HK01, o terreno que agora vai ser vendido era controlado, inicialmente, por Stanley em parceria com Rogério Lobo, empresário e ex-deputado de Hong Kong, nascido em Macau. No entanto, em 1970, Ho comprou a totalidade da propriedade por 82.500 dólares de Hong Kong. Mais recentemente, em Março de 2023, o terreno foi entregue à KPMG para tratar da venda.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAmbiente | Qualidade do ar em Macau piorou no ano passado Entre os países ou regiões analisadas, Macau é o 52.º com pior qualidade do ar, um registo pior do que em 2023, quando estava na 64.ª posição do ranking mundial No ano passado, o ar em Macau ficou mais poluído, e o nível médio da concentração das partículas 2,5 ultrapassou em três vezes os valores recomendados. A informação consta do ranking mundial da qualidade do ar, elaborado pela da empresa suíça IQAir. Em termos da poluição do ar, as partículas PM2,5, também conhecidas como partículas finas, são altamente perigosas, porque podem entrar no sistema respiratório e alojar-se nos alvéolos dos pulmões, contribuindo para o desenvolvimento de várias doenças, inclusive algumas mortais. Segundo a empresa IQAir, no ano passado a média anual de concentração das partículas 2,5 foi de 17,7 microgramas por metro cúbico. O valor excede em mais de três vezes as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Em comparação, a avaliação de 2023 mostrava que a concentração média das partículas 2,5 tinha sido de 16,2 microgramas por metro cúbico, o que prova a deterioração da qualidade do ar. Os dados detalhados mostram que os meses mais perigosos para a saúde da população ocorreram em Dezembro do ano passado, quando a média da concentração de partículas foi de 39 microgramas por metro cúbico, um valor que excede em pelo menos sete vezes os valores considerados seguros para a saúde. Janeiro de 2024 foi outro mês preocupantes, com a concentração média a ser de 30,2 microgramas por metro cúbico, valor que excede em cinco vezes os valores saudáveis. No pólo oposto, Junho, Julho e Agosto foram os meses com o ar mais saudável, com concentrações de a variar entre 5,1 microgramas por metro cúbico e 9,8 microgramas por metro cúbico, valores que excedem uma a duas vezes os valores seguros. A subir no ranking Com a qualidade do ar em Macau a ficar pior entre 2023 e 2024, a RAEM conseguiu subir 12 lugares no ranking da 64.ª posição para a 52.ª posição. No entanto, quanto mais alto se está no ranking pior é a qualidade do ar. Por sua vez, a China surge no 21.º lugar, com uma concentração de 31.0 microgramas por metro cúbico. Enquanto o Chade é o país com a pior qualidade do ar, com uma concentração de 91,8 microgramas por metro cúbico. A região de Hong Kong surge no 63º lugar, com uma concentração de 16,3 microgramas por metro cúbico. Quando a comparação é feita apenas tendo em conta a Ásia Oriental, a China domina em toda a linha, ocupando os 15 primeiros lugares do ranking das cidades com o ar menos saudável. Hotan, no sudeste de Xinjiang, alcançou o pior registo e apresentou uma concentração de 84,5 microgramas por metro cúbico, o que excede em mais de 10 vezes os valores saudáveis. No pólo oposto, o Japão ocupou os 15 lugares das cidades com o ar mais puro, com Suzu, cidade na Península de Noto, a ser a mais saudável com uma concentração de 5,1 microgramas por metro cúbico. Nenhuma cidade da Ásia Oriental cumpriu os padrões recomendados.