João Santos Filipe DesportoSelecção de Macau derrotada no apuramento para a Taça Asiática por 1-0 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção de Macau encerrou a participação na fase de grupos de apuramento para a Taça da Confederação Asiática de Futebol (AFC) com mais uma derrota. Ontem, em Myanmar, os comandados por Chan Iu Ming foram derrotados por 1-0, com o golo a ser apontado pelo avançado Kyi Lin. Se até ontem a selecção local contava com cinco derrotas em outros tantos encontros, os problemas que afectaram a formação da Flor do Lótus não faziam prever um cenário muito diferente. À partida para o encontro, a selecção local tinha baixas de peso, como os atletas Nicholas Torrão, Chan Man, Pang Chi Hang, Lei Kam Hong, Lee Keng Pan, entre outros, que não conseguiram autorização para serem dispensados dos respectivos trabalhos. Também por esta razão, a equipa local entrou sempre muito focada em defender, num esquema de 5-4-1, com Carlos Leonel na frente, e a tentar evitar cometer erros que permitissem ao Myanmar colocar-se na frente do marcador. No entanto, o golo da equipa da casa esteve muito próximo de acontecer, logo aos quatro minutos, quando Aung Thu fez um passo para as costas da defesa, onde encontrou Kyaw Ko Ko, já dentro da área de Macau. O avançado birmanês, mal enquadrado com a baliza, desviou com o calcanhar e ultrapassou Ho Man Fai. Porém, quando a bola se encaminhava para entrar na baliza o defesa 3 salvou a equipa do território. Estava dado o primeiro aviso. Aos 12 minutos, a defesa de Macau voltou a ser surpreendida quando novamente Aung Thu fez um passe a rasgar para Kyaw Ko Ko, que na área deixa-se de cair, depois de sentir um toque nas costas de Lei Chi Kin. Apesar dos pedidos dos adeptos, o árbitro considerou que não era penálti. Até ao final da primeira parte a situação não sofreu grandes alterações. Macau não se limitava apenas a defender, mas a verdade é que também não mostrou poderio ofensivo para perturbar a defesa do adversário. Aos 68 minutos a estratégia da formação de Chan Iu Ming ruiu. Após um passe longo, Kyi Lin surgiu isolado à entrada na área de Macau. Ainda antes de ter tempo de dominar a bola, o avançado conseguiu fazer um chapéu a Ho Man Fai, que tinha saído da baliza. Até ao final, Macau já não conseguiu inverter o resultado, terminando a participação no Grupo A no último lugar, com zero pontos e seis derrotas. A equipa local apontou quatro golos e sofreu 16.
João Santos Filipe Manchete PolíticaRota das Letras | Coutinho fala de interferências de que a comunidade não se deu conta José Pereira Coutinho considera que interferências do Gabinete de Ligação já ocorreram no passado e recordou o jantar promovido com Melinda Chan e Jorge Valente, antes das eleições “Uma tempestade num copo de água”. É esta a expressão utilizada por José Pereira Coutinho para definir o incidente à volta do Festival Literário Rota das Letras. Segundo o deputado, os casos do envolvimento do Gabinete de Ligação do Governo Central nos assuntos de Macau são uma prática corrente, mesmo que a comunidade não se dê conta. “Este caso da Rota das Letras é uma tempestade num copo de água. O envolvimento do Governo Central e interferência na RAEM é uma prática normalíssima. Não é por acaso que há certas pessoas que se dão bem com a comunidade portuguesa. O objectivo também passa por influenciar algumas decisões”, afirmou José Pereira Coutinho, ao HM. “É um caso normalíssimo e as interferências já aconteceram dezenas de vezes no passado. As pessoas não se dão conta. Mas é uma tempestade no copo de água”, acrescentou. Depois dos organizadores do Festival Literário de Macau terem anunciado a presença da escritora chinesa Jung Chang e dos coreanos Suki Kim e James Church, foram contactados por fonte do Gabinete de Ligação. Num contacto oficioso, Ricardo Pinto, principal responsável pelo evento, ouviu essa fonte dizer-lhe que a visita era considerada “inoportuna” e que a entrada dos escritores em Macau não estava garantida. Por esse motivo, a organização optou por não trazer os escritores a Macau, entre as quais Jung Chang, que era a cabeça-de-cartaz. José Pereira Coutinho fez ainda uma comparação com um jantar promovido pelo Gabinete de Ligação com a comunidade portuguesa, em Junho do ano passado, nas vésperas da campanha eleitoral. Na ocasião, Melinda Chan e Jorge Valente, membros da lista Aliança Pr’a Mudança, tiveram direito a discursar. “Eles [Gabinete de Ligação] não andaram a organizar jantares só para o Jorge Valente e para a Melinda Chan com a comunidade portuguesa, deixando-me e à Rita Santos de parte? Na altura, não foi o Gabinete de Ligação que organizou o jantar?”, recordou o deputado eleito com o apoio da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau. “Quando organizaram um jantar com a nata da comunidade portuguesa e nós fomos deixados de fora, será que não houve interferências nos assuntos internos? Naquela altura, parece que não se considerou o caso merecedor de tanta atenção e cobertura noticiosa”, frisou. Identificação de intervenientes Apesar do jantar promovido pelo Gabinete de Ligação, a lista encabeçada por Melinda Chan acabou por não eleger qualquer deputado. Por outro lado, o deputado questionou a razão de não ter sido identificada a pessoa do Gabinete de Ligação que fez o contacto oficioso: “Era importante que se dissessem os nomes. Porque é que os organizadores não vêm a público identificar quem foram as pessoas que falaram com eles?”, questionou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAssociação dos conterrâneos de Jiangmen ligada a dez deputados Além de Mak Soi Kun e Zheng Anting, os deputados Wong Kit Cheng, Angela Leong e Ho Ion Sang estão ligados a esta associação, nomeadamente com o título de presidentes honorários. Já o deputado nomeado por Chui Sai On, Wu Chou Kit, é vice-presidente efectivo da associação de conterrâneos da cidade do Interior da China [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]riada em 2002 pelo empresário Sio Tak Hong, a Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau tornou-se numa das principais plataformas políticas, contando com cerca de 60 mil associados. A forte aposta em apoios sociais e financeiros entregues à comunidade relacionada com cidade chinesa, que em mandarim se pronuncia Jiangmen, permitiu à associação reforçar a sua influência em Macau nos últimos anos. O resultado das últimas legislativas, quando a lista encabeçada por Mak Soi Kun elegeu dois deputados, somando um total de 17.214 votos é a prova do capital político da entidade. Contudo, as ligações entre os membros do hemiciclo e a associação vão muito além dos deputados apoiados de forma directa. Entre os 33 legisladores da AL, três deputados são vice-presidentes da associação e sete são presidentes honorários. Além de Mak Soi Kun e Zheng Anting, ambos vice-presidentes, Wu Chou Kit também desempenha as mesmas funções. É de salientar que o engenheiro civil entrou na AL por nomeação do Chefe do Executivo. No entanto, é através dos presidentes honorários que a Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau ganha maior representatividade entre os legisladores. Entre os deputados eleitos pela via directa, Wong Kit Cheng, Ho Ion Sang e Angela Leong surgem como presidentes honorários da associação. Pela via indirecta, os representantes são Chui Sai Cheong, Chui Sai Peng, ambos familiares do Chefe do Executivo, e ainda Vitor Cheung Lup Kwan. Também Chui Sai On nomeou duas pessoas ligadas à associação, o já referido Wu Chou Kit e o economista Joey Lao Chi Ngai. Influência questionada Se por um lado, Mak Soi Kun e Zheng Anting foram eleitos declaradamente para representar os membros da associação, o mesmo não acontece com os restantes deputados ligados à organização. Ao HM, o deputado Joey Lao, nomeado por Chui Sai On, afirmou que o título de presidente honorário foi aceite como parte da cultura local: “Em Macau é normal que as pessoas estejam envolvidas em muitas associações. Faz parte do cenário local porque as pessoas são próximas umas das outras e acabam por fazer parte das associações”, afirmou. “Mas não tenho qualquer papel na associação de Jiangmen. Nasci lá e sou presidente honorário da associação, mas não tenho qualquer cargo na associação”, frisou. Joey Lao negou mesmo que lhe seja pedido que represente a associação e os interesses dos seus membros: “Não, essas coisas não têm nada a ver comigo. Em Macau é muito normal as pessoas limitarem-se a colocar os nomes nas associações. Foi isso que aconteceu. É a cultura local, a que pertenço. Não tenho qualquer posição, nem tenho essa intenção”, sublinhou. A mesma versão foi apresentada por uma representante da associação, Vivienne Tam, ao HM. “Em geral, os presidente honorários nas associações locais não participam nos assuntos internos. No máximo, dão apoio a algumas actividades da associação e, de vez em quando, comparecem em algumas acções”, explicou. Deputados alinhados No entanto, o deputado José Pereira Coutinho faz uma leitura diferente destas representações. O membro do hemiciclo apoiado pela Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) defende que há um alinhamento de interesses, pelo menos em certos assuntos. “Estamos a falar de uma associação que foi crescendo como um cogumelo. Eles alinham-se, comem juntos, discutem entre eles, estabelecem acordos. É assim que funciona. Mas não é uma coisa nova. Já era assim antes de ser estabelecida a RAEM. Só que agora é cada vez mais”, considerou o legislador. Porém, reconhece que há uma cultura local de participação em várias associações: “Macau vive de associações e o título de presidente honorário não implica um cargo. Mas naquela associação nem tudo é completamente transparente. Eles falam entre eles, há muita coisa que não divulgam cá para fora”, acrescentou. Questão de face Também para Larry So, analista político, o facto de tantos membros da Assembleia Legislativa estarem ligados ao movimento de Kou Mun está relacionado com a “cultura de dar face”. Ao comparecerem em eventos de associações, os deputados dão credibilidade e poder a essas associações, principalmente na altura de recolher donativos. Em troca, são os próprios deputados que têm o seu poder reforçado, por estarem ligados a movimentos com grande apoio na comunidade local. “Faz parte da cultura de dar face. As associações, através das comunidades que representam e do número de membros, reforçam o apoio e legitimidade de um deputado”, começou por explicar o académico. “Por outro, as associações recebem face, ganham representatividade nos locais das decisões e são legitimadas, quando aparecerem associadas a pessoas importantes. Nesse caso, as associações também esperam atrair mais recursos para as suas actividades e ter um maior reconhecimento da comunidade”, justificou. É por esta razão que Larry So considera que, mesmo que não haja uma influência directa, as ligações acabam por ter algum impacto nas posições dos deputados. “Há uma troca mútua de poder, as pessoas na Assembleia Legislativa também representam essa associação. Ou, pelo menos, estão familiarizadas com as posições delas e têm isso em conta”, apontou. Mais influência com Chui Sai On Fundada oficialmente em 2002, a Associação dos Conterrâneos de Kong Mun desenvolveu-se com um forte apoio do sector da construção local, ao sabor dos ventos da liberalização do jogo. A ascensão de Chui Sai On à posição de Chefe do Executivo permitiu à associação ganhar ainda mais influência nos corredores do poder. Isto porque a família de Chui Sai On, nomeadamente o seu pai e o principal patriarca da família, o empresário Chui Tak Seng, nasceram em Xinhui, nos arredores da cidade de Kong Mun, no sul da província de Guangdong. “Estamos a falar de uma região que tem muito peso em Macau, também porque os antepassados do Chefe do Executivo são de Jiangmen. É um facto que acaba por fazer com que tenham mais peso”, defendeu José Pereira Coutinho. Esta opinião é semelhante à de Larry So: “Sim, a associação ganhou ainda mais influência quando Chui Sai On subiu a Chefe do Executivo”, frisou. Poder social Para Larry So, a forma de actuar da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun não é diferente de grande parte dos outros movimentos associativos locais com base em comunidades de cidades e províncias chinesas. “Organizam viagens para as pessoas com mais idade, oferecem bolsas de estudo a alunos e estão a pagar a maior parte das obras de reconstrução Sin Fong Garden. Não foi por acaso que quando passou o Tufão Hato foi uma das primeiras a mobilizar um grande número de voluntários para as operações de limpeza”, notou. “Tem um poder que nasce muito pela sua base social, uma base que apoia com medidas focadas no seu bem-estar. Além disso, trata dos interesses dessa mesma comunidade, que é uma das maiores de Macau”, frisou. Também em lugares de destaque na associação encontram-se vários empresários do sector da construção e imobiliário, que Larry So realça serem indivíduos com muitos recursos. “São pessoas com poder político e financeiro. Se repararmos nos deputados ligados a esta associação, estamos a falar de gente com muitos recursos financeiros”, sublinhou. Influência até nos Operários Dos quatro deputados que estão na Assembleia Legislativa apoiados pelos Operários, nenhum está identificado com qualquer cargo, ou título, no portal da Associação dos Conterrâneos de Kong Mun. Contudo, nem sempre foi assim. Também a ex-deputada Kwan Tsui Hang é uma das presidentes honorárias da associação. Fong Chi Keong, Tommy Lau, Cheang Chi Keong e Tsui Wai Kwan, igualmente deputados que deixaram a Assembleia Legislativa no ano passado, mantém ainda hoje em dia o título de presidente honorário da associação de Kong Mun.
João Santos Filipe DesportoHóquei em Linha | Equipas de Macau vão jogar a Taiwan [dropcap style =’circle’] A [/dropcap] Associação de Patinagem de Macau vai enviar uma equipa de sub-19 e sub-14 a Taiwan para participar num torneio triangular com uma equipa local e outra do Interior da China. A Associação de Patinagem de Macau vai levar duas equipas a Taiwan, uma de sub-19 e uma de sub-14, para participar num torneio inter-regiões em hóquei em linha. Na competição, em que o território participa com os escalões sub-19 e sub-14, vai também participar uma equipa local e outra do Interior da China. “Vamos enviar duas equipas a Taiwan para participar num torneio inter-regiões. Participamos anualmente neste torneio, normalmente organizado para os seniores, mas este ano optámos por organizar o evento para o escalão sub-19, os juniores, e também para o escalão sub-14, constituído por uma equipa mista”, contou, ontem, António Aguiar, presidente da APM, ao HM. “É um torneio em que vamos defrontar uma equipa de China Taipé e outra do Interior da China, num triangular. Simultaneamente, vamos ter uma acção de formação com conhecimento tácticos e técnicos. Tudo num nível muito básico que nem é reconhecido”, acrescentou. “Taipé Chinês é uma das potências das modalidades, talvez a mais forte desta região e entendemos que faz sentido que os atletas tenham esta formação. Queremos muito melhorar o nível das nossas equipas e preparar a renovação da equipa sénior. Estando em Taiwan, aproveitaremos para jogar e aprender mais”, frisou. Em relação ao nível competitivo dos juniores, António Aguiar espera que Macau consiga ombrear com a formação do Interior da China. Quanto ao nível de Taiwan, ainda é considerado inalcançável. “A nossa equipa não tem uma grande diferença para a equipa chinesa. Eles estão muito próximos do nosso nível. Já Taiwan está uns furos acima, mas com o nosso esforço já reduzimos um pouco a desvantagem. Temos tido bons resultados, que nos permitem olhar para o futuro com alguma esperança”, concretizou. Dúvidas perante o ID Na deslocação a Taiwan, a Associação de Patinagem de Macau só vai contar com o apoio do Instituto do Desporto para uma equipa. “Não se percebe bem a razão de só apoiarem [ID] uma equipa. E nem uma queriam apoiar. Foi preciso muita insistência, mas só apoiam os sub-19. Tivemos de recorrer a subsídios privados para participar”, revelou António Aguiar. “Também os próprios pais acabam por subsidiar a participação, ao pagarem do seu bolso as viagens dos miúdos. Felizmente, os pais têm um grande interesse na modalidade e reconhecem o trabalho feito. Por isso, estão dispostos a assumir parte dos custos”, acrescentou. O presidente da associação mostrou-se mesmo perplexo com a atitude do Instituto do Desporto: “Não sei se este apoio limitado é normal. Dizem-nos sempre que é preciso renovar os seniores e apostar na juventude. Mas quando renovamos e entramos em competição não nos apoiam. Não percebo bem a política nem o discurso do ID”, apontou. A comitiva de Macau que se vai deslocar a Taiwan é constituída por uma delegada de equipa, dois treinadores e 33 atletas.
João Santos Filipe SociedadePresidente da mesa da assembleia da APOMAC nega ter sido despedido por David Chow [dropcap style≠‘circle’]J[/dropcap]orge Fão, ex-deputado e presidente da Mesa da Assembleia Geral da APOMAC, nega ter sido despedido por David Chow, ao contrário de algumas informações que circularam pelas redes sociais. Ao HM, Fão negou ter estado contratualmente ligado ao empresário e frisa que sempre trabalhou como conselheiro para o empresário. “Eu não vou sair de lado nenhum. O edifício do Landmark é que vai ser vendido, mas isso não tem nada a ver comigo. É apenas propriedade de uma pessoa que é muito minha amiga”, disse, ontem, Jorge Fão, ao HM. “O David Chow é proprietário do Landmark, a empresa dele vai vender o edifício e isso já tinha sido anunciado, até na bolsa. Eu sou apenas um conselheiro, sempre fui amigo dele e conselheiro na área diplomática e política. Não fui conselheiro na área financeira, porque não percebo nada de dinheiro”, explicou. Por outro lado, o ex-deputado que se notabilizou a defender os direitos da função pública de Macau, frisou que tudo não passa de um boato. “Dizer que eu fui despedido é apenas um boato. Em Macau, tenho muita gente que gosta de mim e algumas que não gostam. Não faço ideia se foi dessas que surgiu esse rumor”, considerou. “Eu nunca estive ligado à empresa dele, só à pessoa. Se forem buscar a folha dos ordenados que ele pagou, não está lá o meu nome. Se tivesse eu até tinha de pagar o imposto profissional e não paguei”, acrescentou. Projecto em Cabo Verde Sobre a relação com David Chow, Fão diz que vão continuar a ser amigos e que está disponível para qualquer tipo de aconselhamento necessário, político ou diplomático, como sempre esteve: “Percebo alguma coisa de diplomacia e política e ele sempre que precisou do meu apoio, eu dei-lho. Mais nada. Fui parceiro político dele, vou continuar a ser conselheiro quando for necessário. Quando for solicitado, vou lá. Quando não for faço a minha vida”, frisou. Jorge Fão abordou igualmente os projectos em Cabo Verde de David Chow: “O projecto em Cabo Verde fui eu quem o convenceu a investir. As pessoas na altura pouco falavam de Cabo Verde, principalmente no meio chinês”, sublinhou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFunção Pública | Proposta de Sónia Chan para pagar menos por trabalho por turnos gera polémica A redução no pagamento do trabalho por turnos ao funcionários públicos está a preocupar os deputados. O tópico foi um dos mais abordados na consulta pública conduzida pela comissão da Assembleia Legislativa que está a analisar o documento [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da 3.ª Comissão Executiva da Assembleia Legislativa, presidida por Vong Hin Fai, estão preocupados com o facto de o Governo ter intenções de passar a pagar menos no subsídio de turnos. A comissão quer uma explicação para as alterações que vão ter impacto no montante recebido ao final do mês por alguns funcionários públicos. A questão foi uma das mais abordadas na consulta pública que o hemiciclo realizou sobre a proposta de lei. “Segundo as novas regras, o subsídio vai ser menor. As opiniões sobre esta matéria são muitas. A comissão também está preocupada e queremos saber a explicação do Governo para estas alterações”, afirmou Vong Hin Fai, presidente da comissão, após a reunião de ontem. Actualmente, quando os trabalhadores cumprem três ou mais turnos em dias que abrangem o fim-de-semana ou feriados, recebem um subsídio de 17,5 por cento do ordenado. Se os três turnos forem todos durante a semana, o subsídio é de 12,5 por cento do salário. Finalmente, é pago um subsídio de 7,5 por cento quando são cumpridos dois turnos, mesmo que calhem durante o fim-de-semana. De acordo com as alterações que o Governo quer promover, o subsídio por turno só é avaliado em 17,5 por cento se for cumprido em metade, ou mais de metade, do tempo num fim-de-semana entre as 00h e as 08h. Se for no mesmo horário, durante a semana, o subsídio é pago à taxa de 15 por cento. Quando os trabalhadores cumprem metade, ou mais de metade, do turno ao fim-de-semana, entre as 20h e as 00h, então o valor passa a ser de 12,5 por cento. Nos casos em que se trabalha na sexta-feira entre as 20h e as 00h, metade ou mais de metade do turno, o pagamento é de 10 por cento. Finalmente, o subsídio vai ser pago a 7,5 por cento, quando o turno é parcial, ou totalmente cumprido, ao fim-de-semana entre as 08h e as 20h. Em relação à nova proposta do Governo e à forma como é calculado o subsídio por turno, Vong Hin Fai afirmou ainda ser “muito complicada”. Opiniões anónimas Durante a consulta pública, a AL recebeu um total de 56 cartas e emails com sugestões e opiniões. Entre as opiniões, 45 foram feitas a título individual e 11 através das associações, das quais apenas duas formadas legalmente. A maior parte das opiniões recebidas foram anónimas. Porém, Vong Hin Fai fez questão de sublinhar que todas as opiniões foram consideradas. O passo imediatamente seguinte será a elaboração de um relatório para enviar ao Governo. Neste domínio, o presidente da comissão prometeu a confidencialidade da identidade das pessoas que se identificaram. “Não vamos identificar nenhuma opinião junto do Governo. Para eles vão ser todas anónimas”, garantiu. Após este passo, haverá a primeira reunião com representantes do Governo, que só deve acontecer após 5 de Abril.
João Santos Filipe PolíticaAssistentes Sociais | Deputados querem critérios menos rígidos [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo a nova proposta para o Regime de Acreditação Profissional e Inscrição para Assistente Social, as pessoas que tiverem sido condenadas com uma pena de 3 anos de prisão, ou por um período superior, terão recusada a sua inscrição para exercerem esta profissão. Ontem, a 2.ª Comissão da Assembleia Permanente discutiu com o Governo a possibilidade da proposta ser alterada. Os deputados defendem que o critério é muito rigoroso e que um crime sem dolo, que não esteja relacionado com o desempenho de tarefas de assistente social como, por exemplo, uma morte por atropelamento, não deveria afastar uma pessoa desta profissão. No entanto, apesar de prometer ponderar a situação, o Executivo mostrou-se reticente devido aos resultados da consulta pública. “Os deputados acham que o critério é muito rígido. Mesmo na lei para os arquitectos, eles só ficam impedidos de exercer, se o crime for cometido durante o desempenho da profissão”, contou Chan Chak Mo, presidente da comissão. “Para nós, os três anos só deviam ser motivo para afastamento da profissão se fosse um crime com dolo. O Governo diz que vai ponderar a situação, mas também apontou que na consulta pública os assistentes sociais concordaram com a proposta”, acrescentou o deputado. Ainda ontem, foram discutidas as disciplinas que os cursos para a formação de assistentes sociais devem incluir. Neste aspecto, o Governo comprometeu-se a ser mais claro. Como tal, vai-se realizar um encontro com as instituições de ensino que ministram os cursos em questão, entre elas o Instituto Politécnico de Macau e a Universidade de São José, para discutir as disciplinas exigidas.
João Santos Filipe SociedadeGalaxy Entertainment vai adquirir 5,3 milhões de acções da Wynn Resorts [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Galaxy Entertainment anunciou na sexta-feira que vai adquirir 5,3 milhões de acções primárias da Wynn Resorts pelo valor global de 927,5 milhões de dólares norte-americanos. Segundo a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), a alteração à estrutura accionista da “empresa-mãe” da Wynn Macau, com sede dos Estados Unidos, “não afecta o sector do jogo” em Macau. Em comunicado, a DICJ afirmou que a intenção foi objecto de comunicação prévia ao Governo e prometeu “acompanhar de perto a situação, analisando e avaliando a evolução do caso, com vista a assegurar o desenvolvimento saudável do sector de jogos de fortuna ou azar”. À luz da legislação de Macau, uma operadora de jogo não pode deter mais do que 5 por cento de outra. Com a compra das acções, “a Galaxy Entertainment fica com 4,9 por cento do capital da Wynn Resorts que, por sua vez, detém 72 por cento da Wynn Macau, na qual passa a ter, na prática, uma fatia de mais ou menos 3,5 por cento”, realçou Davis Fong, director do Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo na Universidade de Macau ao HM, para apontar que “a transferência de acções não significa que as duas empresas sejam uma só”. “Se olharmos para trás, há 15 anos, esperava-se introduzir concorrência, portanto, se as duas empresas se vierem a tornar numa só, no final, não me parece que essa seja uma situação que a sociedade gostasse de ver acontecer. Por isso, devem continuar independentes, numa relação só de investidores. É o que eu espero”, afirmou o também deputado, defendendo que “a DICJ deve prestar atenção” aos próximos desenvolvimentos, na medida em que tal “tem que ver com a concorrência justa”. “É uma oportunidade única de adquirir um investimento num grupo de entretenimento globalmente reconhecido com activos de excepcional qualidade e planos de desenvolvimento significativos”, afirmou Francis Liu, vice-presidente da Galaxy Entertainment. No mesmo comunicado conjunto, Matt Maddox, CEO da Wynn Resorts, referiu, por seu turno, ser “uma honra ter uma empresa distinta como a Galaxy Entertainment como accionista com a qual partilha muitas das principais filosofias e valores operacionais”. Em paralelo, foi também anunciado na sexta-feira que dois investidores institucionais – ambos com participações na Wynn Resorts – acordaram a compra das restantes oito milhões de acções detidas por Steve Wynn, fundador da Wynn Resorts e antigo CEO, também pelo preço unitário de 175 dólares. Estas aquisições, combinadas com anteriores, fazem com que o magnata deixe de ter qualquer participação na empresa que fundou. No mês passado, Steve Wynn, de 76 anos, deixou a liderança e todo os cargos que ocupava no grupo na sequência do escândalo de alegados abusos sexuais nos Estados Unidos em que está envolvido.
João Santos Filipe SociedadeCabo Verde | País quer seguir crescer com turismo diversificado O turismo é o sector privilegiado no arquipélago africano, no entanto, Ana Lima Barber, presidente da Agência de Promoção e Investimentos e Exportações de Cabo Verde, explicou, em entrevista ao ao HM, que a nova aposta passa pelos sectores das energias renováveis e exportações [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Cabo Verde o crescimento de Macau é visto como um exemplo a seguir e o objectivo passa por captar investimento local e chinês, ajudando o país a diversificar a economia. No entanto, não é só pelo turismo que Cabo Verde quer impulsionar a economia e os sectores das energias renováveis, redistribuição e das tecnologias de informação e comunicação são igualmente uma aposta. O cenário foi traçado, ao HM, pela presidente da Agência de Promoção e Investimentos e Exportações de Cabo Verde (CV TradeInvest), Ana Lima Barber. “Para os investidores, Cabo Verde pode ser a Macau de África. É este o nosso objectivo. Também queremos seguir a política Uma Faixa, Uma Rota e seguir os investimentos que esperamos que sejam dirigidos a sectores chave para nossa economia”, disse Ana Lima Barber, ao HM. “Os sectores que queremos privilegiar, além do turismo, são as energias renováveis, as tecnologias de informação e comunicação e transformar Cabo Verde num centro de distribuição para diversificara economia”, acrescentou. Apesar de haver uma intenção de diversificação o sector do turismo vai continuar a ser estratégico para Cabo Verde, que neste esforço conta com a presença do empresário local David Chow. No entanto, o objectivo passa por levar mais hotéis e outros investidores de Macau a interessarem-se pelo arquipélago africano. “Cabo Verde tem excelentes condições para atrair qualquer outro investimento e Macau pode continuar a investir. Temos a MLD [Macau Legend Development], do empresário David Chow, na área dos hotéis e casinos, mas podemos ter muito mais nesta área”, explicou. “Queremos aumentar o investimento de qualidade. Macau tem excelentes hotéis que gostaríamos de ver em Cabo Verde a melhorar a nossa oferta. Também temos de perceber qual é o tipo de turista que mais nos interessa, claro que todos são bem-vindos, mas a nível de estratégia temos de pensar o que é mais interessante para o país. Assim como acontece com o tipo de lojas que queremos trazer, como as Duty Free”, apontou. Diversificação da economia No entanto, o jogo não é a única prioridade para Cabo Verde e é necessário dotar o sector do turismo de outras ofertas, numa lógica de complementaridade: “Não queremos ficar pelo turismo dos hotéis e do jogo, queremos apostar numa diversificação do sector ligada ao mar, como com iates e cruzeiros, mergulhos e não só. Também queremos apostar no turismo do desporto, medicina e organização de eventos”, frisou Ana Lima Barber. Uma das outras lógicas passa por fazer de Cabo Verde um centro para exportações e de entrada no mercado africano do ECOWAS, ou seja da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que incluiu países como Costa do Marfim, Senegal, Mali, Libéria, Gana, entre outros. “As empresas podem exportar a partir de Cabo Verde com excelentes taxas. Estamos inseridos num mercado enorme. Somos meio milhão de pessoas em cabo Verde, mas o mercado é muito maior, estamos a falar do mercado ECOWAS, que são 15 países membros. Estamos a falar de 340 milhões de pessoas”, explicou a presidente da CV TradeInvest. “Estamos numa situação geográfica estratégia, a uma hora do Senegal, duas horas e meias de Portugal, que é a entrada para a União Europeia, a quatro horas do Brasil e seis horas e meia da América do Norte. É um lugar estratégico, para as empresas se instalarem como centro de investimento”, considerou.
João Santos Filipe SociedadeResíduos Alimentares | Raymond Tam quer pratos com menos arroz [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] problema dos resíduos alimentares em Macau não é novo e a eliminação deste tipo de desperdício envolve um elevado consumo de energia. A questão já foi levada várias vezes à Assembleia Legislativa, por Raimundo do Rosário. Na sexta-feira, voltou novamente à agenda do dia na AL, por intermédio do deputado Mak Soi Kun, e voltou a ser reafirmada a necessidade dos restaurantes pouparem mais comida. No entanto, a mensagem não foi só para os restaurantes, Raymond Tam pediu às pessoas que sejam mais comedidas na altura de pedirem refeições: “As pessoas devem pedir um prato menor de arroz se não têm capacidade para comer tanto”, afirmou o director dos Serviços de Protecção Ambiental.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Governo revela incapacidade para evitar ocupação de terrenos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s terrenos da RAEM estão a ser ocupados ilegalmente e o Executivo não consegue responder eficazmente ao problema. A instalação de videovigilância só agora está a ser equacionada. A revelação foi de Li Canfeng, director da DSSOPT, e criou espanto na AL. A ineficácia das autoridades foi tão surpreendente que até Ella Lei, deputada pró-sistema e dos Operários, questionou a razão deste actos não serem considerados crimes de desobediência, ao contrário de outras acções. “Houve ocupação ilegal de alguns terrenos da RAEM. Algumas situações já foram resolvidas mas voltaram a aparecer, com mais ocupações ilegais. Os efeitos são indesejáveis porque não somos capaz de fiscalizar permanentemente estas terras e os procedimentos administrativos são morosos e com custos elevados”, admitiu Li Canfeng. “Discutimos e estudamos os casos. Estamos a considerar instalar câmaras nesses terrenos, mas temos problemas com os recursos humanos”, reconheceu. Em relação a esta situação, o deputado Ng Kuok Cheong apontou o dedo ao Governo em relação à ocupação ilegal, porém Raimundo do Rosário não gostou das críticas: “A culpa não é só do Governo. Porque é que as pessoas não respeitam as placas? Porque é que o deputado não critica essas pessoas? As acções delas são correctas? Elas não devem ocupar ilegalmente os terrenos. Nós vedámos os terrenos, deixámos placas e as pessoas continua a ocupá-los”, ripostou o secretário. E a PSP? Entre os deputados, e perante a revelação, houve vários membros da Assembleia Legislativa que perguntaram a razão de não haver uma maior cooperação com a PSP, nomeadamente Ng Kuok Cheong, Ella Lei Cheng I, Song Pek Kei ou José Pereira Coutinho. A deputada Ella Lei foi a que se mostrou mais confusa com toda a situação das ocupações ilegais repetidas: “Quantos crimes de desobediência é que o Governo aplicou nestes casos? Ou será que este crime é pouco aplicado nesta situação?”, perguntou. A questão ficou sem resposta. Também a deputada Song Pek Kei, ligada ao empresário Chan Meng Kam, questionou o secretário sobre se Macau é um local onde existia o primado da lei, face à situação revelada. Ainda de acordo com Li Canfeng, neste momento, o Governo existem 18 terrenos cedidos em Seac Pai Van, dos quais 12 já estão em processo de recuperação, devido à caducidade das concessões, e seis estão a ser aproveitados.
João Santos Filipe PolíticaAmbiente | Água reciclada considerada demasiado cara [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário dos Transportes e Obras Públicas reconheceu que neste momento o Executivo não está a trabalhar na construção de uma estação de reciclagem de água. Apesar da medida estar definida no Plano de Desenvolvimento de Água Reciclada em Macau, em vigor até 2022, o projecto é considerado demasiado caro e não está visto como algo prioritário. “A água depois de reciclada é muito mais cara que a água importada do Interior da China. Consultei os preços e nas LAG de 2015 e disse, na altura, que não ponderávamos esse cenário. O investimento numa estação para água reciclada é muito avultado. Foi por isso que não considero esse ponto uma prioridade”, afirmou Raimundo do Rosário. A questão em relação a este aspecto tinha sido colocada pela deputada Agnes Lam
João Santos Filipe PolíticaWaterleau | Governo vai vender ex-acções de Ao Man leong [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo está a tratar do procedimentos para vender a participação na empresa Waterleau, que era propriedade do ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Leong. No âmbito da condenação do ex-secretário, as acções foram revertidas pela RAEM. A situação foi confirmada, na sexta-feira, por Raimundo do Rosário: “Desde 20015 ou 2016 que estamos a tratar dos procedimentos para vender as acções. Devido à sua natureza [empresa que participa em concursos públicos locais], o Governo não deve ter estas acções nas suas mãos. Mas antes precisamos de fazer os procedimentos legais. Mas garanto que já foi tomada a decisão que não devemos ter estas acções. Temos de vendê-las para o exterior”, afirmou Raimundo do Rosário.
João Santos Filipe Manchete PolíticaGoverno acredita que Linha da Taipa vai gerar perdas superiores a mil milhões por ano O metro ligeiro vai gerar perdas superiores a mil milhões de patacas, quando entrar em funcionamento, em 2019. O cenário foi traçado por Raimundo do Rosário, que revelou ainda que tem mais processos em tribunal contra as suas decisões, do que obras a decorrer. Segundo o secretário, o Governo recorreu da decisão do TSI que anulou a adjudicação da oficina da taipa [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando a linha do Metro da Taipa entrar em funcionamento, por alturas de 2019, o Governo acredita que os prejuízos de operação vão ser superiores a mil milhões de patacas. O cenário foi confessado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicos, Raimundo do Rosário, na sexta-feira, na Assembleia Legislativa. “O traçado da Taipa vai gerar prejuízos, tal como já acontece com os autocarros públicos. Todos os anos pagamos mil milhões de patacas para os autocarros e temos prejuízos”, afirmou Raimundo Rosário. “Quanto à Taipa vai haver riscos de serem registados prejuízos. Estamos a contar que quando tudo entrar em funcionamento na Taipa, que o prejuízo seja superior ao dos autocarros, porque o metro tem despesas de funcionamento superiores”, acrescentou. Neste momento estão a decorrer as obras da oficina da Linha da Taipa, assim como os trabalhos da estação intermodal da Barra. Contudo, a oficina, depois de vários atrasos e de uma segunda adjudicação, voltou à ordem do dia. Isto porque o Tribunal de Segunda Instância considerou que a adjudicação foi feita de forma incorrecta e o vencedor do concurso público devia ter sido uma outra companhia. Recordista em processos Ontem, Raimundo do Rosário explicou que o Governo decidiu recorrer da decisão para o Tribunal de Última Instância: “Já contestámos a acção. Confio nos meus colegas que avaliam de forma séria os concursos públicos. Mas são muitos os concurso públicos, será que todas as avaliações são 100 por cento correctas? Nem sempre, mas confio nos meus colegas”, apontou Raimundo do Rosário. O secretário recusou ainda que a responsabilidade total pelas decisões dos concursos públicos esteja no Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas. De acordo com a Raimundo do Rosário são organizadas comissões de avaliação e apenas dois dos cinco membros são do GDI. Por outro lado, o secretário admitiu que apesar de haver muitas obras públicas sob a sua tutela, que o grande recorde que soma está relacionado com as contestações em tribunal face às decisões que toma. “Quem discordar de qualquer decisão do Governo pode reclamar e recorrer judicialmente. Todas as decisões são passíveis de recurso. Não fiz estatísticas, mas tenho mais acções [em tribunal contra as minhas decisões] do que obras. Fazem parte do nosso trabalho”, rematou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Deputado da FAOM clama por transparência nas empresas públicas As empresas com capitais públicos, como a Macau Investimento e Desenvolvimento, a TDM ou a CAM estiveram debaixo do fogo dos deputados na sexta-feira. No ano passado, as 14 empresas com capitais público tiveram um investimento de 6,8 mil milhões. Lionel Leong responde que os objectivos são outros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Leong Sun Iok está preocupado com as empresas públicas e exige uma maior transparência face aos 6,8 mil milhões de patacas investidos só no ano passado. No plenário da Assembleia Legislativa, o deputado apoiado pela Federação de Associações dos Moradores de Macau (FAOM) considerou que estas empresas, assim como um associação incluída nas contas, cuja identidade não foi revelada, que constituem um perigo devido à falta de fiscalização, e falou em “berços de corrupção”. “O Governo investe montantes elevados em empresas públicas, mas em Macau não há regulamentação nem orientações para a gestão deste tipo de empresas. Só no ano passado foram investidos 6,8 mil milhões em empresas deste género. As empresas envolvem elevados montantes, mas falta transparência”, afirmou Leon Sun Iok. “É preciso fiscalizar o capital investido. Falta de transparência e inspecção nestas empresas, que podem ser um berço para a corrupção”, acrescentou. Ainda de acordo com os montantes apresentados pelo deputado eleito pela via directa, em 2017 o Governo investiu 1,6 mil milhões da CAM – Sociedade do Aeroporto de Macau, 3,92 mil milhões na Macau Investimento e Desenvolvimento, 410 milhões da Tai Lei Loi e 200 milhões da TDM. Objectivo não é o lucro Por sua vez, Lionel Leong defendeu-se das críticas e apontou que o Governo gere estas empresas em prol de objectivos políticos e que muitas não têm como meta gerar lucros para a reserva financeira da RAEM. “Concordo com a opinião expressa, há necessidade de aumentar a transparência. Mas as empresas criadas com capitais públicos têm, geralmente, outros objectivos políticos, além de fins lucrativos, como por exemplo a promoção do desenvolvimento de certa indústria emergente”, começou por responder Lionel Leong. “Apesar das empresas em causa poderem não ter muitos proveitos, ou até sofrer perdas, particularmente na fase inicial do investimento, poderão ser obtidos benefícios fora do respectivo sector para a sociedade em geral e a economia de Macau,sendo estes, por vezes, talvez muito maiores”, frisou. “É geralmente difícil quantificar os benefícios”, frisou. Em relação às inspecção das empresas em causa, o secretário apontou que as tutelas em causa estão encarregues de o fazer, assim como o Comissariado de Auditoria, no âmbito da monitorização das contas anuais da RAEM. Também durante a discussão Mak Soi Kun apresentou queixas ao secretário. Numa reunião com a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos das Finanças Públicas, Lionel Leong tinha-se comprometido a entregar os documentos com o número das despesas das 14 companhias e as subsidiárias das mesmas. “Espero que esses documentos sejam enviados, como nos foi dito”, afirmou o deputado e presidente da comissão. Em resposta, Lionel Leong reafirmou a vontade de disponibilizar a informação pedida e abriu a porta para que possam ser criadas no futuro novos regulamentos para definir as condições e decisões destas empresas públicas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo | Consumidores preferem cada vez mais drogas estimulantes A prevalência do consumo de drogas é de 1,2 por cento entre a população com idades entre os 15 e 54 anos. Segundo um estudo elaborado por dois académicos da Universidade de Macau, entre 2009 e 2014 os utilizadores frequentes de drogas foram cerca de 6199 O número de consumidores de drogas em Macau está em quebra, mas são cada vez mais os toxicodependentes que trocam os narcóticos tradicionais e entorpecedores, como a heroína e o ópio, pelas drogas mais estimulantes, como cocaína ou metanfetaminas. Esta é a conclusão de um estudo elaborado pelos académicos da Universidade de Macau Cai Tianji e Xia Yiwei ,com base nos dados existentes entre 2009 e 2014, que foi publicado na revista Asian Journal of Criminology. Segundo as estimativas dos académicos, cerca de 1,2 por cento da população de Macau, com idade entre os 15 e 54 anos, consome ou consumiu drogas com regularidade, entre 2009 e 2014. O que ao longo dos anos em questão significou um total de 6199 pessoas. “O número estimado de consumidores frequentes de drogas tem vindo a diminuir lentamente de 2442 em 2009, para 807 em 2014”, é escrito no estudo. “O número de utilizadores acumulado de drogas [nos anos em questão], de acordo com as nossas estimativas, foi de 6199, o que corresponde a uma prevalência de 1,20 por cento entre o extracto da população com idade entre os 15 e 54 anos”, é acrescentado. Por outro lado, é identificada uma tendência para haver um maior contacto com as drogas chamadas estimulantes. “Apesar do número total de utilizadores de narcóticos e outras drogas estar a diminuir, o número de utilizadores de drogas estimulantes aparenta uma tendência para crescer”, é considerado. Falhas no sistema Na conclusão do estudo são ainda apontados alguns pontos que os autores consideram que deveriam ser melhorados no Sistema do Registo Central dos Toxicodependentes de Macau do Instituto para a Acção Social. Na base das críticas está o facto das estimativas registarem ainda um grande número de utilizadores de narcóticos, que os autores considerar que já não se ajusta à realidade actual. “Descobrimos que os dados do Sistema do Registo Central dos Toxicodependentes contêm um número desproporcionalmente elevado de pessoas que consomem narcóticos, que não é consistente com a tendência de aumento do número de pessoas que usam drogas sintéticas”, é apontado. “Esta é uma situação que pode não reflectir a realidade de Macau, uma vez que as drogas sintéticas são as mais populares entre os jovens com idades entre os 14 e 24 anos”, é defendido. Os autores concluem ainda o estudo com o desejo que o trabalho “ajude o Governo de Macau a distribuir de forma eficaz os recursos existentes e contribua para ajudar a desenvolver políticas eficazes de combate à toxicodependência”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHác Sá | Cães estão a morrer e há suspeitas de envenenamento Nas últimas duas semanas, mais de sete cães morreram na zona de Hác Sá e há suspeitas que na origem dos óbitos esteja o envenenamento devido aos produtos utilizados para o controlo dos mosquitos. No entanto, ao HM, o IACM nega essa possibilidade Na zona de Hác Sá morreram mais de sete cães no espaço de duas semanas e há suspeitas que os óbitos estejam a ocorrer por envenenamento. O primeiro caso foi relatado numa rede social, quando uma mulher decidiu levar o seu animal para um tranquilo passeio por aquela zona. Durante a volta o animal sentiu-se mal e foi levado para um clínica veterinária. Horas depois estava morto. A Associação para os Cães de Rua e o Bem-Estar Animal em Macau (MASDAW), através da responsável Fátima Galvão, revelou ontem ao HM mais seis casos semelhantes. “Protegemos muitos cães vadios naquela zona [Hác Sá] e todos andavam bem dispostos por vários locais, como estaleiros, locais de obras, entre outros. Mas, há cerca de 10 dias, alguns cães começaram a emagrecer e a perder o apetite, como foi o caso da cadela Marble, a quem foi detectada febre da carraça”, revelou Fátima Galvão. “Estou a trabalhar com animais vadios desde 1999 e vi muitos a morrerem com febre da carraça. Mas nunca vi nada assim. Nunca vi animais a desfazerem-se em sangue. A Marble estava toda desfeita por dentro e o mais estranho é que estamos a falar de animais que eram saudáveis há cerca de um mês. Estes não são os sintomas de febre de carraça”, acrescentou. Para Fátima Galvão, há suspeitas que os animais estão a ser envenenados por alguma substância espalhada na zona. Isto porque nas proximidades do local onde morreu a Marble, segundo um trabalhador daquela área, morreram outros cinco cães, no espaço de quinze dias. Também outros cães seguidos pela MASDAW, pertencentes à matilha da cadela Marble, apresentaram sintomas de envenenamento. Contudo, os animais foram salvos por tratamentos com transfusões de sangue. A autópsia à Marble afasta o cenário de envenenamento por raticida, mas não por outros produtos. “Quando um animal ingere raticida os valores do fígado, analisados através do sangue, surgem alterados. Mas neste caso, as análises não acusaram sintomas de raticida. O envenenamento terá de ser por outra substância”, contou Fátima Galvão. IACM nega responsabilidade Na redes sociais falou-se da possibilidade do envenenamento ser causado pelos produtos utilizados pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais no controlo dos mosquitos. Fátima Galvão admitiu ao HM que tinha equacionado essa hipótese, mas diz que, até ao momento, não tem provas que lhe permitam considerar é essa a situação que está efectivamente a acontecer. “Já tinha pensado que talvez fossem os produtos do IACM. Após os comentários que li, as suspeitas tornaram-se mais fortes. Mas a verdade é que não temos provas. Vamos tentar contactar o IACM para perceber se é esse o caso”, disse Fátima Galvão. A responsável da MASDAW fez ainda questão de sublinhar que o trabalho do IACM no controlo dos mosquitos é fundamental para a saúde pública. Ao HM, o IACM recusou ser responsável pela morte dos animais. Segundo o organismo, só a partir de Abril é que o “organismo vai começar a fazer o trabalho de controlo e extinção de mosquitos”. O IACM explicou ainda que no controlo dos mosquitos utiliza quatro substâncias: um composto organofosforado, aprovada pela Organização Mundial de Saúde, Cipermetrina, Permetrina e S-Bioallethrin. Sobre a segunda substância, o IACM não avançou explicações, em relação à Permetrina, justifica que é um composto que não fica retido no corpo humano. Finalmente, sobre a S-Bioallethrin, afirma que é segura para humanos e animais.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCasas sociais | Instituto de Habitação com acesso a contas bancárias O Governo vai passar a exigir aos candidatos a habitação social que assinem uma autorização para que o IH possa ver as suas contas bancárias. O objectivo da medida é tornar o processo mais rápido e menos burocrático A nova lei da Habitação Social prevê que o Instituto de Habitação passe a ter acesso às contas bancárias dos candidatos de forma a poder confirmar as declarações de rendimentos. O documento está a ser discutido pela 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que ontem teve uma reunião que contou com a presença do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. A proposta para ter acesso directo às contas bancárias foi revelado pelo presidente da Comissão, Ho Ion Sang. O deputado explicou também que os candidatos que não autorizarem o acesso serão excluídos dos concursos para a atribuição de habitação social. “Quando confirma as declarações dos candidatos, o IH tem necessidade de verificar as informações. Actualmente, há entidades que não colaboram totalmente com esse processo, por isso é necessário dotar o Governo com mais mecanismos”, começou por diz Ho. “Segundo os moldes actuais o Governo precisa pedir autorização aos tribunais, que depois comunicam a decisão à Autoridade Monetária de Macau. Só depois é garantido o acesso às contas. É um meio indirecto de acesso que pode ser melhorado para tornar o processo mais transparente e rápido”, acrescentou. Por outro lado, a assinatura de uma declaração em que se concorda com o acesso às contas bancárias passa a ser parte integrante do processo de candidatura. Vai ser uma exigência sem a qual não é permitido concorrer a uma habitação social. “É um acesso que é concedido apenas para finalidades de atribuição de uma habitação social. Quem não preencher a autorização não pode concorrer para receber este tipo de habitação”, justificou. No entanto, o presidente da comissão afastou preocupações com possíveis violações da privacidade dos candidatos. “Vão haver procedimentos internos muito claros para proteger as pessoas. Também com esta regra, os candidatos reconhecem mais facilmente que não podem prestar declarações falsas”, acrescentou. “Progredimos” No final da reunião, Raimundo do Rosário revelou ao HM que o encontro com os deputados foi muito simples. “Discutimos quatro artigos, vimos o regime de candidatura, de contrato, as obrigações do IH e dos arrendatários. Foi uma reunião em que progredimos”, afirmou o secretário. Por outro lado, o secretário recusou fazer comentários sobre a situação do metro ligeiro, prometendo clarificar a situação esta tarde, quando se deslocar ao plenário da Assembleia Legislativa. Ainda na reunião de ontem, foi igualmente discutida a possibilidade de um agregado perder o direito a viver numa habitação social, quando um dos filhos se casa com uma pessoa com rendimentos elevados. Neste caso, Ho Ion Sang explicou que os deputados querem que o Governo preveja a possibilidade do membro do agregado sair da casa, sem prejudicar os restantes membros.
João Santos Filipe DesportoFutebol | Campanha do Benfica de Macau na Taça AFC vista como exemplo para a modalidade O treinador Joseph Tam e o fundador da Associação de Veteranos de Futebol de Macau, Francisco Manhão, acreditam que a performance dos encarnados é um grande incentivo para os atletas do território. No entanto, reconhecem as limitações inerentes a Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] estreia do Benfica de Macau na fase de grupos da Taça Confederação de Futebol Asiática (AFC) e as duas vitórias alcançadas contra equipas de Taiwan e da Coreia do Norte estão a marcar a História do futebol local. Por isso, agora, o desejo entre os intervenientes da modalidade em Macau é que a tendência positiva não se fique pelas águias e se alastre a outras formações. “Os resultados mostram que, apesar da nossa Liga de Elite não ser profissional, temos equipas capazes de competirem nos palcos asiáticos. Sabemos que a Taça AFC é a competição secundária do continente, uma espécie de Liga Europa, mas tem o seu valor e é aliciante para os atletas locais”, afirmou Joseph Tam, treinador local, ao HM. “É um facto muito importante para encorajar a modalidade em Macau e motivar todos aqueles que gostam de futebol, sejam os clubes, fãs, a associação. O desempenho do Benfica de Macau, que merece todos os elogios, mostra que os clubes, se quiserem, podem competir fora de portas e com resultados importantes”, acrescentou. Também Francisco Manhão, fundador e antigo presidente da Associação de Veteranos de Futebol de Macau, destacou o contributo que o Benfica de Macau está a dar para a modalidade com a participação na Taça AFC. “É um dos pontos mais altos do futebol local, principalmente quando conseguem duas vitórias em dois jogos. Estão todos de parabéns, dirigentes, equipa técnica, jogadores. Têm feito um esforço muito meritório pelo bom nome do futebol de Macau”, disse Francisco Manhão, ao HM. “O clube tem traçado um bom caminho e espero que as outras equipas consigam seguir o exemplo, que mostrem ambição de também participarem em outros voos”, sublinhou. Causa e efeito Na altura de avaliar as consequências para o futebol local, as expectativas são mais moderadas. Joseph Tam entende que os esforço de alguns atletas do Benfica mostra aos locais que não é preciso ser profissional para poder ter um percurso meritório. “Actualmente é muito difícil para um jogador ser profissional em Macau. Mesmo no Benfica a maior parte dos jogadores não são profissionais. Porém, se trabalharem no duro e estiverem dispostos a fazer sacrifícios a nível profissional, social e familiar, podem conseguir jogar a um bom nível continental”, considerou. “O exemplo do Benfica de Macau mostra que se o atletas se dedicarem e trabalharem no duro que podem ter voos bem significativos”, frisou. Por sua vez, Francisco Manhão entende que a nível da estrutura do futebol de Macau há grandes desafios para os clubes. “Esta campanha pode fazer com que três ou quatro equipas, como o Chao Pak Kei, Sporting de Macau ou Monte Carlo, tentem elevar o nível das equipas e procurem outro tipo de investimento. Mas temos de reconhecer que há uma limitação inerente, por exemplo, ninguém espera que a equipa da Polícia ou dos Serviços de Alfândega tenha essa capacidade”, justificou. Galaxy junta-se a Benfica de Macau A operadora de jogo Galaxy Entertainment tornou-se no mais recente patrocinador do Benfica de Macau. O anúncio foi feito pelo clube, através das redes sociais. Os montantes envolvidos não foram revelados e o contrato só é válido para as competições internas. Em declarações ao HM, o treinador Joseph Tam elogiou a parceria: “É importante a entrada de patrocínios porque permite atrair jogadores com maior qualidade, mesmo estrangeiros. Se a Liga de Elite tiver jogadores de grande nível, os locais vão evoluir com eles e todos ficamos a ganhar”, apontou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeLai Chi Vun | Novo Macau defende protecção da zona dos estaleiros A forma da antiga povoação, os estaleiros navais, o monte, a fauna e flora são as características que a associação pró-democrata entende que devem ser preservadas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] povoado antigo, as infra-estruturas navais, o monte e a fauna e flora são os quatro elementos que a Associação Novo Macau considera que devem ser preservados em Lai Chi Vun. A tese foi defendida, ontem, numa conferência de imprensa que contou com a participação do vice-presidente Sulu Sou e Alin Lam, membro da associação. “A Zona de Lai Chi Vun tem valor histórico para Macau, bem como as passagens dos montes e a água daquela zona. É um dos poucos vestígios de uma das indústrias navais com maior dimensão do Sul China”, afirmou a associação em comunicado. “Por esta razão, a Novo Macau considera que o Executivo deve, no futuro, proteger os quatro elementos essenciais, que são a fauna e flora da zona de Lai Chi Vun, o conjunto dos estaleiros, incluindo a sua cultura e artes navais, a forma da antiga povoação e os montes existentes”, é acrescentado. Por outro lado, a associação criticou, através de Sulu Sou, a situação em que se encontra toda a área, que considerou “insatisfatória”. O deputado suspenso considerou ainda que a situação degradada dos estaleiros se deve à “falta de trabalhos de conservação por parte das autoridades”. A consulta pública sobre a preservação dos estaleiros termina hoje. Em relação a este aspecto, Sulu Sou criticou o documento de consulta por considerar que é muito focado em dois ou três aspectos. Segundo o deputado, o documento foca em demasia a questão da segurança e se os estaleiros devem ser demolidos. Em contraste, considerou o pró-democrata, falha em focar os outros aspectos mais abrangentes. Povoação de fora Outro dos pontos criticados passa pelo facto do Governo não ter incluindo a zona a Leste da Estrada de Lai Chi Vun na área protegida, assim como os montes. “O Governo deveria ter feito tudo para que o monte ligado à povoação de Lai Chi Vun fosse integrado na futura zona de protecção”, lê-se no comunicado. Na conferência esteve também Alin Lam, membro da associação que é arguido no processo relacionado com o Hotel Estoril, em conjunto com Scott Chiang. O activista recordou que já em 1986 as autoridades tinham desenvolvido um plano de protecção da Ilha de Coloane, em que a construção em altura em Lai Chi Vun não poderia ultrapassar os 11,6 metros. Recorde-se que, recentemente, o Instituto Cultural, através da vice-presidente Deland Leong, admitiu que Lai Chi Vun poderia receber hotéis, além de um museu dedicado aos estaleiros.
João Santos Filipe PolíticaTrânsito | Wong Kit Cheng quer revisão da Lei do Trânsito Rodoviário [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] aumento do número de acidentes registado entre Janeiro e Novembro do ano passado, face ao período homólogo, deverá ser solucionado com a revisão da Lei do Trânsito Rodoviário. A opinião é defendida por Wong Kit Cheng, deputada ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau, numa interpelação escrita enviada à Assembleia Legislativa. “Os acidentes indicam que há uma necessidade de rever a actual lei para melhorar a situação do trânsito, assim como as campanhas de informação, as tecnologias utilizadas no ensino da condução e a construção das estradas”, afirma Wong Kit Cheng. “Devido ao aumento dos acidentes, a Direcção Serviços para os Assuntos de Tráfego deve ponderar como pode melhorar a consciência dos condutores para o cumprimento das regras do trânsito, assim como o aumento da consciência dos peões. Também deve prestar mais atenção às condições das estradas e reduzir a ocorrência de sinistros”, é acrescentado. Já este ano, devido a um aumento de quase 30 por cento nos acidentes causados pelas operadoras de autocarros públicos, Lam Hin San, director da DSAT, divulgou que foi feito um pedido às transportadoras para aumentarem a segurança. Em relação a este ponto, Wong Kit Cheng quer explicações sobre que medidas foram efectivamente pedidas às transportadoras.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEducação | Governo vai aumentar subsídios para as escolas em nove por cento As escolas da rede pública, ou que aderiram à escolaridade gratuita, vão poder receber entre 954,9 mil e 1,46 milhões de patacas por turma. O aumento é para acompanhar a inflação e a subida dos salários do professores [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s subsídios atribuídos pelo Governo para o ano lectivo de 2018/2019 vão registar um aumento de 9 por cento para os 3,6 mil milhões de patacas. A informação foi avançada ontem, após uma reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior. O valor actual ronda as 3,3 mil milhões. Com as alterações nos diversos subsídios, o montante entregue às escolas por turma vai crescer para um valor entre as 954,9 mil patacas e 1,46 milhões. Já o subsídio por pessoa vai variar entre as 19.140 e as 23.800 patacas. “Os aumentos têm em conta as despesas correntes das escolas, como o aumento salarial dos professores e a própria taxa de inflação. É por isso que precisamos de aumentar os subsídios pagos às escolas”, disse Chiang Ka U, chefe substituta da Divisão de Apoios Sócio-Educativos da DSEJ. “O aumento do investimento nas escolas vai ser feito em conformidade com os princípios de gestão prudente das finanças e da manutenção das despesas dentro dos limites das receitas. As receitas têm de ser suficientes para cobrir as despesas”, acrescentou a responsável. Também na reunião, que contou com a participação do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, foi abordada a situação do projecto “Obras de Céu Azul”. Este plano tem como objectivo arranjar soluções para as escolas que funcionam no pódio dos edifícios. “Esperamos transferir todas as 15 escolas que estão actualmente em pódios de edifícios. Três das escolas já foram mudadas e quatro já assinaram acordos para serem mudadas. Restam cerca de metade das escolas com quem ainda estamos em negociações”, explicou Wong Kin Mou, chefe do Departamento de Estudos e Recursos Educativos da DSEJ. Ainda em relação a este projecto focado nas escolas, Wong justificou que o plano de implementação deve ser inferior aos 20 anos inicialmente considerados. “Em 2016, no início, o projecto tinha como objectivo num espaço de 15 a 20 anos resolver a situação das escolas em pódios de edifícios. Mas nessa altura ainda não sabíamos que íamos ter disponíveis para as escolas os terrenos do Canídromo. Com estes terrenos podemos baixar o número de anos necessários para finalizar o projecto”, justificou. Turmas mais pequenas A reunião de ontem, na DSEJ, serviu igualmente para fazer um balanço do programa de implementação de turmas reduzidas, ou seja, as que são constituídas por 25 a 35 alunos. O plano já está em vigor em 120 escolas do território. Segundo o chefe do Departamento de Estudos e Recursos Educativos da DSEJ, a média de alunos por professor no ensino infantil é de 29,2 alunos por professor. No ensino primário o rácio é de 29,1 alunos por professor e no secundário de 26,8 estudantes por docente. Os dados são referentes às escolas na rede. “A realidade das turmas de dimensão reduzida abrange 95 por cento das escolas”, frisou Wong, sobre as instituições que aderiram à rede da escolaridade obrigatória. Em relação às escolas privadas, Chiang Ka U afirmou que as turmas não têm mais de 42 alunos, uma vez que esse é um dos critérios para receber os apoios do Governo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaJockey Clube de Macau deve 150 milhões de patacas ao Governo O secretário para a Economia e Finanças desconhece se o Executivo pode exigir juros de mora perante uma dívida que chegou a atingir a cifra de 200 milhões, em 2015. Apesar de já terem sido recuperados 50 milhões, Lionel Leong admitiu que não sabe se o valor vai ter de ser ajustado à inflação e pago com juros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Jockey Clube de Macau tem um dívida de 150 milhões de patacas ao Governo, que vai ter de pagar num prazo de três anos. A garantia foi deixada, ontem, pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que veio a público explicar a polémica em torno das dívidas da concessionária. O secretário, que assumiu o cargo em Dezembro de 2014, afirmou ainda que só em 2015 teve conhecimento do “problema” e que, desde essa altura, já recuperou 50 milhões patacas de uma dívida que chegou a atingir o valor de 200 milhões de patacas. “Em 2015, descobri este problema e, desde então, temos exigido à empresa que pague a dívida. Actualmente, as dívidas ao Governo são de 150 milhões de patacas, mas antes eram de 200 milhões, quando detectámos o problema, em 2015”, disse Lionel Leong, ontem. O montante em causa diz respeito ao imposto sobre o jogo, pagamentos ao Fundo de Pensões e prémios não reclamados, entre outros. Os atrasos foram autorizados pelo Governo, uma vez que desde 2002 que a empresa sempre apresentou perdas. Apesar dos atrasos, o secretário para a Economia e Finanças não garante que o montante seja restituído com juros de mora. “Se vai haver o pagamento de taxas de atraso, se vai ser tida em conta a inflação ou vão ser pagos juros de mora, ainda não sabemos. Temos de questionar a Direcção de Serviços de Finanças se existe base legal para recuperar o dinheiro”, admitiu. “Mas, claro, se eles não conseguirem pagar as dívidas no prazo de três anos a concessão vai ser anulada”, frisou. Dívida conhecida Apesar do problema, segundo as palavras do Lionel Leong, ter sido detectado em 2015, o mesmo não quer dizer que não fosse do conhecimento de Francis Tam, anterior secretário para a Economia e Finanças. Isto porque, como explicou Lionel Leong, ao longo dos anos foram sendo recebidas cartas da empresa, que é formalmente conhecida como Companhia de Corridas de Cavalos de Macau. Ontem, o secretário explicou igualmente outros pormenores do contrato com a empresa. Entre 1997 e 2005, a empresa pagava uma renda anual ao Governo de 25 milhões de patacas. No entanto, as quebras dos lucros fizeram com que o contrato passasse a prever um pagamento mais reduzido de 15 milhões por ano. “Na altura foi ponderada a diversidade do jogo e o facto do Jockey Clube de Macau contribuir para a oferta de pontos turísticos no território”, explicou Lionel Leong. Quanto ao facto da concessão ter sido renovada, em Fevereiro, durante mais 24 anos e seis meses, o actual secretário para a Economia e Finanças recordou que a empresa está obrigada a investir 1,5 mil milhões patacas. Lionel Leong responde Ho Iat Seng Na corrida ao lugar de Chefe do Executivo, dois dos nomes mais falados têm sido os de Lionel Leong e Ho Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa. Ontem, o actual secretário para a Economia e Finanças não quis deixar Ho sem resposta, após o presidente da AL ter criticado os secretários por se encontrarem com os ministros da China durante a Assembleia Popular Nacional. “Agradeço-lhe [a Ho Iat Seng] a atenção prestada. Mas como um dos titulares de alto cargo tenho de manter o diálogo e aprender e saber mais sobre situação nacional”, começou por dizer Lionel Leong. “Seguimos o Chefe do Executivo. Os contactos foram feitos através do Gabinete do Chefe do Executivo, que é quem comunica com os vários ministérios para organizar os encontros. Só a partir desse momento é que participamos nas reuniões”, acrescentou.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasRestaurante Sip Sop Soup | Alvin Au, investidor e co-fundador [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Sip Sop Soup é um restaurante dedicado às sopas que começou a operar em Macau, em Agosto do ano passado. Localizado junto ao Lago de Nam Van, o estabelecimento trouxe para Macau um conceito inovador Em Agosto do ano passado o restaurante Sip Sop Soup abriu portas para gáudio dos aficionados das sopas. A ideia surgiu depois de Alvin Au, um dos investidores e co-fundadores do negócio, ter passado algumas semanas com um dos sócios na Austrália. A visita serviu de inspiração para o tipo de restaurante que acabaria por importar para Macau, em conjunto com Cathie Lam e Houin Ao. “É um conceito que está muito desenvolvido na Austrália. É muito comum haver espaços que só vendem mesmo sopas. E em muitos dos casos são restaurantes até mais especializados no take-away. As pessoas entram, encomendam a sopa que querem e depois vão comer para outro lado”, disse Alvin Au, ao HM, sobre a origem da iniciativa. O facto de Macau não ter uma cultura gastronómica propícia a este tipo de restaurantes justificou a aposta: “Queríamos abrir algo especial no território, não queríamos ser apenas mais um café, porque hoje em dia é muito frequente abrirem cafés. Por outro lado, queremos encorajar as pessoas a tentarem comer a sopa como prato principal e não apenas como entrada”, revelou. Apesar da estratégia, Alvin Au reconhece que este tipo de estabelecimento vai contra a mentalidade mais tradicional de Macau, no que diz respeito aos hábitos alimentares. “Para muita gente de Macau e Hong Kong à hora do almoço o normal é comer refeições com noodles ou arroz. Esta nossa aposta implica uma mudança, no entanto, temos o cuidado de oferecer sopas em quantidade suficiente para que uma pessoa possa ficar satisfeita”, reconheceu. Ao mesmo tempo, houve também a preocupação de garantir uma oferta saudável aos clientes, um aspecto muito associado a este tipo de alimento. Também por essa razão, os sabores artificiais foram afastados dos pratos servidos no Sip Sop Soup. “Tentamos manter o sabor original dos ingredientes e usamos cebola e abóbora, por exemplo, em vez de outros sabores artificiais. Queremos que as pessoas experimentem os sabores originais nas nossas refeições”, explicou. “São refeições que podem ser consideradas saudáveis, mas também temos ofertas de sopas com frango e peixe. Tentamos sempre manter um equilíbrio entre os ingredientes”, frisou Alvin Au. Público feminino Também por muitas vezes existir a ideia, principalmente entre o público masculino, que uma refeição à base de sopa pode não ser suficiente para encher a barriga, o Sip Sop Soup acaba por atrair um tipo de cliente mais feminino. No entanto, Alvin Au vê mudança na clientela do restaurante. “Noto que os nossos clientes são principalmente mulheres que se preocupam em comer algo mais ligeiro ao almoço. Todavia, há homens que também já procuram seguir esta tendência e comer apenas uma sopa. Estamos felizes com o ligeiro crescimento do negócio nestes seis meses”, admite. Em relação aos principais desafios de desenvolver restaurantes no território, as rendas e os recursos humanos são apontados como os principais obstáculos. Esta é a experiência de Alvin Au, que é proprietário de outros dois espaços de restauração. “As rendas e os recursos humanos são os grandes desafios. Por outro lado, também o número da população em Macau, que não é um mercado tão grande quanto, por exemplo, Hong Kong. Há uma base de clientes mais pequena”, justificou. Os riscos de apostar no Sip Sop Soup foram mitigados. Isto porque o restaurante funciona no segundo andar do estabelecimento com comida chinesa, o Sei Kee Café. Os dois espaços estão ligadas através de uma escada, mas podem ser acedidos de forma independente. “Tentei apostar no conceito de ter duas lojas no mesmo edifício, para diminuir o risco caso as coisas não corram como queremos. Quando se abre um espaço deste tipo num único edifício é muito difícil e as rendas não são baixas. Também por isso, o restaurante está próximo de uma marca conhecida. Temos de ser sinceros e perceber que, no que diz respeito a comida, as pessoas de Macau não são assim tão abertas a novos conceitos”, considerou.