João Santos Filipe Manchete SociedadeCanídromo | Angela Leong diz que é entregue hoje plano para o futuro dos galgos A Yat Yuen vai entregar hoje, pela terceira vez, um plano para o futuro dos galgos. Ontem, a directora-executiva não quis revelar o destino dos animais, mas garante que o Canídromo cumpriu sempre as suas responsabilidades perante os animais e os empregados [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Canídromo vai entregar hoje o plano sobre o futuro dos Galgos ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. A garantia foi deixada ontem por Angela Leong, directora-executiva da Companhia de Corridas de Galgos Macau (Yat Yuen), que considerou a possibilidade dos animais serem levados para um terreno no Interior da China especulação dos jornalistas. “Amanhã [hoje] o Governo vai ter o nosso plano. Mais tarde vamos divulgar as informações sobre a nossa resposta [ao Governo]. Também o Executivo vai divulgar as informações. Acredito que assim que as informações forem divulgadas que as pessoas terão o conhecimento sobre o futuro dos galgos e a vida que vão levar assim que deixarem de correr”, disse Angela Leong, quando questionada sobre a possibilidade dos cães serem levados para o outro lado da fronteira. Apesar da insistência face ao transporte dos galgos para um alegado terreno do Canídromo no Interior da China, a directora-executiva afirmou que não passa de especulação dos jornalistas. “Isso é especulação. Os galgos já vivem em Macau há muitos anos. Como é que lhes podemos oferecer um bom ambiente para a vida depois de se retirarem? A resposta vai ser dada amanhã [hoje], depois da entrega do plano e das informações serem divulgadas”, reiterou. No domingo, oito grupos de protecção dos animais realizaram uma conferência de imprensa conjunta a pedir que os galgos não sejam transportados para o Continente. Angela Leong optou por deixar as associações em causa sem qualquer tipo de resposta. “Quer sejam os grupos em defensa da protecção dos animais, o Canídromo, os indivíduos que amam cães, ou as pessoas do exterior… todos têm a sua opinião. Os jornalistas também têm uma opinião. Por isso, não vou responder às opiniões”, justificou. “As pessoas têm a sua liberdade e nós temos assumido as nossas responsabilidades pelos galgos e pelos funcionários”, garantiu. Adopções disponíveis A também deputada, que falou com os jornalistas à margem de um encontro de uma comissão na Assembleia Legislativa, aproveitou igualmente para negar que já não fosse possível entregar fichas de adopção de galgos junto do Canídromo. “Ouvi dizer que as adopções só estavam disponíveis durante os três dias que realizámos para esse efeito. Quero esclarecer que isso não é verdade. Continuamos a aceitar pedidos de adopção”, frisou. Com o plano que será entregue hoje, este vai ser o terceiro documento que a Yat Yuen entrega ao Governo relativo ao destino dos galgos. Os dois projectos anteriores foram recusados pelo IACM, que exigiu um novo plano. A Yat Yuen tem até dia 21 deste mês para deixar as instalações do Canídromo e, de acordo com os dados da ANIMA, a empresa deverá ter na sua posse cerca de 650 galgos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Ho Iat Seng dá prazo para analisar lei de bases da organização judiciária Diz o ditado que depressa e bem não há quem. No entanto, o presidente da Assembleia Legislativa quer a lei de bases da organização judiciária analisada na especialidade em pouco mais de um mês. A data limite é 15 de Agosto [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, deu até 15 de Agosto para os deputados da 3.º Comissão Permanente terminarem a análise da lei de bases da organização judiciária. A situação foi revelada ontem por Vong Hin Fai, presidente da comissão, após a primeira reunião para analisar o diploma. “O presidente da Assembleia Legislativa emitiu um despacho para concluir o parecer até 15 de Agosto. Vamos fazer todos os esforços para concluir o trabalho dentro desta data”, afirmou Vong Hin Fai, em conferência de imprensa. “Quando o presidente [da AL] emite um despacho normalmente temos dois meses para concluir os trabalhos. Mas agora há menos tempo porque esta sessão legislativa termina a 15 de Agosto [altura em que os deputados vão de férias]”, acrescentou. Porém, é o próprio presidente da comissão a reconhecer que o tempo é limitado. Em causa está o facto deste grupo de deputados ter outros quatro diplomas para analisar até à data limite. “A comissão também tem outros trabalhos. Vamos fazer um esforço para concluir o relatório, mas só esta semana temos reuniões todos os dias. Se até lá não for possível, podemos pedir uma prorrogação do prazo. Mas vamos fazer o esforço, hoje já analisámos quatro ou cinco artigos”, frisou. Caso o prazo de 15 de Agosto seja ultrapassado, o documento pode continuar a ser discutido na comissão, sem haver necessidade de voltar ao plenário para ser novamente votado na generalidade. Este cenário só se colocaria se depois das férias começasse uma nova Legislatura, ou seja depois da realização de eleições. Cascata de processos Também o deputado José Pereira Coutinho se mostrou preocupado com o prazo definido, devido à complexidade do documento e pelos impacto que pode implicar noutros diplomas. “É uma cascata de leis. É evidente que as comissões não vão ter tempo para se debruçarem com cuidado sobre todas as leis. Um dos exemplos mais caricatos é a lei de base da organização judiciária. Acho que não temos tempo para analisar o impacto das alterações. Pelo menos sete diplomas legais vão sofrer impactos com esta lei”, admitiu o deputado, ao HM. “Precisamos de mais tempo e espero que com tudo isto não se repita o caso da Lei de Terras. Na altura, os deputados votaram tudo à pressa, houve 28 deputados que votaram tudo a favor, se não me falha a memória só houve uma abstenção, mas agora dizem que a lei não presta”, recordou. Consulta pública Ontem, os deputados debruçaram-se sobre a acumulação de funções dos deputados e o sistema de remuneração para tarefas extra. Vong Hin Fai esclareceu que a comissão concorda com a proposta do Governo no que diz respeito ao sistema. Contudo, os legisladores mostraram-se preocupados com o facto da acumulação de funções pelos magistrados em diferentes juízos, que podem colocar em causa a especialização. Outro dos assuntos em questão foi o pagamento da acumulação de funções, que poderá variar entre o mínimo de 5 e o máximo de 30 por cento do ordenado base anual. Porém, o modelo adoptado não é claro para os deputados: “A acumulação de funções vai ser determinada pelo Conselho de Magistratura. São eles que vão escolher os juízes que acumulam mais funções. Assim vamos ter juízes a ganhar mais 5 por cento do salário anual base, outros 15 por cento e alguns 30 por cento. Isto cria uma certa situação de selecção de juízes. Também a forma como são escolhidas as percentagens não é clara. A lei não explica como é feito”, indicou José Pereira Coutinho. Além destes assuntos, a comissão da AL abriu ontem uma sessão de consulta pública para todos os cidadãos e pessoas do sector, que termina a 9 de Agosto. Foi igualmente pedido acesso aos documentos de consulta do Governo sobre a lei, nomeadamente os pareceres do Conselho dos Magistrados Judiciais, o Conselho dos Magistrados do Ministério Público e a Associação dos Advogados de Macau.
João Santos Filipe DesportoTaça | Pedro Lopes estreia-se no Sporting com vitória frente ao Ka I por 3-2 O Sporting carimbou a passagem às meias-finais da Taça da Associação de Futebol de Macau com uma vitória por 3-2, diante do Ka I. Também o Benfica consegui o apuramento, com a goleada por 7-0 com o Lai Chi [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] técnico Pedro Lopes estreou-se no comando técnico do Sporting com uma vitória, no sábado à noite, diante do Ka I, por 3-2. No Estádio de Macau, os leões entraram a ganhar, mas deixaram-se empatar 2-2. Contudo, o tento de Jean Peres, aos 68 minutos, permitiu à formação verde e branca colocar-se na frente e carimbar a passagem à próxima fase. “Foi uma estreia que me fez sentir satisfeito. Este resultado é também a continuação do trabalho do Nuno Capela [treinador que deixou o clube na semana passada]. Mantivemos as coisas como tínhamos vindo a trabalhar, não fizemos grandes alterações, apenas uns pequenos ajustes porque estávamos diante do um adversário complicado e demo-nos bem”, disse Pedro Lopes, treinador do Sporting de Macau, ao HM. “A mudança aconteceu de forma suave e os jogadores não sentiram muito as alterações, até porque esta é uma equipa que já veio a trabalhar junta este ano. Mas senti que os jogadores estavam muito determinados, tranquilos e focados em vencer. A prova disso é que mesmo quando foi o 2-2, a equipa reagiu bem e conseguiu apontar o 3-2”, acrescentou. Logo no primeiro tempo os leões criaram mais oportunidades e chegaram à vantagem por 2-0, com golos de Price aos 33 e 40 minutos. Porém, em cima do intervalo, William fez o 2-1, com que a primeira parte chegou ao fim. Depois do intervalo foram apenas precisos oito minutos para que o Ka I, ainda motivado pelo golo, chegasse ao empate. Souza foi o marcador de serviço. Apesar do empate, a formação leonina não se deixou abalar e aos 68 minutos, Jean Peres, que tinha entrado minutos antes, fez o 3-2. Foi com este resultado que o encontro chegou ao fim. Na próxima ronda da competição, as meias-finais, o Sporting vai ter pela frente o vencedor do encontro entre Cheng Fung e Monte Carlo, que se realizou ontem e que ainda decorria à hora de fecho do HM. Benfica seguiu em frente Também o Benfica de Macau carimbou a passagem à próxima fase da competição com uma goleada por 7-0, diante do Lai Chi. Na próxima ronda, as meias-finais, os encarnados vão ter pela frente o Chao Pak Kei ou o Hang Sai, encontro que terminou depois da hora de fecho do HM. Os golos do Benfica foram apontados por Lai Kam Hong (5), Alison Brito (11 e 19), Iuri Capelo (57), Ip Cho Kan (68), José Martins (62) e Pang Chi Hang (70). As meias-finais estão agendadas para 12 de Abril.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCanídromo | Oito associações contra envio de galgos para o Interior da China Nem mais um cão para o outro lado da fronteira. Com a aproximação da data de encerramento do Canídromo, a 21 de Julho, são cada vez mais as associações que vêm a público pedir que o Governo arranje uma solução para o problema e que os galgos não sejam enviados para o Continente [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]ito associações de protecção dos direitos dos animais juntaram-se para pedir ao Governo que impeça que os galgos do Canídromo sejam levados para o Interior da China. Numa conferência de imprensa realizada ontem, que contou com a presença do deputado Sulu Sou, as associações sublinharam também a necessidade de esterilizar os animais para impedir que sejam utilizados apenas para procriação. “Estamos muito preocupados com a possibilidade dos cães irem para o Interior da China. O envio de galgos para o Continente não é uma solução nem deveria estar a ser considerado. No Interior da China não há uma protecção total dos direitos dos animais, há festivais para comer cães, há lutas ilegais, entre outras situações “, disse Xenia Estorninho, voluntária da Long Long Animals Asylum Home, ao HM. “Se os cães forem para o Interior da China vai ser um pesadelo. Todos sabemos isso. É desta maneira que Macau trata os animais? Não devíamos estar apenas a pensar no dinheiro quando lidamos com esta questão”, acrescentou. Na conferência de imprensa estiveram representantes de sete das oito associações, incluindo da Associação Protectora para os Cães Vadios de Macau, Long Long Volunteers Group, Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau, Long Long Animals Asylum Home, Dandelion Animal Protect Association Macau, Macau Animal Welfare Association e Macao Volunteer Association of Furry that wish a family — Furmily. As associações enviaram ainda cartas para o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), a 6 de Julho, a pedir que os cães não sejam enviados para o outro lado da fronteira e que o Governo se empenhe para encontrar outra solução que respeite o espírito da lei de protecção de animais. “Não se percebe toda esta situação. O Canídromo já sabia que ia ter de encerrar há cerca de três anos. Mas estão a lidar com tudo à presa, mesmo os dias de adopção foram feitos à pressa. Não se percebe como é que lidam com esta questão de forma tão pouco séria”, considerou ainda a voluntária. Quanto mais fala… O deputado Sulu Sou foi um dos presentes na ocasião e também juntou a voz aos que estão preocupados com os destinos dos galgos. “A empresa Yat Yuen teve mais de dois anos para preparar o plano para o futuro dos galgos e o que se está a passar é consequência da falta de acção deles. O IACM já devia ter definido um plano, uma vez que o da empresa não foi aprovado, com uma solução” disse Sulu Sou, ao HM. “O Governo tem de assumir as suas responsabilidades. Na minha perspectiva o IACM devia manter os galgos, dentro do Canídromo, depois de 21 de Julho até encontrar uma solução. Mas claro que a empresa devia pagar as despesas”, frisou. Sulu Sou criticou igualmente a postura evasiva de Angela Leong, directora executiva da empresa responsável pelos Galgos. Na sexta-feira, na Assembleia Legislativa, a deputada tinha dito que não queria responder a perguntas sobre o Canídromo porque levantam “questões inoportunas”. “É normal que [Angela Leong] não responda às dúvidas que existem porque sempre que fala, as pessoas ficam ainda mais confusas com a posição da empresa Yat Yuen”, atirou.
João Santos Filipe Desporto MancheteGrande Prémio | Circuito da Guia vai ser palco de prova de atletismo A 65.ª edição do Grande Prémio vai ser celebrada com uma corrida para duas mil pessoas ao longo do percurso. Em relação aos motores, a organização desvalorizou o facto do motociclista Glenn Irwin, vencedor no ano passado, não querer voltar a correr no território [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] circuito da Guia vai virar uma pista de atletismo como forma de celebrar a 65.ª edição do Grande Prémio do Macau. A iniciativa foi revelada, ontem, pela Comissão Organizadora do evento que vai decorrer no dia 11 de Novembro, ou seja, no domingo que antecede a prova, que se realiza entre 15 e 18 do mesmo mês. “É a primeira vez que o circuito da Guia recebe este tipo de actividade e de certeza vai atrair muitos residentes. Como é a primeira edição os destinatários vão ser os residentes e as inscrições vão estar limitadas a duas mil pessoas”, disse Pun Weng Kun, presidente do Instituto do Desporto e Coordenador da Comissão Organizadora. A corrida vai ter como nome Fun Run. “Vai ser uma volta completa ao circuito, que tem uma distância de 6,2 quilómetros. Queremos que os participantes possam sentir pelos seus pés a atmosfera do Circuito da Guia”, acrescentou. Durante a conferência de ontem, na Torre de Macau, a Comissão Organizadora assinou os contratos de patrocínio para a Taça GT e Taça de Carros de Turismo de Macau. Em relação à primeira prova, a Sociedade de Jogos de Macau vai pagar 4,06 milhões de patacas pelo contrato. Já a prova para carros de turismo rende 1,9 milhões de patacas e vai ser patrocinada pela empresa Food4U. À imagem dos anos anteriores, o Grande Prémio volta a ter um orçamento na ordem dos 220 milhões de patacas. “Não há um aumento no orçamento porque adaptámos o evento ao orçamento disponível”, justificou Pun Weng Kun. Também os preços para o evento já se encontram à venda e variam entre as 350 e 900 patacas, para os dias de provas. Para os dias de treinos livres, o preço é de 50 patacas. Glenn Irwin de fora Por outro lado, Pun Weng Kun desvalorizou o facto do motociclista Glenn Irwin ter declarado que não tem intenções de correr mais em Macau, até haver uma melhoria significativa da segurança. Em declarações à BBC, norte-irlandês, que foi o vencedor do ano passado, justificou que o acidente que vitimou Dan Hegarty, e que obrigou ao fim imediato da corrida, ainda está muito presente na sua memória. “Não estamos preocupados [com os pilotos que não querem vir] porque durante o Grande Prémio sabemos que há muitos pilotos interessados em participar. Portanto, essa não é uma grande preocupação para comissão organizadora”, defendeu o coordenador da Comissão Organizadora. “O Grande Prémio de Macau tem 65 edições e há sempre pilotos internacionais interessados em participar. Há muitos pilotos que consideram que o circuito é muito bom. Também há alguns que devido a algumas situações ou casos pessoais que não estão interessados em vir para Macau”, apontou. Pun Weng Kun sublinhou ainda que a organização está sempre à procura de formas para aumentar a segurança e que o circuito tem recebido elogios das federações internacionais de automobilismo e motociclismo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Funcionário utilizava equipamento de escola para falsificar notas Técnico de manutenção do equipamento informático da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional é suspeito de utilizar a fotocopiadora da escola para falsificar notas de 500 patacas. O homem foi detido pela PJ e a DSEJ vai avançar para a suspensão [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m técnico de manutenção dos equipamentos informáticos da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional é suspeito de ter utilizado a fotocopiadora a cores da instituição para imprimir nota de 500 patacas. O dinheiro era depois colocado a circular pelo funcionário, que utilizava as verbas no dia-a-dia e ainda no pagamento de serviços de prostitutas. Foi através do pagamento com duas notas de 500 a uma prostituta que o homem de 28 anos foi descoberto. A mulher utilizou o montante para pagar uma conta num casino. Nessa altura, foi-lhe dito que as notas eram falsas. Mais tarde, a prostituta indicou à polícia que o homem de 28 anos tinha-lhe pago um serviço com as notas falsas. Após este caso, a PJ desencadeou operações de investigação, foi à escola e apreendeu um conjunto de notas de 500 patacas falsas, que totalizava quase 300 mil patacas. O homem é suspeito da prática do crime de contrafacção de moeda que é punido com pena de prisão que vai de 2 a 12 anos. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultural, Alexis Tam, afirmou que o Executivo não tolera comportamentos contrários à lei. “Quero salientar que o Governo tem padrões muito elevados em relação aos nossos funcionários públicos. Todos têm que seguir a legislação em vigor e conhecê-la profundamente. Não podemos deixar que surja nenhum caso nem que qualquer funcionário que se envolvam em práticas contrárias à lei”, sublinhou. Alexis Tam explicou ainda que só teve conhecimento da situação momentos antes da reunião, depois de ter sido informado pelo director da Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pang Sak. DSEJ queria suspensão Quando os responsáveis falaram com a comunicação social, na manhã de ontem, o suspeito estava a ser questionado pela PJ. Na altura, a DSEJ já tinha instaurado um processo disciplinar e preparava-se para proceder à suspensão do indivíduo. “Segundo a informação que conhecemos, ele aproveitou as alturas em que a biblioteca estava fechada e pedia ao segurança para entrar, com a justificação que precisava de fazer algum trabalho de manutenção. O segurança deixou-o entrar e terá sido nesses períodos que o eventual crime terá sido cometido”, contou Lou Pang Sak, director da DSEJ. “Ainda hoje [ontem] vamos apresentar uma proposta ao superior hierárquico [Alexis Tam] para a suspensão. Ele é suspeito, mas mesmo que apenas seja suspeito, temos de prevenir a possibilidade de futuras ocorrências e temos de implementar as medidas preventivas. Vamos propor para aplicar esta medida cautelar”, acrescentou. Mesmo assim, por prevenção, o funcionário de 28 anos ficou sem acesso às instalações da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, onde trabalhava desde 2014. Ainda no que diz respeito ao Governo, o processo vai ser lidado de acordo com o Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública (ETAPM) que estabelece como pena máxima a demissão, caso se prove a conduta incorrecta. Costa Nunes | Relatório até ao final do mês O relatório da DSEJ sobre o alegado caso de pedofilia no Jardim de Infância D. José Costa Nunes está na fase de conclusão e deverá ser apresentado até ao final do mês, dentro do prazo anunciado anteriormente. A informação foi avançada, ontem, pelo director da DSEJ. “Estamos quase a terminar o trabalho para elaborar o relatório, vai ser apresentado até ao final do mês”, disse Lou Pang Sak. Investigação | Caso Sam Yuk encerrado As suspeitas dos alegados casos de abuso sexual na Escola Secundária Sam Yuk não se confirmaram e o caso foi encerrado. “Os estudantes sentiram-se inconfortáveis [com um contacto bastante próximo], mas não houve acções mais agressivas. De acordo com as informações que recebemos, não houve as práticas o publicadas pela comunicação social [abuso sexual]”, frisou. “Comunicámos aos professores que têm de ter muito cuidado face à relação e ao contacto com os estudantes”, acrescentou. Pak Lei | IAS sem pedidos de apoio Segundo o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, o Instituto para a Acção Sociais (IAS) não recebeu pedidos de apoio financeiro das famílias afectadas pela explosão de um restaurante no Edifício Pak Lei, na Areia Preta. “Neste momento, segundo a informação dos IAS, ainda nenhuma família pediu apoio financeiro. Mas claro que os Serviços de Saúde estão a prestar apoio em termos dos cuidados médicos para os doentes”, disse Alexis Tam.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCâmaras | Wong Sio Chak já prepara videovigilância para novo aterros [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] videovigilância tem produzidos resultados “positivos” nas investigações criminais em Macau e o Governo já prepara planos para a instalação de mais câmaras de vídeo nos novos aterros. O anúncio foi feito, ontem, pelo secretário para a Segurança, na cerimónia de abertura da Exposição de Artesanato dos Reclusos e dos Jovens Internados 2018. Segundo um comunicado do Governo, actualmente estão em funcionamento no território 820 câmaras de videovigilância, que foram instaladas em três fases diferentes. Ainda assim vão ser instaladas mais 800 câmaras, referentes à quarta fase do programa de videovigilância que deverão entrar em funcionamento até ao primeiro trimestre de 2020. Nessa altura, e contabilizando os actuais 30 quilómetros quadrados de Macau, o território vai ter uma média de 54 câmaras por quilómetro quadrado. Contudo, os planos para a instalação dos sistema de CCTV em Macau não se ficam por aqui. As quinta e sexta fases já estão a ser elaboradas e têm como foco, essencialmente, os aterros e serão divulgadas “em tempo oportuno”. O responsável pela segurança do território defendeu ainda que “o sistema de vigilância contribui significativamente para a investigação de casos criminais” e deu o exemplo de um roubo a uma joalharia, no início do ano. Neste caso, o suspeito foi identificado em menos de 24 horas, devido à captação de imagens. O secretário disse também acreditar que “o aperfeiçoamento do sistema poderá elevar ainda mais a eficácia da investigação de casos”. Ao mesmo tempo, Wong Sio Chak recordou que para que o sistema possa ser utilizado é necessária “uma delegação de competências para o efeito” e que a recolha de informações vai ser feita “de acordo com a lei”. Pak Lei à espera O secretário abordou igualmente o caso da explosão dentro de um restaurante no Edifício Pak Lei, na Areia de Preta, e explicou que a investigação está a aguardar pelos depoimentos das vítimas. “A Polícia Judiciária fez pesquisas no local e encontra-se actualmente a proceder aos trabalhos de investigação noutros aspectos. A par disso, como parte dos feridos ainda se encontra a receber tratamento hospitalar, a PJ não conseguiu, por enquanto, recolher os seus depoimentos, uma tarefa que tem de concluir para depois poder submeter o relatório de investigação ao Ministério Público”, explicou. Em relação à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, Wong Sio Chak explicou que os equipamentos têm sido instalados na Zona de Administração da Ilha Fronteiriça Artificial e que os mesmos estão a ser experimentados. Porém, garantiu que assim que for necessário abrir a ponte, que os recursos humanos e materiais vão estar prontos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeANIMA | Contrabando é a única hipótese para venda de galgos no continente Há lojas no interior da China a vender galgos de Macau, noticiou o Jornal Tribuna de Macau. Albano Martins, presidente da ANIMA, acredita que, se os animais forem de facto da RAEM, só podem ter sido contrabandeados. Entretanto, Delfina To Sok I, do conselho de administração do IACM, disse que o Governo nada pode fazer antes do dia 21 de Julho, data em que Yat Yuen tem de abandonar o terreno [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] uma situação pouco clara que deixa muitas dúvidas ao presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA), Albano Martins. O Jornal Tribuna de Macau noticiou ontem que há lojas de animais da China a vender galgos, alegadamente oriundos de Macau, por milhares de renmimbis, dependendo da condição dos animais. Só uma loja diz ter na sua posse 23 galgos, mas não explicou como obteve. Em declarações ao HM, o presidente da ANIMA garante que podemos estar perante um caso de contrabando. “O número de galgos que está a ser colocado à venda é maior do que o número que foi avançado pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), relativo às pessoas do continente que tinham adoptado, apenas 15. Se eles saíram para a China, saíram sem licença de importação, de certeza absoluta, e terão sido contrabandeados. Os galgos podem também estar a ser vendidos como se fossem de Macau e serem da China. A última hipótese é que podem estar a vender galgos que ainda não chegaram ao continente.” Albano Martins defende, contudo, que estamos perante “uma situação muito confusa”. “Os cães não deviam lá estar, porque é preciso uma licença de importação que não é dada a animais que sejam de estimação, como galgos. Se é verdade [a venda de galgos de Macau], significa que os animais foram contrabandeados, porque não há autorização de entrada desses animais como sendo de estimação”. Na visão do presidente da ANIMA, as autoridades deveriam verificar já o verdadeiro paradeiro dos galgos que estão a ser anunciados para venda online, apesar do IACM ter anunciado que, até ao próximo dia 21, nada pode fazer em relação aos animais, que são propriedade do Canídromo até essa data. “Era importante saber que animais são, para saber como é que eles saíram de Macau. Mesmo que um adoptante tenha vendido a outra pessoa, as autoridades podem tentar chegar ao traficante. É muito simples de apanhar, a não ser que o Canídromo tenha dado animais fora desse controlo.” IACM desconhece transfusões Ontem, à margem de uma reunião da Assembleia Legislativa (AL), Delfina To Sok I, membro do conselho de administração do IACM, adiantou que as autoridades desconhecem os casos de galgos que terão sido usados para transfusões de sangue em clínicas veterinárias. “Não temos dados sobre a utilização dos animais para procriação, nem para transfusões. Talvez os forneçamos mais tarde”, disse apenas. Apesar disso, o Canídromo chegou a ser alvo de uma inspecção sobre a possibilidade de se realizar procriação com galgos. “Desde que entrou em vigor a lei da protecção dos animais que temos inspeccionado não só o Canídromo como todos os locais em Macau. Fomos lá fazer inspecções”, frisou Delfina To Sok I. “Neste momento, a responsabilidade de escolher o destino dos cães e o proprietário é do Canídromo. Neste momento, não devemos ter grande intervenção. Só vamos intervir a partir de 21 de Julho, que é o momento da caducidade do contrato da concessão. Só aí é que vamos poder falar sobre o aspecto”, acrescentou a responsável do IACM, que deixou bem claro que não há qualquer margem de manobra para a extensão do contrato de concessão do terreno. Uma farsa A denúncia de que há galgos à venda na China partiu da deputada Agnes Lam, que já entregou uma interpelação escrita a pedir a intervenção do Governo sobre o futuro dos animais. A administradora do IACM garantiu que há soluções pensadas mas que não podem ainda ser divulgadas publicamente. Entretanto, o Canídromo disse que recebeu 127 pedidos de adopção, o que, para Albano Martins, é prova de que os 650 formulários entregues pela ANIMA foram ignorados. “Isto deixa muito mal o Canídromo nesta fase final e só vem confirmar que não é uma entidade suficientemente responsável para conduzir esta campanha até ao fim em prol dos animais. Também deixa mal as autoridades de Macau, que não controlam nada e deixam fazer exactamente o que querem. Ainda por cima anunciam online que vão vender animais de Macau num número bastante superior aos animais que saíram. Isso significa que aquela adopção foi mesmo uma farsa”, concluiu Albano Martins.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAcidente | Troca de botija de gás na origem de explosão mortal na Areia Preta Uma mulher morreu e quatro pessoas continuam internadas, três em estado grave, na sequência do acidente no restaurante do Edifício Pak Lei. Wong Sio Chak prometeu uma investigação ao caso, mas o IACM refere que na última inspecção ao estabelecimento, em Maio, tudo estava dentro da legalidade [dropcap style≠’circle’]“S[/dropcap]into que o meu coração está emaranhado”. Foi desta forma que Chu, pai da vítima mortal, reagiu à tragédia causada pela explosão do restaurante no Edifício Pak Lei, na terça-feira à noite. Em declarações aos meios de comunicação de língua chinesa, ontem de manhã, o homem revelou que estava em casa, quando a polícia tocou à campainha e lhe disse que a sua filha era uma das envolvidas na explosão. Quando chegou ao Centro Hospitalar Conde São Januário foi informado que a sua filha tinha morrido. Eram 21h45 de terça-feira, quando a mulher local de 34 anos, mãe de um rapaz, circulava no corredor do Edifício Pak Lei de acesso aos elevadores de prédio. Foi nesse momento, que do outro lado da parede, onde fica o restaurante, se deu a explosão que lhe causou ferimentos graves, nomeadamente várias facturas e rebentamento de órgãos internos. Apesar de ter sido levada para o hospital ainda com vida, acabou por não resistir aos ferimentos. Ainda em declarações à comunicação social, Chu sublinhou que a filha não tinha tido qualquer responsabilidade no acidente, que tinha sido uma vítima e que tinha uma vida bem organizada e em família. O pai da mulher de 34 anos frisou também que a filha tinha sido muito trabalhadora e que se tinha dedicado a organizar a sua vida logo após a conclusão dos estudos universitários. Por outro lado, Chu reconheceu ter sido apanhado completamente de surpresa pelo sucedido e estar a atravessar uma fase caótica. O pai da vítima mortal informou igualmente os repórteres que está a ser acompanhado por assistentes sociais disponibilizados pelo Governo. Três feridos graves Além da vítima mortal, há ainda mais três feridos graves que têm entre 34 e 54 anos. Segundo o comunicado do Centro Hospitalar Conde São Januário, uma das pessoas sofreu uma fractura do fémur e foi operada ontem, de urgência. Outra ficou em estado grave e apresenta queimaduras de segundo grau em 25 por cento do corpo. Neste momento, está internada na Unidade de Cuidados Intensivos. Finalmente, a terceira pessoa ferida está internada sobre observação permanente na sequência dos vários cortes que sofreu no corpo. A juntar à vítima mortal e os três feridos graves houve ainda três feridos ligeiros, dos quais um está internado. De acordo com as informações oficiais, a maior parte dos ferimentos das pessoas que tiveram alta eram essencialmente “contusões superficiais”. Contudo, um dos feridos ligeiros precisou de ficar internado devido a uma concussão. Troca de botija na origem Segundo o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, as investigações iniciais apontam para que na origem do acidente tenha estado a troca negligente de uma botija de gás e a instalação incorrecta da mangueira de fornecimento. “De acordo com as averiguações preliminares do Corpo de Bombeiros suspeita-se que a fuga de gás ocorreu durante a substituição de botijas de gás, devido à falta de cuidado”, afirmou, de acordo com um comunicado do Governo. O secretário, que fez uma visita ao local e às vítimas no hospital, prometeu também averiguar o que realmente se passou. “A investigação do caso será liderada pelo Ministério Público, com o objectivo de apurar responsabilidades e no sentido de se verificar se houve violação da lei”, acrescentou. Última Inspecção em Maio No entanto, as investigações preliminares apontam para que o restaurante estivesse a operar dentro da legalidade. Segundo o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, o espaço tinha mesmo sido inspeccionado há cerca de dois meses, em Maio. “De acordo com os dados disponíveis neste momento, o estabelecimento possui a devida licença para operar e apenas tinha quatro botijas de gás, o que cumpre os requisitos da lei. Em termos da segurança, o limite máximo são quatro botijas e o estabelecimento estava dentro do limite”, explicou Delfina To Sok I, Administradora do Conselho de Administração IACM, aos jornalistas, à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa. “A última inspecção ao restaurante tinha acontecido em Maio deste ano. Na altura, estava tudo em conformidade com as exigências”, acrescentou. Ainda de acordo com Delfina To a última revisão da lei aconteceu em 2016, quando o número de botijas de gás autorizado nos restaurantes foi aumentado de dois para quatro. Contudo, existe a possibilidade de haver uma reunião com o Corpo de Bombeiros para discutir a instalação em restaurantes de tecnologias que permitam detectar prematuramente possíveis fugas de gás. Delfina To informou também que são conduzidas inspecções com regularidade e que o IACM tem cerca de 100 agentes para o efeito, um número considerado suficiente por agora: “O problema não são as multas [impostas durante a fiscalização], o que é necessário é implementar tecnologias e aumentar a sensibilidade dos proprietários para este aspecto”, frisou. Visitas ao local Após a ocorrência do acidente foram vários os governantes que fizeram visitas ao hospital e ao local. O primeiro a chegar ao CHCSJ, em nome do Executivo, foi Wong Sio Chak, que foi acompanhado por Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde (SSM). Em conversa com os feridos, o secretário para a Segurança exprimiu as “mais sentidas condolências” e prometeu que o Governo “vai disponibilizar todo o apoio necessário às famílias”. Também Lionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, foi ao local do acidente e prometeu ajuda a todos os comerciantes afectados pela destruição causada pela explosão. Os afectados foram logo identificados durante a manhã de ontem e poderão pedir ajuda à Divisão de Apoio às Actividades Industriais e Comerciais da Direcção de Serviços de Economia. Ainda durante o dia de ontem as autoridades distribuíram panfletos com indicações para que residentes e comerciantes saibam como utilizar em condições de segurança equipamentos com gás. Condolências | Chui Sai On enviou carta a família enlutada O Chefe do Executivo enviou uma carta à família enlutada a manifestar “a profunda consternação pelo sucedido” e “expressou os seus pêsames”. A informação foi avançada pelo Governo, que não revelou se Chui Sai On se mostrou disponível para se encontrar com os familiares da vítima, ou qual a razão de não o ter feito, apesar da família da vítima mortal ter estado, ontem, no local do acidente. Também Chui Sai On esteve, por volta das 15h de ontem, na Areia Preta a visitar o Edifício Pak Lei, onde aconteceu a explosão. A visita foi feita sem que tivesse havido qualquer anúncio à comunicação social. Segundo o comunicado do Governo, durante a deslocação ao norte da cidade, depois da visita de Wong Sio Chak, o Chefe do Executivo mostrou “preocupação quanto a eventuais impactos causados pelo incidente no dia-a-dia dos habitantes da zona” e deu instruções às autoridades “para se empenharem também nos trabalhos de garantia da segurança dos residentes”. Chui Sai On foi depois ao hospital Conde São Januário. Na unidade hospitalar, garantiu aos “estar atento ao estado de saúde e à recuperação dos feridos” e desejou-lhes “as rápidas melhoras”. Porém, o Chefe do Executivo não esteve com a pessoa que apresenta queimaduras de segundo grau em 25 por cento do corpo, devido ao risco de infecções do ferido. Reunião do Governo Além das visitas, Fernando Chui Sai On convocou uma reunião entre os departamentos governamentais para discutir o caso. Segundo o comunicado do Governo, o líder da RAEM terá dado instruções para que o caso fosse investigado com a maior brevidade possível e de forma adequada. Depois pediu o acompanhamento da “situação dos feridos e dos familiares da vítima mortal, prestando-lhes todos os tratamentos médicos de que necessitem”. Chui Sai On insistiu também na necessidade de trabalhar na prevenção de futuros casos e permitir à população seguir com a rotina. Estrutura | Risco de desabamento afastado Apesar da explosão do Edifício Pak Lei ter sido sentida por vários moradores, a estrutura não está em risco de ruir. A afirmação foi feita ontem por Li Canfeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), após uma visita ao local. Segundo, Li Canfeng, apesar de ontem terem sido colocados pilares temporários para suportar a estrutura, tanto os pilares da construção original como a infra-estrutura não apresentam risco de colapso. Chan Chak Mo apela a maior vigilância O deputado e empresário Chan Chak Mo, responsável por vários restaurantes, defende que é necessário uma maior vigilância na manutenção de equipamentos com gás. “Os donos dos restaurantes deviam estar mais alerta para a necessidade de tomar as medidas de segurança necessárias na utilização de gás, fornos, e estes tipo de equipamentos”, disse Chan Chak Mo. “A manutenção regular é muito importante e quando se causa este tipo de danos eles afectam os bens do restaurante, mas também empregados e a população. Neste caso, morreu mesmo uma pessoa”, acrescentou. Gás | Fuga de monóxido de carbono na Horta e Costa Foi detectada, ontem às 01h, uma fuga de monóxido de carbono numa fracção do Edifício Wa Fai Kuok, na Avenida Horta e Costa. Após o alarme instalado na casa de banho do proprietário ter disparado, o homem chamou de urgência as autoridades. Esta é a segunda vez, em pouco mais de um mês, que a fracção em causa tem problemas, apesar do esquentador ser termoeléctrico e não a gás. Na primeira ocorrência, o homem sentiu-se mal disposto e teve de ser transportado para o hospital. Foi por essa razão que mandou instalar o detector do monóxido de carbono. Segundo as investigações iniciais, a entrada de gases deve ter acontecido pelo exaustor da fracção ligado ao exaustor público e de gases residuais de outras fracções.
João Santos Filipe DesportoFutebol | Nuno Capela deixa comando do Sporting de Macau Técnico dos leões decidiu encerrar um ciclo “intenso” de dois anos na Liga de Elite para dedicar-se à família e obter a certificação como treinador. Porém, vai estar disponível para analisar propostas futuras. O seu lugar será ocupado pelo, até agora, treinador adjunto Pedro Lopes [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uno Capela abandonou o comando do Sporting de Macau, após a derrota por 2-0, no domingo, frente ao Benfica de Macau. A saída acontece antes de se começar a disputar a Taça de Macau. Ao HM, Nuno Capela explicou a decisão com o “fim de ciclo”. “Chegou ao fim o ciclo, achei que estava na altura de dar o lugar a outros. Avisei a direcção que iria sair do clube a meio do mês. Infelizmente, depois, surgiu esta questão da taça [de Macau], que nem me passou pela cabeça, quando a comuniquei a saída”, disse o técnico, ontem. “Só tenho de agradecer a oportunidade que me foi dada. Foi importante poder orientar um clube de primeira divisão, numa altura em que estou a começar a treinar. Foi uma experiência fantástica, foram dois anos muito intensos”, acrescentou. A demissão foi acertada a bem e, apesar da questão da Taça de Macau ter surgido depois, Nuno Capela já não vai regressar ao banco: “A participação na Taça de Macau não se coloca”, justificou. Além de treinador da equipa sénior dos leões, Nuno Capela é igualmente um dos responsáveis pela academia. Esta é uma posição que vai manter, pelo menos, até ao final do mês. “Há compromissos assumidos até ao final do mês, que vou cumprir. Depois terá de haver um novo contrato para a academia. Se houver interesse por parte do Sporting vamos conversar sobre esse assunto”, indicou. Em relação ao futuro, o treinador diz que se quer focar mais na família e em obter a certificação como técnico. Porém, se surgir “alguma boa proposta”, diz que está disponível para analisá-la. Partida pacífica A saída do técnico foi anunciada pelo Sporting Clube de Macau através de uma mensagem nas redes sociais, publicada na segunda-feira à noite. A equipa agradeceu o contributo e desejou-lhe as maiores felicidades. “O Sporting Clube de Macau agradece o contributo do Professor Nuno Capela durante as épocas de 2017 e de 2018. O seu papel foi absolutamente fundamental em 2017, quando o SCM garantiu a manutenção na Liga de Elite, numa fase complicada do clube”, recordou a formação. “Foi ainda parte integrante da equipa responsável pela criação da Academia de Futebol Júnior do SCM, assumindo o seu comando técnico, com a capacidade e dedicação que lhe são publicamente reconhecidas”, foi ainda sublinhado. Ao HM, José Reis, director do SCM, também desejou as felicidades a Nuno Capela e confirmou que a saída partiu do técnico, dentro da normalidade, sem que tivesse existido qualquer diferendo entre clube e treinador. Pedro Lopes, que até agora era adjunto de Nuno Capela, é o senhor que se segue no comando da equipa técnica do Sporting de Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTurismo | Visitantes regressam a casa satisfeitos com Macau A relação entre residentes e visitantes é o aspecto mais negativo do turismo local, de acordo com um estudo recente. Mesmo assim, as pessoas do continente regressam a casa com uma imagem positiva e mostram-se disponíveis para recomendar aos amigos uma visita a Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] maior parte dos turistas vindos do Interior fica satisfeita com a visita ao território e tem tendência para aconselhar Macau como destino aos amigos e conhecidos. Esta é uma das conclusões de um estudo elaborado, no mês passado, por Ivan Ka, da Cidade Universidade de Macau, Yide Liu, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, Dong Lu, da Universidade de Chengdu e Michael Hitchcock, da Universidade de Londres. O trabalho tem como título “A influência do meio boca a boca na escolha de destinos turísticos”. Através de um total de 422 questionários feitos em alguns dos principais pontos turísticos da RAEM, os inquiridos foram desafiados a classificar diferentes aspectos numa escala de 1 a 7, em que o valor mais baixo corresponde a “discordo fortemente” e o valor mais elevado significa “concordo fortemente”. Segundo os resultados apurados, o aspecto que teve uma média mais elevada foi a predisposição das pessoas para contarem a amigos, familiares e conhecidos coisas positivas sobre Macau, que alcançou um pontuação média de 5,925, na escala de 1 a 7 pontos. Os serviços foram uma das áreas que mais impressionaram os visitantes dos continentes. A frase “Em geral, os serviços de turismo oferecidos em Macau são de qualidade elevada” conseguiu uma pontuação uma média de concordância de 5,930 pontos. Na mesma linha, a premissa de que a oferta de serviços de turismo em Macau face ao Interior da China é superior em todos os aspectos, alcançou uma concordância média de 5,922 pontos. Os turistas destacaram igualmente o sentimento de segurança que sentiram nas ruas da RAEM. A frase “não me sinto preocupado com o crime em Macau” teve um consenso de 5,759 pontos, enquanto que o sentimento de segurança face à existência de violência e ataques terroristas somou 5,889 pontos e 5,878 pontos, respectivamente. Poucos sorrisos A área que teve uma classificação mais negativa foi a relação entre residentes e turistas. Mesmo assim obteve uma pontuação suficiente para ser considerada positiva. A frase “Os residentes de Macau são amigáveis com os turistas” teve uma pontuação de 4,951 pontos, ao mesmo tempo que o aspecto “Os residentes de Macau estão disponíveis para interagir com os turistas” acumulou uma média de 5,026 pontos. “Os resultados da análise mostra que a percepção de segurança tem efeitos significativos tanto na satisfação geral com a viagem como nas recomendações feitas boca a boca”, sublinhas os investigadores. “Conclui-se que a relação entre residentes e turistas e a percepção de segurança são factores importantes para o crescimento sustentado como destino turístico”, é acrescentado no estudo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTrânsito | Ponte faz disparar especulação com matrículas duplas em Hong Kong Em Macau ainda não há casos registados, mas na região vizinha começou a corrida às matrículas duplas com acesso à ponte. Se o preço original era de 960 dólares de Hong Kong, agora há quem as revenda por 600 mil dólares [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s matrículas para a circulação de veículos na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau estão a ser especuladas no território vizinho e, em alguns casos, chegam a valer 600 mil dólares de Hong Kong. Um valor exorbitante face ao preço original de venda que é 960 dólares de Hong Kong. A informação foi avançada, ontem, numa reportagem da Central News Agency (CNA), agência ligada ao Governo de Taiwan. Segundo os regulamentos da ponte, as matrículas duplas emitidas para a circulação Hong Kong e a Província de Cantão vão ter acesso à infra-estrutura, durante um período experimental de dois anos. São estas matrículas que estão agora a ser especuladas. Casos semelhantes foram noticiados pelo jornal TaKungPao, de Hong Kong, que contou que, apesar da ponte ainda não estar a funcionar, já foram detectados casos de especulação na compra deste tipo de matrículas. Os Serviços de Viagem da China em Hong Kong (China Travel Service) é a entidade responsável pelos pedidos de matrículas duplas para as duas regiões. Contudo, a oferta deste tipo de matrículas é limitada e a emissão de novos pedidos está suspensa, depois de ter sido alcançada a quota máxima. É por esta razão que os preços das matrículas dispararam até 600 mil dólares de Hong Kong na região vizinha, porque além do acesso à Província de Guangdong permitem igualmente o acesso à ponte. Por 410 mil dólares São também várias as agências que anunciam online e nas ruas os serviços para ajudar os residentes de Hong Kong a comprar as placas metálicas “mágicas”. Por exemplo, um homem entrevistado pela CNA, que trabalha no sector de restauração e dos táxis, revelou que comprou três matrículas, cada uma com por 410 mil dólares. Agora o seu objectivo passa por vender as matrículas quando os preços voltarem a subir novamente. Enquanto aguarda pela valorização, aproveita para poder conduzir em Guangdong e mesmo na ponte, assim que esta abrir. Outro indivíduo explicou à CNA que na origem da especulação galopante está o facto das autoridades terem limitado a emissão de matrículas nesta fase inicial. Segundo a entrevista existe um desfasamento demasiado grande entre a procura e oferta das matrículas duplas. Esta não é a primeira vez que a situação se regista em Hong Kong. Em Agosto do ano passado, quando ainda havia a expectativa de que a ponte pudesse começar a funcionar no final de 2017, os Serviços de Viagem da China em Hong Kong tiveram mesmo de emitir um aviso contra fraudes a explicar que não existiam agências subcontratadas para autorizar os pedidos de circulação. Ao contrário da RAEHK, em Macau as matrículas duplas com o Continente não tem quotas para circular na ponte.
João Santos Filipe Manchete SociedadeExplosão em restaurante na Areia Preta resulta num morto e seis feridos [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma explosão num restaurante na zona da Areia Preta causou ontem pelo menos seis feridos, três homens e três mulheres, de acordo com informação da PSP. O sinistro ocorreu por volta das 21h45. À hora de fecho do HM e segundo o jornal Ou Mun que cita fontes oficiais, uma das mulheres já ter mesmo morrido devido a ferimentos sofridos. O acidente aconteceu num restaurante no Edifício Pak Lei, na Avenida do Hipódromo, e na origem terá estado uma fuga de gás. Os bombeiros e a polícia chegaram rapidamente ao local e começaram de imediato a transportar os feridos para o Centro Hospitalar Conde São Januário. Um dos feridos teve mesmo de ser retirado dos escombros, onde tinha ficado preso após a explosão, que causou vários danos. Outro dos sinistrados ficou deitado na via pública em cima de vidros. Na operação estiveram envolvidos pelo menos 40 operacionais, assim como várias viaturas. A Avenida foi cortada ao trânsito para que as operações de salvamento pudesse decorrer dentro da normalidade. Além dos feridos, foram ainda muitos os danos causados pelos pedaços de vidro que foram atirados para a via. Vários carros e motas estacionados no local, ou que passavam na via na altura do acidente, foram atingidos por vidros. GCS Durante as operações de salvamento os bombeiros colocaram dois pilares amovíveis para suportar a estrutura, uma vez que os danos no edifício ainda estavam por apurar, à hora de fecho do HM. À hora do acidente eram vários os residentes que estavam em casa, pelo que a explosão foi sentida por muitas pessoas. Por isso, foram vários os residentes que se apressaram a partilhar as imagens do local nas redes sociais, minutos após o acidente, com relatos de que tinham sentido o prédio a estremecer e ouvido um barulho muito alto. Três pessoas continuam internadas De acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), a vítima mortal tinha 34 anos e faleceu “devido a lesões graves nos órgãos e fracturas, também graves”. Três pessoas continuam internadas no Centro Hospitalar Conde de São Januário. “Uma devido a fractura do fémur e será alvo de uma cirurgia urgente, o seu estado clínico é considerado grave; outra sofreu queimaduras de 2º grau em cerca de 25% do corpo e está internada na Unidade de Cuidados Intensivos; a terceira pessoa internada sofreu diversos cortes, o seu estado clínico é considerado, também, grave e está internada para observação”, apontam os SSM. Entretanto três feridos tiveram alta “após tratamento a feridas ligeiras, sendo que a maior parte são contusões superficiais”. GCS O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, e o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun, deslocaram-se ao hospital para visitar os feridos. Os dois dirigentes também realizaram uma visita ao local onde decorreu a explosão. Notícia actualizada esta manhã com as informações disponibilizadas pelos Serviços de Saúde
João Santos Filipe Manchete SociedadeAlbano Martins “descansadíssimo” sobre processo da clínica Royal Veterinary Center [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da ANIMA, Albano Martins, diz estar descansado face ao processo movido contra si pelo proprietário da clínica Royal Veterinary Center, Ruan Bester. A intenção do dono da clínica veterinária foi revelada pelo Macau Daily Times, ontem, e em causa está o facto de Albano Martins ter feito uma publicação numa rede social em que escreveu que existia uma clínica que tinha obtido três galgos para transfusões de sangue. “Estou descansadíssimo. Em nada do que disse utilizei nomes. Agora vou esperar que o tribunal faça prova. A declaração que fiz no Facebook não menciona nomes. Ele [Ruan Bester] acusou-se. Agora está a usar o direito que tem de me colocar em tribunal”, disse Albano Martins, ao HM. De acordo com Ruan Bester, só o facto do presidente da ANIMA ter indicado o NAPE como a morada da clínica denunciou automaticamente a Royal Veterinary Center. Albano Martins não se mostra preocupado: “Não sei se há mais clínicas no NAPE, quando escrevi isso achava que havia mais clínicas, posso estar enganado. Mas não me preocupo muito com isso”, respondeu. O presidente da ANIMA recusou ainda confirmar se estava a falar da clínica Royal Veterinary Center, justificando que o caso vai entrar nos tribunais. Albano Martins confirmou também ter utilizado palavrões na conversa telefónica que teve com Ruan Bester, após a publicação no Facebook. “Ele ligou-me e começou a usar o termo f***-**. Eu apenas acabei como ele começou. Ele começou logo com asneiras e eu terminei a conversa como ele começou”, clarificou. Negócio prejudicado Por sua vez, Ruan Bester confirmou ao HM a notícia avançada pelo Macau Daily Times. “Ele acusou-nos de obter galgos para transfusões sanguíneas, mas nós nunca fizemos nada disso. Não temos qualquer envolvimento com os galgos e vamos, com toda a certeza, levá-lo a tribunal”, apontou. Segundo o responsável já estão a ser desencadeados os procedimentos para que o caso chegue aos tribunais. Bester reitera também que no NAPE apenas existe a sua clínica e que essa indicação é suficiente para que as pessoas identificarem o espaço: “Ele indicou a localização da clínica e nós somos a única clínica ali. Infelizmente, só somos nós. Sempre que falamos com ele, ou quando ele fala com as outras pessoas, ele indica-lhes que somos nós”, disse ao HM. Finalmente, o responsável da Royal Veterinary Center sublinhou que o negócio está a ser prejudicado com as alegações: “Tenho recebido apoio dos amigos, mas vi muita gente a defender o encerramento da clínica. Albano Martins referiu um veterinário no NAPE e as pessoas sabem de quem ele está a falar. As pessoas falam que é necessário boicotar a clínica e encerrá-la”, frisou.
João Santos Filipe SociedadeCaso John Mo | USJ nega envolvimento [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Universidade de São José nega que a estudante universitária que acusa o ex-docente da Universidade de Macau, John Mo, frequenta a instituição de ensino. A resposta foi enviada ao HM na sexta-feira passada: “Não temos qualquer estudante do Interior da China nem ouvimos falar do caso”, declarou a USJ numa resposta por email. Entre as instituições contactadas sobre o caso por este jornal, todas negaram à excepção da Universidade Cidade de Macau, que não respondeu às questões enviadas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeLionel Leong confessa desconhecer caso de trabalhadores “espiados” pela Galaxy [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de ter marcado a agenda noticiosa há duas semanas, o secretário para a Economia e Finanças não sabia do caso da empresa de Hong Kong contratada pela Galaxy para seguir os trabalhadores no Facebook. A empresa em causa é a YouFind e a notícia foi avançada no dia 22 de Junho, pelo jornal South China Morning Post. “Não tenho conhecimento sobre o que está a dizer. Nem sei que regulamentos poderão ter sido violados. Se forem matérias ligadas aos dados pessoais é o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais que tem de responder”, disse Lionel Leong, após ter sido questionado sobre o assunto, à margem de uma visita à Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais. Apesar da insistência e questionado sobre se não haveria direitos laborais em causa, o secretário para a Economia e Finanças insistiu: “Não tenho conhecimento. Preciso de saber quais as leis que foram violadas e as entidades que as aplicam para poderem verificar a situação”, frisou. Anteriormente, o GPDP disse estar a acompanhar a situação, mas nunca mais emitiu qualquer informação sobre o caso. Já a Galaxy defendeu-se, ao jornal de Hong Kong, explicando que fez tudo dentro da legalidade e de acordo com os contratos de trabalho. Imobiliário à espera Sobre a possibilidade de serem adoptadas medidas de incentivo para que os proprietários de fracções desocupadas as coloquem no mercado de arrendamento e para que os promotores de empreendimentos ponham no mercado as casas que guardam para vender, à imagem do que acontece em Hong Kong, Lionel Leong prometeu estudar o exemplo da cidade vizinha. “Em Hong Kong não há só uma taxa, há um projecto e medidas complementares, não é apenas uma taxa. Temos de ver se surgem efeitos face à aquisição de imóveis pelos intermediários e se essas medidas fazem com que aumente a oferta no mercado”, sustentou. De acordo com os dados avançados pelo deputado Ho Ion Sang, em Abril, existem cerca de 12,5 mil fracções vazias em Macau, porque os proprietários não as querem arrendar. Contudo, o secretário Lionel Leong não mencionou qualquer urgência na necessidade de implementar este tipo de medidas: “Vamos ter reuniões com o próprio Raimundo do Rosário, e entre as secretarias, para perceber a situação geral do mercado do imobiliário, assim como ouvir a opinião do público”, sublinhou.
João Santos Filipe SociedadeHacker de Macau procurado pelos EUA especulou 9 milhões na bolsa [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] pirata informático de Macau procurado pela Justiça dos Estados Unidos da América, Hong Iat, terá investido mais de 9 milhões de dólares americanos com base na informação confidencial a que teve acesso através de alegados ataques informáticos. A notícia foi avançada, ontem, pelo South China Morning Post. Segundo os documentos acedidos pelo jornal, o residente de Macau, de 27 anos, gastou um montante superior a 9,12 milhões de dólares na compra de acções, um “investimento” realizado em conjunto com outros dois suspeitos da alegada prática de ataques informáticos a firmas americanas. A negociação foi feita em margem no Banco da China, ou seja através de uma opção de risco elevado, em que o próprio banco financia os investidores. Do montante investido, 45 por cento, cerca de 4,10 milhões, foi feito com verbas do hacker de Macau e da sua mãe. A progenitora surge identificada em alguns dos fundos de investimento utilizados pelos piratas informáticos como a pessoa autorizada a receber e movimentar os fundos. Também de acordo com os documentos da Securities and Exchange Commission (SEC), regulador americano, as contas usadas por Lai para investir nos EUA encontram-se congeladas. A mesma documentação mostra ainda que em 2016 o pirata informático investiu 6,1 milhões de yuan em acções na bolsa de Xangai. Extradição rejeitada O paradeiro de Hong Iat é actualmente desconhecido, após do Governo de Hong Kong ter recusado o pedido de extradição norte-americano. Esta foi uma decisão tomada depois de um período de negociação superior a 10 meses e é a primeira rejeição desde 1998, altura em que os EUA e Hong Kong assinaram o actual acordo de extradição em vigor. Hong faz parte de um grupo de três pessoas acusado pela SEC de ter entrado no sistema informático de dois escritórios de advogados em Nova Iorque. Com esses ataques, que terão ocorrido entre 2014 e 2015, os suspeitos terão roubado mais de 60 gigabytes em informação confidencial sobre empresas cotadas na bolsa, que foi depois utilizada no investimento em acções. De acordo com a queixa da SEC num tribunal de Nova Iorque, após ter conseguido a informação confidencial, o trio investiu em acções e lucrou pelo menos 3 milhões de dólares americanos. Os outros suspeitos do caso são Hung Chin, de 53 anos, especialista em segurança de redes informáticas e actual marido da mãe de Hong Iat e ainda Zheng Bo, de 33 anos, que foi colega de trabalho do hacker numa empresa em Zhuhai.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCCAC | IPIM terá de apresentar relatório sobre novas medidas este mês [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, disse ontem, à margem de uma iniciativa na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, que o Instituto de Promoção do Investimento e Comércio de Macau (IPIM) terá de apresentar um relatório intercalar ainda este mês em reacção às críticas apontadas pelo CCAC. “Reconhecemos o trabalho do CCAC e concordamos com as recomendações. Em 2015 já tínhamos pedido ao IPIM para fazer uma apreciação e avaliação para se aperfeiçoar os procedimentos. Já tínhamos aumentado o valor de investimento inicial para 13 milhões, o que vai de encontro ao que o relatório refere”, disse aos jornalistas. Apesar das falhas, o secretário garantiu que as políticas de captação de investimento são para continuar. “Não vamos parar. Em 2015 já tínhamos feito aperfeiçoamentos, e em 2016 e 2017 houve uma redução dos casos autorizados. Isto prova que há uma fiscalização, mas claro que há espaço para melhorar.” “Precisamos de técnicos especialistas e sabemos qual a sua importância”, frisou Lionel Leong. “Não podemos ter medo e deixar de semear só porque temos medo dos pardais. Devemos melhorar, tendo em conta a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau porque será necessário aumentar o quadro de talentos. A questão é como devemos atrair as pessoas certas para os lugares certos, isso é que é o mais importante”, rematou. No seu relatório, o CCAC sugere algumas mudanças nos diplomas em vigor, bem como o reforço do papel de fiscalização do IPIM. Lionel Leong prometeu analisar, na sua tutela, como poderá ser feito esse trabalho legislativo. “Haverá partes nos regulamentos administrativos e leis que talvez precisem de uma revisão. O Governo está confiante na diversificação da economia e esses quadros são precisos para isso”, apontou. Quanto às irregularidades registadas no passado, o secretário referiu que muitos casos já foram encaminhados para o Ministério Público para mais investigação. “Pode ter havido casos em que nos falhou alguma coisa ou não descobrimos. Temos de aperfeiçoar o regime. Do que sei, o próprio IPIM quer fazer o trabalho de revisão e reforçar a revisão dos pedidos. Também vão mobilizar o pessoal para o fazer. Espero que em finais de Julho possa ter o relatório porque eles estão muito firmes em melhorar essa parte.”
João Santos Filipe Manchete SociedadeManifestantes contra crematório pedem que o Governo os ouça [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre 1.000 e 480 pessoas participaram na manifestação contra o crematório, organizada pelos moradores das imediações do cemitério Sa Kong, na Taipa. O número mais elevado foi avançado pelos organizadores, enquanto a estimativa mais conservadora foi fornecida pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP). Apesar do Executivo ter recuado no projecto, os moradores da zona e outras pessoas que se juntaram à causa saíram à rua e pediram ao Executivo uma maior transparência nos processos de decisão deste tipo de obras e meios mais eficazes para ouvir a população. Entre os cartazes, em chinês e inglês, podia mesmo ler-se frases como “Consultas Públicas falsas criam opiniões públicas falsas”, “Não troquem as nossas vidas por decisões de conveniência” ou “Diga não ao crematório”. Apesar da manifestação ter sido promovida por dois moradores, os deputados José Pereira Coutinho e Sulu Sou estiveram sempre na linha da frente dos protestantes, mesmo na altura de entregar a carta com mais de 1.000 assinaturas ao Governo. “Não há dúvidas que o facto de haver aqui tanta gente mostra que o Governo colocou o pé na argola. O Governo precisa de ter mais cuidado, ouvir as pessoas”, disse José Pereira Coutinho, deputado, ao HM. “O IACM deve vir a público pedir desculpas. Eles têm como competência servir os cidadãos em matérias que elevem a qualidade da vida social. Não se têm portado bem e falharam nesta matéria”, frisou. Coutinho crítica Conselhos Consultivos Segundo José Pereira Coutinho, o Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas tem falhado nas suas funções e aponta a consequência às nomeações do CE: “O Governo tem que reformular a composição dos conselhos consultivos. Não é através da nomeação e divisão de interesses que se consegue essa eficácia. Se formos ver a composição do Conselho Consultivo das Ilhas, é feita manifestamente por dois grandes grupos: a Associação dos Moradores e a associação do ex-deputado Chan Meng Kam [Aliança de Povo de Instituição de Macau]”, apontou. Já Sulu Sou sublinhou ter participado na manifestação, como forma de ajudar as pessoas a exprimirem o seu descontentamento. A Associação Novo Macau, à qual o legislador pertence, foi uma das principais plataformas de protesto dos residentes da imediações do cemitério de Sa Kong. “É importante ver tantos manifestantes aqui. As pessoas estão a mostrar que estão preocupadas com o ambiente, com as gerações futuras e com a situação desta nossa casa [Macau]”, afirmou Sulu Sou. “Como deputado é a minha obrigação estar com as pessoas e ajuda-las a exprimir as suas opiniões, de uma forma racional e pacífica”, acrescentou. De acordo com a PSP foram mobilizados 100 agentes para a manifestação, sem contar os polícias à paisana, cujo número as autoridades não quiseram revelar. Apesar de um dos manifestantes ter saído do perímetro limitado, a polícia considerou que tudo decorreu dentro da normalidade.
João Santos Filipe DesportoLiga de Elite | Campeonato termina com vitória do Benfica diante do Sporting A Liga de Elite terminou ontem à noite com um clássico que as águias ganharam por 2-0 frente aos leões. O Chao Pak Kei ganhou 5-1 frente ao Ka I e garantiu o 2.º lugar da Liga de Elite [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi com uma vitória do Benfica de Macau diante do Sporting de Macau, por 2-0, que a Liga de Elite terminou. O encontro foi disputado, ontem à noite, no Estádio de Macau e serviu apenas para cumprir calendário, isto porque momentos antes o Chao Pak Kei goleou o Ka I por 5-1 e colocou um fim à ténue esperança que os leões ainda tinham de chegar ao 2.º lugar da Liga de Elite. As águias venceram, mas o jogo poderiam ter tido uma história diferente, porque os leões tiveram uma oportunidade de ouro, aos 36 minutos, para se adiantarem no marcador. Após uma excelente arrancada na direita do ataque, Prince sofreu um toque na área dos encarnados e o árbitro assinalou falta. Porém, o nigeriano permitiu que Batista defendesse e segurasse a igualdade. Com o resultado em 0-0, chegou o intervalo. No segundo tempo, o Benfica mostrou a razão de ser campeão e controlou os acontecimentos. Aos 50 minutos, Tetteh rematou à entrada da área, e o guardião do Sporting defendeu à primeira, mas Nicholas Torrão foi o mais rápido a chegar ao ressalto e encostou para o 1-0. Minutos depois, aos 69, um arrancada de Pang Chi Hang conduziu um contra-ataque pela esquerda do ataque encarnado e o lance acabou com um chapéu ao guardião adversário que colocou o resultado em 2-0. Antes do fim do último jogo da Liga de Elite de 2018, o Benfica também teve um penálti a seu favor, mas Carlos Leonel falhou a baliza do Sporting. C.P.K. foi segundo Com o 2.º lugar matematicamente ainda em aberto, o C.P.K. confirmou o estatuto de favorito à posição e não facilitou diante do Ka I. A precisar de um empate, a equipa mostrou-se mais dominante, logo na primeira parte. Porém, só conseguiu marcar perto do intervalo. Aos 42 minutos a defesa do Ka I perdeu a bola para Diego Patriota que com um remate à entrada da área colocou o resultado em 1-0. O brasileiro contou ainda com a ajuda do guarda-redes, que ficou muito mal na fotografia. Na segunda parte, foi o C.P.K. que voltou a entrar mais forte e Patriota, aos 67, entra na área, faz o que quer da defesa adversária e desvia para o 2-0. O jogo parecia estar resolvido, mas um remate de longe de William, no momento alto da noite, aos 72 minutos, colocou o marcador em 2-1. Apesar de tudo parecer em aberto, o Chao Pak Kei respondeu prontamente e com golos de Souza (76), Bruno Nogueira (79) e Patriota (87), que fez hat-trick, estabeleceu o 5-1 final. No pólo oposto da tabela classificativa, caso não haja desistências ou penalizações inesperadas, Lai Chi e Serviços de Alfândega caem para a 2.ª Divisão. Por sua vez, e numa altura em que ainda falta uma jornada para o final da divisão secundaria, Tim Iec e Sub-23, equipa que pertence à Associação de Futebol de Macau, são as equipas que vão ser promovidas à Liga de Elite.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCapitais | Macau e Hong Kong na mira de relatório sobre lavagem de dinheiro Relatório encomendado pelas autoridades do Canadá sobre lavagem de dinheiro revela preocupações com Macau e Hong Kong. Críticas sublinham serviço prestado à legalização de verbas oriundas de redes criminosas de Cantão [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m relatório independente elaborado a pedido da Procuradoria da Província Colúmbia Britânica aponta Macau e Hong Kong como duas jurisdições que facilitam as operações de redes criminosas de Cantão. No que diz respeito à RAEM, o principal problema apontado passa pelas transferências de dinheiro. “A ameaça constituída pelo crime organizado na Província de Cantão é facilitada pelo centro bancário e económico de Hong Kong assim como pelos casinos e instituições para transferências de dinheiro em Macau”, consta no relatório, que foi citado, na sexta-feira, pelo South China Morning Post. “Tanto Hong Kong como Macau são centros financeiros e centros offshore para os bancos. Banqueiros, advogados, contabilistas, escritórios de serviços financeiros e outros negócios em Hong Kong e, numa escala menor, em Macau facilita muita da transferência de bens na Ásia”, é acrescentado. Segundo o relatório de 250 páginas, as cidades de Macau e Hong Kong são utilizadas para movimentar fundos ilegais, com proveniência no mundo do crime em Cantão. “Hong Kong é uma das jurisdições offshore mais secretas do mundo e é um centro global para companhias de fachada, que são utilizadas por associações criminosas asiáticas e de outras partes do mundo”, é explicado. À publicação de Hong Kong, o Governo da RAEHK limitou-se a dizer que continua comprometido com o combate ao fenómeno da lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, em consonância com a comunidade internacional. Críticas internas Mas não são só os casinos de Macau que são alvo de atenção, as maiores críticas vão mesmo para a lei que regula os 37 casinos da Colúmbia Britânica, pelo facto de não estar preparada para o elevado fluxo de transferências de dinheiro que atrai. O mesmo documento estima que tenham sido lavados mais de 75 milhões dólares norte-americano através dos casinos da região canadiana. O modelo utilizado é conhecido como “Modelo de Vancouver”, através do qual as redes criminosas chinesas emprestam o dinheiro proveniente de actividades ilegais ao jogadores. Estes, quando jogam com o dinheiro emprestado, tornam-no legal. A grande vantagem é que este modelo permite aos apostadores chineses terem acesso a dinheiro canadiano ao mesmo tempo que “legaliza” as verbas. Na conferência de imprensa em que foram apresentadas as conclusões do estudo, a Procuradoria da Província da Colúmbia Britânica decretou guerra à lavagem de dinheiro nos casinos locais. Os cidadãos canadianos foram ainda apontados como as principais vítimas. Segundo as autoridades, o dinheiro lavado acaba por ser investido no mercado imobiliário, o que tem forçado canadianos a deixarem as suas comunidades e a procurarem outros locais onde consigam comprar casa ou pagar a renda.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCaso Sulu Sou | Deputado espera voltar já hoje ao seu lugar no hemiciclo A multa está paga e se for cumprida a palavra de Ho Iat Seng, o legislador Sulu Sou retorna esta tarde, de forma automática, ao seu lugar na Assembleia Legislativa. A prova de pagamento da malta a que foi condenado vai ser entregue esta manhã no hemiciclo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Sulu Sou já pagou a multa a que foi condenado pelo crime de manifestação ilegal e aguarda o reconhecimento do pagamento da Assembleia Legislativa para assumir o lugar para o qual foi eleito. O regresso pode acontecer já esta tarde na sessão do Plenário, uma vez que a guia do pagamento vai ser apresentada ao hemiciclo ainda esta manhã. “Se não houver qualquer incidente espero estar de regresso à Assembleia Legislativa amanhã [hoje] à tarde”, disse, ontem, Sulu Sou, ao HM. “Sinto que tanto eu como os meus apoiantes não podemos esperar mais. Os nossos direitos foram-nos retirados durante um período superior a 200 dias”, sublinhou. Esta tarde a AL tem três pontos na agenda: discussão e votação na especialidade das alterações ao Regime de Segurança Social, discussão e votação na generalidade da Lei de Bases da Organização Judiciária e ainda votação sobre uma proposta de debate de José Pereira Coutinho sobre o aumento do número de lugares de estacionamento. Ontem, o deputado suspenso já estava a trabalhar para se preparar para a sessão e reflectir as opiniões dos seus eleitores e apoiantes: “Já estou a preparar as intervenções”, reconheceu. Anteriormente, o presidente da AL, Ho Iat Seng, tinha afirmado que assim que provasse o pagamento da multa, Sulu Sou poderia voltar de forma automática a assumir o seu lugar no hemiciclo. Contudo, o pró-democrata admitiu que pode ainda não ter direito a fazer uma intervenção antes da ordem do dia. “Segundo a prática da AL, temos de enviar um esboço do nosso discurso um dia útil antes da sessão. Sexta-feira foi o último dia útil, por isso talvez não tenha mesmo essa oportunidade de falar”, previu. Custas disparam multa Segundo documentos a que o HM teve acesso, Sulu Sou teve de fazer um pagamento total de 47.775 patacas para pagar a multa de 40.800 patacas. Além dos custos com a multa, o deputado suspenso teve também de pagar 6.375 de taxa de justiça e 600 patacas de receitas para o Cofre de Justiça. O regresso de Sulu Sou só é possível porque o deputado optou por abdicar do recurso para o Tribunal de Segunda Instância que tinha apresentado. Segundo o legislador esta foi uma decisão tomada com base no interesse dos eleitores, que considerou mais importante do que o seu interesse pessoal. “O Juiz titular do processo proferiu despacho, no dia 29 de Junho de 2018, confirmando a desistência do recurso apresentado pelo [Sulu] Sou Ka Hou relativamente à sentença condenatória do referido processo, fazendo consignar que, a condenação aplicada ao arguido [Sulu] Sou Ka Hou transitou em julgado e produziu os respectivos efeitos jurídicos”, anunciou o tribunal, através de comunicado, na sexta-feira. Por sua vez, os tribunais autorizaram o recurso de Scott Chiang que irá continuar dentro da normalidade. Porém, se for dada razão ao activista, Sulu Sou não irá beneficiar com a futura decisão. Sulu Sou e Scott Chiang foram condenados a 120 dias de multa por um crime de reunião e manifestação ilegal em co-autoria. Em causa está uma demonstração contra o donativo de 100 milhões de yuan por parte da Fundação Macau à Fundação de Jinan. O deputado está suspenso desde 4 de Dezembro na sequência de uma votação secreta em que 28 dos 33 membros da Assembleia Legislativa votaram o seu afastamento do hemiciclo.
João Santos Filipe SociedadeSMG | Fong Soi Kun recebe pensão até haver decisão final dos tribunais [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ex-director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos vai receber pensão por completo até haver uma decisão final dos tribunais sobre a sanção que lhe foi aplicada no âmbito do processo disciplinar instaurado após a passagem do tufão Hato. O ex-director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Fong Soi Kun, vai receber a pensão mensal de cerca de 80 mil patacas até haver uma decisão final sobre a suspensão que lhe foi aplicada pelo Chefe do Executivo, na sequência da passagem do tufão Hato. A deliberação foi tomada, ontem, pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI), que aceitou a providência cautelar apresentada pela defesa de Fong Soi Kun. “Não é uma vitória. É um expediente que existe na lei que permite a qualquer interessado requerer a suspensão da eficácia do acto administrativo lesivo da sua esfera jurídica. Não significa que o recurso do acto administrativo em si esteja garantido ou ganho”, disse ao HM fonte próxima do processo. Em Abril o Governo anunciou os resultados do processo instaurado ao ex-director dos SMG, no âmbito da passagem do tufão Hato. A Fong Soi Kun foi aplicada a pena máxima, correspondente à demissão. Contudo, como o responsável já estava reformado, a penalização foi convertida na suspensão do pagamento da pensão durante um período quatro anos. A partir dessa altura, Fong Soi Kun deixou de receber a pensão de 80 mil patacas por mês. Os pagamentos vão ser agora retomados, após a decisão do TSI que aceitou o pedido para suspender a eficácia da interrupção do pagamento da pensão. O Chefe do Executivo tem agora um período para decidir se recorre para o Tribunal de Última Instância sobre a decisão tomada ontem. Porém, mesmo que tal aconteça, o ex-director dos SMG vai continuar a receber o pagamento, pelo menos até haver uma decisão do TUI favorável ao Governo. Processo nos tribunais Depois de lhe ter visto aplicada a “pena máxima” pelo Chefe do Executivo, no âmbito do processo disciplinar que lhe foi instaurado, Fong Soi Kun recorreu para os tribunais. O processo entrou em primeira jurisdição no TSI, como acontece com os actos administrativos do Chefe do Executivo. Em relação ao caso que corre nos tribunais para decidir se a pena de suspensão durante quatro anos do pagamento da pensão se adequada às conclusões da investigação, ainda não há uma decisão. Neste momento ainda tem de haver uma primeira análise do TSI. Depois, se alguma das partes se sentir insatisfeita com a decisão dos juízes pode recorrer para o TUI. O processo instaurado não foi tornado público, mas segundo informações noticiadas anteriormente, em causa estará o facto de se ter considerado que os SMG falharam ao içar o sinal de inundações demasiado tarde.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | John Mo em prisão preventiva depois de acusação de violação [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] ex-director da Faculdade de Direito da UM foi acusado de violação por uma estudante de outra instituição. John Mo está detido preventivamente e a UM terminou o contrato com o docente O ex-director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM) John Mo foi preso preventivamente e está a ser investigado pela alegada prática de um crime de violação. A detenção foi feita na terça-feira, como avançado pela Rádio Macau, mas a natureza do crime só foi revelada ontem, pela Polícia Judiciária, que confirmou a prisão preventiva, como medida de coacção. Em causa está queixa de uma aluna do Interior da China, que frequenta uma instituição de ensino superior de Macau, que a PJ não indicou, mas esclareceu não ser a UM. A queixa da vítima foi feita no domingo passado, depois de uma deslocação da estudante às instalações para PJ. “Recentemente, um indivíduo de sexo masculino de apelido Mo, por suspeita de ter abusado sexualmente de um indivíduo de sexo feminino, foi detido pela Polícia Judiciária e encaminhado para o Ministério Público no sentido de se proceder às diligências de investigação criminal”, informou a polícia, em comunicado. “Realizado o primeiro interrogatório judicial, tendo em consideração a gravidade dos factos participados sobre o arguido e as circunstâncias concretas do respectivo inquérito, o Juiz de Instrução Criminal, aceitando a promoção da Delegada do Procurador, ordenou a aplicação ao arguido da medida de coacção de prisão preventiva, aguardando-se o julgamento”, foi acrescentado. Pena pode ultrapassar 12 anos Ao HM, a PJ confirmou tratar-se de um alegado caso de violação, que é punido com uma pena de 3 a 12 anos de prisão. Contudo, a pena pode ser agravada em um terço nos casos em que há uma relação de dependência hierárquica, económica ou de trabalho do violador e o crime aconteça nesse contexto. Também se agrava em um terço quando o agressor é portador de doença sexualmente transmissível. Nas situações em que a violação resulta em gravidez, ofensa grave à integridade física, transmissão de doença sexualmente transmissível que crie perigo para a vida, suicídio ou morte da vítima, a pena é agravada em metade da moldura penal. Uma vez que a vítima pediu para que o caso seja tratado com o máximo de confidencialidade, os pormenores não são conhecidos. GAES pede mais exigência Por sua vez, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) afirmou que está a acompanhar o caso com toda a atenção e pede às instituições uma maior exigência com o corpo docente e de investigadores. “O GAES tem apoiado as instituições na construção de equipa de docentes e investigadores excelentes. Deve haver uma maior exigência para com os docentes e investigadores, tanto ao nível académico, como na conduta profissional deontológica e na qualidade moral. Como o caso entrou em procedimento judicial, é inapropriado que este Gabinete o comente”, respondeu, face às questões do HM. Segundo o organismo liderado por Sou Chio Fai, o GAES tem ainda dedicado a máxima atenção às questões da igualdade de género: “Para promover nas instituições do ensino superior as políticas da igualdade de género e os respectivos trabalhos de prevenção e tratamento, este Gabinete, junto com as dez instituições de Macau, criou em 2015 a Comissão para a Promoção da Igualdade de Género das Instituições do Ensino Superior, incentivando a educação e a promoção da igualdade de género e os respectivos trabalhos nas instituições do ensino superior”, foi esclarecido. UM termina contrato Apesar dos pormenores da alegada violação não serem conhecidos, a UM terminou o contrato com John Mo. A informação foi avançada ontem à tarde, através do reitor Yonghua Song: “a Universidade de Macau já pôs termo ao contrato de trabalho com a pessoa envolvida no caso, assim como às suas funções como Director da Escola de Pós-Graduação, de acordo com o Estatuto do Pessoal da UM”, informou o director. Mais tarde, a UM anunciou a contratação de um director substituto, sem ter revelado o nome. Já antes, a UM tinha dito que estava a seguir o caso com toda a atenção e que a situação não tinha ocorrido dentro das instalações da universidade. “A Universidade de Macau (UM) presta grande atenção ao assunto. Dado que já se iniciou o respectivo processo judicial, a UM não está em condições de fazer comentários”, começou por referir a universidade, em resposta às questões do HM. “Como o caso não aconteceu no campus da UM, a UM só tomou o conhecimento depois de ser informada”, é relatado. A universidade sedeada na Ilha da Montanha destaca ainda compromisso com a política de “tolerância zero” face a infracções do sexuais entre professores e alunos e promete acções disciplinares. “A UM tem vindo a implementar uma política de “tolerância zero” em relação a quaisquer infracções. De facto, a UM já definiu, há muito tempo, as regras relativas ao comportamento profissional dos docentes e funcionários no Estatuto do Pessoal e nas Orientações Relativas ao Comportamento Profissional do Pessoal Docente”, é declarado. “A UM reitera que esta instituição não tolera quaisquer comportamentos inapropriados ou infracções, em relação aos quais serão tomadas acções necessárias e imediatas, incluindo acções disciplinares”, é sublinhado. Contratação polémica John Mo desempenhava, desde 2016, o cargo de director da Escola de Pós-Graduação da UM, assim como as funções de Membro do Senados da UM e membro da Comissão de Garantia da Qualidade Académica (AQAC, na sigla inglesa). Doutorado em Direito pela Universidade de Sydney, John Mo tinha chegado a Macau em 2012, para assumir a posição de reitor da Faculdade de Direito. Logo na altura, a nomeação causou polémica porque o académico não tinha formação no Direito de Macau. Além disso, conta no currículo, de acordo com o portal da UM, com a publicação de 15 livros, nas disciplinas em que é especializado, que incluem a área dos contratos comerciais, lei dos contratos de HK, Common Law, entre outras. Choque para a comunidade Apesar de ter recusado comentar o caso, devido aos compromissos profissionais com a UM, Agnes Lam considerou que a notícia da detenção foi “um choque para toda a comunidade académica”. A legisladora frisou também que o GAES deu indicações há mais de dois anos para a criação de mecanismos de denúncia e resposta a este tipo de acontecimentos: “há pessoas imparciais que lidam com os casos da maneira mais profissional e de forma confidencial, protegendo os alunos”, indicou. A deputada explicou que desde que assumiu funções nunca teve queixas no seu gabinete por situações do género. Alexis Tam pediu relatório O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, pediu à UM para enviar um relatório sobre o caso e mostrou-se preocupado com a situação. “Pedimos à UM para submeter um relatório de investigação sobre o caso. Ainda não sei o que se passa”, afirmou o governante, de acordo com a Rádio Macau. “Estou muito preocupado porque o ensino superior é uma área muito importante e queremos recrutar os melhores professores e técnicos para Macau”, frisou. Por sua vez, a UM emitiu um comunicado à noite onde explicava já ter enviado o relatório. Universidades negam casos O Instituto de Formação Turística (IFT), Instituto Politécnico de Macau (IPM) e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) negaram ser o instituto que a estudante do Interior da China em Macau frequenta. No caso do IFT e do IPM foi explicado que não houve denúncias nem queixas nos últimos anos de casos envolvendo comportamentos sexuais desviantes. Já a MUST não respondeu às questões sobre a existência de casos e denúncias. Por sua vez, A Cidade Universidade de Macau e a Universidade de São José não responderam às questões do HM, até à hora do fecho da edição. UM volta a estar debaixo de fogo Esta não é a primeira vez que o nome da Universidade de Macau é associado a práticas questionáveis do corpo docente. Em 2015, um artigo da Macau Concealers noticiou a existência de processos internos de investigação a alegados casos de assédio sexual cometidos por professores. Na altura, Wang Jianwei, que era o director do Departamento de Administração Pública e Governamental, veio a público admitir que era um dos investigados. Wang acabou por ser ilibado, mas avançou com um processo por difamação contra o activista Jason Chao, responsável em 2015 na altura. O caso começa a ser julgado no próximo mês. Perfil de John Mo bloqueado A página com o currículo e dados de John Mo no portal da Universidade de Macau ficou bloqueado ao exterior ainda durante a manhã de ontem. Quem tentasse aceder aos conteúdos era recebido com uma mensagem em inglês: “Pedimos desculpa, mas a página a que tentou aceder não está disponível” e ainda “Esta página só pode ser acedida por utilizadores que acedam à rede do campus”. Esta era uma situação que se mantinha ainda pelas 21h30.