Canarinhos muito tenros

O Cheng Fung está mais perto das meias-finais do Torneio de Futebol de Sete, após ter derrotado o Monte Carlo por 2-0, na sexta-feira, no Estádio do Canídromo.

Perante um Monte Carlo constituído principalmente por jogadores jovens, o Cheng Fung não facilitou e com dois golos de Ronieli Nascimento somou a segunda vitória, em igual número de partidas.

Por sua vez, os canarinhos entraram muito mal no encontro, e no primeiro minuto permitiram logo que Ronieli colocasse o Monte Carlo na frente. O outro golo chegou na segunda parte, aos 32 minutos, e colocou um ponto final na discussão pelo jogo.

No outro encontro do Grupo A, os Sub-23 e a Polícia B empataram 0-0, sendo que nesta jornada, as equipas Kei Lun e Lam Pak não jogaram.

Após três jornadas, Kei Lun e Cheng Fung lideram o grupo A, com 6 pontos, cada. No terceiro lugar surge a Polícia B, também conhecida como Obra Social da PSP, com dois pontos. Atrás destas formações surgem Lam Pak e Sub-23 com um ponto, cada, com o último lugar a ser ocupado pelo Monte Carlo, com zero pontos.

Grandes para depois

No grupo B, o grande encontro Sporting-Benfica foi adiado porque vários jogadores das águias estão envolvidos nos compromissos da selecção.

Assim, na sexta-feira, apenas se realizou o encontro entre Chiba e Polícia A, que terminou com um empate por 1-1. A formação da PSP foi a primeira a marcar, aos dez minutos, por Un Tak Ian.

Na segunda parte o Chiba empatou, aos 28 minutos, por Kuok Meng Chon, resultado com que a partida chegou ao fim.

O Grupo B continua a ser liderado pelo Sporting com 6 pontos, seguido por Benfica e Ka I, com 3 pontos cada. Na cauda do grupo surgem Polícia A e Chiba com 1 ponto.   

As equipas voltam a acção na quarta-feira, com Sporting e Ka Ia a defrontarem-se. Uma vitória dos leões pode garantir a passagem às meias-finais. Também no Grupo B, a Polícia A vai defrontar o Benfica.

No outro grupo, o Monte Carlo tem pela frente o Lam Pak e Cheng Fung defronta a Polícia B.

23 Out 2017

Gaganjeet Bhullar conquista Macau Open de golfe

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] golfista indiano teve um domingo irrepreensível no Macau Golf and Country Club e mostrou à concorrência que ninguém lhe ia retirar a segunda vitória no Macau Open de golfe.

O indiano Gaganjeet Bhullar venceu o Macau Open pela segunda vez, ontem, depois de ter liderado a prova do princípio ao fim. No final das contas, o golfista de 29 anos acabou os quatro dias com um total de 271 tacadas, ou seja menos três do que os atletas que ficaram no segundo lugar nomeadamente, Angelo Que, das Filipinas, e Ajeetesh Sandhu, Indonésio.

A vitória esteve longe de ser um passeio para o indiano. No início do segundo dia, Bhullar tinha quatro tacadas de vantagem para os mais directos adversários. Só que no sábado somou 74 tacadas, o que fez com que Sandhu e o taiwanês Hung Chien-Yao, ambos no segundo lugar, ficassem apenas a uma pancada de distância, quando faltava um dia de competição.

Ontem, no último dia do torneio no Macau Golf and Country Club, as coisas até começaram mal ao indiano de 29 anos, que no primeiro buraco do dia fez um bogey, ou seja ficou uma tacada acima do par. No entanto, quando foi preciso recuperar a boa-forma, não teve problemas e em cinco buracos conseguiu ficar sempre uma pancada abaixo do par, com cinco birdies.

“Após o bogey no primeiro buraco do dia fiquei completamente bloqueado. Mas decidi manter-me com o plano que tinha definido e aproveitar eventuais oportunidades que surgissem. E para ser sincero depois do bogey as coisas acabaram por ficar mais simples para mim”, afirmou Gaganjeet Bhullar, no final do torneio, de acordo com o jornal tailandês The Nation.

“Acho que ao longo do torneio tive boas tacadas e consegui fazer os buracos de acordo com os meus planos. Posso dizer que o primeiro buraco de hoje [ontem] foi complicado, mas foi imagem dos quatro dias de competição, que foram muito difíceis. É provavelmente o único torneio em tive de jogar com condições tão ventosas ao longo de todos os dias”, acrescentou.

Sonho do Circuito Europeu

Além da segunda vitória em Macau, depois da conquista em 2012, Bhullar garantiu igualmente a oitava vitória em torneio do Circuito Asiático. Com mais uma taça na mão, admitiu que o objectivo passa por apostar numa participação no Circuito Europeu. Todavia, antes de tentar essa meta, frisou quer terminar a temporada com mais vitórias.

“Ganha-se muita experiência sempre que se lidera um torneio do princípio ao fim, mesmo quando se perde também há lições para tirar. Como jogador quero viver estes momentos e crescer mais. Até ao final do ano ainda vou disputar muitos torneios do Circuito Asiático e quero começar já a preparar a próxima vitória”, indicou Bhullar.

No segundo lugar ficaram Angelo Que e Ajeetesh Sandhu com 274 tacadas, seguidos por Hung Chien-Yao, em quarto. O taiwanês ainda esteve na luta pelo torneio, mas teve um último dia muito negativo, terminando o domingo com 72 tacadas, ou seja uma acima do par.

Finalmente, o tailandês Pavit Tangkamolprasert, vencedor do ano passado, finalizou a competição no 12.º lugar, com 282 tacadas, mais 11 do que Gaganjeet Bhullar.

23 Out 2017

Polytec recorre para o Tribunal de Última Instância

Após a derrota na Segunda Instância, a empresa responsável pelo Pearl Horizon vai recorrer da decisão do Chefe do Executivo, que declarou terminada a concessão do terreno onde estava a ser construído o empreendimento, para a Última Instância

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Polytec vai recorrer para o Tribunal de Última Instância da decisão do Chefe do Executivo, que declarou o fim da concessão do terreno onde estava a ser construído o empreendimento Pearl Horizon. O recurso é a última esperança da Polytec para resolver o assunto a seu favor através dos tribunais e foi revelado num comunicado à bolsa de Hong Kong, na passada sexta-feira.

“A 19 de Outubro, o Tribunal de Segunda Instância da RAEM rejeitou o recurso da Polytec para considerar inválida a decisão do Chefe do Executivo da RAEM, que terminou a concessão do projecto [Pearl Horizon]. De acordo com as opiniões legais obtidas pela Companhia, a Polytec tem fundamentos suficientes para ainda recorrer para o Tribunal de Última Instância”, foi escrito no comunicado da empresa.

“O Tribunal da RAEM deve considerar e avaliar os pontos essenciais sobre o atraso causado pelo Governo da RAEM e o direito da Polytec reclamar uma extensão do prazo para acabar os trabalhos de construção e entregar as fracções aos respectivos compradores”, é acrescentado.

No mesmo comunicado é explicado que o outro processo entregue no Tribunal Administrativo para que a empresa seja compensada com uma extensão da concessão continua suspenso. Em causa está o facto da Polytec culpar o Governo por parte dos atrasos, e querer um prolongamento do prazo como compensação do tempo em que não pode avançar com as obras, porque tinha de aguardar decisões do Executivo. No entanto, a decisão do Tribunal Administrativo está dependente da decisão final sobre o recurso agora interposto pela empresa.

O documento emitido está assinado pelo presidente da Polytec, Or Wai Sheun, e a administração compromete-se a “tomar as acções necessárias e apropriadas para proteger os interesses da Companhia”. A Polytec é representada, neste caso, pelo advogado e ex-deputado Leonel Alves.

 

Administração questionada

Na decisão do TSI, revelada na quinta-feira, foi considerado que o “Chefe do Executivo não podia deixar de agir como agiu”, ou seja declarando a caducidade da concessão. “Agiu bem, pois assim lho impunha o regime legal e contratual das concessões. Não tinha outra solução, nem alternativa”, consideraram os juízes.

Contudo, a forma como o Governo da RAEM conduziu o processo não deixa de levantar dúvidas ao TSI, porque durante a concessão foram acrescentadas exigências à empresa, que não estavam estipuladas no contrato inicial. Também a  demora da DSSOPT para intervir, sempre que era necessário, causou estranheza.

De acordo com as contas da Polytec, após 2006, altura em que houve uma revisão da concessão para que fosse construído o Pearl Horizon nos moldes actuais, a empresa teve nove anos e nove meses para terminar o projecto. Porém, desse período, oito anos foram gastos para que o Governo aprovasse o projecto final e permitisse o início dos trabalhos, nos novos moldes.

Na decisão do TSI participaram, como adjuntos, dois dos mais mediáticos juízes desta instância, nomeadamente Lai Kin Hong e Tong Hio Fong. O primeiro é presidente do TSI e fez parte, excepcionalmente, do colectivo de juízes Tribunal de Última Instância que condenou Ho Chio Meng. Tong Hio Fong foi o presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, cujas decisões estiveram longe de ser consensuais.

23 Out 2017

Coutinho diz que Governo nada fez para alterar má gestão nos SMG

Chui Sai On ignorou os avisos para a situação de má gestão nos Serviços Meteorológicos, em 2016, mas agora o Governo atira todas as responsabilidades para o ex-director, Fong Soi Kun. A acusação é do deputado José Pereira Coutinho

[dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]ernando Chui Sai On foi alertado em 2016 para a situação de autoritarismo e má gestão nos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), mas preferiu ignorar os avisos. A acusação foi feita ontem, em declarações ao HM, pelo deputado José Pereira Coutinho, que recordou a entrega de uma petição em Agosto de 2016, depois da passagem do Tufão Nida, por parte da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

O membro da Assembleia Legislativa, que também esteve ontem no programa Fórum Macau dos canais chineses da TDM (ver texto secundário), defende que está na altura dos titulares dos altos cargos do Governo começarem a assumir as suas responsabilidades.

“Em 2016, a questão dos principais titulares de cargos públicos terem de assumir as responsabilidades já tinha sido levantada. No entanto, na altura, o Governo fechou-se em copas. Fui eu que levantei essa questão logo em 2016, após a passagem do tufão Nida. Na altura apresentamos uma petição junto do Chefe do Executivo e caiu em saco roto. Ninguém nos ligou”, disse ontem José Pereira Coutinho, ao HM.

“Agora apareceu o tufão Hato e o Governo deu a mão à palmatória e empurrou todas as responsabilidades para o director. Ma antes ignoraram os nossos alertas, as nossas denúncias para a má gestão e o abuso de poder nos SMG”, acrescentou.

José Pereira Coutinho defende que o relatório publicado pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), na quinta-feira, e que responsabiliza Fong Soi Kun pela situação dos SMG, veio confirmar “quase na integra” situações que Pereira Coutinho e Leong Veng Chai, ex-colega de bancada do deputado da ATFPM, já tinham denunciado.

“O relatório menciona uma atitude prepotente e autoritária do ex-director, que não dialogava com os colegas. Mas isto são tudo queixas que já tinham sido relatadas em 2016”, frisou.

Além de Pereira Coutinho, estiveram no programa da TDM os deputados Au Kam San, Wong Kit Cheng, Angela Leong e Song Pek Kei. Durante a conversa, os deputados defenderam um tratamento igualitário para as pessoas afectadas pelo tufão, principalmente no pagamento das compensações pelos prejuízos directos.

 

Lei Sindical

Na semana passada tornou-se do conhecimento público que o projecto de lei sindical, sugerido por José Pereira Coutinho, tinha sido aceite pela mesa da Assembleia Legislativa. No entanto, ainda não está definida a data da discussão do projecto de lei em plenário. Esta tarde os deputados reúnem-se para votar a constituição das diferentes comissões do órgão legislativo.

Quando questionado sobre as verdadeiras hipóteses do diploma ser aprovado, depois de ter sido chumbado nas oito vezes em que foi proposto, José Pereira Coutinho sublinhou que cumpre o seu programa eleitoral.

“Eu cumpro o meu dever como deputado e cumpro o programa eleitoral. O resto não tem nada a ver comigo, os outros deputados que façam o que quiserem com o diploma, eles sabem bem o que devem fazer”, afirmou José Pereira Coutinho.

“Eu cumpro religiosamente a Lei Básica e o artigo 27, agora se os outros não querem cumprir a Lei Básica, não tem nada a ver comigo”, acrescentou.

Apesar da Lei Básica reconhecer o direito dos residentes se organizarem em “associações sindicais”, na prática não há sindicatos, por falta de uma lei que regule o funcionamento dos mesmos.

23 Out 2017

Tufão Hato | Relatório do CCAC arrasa autoritarismo de Fong Soi Kun

Arrogância, egotismo, autoritarismo e desprezo pelas opiniões dos meteorologistas são as críticas apontadas à direcção de Fong Soi Kun, que tomava as decisões sozinho

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]ong Soi Kun é o único culpado dos problemas da Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) durante a passagem do tufão Hato, mas não foi cometido qualquer crime. É esta a principal conclusão da investigação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), revelada ontem, que foi iniciada na sequência dos efeitos causados pela passagem do tufão que matou dez pessoas em Macau.

As acusações que a investigação do CCAC faz à ex-direcção dos SMG, e principalmente ao anterior responsável máximo, são arrasadoras: concentração de poder, “arrogância”, “egotismo” e desprezo pelas opiniões dos meteorologistas

Segundo o documento, não há prova de que as decisões de Fong Soi Kun tenham sofrido influências externas, como do sector do jogo, mas o ex-director é acusado de ter mentido numa resposta a uma interpelação de Au Kam San sobre o processo da tomada de decisões em relação aos tufões.

Apesar de Fong Soi Kun ter garantido, na resposta, que as decisões eram tomadas em reuniões “com as chefias e os técnicos de meteorologia”, na realidade “durante a tomada relativas ao içar dos sinais de tufão, não existia propriamente um mecanismo de consulta interna para discussão e análise conjunta e, muitas vezes, tudo dependeu dos juízos e decisões pessoais do ex-director dos SMG”.

O organismo liderado por André Cheong sublinha que as decisões eram tomadas apenas por Fong Soi Kun e que esta forma de decidir verificou-se durante a passagem do Hato este ano e do Nida, em 2016.

“Demonstra não só uma ideia autoritária e de desvalorização das opiniões dos seus colegas na gestão e também um egotismo e uma arrogância profissional”, concluiu o CCAC, sobre esta forma de decidir.

O relatório menciona o exemplo de uma reunião que decorreu a 22 de Agosto deste ano, dia anterior à passagem do tufão Hato, que não contou com a participação de Fong Soi Kun. Nesse encontro, segundo a versão da subdirectora Leong Ka Cheng, foram dadas instruções aos meteorologistas para discutirem apenas as previsões do tempo para a semana seguinte, visto que todas as decisões sobre o Hato já tinham sido tomadas.

Decidir em casa

Também eram frequentes as tomadas de decisões por parte do ex-director em casa, mesmo em caso de tufão. Era uma situação que acontecia fora do horário de expediente.

“O CCAC descobriu na investigação que, quando um determinado tufão se aproximava, fora do horário de expediente, o ex-director dos SMG não permanecia nem regressava aos serviços, limitando-se à consulta dos dados e das informações do respectivo tufão na Internet dos SMG através da ligação daquela rede na sua casa”, é adiantado.

“Quando precisava de tomar uma decisão relativamente ao içar de um sinal de tufão, o ex-director emitia a respectiva ordem aos meteorologistas através do telefone”, é acrescentado.

Sobre este procedimento o CCAC mostra a sua preocupação, apontando que se houvesse problemas com a ligação da Internet ou do telefone na casa do ex-director ou falhas na electricidade, que havia mesmo o risco dos SMG ficarem paralisados.

No entanto, no caso do tufão Hato, o organismo liderado por CCAC, admite que Fong “regressou apressadamente” às instalações do SMG, já durante a madrugada do dia 23.

Também neste caso o ex-director tomou igualmente as decisões sozinho no seu gabinete, sem ter ouvido os meteorologistas do Centro de Vigilância Meteorológica, “porque acreditou que a experiência dos mesmos era, com certeza, menor do que a do pessoal de direcção e chefia”.

O relatório menciona ainda que os meteorologistas falam de uma cultura nos SMG em que as suas opiniões não eram valorizada e que os impedia de exprimir os seus pontos de vista.

Da arbitrariedade

O relatório do CCAC permite perceber que dentro dos SMG os trabalhadores não percebiam as razões de em algumas situações ser içado o sinal n.º 3 e em outras o sinal n.º 8.

Apesar do ex-director se ter defendido que as decisões eram tomadas com base em três “factores essenciais”, a “generalidade”, “representatividade” e “continuidade”, os trabalhadores não os conheciam. Nas entrevistas aos trabalhadores sobre estes factores, incluindo à subdirectora Leong Ka Cheng, todos mencionaram significados diferentes sobre os três critérios.

O CCAC conclui que este é um dos aspectos que mais terá contribuído para as suspeitas da população face às decisões: “Se os trabalhadores meteorologistas dos SMG não compreendiam estes critérios, também o público não conseguia compreendê-los. Tudo isto suscitou, inevitavelmente, suspeitas por parte do público relativamente à exactidão das previsões de tufões dos SMG, e até suspeitas da existência de situações de previsões atrasadas ou erradas”, é justificado.

A postura face às dúvidas foi igualmente criticada: “a direcção dos SMG nunca apresentou nenhuma explicação pormenorizada nem assumiu as devidas responsabilidades”.

Em relação à tomada das decisões, o CCAC realça também que apesar de partirem da direcção dos SMG que “as consequências provocadas por tais decisões são assumidas por todo o pessoal”.

No fim do relatório o organismo liderado por André Cheong faz algumas sugestões, entre as quais que se estabeleça um “mecanismo específico de consulta interna com a partição do pessoal meteorologista”, que se crie um “mecanismo de previsão e de resposta a emergências”, e definição clara de critérios para serem respeitados para as decisões de içar os diferentes sinais.

O HM tentou contactar Fong Soi Kun sobre o relatório, mas o ex-director esteve incontactável.

Internet com falhas frequentes

A partir do relatório fica-se igualmente a saber que os serviços de internet do SMG tinham falhas frequentes, chegando ao ponto de por vezes os serviços estarem largas horas sem internet. “O CCAC verificou a existência de uma série de problemas relativos à gestão e à manutenção de equipamentos nos SMG. Alguns trabalhadores referiram que a interrupção do serviço sucedia frequentemente, e a respectiva recuperação demorava normalmente entre uma a duas horas, às vezes chegava a demorar meio dia ou até mesmo um dia”, é revelado. “No decorrer da interrupção do serviço de Internet, os meteorologistas da linha de frente não conseguiam receber quaisquer informações, nomeadamente os dados meteorológicos, o que influenciava os seus trabalhos”, é acrescentado. Porém, o relatório não menciona quem é o fornecedor do serviço. Em Macau existem duas empresas fornecedoras de internet, nomeadamente CTM, que lidera o mercado, e a Mtel.

Medo das crenças da subdirectora

Outra das críticas apontadas a Fong Soi Kun prende-se com o facto de não ter tomado medidas face à religião da subdirectora dos SMG. Na internet foram colocados rumores a circular que Leong Ka Cheng faria oferendas a fantasmas bebés, na esperança de atrair boa fortuna. Os rumores terão mesmo causado medo nos serviços, e o CCAC entende que Fong Soi Kun deveria ter tomado medidas, apesar de reconhecer “a liberdade de crença religiosa”. “É difícil confirmar se tais rumores eram verdadeiros ou se se tratavam apenas

de boatos. Todavia, todos os trabalhadores dos SMG com que o CCAC entrou em contacto manifestaram que os referidos rumores foram amplamente divulgados naqueles Serviços e que todas as pessoas tinham conhecimento de tal facto”, consta no relatório. “Acresce que, alguns actos quotidianos da referida subdirectora provocavam realmente inquietação, particularmente para os trabalhadores que exerciam funções por turnos toda a noite”, é acrescentado.

Investigação sem efeitos

Apesar de não ter muitas referências, o relatório publicado ontem menciona uma primeira investigação do CCAC aos SMG, logo em 2016, após a passagem do Tufão Nida, que passou por Macau a 1 de Agosto. Na altura, o território apenas içou o sinal n.º 1 e n.º 3, quando Hong Kong, Zhuhai e Shenzhen tinham o sinal n.º 8 em vigor. No relatório o CCAC explica, na introdução, que logo na primeira investigação foram verificados problemas como “falta de clareza dos critérios para o içar de sinais de tufão e a irregularidade nos procedimentos pertinentes”. O relatório de ontem permite perceber que  a situação não foi resolvida a tempo do tufão Hato.

 

Chefe do Executivo | Secretário acompanha situação

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, reagiu ontem à publicação do relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) através de um comunicado, tendo referido que “já deu instruções” à Secretaria para os Transportes e Obras Públicas (STOP), “na condição de entidade supervisora dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, para tratar, conforme a lei, dos problemas verificados e das sugestões de melhorias indicadas nesse documento”. O mesmo comunicado explica que o Governo “reitera o princípio de empenho e determinação em garantir a vida e segurança dos cidadãos”. “Com base nas experiências adquiridas durante a catástrofe do tufão Hato, planeia-se um conjunto de medidas envolvendo três aspectos, nomeadamente, aprimorar o regime jurídico aplicável, reforçar as infra-estruturas e fortalecer a formação de recursos humanos. Desta forma, pretende-se elevar a capacidade geral de prevenção de catástrofes naturais em Macau”, afirmou o Chefe do Executivo em comunicado.

22 Out 2017

Educação | DSEJ lança projecto piloto de auto-avaliação das escolas

A partir de 2020, a DSEJ quer que as escolas comecem a implementar procedimentos de auto-avaliação que complementem o modelo actual existente. A partir do próximo ano lectivo, inicia-se um projecto piloto de auto-avaliação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) vai lançar um projecto piloto para que as escolas façam uma auto-avaliação sobre os seus pontos fortes e fracos. A medida vai entrar em vigor no próximo ano e objectivo é que a partir de 2020 seja estendida a todas as escolas do território.

Segundo a Subdirectora-substituta da DSEJ, Wong I Lin, a medida revelada ontem vai ser complementada com a avaliação externa, que já se encontra actualmente em vigor.

“O objectivo é que haja uma primeira auto-avaliação nas escolas, à qual se seguirá a avaliação externa. Acreditamos que as escolas estão em melhor posição para conhecerem a sua situação e poderem indicar os pontos em que estão melhores e os outros que precisam de melhorar”, afirmou Wong I Lin, após uma reunião plenária do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior.

“Após as escolas entregarem o relatório sobre a auto-avaliação, vamos formar uma equipa para a avaliação externa que vai verificar que alterações foram registadas e emitir as suas opiniões sobre os pontos fracos e fortes”, acrescentou.

Este modelo de auto-avaliação vai utilizar critérios semelhantes aos em vigor na avaliação externa. Apesar desta medida complementar, a responsável da DSEJ não deixou de elogiar o actual modelo em vigor, que foi adoptado em 2006.

“A avaliação permitiu que fossem melhorados muitos aspectos nas escolas em comparação com 2006. Foi a partir dos relatórios que as escolas puderam introduzir melhorias”, defendeu Wong I Lin.

“Quando começaram as avaliações, havia escolas que ao nível das instalações sanitárias não tinham as condições necessárias, por exemplo algumas escolas nem tinham sabão nas casas-de-banho masculinas”, recordou.

Sobre as avaliações externas, a subdirectora da DSEJ revelou que no caso da Escola Portuguesa de Macau foram convidados peritos de Portugal, para que houvesse uma avaliação com conhecimentos para se certificar que os conteúdos leccionados se encontram dentro das exigências do Ministério de Educação português.

Mais estudantes no Interior

Outra das novidades abordadas durante a reunião foi o futuro dos jovens que completam o ensino secundário. De acordo com os dados oficiais, o número de jovens que opta por continuar os estudos no ensino superior subiu para 95,6 por cento em 2016/2017, quando era de 84,4 por cento, em 2007/2008.

Também aumentou o número de alunos locais que optam por continuar os estudos no Interior da China, que subiu para 23,6 por cento em 2016/2017, quando a proporção tinha sido de  16.1 por cento no ano lectivo anterior. Uma descida em contraste com Taiwan, cuja proporção desceu de 26,6 por cento para 18,2 por cento.

“O aumento dos estudantes interessados em irem para o Interior da China deve-se à política ‘Uma Faixa, Uma Rota’, ao desenvolvimento económico, percepção de um futuro positivo e ao empreendedorismo”, afirmou Kong Chi Meng, chefe da Divisão de Educação Pré-Escolar e Ensino Primário da DSEJ.

“Também tem a ver com o nível das Universidades da China e com o aumento do número de vagas para os estudantes de Macau nas universidades com maior prestígio, que o Ministério da Educação da China disponibilizou”, complementou.

20 Out 2017

Futebol de Sete | Benfica de Macau impõe derrota ao Ka I por 2-0

O Ka I não conseguiu manter a boa forma da jornada inaugural e foi derrotado pelos encarnados por 2-0, na quarta-feira. Ao HM, Josecler deu os parabéns ao Benfica pela exibição mas critica a arbitragem

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica de Macau estreou-se da melhor maneira no Torneio de Futebol de Sete e derrotou o Ka I por 2-0, com golos de Carlos Leonel. O encontro do Grupo B da competição teve lugar no Estádio do Canídromo e gerou alguma polémica.

À entrada da partida, a equipa orientada pelo técnico Josecler estava numa situação mais confortável, depois do triunfo por 7-0, diante do Chiba no arranque da competição. Contudo, na quarta-feira à noite, a equipa do Ka I não conseguiu capitalizar a confiança. Ao HM, Josecler culpou, em parte, a arbitragem pelo resultado.

O treinador do Ka I queixa-se de um lance, aos cinco minutos, em que defende que Amâncio devia ter sido expulso por agarrar William, que estava isolado à frente da baliza. Josecler apontou também o dedo ao árbitro por não ter marcado uma alegada falta sofrida pelo guarda-redes Domingos Chan, no lance que resultou no primeiro golo do encontro.

“Tenho a certeza que demos o nosso melhor, mas não conseguimos ganhar. Não vou culpar totalmente a arbitragem pelo resultado, até porque a nossa equipa não conseguiu marcar um golo, mas tenho a certeza que teve influência no resultado”, afirmou o técnico, ao HM.

“Depois desses momentos o Benfica apanhou-se em vantagem e com uma equipa muito experiente conseguiram gerir bem os acontecimentos. Merece os parabéns por isso”, realçou.

Josecler reconheceu igualmente que o Ka I poderia ter tido expulso um jogador no final, o que não aconteceu, mas defende que se o Benfica tivesse ficado a jogar menos um desde os cinco minutos os acontecimentos teriam sido diferentes.

No entanto, o treinador brasileiro acredita que a equipa vai dar a volta a esta situação e que ainda pode qualificar-se para as meias-finais do torneio, apesar de reconhecer que não é uma tarefa fácil nos dois jogos que faltam disputar.

No outro encontro do grupo disputado na quarta-feira, o Sporting impôs-se perante o Chiba, por 3-0. Ao contrário do encontro anterior, o Chiba entrou mal na partida e logo no primeiro minuto sofreu o 1-0. Denílson foi o autor do primeiro golo. Antes do intervalo, Fabrício também marcou e fez o 2-0. O mesmo jogadore foi o responsável pelo 3-0, aos 21 minutos.

Nesta altura, o Sporting lidera o Grupo B, com 6 pontos, seguido por Benfica e Ka I, com três pontos cada, sendo que as águias tem menos um jogo disputado. Polícia e Chiba estão no último lugar com zero pontos, sendo que a equipa das forças de segurança também só tem encontro disputado.

Kei Lun lidera Grupo A

Em relação ao Grupo A, cujos encontros também se realizaram na quarta-feira, Cheng Fung e Sub-23 estrearam-se na competição, com a equipa tutelada pela Associação de Futebol de Macau a perder por 2-1.

Os sub-23 até estiveram na frente, com um golo aos dois minutos de Mok Koi Hei, mas Cheong Ka Chon, aos sete minutos, e Ronieli, aos 16, deram a volta ao resultado.

No outro encontro, o Lam Pak perdeu diante do Kei Lun, por 1-0, com um golo de Oumar Diarra.

Após a segunda jornada, o Kei Lun lidera com seis pontos o Grupo A, seguido por Cheng Fung, com três pontos e menos um jogo. Seguem-se Lam Pak e Polícia B, com 1 ponto, e Monte Carlo e Sub-23 com zero pontos.

20 Out 2017

19.º Congresso do PCC | Xi Jinping garante apoio a avanços no sistema político de Macau

Desenvolvimento democrático, “jurisdição geral” do Governo Central sobre Macau, Grande Baía e promoção de quadros patrióticos foram os temas abordados por Xi Jinping em relação ao território, no discurso de abertura do 19.º Congresso do Partido Comunista

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o discurso de três horas e meia, Xi Jinping garantiu que o Governo Central vai apoiar avanços democráticos em Macau e Hong Kong, durante os próximos cinco anos. Contudo, fez questão de referir que os passos para a democracia vão ter de acontecer de forma ordeira, de acordo com a lei e respeitando a soberania Chinesa.

Na cerimónia de abertura do 19.º Congresso do Partido Comunista, no Grande Salão do Povo, em Pequim, o Presidente chinês fez um resumo do relatório dos últimos cinco anos de governação e apontou a direcção e objectivos a serem seguidos nos próximo cinco anos. Em relação a Macau e Hong Kong destacou que os avanços democráticos têm de salvaguardar a soberania Chinesa.

“A política ‘Um País, Dois Sistemas’ é a melhor solução para as questões de Hong Kong e Macau e tem provado ser a melhor garantia institucional, após o regresso à Pátria, da prosperidade e estabilidade a longo prazo em Hong Kong e Macau”, disse Xi Jinping, de acordo com o portal do governo central.

“Os governos e os chefes dos executivos de ambas as regiões vão ser apoiados nos avanços da democracia, com passos ordeiros, mantendo a lei, a ordem e cumprindo a responsabilidade constitucional de salvaguardar a soberania chinesa, segurança e os interesses do desenvolvimento”, acrescentou.

Por outro lado, o Presidente da China reafirmou a autoridade do Governo Central perante as RAEs, mencionado a “jurisdição geral” sobre Macau e Hong Kong. A definição da expressão não foi elaborada.

“Fizemos novos progressos no trabalho relacionados com Hong Kong, Macau e Taiwan. Implementámos completamente e fielmente o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e assegurámos que o Governo Central exerce a jurisdição geral sobre Hong Kong e Macau, como definido na Constituição Chinesa na Lei Básica das duas Regiões Administrativas Especiais”, recordou.

Grande Baía

Nos últimos anos, a criação da zona da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau tem sido a grande política para o desenvolvimento da região. Quando chegou a altura de falar de Macau, Xi Jinping apontou alguns benefícios para os residentes e definiu a política como “a prioridade”.

“Vamos continuar a apoiar Hong Kong e Macau no sentido de integrar o desenvolvimento destas regiões no desenvolvimento geral do País. A prioridade vai ser dada ao desenvolvimento da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, à cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau e à cooperação regional na zona do Delta do Rio das Pérolas”, afirmou.

“As políticas vão ser melhoradas para que seja mais conveniente para as pessoas de Hong Kong e Macau perseguirem o desenvolvimento das suas carreiras no Interior da China”, frisou.

Patriotas à frente

Ainda no que diz respeito à administração às regiões administrativas especiais, Xi fez questão que deixar o recado: os cargos têm de ser assumidos por “patriotas” que amem o País, dentro do espírito “Macau governado pelas suas gentes”.

“Os patriotas têm de assumir o ‘papel principal’ à medida que as pessoas de Hong Kong governam Hong Kong e as pessoas de Macau governam Macau”, começou por indicar.

Depois, o Presidente da República Popular Chinesa garantiu que o Governo Central vai fazer tudo para continuar a desenvolver um sentimento de pertença e identidade nacional tanto em Macau como em Hong Kong.

“Vamos desenvolver e reforçar os quadros de patriotas que amam o País e as suas regiões, promovendo um maior patriotismo e um sentimento de identidade nacional mais forte, entre as pessoas de Hong Kong e Macau”, indicou.

No final do discurso, Xi Jinping entregou ao Congresso o relatório elaborado pelo 18.º Comité Central do Partido Comunista Chinês, tendo a sessão de abertura terminado.

Elogios de Zheng Xiaosong

Após a sessão, o director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, Zheng Xiaosong, elogiou o discurso de Xi Jinping e sublinhou a importância da política “Um País, Dois Sistemas” ser respeitada.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Zheng Xiaosong sublinhou a ligação entre as condições do território com as do Interior da China, e mostrou-se agradados com o plano de Xi, que disse trazer “mais oportunidades de desenvolvimento à população de Macau”.

Zheng frisou as “declarações profundas” sobre a política “Um País, Dois Sistemas” e a Lei Básica, e defendeu que se tanto essa política como a miniconstituição forem cumpridas, que os efeitos para Macau serão positivos.

Também Ho Teng Iat, presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau e membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, elogiou relatório e o trabalho desenvolvidos no últimos cinco anos. Por outro lado mostra-se confiante sobre o futuro.

A responsável da associação afirmou que o 19º congresso vai abrir uma nova era na China, com um crescimento constante e rápido da economia, que terá efeitos benéfico para toda a população e para Macau.

 

Discurso presidencial alerta para desafio futuros

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que as perspectivas da China são “brilhantes”, mas reconheceu que a economia do país enfrenta “sérios desafios”. A ideia foi deixada no discurso de abertura do XIX Congresso do Partido Comunista (PCC).

“O grande rejuvenescimento da nação chinesa não é um passeio no parque ou um mero rufar de tambores e ressoar de gongos. Todo o partido deve estar preparado para fazer esforços cada vez mais difíceis e duros”, disse Xi ao mesmos tempo que acrescentava que “para realizar grandes sonhos, é preciso travar grandes batalhas”.

O secretário-geral do PCC apontou a disparidade de rendimentos, o desemprego, a educação e a saúde como áreas em que os problemas não têm sido devidamente abordados e sublinhou que o partido deve assumir riscos e superar “fortes resistências”.

Ficou ainda a promessa de construção de um “país socialista moderno” preparado para uma “nova era” que, apesar de decidida pelo partido, não deixará de ser aberta ao mundo, salientou o Presidente da Répública Popular da China.

O discurso de Xi, apesar de generalista, não deixou de ressaltar a confiança numa China mais próspera com um lugar de destaque na comunidade internacional. Mais uma vez, o ênfase foi dado ao combate à corrupção, não deixando de parte a guerra à desigualdade de rendimentos e o empenho na luta contra a poluição.

“O desenvolvimento da China entrou numa “nova era” foi a frase mais ouvida durante o discurso que durou mais de três horas. De acordo com a Reuters, foram 36, as vezes que Xi repetiu esta ideia. “Com décadas de trabalho árduo, o socialismo com características chinesas passou o limiar rumo a uma nova era”, afirmou também.

Xi enalteceu ainda o reforço da segurança doméstica, afirmando que a estabilidade social foi mantida e a segurança nacional fortalecida.

O líder chinês prometeu que o partido terá “tolerância zero” para com a corrupção e disse que a organização “continuará a purificar-se, melhorar e reformar-se”.

Mais política externa

A economia chinesa vai “abrir ainda mais as portas ao mundo”, declarou também o Presidente chinês, prometendo um tratamento justo para as empresas estrangeiras presentes no país.

“A abertura traz o progresso, o encerramento recuos. A China não vai fechar as suas portas ao mundo, mas abrir-se ainda mais”, garantiu.

O Governo vai “proteger os direitos e interesses legítimos dos investidores estrangeiros e todas as empresas registadas na China serão tratadas em pé de igualdade e de forma justa”, insistiu Xi.

Desde que Xi ascendeu ao poder, a China lançou um novo Banco internacional e a nova Rota da Seda, um plano de infraestruturas que pretende reactivar a antiga via comercial entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.

Pequim passou também a reclamar abertamente a soberania de quase todo o Mar do Sul da China, construindo ilhas artificiais capazes de receber instalações militares em recifes disputados pelos países vizinhos, apesar de o tribunal internacional de Haia ter considerado as reivindicações marítimas chinesas ilegítimas.

 

Oráculo vermelho

Xi é considerado o mais forte líder chinês das últimas décadas e deve garantir neste congresso, um segundo mandato de cinco anos. Analistas apontam que, para consolidar o seu poder, Xi afastou rivais políticos promovidos por outros grupos dentro do partido. Observadores da política chinesa estarão atentos às nomeações para o Comité Central do Politburo (actualmente formado por 24 membros) e o Comité Permanente (sete), esperando-se que sejam os membros próximos do Presidente a preencher os cargos. O Comité Permanente do Politburo do PCC é a cúpula do poder na China e inclui Xi e o primeiro-ministro, Li Keqiang. Li deve também obter um novo mandato, enquanto os restantes cinco membros devem retirar-se. A dúvida reside na continuidade de Wang Qishan, director do órgão máximo anticorrupção da China, que puniu mais de um milhão de membros do PCC nos últimos anos, parte de uma campanha lançada por Xi Jinping. A nova formação será apenas conhecida no final do Congresso. A ascensão de membros leais a Xi permitirá a este avançar com a sua visão política e económica ao longo dos próximos cinco anos. Outra questão é saber se se vislumbrará um sucessor para Xi, com alguns analistas a prever que ele permanecerá como secretário-geral do PCC para além do segundo mandato, quebrando com a prática de rotatividade, vigente desde Deng Xiaoping.

Uma só China

O Presidente deixou ainda um apelo aos membros do partido para resistirem à “busca do prazer, inacção, ócio e fuga aos problemas”, e afirmou que o partido deve “opor-se firmemente a todos os esforços para dividir a China”. A concepção de uma China única que inclui Taiwan nem se coloca em causa. A ideia foi ontem reafirmada pelo próprio Presidente chinês. Xi disse que a China nunca permitiria que a ilha se separasse do país, sendo que dada a oposição de Taiwan, o Presidente quer que as negociações continuem a decorrer pacificamente. No entanto, afirmou, pretende que a China venha a ter umas forças armadas de nível internacional e que irá dirigir esforços nesse sentido. A Coreia do Norte não foi assunto para o Congresso apesar dos últimos acontecimentos entre a China e aquele país.

19 Out 2017

Associação das Mulheres quer facilitar contratação de ajudantes

Durante um encontro com o Chefe do Executivo, a associação liderada por Ho Teng Iat defendeu que é necessário autorização para que se possa importar ajudantes domésticas de mais províncias do Interior da China

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM) quer que o Chefe do Executivo garanta um funcionamento eficaz do mercado das empregadas domésticas, para que nos lares dos residentes haja um melhor ambiente familiar. Esta sugestão para as Linhas de Acção Governativa do próximo ano foi revelada, em comunicado, pelo gabinete do Chefe do Executivo, após Chui Sai On ter ouvido a associação liderada por Ho Teng Iat.

“Reforçar das regras do mercado das ajudantes domésticas, para apoiar um desenvolvimento familiar saudável”, pode ler-se na nota de imprensa, sobre o encontro, em relação à sexta das oito sugestões apresentadas.

Neste campo, a associação sugeriu “a fiscalização do mercado dos trabalhadores domésticos, através de legislação, nomeadamente da definição das responsabilidades das agências de emprego”. Ao mesmo tempo, pediram um aumento do número de províncias do Interior da China nas quais os residentes de Macau podem contratar empregadas domésticas.

Sobre este assunto, o Chefe do Executivo não se comprometeu, mas prometeu, como habitualmente faz, ouvir as associações e as opiniões da sociedade.

Tendo em conta os efeitos da passagem do Tufão Hato, também a capacidade de resposta às catástrofes do Governo foi um dos tópicos abordados. Neste assunto, a AGMM apontou a necessidade de “elevar a consciência da população e das autoridades na reposta a catástrofes naturais e reforçar a capacidade da cidade no âmbito de operações de socorro”.

Considerados dois dos principais problemas de Macau, as questões relacionadas com a falta de habitação a preços acessíveis e os transportes não ficaram de fora da reunião.

Assim, a associação das mulheres pediu ao Chefe do Executivo que defina “políticas de habitação, a longo prazo, no sentido de garantir habitação para todos” e que melhore “a rede de transportes urbano para facilitar a deslocação dos cidadãos”.

No que diz respeito aos transportes, este é igualmente um tema que tem gerado polémica, depois do Governo, através do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, ter apresentar uma proposta para aumentar os preços dos bilhetes.

Pensões e saúde

Ainda sobre as questões sociais, a associação que está representada na Assembleia Legislativa pela a vice-presidente e deputada Wong Kit Cheng, mostrou-se preocupada com a saúde das mulheres e as pensões dos mais velhos.

Desta forma foi proposto que o Executivo aperfeiçoe “as garantias na saúde das mulheres” e optimize “o sistema de garantias aos idosos, com o objectivo de assegurar a sua subsistência” das faixas etárias mais elevadas.

Como acontece tradicionalmente, a associação fez questão de sublinhar a necessidade de promover políticas favoráveis à família, e uma defesa melhor dos direitos das mulheres e das crianças, a bem da harmonia do lar.

Durante a reunião, Ho Teng Iat fez questão de referir que nos últimos anos tem havido um grande desenvolvimento nas questões ligadas às mulheres, “nomeadamente nas áreas da economia, educação e saúde”. Ainda sobre este aspecto, o comunicado não menciona qualquer referência por parte da associação às alterações à lei da violência doméstica.

19 Out 2017

Incêndios | Secretário de Estado português lamenta mortes

Eurico Brilhante Dias esteve no Fórum de Jovens Empresários, em Macau, e no final do discurso recordou os 41 portugueses que perderam a vida devido aos incêndios do passado domingo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, está em Macau e durante a 3.ª edição do Fórum de Jovens Empresários entre a China e os Países de Língua Portuguesa recordou as 41 vítimas dos incêndios do passado domingo, em Portugal. Após a cerimónia de abertura do fórum, Eurico Dias discursou sobre os assuntos económicos, mas no final não deixou de mencionar o luto nacional.

“Mais do que a questão internacional, é o facto de ser uma notícia muito negativa para todos nós e para o país. As pessoas que faleceram não são recuperáveis e isso é, para nós, uma notícia muito triste”, disse Eurico Brilhante Dias, no final do discurso, à imprensa.

Porém, o membro do Governo negou que a imagem internacional de Portugal seja afectada: “As notícias acima de tudo são uma grande tristeza para todos nós e têm reflexo internacional. Eu próprio vinha no avião e vi a BBC World a fazer referência. Mas não é apenas um episódio como este que apaga todo o trabalho que temos feito e o reconhecimento internacional que temos, com uma economia mais moderna e que exporta mais”, defendeu.

Eurico Brilhante Dias vai assinar, hoje, em nome do Estado Português, um protocolo com a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) para o estabelecimento de uma Agência de Crédito de Seguros à Exportação. Esta agência vai ficar sedeada na RAEM e visa facilitar as trocas comerciais entre a China, através do território, e os Países de Língua Portuguesa (PLP) com a oferta de serviços de seguro.

“A Agência de Crédito de Seguros à Exportação permite dar segurança aos investidores dos PLP, mas não só aos investidores desses países, também a terceiros que queiram investir. Vai cobrir empresas e empresários não só da República Popular da China, a partir de Macau, como também de Portugal e dos PLP”, justificou.

Com esta agência os investidores vêem cauções e pagamentos pelo serviços prestados em países dos PLP segurados pelos diferentes estados.

Desafios a exportações

Outro dos assuntos abordados pelo governante português foi a redução das barreiras alfandegárias para que produtos alimentares portugueses possam entrar na China, como por exemplo a carne de porco.

“O sector agro-pecuário tem barreiras muito específicas relacionadas com a saúde pública. Consideramos que é preciso fazer mais”, indicou.

“Temos que trabalhar mais para que as barreiras alfandegárias não-tarifárias se possam reduzir para que o fluxo seja mais contínuo. Isto obriga a uma grande aproximação entre o Estado português e o da República Popular da China. Em alguns sectores precisamos de eliminar algumas dessas barreiras”, admitiu.

A cerimónia de abertura do Fórum foi igualmente utilizada para o descerramento da placa do Centro de Intercâmbio de Inovação e Empreendedorismo para Jovens da China e dos Países de Língua Portuguesa. Este centro faz parte das 18 medidas reveladas pelo Primeiro Ministro Li Keqiang, no ano passado, quando visitou Macau.

19 Out 2017

Macau Golf & Country Club | Pavit Tangkamolprasert defende título

Oito vencedores do Open de Golfe disputam entre hoje e domingo a 19.ª edição da competição no Macau Golf & Country Club. Este ano a organização vai distribuir 500 mil dólares americanos em prémios

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tailandês Pavit Tangkamolprasert começa hoje a defender o título do Macau Open de Golfe, conquistado no ano passado, e tem pela frente sete ex-vencedores da competição. No total 144 atletas vão estar no green do Macau Golf & Country Club com o objectivo de levar para casa o troféu principal.

No ano passado, Pavit dedicou a vitória ao Rei tailandês Bhumibol Adulyadej, que tinha morrido no primeiro dia da competição. No lançamento da edição deste ano, a morte do rei voltou a ser um dos principais temas das declarações do tailandês, uma vez que no final do mês se realiza o funeral de Bhumibol Adulyadej.

“Passou um ano desde que o Rei morreu. Na Tailândia ainda continuamos de luto, até porque estamos a preparar o seu funeral, que vai acontecer no final do mês. Acredito que ele vai continuar a olhar por nós”, afirmou Pavit Tangkamolprasert, em comunicado.

Em relação ao regresso a Macau, Pavit sublinhou que apesar da vitória anterior, não tem nada a perder: “Espero que as boas memórias do ano passam sirvam de inspiração para conseguir outro bom resultado. Não tenho nada a perder e vou jogar dessa forma, tal como fiz no ano passado”, frisou sobre a estratégia.

Além do actual detentor do troféu, vão estar igualmente em Macau Scott Hend (vencedor em 2013 e 2015), Zhang Lian-wei (2001 e 2002), Gaganjeet Bhullar (2012), Chan Yih-shin (2011), Thaworn Wiratchant (2009), David Gleeson (2008 e Jason Knutzon (2004).

Prémios mais pequenos

Por sua vez, na antevisão do torneio, o australiano Scott Hend definiu o “hat-trick” como o objectivo da participação em Macau.

“Vou tentar ganhar pela terceira vez. Tenho memórias fantásticas porque o meu estilo de jogo se adapta muito bem ao Macau Golf & Country Club. Também tive um Verão muito forte com desempenhos consistentes, por isso estou muito confiante que posso voltar a conquistar o título”, disse Scott Hend, no lançamento da competição.

“Grande parte dos atletas presentes estão acostumados a jogar em Macau e conhecem muito bem o green, pelo que vai ser muito complicado ganhar. Por outro lado, este nível também torna vitória muito mais saborosa”, acrescentou.

O Macau Open sofreu este ano uma grande redução no montante distribuído em prémios. Desta vez a organização conta com 500 mil dólares norte-americanos para entregar aos participantes, quando no ano passado teve um valor de cerca de um milhão de dólares norte-americanos. Este facto deve-se à opção do patrocinador principal da competição dos últimos anos, o Hotel Venetian, ter decidido não renovar o contrato existente.

O Macau Open é organizado desde 1998, tendo na altura sido conquistado pelo japonês Satoshi Oide. A competição vai na 18.ª edição. Em 2010 o torneio não foi realizado devido à falta de patrocinadores. A organização está a cargo do Instituto do Desporto e da Organização de Golfe de Macau.

19 Out 2017

Bombeiros | Mais trabalho até terceiro trimestre deste ano

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]os primeiros nove meses do ano, o número de casos tratados pelo Corpo de Bombeiros registou um aumento de 5,3 por cento, o equivalente a mais 1.989 casos. Os dados foram apresentados ontem, em conferência de imprensa, e mostram também uma redução no número de incêndios.

Em relação ao aumento das operações, este deve-se em grande parte aos chamados serviços especiais, mais ligados à prevenção, que cresceram 31,33 por cento, de 3.603 casos, no período homólogo do ano passado, para 4.732 casos este ano.

Ao mesmo tempo, houve menos operações relacionadas com incêndios, que desceram de 816 casos para 758, ou seja, uma queda de 58 ocorrências.

Na maioria das saídas dos bombeiros para lidar com incêndios, em 596 ocorrências não foi preciso recorrer a mangueiras. Também de acordo com a informação oficial, 180 fogos foram causados pelo esquecimento do fogão ligado, o que representa um quebra de três casos face ao mesmo período do ano passado.

Já as saídas de ambulâncias continuam a crescer, num total de 29.816 casos, registaram-se 41.763 saídas, havendo um crescimento de 699 ao nível dos casos, e de 9.463 ao nível das saídas, face aos primeiros nove meses do ano passado.

Sobre as saídas, o Corpo de Bombeiros promete continuar a fazer trabalhos de prevenção, para que os cidadãos não abusem do serviço prestado: “Os recursos de ambulância ainda são limitados, e vamos continuar a efectuar as tarefas alusivas à prevenção”, explicaram.

18 Out 2017

TJB | Filhos de Pereira Coutinho condenados a oito anos e meio de prisão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s filhos do deputado José Pereira Coutinho foram ontem considerados culpados pela prática de um crime de tráfico de droga, a par do terceiro arguido do caso. A defesa já manifestou a vontade de recorrer da decisão

Os filhos de José Pereira Coutinho, Alexandre e Benjamin, foram condenados a oito anos e seis meses de prisão, cada, depois de terem sido considerados culpados da prática de um crime de tráfico de droga. A sentença foi lida, ontem, no novo edifício do Tribunal Judicial de Base, e a defesa anunciou logo a intenção de recorrer.

Numa sessão que começou com cerca de 25 minutos de atraso, e que demorou cerca de 10 minutos, a juíza titular do processo não perdeu tempo e começou por dizer que “ficou provada a maioria dos factos”.

Para os filhos do deputado a grande esperança era que a encomenda enviada do Canadá para Macau, com cerca de um quilograma de canábis avaliado em meio milhão de patacas, não pudesse ser utilizada como prova. A defesa, a cargo do advogado Francisco Leitão, argumentava que a correspondência apreendida a 2 de Dezembro tinha sido alterada pelas autoridades alfandegárias de Hong Kong , antes de chegar a Macau, e que não deveria ser utilizada como prova.

Porém, o Tribunal teve outra interpretação: “Os arguidos primeiro [Alexandre Coutinho] e segundo [Benjamin Coutinho] entenderam que a encomenda enviada do Canadá não deveria ser aceite. Contudo, o Tribunal entende que a dúvida e a pretensão não se justificam porque a Alfândega de Hong Kong tinha competência para actuar de acordo com a Lei Internacional”, começou por justificar a juíza.

“Só depois é que a encomenda foi entregue à Polícia Judiciária, que iniciou a investigação. Neste processo não foram detectadas infracções à Legislação de Macau”, acrescentou.

Mensagens como prova

Em relação à venda de estupefacientes, o Tribunal considerou as trocas de mensagens entre os arguidos, através das aplicações móveis “WeChat e Whatsapp”, suficientes para dar os factos como provados.

“As mensagens entre o primeiro [Alexandre] e segundo [Benjamin] arguidos, entre o segundo e o terceiro [Wong Sio Chong] e entre o terceiro e as testemunhas, entende o Tribunal, são suficientes para provar os actos”, foi lido.

Wong Sio Chong teve uma pena menos pesada, numa decisão justificada com a menor quantidade de estupefacientes a que este arguido esteve ligado. Wong foi sentenciado a uma pena de sete anos e três meses, por um crime de tráfico de estupefacientes.

Apesar da condenação, a favor dos arguidos esteve o facto do Tribunal considerar que das seis encomendas enviadas para Macau por Alexandre, apenas se conseguiu provar que o pacote apreendido a 2 de Dezembro continha estupefacientes. O Tribunal também recusou dar como provado que a existência de transferências bancárias entre os dois arguidos estivesse relacionada com os lucros da venda de drogas.

“Apenas ficou provado o envio de uma encomenda com estupefacientes, sendo que nas outras cinco não se provou a existência de marijuana. Em relação às transferências de dinheiro do primeiro arguido para o segundo, não houve provas suficientes para afirmar que eram receitas provenientes do tráfico de drogas”, explicou a juíza.

Lei antiga utilizada

Os arguidos foram julgados de acordo com a antiga lei, que estava em vigor à altura dos factos, e que a juíza defendeu ser a mais benéfica para Alexandre, Benjamin e Wong.

De acordo com a lei da altura, o crime de “tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas” é punido com uma pena de prisão que vai de 5 a 15 anos de prisão.

Após a leitura da sentença, o advogado Francisco Leitão fez questão que constasse na acta que os seus clientes iriam recorrer da sentença. Apesar disso, os arguidos vão continuar em prisão preventiva. À saída, Leitão recusou fazer qualquer comentário, explicando que só seriam feitos depois do recurso.

O deputado José Pereira Coutinho não esteve presente na sessão, e, quando contactado, não quis comentar o caso.

18 Out 2017

19º Congresso do Partido Comunista arranca amanhã em Pequim

Vai o actual presidente da China reforçar o seu poder num segundo mandato e assumir que poderá ficar mais do que dez anos na liderança do partido, como muitos analistas acreditam? Esta é uma das perguntas a que o 19º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que começa amanhã em Pequim, poderá dar resposta

[dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]oi considerado este ano, pela revista The Economist, como sendo o homem mais poderoso do mundo, e poderá estar a poucos passos de reforçar ainda mais o seu poder.

Amanhã começa o 19º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em Pequim, onde o comité central deverá escolher novamente Xi Jinping como o secretário-geral do partido e, consequentemente, como Presidente da China para um segundo mandato de cinco anos.

Mais do que apontar nomes, o 19º Congresso do PCC vai servir para traçar as metas que o país deverá atingir nos próximos cinco anos.

A constituição chinesa define um limite de dois mandatos de cinco anos para o Presidente do país, mas não estabelece um limite para o secretário-geral do PCC, o cargo mais importante na China. Grandes nomes do partido, como Deng Xiaoping, o pai das reformas económicas entre 1980 e 1990, ou Jiang Zemin, não chegaram tão longe.

Se Deng Xiaoping era referido como sendo o “centro” da liderança do partido, Jiang Zemin, que governou a China entre 1989 e 2002, era considerado apenas o “centro” de uma terceira geração de líderes. Já Hu Jintao, antecessor de Xi Jinping, nunca conseguiu atingir tal estatuto.

Os nomes de Jiang Zemin e Hu Jintao marcaram o primeiro mandato de Xi Jinping que foi de compromisso para com estas duas figuras marcantes do crescimento do país. O segundo mandato será bem diferente, com um reforço dos poderes do actual Presidente.

Há sinais e opiniões de que Xi Jinping poderá estar mais do que dez anos na liderança do PCC, embora os analistas contactados pelo HM prefiram não se comprometer com essa certeza.

“É muito cedo para afirmar se Xi vai ou não manter-se para um terceiro mandato [como secretário-geral do PCC]. Vai depender das circunstâncias políticas próximas do congresso que decorrerá em 2022. Muito pode acontecer entra essa e a actual fase”, defendeu Kerry Brown, professor de estudos chineses e director do Lau China Institute.

Para Kerry Brown, o 19º Congresso do PCC “vai marcar um estilo de liderança com confiança e vai formar parte da campanha da ‘reeleição’ para 2022”. Sobre Li Keqiang, actual primeiro-ministro, “seria perturbador” se não continuasse nesse cargo, adiantou Kerry Brown. “Mas claro que coisas estranhas podem acontecer”, frisou.

Elizabeth Economy, directora da área de estudos asiáticos do Conselho das Relações Exteriores, e especialista em assunto da China, acredita que Xi Jinping “pode ou não revelar neste 19º Congresso se vai ou não realizar um terceiro mandato como secretário-geral do PCC, mas acredito que vai encontrar uma maneira de manter esse compromisso para os próximos cinco anos”.

“É possível imaginá-lo a trabalhar acima das posições de secretário-geral e de Presidente – na qualidade de um líder sénior do país – e efectivamente ser um guia das direcções do país em termos políticos, económicos e de política externa”, acrescentou Elizabeth Economy.

A responsável do Conselho das Relações Exteriores, entidade norte-americana, lembra que a escolha de um novo Presidente chinês daqui a cinco anos, sem a actual capacidade de liderança de Xi Jinping, poderá afectar as relações que a China possui com outros Estados.

“O desafio para ele é que o cargo de Presidente, que é a face principal do Governo nas suas relações com o resto do mundo, está limitado a dois mandatos. Se ele renunciar e colocar um líder mais fraco como Presidente em 2022, isto vai afectar a capacidade de funcionamento do país em termos de relações internacionais.”

Se Kerry Brown afirma que Li Keqiang vai manter-se como primeiro-ministro, Elizabeth Economy não tem assim tantas certezas. E a culpa é a da economia.

“Existe a possibilidade de Li Keqiang cair devido à queda do mercado financeiro. Xi Jinping está à frente de todas as comissões importantes e políticas de orientação, incluindo na área da economia. Não pode ser desculpado pelo que aconteceu, além de que os danos foram amplamente controlados.”

Outra dúvida que paira no ar será a continuação de Wang Qishan, que comemorou 69 anos em Julho deste ano e que é considerado o número dois do país. Mais do que isso, é considerado o braço-direito de Xi Jinping na política anti-corrupção, escreve o South China Morning Post. O problema? O PCC determina a reforma dos seus oficiais a partir dos 68 anos.

 

Rivais afastados

João Pimenta, delegado da agência Lusa em Pequim, não tem dúvidas de que este Congresso não é mais do que “uma representação do que vindo a ser preparado há bastante tempo”, ao nível da “promoção de pessoas próximas de Xi Jinping e o afastamento de rivais políticos”.

Os exemplos são vários. Segundo o South China Morning Post, Wu Aiying, de 65 anos, que foi ministra da justiça durante 12 anos, foi afastada do partido por suspeitas de corrupção. A Comissão Central de Inspecção e Disciplina considerou que Wu tinha “sérios problemas de disciplina”, um eufemismo para a prática de corrupção.

Não podemos ignorar a suspensão, por um ano apenas, de Li Gang, antigo director do Gabinete de Ligação do Gabinete Central em Macau, também por suspeitas de corrupção. Ainda não é certo se será definitivamente afastado do partido. Li Gang é considerado próximo da facção do antigo presidente Jiang Zemin.

Para João Pimenta, “pode-se esperar a nomeação de membros leais a Xi Jinping para a direcção dos órgãos mais influentes do partido, o que permitirá a Xi avançar sem oposição com a sua agenda política, ao longo dos próximos cinco anos”.

“A grande questão é saber se se vislumbrará um sucessor para Xi. Alguns analistas prevêem que Xi permanecerá no poder para além de dez anos, não como Presidente mas como secretário-geral do PCC”, lembrou o delegado da Lusa.

Elizabeth Economy defende que este 19º Congresso marca o início das reformas que Xi Jinping vai implementar para os próximos cinco anos.

“A direcção dessas reformas é clara. Há uma grande centralização do poder junto do partido e do próprio Xi Jinping, e uma grande penetração do partido na sociedade e economia chinesas”, acrescentou a académica, que alerta para o aumento da repressão.

“Não existe mais uma grande reforma e uma abertura; há sim uma reforma reaccionária que está a levar a China de volta um período mais repressivo em termos políticos.”

Quanto à campanha anti-corrupção, “vai continuar”, defende Elizabeth Economy. “Mesmo que muitos dos membros do partido estejam descontentes, vai ser muito difícil para um oficial do partido opor-se a Xi Jinping no terreno porque quer eliminar a corrupção!”, assegurou.

Segundo a agência noticiosa Xinhua, o Congresso começa amanhã às 9h00, sendo a cerimónia transmitida ao vivo na CCTV. Um total de 2287 delegados já chegaram a Pequim, vindos de todas as zonas do país.

João Pimenta conta que a cidade tem mais operações STOP, “raras em Pequim”, existindo também “um controlo nas estações de comboio ou de metro”. Ainda assim, não há nada de extraordinário a apontar ao funcionamento normal da capital. Afinal de contas, “o trabalho mais importante foi feito ao longo dos últimos meses”.

17 Out 2017

AL | Chui Sai Cheong eleito vice-presidente. Deputado vai analisar possível conflito de interesses

Chui Sai Cheong foi ontem eleito vice-presidente da Assembleia Legislativa. Sendo também membro do Conselho de Magistrados do Ministério Público, o deputado garantiu que vai ouvir um conselheiro jurídico para saber se existe algum conflito de interesses

[dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] empresário, deputado eleito pela via indirecta e irmão do Chefe do Executivo, Chui Sai On. Mas não só. Chui Sai Cheong foi ontem eleito vice-presidente da Assembleia Legislativa (AL) e desempenha também o cargo de membro do Conselho de Magistrados do Ministério Público.

Estará, portanto, em causa uma questão de conflito de interesses pelo facto de Chui Sai Cheong ocupar dois cargos que pertencem ao poder legislativo e judicial? Confrontado ontem com esta questão, o mesmo prometeu ouvir opiniões sobre a matéria.

“Agradeço-lhe a questão. Vou questionar o meu conselheiro jurídico sobre esse assunto, porque são áreas diferentes e não sei [se há conflito de interesses]. Depois farei o que tem de ser feito”, disse, à margem da votação.

Chui Sai Cheong negou, contudo, que haja conflito de interesses pelo facto de ser irmão do Chefe do Executivo e accionista de cerca de 30 empresas, além de estar ligado à Fundação Macau.

“Não penso assim. Diferentes pessoas têm posições diferentes, e a existência de diferentes perspectivas é algo comum. Não me parece que esse seja um problema.” 

A questão foi, no entanto, levantada durante a manhã, após os 33 deputados terem tomado posse na sede do Governo, e antes de ocorrerem as eleições para a presidência e vice-presidência do hemiciclo.

“De facto é uma situação muito interessante para se analisar, tendo em conta o princípio de separação dos poderes judicial, executivo e legislativo. Chui Sai Cheong faz parte da comissão de indigitação dos magistrados da RAEM, sendo também deputado, é uma pessoa muito influente em Macau. Vamos ver qual vai ser o seu contributo, caso venha a ser vice-presidente”, apontou o deputado José Pereira Coutinho.

A deputada Wong Kit Cheng lembrou que “na AL todos podem ser eleitos”, enquanto que Ho Iat Seng, reeleito presidente, disse apenas: “se calhar ele [Chui Sai Cheong] entende que não há um conflito porque assume o cargo de forma independente”, frisou.

Colegas não sabiam

À margem da cerimónia de tomada de posse do presidente da AL (Ho Iat Seng voltou a ser o escolhido), o deputado Sulu Sou admitiu desconhecer que Chui Sai Cheong fosse membro do conselho em questão e disse que são necessárias mais explicações.

“Vamos esperar que se explique melhor. Não concordo que as pessoas indirectamente eleitas estejam a ser escolhidas por de trás das portas para a mesa da AL. O presidente da AL devia ser alguém eleito directamente porque tem mais representatividade.”

O deputado do campo pró-democrata chamou ainda a atenção para a ausência de “equilíbrio” na Mesa da AL “entre um representante dos interesses comerciais e do sector laboral”. “É uma regra que tem sido respeitada durante muitos anos, mas desta vez não vai ser. Tenho muitas dúvidas e quero levantar mais questões.”

Também Agnes Lam, um novo rosto na AL, desconhecia que Chui Sai Cheong fosse membro do conselho de indigitação dos magistrados do MP.

“Acredito que preciso de ver o caso com cuidado. Se ele for eleito, vou ter de ver melhor o que fazem neste Conselho. Mas se houver algum problema, ele talvez vá explicar a situação. Talvez [o questione], vou ter de ver a situação”, assumiu ao HM.

17 Out 2017

Ho Iat Seng não teme vozes diferentes

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente reeleito da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, tomou ontem posse numa cerimónia no Centro Cultural de Macau, depois de ter sido eleito, uma hora antes, pelos seus colegas na sala do plenário da AL. A sessão de votação foi presidida pelo deputado Vítor Cheung Lap Kwan e teve uma breve intervenção de Sulu Sou.

O deputado do campo pró-democrata pediu que as pessoas que estivessem interessadas em desempenhar o cargo de presidente, ou vice-presidente, tivessem algum tempo para se apresentar, antes das eleições. Porém, Vítor Cheung Lap Kwan negou essa sugestão.
Depois da tomada de posse, Ho Iat Seng assumiu não temer a existência de novas visões no hemiciclo. “Não temo que haja mais vozes diferentes, o que temo é que não haja vozes para falar e apresentar as suas opiniões. Desde que as pessoas sigam o Regimento, então está tudo bem. Só espero problemas se alguém violar o regimento da AL e ou a lei. Acho que cada AL também tem as suas regras de jogo e o presidente tem de tomar uma posição imparcial.”

Ho Iat Seng disse que, caso a saúde o permita, vai cumprir os quatro anos de mandato. A possibilidade de vir a ser candidato a Chefe do Executivo foi um assunto novamente abordado. “Vou só dizer que quero desempenhar o cargo de presidente da AL durante os próximos quatro anos.” Ho Iat Seng foi eleito por uma maioria de deputados, sendo que Ng Kuok Cheong obteve dois votos. Houve ainda um voto em branco.

17 Out 2017

Raimundo do Rosário reitera defesa de diferenciação de tarifas nos autocarros

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas voltou a defender que os não-residentes devem pagar mais nos autocarros públicos do que os residentes. As declarações foram feitas, ontem, à margem da tomada de posse de Ho Iat Seng, como presidente da Assembleia Legislativa, no Centro Cultural de Macau.

“O subsídio que o Governo dá é grande, estamos a falar de mil milhões de patacas por ano [às operadoras de autocarros]. Parece-me, e posso estar enganado, que se o Governo subsidia, que pode subsidiar mais os residentes do que os não-residentes”, afirmou Raimundo do Rosário.

“Cada sítio preocupa-se com os seus residentes. Se temos de subsidiar os bilhetes – e posso estar enganado –, acho que podemos subsidiar em quantias diferentes os residentes e os não-residentes”, frisou.

Raimundo do Rosário admitiu que a proposta pode sofrer alterações, mas que há opiniões que defendem a diferenciação. Por outro lado, justificou que Macau tem os preços mais baratos ao nível dos autocarros na região: “Todos concordam que pagar duas patacas para andar de autocarro é barato. Por isso, acho que alterar esse montante um bocado é razoável”, apontou.

O secretário comentou igualmente as cobranças excessivas dos taxistas durante a passagem do Tufão “Khanun”, assumindo as responsabilidade por não ter sido alterada a legislação em vigor.

“A culpa foi minha, só tive tempo de trabalhar na revisão da lei [que regula o sector dos taxistas] há pouco tempo. Mas já está em processo legislativo”, explicou.

Em relação ao próximo ano, Raimundo Rosário admitiu ainda que o orçamento da DSAT pode subir até cinco por cento, mas garantiu que nunca será mais do que isso.

O secretário respondeu ainda às críticas recentes ao estudo sobre habitação pública, dizendo que as pessoas podem enviar as suas opiniões ao Governo. Ao mesmo tempo, reforçou que a habitação social é a prioridade.

17 Out 2017

Novo Macau à procura de novo espaço devido a aumento na renda

A Associação decidiu deixar a sede actual porque não quer pagar entre 8 e 9 mil patacas por mês por um apartamento num segundo andar. O proprietário do espaço é um familiar de Ng Kuok Cheong

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Associação Novo Macau vai deixar a sede actual, assim que encontrar um novo local para se estabelecer, devido ao aumento da renda. A garantia foi deixada ontem por Sulu Sou, ao HM, que explicou também que o proprietário do local onde se encontra a sede da associação pertence a um familiar de António Ng Kuok Cheong.

“Já tomámos uma decisão e vamos deixar a sede actual. Estamos neste momento a fazer o nosso melhor para resolver o problemas, mas não é fácil porque o mercado tem preços muito elevados”, afirmou o novo deputado, quando questionado sobre o assunto.

“A nossa renda actualmente é de cerca de 5 mil patacas por mês. E o proprietário quer que comecemos a pagar um valor entre 8 mil e 9 mil patacas. Vamos resolver este assunto o mais depressa possível”, revelou sobre os montantes exigidos para a renovação do contrato.

Por outro lado, Sulu Sou confirmou que o proprietário do apartamento utilizado como sede pela Associação Novo Macau é um familiar de Ng Kuok Cheong. Porém, não quis confirmar se era a mulher do fundador da associação: “É um espaço que pertence à família do deputado Ng Kuok Cheong”, limitou-se a dizer.

Actualmente a sede da Associação da Novo Macau fica no segundo andar de um apartamento da Calçada de Santo Agostinho. Porém, com as mudanças, a Novo Macau procura adoptar um espaço com acessos mais facilitados e maior exposição.

“Queremos uma sede no rés-do-chão, porque o nosso local não é muito conveniente para os cidadãos. Estamos num segundo andar e para os cidadãos que têm dificuldades de acesso isso dificulta-lhes a vida”, explicou.

A Novo Macau já tinha sido informada antes das eleições que ou concordava em pagar mais, ou devia deixar as actuais instalações. Por outro lado, anteriormente, também Ng Kuok Cheong chegou a mostrar-se disponível para partilhar uma futura sede com a Novo Macau.

Vez aos mais novos

Sulu Sou comentou igualmente a mudança de direcção na Associação Novo Macau e revelou que há dificuldades internas, ao nível da renovação das gerações.

Segundo o deputado, muitos dos membros que poderiam estar em condições para assumir a liderança da Novo Macau estão a optar por sair do território para estudar, o que faz com que não seja fácil encontrar soluções internas.

Mesmo assim, Sou Ka Hou defende que um dos cargos de presidente ou vice-presidente devia ser assumido, pelo menos, por um membro “com sangue novo”.

“A meu ver a direcção tem de ser assumida por uma nova geração de membros, pelo menos o cargo de presidente ou vice-presidente. Só que não é um processo fácil porque muitos membros activos têm ido estudar para o estrangeiro”, começou por dizer.

“Também ainda não temos uma data para as eleições, é um processo que vamos fazer internamente e que depois anunciaremos”, acrescentou.

Scott Chiang é o actual presidente da Novo Macau mas está demissionário.

17 Out 2017

IACM admite irregularidades em obras no Parque Central

Os trabalhos para reparar danos do Tufão Hato acabaram com vidros partidos e esquecidos no chão e um deficiente isolamento da área. O Governo já exigiu à empresa responsável que cumpra as normas de segurança

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s obras de remoção dos vidros danificados do Parque Central da Taipa geraram polémica, no fim-de-semana, devido às condições deficientes de segurança. As imagens partilhadas numa rede social mostram dois funcionários da empresa responsável pelos trabalhos a deixarem vidros partidos no chão, a desempenharem as suas tarefas sem o material necessário de protecção e a isolarem o espaço de forma deficiente.

Confrontado com a situação, o Instituto para o Assuntos Cívicos e Municipais confirmou as deficientes práticas de segurança e revelou ter exigido que as mesmas fossem cumpridas à empresa responsável. O instituto liderado pelo macaense José Tavares explicou também que foi exigido que o isolamento da área fosse reforçado.

“De acordo com a situação do local, o concessionário colocou vedação na zona afectada e usou andaimes nas obras. Tendo considerado que alguns sítios ficam perto de passagens públicas, o IACM vai exigir ao concessionário mais vedações para evitar a entrada dos cidadãos na zona das obras”, começou por explicar o instituto, na resposta ao HM.

O Governo, que identificou a construtora como a empresa Kuok Peng Tou, admitiu que foram deixados vidros partidos no local, mas que a remoção dos mesmos já foi exigida. Também os trabalhadores não respeitaram as normas de segurança integralmente, mas foi requisitado que a situação fosse alterada.

“Por outro lado, o IACM pediu ao concessionário para marcar e dar seguimento à situação de não usar coletes reflectores e capacetes, sendo pedida também limpeza dos vidros já quebrados no local”, foi clarificado

Segurança em primeiro

Ao HM, o IACM justificou os trabalhos que decorrem no Parque Central da Taipa com os danos causados pela passagem do Tufão Hato, a 23 de Agosto. O objectivo das obras passa por garantir a segurança dos cidadãos que utilizam aquela área.

“Devido ao tufão, os vidros em algumas instalações no parque foram danificados. Com vista a evitar alargamento do âmbito de prejuízos, tendo em conta a segurança da população, há a necessidade de remover os vidros quebrados”, justificou o organismo.

“Para tal, as obras ficaram à responsabilidade do concessionário adjudicado pelo IACM o construtor Kuok Peng Tong”, é acrescentado.

Já a construção original do Parque Central da Taipa tinha ficado marcada pela polémica, depois de uma derrapagem orçamental que se aproximou dos 50 milhões de patacas, segundo as contas do Comissariado de Auditoria (CA).

De acordo com um relatório do CA, publicado em Maio de 2015, apesar de um orçamento inicial de 441 milhões de patacas para o projecto, o mesmo acabaria por custar mais 48,8 milhões, ou seja 11,1 por cento.

Na altura o CA responsabilizou a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) por ter feito um trabalho deficiente na fiscalização e execução dos contratos assinados pelo Executivo.

17 Out 2017

Ka I esmagou Chiba com vitória por 8-0

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Ka I goleou o Chiba por 8-0 e lidera o Grupo B do torneio de futebol sete, após a primeira jornada da competição. No grupo A, o Kei Lun está na frente, após a vitória diante do Monte Carlo por 1-0.

Depois de vários meses de incerteza, o futebol de sete voltou a Macau e o Ka I e o Chiba foram as primeiras das oito equipas que entraram em acção na sexta-feira, no Canídromo. Nos minutos iniciais do encontro, o Chiba, embora com menor pendor ofensivo, deu boa conta de si e aguentou bem o adversário.

Porém, o golo de Baiano, aos 18 minutos, permitiu ao Ka I resolver o nó górdio da defesa do Chiba e o mudou o rumo do encontro.

Na segunda parte, com um Ka I menos perdulário o resultado foi ganhando uma dimensão inesperada, chegando aos 8-0. Baiano (18 e 33), William (23, 26 e 32) e Samuel Ramosoeu (28, 35 e 39) foram os autores dos golos.

No outro encontro do grupo B, o Sporting levou de vencida a Polícia A por 1-0. Os leões tiveram várias oportunidades de marcar mais golos, mas falharam quase sempre na altura da concretização.

Foi no segundo tempo que o jogo ficou resolvido com Felipe Souza, sem cerimónias e ao contrário do que tinha acontecido até então, a rematar à entrada da área com força. Em vantagem, o Sporting só precisou de gerir para garantir a vitória.

No grupo A, Lam Pak e Polícia B, formação também conhecida como Obra Social da PSP, não foram além do nulo, num jogo com pouco interesse.

No último encontro da noite, o Monte Carlo, apesar de ter uma equipa maioritariamente constituída por jovens, deu bom conta de si, mas perdeu por 1-0 diante do Kei Lun, com um golo de Oumar Diarra.

Acerto de contas

Contas feitas: o Kei Lun lidera o grupo A, com 3 pontos, seguido por Lam Pak e Polícia B, com um ponto. O Monte Carlo está no último lugar, com 0 pontos, os mesmos que Cheng Fung e os Sub-23, que só entram em acção na próxima sexta-feira.

No grupo B, Ka I e Sporting estão no primeiro lugar com três pontos, enquanto Chiba e Polícia A, somam 0 pontos. O Benfica só entra em acção na próxima jornada, defrontando o líder do grupo.

17 Out 2017

“Khanun”: SMG vão içar n.º 3 às 21h00

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos vão reduzir o sinal n.º8 para n.º3 durante às 21 horas. Nesta altura, o Tufão “Khanun” já se encontra a cerca de 230 quilómetros de Macau continuando a encaminhar-se para a península de Leizhou, na Província de Cantão. Foram até ao momento registados três feridos, que necessitaram de ser levados para o hospital.

Até às 19h00, as autoridades contabilizavam 67 ocorrências, entre as quais dois casos de danos em edifícios, quatro situações de queda de andaimes, 10 ocorrências de queda de árvores e antenas, quatro casos de inundação e dois incêndios. Ainda de acordo com as forças de segurança houve 40 casos de queda e suspensão de reclamos, toldos, placas metálicas, varas de ferro e janelas.

Em relação à subida do nível da água, no Porto Interior o trânsito foi suspenso no troço da Rua do Visconde Paço de Arcos, que fica entre a Ponte 16 e o Auto-Silo Pak Kong. Nesta altura a água atinge o meio da perna.Também a zona do Templo do Bazar na Rua Cinco de Outubro regista ligeiras inundações até à altura do passeio.

Além das áreas referidas, as vias entre o Ponte Cais de Sampanas Norte até à Travessa da Escama, na zona da Avenida de Demétrio Cinatt, e entre o The Riviera Macau até à Rua do Almirante Sérgio, na zona da Rua do Dr. Lourenço Pereira Marques, estão igualmente fechadas ao trânsito devido a inundações.

15 Out 2017

“Khanun” paralisa Macau e causa 49 incidentes

Desde as 10h00 que a passagem do Tufão “Khanun” provocou 49 incidentes que exigiram a acção das forças de salvamento do território. A cidade está neste momento sem transportes públicos, os serviços de barco e os voos foram igualmente suspensos, não havendo previsão da altura em que o sinal n.º 8 vai ser reduzido para n.º 3.

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]té às 16h00, as autoridades tinham registado dois casos de edifícios danificados com a queda de reboco ou outro objectos, quatro casos de queda de andaimes, sete árvores e antenas arrancadas pelo vento, um incêndio e uma inundação. Além disso, houve 34 situações de queda ou suspensão de reclamos, toldos, placas metálicas, varas de ferro e janelas. Na Zona do Porto Interior, as autoridades informam que se registam cheias ligeiras.

De acordo com a informação mais actualizada dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), às 15h00, o Tufão “Khanun” situava-se a 190 quilómetros a sul de Macau e encaminhava-se para a península de Leizhou, no extremo da Província de Cantão. O Governo prevê ainda que com o decorrer do dia os ventos fiquem mais fortes.

No que diz respeito aos transportes, os autocarros estão suspensos. A passagem do “Khanun” levou igualmente a que as pontes fossem encerradas ao trânsito, por volta das 11h25, estando aberto o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van.

Já o Aeroporto informou que foram cancelados mais de 90 voos que chegavam ou partiam de Macau. Os responsáveis pela estrutura pedem assim aos passageiros que confirmem a situação dos respectivos voos com as companhias aéreas, antes de se dirigirem para o aeroporto. Foi também suspenso o serviço de barcos para Hong Kong e outros destinos no Interior do Continente.

Caos nas Portas do Cerco

A suspensão dos transportes públicos resultou numa grande concentração de pessoas junto às Portas do Cerco. Dependentes do serviço de táxis, e uma vez que o serviço de rádio-taxis está suspenso, o canal chinês da Rádio Macau informa que já se verificaram casos de cobrança excessiva.

Apesar das autoridades garantirem que estão no terreno para lidarem com este tipo de situações, o canal chinês da Rádio Macau avança com um caso em que um taxista exigiu 500 patacas para transportar um cliente do Venetian para a Ponte de Lótus. Também nas redes sociais surgem relatos de taxistas que cobraram 1500 patacas para levarem pessoas das Portas do Cerco ao Casino Lisboa.

Por outro lado, o Governo negou as notícias de que haveria carros privados a transportarem os turistas de regresso à cidade de Shenzhen.

15 Out 2017

Torneio de futebol sete arranca com “grupo da morte”

Entre as  equipas Benfica, Sporting, Ka I e Chiba apenas duas vão marcar presença nas meias-finais do torneio. A competição que substitui o campeonato Bolinha começa hoje, às 18h30, no Canídromo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós várias semanas de incerteza, o futebol de sete regressa a Macau, com o encontro entre Ka I e Chiba, às 18h30, no Canídromo. Esta partida do Grupo B será a primeira do dia, sendo seguido pelos jogos Sporting-Polícia A (19h30), Lam Pak-Polícia B (20h30) e Kei Lun-Monte Carlo (21h30).

Ditou o sorteio a criação de um verdadeiro “grupo da morte”, com Benfica, Sporting, Ka I, Polícia A e Chiba a ficarem todos no mesmo lote de equipas. Destas formações três vão ficar de fora nesta fase, sendo que pelo menos Benfica, Sporting, Chiba e Ka I terão fortes hipóteses de se apurar. Para dificultar ainda mais a tarefa, as equipas apenas se defrontam uma vez, pelo que não há grande margem pare recuperar de um jogo com um resultado desfavorável.

“Olhando para o nosso grupo, percebemos que temos de encarar este torneio jogo-a-jogo. É o grupo mais forte da competição, mas vamos fazer o melhor possível para nos apurar para a próxima fase”, disse, ontem, José Reis, director do Sporting de Macau, ao HM.

“O Benfica vai alinhar na máxima força com os jogadores habituais. Mas também esperamos que o Chiba e o Ka I estejam muito fortes, por isso não faz sentido pensar que só vamos ter dificuldades num jogo”, acrescentou Reis, quando questionado se os encarnados seriam o principal obstáculo ao apuramento.

Sobre o encontro com a Polícia A, o membro da direcção do Sporting espera uma partida complicada, e realça a experiência do adversário ao nível da Bolinha.

“A Polícia é uma equipa muito experiente, com jogadores que já estão há muito tempo juntos, quer seja no futebol de sete ou no de 11. Mas estou confiante na equipa, apesar dos jogadores nunca terem estado juntos em competição”, apontou.

Jogadores no comando técnico

Devido ao elevado número de jogadores cedidos à selecção de Macau, que perdeu por 4-1 diante da Índia, na quarta-feira, o Benfica não entra em acção já neste fim-de-semana. Contudo também Duarte Alves, administrador do clube, prevê um grupo complicado.

“Vai ser um grupo muito interessante em que todos vão tentar alcançar as semifinais. Neste momento ainda é difícil fazer previsões porque ainda não conhecemos bem os adversários. Mas sabemos que qualquer equipa que nos defronta dá o máximo, e nós também vamos dar tudo”, afirmou Duarte Alves, ao HM.

A competição vê os atletas das águias Filipe Duarte e Cuco estrearem-se na posição de treinadores, que acumulam com a função de jogadores, uma aposta que já estava prevista para a Bolinha: “Faz parte do desenvolvimento deste projecto que já tem alguns anos. Parte dos jogadores começa a sentir o interesse em expandir o seu envolvimento para a equipa técnica e considerámos ser uma boa altura para o fazer”, explicou Duarte Alves. “É uma aposta na prata da casa”, frisou.

Já no Grupo A da competição, que é composto por seis equipas, ditou o sorteio  que os clubes Cheng Fung, Kei Lun, Lam Pak, Polícia B, Monte Carlo e Sub-23 tinham de se defrontar. Ao contrário do Grupo B, em que as equipas só fazem quatro jogos, neste lote as formações têm de realizar cinco encontros, passando à próxima fase os dois primeiros classificados.

13 Out 2017

Língua inglesa | Residentes com dificuldades em exame

Entre os examinados de 49 países e regiões, os residentes de Macau tiveram o 48.º pior desempenho, apenas à frente da Indonésia. Os resultados não surpreendem os professores e académicos ouvidos pelo HM sobre o nível de inglês

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre 49 países e regiões, Macau teve o 48.º pior desempenho ao nível dos conhecimentos de inglês para comunicação internacional, atrás do Interior da China, Hong Kong, Coreia do Sul ou Taiwan. A conclusão faz parte do relatório sobre os resultados do Teste de Inglês para Comunicação Internacional (TOEIC, na sigla inglesa), em 2016.

O exame TOEIC é composto por uma parte de audição e outra de leitura, com a pontuação máxima a ser de 990 pontos. A média dos candidatos ao exame de Macau não foi além dos 443 pontos, o que representa uma nota de 44,8 por cento.

Apesar do número de locais não ser revelado, o relatório indica que 51 por cento tinha menos de 20 anos. Já 49 por cento das pessoas de Macau que fizeram o exame admitiram que utilizam o inglês em menos de 10 por cento do tempo da vida quotidiana.

Ao HM, a professora de inglês Natacha Gonçalves, actualmente na Escola Kao Yp, não se mostrou surpreendida com os resultados. No entanto, sublinhou que em exames semelhantes a este, nomeadamente os tutelados pela Universidade de Cambridge, os resultados são normalmente muito mais elevados.

“Nas escolas chinesas os miúdos fazem muitos exames deste género, principalmente os de Cambridge, que acham que têm uma dificuldade acima da média. Nestes casos eles são muito bem preparados e não acredito que os resultados estejam neste nível”, disse Natacha Gonçalves.

Porém, a professora admite que o nível de inglês em Macau está longe de ser elevado: “Os alunos são muito ensinados através da memorização, mais do que a compreensão. Assim, quando fazem exames para os quais não estão preparados esses resultados baixos são normais, porque o nível de inglês é muito fraco em Macau”, explicou.

Ao mesmo tempo, Natacha admite que existe empenho da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e das próprias escolas para alterarem a forma como o inglês é ensinado.

Medo de praticar

Outro dos problemas ao nível da aprendizagem da língua inglesa em Macau é a falta de oportunidade para praticar. Esta é uma opinião que tanto Natacha Gonçalves, como a académica e futura deputada Agnes Lam partilham.

“Creio que ao nível do secundário, apenas alguns dos nossos estudantes conseguem falar inglês de forma fluente, mesmo nos casos em que as pessoas começam a aprender inglês muito cedo”, afirmou Agnes Lam, ao HM.

“Também o facto de não se usar muito a língua inglesa, nos círculos que frequentam, faz com acabem por não ter oportunidades para praticar e esqueçam o que aprenderam”, frisou.

Por outro lado, Agnes Lam diz que em Macau, e devido às influências de Hong Kong, existe uma pressão muito grande para falar inglês de forma correcta. Como resultado, os alunos têm medo de errar e falar inglês de forma rudimentar.

“Quando as pessoas não falam inglês, sentem o seu estatuto social em risco, havendo a ideia que não podem aspirar a ser classe média-alta ou alta. É uma pressão que chegou a Macau através da televisão de Hong Kong, mas que faz com as pessoas tenham medo de falar inglês”, explicou a académica. “Sentem que podem perder a face”, acrescentou.

Atrás da RAEM só ficou a Indonésia, com uma média de 397 pontos. O país com o melhor resultado foi o Canadá, com uma média de 833 pontos, tendo Portugal ficado em 11.º com 713 pontos. Em relação aos país mais próximos de Macau, a Coreia do Sul ficou no 19.º lugar, com 679 pontos, o Interior da China na 35.º posição com 586 pontos, Taiwan no 40.º lugar, com 534 pontos. Finalmente, Hong Kong alcançou o 42.º lugar, com uma média de 515 pontos.

13 Out 2017