João Santos Filipe SociedadeTurista que bateu em criança e empregada saiu da esquadra sem acusação [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] turista do Interior da China que foi visto a agredir uma menina menor, no Jardim Cidade das Flores, e que depois se envolveu na troca de agressões com dois residentes não vai ter de responder perante a justiça. O facto foi confirmado, ontem, pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, ao HM, depois do vídeo com as agressões se ter tornado viral nas redes sociais. Segundo a explicação oficial, o caso não foi encaminhado para o Ministério Público porque os agredidos e as pessoas intervenientes não quiseram apresentar queixas, mesmo depois de estarem na esquadra. “Não houve acusações. As pessoas envolvidas foram levadas para a esquadra e consideram que o caso foi uma pequena agressão. Ninguém quis apresentar queixa”, confirmou ontem ao HM fonte da PSP. “Como não foi preciso levar ninguém para o hospital não é crime público. Não houve internamentos e a situação fica resolvida assim. O procedimento judicial dependia da vontade das pessoas envolvidas”, clarificou a porta-voz da PSP. O caso foi registado no sábado à tarde, no Jardim Cidade das Flores, onde o turista do Continente estava com a mulher e a filha. Quando a menina brincava com um menino local surgiu uma discussão, que acabou com a criança de Macau a bater na filha do turista. “Ele viu um menino a bater na cabeça da filha. Como não gostou foi ao pé do menino e bateu-lhe com três palmadas no traseiro. A empregada doméstica que estava com o menino, mandou-o parar. Ele respondeu com pontapés na empregada”, relatou a PSP, ao HM. Foi a partir do caso com a empregada que alguns dos presentes no jardim decidiram intervir para colocar um fim à situação. Dois adolescentes acabaram mesmo por imobilizar o turista. Já na esquadra os intervenientes fizeram o relato mas optaram por considerar que o caso se tratou de algo menor, apesar do turista ter sido algemado e levado para a esquadra. “A cena foi vista por várias pessoas e houve dois adolescentes que se aproximaram. Nessa altura, houve trocas de agressões, mas ninguém quis apresentar queixa. O caso ficou resolvido assim”, foi explicado.
João Santos Filipe DesportoTaça AFC | Benfica de Macau regressa às vitórias com goleada As águias foram à Ilha Formosa golear o Hang Yuen por 4-1 e estão mais próximas de assegurar o segundo lugar do Grupo I, após a derrota do Hwaepul frente ao 25 de Abril, por 2-0 [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m autogolo de Haung Shih-Yuan, defesa do Hang Yuen, abriu ontem o caminho para o triunfo do Benfica de Macau frente à formação de Taiwan por 4-1. Os comandados por Bernardo Tavares entraram melhor na partida, com um golo de Nikki Torrão, mas permitiram o empate, minutos depois. No entanto, Haung voltaria a colocar os encarnados em vantagem e até ao final, apesar de uma menor a posse de bola, houve tempo para apontar mais dois tentos. Apesar das várias dúvidas até à hora do encontro, o Benfica entrou no habitual 4-4-2, com a defesa a ser constituída por Chan Man, Amâncio, no lugar de Gilchrist, que estava castigado devido a acumulação de amarelos, David Tetteh e Lei Chi Kin. No meio-campo, o treinador promoveu poucas alterações, Edgar Teixeira, Cuco, Hugo Silva e Pang Chi Hang foram os escolhidos para servir uma frente de ataque constituída pela habitual dupla Carlos Leonel e Nikki Torrão. Por sua vez, o Hang Yuen apostava em conseguir a primeira vitória na competição e entrou em campo com um agressivo sistema táctico de 3-5-2, com uma posse de bola dominante e sempre à procura de sair em ataque organizado. Aproveitando o pendor ofensivo da equipa orientada por Chen Yung-Sheng, o Benfica chegou à vantagem logo aos 11 minutos. Edgar Teixeira tentou fazer um passe longo, em contra-ataque, a servir Carlos Leonel. Mas a bola acabou cortada por um defesa. No entanto, Nikki antecipou-se à defensa contrária, ganhando o ressalto e rematou para o 1-0. Oito minutos depois chegou o golo do empate. Após uma bola bombeada para a área do Benfica de Macau, o guarda-redes Batista tem uma saída completamente fora de tempo. Sem ninguém na baliza, a bola cabeceada por Chen Ching-Hsuan só parou no fundo das redes, enquanto o guardião levava as mãos à cabeça. Erro taiwanês e vitória No entanto, o erro de Batista deixou de ter importância, aos 25 minutos. Após um canto batido por Hugo Silva, na direita do ataque benfiquista, o guardião Huang Chiu-Lin consegue socar o esférico em cima da linha de golo, mas o defesa Haung Shih-Yuan, de forma incrível, cabeceia para a própria baliza e faz o 2-1. Já no segundo tempo, aos 77 minutos, chegou o terceiro golo dos encarnados. Após uma bola longa para o ataque à procura de Carlos Leonel, Haung Shih-Yuan chega primeiro de cabeça e corta o lance. Contudo, Nikki foi o mais rápido a ganhar o ressalto e assistiu Edgar Teixeira, que rematou colocado par ao 3-1. Já com o Hang Yuen todo balanceado para o ataque, aos 89 minutos, Carlos Leonel, no contra-ataque, fez um passe a rasgar para Nikki Torrão, que na área tirou o guarda-redes da frente e bisou, fazendo o 4-1. Com esta vitória, o Benfica soma três vitórias em cinco encontros e defronta na próxima jornada do Grupo I o Hwaepul, a 16 de Março, em Macau. O empate ou uma derrota por 1-0 ou mesmo 2-1, garantem o segundo lugar do grupo aos encarnados. 25 de Abril soma e segue No outro jogo do Grupo I da Taça AFC, entre formações norte-coreanas, o 25 de Abril derrotou o Hwaepul por 2-0. Com mais uma vitória caseira, a equipa do exército norte-coreano soma agora cinco jogos em cinco partidas. Os golos foram apontados por An Il-bom, logo aos 19 minutos de jogo, e por Kim Yu-sing, aos 24. Na próxima jornada o Hwaepul visita o Benfica de Macau, já o 25 de Abril recebe a visita do Hang Yuen, que ainda procura a primeira vitória na competição.
João Santos Filipe Manchete SociedadePearl Horizon | Manifestantes barrados já tinham protestado em Macau Alguns dos manifestantes ligados ao caso Pearl Horizon, proibidos de entrar em Macau, já tinham participado em protestos no território, adiantou Kou Meng Pok, líder do grupo de lesados. Três analistas comentam mais um caso de pessoas barradas na fronteira e que não pertencem ao campo político de Hong Kong [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]eputados do Conselho Legislativo de Hong Kong, activistas ou académicos do campo pró-democrata e jornalistas. Estes pareciam, até agora, as únicas personas non gratas para o Governo de Macau e merecedoras de serem proibidas de entrar no território. Contudo, os protestos do dia 1 de Maio desta semana, ficaram marcados pela proibição de entrada de alguns manifestantes ligados ao caso Pearl Horizon e que, aliás, investiram em apartamentos no território. O HM confirmou junto de Kou Meng Pok, presidente da União dos Proprietários do Pearl Horizon, que as dezenas que manifestantes que foram barrados na fronteira pelas autoridades já tinham participado em protestos em Macau em anos anteriores. Esta terça-feira a Polícia de Segurança Pública (PSP) não fez qualquer comentário sobre o sucedido. O advogado da Polytex, empresa responsável pela construção do empreendimento habitacional Pearl Horizon, Leonel Alves, disse não conhecer os “fundamentos” para a decisão das autoridades. Contudo, “[as proibições de entrada] têm a ver com a segurança do Estado ou do território, a estabilidade de Macau, e não creio que uma manifestação de desagrado de uma vítima possa afectar a estabilidade social”, frisou. “Se foi tido em conta apenas esse fundamento, o de ser comprador das fracções autónomas, e na qualidade de vítima ou de lesado querer publicamente manifestar o seu desagrado é um direito garantido pela Lei Básica. O direito de mostrar a sua opinião publicamente participando em actividades autorizadas pelo próprio Governo, como é o caso da manifestação. Acho uma situação pouco agradável”, acrescentou o ex-deputado à Assembleia Legislativa. Albano Martins, economista, também revelou incompreensão face ao que está por detrás da decisão das autoridades e exige mais explicações do Governo da RAEM e até do Governo Central. “O Estado chinês ou o Governo de Macau deveriam explicar claramente qual a razão para estas pessoas não poderem entrar”, frisou, tendo defendido que as autoridades têm, de facto, uma lista negra de pessoas incómodas. “Não acredito que alguém possa actuar sem ter o nome numa lista negra. É impossível, porque ninguém vai assumir o risco. Se isto é verdade, admitindo que há investidores do Pearl Horizon que não entraram e que foram barrados, admitindo que isso seja verdade, é porque o seu nome consta de uma lista e isso incomoda toda a gente. Incomoda qualquer pessoa que sabe que estas situações não são melindrosas para Macau.” Estado policial Albano Martins vai mais longe e refere que Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, também deve vir a público prestar esclarecimentos. “O próprio secretário deveria esclarecer essa situação, porque é uma situação que incomoda toda a gente. Em qualquer país do mundo, os órgãos de soberania teriam uma palavra a dizer e aqui deviam dizer qualquer coisa, sob pena de estarmos a transformarmo-nos num Estado policial sem regras, onde ninguém sabe os motivos porque as pessoas não entram. Isso viola os direitos básicos das próprias pessoas.” O assunto motivou reacções nas redes sociais e blogosfera, como foi o caso do blogue Devaneios a Oriente. O seu autor, o jurista Pedro Coimbra, lembrou ao HM que há muitas perguntas sem resposta sobre esta matéria. “Ainda não entendo qual é critério [para a proibição de entrada de pessoas]. Aquilo que ouvimos dizer repetidamente, e que é apresentado como justificação, é que são razões de segurança interna. Quais são essas razões e quais são os critérios acho que ninguém sabe, nem a quem é que se aplicam.” Além disso, estão em causa várias contradições. “Não percebo como é que se autoriza uma manifestação e depois as pessoas que vêm participar também não entram. Não entendo.” Pode a proibição de entrada de investidores na área do imobiliário afectar a imagem externa de Macau e o seu posicionamento face a futuros investimentos? Pedro Coimbra considera cedo demais para avaliar. “Essa é a pergunta de um milhão de euros e só o futuro pode dar a resposta. Temos de aguardar e ver. Normalmente, o investimento no imobiliário está muito ligado ao crescimento económico. Acrescentando as receitas de jogo, não sei se o sector vais ser muito afectado mesmo com estas noticias.” Albano Martins frisou que este tipo de casos “nunca cria uma boa imagem para Macau”. “Acho que o secretário devia pensar seriamente que este tipo e atitudes enfraquece o segundo sistema e não beneficia o primeiro. Há muitos democratas de Hong Kong que vão para o continente e são autorizados a entrar. Agora estamos a falar de pessoas que não são criminosas, que têm o direito a terem uma vontade diferente da vontade do Governo e não se podem manifestar. É muito complicado”, concluiu.
João Santos Filipe Entrevista MancheteOriana Inácio Pun, advogada: “Caso Ho Chio Meng não foi agradável nem dignificou a Justiça” Começou a carreira como intérprete nos tribunais, mas com o tempo decidiu vestir a toga de advogada. Em Março do ano passado fez as manchetes locais, quando assumiu a defesa do ex-Procurador Ho Chio Meng. Em entrevista ao HM, Oriana Pun avalia a situação da Justiça, olha para as leis locais e recorda o julgamento da década [dropcap]C[/dropcap]elebram-se 25 anos da promulgação da Lei Básica. Considera que está a ser cumprida? Não verifico grandes problemas. À medida que nos vamos aproximar dos 50 anos após a transição vai haver uma maior aproximação ao sistema e à sociedade do Interior da China. Parece-me inevitável. A aproximação poderá causar divergências, mas desde que haja bom-senso e as medidas não sejam prejudiciais para Macau nem para a China, e se mantenha o respeito pelo espírito da Lei Básica, tudo poderá ser ultrapassado. Nos últimos tempos há quem acuse as autoridades de fazer interpretações legais com implicações e restrições a nível dos direitos individuais. Sente essa realidade nos tribunais? Se a lei confere um poder discricionário e a administração, que é a entidade máxima que pode exercer esse poder discricionário, o aplica de uma forma mais restrita, eu não discordo. Mas considero que os portugueses foram sempre mais tolerantes, mais humanos. Eu sou chinesa e tenho colegas chineses e portugueses e há uma diferença cultural. FOTO: Sofia Mota Que diferença? Por exemplo, nas aulas os alunos dizem que se esqueceram dos trabalhos de casa, arranjam uma justificação e os professores tem tendência para aceitá-la. São situações em que, com frequência, impera o bom-senso. Claro que também há abusos. Os chineses tendem a ser mais rigorosos. As pessoas que agora estão à frente de Macau consideram que se houver muitas excepções e um poder mais compreensivo que talvez isso não seja o mais adequado para Macau. Não posso discordar da abordagem. Porquê? A China tem uma população muito grande. Somos 1,3 mil milhões de pessoas e é difícil governar tanta gente. Também a nível cívico nem sempre é tão estável. Nesses casos, uma aplicação mais restritiva justifica-se, desde que seja sempre dentro do espírito do direito legado. O Governo vai alterar a Lei de Bases de Organização Judiciária e espera-se que os titulares de altos cargos possam recorrer de decisões dos tribunais em primeira instância. Como vê a mudança? Faz todo o sentido. Qualquer pessoa pode estar naquela posição e o direito de recurso é fundamental. Toda a gente deve ter a mesma oportunidade de ver as questões ponderadas mais do que uma vez. Como advogada do ex-Procurador Ho Chio Meng viu o recurso que apresentou ao Tribunal de Última Instância recusado. Como se sentiu? Não posso dizer que fiquei chocada, porque já estávamos à espera. Tínhamos de manifestar o nosso ponto de vista. Foi o que fizemos. O tribunal não aceitou o recurso. Mas mesmo com a recusa, fizemos um requerimento a manifestar a nossa posição. Infelizmente, não havia mais nada a fazer. Considero que qualquer pessoa devia ter a oportunidade de recorrer das decisões, pelo menos uma vez. Quando a nova lei for aprovada vai ver se há margem para recorrer da decisão? Ainda não se sabe como vai ser a nova lei e se vai haver uma aplicação retroactiva. No plano teórico, posso dizer que vamos estudar a possibilidade. O recurso já foi interposto, o tribunal é que não o aceitou. Vamos ver se haverá alguma possibilidade e se o Dr. Ho pretende reagir. Falando do julgamento de Ho Chio Meng. Assumiu o processo depois do primeiro advogado, Leong Wen Pun, considerar que não tinha condições para defender o arguido, face à postura do tribunal. Acreditava que era possível absolver o seu cliente? Na primeira vez que me reuni com o Dr. Ho trocámos opiniões e fiquei logo com a noção do estado do processo, do que era possível fazer e do que íamos tentar. Ele insistiu que fossemos nós a representá-lo. Também troquei opiniões com os colegas que estavam com o caso e eles consideraram que o Dr. Ho ficaria bem representado. Acredita que o seu colega tomou a decisão na sessão em que foi impedido de discutir uma prova, ou já havia aquele pensamento antes da sessão? Eles já estavam com o processo há mais de um ano. Como advogados, lutamos e temos de enfrentar várias derrotas e talvez eles tenham considerado que era altura de colocar um ponto final na situação. Foi uma decisão tomada com o consentimento do cliente. Agora, não sei se foi uma decisão tomada naquele momento. Acho que o pensamento de desistir já deveria ter sido abordado antes dessa sessão. Como se preparou? Era um processo mesmo muito longo. Tivemos de ir ao tribunal tirar fotocópias, consultar os processos, trabalhar aos sábados e domingos. Assim como os funcionários do TUI, que também precisaram de estar lá durante o fim-de-semana. Como o julgamento já estava numa fase bastante avançada, num primeiro momento preparamo-nos para as testemunhas que iam ser ouvidas. Foi nessas matérias que nos concentrámos primeiro. E depois? Fomos ouvir as audiências anteriores e fazer os nossos apontamentos para as sessões seguintes e alegações finais. Eu, basicamente, vi todos os papéis e os apensos, assim como os meus colegas. Foram muitas horas extra? Foram. Como advogados, os caso não nos saem da cabeça. Antes de adormecermos há sempre uma ideia que surge, quando estamos a tomar banho lembramo-nos de outra. Estamos sempre a ver e a tentar arranjar provas ou contra provas para ajudar o nosso cliente. Foram meses intensos? É um envolvimento muito grande, quase não tinha vida familiar. Algumas vez se tinha imaginado no caso que pode ser considerado o julgamento da década em Macau? Nunca tinha pensado nisso. Como profissionais queremos lidar com casos que nos desafiam. Trabalhei nos tribunais como intérprete, durante oito anos, assisti a julgamentos, fiz traduções, estive no julgamento de Pan Nga Koi e em outros processos cíveis e criminais. Como advogada, estagiei três anos e faço agora 13 anos de profissão. Estou quase há 20 anos nos tribunais. Espero que não haja casos graves em Macau, mas se houver gostava de estar envolvida. São desafios que nos fazem crescer e evoluir. O mediatismo do julgamento de Ho Chio Meng acrescentou mais pressão? Certamente que torna as coisas diferentes. Foi a minha primeira experiência num caso tão mediático. Já tinha tido casos cíveis complicados, mas em termos de ter de enfrentar a imprensa foi uma experiência nova. O mediatismo fez com que fosse muito abordada? Aconteceu muito. Mesmo os amigos comentavam o casos e houve muitos que me disseram que tinha sido corajosa por ter aceitado defender Ho Chio Meng naquelas condições. Ouvimos comentários a favor e contra. Também vemos as notícias, aqui, em Hong Kong, e por vezes consideramos que o que está escrito ou é noticiado não corresponde bem à realidade. São coisas com que nos temos de habituar a lidar. A imagem da Justiça de Macau ficou a ganhar com o julgamento de Ho Chio Meng? O caso Ho Chio Meng não foi agradável nem dignificou a Justiça. Primeiro tratou-se do julgamento de um procurador, também pelo decorrer do julgamento a que as pessoas puderam assistir. Mostrou situações que podem ser melhoradas e considero que ninguém ficou a ganhar com a situação. Independentemente de ter sido ou não condenado, para o Ministério Público, para os tribunais e para as pessoas de Macau foi uma situação triste. Há muitos ensinamentos a retirar do caso? Sim, se as pessoas quiserem aprender vão conseguir fazê-lo. Além do processo jurídico, do direito ao recurso, o processo levantou questões sobre procedimentos administrativos. Há sinais que o legislador devia ter em mente. Que sinais? Há práticas antigas que foram sempre repetidas e tentativas de acelerar os procedimentos internos dos serviços públicos que podem resultar em infracções nos processos de contratação de pessoal e adjudicações. As coisas sempre foram feitas de uma maneira, até que alguém notou que afinal continham ilegalidades… Isto merece uma reflexão. Não podemos só dizer: ele fez mal, vamos condená-lo. Temos de ser justos e perceber as situações, porque também houve outros casos ligados à contratação de pessoal e adjudicações em outros serviços. Casos em que não há intenção de cometer ilegalidades? Sim. Ouvi falar de casos de ilegalidades internas em que os procedimentos tinham sido analisados pelos próprios juristas dos departamentos. Se a situação se mantiver, a máquina dos serviços não trabalha. A questão deixa as pessoas com duas escolhas: ou arriscam cometer ilegalidades, ou não fazem nada. O governo está a trabalhar numa proposta de lei sobre as adjudicações… Sim, sim. Mas a proposta é urgente. E é preciso ouvir as pessoas no terreno, que conhecem as limitações e que sabem que procedimentos podem atrasar os trabalhos. Regressando à reforma da lei de bases judiciária. O Governo quer afastar os juízes estrangeiros dos casos que envolvem a segurança nacional. Concorda? Não vejo grandes problemas. Estamos a falar da segurança nacional e não sabemos com que níveis de sigilo se vai lidar. Talvez seja melhor colocar os juízes chineses com estas questões. Acredito que os portugueses não vão colocar o sigilo em causa, mas compreendo a opção. Desde que os juízes chineses sejam escolhidos seguindo as práticas normais, com sorteio, não vejo problemas. Sente que juízes portugueses são menos competentes do que os chineses? Não, não sinto. Os juízes portugueses que normalmente vêm de Portugal já têm alguma experiência de julgamento de casos. Por exemplo, eu aprendi e continuo a aprender imenso com os juízes nos julgamentos dos factos. Como eles já têm uma experiência longa em Portugal, a maneira como fazem as perguntas, a forma como chegam a conclusões… Aprendi e aprendo muito com eles. Mas não há um risco de diferenciação? As pessoas que lidam com os tribunais e que conhecem os juízes e os advogados sabem normalmente as pessoas que são mais competentes. Não me parece que o facto de haver juízes afastados desses processos vá fazer com que sejam encarados como menos profissionais ou com menor qualidade. Outra questão recente foi a utilização da língua chinesa para notificar um residente local que tinha pedido para ser notificado em português. É uma questão que não é nova, como encara estas situações? A língua não devia ser um problema em Macau. Tanto o português, como o chinês são línguas oficiais. Um chinês não devia ter de se queixar que foi notificado em português e vice-versa. Existe o decreto-lei n.º 101/1999, que permite escolher o idioma em que as pessoas podem pedir a notificação. Mas a própria lei não define sanções. Em princípio a administração e o tribunal deviam tentar satisfazer os requerimentos. Mas admito que pode haver justificações razoáveis para que estes casos aconteçam.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasOld Town Vintage, Loja de roupa com traços clássicos | Regresso ao passado Na Rua Manuel Arriaga há uma loja de roupa que transporta os clientes às décadas de 20, 30, 40, 50 e 60 do século passado. No interior da Old Town Vintage, enquanto as pessoas escolhem os vestidos que mais gostam, podem desfrutar dos ritmos das músicas da época [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]berta em 2014, a loja Old Town Vintage foi o concretizar de um sonho de criança para Clara Yung. Neste espaço, a proprietária concilia a ambição de ter onde vender artigos de roupa com o desejo de estar rodeada pelo seu estilo favorito: o vintage. Esta é uma tendência que se caracteriza por apresentar traços clássicos e antigos e peças feitas nas décadas de 20, 30, 40, 50 e 60 do século XX. “Abri a loja em 2014, foi o concretizar de um sonho de infância. Quando as meninas são crianças, todas têm aqueles sonhos, algumas querem ser cantoras, outras modelos, coisas deste género. O meu sonho era abrir uma loja e vender roupa, que é uma coisa que adoro”, contou Clara Yung, ao HM. “Em 2014 concretizei esse sonho com a abertura da Old Town Vintage”, acrescentou. Clara Yung admite ser viciada em roupa antiga. “É um estilo que adoro, sou completamente viciada em artigos vintage e utilizo artigos deste género sempre que posso”, admitiu. Formada em Estudos Ingleses, pela Universidade de Macau, foi ainda durante os seus tempos de estudante universitária que deu aquele que considerou o principal passo para a abertura deste negócio. O momento marcante foi uma viagem a Londres, em que aproveitou para visitar tantas lojas do género quanto possível. “Quando ainda estava na universidade aproveitei para ir a Londres. Nessa visita fui a muitas lojas vintage com a preocupação de estudar o mercado e compreender que tipos de produtos oferecem e como se organizam. Depois disso, avancei para a abertura deste negócio”, explicou. Mas se hoje o estilo retro poderá ter mais popularidade, a proprietária reconhece que esta situação ainda não se verificava em 2014. O facto de ainda não haver um mercado deste género, exigiu algum trabalho extra. “Honestamente, quando abri a loja ainda não havia muita gente interessada neste estilo e o conhecimento não era muito. No início, foi preciso informar muito bem as pessoas sobre este estilo e explicar as tendência”, recorda. “Havia muito a ideia errada de que as roupas vintage eram todas em segunda mão e isso não corresponde à verdade”, acrescentou. Ajuda de di Caprio A maior parte dos produtos que chegam à Old Town Vintage vêm da Europa, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. Por isso, filmes datados entre as décadas de 20 e 60 ajudam bastante na promoção de alguns artigos e aumentam o interesse na loja. Neste aspecto, Clara Yung teve a ajuda do actor Leonardo DiCaprio, através do filme “The Great Gatsby”. Inspirado no romance de Francis Scott Key Fitzgerald com o mesmo nome, cuja acção se desenrola em 1922, Clara destaca que a película ainda hoje tem a capacidade chamar a atenção às pessoas para o estilo retro. “Sei que muitos clientes vêm procurar produtos vintage na loja, principalmente depois de terem assistido a filmes, como o “The Great Gatsby”. Procuram muito chapéus e vestidos dessa época. Nesse sentido, os filmes são influentes”, contou. Contudo, esta influência através da sétima arte não se fica pelos filmes norte-americanos, a situação repete-se no Japão, Taiwan e Coreia do Sul. “São mercados em que as pessoas adoram o estilo vintage. Por isso, é muito normal que surja com muita frequência nos filmes e séries. São povos que têm um sentido de moda mais apurado e diversificado do que as pessoas de Macau. Mas sinto que em Macau se começa a seguir essas tendências”, aponta. No ambiente de negócios em Macau, nem todas as condições são fáceis, principalmente no que diz respeito às rendas e à competição das vendas online através do Taobao, apesar da Old Town Vintage também disponibilizar vendas através da internet. “Quando abrimos a loja, o Taobao ainda não era tão popular. Mas desde o ano passado que sinto que há mais gente a comprar através do Taobao. É um facto que nos dificulta a vida. Mas lidamos com isso disponibilizando artigos muito únicos. Mais caros, é verdade, mas originais e que não se encontram nessa plataforma”, confessa. No entanto, o valor das rendas é mais difícil de ultrapassar. Ao HM, Clara Yung confessa que as condições são demasiado complicadas. “Não faz sentido pagar tanto de renda num local onde o mercado não é assim tão grande. Se falarmos de rendas altas em Hong Kong, compreende-se melhor porque o mercado deles tem sete milhões de pessoas. Em Macau, são só 700 mil pessoas, mas as rendas são na mesma elevadas. Não há um equilíbrio”, defende. Rua de Manuel Arriaga 64-A, Macau
João Santos Filipe SociedadeJogo | Receitas ultrapassaram os 25 mil milhões de patacas em Abril Abril foi um mês de festa para o sector do jogo. Com uma média diária de 858 milhões de patacas no quarto mês do ano, o valor equiparou-se aos montantes diários registados em altura do Ano Novo Chinês e da Semana Dourada [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s receitas brutas do jogo ultrapassaram pela terceira vez em quatro meses a barreira dos 25 mil milhões, durante o mês de Abril. Os números para o quarto mês do ano foram avançados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) e cifram-se no 25,7 mil milhões de patacas. Este valor representa uma subida de 27,6 por cento face ao mês homólogo do ano passado, quando o montante foi de 20,2 mil milhões de patacas. O crescimento homólogo do mês de Abril foi o segundo mais alto registando uma percentagem de 27,6 por cento. No entanto, o maior salto foi verificou-se em Janeiro, quando as receitas cresceram ao ritmo de 36,4 por cento, de 19,3 mil milhões para 26,3 mil milhões de patacas. Já em Março foi registada uma subida de 22,2 por cento e em Fevereiro o crescimento foi de 5,7 por cento. Ainda de acordo com os dados divulgados, entre Janeiro e Abril deste ano as receitas geradas pelos casinos do território foram de 102,2 mil milhões de patacas, o que represente um aumento de 22,2 por cento, em relação aos 83,6 milhões de patacas gerados no período homólogo do ano passado. Os dados revelados ontem permitem também perceber que as receitas do jogo crescem há 21 meses consecutivos, desde Agosto de 2016, depois da fase de quebra que começou em 2014. Acima das expectativas Os resultados publicados superaram as expectativas do analistas que, de acordo com a Bloomberg, previam um crescimento ao ritmo de 20,5 por cento. Num relatório sobre o mercado do jogo de Macau, o analista da Union Gaming Grant Govertsen definiu o montante de Abril como “impressionante”. “O crescimento foi registado apesar do calendário ser desfavorável, por haver um sábado a menos do que em Abril do ano passado e pelo crescimento em 2017 ser de difícil comparação, porque as receitas já tinham aumentado 16 por cento em Abril do ano passado”, escreveu Grant Govertsen. “Se fizermos uma análise das receitas diárias, o valor foi de 858 milhões em Abril, um valor impressionante, que está em linha com os montantes registados nas alturas dos feriados e épocas altas do jogo, como em Outubro (na Semana Dourada), com 859 milhões, e nos resultados combinados de Janeiro e Fevereiro (Altura do Ano Novo Chinês) com valores de 857 milhões”, explica o analista. Segundo o analista, a subida está a beneficiar do crescimento tanto no segmento de massas, como dos grandes apostadores, conhecido como VIP, sendo que as operadoras Galaxy Entertainment e Sands China são vistas como as principais beneficiadas. Em causa está o facto destas duas concessionárias terem uma maior exposição tanto ao mercado VIP, como de massas. No documento divulgado ontem, Grant Govertsen escreve ainda que a Union Gaming mantem as perspectivas de um crescimento anual na ordem dos 17 por cento. Também o analista Carlo Santarelli, da Deutsche Bank, num relatório sobre o mercado de Macau, se confessou “surpreendido” com o montante de Abril.
João Santos Filipe Manchete SociedadeInsólito | Descoberta de ossadas humanas obriga a paragem de obras Os trabalhos junto ao acesso pedonal para o Reservatório na zona do D. Bosco foram interrompidos, na sexta-feira, quando os pedreiros escavaram um urna com ossos. A Polícia Judiciária garante que não existem indícios de crimes [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s trabalhos de escavação para instalar tubagens na zona de acesso ao reservatório, junto ao acesso pedonal que vem do Campo D. Bosco, tiveram de ser interrompidos depois de terem sido descobertas ossadas humanas. O caso aconteceu na sexta-feira, por volta das 11h, quando os trabalhadores escavaram uma urna que se encontrava enterrada no local. Os trabalhos só foram suspensos quando uma parte da urna acabou escavada. Após o alerta para a situação, a Polícia Judiciária deslocou-se ao local, mas nega que haja qualquer indício de crime. “Não existem indícios de actividades criminais relacionadas com os ossos encontrados. Os ossos estavam dentro de uma urna, que estava enterrada no local, e foram transportados para o Hospital do Governo, onde estão a ser guardados na morgue”, afirmou uma porta-voz da Polícia Judiciária, ao HM. “Acreditamos que os ossos já estivessem enterrados há muitos anos. É um local onde as pessoas costumavam enterrar os seus familiares antigamente. Olhamos para as provas e os indícios que encontramos não apontam para actividades criminosas, não há nada que indique nesse sentido. Tudo aponta para que fossem ossos que ali estava há muitos anos”, acrescentou a mesma fonte. Bombeiros no local Apesar do alerta para a situação ter sido dado de manhã, as primeiras autoridades a chegar ao local foram a Polícia de Segurança Pública e os bombeiros, com ambulâncias e carros de combate a incêndios. Também alguns corredores e pessoas que circulavam na zona pararam para espreitar o que se passava. Só mais tarde, já por volta das 14h30 é que chegou a PJ para realizar os trabalhos normais de apuramento de indícios que apontassem para actividade criminosa. “A Policia Judiciária chegou ao local por volta das 14h30 e fez as investigações necessárias. Foram igualmente tomadas as precauções necessárias para lidar com este tipo de casos e agora os restantes trabalhos vão ser feitos pelos outros departamentos do Governo”, acrescentou fonte da PJ. Por esta razão, de momento as autoridades ainda não sabem qual a idade provável das ossadas e quanto tempo tiveram enterradas antes de serem descobertas. As investigações das autoridades prolongaram-se durante horas e depois das 22h ainda era possível ver veículos no local.
João Santos Filipe Manchete PolíticaNovo Macau | Proposta de redução horária para mulheres menstruadas A associação liderada por Kam Sut Leng quer que o território estude a implementação de uma medida de protecção laboral inovadora. Num comunicado especial do Dia do Trabalhador, a Novo Macau acusa o Governo de implementar medidas laborais que favorecem sempre as entidades patronais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Novo Macau quer que o Governo estude a possibilidade de serem criadas pausas no trabalho para mulheres menstruadas. O compromisso com a agenda foi afirmado ontem, em comunicado, sendo que a Novo Macau considera que o Primeiro de Maio é a celebração do “grande contributo da classe trabalhadora para a economia e a sociedade” “Devia ser desenvolvida a investigação para estudar a possibilidade de reduzir o número de horas diárias e semanais de trabalho, assim como sobre a possibilidade de criar pausas para as mulheres com menstruação, independentemente dos dias de baixa”, declara a associação. A associação não elabora mais sobre a sugestão, mas o assunto tem sido estudado em países europeus como, por exemplo, na Itália. Por outro lado, a associação deixa críticas aos Governos de Chui Sai On e Edmund Ho por considerar que os interesses do patronato saem sempre beneficiados com as políticas adoptadas desde a criação da RAEM. “As políticas laborais do Governo, que estão em sintonia com os interesses da comunidade patronal, ainda tendem a favorecer os empresários e não tem havido acções concretas para alterar as leis laborais. Até as questões menos polémicas estão a ser atrasadas”, acusa a Novo Macau. Ainda neste contexto, a associação pró-Democracia sublinha que “o fosso entre o crescimento económico e a qualidade de vida nunca foi tão claro”. Controlo aos não-residentes Ainda no mesmo comunicado, a Novo Macau reforça a necessidade de se controlarem as quotas para os trabalhadores não-residentes no sector do jogo. A associação reforça a necessidade da quota de 20 por cento não dever ser ultrapassada e ser rigorosamente respeitada. Por outro lado, a associação defende que os não-residentes só devem ser autorizados em Macau, no sentido de serem um complemento aos trabalhadores locais. A associação apela assim ao Governo que cumpra de forma rigorosa as regras e que puna severamente todos os que não respeitam a política de quotas.
João Santos Filipe DesportoTaça AFC | Benfica de Macau procura regressar às vitórias em Taiwan [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] s águias vão à Ilha Formosa procurar mais uma vitória para se manterem no luta pelo segundo lugar do Grupo I da Taça AFC. Em declarações ao HM, Bernardo Tavares admite que a equipa vai ter pela frente um desafio muito difícil. O Benfica de Macau está em Taiwan e defronta esta tarde, pelas 19h, o Hang Yuen, no quinto jogo do Grupo I da Taça AFC. Ao HM, o treinador Bernardo Tavares previu uma tarefa muito difícil para as águias, mas garante que a motivação dos atletas está em alta, apesar das duas derrotas seguidas frente ao 25 de Abril, por 8-0 e 2-0. “A atitude da equipa tem sido fantástica e a motivação está nos 200 por cento. Até os jogadores que estão lesionados querem ir para o relvado e participar nos encontros para a Taça AFC. O esforço do atletas tem sido inexcedível”, afirmou o treinador das águias. No primeiro jogo oficial do Benfica de Macau na Taça AFC, a formação local conseguiu ganhar em Macau diante da equipa de Taiwan por 3-2, após ter estado a perder por 2-0. No entanto, Bernardo Tavares espera agora uma tarefa mais complicada, até porque o Hang Yuen já começou a participação na Liga da Ilha Formosa. “Vai ser um jogo mais difícil. Apesar de termos vencido por 3-2 em Macau, esta equipa já começou o campeonato e tem um entrosamento maior. Também estão melhor fisicamente e isso ficou demonstrado pelo último jogo, em que só perderam por 1-0, diante do Hwaepul”, explicou. “É uma equipa muito agressiva que tem jogadores muito físicos como Lin Shih-Kai e Chen Ching-Hsuan. Também no meio-campo têm o Jean-Marc Alexandre, um jogador possante e com experiência da liga norte-americana”, acrescentou o técnico sobre os pontos fortes do Hang Yuen. Menos de 72 horas Por outro lado, Bernardo Tavares reconheceu que a tarefa das águias é mais complicada pelo facto da equipa ter tido menos de 72 horas de descanso, após o último encontro para a Liga de Elite. Este foi um jogo em que os encarnados derrotaram o Ka I por expressivos 8-2. Ao mesmo tempo, o Benfica tem vários jogadores em dúvida, como Cuco, Edgar Teixeira, David Tetteh, Lei Chi Kin e Nicholas Torrão. Confirmadas estão as ausências de Vítor Almeida, Filipe Duarte, por lesões, e Gilchrist Nguema, suspenso por acumulação de amarelos. “As baixas fazem com que tenhamos de adaptar jogadores a posições em que não estão habituados a jogar. Por isso, será uma partida que vai exigir um grande espírito de sacrifício dos atletas. Também tivemos um descanso inferior a 72 horas com viagens pelo menos, após o último jogo e poderá haver cansaço. Não serve como desculpa, mas é uma situação nova com que temos de lidar”, disse o treinador do Benfica. Bernardo Tavares faz ainda um balanço positivo da participação na competição, mesmo que os resultados no jogo de hoje e depois frente ao Hwaepul, a 16 de Maio, não sejam os que a equipa deseje. “Se olharmos para o que se passou nos dois jogos que ganhámos e para o resultados em si, acho que as pessoas em Macau e o Futebol de Macau têm de estar orgulhosos com o que se conseguiu fazer”, considerou. No outro encontro do grupo, o Hwaepul recebe o já apurado 25 de Abril, às 14h de Macau. As águias e a formação do Hwaepul estão neste momento a lutar pelo segundo lugar do grupo.
João Santos Filipe SociedadeTrês manifestações saem à rua no Primeiro de Maio O Primeiro de Maio vai contar com três manifestações, ligadas aos trabalhadores do sector do jogo, movimento de Reunião Familiar e ainda aos compradores de fracções no Pearl Horizon. Em comunicado, a polícia deixa o aviso que desvios dos percursos aprovados vão resultar em acusações [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública confirmou, até ontem, a existência de três pedidos de manifestações para o Primeiro de Maio, de acordo com a informação confirmada pelas autoridades ao HM. Assim, de acordo com os avisos de manifestações entregues ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, um dos pedidos foi entregue pela Nova Associação dos Direitos de Trabalhadores da Indústria de Jogos de Macau, outra promovida por um grupo de três residentes, ligados aos compradores lesados pela situação do empreendimento Pearl Horizon e, finalmente, um pedido que partiu de um único promotor ligado à União dos Filhos Maiores. A primeira manifestação a concentrar-se é a da União dos Filhos Maiores e vai começar a juntar-se às 10h, na Praça Portas do Cerco, bem no Norte de Macau. Apesar da hora da concentração acontecer ainda de manhã, apenas às 15h os manifestantes vão arrancar em direcção ao Lago Nam Van, com passagem pela Jardim do Triângulo, Avenida do Coronel Mesquita, Avenida Sidónio Pais, Rua do Campo, entre outras artérias da cidade. Chegados ao Lago Nam Van, cinco representantes da União dos Filhos Maiores vão entregar uma carta à Sede do Governo da RAEM, a pedir residência para os filhos que ficaram no Interior da China. O comunicado do grupo refere também que no mesmo dia, pelas 16h, vai ser ainda entregue uma petição junto do Gabinete de Ligação do Governo Central. Pérola no horizonte Por sua vez, a manifestação dos lesados do empreendimento Pearl Horizon tem concentração marcada para a meio-dia, junto ao Edifício Villa de Mer. O local da reunião é simbólico, uma vez que fica situado ao pé do terreno destinado ao empreendimento, sendo igualmente à frente da sede da Polytex, empresa responsável pelo projecto. Finalmente, às 14h, os manifestantes partem em direcção, num primeiro momento, ao Edifício do Gabinete de Ligação, passado por Avenida do Nordeste, Avenida de Venceslau de Morais, Avenida de Sidónio Pais, Rua de Ferreira do Amaral, Rua do Campo, Avenida da Praia Grande, Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues e Jardim Comendador Ho Yin. Em frente ao Gabinete de Ligação, cinco representantes vão entregar uma carta. Depois os manifestantes continuam o percurso para o Lago Nam Van, até chegaram à sede do Governo. Também aí, cinco manifestantes vão entregar uma petição ao Executivo. Por último, a manifestação da Nova Associação dos Direitos de Trabalhadores da Indústria de Jogos de Macau tem concentração marcada para as 15h30, no Edifício Lei Keng Kuok de Hoi Keng, junto ao casino MGM Macau. O arranque da parada acontece às 16h30 até à Sede do Governo, onde também cinco representantes da Associação vão entregar uma petição a exigir melhores condições de trabalho no sector. Avisos da PSP Segundo a Polícia de Segurança Pública, houve nos dias 24 e 25 de Abril reuniões com os promotores, para garantir que as manifestações decorrem dentro da normalidade e para transmitir recomendações ao nível das atitudes a tomar. Por outro lado fica igualmente o aviso da PSP: qualquer desvio do percurso vai resultar em caso nos tribunais: “Os manifestantes devem seguir pelos itinerários que esta Polícia propôs, caso contrário as actividades serão tratadas como ilegais. É dever de todos os cidadãos, respeitar as instruções indicadas pelos agentes de polícia, quando passarem pelas vias dos itinerários acima mencionados”, é vincado no comunicado com as informações sobre manifestações.
João Santos Filipe Manchete PolíticaGoverno reúne-se com compradores do Pearl Horizon antes de manifestação O Executivo apresentou o projecto para o futuro do terreno do Pearl Horizon aos compradores na sexta-feira, ainda antes de haver uma decisão judicial sobre o caso. O encontro aconteceu dias antes de mais uma manifestação, sendo que no passado uma das demonstrações dos compradores terminou com agressões à polícia. No encontro, Sónia Chan atacou a postura da Polytex [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s compradores de fracções no Pearl Horizon têm uma manifestação agendada para o Primeiro de Maio, mas o Governo esteve reunido com o representante dos lesados, Kou Meng Pok, na sexta-feira. Numa reunião que contou com a presença de Chui Sai On, Chefe do Executivo, Sónia Chan, secretário para a Administração e Justiça, e André Cheong, comissário Contra a Corrupção, foi apresentado o plano para o desenvolvimento do terreno onde estava a ser construído o empreendimento, apesar do caso ainda decorrer no Tribunal de Última Instância. Durante o encontro na Sede do Governo, o Executivo revelou os pormenores do futuro projecto para o empreendimento e afirmou esperar contar com o apoio da sociedade. Contudo, o plano não vai ser apresentado à população até haver uma decisão do TUI sobre o caso. A construtora Polytex reclama da recuperação do terreno por parte do Governo porque considera que devia ter sido compensada com mais tempo para a construção, devido ao período em que não pode avançar com as obras, por ter de esperar por autorizações e licenças para os trabalhos. Sobre o plano, o Executivo sublinha que o projecto vai “ao encontro do desenvolvimento futuro da cidade, incluindo o uso adequado do respectivo terreno, de acordo com a lei, tendo em consideração o interesse global da sociedade e a fim de proteger os direitos e interesses legítimos dos compradores”. Ao mesmo tempo, segundo o comunicado do Governo, foi deixada a garantia que o Executivo de Chui Sai On “tem lidado com o caso Pearl Horizon com uma visão integrada, para garantir o uso razoável do erário público, o equilíbrio dos interesses de toda a sociedade e das reivindicações legais e razoáveis dos pequenos proprietários”. Ataque à Polytex Depois do Governo ter procedido a recuperação do terreno onde estava a ser construído o Pearl Horizon devido ao fim da concessão do terreno, a promotora Polytex levou o caso para os tribunais. A empresa entende que deve ser compensada com tempo para acabar o empreendimento, uma vez que durante parte da concessão não pode avançar com as obras por estar à espera das autorizações legais do Governo. No entanto, o Executivo não deixa de apontar o dedo à promotora do empreendimento. “O Governo da RAEM tem resolvido o caso Pearl Horizon de forma sincera, e tanto as autoridades como os serviços competentes têm mantido o diálogo e a comunicação com a empresa promotora e com os pequenos proprietários, com o objectivo de coordenar, as partes da venda e compra, a encontrar uma solução adequada”, afirmou a secretária para a Administração e Justiça. “No entanto, a parte da empresa promotora mostrou uma falta de resposta e colaboração positiva”, acrescentou. A reunião do Governo com os compradores do Pearl Horizon aconteceu antes da manifestação de amanhã. Recorde-se que um dos protestos dos compradores de fracções do Pearl Horizon terminou com agressões a polícias. No entanto, o caso nunca seguiu para os tribunais porque os agentes não apresentaram queixa, e o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, defendeu que o Executivo é solidário com os compradores.
João Santos Filipe Perfil PessoasTony Lai, jornalista | Freelancer por acaso [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois de mais de dois anos a exercer a tempo inteiro a profissão de jornalista, no final de 2014, aproveitando um período de instabilidade interna na revista em que trabalhava, Tony Lai decidiu fazer uma pausa na carreira. A paragem durou quatro meses e, pouco-a-pouco, sem que houvesse um planeamento, Tony acabou por se tornar jornalista freelancer. “Durante essa pausa, que durou cerca de quatro meses, surgiu-me uma proposta para colaborar com outro meio de comunicação social. E, curiosamente, a seguir a esse momento, foram surgindo mais e mais propostas que fui aceitando. Foi assim que me tornei freelancer. Não foi algo que tivesse planeado, foi acontecendo”, recorda Tony Lai ao HM. Apesar das eventuais limitações, a grande vantagem para o jornalista ao adoptar este regime é o facto de ter uma maior oportunidade de escolher as histórias em que realmente quer trabalhar. Por outro lado, consegue evitar alguns dos trabalhos mais rotineiros. “As pessoas quando escolhem ser jornalistas procuram um trabalho sem rotina, que traz novidades todos os dias. Mas quando se trabalha a tempo inteiro, acaba por haver uma grande rotina, ao contrário do que se possa pensar”, considera. “Depois de trabalhar um ano num sítio, quando se entra no segundo ano, cerca de 80 por cento dos eventos que é necessário cobrir são os mesmo do ano anterior. Quando os jornais seguem a agenda, não há muito de diferente. Esse aspecto torna o trabalho demasiado monótono. É por isso que prefiro a situação de freelancer. Tenho mais escolha”, justifica. Vertente mais humana Também neste regime, o jornalista colabora com diferentes revistas, o que lhe permite experimentar e trabalhar em diferentes registos. Quando escreve em inglês foca-se mais em assuntos económicos, quando escreve em chinês o registo é mais pessoal. E, neste capítulo, a prioridade passa por colaborar com revistas, mais do que os jornais. “Gosto de trabalhar mais em revistas em chinês do que nos jornais em chinês. Muitas vezes os jornais têm uma linguagem muito próxima da utilizada oficialmente, isto é uma linguagem demasiado próxima dos comunicados de imprensa. No entanto, nas revistas podemos focar-nos mais nas histórias das pessoas, há uma vertente humana”, explica. “Por exemplo, recentemente fiz uma história sobre o mercado imobiliário. Mas não me foquei nos elementos económicos, são as pessoas que vivem na cidade a contarem o que sentem. Acho que este tipo de trabalhos é mais interessante”, sublinhou. Em relação à escolha pelo jornalismo, surgiu depois de um curso em Comunicação em Inglês na Universidade de Macau: “No final do curso, achei que o trabalho de jornalista se adaptava às minhas capacidades e optei por experimentar”, explicou. Arte de comer Além de escrever, o jornalista de 27 anos adora experimentar diferentes tipos de comida e cafés. Por este motivo, actualiza com regularidade as redes sociais com diferentes tipos de comida e petiscos, que vão surgindo pela cidade. “Macau tem muitos locais para comer petiscos com qualidade. Não se pode dizer que são restaurantes porque servem principalmente snacks, não é um local para a refeição tradicional, mas a comida tem muita qualidade. O único problema são as rendas, que fazem com muitos destes locais com comida de qualidade tenham de encerrar”, considera. “O outro problema é quando os restaurantes se tornam demasiado populares. Acabam por receber muitas pessoas e torna-se difícil encontrar um lugar”, acrescenta. Entre os locais onde mais gosta de petiscar está a pastelaria Lord Stow, em Coloane. “É um bom lugar em Macau que permite às pessoas relaxar e passear à beira-mar e olhar para Hengqing. Também não é muito caro, se compararmos com a Taipa ou o Cotai”, conta. No entanto, Tony explica que a melhor altura para ir é durante a semana: “no fim-de-semana tem muitos turistas. Mas durante a semana é mesmo mais calmo e até se pode ver as lojas locais a secarem o peixe”, diz. Fascínio pela leitura Outro dos grandes interesses do jornalista é a leitura. Por essa razão, não é difícil encontrar Tony Lai nas bibliotecas do território, principalmente na Biblioteca Central, na praça do Tap Seac. “Gosto principalmente de ler romances, mas também livros com pequenos relatos das impressões dos autores sobre diversos assuntos, como comida, política, temas realmente muito diferentes”, afirmou. Em relação às bibliotecas de Macau considera que têm melhorado muito nos últimos anos, mas que mesmo assim a oferta é limitada. “Se formos a Biblioteca Central há uma oferta muito maior, mas as outras não têm assim tanta oferta. Claro que se podem pedir os livros, e eles depois são transferidos entre as bibliotecas, mas mesmo assim a oferta é limitada”, considera. Por outro lado, Tony Lay considera que as revistas disponíveis para os leitores são de grande qualidade. O problema é a regularidade com que chegam as novas edições, mas sendo conhecedor do mercado, não culpabiliza as bibliotecas: “Não ficava surpreendido que os atrasos se ficassem a dever mesmo às revistas, que só ficam prontas mais tarde”, aponta.
João Santos Filipe SociedadeJogo | Las Vegas Sands regista resultado recorde devido a Macau e Singapura O grupo norte-americano presente no território apresentou ontem os resultados do primeiro trimestre do ano. Sheldon Adelson tem razões para estar satisfeito com o recorde alcançado de 1,46 mil milhões de dólares norte-americanos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] operadora Las Vegas Sands, companhia-mãe da Sands China, atingiu um novo recorde com lucros de 1,46 mil milhões de dólares norte-americanos, nos primeiros três meses do ano. Os resultados apresentados são quase o triplo dos ganhos no primeiro trimestre do ano passado, quando o grupo tinha tido um lucro de 481 milhões de dólares. Estes números são justificados com os desempenhos nos mercados de Macau, Singapura e ainda um benefício fiscal nos Estados Unidos no valor de 557 milhões. Este último factor deve-se à reforma fiscal introduzida no final do ano passado pela administração do presidente Donald Trump. Com estes dados em cima da mesa, o presidente do grupo, Sheldon G. Adelson, não perdeu a oportunidade para se auto-elogiar: “A letra G. no meu nome quer dizer Gary mas também quer dizer crescimento [Growth, em inglês], o que fica demonstrado por todos os nossos desempenhos nos diferentes mercados”, afirmou o magnata. “Este trimestre constitui um novo recorde para nós e estou muito feliz por conseguirmos gerar resultados tão excepcionais em cada um dos mercados em que estamos presentes”, acrescentou. Em relação à empresa Sands China, que opera os casinos Venetian, Parisian, entre outros, em Macau, os lucros cresceram 59 por cento, para 557 milhões de dólares norte-americanos, quando no período homólogo do ano passado tinham sido de 350 milhões. Três visitas por dia Na conferência em que divulgou os resultados da empresa, Sheldon Adelson apresentou igualmente outros números. Nomeadamente, afirmou que, em média, cada visitante que vêm a Macau visita os casinos e centros comerciais da Sands China três vezes. “Os nosso portfólio de empreendimentos turísticos receberam 23,8 milhões de visitas, enquanto o total de turistas em Macau foi de 8,5 milhões. Isto significa que recebemos quase três visitas de cada turista”, explicou. De acordo com os dados avançados, os hotéis tiveram uma taxa de ocupação de 94 por cento, enquanto que o crescimento no mercado de massas, um dos mais lucrativos, cresceu 35 por cento. Já as vendas do retalho cresceram à velocidade de 33 por cento. Ainda em relação aos turistas, Sheldon Adelson sublinhou o facto de ter havido um crescimento de 18 por cento no primeiro trimestre de turistas chineses vindos de fora da província de Cantão. Na mesma conversa, o presidente do grupo voltou a mostrar interesse no mercado brasileiro, assim como na Coreia do Sul. Em relação ao projecto em Macau, conhecido como Londrino, Sheldon disse que as obras estão a decorrer a um bom ritmo.
João Santos Filipe DesportoBenfica de Macau derrotado por 2-0 frente ao 25 de Abril O dia dos cravos não trouxe surpresas e o Benfica de Macau acabou por não conseguir fazer a revolução diante de uma formação norte-coreana favorita e superior. O resultado deixa a equipa local afastada do sonho de lutar pelo apuramento para a próxima fase da Taça AFC [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Benfica de Macau foi ontem derrotado pelo 25 de Abril, numa noite de chuva, no Estádio de Macau por 2-0. A partida contou para a quarta jornada do Grupo I da Taça da Confederação Asiática de Futebol. Com o resultado, os comandados de Bernardo Tavares estão eliminados da competição, tendo agora como objectivo assegurar o segundo lugar do grupo. No lançamento do encontro, o treinador do Benfica tinha deixado o aviso para a qualidade do 25 de Abril. Dentro do campo os norte-coreanos materializaram as palavras do técnico. Ao alinhar num 4-4-2 tradicional, a equipa orientada por O Yun Son, destacou-se pela pressão exercida a partir do ataque, por um futebol rápido, ao primeiro e segundo toques, e pela agressividade na busca da posse de bola. Por sua vez, o Benfica de Macau, que também entrou na partida com um esquema táctico de 4-4-2, mostrou vontade de lutar pelo jogo e deixar uma imagem diferente depois da derrota por 8-0, em Pyongyang. Se nos primeiros 20 minutos as equipas ainda se equilibraram, a partir dessa altura os jogadores do 25 de Abril conseguiram fazer a diferença e assumir o favoritismo, através de uma pressão sufocante. Porém, foi o primeiro golo que acabou por fazer a diferença. Após um canto batido na esquerda do ataque dos norte-coreanos, a bola é cortada já na área e sobra, para um atleta do 25 de Abril, no lado oposto. O jogador aproveita para fazer um no cruzamento, que encontra An Il Bom, sozinho, ao segundo poste. Com Batista desenquadrado do lance, o atacante fez o 1-0. Ainda o Benfica estava a recuperar do golo sofrido, e a equipa cometeu mais um erro. Uma falha na marcação permitiu a Kim Yu Song surgir desmarcado na área, após cruzamento, a cabecear por cima. Esta foi a altura em que as águias atravessaram o pior momento da partida. Se a situação já não estava fácil, mais complicada ficou quando o árbitro dos Emirados Árabes Unidos, Omar Al-Ali, apontou um penálti, por alegada carga de Nguema sobre um atacante norte-coreano. Apesar do lance parecer forçado e dos protestos encarnados, o árbitro não voltou atrás. Na marcação, An Il Bom não facilitou e rematou a bola colocada para a esquerda de Batista, colocando o resultado em 2-0 e fazendo o segundo golo da conta pessoal. Dificuldades ofensivas Em vantagem os norte-coreanos focaram-se mais em defender, e o intervalo chegou com um resultado igual ao do jogo entre as equipas na Coreia do Norte, ou seja com o 25 de Abril na frente por 2-0. No segundo tempo, a situação não sofreu grandes alterações, mas o Benfica focou-se mais em certificar que não era novamente goleado, o que criou dificuldades ofensivas. Além dos passes longos para a frente, que Carlos Leonel não conseguia ganhar por estar muito desapoiado, na altura de sair em jogo construído, a equipa também perdia rapidamente a bola. Já o 25 de Abril limitava-se a gerir o jogo, e a deixar em sentido a defesa encarnada com ataques rápidos conduzidos principalmente por Kim Jong Chol e Ri Hyong Jin. Nesta toada, foi o 25 de Abril que teve as melhores oportunidades de golo. Primeiro, aos 68 minutos, quando Kim Jong Chol teve um falhanço incrível. O avançado apareceu em zona central, à entrada da pequena área, mas enviou a bola por cima. Depois, aos 74, foi o recém-entrado Rim Chol Min a criar muito perigo. Após um canto batido na direita do ataque norte-coreano, o atleta do 25 de Abril surge ao primeiro poste a cabecear. A bola é parada em cima da linha de golo, por Batista, quando tudo indicava para o 3-0. Com as entradas tardias de Iuri Capelo, aos 78, Rafa, aos 85, e Lee Kweng Pan, nos descontos, Bernardo Tavares ainda tentou alterar a situação, mas já não foi capaz. Na próxima jornada, a 2 de Maio, o Benfica desloca-se a Taiwan para defrontar o Hang Yuen, equipa sem vitórias na competição até ao momento. Bernardo Tavares: “não pudemos fazer a Revolução dos Cravos” No final do encontro, o treinador do Benfica de Macau mostrou-se satisfeito com a atitude dos jogadores, reconheceu a superioridade do adversário e admitiu que depois da goleada por 8-0 que houve uma maior preocupação defensiva: “O 25 de Abril é uma equipa forte. Por isso, estou contente com a nossa atitude. Tivemos mais atenção defensiva neste jogo, porque sabíamos que eles eram muito fortes ofensivamente”, afirmou. “Ganhou a melhor equipa, que é quem faz os golos. Infelizmente, não pudemos fazer a Revolução dos Cravos, mas temos de dar os parabéns ao adversário”, acrescentou. O Yun Son: “Encontrámos dificuldades” Apesar da vitória, no final do encontro o treinador do 25 de Abril, O Yun Son, falou em dificuldades e elogiou a prestação dos Benfica de Macau: “Foi a primeira vez que estivemos em Macau, os nossos jogadores fizeram o melhor, mas encontrámos algumas dificuldades”, começou por dizer o técnico. “A equipa do Benfica de Macau não é fraca. Depois do resultado em Pyongyang melhoraram a sua performance, principalmente na vertente defensiva”, apontou. Hwaepul vence Hang Yuen por 1-0 No outro encontro da jornada, que se realizou ontem em Taiwan, os norte-coreanos do Hwaepul derrotaram o Hang Yuen por 1-0. O golo da equipa que está na luta pelo segundo lugar do grupo com o Benfica surgiu aos 79 minutos, por intermédio de Jon-Chung. Com este resultado, os norte-coreanos somam agora seis pontos e estão em igualdade pontual com os encarnados. As duas equipas defrontam-se na última jornada do Grupo I, em Macau. Recorde-se que no primeiro confronto, na Coreia do Norte, os encarnados ganharam por 3-2.
João Santos Filipe SociedadeEmpresa ligada a piloto Henry Ho investe na Austrália A companhia HoHo Brothers, através do H Group Australia, comprou um edifício de escritórios em Melbourne por 244,4 milhões de patacas. A empresa local tem como accionistas o piloto de Macau Henry Ho e o irmão Jeffrey [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] empresa HoHo Brothers, ligada à família do piloto Henry Ho, comprou um edifício em Melbourne por 40 milhões de dólares australianos, o equivalente a 244,4 milhões patacas. O negócio foi noticiado na imprensa australiana e confirmado ontem ao HM por Henry Ho, que não quis fazer mais comentários sobre o assunto. A aquisição foi feita através da empresa H Group Australia, segundo o portal Financial Review, que tem como beneficiário final a empresa familiar de Macau HoHo Brothers. Esta é uma companhia ligada à família Ho, que além de Henry conta pelo menos com mais um accionista, Jeffrey Ho, irmão do piloto. O principal ramo de actividade dos irmãos, que são filhos do empresário Ho Chun, é o mercado imobiliário. O edifício em causa tem 11 andares com escritórios e, segundo a imprensa australiana, a empresa ligada ao piloto de Macau conseguiu antecipar-se a outras 14 ofertas, provenientes de regiões como Hong Kong, Alemanha, Malásia ou Singapura. A aquisição foi intermediada pela agência imobiliária de Melbourne CBRE, sendo que o edifício está arrendado durante 10 anos a uma empresa especializada no aluguer de escritórios: a Christie Spaces. Ao portal Macau News Agency, fonte da CBRE Melbourne admitiu que nos últimos tempos foram vendidos três edifícios a compradores de imobiliário, incluindo esta operação, por um valor de 250 milhões de dólares australianos, o equivalente a 1,52 mil milhões patacas. À venda em Fevereiro O edifício de escritórios em Melbourne foi comprado pela empresa com investidores de Macau, depois de ter sido colocado à venda no mês de Fevereiro. Já na altura, os agentes da empresa imobiliário esperam um grande interesse do mercado. “Tendo em conta o apetite pelo mercado de escritórios de Melbourne e a localização do edifício, apontamos para que este negócio desperte um interesse muito significativo entre os investigadores”, afirmou Josh Rutman, agente da imobiliário, na altura em que o edifício foi colocado à venda. Por outro lado, o facto do espaço ter uma renda de 10 anos foi encarado pelos agentes imobiliários como uma vantagem: “Com o mercado de Melbourne a mostrar uma recuperação de volta ao momento de 2007, o facto dos espaços estarem arrendados durante 10 oferece uma oportunidade para os investidores se precaverem contra uma eventual volatilidade no mercado a médio e longo termo”, notou o também agente da CBRE Kiran Pillai.
João Santos Filipe SociedadeJustiça | Tribunal define pensão de alimentos para pai em parte incerta O Tribunal de Segunda Instância considera que, mesmo que um pai esteja em parte incerta, é legítimo que seja definido o valor da pensão dos alimentos, a partir do património em Macau [dropcap style =’circle’]M[/dropcap]esmo que um pai esteja em parte incerta, através dos bens que possui em Macau é possível definir o valor da pensão dos alimentos. É esta a principal conclusão de um acórdão do Tribunal de Segunda Instância, que foi revelado, ontem, pelos tribunais na RAEM. O caso envolve uma família que se casou em 2006 e que teve um filho. No entanto, em 2008, o pai decidiu regressar para o Interior do Continente, onde vive actualmente, nunca mais tendo entrado em contacto com o filho menor. Perante esta atitude do pai, a mãe da criança decidiu ir para tribunal para que fosse definida uma pensão de alimentos para a criança. A progenitora justificou ainda o pedido com o facto de atravessar uma situação financeira complicada. No entanto, o Tribunal Judicial de Base, numa decisão de 2016, considerou que como o pai não esteve presente em conferência em que ia ser definido o valor, que não era possível tomar a decisão. Isto apesar do pai ter feito questão de não estar presente. A decisão da primeira instância foi tomada com base em dois pressupostos: não haver meios para contactar o pai e não ser possível contabilizar todo o seu património, uma vez que grande parte deste está no Interior da China, tornando-a inacessível às autoridades de Macau. Recurso Inconformada com a decisão, a mãe decidiu recorrer para o Tribunal de Segunda Instância, onde a decisão acabou por ser diferente. O acórdão teve Vasco Fong como principal juiz. Por sua vez, o TSI considerou, devido à existência de uma casa comum em nome da mãe e do pai – arrendada a troco de sete mil dólares de Hong Kong –, que esse elemento é suficiente para definir uma pensão dos alimentos. “Julgamos poder tomar uma decisão relativamente aos alimentos do menor, porque assim fica melhor salvaguardado o interesse do mesmo [filho]. Aliás, é também este o objectivo principal do processo”, sublinha o acórdão. O documento vinca também que o pai não se interessou muito pelo estado do filho menor, visto não estar em contacto com ele desde 2008, e que não quis colaborar com a Justiça de Macau. Assim, a pensão dos alimentos foi estabelecida em sete mil dólares de Hong Kong, dos quais 1.750 vêm directamente do valor da renda da casa comum do casal. O restante montante é para ser pago pelo pai, apesar de ele se encontrar em parte incerta.
João Santos Filipe DesportoTaça AFC | Benfica de Macau defronta norte-coreanos às 20h As águias entram em campo esta noite para defrontar a formação norte-coreana do 25 de Abril. Bernardo Tavares ambiciona fazer uma revolução e melhorar a imagem da equipa, após a derrota por 8-0 na Pyongyang [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica de Macau defronta esta noite a formação do 25 de Abril. O objectivo dos encarnados passa por transmitir uma imagem positiva, após a derrota por 8-0 em Pyongyang. O encontro está agendado para as 20h, no Estádio de Macau, e Bernardo Tavares diz que o ideal passaria pela equipa fazer uma revolução no âmbito do futebol local. “Vamos tentar dar o nosso máximo, temos alguns jogadores que não estão disponíveis, mas vamos à luta. Queremos fazer o nosso 25 de Abril. O principal objectivo é deixar uma imagem diferente [da derrota por 8-0]”, afirmou Bernardo Tavares, treinador do Benfica de Macau, ontem, na conferência de imprensa no lançamento do encontro. “A Taça AFC não tem nada a ver com o nível da competição de Macau. Estamos a falar de um nível com uma qualidade superior. Não sabemos se vamos conseguir fazer o 25 de Abril, mas tenho a certeza que vamos ter uma atitude muito diferente”, acrescentou bem humorado. Ontem, o treinador do Benfica de Macau admitiu que ainda não sabe o 11 com que a equipa vai alinhar. Só hoje, na altura do aquecimento, é que as coisas vão ficar definidas. Neste momento, o defesa Lei Chi Kin e os meio-campistas Cuco e Edgar Teixeira ainda estão em dúvida. Já os atletas Filipe Duarte e Vítor Almeida estão completamente de fora do encontro devido a lesões. “Só vamos tomar decisões quando for o aquecimento da equipa para ver que atletas estão em condições de actuar. Vamos ver, temos o plano A, B e C definido e depois vamos adaptar-nos”, reconheceu o técnico. Equipa agressiva Durante a conferência de imprensa, Bernardo Tavares recusou definir objectivos para esta competição. Segundo o treinador, a concentração está toda focada no encontro com o 25 de Abril. “Não podemos pensar mais além do que este jogo. Vamos tentar dignificar o Benfica de Macau e o futebol que aqui se pratica. Queremos deixar uma imagem positiva, não a que deixámos no último jogo da Coreia”, sublinhou. Bernardo Tavares fez igualmente uma análise do adversário, principalmente com base no primeiro encontro. Na formação do 25 de Abril, o treinador do Benfica destacou dois atletas o avançado Kim Yu-Song, que apontou quatro tentos, e o médio An Il-Born, responsável por dois. “O ponta de lança como o número 18 [Kim Yu-Song] é um matador. Não foge muito da área, mas que consegue vir buscar jogo quando é necessário. Apesar de ser matador, é rápido, finaliza bem, tanto com a cabeça como com os pés”, apontou. “Também se destaca o número 10 [An Il-Born], o organizador de jogo, com um raio de acção entre linhas. Estamos a falar uma equipa muito agressiva, que é forte a jogar ao primeiro e segundo toque. No último terço ofensivo, basta ter meia oportunidade para conseguirem rematar”, considerou sobre a equipa do 25 de Abril. Por outro lado, revelou que espera que a formação se mantenha fiel ao esquema habitual do 4-4-2. Após três jornadas, o 25 de Abril lidera o Grupo I, com nove pontos, o Benfica está em segundo, com seis pontos, o Hwaepul está em terceiro, com três pontos e, no último lugar, está Hang Yuen FC, com zero pontos. O encontro entre o Hwaepul e o Hang Yuen também se realizada hoje, mas às 19h, hora de Macau. Yun Son O: Queremos ganhar a Taça AFC Ao contrário do Benfica de Macau, o 25 de Abril é uma equipa habituada às andanças do futebol continental e ontem, o técnico Yun Son O definiu como meta da equipa a conquista da Taça AFC. “Se ganharmos o encontro com o Benfica, vamos ficar provavelmente qualificados para a próxima fase. Depois, vamos ter de nos focar e trabalhar para vencer o próximo desafio”, afirmou o técnico do 25 de Abril. “Acreditamos que vamos ter jogos difíceis pela frente ao longo da competição, mas queremos ganhar a Taça AFC”, acrescentou. Nicholas Torrão: Motivação é a maior Nicholas Torrão, avançado do Benfica de Macau, admitiu ontem que a nível pessoal a participação na Taça AFC não está a ser muito positiva, devido a uma lesão logo no primeiro jogo, mas que a motivação é a maior. O atleta já está disponível para fazer os 90 minutos diante do 25 de Abril, caso o treinador o decida. “A participação na Taça AFC, a nível pessoal, não tem sido muito positiva, porque me lesionei no primeiro jogo, logo após 20 minutos. Mas a motivação é a maior”, afirmou. Por outro lado, o avançado destacou a oportunidade que muitos dos jogadores têm ao poder participar na Taça AFC e recordou que foram sete anos à espera para poder concretizar este sonho.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEducação | EPM já recebeu pedido de esclarecimento do Governo português A Escola Portuguesa de Macau recebeu uma carta do Ministério da Educação de Portugal sobre as queixas para dois episódios de violência. O presidente da EPM confirmou a recepção do documento ao HM [dropcap style =’circle’]A[/dropcap] Escola Portuguesa de Macau (EPM) já recebeu a carta do Ministério da Educação de Portugal a pedir esclarecimentos sobre dois episódios de violência que ocorreram no estabelecimento. Ao HM, o presidente da EPM, Manuel Machado, confirmou a recepção da carta, mas não quis adiantar informações sobre os casos em questão. No entanto, o HM sabe que o assunto da carta são as duas queixas apresentadas à Inspecção Geral de Educação e Ciência. Em causa estão dois casos de violência, o primeiro caso que ocorreu em finais de 2016, quando um docente promoveu agressões entre alunos. O segundo episódio ocorreu a 14 de Março deste ano, quando houve uma troca de agressões entre dois estudantes de 15 e 13 anos e que terminou com um aluno internado, na sequência de lesões na cabeça. “Posso confirmar que houve do Ministério da Educação um pedido de esclarecimento sobre a questão. Mas neste momento, sobre este assunto, prefiro não adiantar mais desenvolvimentos. Poderei fazê-lo mais à frente”, disse Manuel Machado. Segundo o HM conseguiu apurar, a correspondência recebida pela Escola Portuguesa de Macau terá saído de Lisboa há cerca de duas semanas e enquadra-se nos trâmites processuais da análise de queixas sobre episódios de violência. Também ao HM, a Inspecção Geral de Educação e Ciência já tinha confirmado que as queixas em questão estavam a ser analisadas. Porém, este é o primeira contacto entre as duas partes, no âmbito da análise aos dois casos. 25 de Abril na EPM Também ontem, a Escola Portuguesa de Macau celebrou o 25 de Abril, uma vez que o estabelecimento de ensino se encontra hoje encerrado, por ser feriado nacional em Portugal. No âmbito das celebrações da revolução de 1974, que abriu o caminho para a implementação de um sistema democrático, houve um encontro entre os alunos e João Soares, deputado português e filho do ex-presidente de Portugal Mário Soares, e com o Coronel Manuel Geraldes, um dos intervenientes na Revolução dos Cravos. “Celebrámos hoje [ontem] o 25 de Abril com a presença do Dr. João Soares, que está cá em Macau, e do Coronel Manuel Geraldes. Houve uma reunião com os alunos da Escola sobre a temática do 25 de Abril, em que eles falaram da sua experiência. Um como militar interveniente na revolução e outro, como um estudante, na altura, da oposição e da situação política antes do 25 de Abril”, contou Manuel Machado. Além do encontro, estão em exposição na escola trabalhos elaborados pelos alunos sobre a revolução dos cravos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCanalização | Bloqueio nos esgotos levou dejectos humanos a invadir ruas Um bloqueio na rede de esgotos à frente da antiga residência do General Ye Ting fez com que surgissem à superfície dejectos humanos, durante a manhã de ontem, quando se registou uma forte chuvada. A questão foi resolvida e as ruas foram abertas ao trânsito por volta das 14h [dropcap style =’circle’]A[/dropcap]pós a intensa chuvada que se abateu no território, durante a manhã de ontem, dejectos humanos surgiram à superfície no cruzamento entre a Rua do Almirante Costa Cabral e a Estrada de Adolfo Loureiro, junto à antiga residência do General Ye Ting. Ao HM, um porta-voz do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais esclareceu que a situação está completamente resolvida e que foi causada por um bloqueio na rede de esgoto. Na altura da ocorrência, por volta das onze da manhã, sentiu-se um cheiro intenso na área e as estradas tiveram de ser encerradas à circulação. Segundo a explicação oficial, publicada em comunicado, o caso teve na origem numa concentração excessiva de gordura e óleos naquela zona da rede de esgotos. “O IACM tratou a situação com carácter de emergência e foi tudo normalizado por volta das 14h. Após ter sido identificada a situação, foi enviado pessoal para o local e entrou-se em contacto com a CSR [Companha de Sistemas de Resíduos] para que tudo fosse limpo”, afirmou a fonte do IACM, ao HM. “Desde as 14h que está tudo limpo e que a situação está normalizada, com os esgotos e as estradas em normal funcionamento”, foi acrescentado pelo porta-voz. Também segundo o comunicado do IACM, como parte dos trabalhos para o restabelecimento da normalidade, foram feitas inspecções à rede de esgotos naquele local e estiveram no local camiões com bombas para que tudo ficasse limpo. Investigação posterior Na mensagem publicada pelo Governo é igualmente referido que a rede de esgotos é limpa pelo menos uma vez por mês. Por outro lado, o IACM comprometeu-se a proceder a uma investigação mais profunda sobre aquela zona da rede de esgotos e das áreas mais próximas. Ainda assim, é igualmente feito um apelo para que a prevenção destes incidentes comece com a conduta dos cidadãos, quando utilizam os esgotos. O IACM apela para que “todos os sectores da comunidade trabalhem juntos na protecção da rede de esgotos e que evitem os bloqueios, causados por lixos domésticos e gorduras”. O incidente ocorreu perto da antiga casa do General Ye Ting, que viveu em Macau entre 1932 e 1942. Ye Ting foi um dos generais que participaram na revolta de Nanchang, naquele que é considerado o momento da fundação do Exército de Libertação do Povo, a 1 de Agosto de 1927.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEleições | José Pereira Coutinho quer fim de aliciamento a eleitores O legislador ligado à ATFPM quer que o Governo proceda à revisão da lei eleitoral com a finalidade de terminar o aliciamento de votos. José Pereira Coutinho chama a atenção para o facto de ser necessário dar o exemplo aos mais novos [dropcap style =’circle’]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho quer saber que medidas o Governo vai tomar para pôr um fim às “actividades eticamente questionáveis” das associações locais, que têm como objectivo a angariação de votos. A questão é colocada numa interpelação escrita assinada pelo membro da Assembleia Legislativa com a data de 16 de Abril. O assunto tornou-se uma preocupação do legislador, após o relatório anual do Comissariado Contra a Corrupção, que visa também as eleições. “Que medidas urgentes vão ser tomadas pelo Governo para reduzir o aliciamento de votos por via de actos pouco éticos e nada abonáveis, que não servem de exemplo para os jovens de Macau?”, questionada o deputado. Entre as sugestões apresentadas por José Pereira Coutinho para o problema, consta a criação de um período de jejum em que “associações com candidatos concorrentes às eleições directas para a Assembleia Legislativa” são obrigadas a “deixar de praticar actos e condutas de aliciamento de votos”. Ainda no documento, em que o deputado solicita uma resposta “clara, precisa, coerente e completa”, é afirmada a preocupação com a “credibilidade e seriedade” do acto eleitoral. Neste aspecto, José Pereira Coutinho quer que o Executivo aposte mais nas acções de formação. “Que acções formativas, educativas e comunitárias estruturalmente bem definidas serão implementadas pelas autoridades públicas para diminuir os actos e condutas de aliciamento aos votos por parte das associações que, sistematicamente, recorrem a estes métodos para atingir os seus objectivos?”, pergunta José Pereira Coutinho. O deputado representante da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau considera ainda que, de uma maneira geral, a sociedade “não tolera condutas de aliciamento aos votos e transacções de benefícios, para a eleições directa dos deputados à Assembleia Legislativa”. Menos burocracia Nas questões enviadas ao Governo, através da Assembleia Legislativa, o legislador foca igualmente a sua atenção na burocracia à volta do processo das eleições. José Pereira Coutinho defende que para votar, o recenseamento eleitoral deve deixar de ser realizado, sendo que os cidadãos apenas deviam precisar de apresentar nas urnas o Bilhete de Identidade de Residente. “Vai o Governo rever a actual legislação eleitoral, eliminando a burocracia da obrigatoriedade de recenseamento eleitoral, bastando no futuro a apresentação do BIR no acto eleitoral?”, pergunta. A última revisão à lei das eleições entrou em vigor em Dezembro de 2016, meses antes das eleições legislativas de Setembro de 2017.
João Santos Filipe SociedadeEnsino Superior | Criada associação de antigos alunos da Universidade Católica [dropcap style =’circle’] A [/dropcap] Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica Portuguesa é um dos movimentos associativos mais recentes do território. O objectivo passa por promover as relações entre os alunos e ajudar também na formação de quadros locais. Desde sábado que a Universidade Católica Portuguesa conta com uma associação de antigos alunos no território. A ideia para a criação da Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica Portuguesa surgiu depois de uma visita a Macau da reitoria da instituição de ensino portuguesa. “A ideia para a criação da associação surgiu após uma visita da reitora da Universidade Católica Portuguesa. Nessa altura, houve um encontro entre antigos alunos e foi sugerida a criação de uma associação que os pudesse representar”, afirmou Bruno Nunes, membro do movimento recém-criado. “Depois de tomada a decisão, partiu-se para a concretização da ideia e os elementos presentes começaram a preparar a documentação e a recolher os dados sobre o número de ex-alunos da Universidade Católica que estão em Macau”, explicou. Segundo a informação disponibilizada por Bruno Nunes, nesta altura, o levantamento feito aponta para 120 ex-alunos. No entanto, a lista de potenciais candidatos ainda não está concluída e a associação está aberta a contactos de ex-alunos da instituição. Quanto aos objectivos da nova associação, Rui Nunes explicou que o essencial passa por agregar todos os ex-alunos da universidade e fazer a ligação com as entidades do Governo da RAEM. “Neste momento, há muitos alunos de Macau que frequentam cursos da Universidade Católica. Com esta associação também queremos promover a imagem da universidade junto da comunidade educativa. Queremos que saibam na altura de escolher o local onde vão prosseguir os estudos que existe esta alternativa”, clarificou. Formação de locais Em relação a perspectivas futuras, Bruno Nunes admite que gostava de ver a Universidade Católica assumir um papel importante na formação dos quadros locais, nomeadamente através do envio de estudantes para Portugal: “seria interessante a vinda de professores de Portugal para Macau para leccionarem em sistema de intercâmbio. Para mim, as actividades da associação deveriam focar sempre a formação”, apontou. Para o membro da associação, uma das vertentes que poderia beneficiar Macau ao nível de cooperação com a Universidade Católica era na área da gestão: “é considerada uma das melhores do mundo neste sector”, justificou. Para este sábado está agendada uma Assembleia Geral, às 15h no Auditório da Universidade de São José, na qual vão ser eleitos os órgãos sociais da associação. Segundo a informação da associação, vai estar presente a Reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Maria de Oliveira Capeloa Gil, que é igualmente Presidente Honorária da Assembleia Geral.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJustiça | Ex-chefe do Departamento da Capitania dos Portos condenado [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Tribunal Judicial de Base deu como provado que o ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos, Ip Va Hong, cometeu um crime de corrupção passiva para acto ilícito e um crime de abuso de poder. Foi condenado com uma pena de dois anos e seis meses. O ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos, Ip Va Hong, foi condenado com uma pena efectiva de dois anos e seis meses, devido à prática de um crime de corrupção passiva para acto ilícito e por um crime de abuso de poder. A decisão foi proferida ontem à tarde, no Tribunal Judicial de Base, e foca actos praticados por Ip Va Hong durante o desempenho das suas funções, entre 2012 e 2015. “Muitas vezes, na qualidade de chefe do departamento exigiu benefícios para que fizesse tarefas que faziam parte das suas obrigações. Também no desempenhar dos serviços relacionados com o terminal [marítimo da Taipa] causou prejuízos à RAEM”, afirmou a juíza Ka Cheng Ha, durante a leitura da sentença. “Consideramos que exigiu a terceiros benefícios e que alterou documentos para que a companhia [Cotai Chu Kong] vencesse concursos públicos. Fez com que a Capitania dos Portos tivesse confiança naquela companhia e continuasse a escolhê-la nos concursos”, ficou referido na sentença. Em tribunal ficou ainda provado que Ip Va Hong ajudou uma empresa a conseguir um contrato de prestação de serviços no terminal marítimo, mesmo quando as regras exigiam que nenhuma parte dos serviços prestados pudesse ser subadjudicada. Segundo o tribunal, Ip foi fundamental para que a empresa ganhasse o concurso, apesar de subadjudicar serviços de segurança. Em relação ao crime de abuso de poder, Ip foi considerado culpado por ter tido a intenção de pedir à STDM a reserva de alguns espaços no terminal marítimo, como lojas ou farmácias, para arrendar a uma amiga. O arrendamento nunca foi feito, mas o ex-chefe do Departamento de Apoio Técnico Marítimo da Capitania dos Portos foi considerado culpado. “As lojas não foram arrendadas mas o abuso de poder é um crime de dolo. Logo, havendo a intenção, existe o crime”, justificou Ka Cheng Ha, que é casada com o deputado e advogado Chan Wa Keong. Pela prática do crime de corrupção passiva para acto ilício, Ip Va Hong foi condenado a dois anos e três meses, pelo crime de abuso de poder a nove meses, o que dá um cúmulo jurídico de dois anos e seis meses. A juíza condenou o ex-chefe com uma pena efectiva, mas como a defesa de Ip decidiu recorrer da sentença, o arguido vai ficar em liberdade até haver uma decisão do Tribunal de Segunda Instância. Mais condenações Os outros dois arguidos do processo foram igualmente condenados. Li Mianxiong, de 52 anos, foi condenado com a pena de um ano, pela prática de um crime de corrupção activa. “Ofereceu bilhetes de barco, refeições, entre outros, ao primeiro arguido [Ip] para que fosse ajudado a alterar documentos e pudesse obter contratos”, justificou a juíza. Neste caso, também foi uma condenação com pena efectiva, mas o arguido encontra-se em parte incerta. Já o terceiro arguido, Yang Xing, de 25 anos, foi condenado por um crime de falso testemunho com uma pena de nove meses de prisão, suspensa durante 18 meses. Em causa esteve o facto de Yang ter negado conhecer Ip Va Hong, quando foi chamado a prestar declarações no Comissariado Contra a Corrupção. Apesar de ter sido advertido pelas autoridades, Yang Xing, que é irmão da mãe de um dos filhos de Ip Va Hong, negou sempre conhecer o ex-funcionário público. Também Yang se encontra em parte incerta.
João Santos Filipe DesportoMotociclismo |Seguradora vai pagar indemnização à família do piloto que morreu no Grande Prémio Os familiares de Daniel Hegarty, o jovem piloto que morreu na edição passada do Grande Prémio de Macau, anunciaram que a seguradora voltou atrás e decidiu pagar a indemnização [dropcap style≠‘circle’]”S[/dropcap]ão notícias fantásticas. Finalmente tivemos boas notícias em relação a toda esta situação, e a família está extremamente feliz com o desfecho deste caso. Ainda não sabemos a quantia exacta que vai ser paga, mas ter havido esta chamada a dizer que pagavam tudo foi fantástico”, afirmou Joe Hegarty, irmão do piloto, ao HM. Depois de a Combined Insurance ter inicialmente recusado pagar, argumentando que o seguro privado de vida apenas previa uma compensação caso Daniel Hegarty morresse na Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Nova Zelândia, a família do piloto lançou uma campanha para recolher donativos para ajudar a na educação das duas crianças que ficaram órfãs na sequência do trágico acidente ocorrido em Macau. A iniciativa foi lançada com o objectivo de angariar 20 mil libras (228 mil patacas), uma meta cumprida em 84 por cento até domingo (16895 libras). A devolução Na sequência da notícia de que a seguradora vai avançar com a indemnização, após terem revisto o caso, os familiares de Daniel Hegarty anunciaram que quem doou dinheiro para a causa pode reavê-lo. “Agora, como anunciei na minha página do Facebook, quem quiser o dinheiro de volta deve contactar-me através do Facebook ou da página do ‘crowdfunding’. Vamos devolver todo o dinheiro a quem o pedir”, indicou Joe Hegarty. “Todo o dinheiro que as pessoas não quiserem de volta, vai, sem sombra de dúvidas, ser utilizado na mesma para a criação do fundo, porque foi com esse propósito que foi doado e vamos utilizá-lo a 100 por cento para o fundo, mesmo que seja uma quantia pequena”, garantiu. O britânico Daniel Hegarty morreu a 18 de Novembro durante o Grande Prémio de Macau, no qual participava pela segunda vez. O piloto, de 31 anos, perdeu o controlo da mota na curva dos Pescadores e acabou projectado contra a barreira. O acidente levou imediatamente ao final da corrida, a seis voltas do final, com o vencedor, Glenn Irwin, a terminar em lágrimas. Esta foi a primeira fatalidade no Grande Prémio de Macau desde 2012.
João Santos Filipe SociedadePortuguês rouba táxi em Hong Kong, tem acidente e acaba detido Um cidadão de Portugal, acompanhado por um amigo sul-africano, está envolvido num roubo de táxi, após uma noite na zona de Lan Kwai Fong. Os dois estavam alcoolizados e o incidente ocorreu depois de verificarem que não tinham dinheiro para pagar ao taxista [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]a noite de 17 de Março, um cidadão português, de 28 anos, e um colega de trabalho sul-africano, de 26 anos, foram beber uns copos para a zona de Lan Kwai Fong e acabaram detidos depois de uma noite digna de filme. Segundo a notícia veiculada pela publicação Asia Times, os dois amigos acabaram bêbedos dentro de um táxi, sem que tivessem dinheiro para pagar os 100 dólares de Hong Kong que constavam no taxímetro. Depois de explicarem a situação ao condutor, foram levados a uma caixa de multibanco para levantar o dinheiro em falta. Aí, o português saiu do carro e como não voltou em cinco minutos, o taxista foi à sua procura. Por sua vez, o sul-africano aparentava estar a dormir no carro. Contudo, depois de o motorista ter saído do táxi, o sul-africano pegou no volante do carro, arrancou e parou para apanhar o amigo português. Os dois fugiram depois na viatura, até que sofreram um acidente em Morrison Street. Como nessa altura, o taxista roubado já tinha dado o alerta para as autoridades, os dois acabaram detidos em Connaught Road West. No local, o sul-africano fez o teste ao álcool, que acusou um valor acima do permitido. Por esta razão, vai ter de responder pelas infracções de condução sob o efeito do álcool, roubo de veículo, recusa de pagamento e fuga, e, ainda por não ter parado após o acidente. Já o português é acusado de ser cúmplice no roubo de veículo e da prática de recusa de pagamento e fuga. Julgamento a 29 de Maio Segundo o jornal Observador, que cita fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o cidadão português é natural da Póvoa do Varzim. Ao HM, o Cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, explicou que o processo está a ser acompanhado desde o início. “O caso foi registado a 17 de Março e desde essa altura que o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong tem estado a acompanhar a situação ao pormenor. Houve logo uma primeira visita ao cidadão português, depois foi acompanhada a audiência de julgamento, a 16 de Abril, e haverá também presença do pessoal do consulado no julgamento, que está marcado para 29 de Maio”, afirmou Vítor Sereno, ao HM. Ainda de acordo com o Observador, que cita o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, também em Portugal foi estabelecido o contacto com a família do cidadão detido.