Estacionamento | Passes mensais mais caros

[dropcap]O[/dropcap]preço dos passes mensais de estacionamento vai aumentar quando acontecer a actualização do montante pago por hora para a utilização dos parques e lugares públicos.

A garantia foi deixada por Raimundo do Rosário, após ter sido questionado pelo deputado Sulu Sou sobre o assunto. “Reconheço que o preço dos passes não acompanha o valor pago pelas horas no estacionamento. Mas vamos tornar os preços mais caros, quando actualizarmos o preço pago por hora nos estacionamentos públicos”, respondeu o secretário para os Transportes e Obras Públicas.

Ainda em relação ao trânsito e aos veículos que não cumprem limites de emissão de gases, o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) explicou que desde o início do ano já foram apreendidas 60 viaturas. Quanto ao número de inspecções a veículos pesados de mercadorias e passageiros, foi de sete mil.

7 Dez 2018

Ella Lei acusa Governo de Edmund Ho de conluio devido a concessão de terreno

[dropcap]O[/dropcap]facto do terreno na Taipa junto à Ponte Nobre de Carvalho nunca ter sido utilizado para a construção de um parque de diversões, como foi planeado há 21 anos, e haver um projecto para a construção de residências de luxo, valeu acusações de conluio ao Governo de Edmundo Ho. A incriminação partiu da deputada Ella Lei, que ilibou Raimundo do Rosário de culpas e fez questão de referir que as decisões foram tomadas antes do secretário tomar posse.

Segundo a deputada, em causa está o facto de uma companhia ter entrado no capital social da empresa que tinha a concessão, em 2005, o que terá permitido que o projecto fosse alterado para a construção de residências de luxo.

“O terreno era para um parque temático, mas já se passaram 21 anos e nada foi construído. Naquela altura, o contrato dizia que em 2008, a concessão do terreno caducava. Mas não foi o que aconteceu”, recordou. “Em 2005 uma empresa de Hong Kong injectou capital na concessionária. Foi só um teatro que se fez naquela altura. A verdade é que o terreno foi avaliado em 4 mil milhões de patacas, na altura, e o projecto acabou alterado para residências de luxo”, apontou.

A deputada atacou depois a antiga Lei de Terras: “Era este o problema. As concessionárias vendiam os terrenos e conseguiam prolongamento dos prazos de concessão. Era tudo conluio! O Governo não devia ter autorizado o prolongamento dos prazos. Mesmo agora deve limitar, sem deixar que o propósito inicial dos terrenos seja alterado”, acusou.

Ella Lei defendeu ainda que sempre que a finalidade de um terreno concessionado for alterado, o Governo tem a obrigação de divulgar claramente as razões.

Outro ponto levantado por Ella Lei foi o facto do Governo ter pedido ao Comissariado Contra Corrupção (CCAC) para analisar os processos de declaração de caducidade dos terrenos já recuperados, apesar de já haver decisões dos tribunais.

Na resposta, Raimundo do Rosário limitou-se a dizer que o terreno do parque temático está em processo de recuperação, pelo que não pode disponibilizar mais informações. Em relação à decisão do pedido ao CCAC, a questão foi ignorada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas.

7 Dez 2018

Raimundo do Rosário tem 13 meses para renovar ou alterar sete concessões públicas

[dropcap]A[/dropcap]té ao final do actual mandato, Raimundo do Rosário vai ter de tratar da renovação de sete contratos de concessão em diferentes áreas.

O cenário foi traçado pelo secretário, depois de ter sido questionado sobre a opção de renovar, durante quinze meses, as concessões das empresas de autocarros públicos que terminavam este ano. A opção foi vista como o adiamento da questão.

“Em 13 meses vou ter de alterar ou renovar sete contratos de concessão. Desses, dois são das empresas de autocarros. São assuntos que levam tempo e que vamos ter de resolver no próximo ano”, reconheceu.

7 Dez 2018

Trânsito | Mortalidade preocupa o director da DSAT

[dropcap]O[/dropcap]Governo está preocupado com o aumento de mortalidade nas estradas e Lam Hin San, director da Direcção de Serviços para os Assuntos Tráfego, prometeu prestar atenção a este aspecto.

“O número de acidentes voltou a níveis de 2014 ou 2012. Entre Janeiro e agora houve nove mortes, o que é mais um do que no ano passado, quando o número de vítimas foi 8”, revelou Lam Hin San.

“Vamos ponderar reforçar a fiscalização nas estradas e ver as medidas adequadas para lidar com esta situação”, acrescentou.

7 Dez 2018

GP | Nova geração de carros de Fórmula 3 preocupa organização

Associação Geral de Automóvel Macau-China teme que velocidades atingidas pelo novo monolugar na Curva do Lisboa causem acidentes com proporções mais graves

 

[dropcap]A[/dropcap]Associação Geral de Automóvel Macau-China (AAMC) está preocupada ao nível da segurança devido à adopção do novo modelo de Fórmula 3. Em causa está a velocidade com que se prevê que os novos monolugares podem chegar à Curva do Hotel Lisboa, onde a piloto Sophia Flörsch sofreu este ano um aparatoso acidente. A notícia foi avançada, ontem, pelo portal motorsport.com, que cita fontes próximas da AAMC.

Enquanto o actual modelo de Fórmula 3 debita 240 cavalos e pode alcançar os 270 km/h, a nova versão do monolugar, que vai ser utilizada na próxima temporada, no novo campeonato de F3, pode chegar aos 300 km/h, uma vez que tem 380 cavalos.

Segundo o portal motorsport.com, a AAMC está preocupada com os eventuais riscos. Com carros que atingem velocidades de topo mais elevadas, a organização teme que um acidente semelhante ao que afectou a alemã Flörsch tenha consequências muito mais graves. Na altura em que se trava para a Curva do Lisboa os monolugares atingem a velocidade de ponta, o que quer dizer que em vez de chegar ao local a 270 km/h, a velocidade vai crescer até aos 300 km/h.

Ao mesmo tempo, para os novos monolugares correrem em Macau terá de haver ainda alterações no circuito ao nível das exigências FIA, com a pista a precisar de uma homologação de nível 2. Actualmente o nível de homologação é o 3. Quanto mais elevado o nível, mais apertadas são as exigências em determinados critérios, como por exemplo a segurança. A mesma notícia avança que a AAMC está relutante em fazer as alterações ao circuito citadino, para que este possa receber o nível de homologação mais elevado.

Apesar de tudo existe ainda uma grande incógnita: o peso dos futuros monolugares, que poderá influenciar a velocidade atingida. O actual carro de Fórmula 3 pesa 580 kg, mas o peso do futuro monolugar ainda não é conhecido.

Modelos antigos

A solução para o problema poderá assim passar pela manutenção dos actuais modelos. Segundo fontes anónimas citadas no artigo, Bruno Michel, organizador dos futuros campeonatos de F2 e F3, terá mesmo dito às equipas que os campeonatos vão terminar entre 28 e 29 de Setembro em Sochi, na Rússia.

Como o Grande Prémio de Macau só se realiza em Novembro, poderá assim haver a hipótese de se disputar como um evento fora do campeonato. Uma das grandes vantagens seria a possibilidade de convidar pilotos para aparições esporádicas.

No entanto, é ainda referido no artigo que o Governo de Macau está disponível para colaborar com a Federação Internacional do Automóvel na implementação dos novos carros de Fórmula 3 e mantém-se aberto a negociações.

6 Dez 2018

Táxis | Raimundo fala de “consenso possível” após fim de discussão sobre proposta de lei

[dropcap]”É[/dropcap]o consenso possível” – foi desta forma que o secretário para os Transportes e Obras Públicas, descreveu a versão final da proposta de lei sobre os táxis que está a ser ultimada e que vai subir, em breve, a plenário, para ser votada em sede de especialidade. Raimundo do Rosário respondia aos jornalistas, à saída da reunião da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), após ser questionado se estava satisfeito com o produto final, uma vez finda a discussão na especialidade.

Essa última versão do diploma deve ser entregue, a curto trecho, pelo Governo aos deputados, mas o debate propriamente dito chegou ao fim, estando a faltar depois apenas reuniões da assessoria para acertos técnicos e, finalmente, o parecer, como confirmou o presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), Vong Hin Fai.

Não obstante, há um ponto que continua a ser contestado: a exclusão de câmaras no interior dos táxis. Isto porque deputados, representantes do sector e sociedade em geral concordam, mas o Governo não, tendo dado como terminada a discussão. “A Comissão chegou a ouvir as opiniões da sociedade e dos representantes do sector e não houve ninguém a opor-se à instalação do aparelho de gravação de imagem”, afirmou. “A maioria mostrou-se a favor desde que não captem a face”, pelo que “houve membros [da Comissão] que voltaram a transmitir essa sugestão”, esperando que o Executivo “venha a reponderar”, realçou Vong Hin Fai, dando conta, porém, de que “o Governo não respondeu”. A proposta de lei prevê apenas a instalação de aparelhos de gravação de áudio.

6 Dez 2018

José Pereira Coutinho e Sulu Sou preocupados com alargamento de poderes da PSP

[dropcap]A[/dropcap]3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa terminou a análise da proposta final da lei do Corpo de Polícia de Segurança Pública, mas nem todos os deputado estão de acordo com a última versão apresentada pelo Governo. Em causa está uma das competências do CPSP, definida da seguinte forma: “Observar quaisquer comportamentos susceptíveis de perturbar a tranquilidade e afectar o normal quotidiano”.

Anteriormente, este ponto já tinha levado discussão, com o Governo a substituir a expressão “vigiar” por “observar”. Contudo, as alterações não foram suficientes para convencer os deputados José Pereira Coutinho e Sulu Sou. “Disse em várias reuniões da comissão que esta norma é nova e inovadora porque não especifica onde e em que locais são vigiados, como devia ser mencionado. Assim permite que todas as pessoas sejam vigiadas, quer estejam em espaços públicos ou privados”, explicou, no final, Coutinho, ao HM.

“A nosso ver, quer o termo vigiar, observar ou mesmo espiar não são condutas respeitadoras da parte final do artigo 30 da Lei Básica, que concede o direito dos cidadãos à reserva da intimidade da vida privada e familiar”, acrescentou.

O deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) defendeu ainda que o aumento de poderes não é acompanhado pela correspondente supervisão. “Este aumento substancial de poderes policiais sem necessidade de mandato judicial não é acompanhado de supervisão e controlo por parte da Comissão de Fiscalização de Disciplina das Forças de Segurança de Macau, que aos olhos da população não é mais do que um ‘tigre de papel’, sem mínimos poderes e competências para controlar os abusos policiais”, justificou.

Também Vong Hin Fai, presidente da comissão, confirmou que houve dois deputados contra este artigo em questão, mas que a maioria da comissão aceitou as explicações do Governo. “A maioria da comissão aceitou a redacção final apresentada pelo Governo. Só houve dois membros que não concordaram”, disse, no final da manhã de ontem, ao HM. “Um dos membros da comissão diz que este artigo simplesmente não é necessário. O outro tem reservas, porque considera que é redundante.

Ainda em relação a estas queixas, Vong Hin Fai disse que a expressão “observar” assenta no pressuposto de existirem indícios de “comportamentos susceptíveis de perturbar a tranquilidade e afectar o normal quotidiano”.

6 Dez 2018

Deputados esperam aumentos nas pensões já em Janeiro

[dropcap]A[/dropcap]1ª Comissão da Assembleia Legislativa está a trabalhar para que o aumento das pensões de aposentação e sobrevivência seja votado o mais depressa possível e entre em vigor já em Janeiro.

A situação foi explicada por Ho Ion Sang, ontem, no final de mais uma reunião. O deputado aproveitou para elogiar a medida: “O Governo mostra que toma conta e que tem carinho pelas pessoas que têm necessidades. Com estes aumentos é possível fazer face ao aumento do custo de vida e inflação”, disse Ho.

No que diz respeito às pensões de aposentação, passa a haver um valor uniformizado de 7.650 patacas, com os aumentos dos valores actuais a variarem entre 425 e 1.700. Em relação às pensões de sobrevivência, o valor passa a ser de 5.100 para todos os escalões, com os aumentos a variarem entre 425 e 2.125 patacas.

6 Dez 2018

Pensões ilegais | Wong Sio Chak considera diferença de opiniões “normal”

De um lado, Sónia Chan e Wong Sio Chak, contra a criminalização de pensões ilegais. Do outro, Alexis Tam, com a tutela que decide sobre o assunto, a favor da alteração. Enquanto o tema divide o Governo, o Chefe do Executivo diz que vão “fazer como fazem sempre”, encomendar mais um estudo

 

[dropcap]O[/dropcap]secretário para os Assuntos Sociais é o responsável pelas políticas que podem combater o fenómeno das pensões sociais, mas Sónia Chan também está contra a criminalização. Foi desta forma que Wong Sio Chak, secretário para a Segurança abordou a “normal” diferença de opiniões sobre o assunto, que surgiu durante as Linhas de Acção Governativa.

Desde o início, Wong Sio Chak tem-se mostrado contra a criminalização e ontem, depois de ter considerado como normal a diferença de opiniões dentro do Governo, apontou que a sua posição tem o apoio da tutela da Administração e Justiça.

“É normal que os dirigentes das diversas tutelas expressem opiniões diferentes sobre vários temas. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, estando a sua tutela a elaborar políticas de combate às pensões ilegais, tem o direito, poder e dever de impulsionar trabalhos de avaliação da proposta de lei”, começou por dizer o secretário para a Segurança, ontem, na Assembleia Legislativa, à margem dos trabalhos de uma comissão.

Wong Sio Chak explicou depois que a sua tutela tem aprofundado o assunto com as áreas de Alexis Tam e Sónia Chan, e que a última tem tido uma posição mais próxima da sua: “As áreas da Administração e Justiça e da Segurança partilham de pontos de vistas semelhantes”, frisou.

Por outro lado, Wong Sio Chak reconheceu que caso a posição de Alexis Tam reúna consenso que “a tutela da Segurança vai colaborar integralmente e apresentar as suas opiniões”.

Raiz do problema

Mesmo assim, o secretário para a Segurança voltou a insistir no argumento de que o principal problema é as autoridades não saberem quem são os responsáveis pelos arrendamentos ilegais. Em causa está o facto de, habitualmente, não existirem registos de contratos de arrendamento. “A principal dificuldade na execução da lei centra-se em encontrar a pessoa que presta o alojamento ilegal”, apontou. “Mesmo que se criminalizem as situações de pensão ilegal, a raiz do problema não será resolvida”, explicou.

Wong aponta como solução a criação de um sistema de registo de contratos de arrendamento, que permita às autoridades saberem quem é o responsável pelas pensões ilegais. De acordo com esta ideia, a informação só poderia ser consultada “com aprovação de um juiz”.

Ainda em relação à criminalização, o secretário para a Segurança diz que mesmo que seja crime vai ter uma pena leve, mais provavelmente aplicada de forma suspensa, pelo que defende que a multa actual, entre 200 mil e 800 mil patacas é suficiente para combater o fenómeno. Wong Sio Chak entende que a prioridade é facilitar o acesso à informação sobre os arrendatários.

Palavra de Chui

Também o Chefe do Executivo abordou ontem o diferendo que se instalou no seio do Governo. Antes de partir para Pequim, Chui Sai On disse que vai aplicar a receita do costume para lidar com a situação. “Os dois secretários tiveram opiniões diferentes nas LAG e toda a população está atenta, mas o Governo tem um procedimento administrativo para tratar esse tipo de casos […] vamos fazer como sempre fizemos. Como ainda não temos certeza sobre a medida perfeita, primeiro temos de fazer um estudo e depois divulgamos a medida”, disse quando questionado sobre o tema.

Quem se quis manter à margem da polémica foi Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas. “É uma questão que não tem nada a ver comigo. Não é da minha tutela e só tenho opiniões sobre as coisas da minha tutela”, sublinhou.

6 Dez 2018

Augusto Santos Silva confunde China com Taiwan e diplomata chamou DDT a Xi

[dropcap]A[/dropcap]visita do presidente Xi Jinping também ficou marcada por algumas gafes do lado português. O mote foi dado pelo ministro para os Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, ainda antes da visita, numa entrevista à emissora TDM, que foi transmitida no telejornal de domingo.

Quando fazia a antevisão da deslocação do presidente chinês a Portugal, Augusto Santos Silva trocou a denominação do Governo do Interior da China com a denominação nacionalista, que vigora em Taiwan. “Será uma visita com muitos resultados substantivos. Nós teremos uma declaração conjunta, nós assinaremos vários memorandos de entendimento e de acordo com a República da China em vários domínios, que vão do domínio científico ao económico”, afirmou Augusto Santos Silva.

A República da China foi estabelecida em 1912 com a queda da Dinastia Qing. No entanto, após a guerra civil, o Partido Nacionalista (Kuomintang) foi substituído no poder pelo Partido Comunista, que declarou, em 1949, a criação da República Popular da China. A denominação República da China continua em vigor em Taiwan, que é vista como uma província rebelde pelo Governo Comunista. Todavia, em 1992, as duas partes assinaram um acordo em que se comprometiam a reconhecer que só existia uma única China, apesar da controvérsia e interpretações distintas.

O HM contactou o ministro através dos assessores do MNE sobre este assunto, mas até ao fecho da edição de ontem não tinha sido recebido qualquer resposta.

Apesar da gafe, Augusto Santos Silva não está a ser investigado, ao contrário de um diplomata português que escreveu no Facebook que Xi Jinping é o novo DDT. A expressão, que significa Dono Disto Tudo, foi utilizada por Paulo Chaves, chefe de divisão de informação e imprensa dos Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), e generalizou-se para definir a influência de Ricardo Salgado na política e negócios portugueses, antes da falência do Banco Espírito Santo.

O episódio aconteceu na terça-feira, quando Paulo Chaves postou uma fotografia da aterragem do Presidente chinês e deixou o seguinte o comentário: “O dragão aterrou”, em inglês. Contudo, um internauta fez-lhe a seguinte pergunta: “já estão todos de cócoras e prontos para beijar a barra do casaco?”. Foi na resposta que Paulo Chaves utilizou a expressão DDT.

Ao jornal Público, Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), prometeu uma investigação ao “episódio lamentável”. O político socialista considerou igualmente que o comentário não é “de todo” adequado, “mesmo que em contexto de conversa privada ou em registo irónico”. Foi igualmente explicado que os diplomatas estão obrigados a regras de conduta e de comportamentos em público.

6 Dez 2018

Tribunais | Chefe do Executivo em vias de ser o único residente sem direito a recurso

[dropcap]O[/dropcap] Governo está a equacionar voltar atrás e permitir que os arguidos dos processos que envolvam o Chefe do Executivo possam ser julgado em primeira instância pelo Tribunal Judicial de Base (TJB). Com esta opção, assim que as alterações à Lei de Bases da Organização Judiciária entrarem em vigor, o Chefe do Executivo passa a ser o único cidadão de Macau sem direito de recurso, uma vez que é julgado logo pelo Tribunal de Última Instância (TUI).

No caso dos secretários e outros titulares de cargos importantes, que actualmente são julgados directamente pelo TUI, passa a haver a possibilidade de recurso, uma vez que o primeiro julgamento é no Tribunal de Segunda Instância (TSI).

Inicialmente, o Governo pretendia que todos os arguidos nos processos em que também se julgasse o líder do Executivo fossem presentes, em simultâneo, perante o colectivo de juízes do TUI. Contudo, ontem, numa reunião com os deputados da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, a secretária para a Administração e Justiça mostrou disponibilidade para rever a proposta, de forma a manter a situação actual.

“O Governo disse que vai considerar manter o actual regime, em que os arguidos são julgados pelo Tribunal Judicial de Base em primeira instância”, disse Vong Hin Fai, presidente da 3.ª Comissão Permanente, após uma reunião com o Governo.

O pedido para se proceder a esta alteração tinha partido dos próprios deputados: “Achamos que há um conflito em termos de protecção dos direitos e interesses dos co-arguidos em casos que envolvem o Chefe do Executivo”, foi explicado pelo presidente da comissão.

Direitos humanos em causa

No que diz respeito ao facto do Chefe do Executivo não ter direito a recurso, o Governo nega que tal circunstância represente uma violação de direitos fundamentais. De acordo com a equipa da Sónia Chan, o Protocolo n.º 7 à Convenção para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, de 1984, dispensa esse recurso. A equipa legal da secretaria evoca o artigo número dois: “Este direito [de recurso] pode ser objecto de excepções em relação a infracções menores, definidas nos termos da lei, ou quando o interessado tenha sido julgado em primeira instância pela mais alta jurisdição”, pode ler-se no artigo citado pelo Governo.

De acordo com Vong Hin Fai, a maioria dos deputados concorda que o Chefe do Executivo não tenha direito de recurso e seja julgado logo no Tribunal de Última Instância. No entanto, uma minoria está contra esta proposta, por considerar que os direitos fundamentais do titular do mais elevado cargo político de Macau vão ser violados.

5 Dez 2018

Dome vai ser alvo de obras de renovação com custo de 30 milhões

Apesar da derrapagem orçamental de 80 por cento, a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental sempre teve problemas de infiltrações. Um problema que o Governo se propõe agora resolver a tempo de celebrar o 20.º aniversário da RAEM

 

[dropcap]Q[/dropcap]uinze anos depois, a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, também conhecida como Dome, vai ser alvo de obras de renovação no valor de 30 milhões de patacas. A intervenção visa resolver infiltrações, problemas no pavimento e para a plantação de árvores nas zonas envolventes. A revelação foi feita, ontem, pelo presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, Chan Chak Mo, cujo grupo de trabalho está a analisar o orçamento da RAEM para o próximo ano.

O maior aumento está ligado ao Fundo do Desporto que vai crescer para 930 milhões de patacas, um incremento de 118 milhões, quando este ano foi de 812 milhões. Numa resposta enviada ao HM, o Instituto do Desporto (ID) revelou que custo das obras no Dome vai ser de 30 milhões de patacas.

“Os trabalhos de manutenção e reparação do Dome e das áreas circundantes incluem a limpeza da superfície, pintura da estátua à entrada do Dome, reparação da estrada circundante, reparação da estrutura de metal do Dome, plantação de árvores e reorganização das cercas”, foi explicado pelo ID.

Além destas despesas vai ser igualmente comprado um novo sistema de vigilância, assim como será contratado pessoal técnico, de acordo com os padrões exigidos pela Polícia de Segurança Pública.

Segundo o presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, Chan Chak Mo, a realização de obras na estrutura com 14 anos é vista como normal. O Dome foi finalizado em 2005, a tempo dos Jogos da Ásia Oriental, na altura a obra custou 1.259 milhões de patacas. O custo total sofreu uma derrapagem de 79,53 por cento face ao valor inicialmente previsto de 701 milhões, ou seja um aumento de 558 milhões.

“A obra é grande e vai ser paga pelo Fundo do Desporto. Tem que ver com o aniversário da transição da soberania porque é necessário organizar vários eventos de celebração e existe a necessidade de fazer obras”, afirmou Chan Chak Mo. “Os Jogos da Ásia Oriental foram há mais de 10 anos, creio que em 2005, por isso há problemas no terreno, no auto-silo, no pavimento têm infiltrações. É necessário fazer obras e para o ano é o aniversário da RAEM”, acrescentou.

Relatório e Contas

Ontem, o ID, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a Direcção de Serviços Correccionais (DSC), o Instituto Cultural (IC) e a Universidade de Macau (UMAC) ofereceram explicações sobre os aumentos nos respectivos orçamentos para o próximo ano.

O ID vai ter um orçamento de 232 milhões, o que representa um aumento de 28 milhões, face ao dinheiro que teve disponível este ano: 204 milhões. No entanto, o maior salto verificou-se na Autoridade Monetária de Macau (AMCM) que vai chegar aos 630 milhões de patacas. Desta forma, o departamento vai ter um orçamento de 3,32 mil milhões, quando este ano tinha sido de 2,69 mil milhões.

A diferença foi explicada com o aumento da taxa de juros de referência nos Estados Unidos. Esta mudança acaba por ter um impacto em Macau, uma vez que a pataca está indexada ao dólar de Hong Kong, que por sua vez está indexado ao dólar norte-americano. Como o valor do dinheiro ficou mais caro, quando os bancos depositam as suas reservas na AMCM, a autoridade tem de pagar juros mais elevados.

“Quando há sobras nas reservas, os bancos podem depositar o dinheiro na AMCM, que tem de pagar os juros. Isso implica um aumento nas despesas. É uma medida normal para manter a estabilidade do valor da pataca”, afirmou Chan Chak Mo. “Como o dólar de Hong Kong está indexado ao dólar norte-americano, e a pataca está indexada ao dólar de Hong Kong, a AMCM vai ter de pagar mais aos bancos que colocam as reservas financeiras na AMCM. Neste sentido, é esperado um aumento na despesa de 400 milhões, para pagar aos bancos”, explicou.

O presidente da Comissão desvalorizou o aumento, uma vez que a AMCM tem conseguido lucrar com a aplicação do dinheiro depositado pelos bancos.

Massa mais cara

Em relação a outros aumentos patentes no orçamento, a UMAC vai ter mais 399 milhões de patacas para gastar, ou seja um crescimento nas despesas de 17 por cento, o que equivale a um valor de 2.738 milhões de patacas. A instituição vai ter também mais 600 alunos, o que equivale a uma média de 230 mil patacas por ano por estudante.

Já os Serviços Correccionais vão ver o orçamento crescer 79 milhões de patacas, ou seja 12,8 por cento, de 617 milhões. Deste montante, 20 milhões de patacas vão para a renovação da frota de veículos e um novo sistema de comunicação. Outros gastos envolvem a contratação de mais pessoal.

Quando questionado sobre o facto do Governo estar a aumentar vários orçamentos, Chan Chak Mo acredita que há boa explicações e deixou um desabafo: “Hoje em dia, até comprar um pacote de massa é caro”, admitiu.

 

Museu de Macau e Centro Cultural com obras

Até ao final do ano que vem, também o Museu de Macau e o Centro Cultural vão sofrer trabalhos de renovação. Em causa estão as preparações para o 20.º aniversário da criação da RAEM. “No IC vai haver um orçamento de aproximadamente 20 por cento [21,4 por cento], que se deve a gastos com a realização de vários projectos culturais. Também vai haver obras no Museu de Macau e Centro Cultural, que foram construídos há mais de 20 anos e que precisam de uma renovação”, disse Chan Chak Mo. “Para o ano celebra-se o 20.º aniversário da transição e vai exigir um gasto maior para as celebrações”, frisou. O orçamento vai subir para 1.023 milhões de patacas, um aumento de 844 milhões face ao ano passado.

5 Dez 2018

TUI | Considerada legal revista sem autorização prévia

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Última Instância (TUI) considerou legal uma revista sem autorização prévia de um juiz de instrução ou consentimento escrito do revistado. A decisão foi tomada a 21 de Novembro e revelada, ontem, pelos tribunais da RAEM.

Segundo a defesa, a polícia criminal devia ter invocado que havia “razão para crer que a demora [para obter a validade do juiz de instrução] poderia representar grave perigo para bens jurídicos de valor relevante”, o que não aconteceu.

Contudo, o tribunal considerou que “não está excluído que quem aprecie a regularidade da revista o invoque [esse artigo]”, ou seja, no entendimento do TUI mesmo que seja apenas o juiz de instrução a invocar o artigo, tal está dentro da legalidade. Como consequência da revista, foram encontrados estupefacientes no indivíduo, que acabou condenado por um crime de tráfico de droga, com uma pena de seis anos de prisão.

4 Dez 2018

Union Gaming diz que Ponte HKZM não está a melhorar resultados

Entram em Macau, mas na maior parte dos casos para seguirem para Hong Kong. Banco de investimento acredita que vai levar vários trimestres, ou mesmo anos, para que a nova ponte tenha um “impacto significativo” nas receitas dos casinos

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar das grandes expectativas do sector do jogo, a abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau não se está a reflectir nos resultados das operadoras. A conclusão é do banco de investimento Union Gaming, que diz que vai levar anos até que os efeitos sejam visíveis na principal indústria do território.

Num relatório divulgado no domingo à noite – depois de ter sido revelado que as receitas do jogo tinham subido 8,5 por cento em Novembro face ao período homólogo para os 25 mil milhões de patacas –, o banco apontou que não há um “impacto material” da ponte nos números apresentados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). “Ponte sem impacto. É importante referir que, e ao contrário do que acreditamos que se esteja a reflectir no número de visitantes, que tem um número mais robusto, não vemos um impacto da abertura da ponte nas receitas brutas do jogo”, pode ler-se na nota assinada pelo analista Grant Govertsen.

“Vai levar muitos trimestres, para não dizer anos, para que a ponte tenha um efeito material na indústria de Macau. E acreditamos que o maior impacto vai acontecer ao nível do sector das exposições e convenções”, é acrescentado.

O banco de investimento deixa também um aviso para o número de visitantes, que pode conduzir a enganos. Em causa está o facto das pessoas do Interior da China entrarem em Macau apenas para apanharem a ponte com direcção a Hong Kong.

“Parece haver uma certa dinâmica nos primeiros dias de funcionamento da ponte, que pode ter resultado num aumento significativo de visitantes vindos do Interior da China. Mas estas pessoas apenas se deslocam a Macau para apanharem a ponte em direcção ao Hong Kong”, é explicado. “Ou melhor, estas pessoas apenas estão em Macau por breves minutos, antes de apanharem outro transporte em direcção a Hong Kong, mas entram nas estatísticas”, é clarificado.

Mesmo assim, Grant Govertsen considera que a partir das análises feitas nas áreas do jogo que houve um “crescimento moderado” ao nível do mercado de massas.

Crescer três por cento

No que diz respeito ao que falta do ano, a Union Gaming está a apostar num crescimento de sete por cento das receitas em Dezembro. “Estamos a apontar para um aumento das receitas brutas do jogo de sete por cento, para as 24,2 mil milhões de patacas. O mês de Dezembro tem um calendário desfavorável [face ao ano passado], porque tem menos uma sexta-feira”, é sublinhado.

Em relação ao trimestre de 2019, existem expectativas que o crescimento se fiquei pelos três por cento, que depois deverá acelerar. “Estamos à espera de um começo do ano lento, com o primeiro trimestre a ter um crescimento de três por cento na receitas do jogo, antes de haver um aceleramento para valores intermédios de um digito, no pós-primeiro trimestre”, é previsto.

 

Concurso para áreas comerciais

Chui Sai On ordenou ontem a abertura do concurso público para a exploração das áreas comerciais, como restaurantes e lojas, no Edifício do Posto Fronteiriço de Macau na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. A decisão foi comunicada, ontem, através de um despacho em Boletim Oficial. Este era um dos pontos que tinha sido alvo de críticas na estrutura do lado de Macau, uma vez que actualmente além dos balcões de venda de bilhetes e das máquinas automáticas de venda de água, não há outras lojas no espaço.

4 Dez 2018

Falar durante a Marcha dos Voluntários pode valer multa

Até 10 mil patacas. É este o montante que quem falar ao telefone ou fizer ruídos durante a execução do hino nacional vai ter de pagar. As multas poderão ser passadas pela PSP ou Serviços de Alfândega

 

[dropcap]F[/dropcap]alar com a pessoa do lado durante a execução instrumental e/ou verbal do hino, fazer ruído ou falar ao telemóvel pode valer uma multa entre duas mil patacas até às 10 mil patacas. Nestes casos, o Governo considera que quem não adoptar uma conduta respeitosa nem se comportar com “compostura”, poderá ser sancionado pelos Serviços de Alfândega ou Corpo de Polícia de Segurança Pública.

A situação foi explicada, ontem, por Ho Ion Sang, presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa. Este grupo de trabalho da AL esteve ontem reunido com o Governo, que se fez representar pela secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, para discutir a nova Lei do Hino.

Ontem, os deputados ouviram as respostas do Executivo sobre comportamentos que podem potencialmente ser sancionados. No final, Ho Ion Sang deu alguns exemplos, mas vincou que as situações vão ser analisadas “caso a caso”.

“Quando está a tocar o hino, não se pode falar com a pessoa ao lado, berrar ou falar ao telefone. São comportamentos de quem não mantém a compostura”, afirmou o presidente da comissão.

A lei exige igualmente que as pessoas se levantem durante o hino. Contudo, no caso de haver dificuldades especiais ou deficiências, as condicionantes vão ser tidas em conta. Ao mesmo tempo, o Governo garantiu as pessoas com deficiências mentais podem ficar isentadas de cumprir com estas exigências.

Por outro lado, Ho Ion Sang explicou que as sanções não vão ser aplicadas sempre que toca o hino, mas preferencialmente em ocasiões públicas. “Se as pessoas estão num autocarro e nas televisões começa a tocar o hino, ninguém está á espera que o condutor se levante ou os passageiros”, exemplificou.

Também em casa, à hora do jantar, quando o hino toca na televisão, as pessoas poderão ficar sentadas. “Se estou em casa a jantar e toca o hino, posso levantar-me e ficar em pé. Mas depende da escolha das pessoas, como não é uma cerimónia oficial, esta é apenas uma das forma que podem escolher para mostrar o respeito pelo hino”, disse. Mesmo assim, Ho Ion Sang deixou a garantia de que a polícia não vai entrar em casa das pessoas para inspeccionar se elas estão levantadas quando toca o hino.

Escolas já cumprem

A lei define ainda a obrigação das escolas do ensino primário e secundário de ensinarem os alunos a cantar o hino e promover uma melhor compreensão da “história” e do “espírito” da Marcha dos Voluntários. Porém, segundo Ho Ion Sang, com base nas informações do Governo, 68 escolas da rede escolar já cumprem com os futuros requisitos.

Além disso, os órgãos de comunicação social também ficam obrigados a cooperar com o Governo na divulgação de informações sobre o hino. A lei não prevê sanções para quem não cumpra com as exigências, mas poderá haver penalizações indirectas, como consequências na futura negociação dos contratos de concessões, no caso da TDM ou da Rádio Ilha Verde.

Vai ainda haver um regulamento a definir os dias de celebrações importantes e dias de festa em que o hino terá que ser tocado e/ou cantado. As ocasiões só vão ser definidas mais tarde, através de regulamento, mas vão incluir a tomada de posse dos altos cargos políticos, como a posição de Chefe do Executivo, tomada de posse do presidente da Assembleia Legislativa, condecorações, eventos desportivos, entre outros.

4 Dez 2018

Bolinha | Kin Wa estreia-se como campeão ao derrotar Ching Fung por 1-0

[dropcap]U[/dropcap]m golo a três minutos do final do encontro permitiu ao Kin Wa sagrar-se campeão do Campeonato de Futebol de Sete, também conhecido como Bolinha, num Campo D. Bosco com muito público. O Kin Wa ganhou assim por 1-0, na sexta-feira, ao Ching Fung, orientado por João Rosa, que tinha eliminado o favorito Benfica de Macau da competição.

Foi aos 47 dos 50 minutos, numa altura em que as equipas já começavam a preparar-se para a possibilidade do jogo ser decidido na marcação das grandes penalidades, que Danilo Lins tirou Ismael Ortega da frente e entrou na área do Ching Fung. Enquadrado com a baliza, mesmo que descaído um pouco para o lado direito do ataque, o brasileiro rematou com força e a bola seguiu junto ao poste de Iu Kong Fong, que já não conseguiu evitar o golo.

O tento veio resolver um encontro que tinha sido equilibrado, com ambas as equipas a disporem de oportunidades, que poderia ter feito com que a vitória caísse para cada um dos lados.

Mas se foi a três minutos do fim que a equipa de Inácio Hui se colocou na frente, o golo até poderia chegar mais cedo. Logo no início, aos três minutos, houve queixas de uma grande penalidade, depois de Lins ter sido agarrado na área por Ortega. O árbitro mandou seguir.

Equilíbrio e oportunidades

Ainda antes do intervalo, Ronald Cabrera entrou na área do Ching Fung e assistiu Danilo. O brasileiro rodou e rematou com força, já na área, mas a bola saiu por cima da baliza defendida por Iu.

Também ao Ching Fung não faltaram oportunidades. No ataque, Arnold Mbuyu fez da velocidade um verdadeiro perigo para o Kin Wa e aos 36 minutos, já na segunda-parte, tudo poderia ter sido diferente. O africano arrancou no flanco esquerdo do ataque, entrou na área e com o guardião Fong Chi Hang pela frente, assistiu o colega Ronieli, que surgiu no poste oposto. Quando o atacante do Ching Fung se preparava para desviar para o golo, surgiu Cabrera a cortar o lance. Um corte essencial para as esperanças da equipa de Inácio Hui, e que ainda fez com que o jogador ficasse no relvado a queixar-se com dores. Contudo, o atleta conseguiu prosseguir com a partida e no final também teve direito a levantar o troféu.

Já no jogo de atribuição do terceiro lugar, que se realizou antes da final, o Benfica de Macau venceu por 2-0 o Lun Lok. O primeiro golo foi apontado Vínicio Alves, aos 2 minutos, e o segundo aos 42 minutos, por Filipe Duarte.

3 Dez 2018

Mini-maratona | Quénia somou vitórias em masculinos e femininos

Elijah Kiprono Kemboi foi o grande vencedor da maratona, depois de percorrer os 42,195 quilómetros em 2h15m18. Na meia maratona, Josphat Menjo foi o mais rápido e repetiu a vitória do ano passado

 

[dropcap]O[/dropcap] queniano Elijah Kiprono Kemboi foi o grande vencedor da 37.ª edição da Maratona de Macau, depois de ter completado os 42,195 quilómetros em 2h15m18. Também a prova para senhoras, teve como vencedora uma atleta do Quénia, neste caso Mercy Jerotich Kibarus, que demorou 2h35m16 para percorrer a distância da prova.

No que diz respeito à prova masculina, a maratona foi extremamente equilibrada, o que se reflecte nas diferenças finais. Com um top três totalmente queniano, Kemboi impôs ao compatriota Joseph Munywoki, que demorou mais 14 segundos para completar o percurso, com um tempo de 2h15m32. Munywoki repetiu a segunda posição do ano passado. Já no terceiro lugar terminou Samwel Kiptanui Maswai, a 25 segundos do primeiro classificado e a 11 do segundo.

No 13.º lugar, Chan Ip Chong foi o melhor atleta de Macau com um tempo de 2h41m55. Já o melhor atleta português presente na prova foi João Antunes, num 9.º lugar, com o tempo de 2h31m36, a pouco mais de um minuto do tempo do vencedor.

Na prova feminina, a vencedora foi a queniana Mercy Jerotich Kibarus à frente da norte-coreana Kwang Ok Ri, que completou a prova em 2h35m51, ou seja mais 35 segundos do que a vencedora. O terceiro lugar foi para a ucraniana Oleksandra Shafar, que alcançou o bronze com uma marca de 2h36m39.
A melhor atleta de Macau foi Long Hoi com um tempo de 3h02m04 e a melhor atleta portuguesa foi Vera Nunes, com uma marca de 2h42m03.

Menjo repetiu vitória

Na meia-maratona, Josphat Menjo repetiu a vitória do ano passado mas piorou o registo. O queniano completou ontem o percurso em 1h05m21, quando no ano passado apenas tinha precisado de 1h04m49. No segundo lugar ficou o compatriota Joseph Ngare, com uma marca de 1h06m01 e no lugar mais baixo do pódio terminou o português António da Rocha, com um registo de 1h07m59.

Kuan Un Iao foi o melhor atleta do território com um sexto lugar e com um registo de 1h13m45.
Na prova feminina, nova vitória do Quénia. Esther Karimi foi a vencedora com o registo de 1h14m02, à frente da compatriota Edinah Jeruto Koech, que estabeleceu a marca de 1h15m31. No lugar mais baixo do pódio ficou a portuguesa Carla Martinho com o tempo de 1h17m30.

A melhor atleta de Macau foi Wu Yangyan a mais de 15 minutos da vencedora, com um tempo de 1h31m56.

3 Dez 2018

BoBo | Corpo de urso vai ser transportado para museu em Coloane

No sábado o Jardim da Flora foi palco de um encontro de pessoas que se manifestaram contra o embalsamento de BoBo. Foram recolhidas, pelo menos, 400 assinaturas para serem entregues ao Governo, uma acção que ainda não terminou

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de ser embalsamado, o corpo do urso BoBo vai ser colocado numa casa-museu em Coloane. O projecto está definido e segundo o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), José Tavares, o concurso público para o novo espaço deve ser lançado durante o primeiro trimestre do próximo ano.

No entanto, a proposta não conta com o apoio de oito associações de protecção dos direitos do animais, mas mesmo assim, o Governo está determinado a levá-la avante. Além de BoBo, outros animais embalsamados vão estar expostos neste espaço, que o Executivo espera vir a ser um centro para a promoção do conhecimento e protecção dos animais.

“O corpo do BoBo vai ser exposto num futuro museu que vamos edificar em Coloane. Temos o projecto mais ou menos feito. Estamos a tentar lançar o concurso no primeiro trimestre do próximo ano e vamos ver se fica concluído no último semestre”, disse José Tavares, citado pela TDM – Rádio Macau.

As palavras do presidente do IACM foram proferidas na sexta-feira, antes da realização de uma reunião no Jardim da Flora, antiga morada de BoBo, para reunir assinaturas contra a intenção do Governo. Questionado sobre o assunto, José Tavares mostrou determinação em levar avante a intenção do Executivo de Chui Sai On.

“Julgo que vamos manter a decisão. Foi tomada logo no início e vamos continuar com ela. Respeitamos a manifestação, é um direito civil, desde que respeite o quadro legal, e respeitamos a opinião das pessoas”, sublinhou José Tavares, em relação aos manifestantes.

400 assinaturas

No sábado, a manifestação promovida por oito associações, incluindo a Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau (AAPAM, em inglês), reuniu, pelo menos, 400 assinaturas. Quando a presidente da AAPAM, Yoko Choi, falou com o HM, as contas ainda não estavam fechadas. A recolha vai prosseguir ao longo desta semana, até serem entregues todas as assinaturas na Sede do Governo.

A manifestação aconteceu entre as 16h e as 17h, no Jardim da Flora, junto da antiga habitação de BoBo. Porém, as pessoas puderam assinar o documento para ser entregue ao Governo entre as 14h e as 20h.

No final, Yoko Choi fez um balanço positivo da iniciativa: “Correu muito bem porque as pessoas quiseram falar, por sua iniciativa, das memórias que têm do BoBo. Sentimos que houve participação espontânea e algumas intervenções comoveram mesmo os presentes”, afirmou Yoko Choi, ao HM.

No entanto, a presidente da AAPAM mostrou-se pessimista na possibilidade do Governo reverter a decisão tomada. “Sabemos que o Governo não vai voltar atrás. Mas precisamos de sair e vir a público dizer que não concordamos com o que fazem e na forma como actuam sem ouvir as pessoas. Se não mostrarmos desta vez que não concordamos com o que fazem, no futuro vão continuar a agir desta forma, como se não tivessem de ouvir a população”, defendeu.

A representante da AAPAM revelou ainda que não acredita que os verdadeiros amantes dos direitos dos animais visitem o futuro museu. Não só porque Coloane é considerado um lugar demasiado longe para os residentes da Península, mas também porque ver o BoBo embalsamado “só vai contribuir para que as pessoas fiquem mais zangadas”.

3 Dez 2018

Maratona | Rosa Mota celebra 30 anos da vitória em Seul

Em 1988, a atleta estava em diferendo com a Federação Portuguesa de Atletismo e tentou participar nos Jogos Olímpicos por Macau. Na altura, Manuel Silvério tratou do processo do lado do Governo do território. Agora recorda o caso

 

[dropcap]M[/dropcap]acau não é membro do Comité Olímpico Internacional (COI) nem participa nos Jogos Olímpicos, ao contrário do que acontece em Hong Kong. Ainda no ano passado, Chui Sai On ignorou o exemplo da RAEHK, e deixou muito claro que Macau nunca vai participar nos Jogos Olímpicos, porque não é um país soberano. Todavia, a história poderia ter sido muito diferente, e o território poderia ter mesmo feito a estreia, há 30 anos, com a medalha de ouro na maratona.

Foi em Março de 1988 que a polémica começou e que a histórias de Macau e Rosa Mota se cruzaram, pela primeira vez. José Pedrosa, treinador e actual marido de Rosa Mota, decide que a atleta, uma das principais favoritas ao ouro dos Jogos Olímpicos de Seul, não ia participar no Mundial de Estrada de 15 quilómetros. Apesar da ausência da atleta, Portugal conseguiu um terceiro lugar por equipas, devido à performance das atletas Conceição Ferreira, Albertina Dias e Albertina Machado.

Contudo, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) não gostou da atitude de Rosa Mota e abriu um inquérito à situação. Como consequência, a corredora foi castigada com a impossibilidade de se inscrever em provas internacionais e a participação nos Jogos Olímpicos de Seoul ficou mesmo em causa.

Contactos locais

Sem alternativas, o treinador da atleta, José Pedrosa, entra em contacto com o Governo de Macau. O episódio é recordado por Manuel Silvério, antigo presidente do Instituto do Desporto, e que na altura ocupava o cargo de adjunto do presidente do Conselho dos Desportos.

“Ela contactou-me através do treinador José Pedrosa e estivemos reunidos, os três. Eles viajaram até Macau para ultrapassarem o conflito com a Federação Portuguesa de Atletismo. Na altura, acreditavam que a Rosa Mota poderia participar nos Jogos Olímpicos integrada numa eventual comitiva de Macau”, recordou Manuel Silvério, em declarações ao HM.

Com o diferendo entre a FPA e Rosa Mota a subir de tom, sugiram, então, dois entraves à participação da atleta por Macau: por um lado, o território ainda não tinha formalizado a intenção de aderir ao COI, e por outro, a vontade política do Governo de Lisboa era hostil à ideia.

“Em termos de jurisdição, era possível. Mas havia um grande impedimento, que é o facto de Macau não ser membro do Comité Olímpico Internacional. Também havia uma outra questão: nos Jogos Olímpicos é o país que participa, e se a Rosa Mota fosse participar por Macau, Portugal perdia a face”, explicou.

Neste sentido, a questão acabou mesmo por ganhar uma componente política e em Portugal figuras como Mário Soares (então Presidente da República), Cavaco Silva (primeiro-ministro) e Roberto Carneiro (ministro da Educação) envolveram-se no caso.

Pressão política

A este ritmo não tardou a que a mensagem chegasse a Manuel Silvério: “Houve um grande entusiasmo com a ideia, mas tenho de lembrar que também fomos um bocado ingénuos, no sentido em que Macau tinha de obedecer a Lisboa. O Governo de Lisboa não mandava na FPA, mas acabou por ver-se ‘obrigado’ a actuar, em benefício do interesse nacional”, explicou. “Na altura o meu superior aconselhou-me, e quero deixar claro que não me obrigou, a distanciar-me do problema. Se ela corresse por Macau, Portugal levava uma bofetada”, revelou Manuel Silvério, que lidou com todo o processo. O então presidente do Conselho dos Desportos, tinha como superior Francisco Murteira Nabo, que em Macau desempenhou os cargos de secretário-adjunto para a Educação, Saúde e Assuntos Sociais e, mais tarde, o cargo de secretário-adjunto para os Assuntos Económicos.

Com o diferendo resolvido, Rosa Mota correu com as cores de Portugal e a 23 de Setembro de 1988 fez história, ao tornar-se na primeira atleta portuguesa, e única, a vencer uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Hoje, Manuel Silvério olha para todo o processo sem arrependimentos. Mesmo na altura, diz, ficou tudo resolvido.

“Ainda bem que houve um entendimento entre a atleta e a FPA. Também eu acabei por ser convidado para assistir à maratona de Seul e estava a cerca 10 metros de distância quando ela cortou a meta”, apontou. “Na altura falou-se que poderia ter sido uma medalha para Macau. Mas ainda bem que a diligência para que o Governo local não tivesse colaborado funcionou. Foi melhor assim”, acrescentou.

Atleta apadrinha corrida local

A atleta de 60 anos, que em 2016 venceu a mini-maratona de Macau, regressa ao território para apadrinhar a Maratona de Macau, que se vai correr no domingo e é organizada pelo Governo. Ontem à noite, a atleta ainda não sabia se iria fazer a mini-maratona a correr ou a andar, ao lado do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. “É um evento que faz parte do meu calendário anual e espero regressar durante muitos anos. Era bom sinal, até porque a maratona em Macau é sempre um dia de festa e é muito bom ver as ruas cheias de pessoas a fazerem desporto”, disse, ontem, Rosa Mota ao HM. A ex-maratonista actualmente não comenta assuntos não relacionados com as provas em participa.

30 Nov 2018

Portas do Cerco | Terminal de autocarros reabre a 15 de Dezembro

Mais de um ano depois, 13 carreiras vão voltar a circular e a parar no terminal das Portas do Cerco. Além disso, nos fins-de-semana e feriados os autocarros das excursões vão ficar proibidos de circular nas intermediações do terminal

 

[dropcap]O[/dropcap] terminal de autocarros das Portas do Cerco vai reabrir a 15 de Dezembro, com 13 carreiras. A revelação foi feita, ontem, pelo Director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San.

“A partir do dia 15 de Dezembro, são 24 carreiras as que vão utilizar as imediações do terminal como paragem. Depois, as carreiras que vão parar no terminal das Portas do Cerco serão 13”, disse Lam Hin San, no final de uma reunião do Conselho Consultivo de Trânsito. “Por enquanto, vão ser 13 carreiras a utilizar o terminal, que tem uma média de 170 mil passageiros por dia”, acrescentou.

Segundo as informações disponibilizadas, os autocarros número 1 (Barra – Av. Tamagnini Barbosa), 3 (Porto Exterior – Istmo F. Amaral), 10 (Barra – Av. Tamagnini Barbosa), 25 (Av. Tamagnini Barbosa – Vila de Coloane), 25B (Rua dos Currais – Rotunda Flor de Lótus), AP1 (Portas do Cerco – Aeroporto de Macau) e MT4 (Parque Sun Yat Sen – Terminal da Taipa) vão ter as Portas do Cerco como paragem inicial. Já as carreiras 17 (Jardim Camões – Centro Cultural), 27 (Ilha Verde – Areia Preta), 30 (Rua Lei Pou Chon – Taipa), 34 (R. Marginal do Canal das Hortas – Jardins do Oceano) e 51A (The Praia – Av. Vale das Borboletas). Finalmente, a carreira 3X (Praça Ferreira Amaral – Istmo Ferreira do Amaral) vai utilizar o terminal como última paragem.

Além da reabertura do trânsito no terminal das Portas do Cerco, a partir de 8 de Dezembro, nos fins-de-semana e feriados, os autocarros de turismo para as excursões ficam igualmente proibidos de circular perto do terminal, entre as 16h e as 20h. “É uma medida para aliviar a pressão do trânsito”, explicou Lam Hin San. “Passo a passo queremos fazer com que as excursões utilizem antes a fronteira da Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau”, clarificou.

Maior frequência

Por outro lado, o director da DSAT admitiu que vai pedir à empresa responsável pelos autocarros que fazem a travessia da nova ponte que aumentem a frequência. Após a abertura da ponte houve queixas sobre o número insuficiente de autocarros, o que fez inclusive com que vários turistas do Interior da China se vissem forçados a ficar por Macau, no último fim-de-semana, quando pretendiam deslocar-se para Hong Kong.

Ainda sobre a ponte, Lam Hin San explicou a existência de veículos de Hong Kong que circulam em Macau sem matrícula do território. “De acordo com a legislação em vigor, há uma matrícula electrónica. Os carros de Hong Kong apenas precisam de ter a matrícula da RAEHK e os carros de Macau também não precisam de meter a matrícula de Hong Kong”, clarificou. Contudo, o director da DSAT garantiu também que estas pessoas têm de cumprir as leis e que vão ser sancionadas como qualquer condutor em Macau.

 

Inspecções privadas

O Governo está a preparar a abertura do sector da inspecção de veículos a empresas privadas. O cenário foi avançado, ontem, por Lam Hin San, que explicou que actualmente o Executivo faz a inspecção de 100 mil veículos por ano. Com a abertura do sector, existe a expectativa de reduzir a carga do trabalho do Governo, ao mesmo tempo que se acelera o processo para os proprietários de veículos. Lam frisou ainda que é comum que em outros países e regiões sejam os privados a fazer a inspecção.

Parquímetros electrónicos

Os parquímetros do estacionamento vão passar a ter de incluir obrigatoriamente meio de pagamento electrónico. Segundo Lam Hin San, o regulamento para os parques de estacionamento vai ser alterado. Uma das mudanças em perspetiva é tornar obrigatória a possibilidade de usar meios de pagamento alternativos às moedas. Além disso, o Governo quer utilizar os terrenos recuperados, enquanto ainda aguardam pelos projectos de aproveitamento, para o estacionamento de viaturas, de forma temporária.

 

Flor de Lótus mais cara

As empresas TCM e Estrada para Veículos Ki-Kuan pediram e o Governo acedeu. A partir do próximo sábado o bilhete de autocarro para atravessar a Ponte da Flor de Lótus, no Cotai, vai aumentar para seis patacas, quando actualmente o custo é cinco. Este é o primeiro aumento desde 2016, explicado com os custos crescentes. “A DSAT procedeu à análise do pedido e verificou, relativamente ao Índice de Preços no Consumidor Geral e ao preço do gasóleo leve para veículos, aumentos de 3,3 por cento e de 6,3 por cento, respectivamente, quando comparado com o mesmo período do ano passado”, foi dito.

30 Nov 2018

CEM lança expansão da Central Térmica de Coloane

Raimundo do Rosário esteve presente na cerimónia e deixou em aberto a hipótese de subida do preço da electricidade em 2019. “Logo veremos”, respondeu quando questionado sobre o assunto

 

[dropcap]O[/dropcap] reforço da aposta na energia verde e na produção local de electricidade. É desta forma que os responsáveis da Companhia de Electricidade de Macau (CEM) definiram o novo projecto de expansão da Central Térmica de Coloane, cuja cerimónia de lançamento se realizou ontem.

O custo da obra está estimado entre 2,7 mil milhões patacas e 3 mil milhões patacas e os trabalhos deverão estar finalizados em 2022.

“Depois da nova unidade de geração a gás natural estar em funcionamento, a capacidade de produção de energia local aumentará significativamente. Contribuirá para 30 por cento do consumo total de energia, enquanto a proporção pode ser aumentada para 50 por cento em caso de emergência, podendo fazer face a situação de condições meteorológicas extremas de forma mais eficaz no futuro”, disse o presidente do Conselho de Administração da CEM, Fu Jianguo, no discurso da cerimónia. “Juntamente com a terceira interligação [ao Interior da China para a importação de energia] de 220kV com a China Southern Grid, a estabilidade geral do fornecimento de energia pode ser significativamente melhorada”, acrescentou.

Mais tarde, em declarações aos jornalistas, o vice-presidente do Conselho de Administração, João Marques da Cruz, aprofundou os aspectos ecológicos. “Uma parte da actual capacidade de energia produzida utiliza tecnologias que não são as mais modernas e que têm níveis de poluição razoavelmente acentuados. Por isso, o que vamos fazer é substituir essa capacidade mais poluente, por um ciclo combinado, usando gás natural, que tem uma redução em alguns poluentes de 90 por cento, mas que na média tem uma redução de 50 por cento”, explicou.

“A ideia é antiga e corresponde a uma necessidade. Estamos perto do Cotai, com todos aqueles hotéis fantásticos e não é correcto num lugar turístico ter uma fonte poluidora”, frisou.

Preços podem aumentar

Também Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, esteve presente na cerimónia. No final, garantiu que a extensão não vai resultar em preços mais altos, mas que poderá haver outros motivos para que isso aconteça.

“Ainda não sabemos se vai haver aumentos [devido a extensão da central térmica]. Mas penso que a electricidade não vai ficar mais cara, o que não quer dizer que a energia não possa aumentar. Há muitos anos que não é aumentada”, apontou. Questionado sobre se ia haver uma aumento em 2019, deixou a dúvida no ar: “logo veremos”, respondeu.

No entanto, o Governo não está a contar com um aumento motivado pelo preço das matérias primas ou aumentos no Interior da China, causados pela guerra comercial com os EUA. “Neste momento, não vejo nuvens negras no horizonte. Mas estas coisas, como sabem, evoluem. Não é um assunto concluído. Mas neste momento não prevejo um aumento”, afirmou Raimundo do Rosário.

A cerimónia de início da extensão da nova fase da central térmica foi realizada no mesmo dia em que também se celebrou o início das operações da obra original, há 40 anos.

 

Confiança em renovação da concessão

A actual concessão da CEM termina em 2025. No entanto, a empresa está confiante que o contrato possa ser renovado por mais 15 anos. “A partir de 2025 podem acontecer duas coisas, uma é que a CEM continuar a ter a concessão, uma coisa que desejamos e que tudo faremos para que aconteça”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Administração, João Marques da Cruz. “Se a concessão acabar, todos os activos vão ser transferidos para o novo concessionário. Mas estamos muito confiantes que a CEM vai continuar a servir Macau nos 15 anos seguintes após 2025”, acrescentou.

 

Cão não preocupa

“As pessoas podem estar descansadas. O que aconteceu foi um acidente e os acidentes, infelizmente, ocorrem. Penso que a CEM já está a tratar do assunto, já fez inclusive um comunicado e vai continuar a investigar o caso”, disse o secretário para os Transportes e Obras Públicas, sobre o cão chamado Beethoven que morreu, depois de ter entrado em contacto com um poste de um candeeiro público. “Lamento o sucedido”, frisou. Do lado da CEM, João Marques da Cruz também abordou o assunto: “O nível de incidentes na nossa rede é baixíssimo, comparado com os indicadores internacionais e compara muito bem com Hong Kong. Os acidentes podem acontecer. É lamentável, mas não devemos concluir que a nossa rede não é segura”, disse o responsável da CEM.

29 Nov 2018

Vacinação | Serviços de Saúde garantem qualidade de produtos importados

Os lotes de vacinas com problemas que chegaram a Taiwan e Hong Kong não foram importados por Macau. Os Serviços de Saúde admitem comprar produtos aos laboratórios Sanofi, mas ao contrário das vacinas que entraram em Taiwan e Hong Kong, as da RAEM foram produzidas nos EUA

 

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde garantem a segurança de todas as vacinas contra a gripe importadas para o território. A posição foi tomada, na terça-feira à noite, depois de ter sido revelado que tanto Taiwan como Hong Kong tinham importado vacinas com partículas brancas, impurezas, do laboratório francês Sanofi.

Segundo a informação do Governo de Macau, as vacinas que foram compradas são na sua maioria provenientes da Alemanha, do laboratório GSK. Também houve vacinas importadas de laboratórios da Sanofi, mas neste caso tiveram origem norte-americana, pelo que não há razões para qualquer preocupação ou pânico.

“Os Serviços de Saúde da Região Administrativa Especial de Macau reiteram que nunca foram importadas vacinas suspeitas de terem problemas e as vacinas usadas no território são provenientes de diferentes origens e marcas”, pode ler-se no comunicado. Foi ainda deixado o apelo para que o público “não entre em pânico nem esteja preocupado”.

De acordo com a explicação oficial, houve vacinas da marca Sanofi importadas. Contudo, o laboratório onde foram produzidas fica nos EUA, enquanto a proveniência dos lotes com problemas foi a França. A marca também é diferente: “Algumas vacinas, destinadas aos bebés e a crianças pequenas, são quadrivalentes, da marca FluQuadri, produzida nos laboratórios dos Estados Unidos da América (EUA) da empresa Sanofi com o número de lote U6256FF”, foi admitido. Porém é explicado que as vacinas com problemas têm a marca Vaxigrip e envolvem, os lotes R3J721V ou R3J72.

“Os Serviços de Saúde questionaram os fornecedores e obtiveram garantias que as vacinas disponibilizadas não foram afectadas por este incidente”, foi igualmente revelado.

Sem reacções adversas

Segundo o Governo a questão é tratada com o máximo de zelo e “além de serem escolhidas vacinas produzidas por fabricantes de renome internacional, existe um rigoroso controlo das condições de transporte e de armazenamento”.

O caso surgiu depois das autoridades de Taiwan terem detectado anomalias em vacinas, devido à existência de partículas brancas, nomeadamente impurezas. Os mesmos lotes com problemas também forma importados para Hong Kong, afectando cerca de 175 mil vacinas, cuja utilização foi suspensa. No entanto, as autoridades de Hong Kong garantem que até ao momento não foram detectadas “reacções adversas” nas pessoas vacinadas com os produtos em causa.

De acordo com os Serviços de Saúde de Macau, no âmbito do Programa de Vacinação Gratuita contra a Gripe Sazonal 2018-2019, que começou a 24 de Setembro, já foram vacinas 86.674 pessoas, o que representa um aumento de 29 por cento face ao ano passado, quando tinham sido vacinadas 67.232 pessoas. O território tem ainda em stock 63.000 doses da vacina.

29 Nov 2018

Charles Leong finaliza Campeonato Asiático de F3 no 4.º lugar

[dropcap]C[/dropcap]harles Leong terminou a primeira participação no Campeonato Asiático de Fórmula 3 num quarto lugar, a 82 pontos do vencedor. O piloto de Macau foi o melhor piloto asiático do campeonato, atrás dos britânicos Raoul Hyman e Jake Hughes, primeiro e segundo classificados, e do norte-americano Jaden Conwright.

Ao longo do ano, o piloto da Dragon Hitech GP somou seis pódios, com um segundo lugar e cinco terceiros lugares, tendo alcançado a melhor posição na primeira ronda do campeonato, disputada no Circuito Internacional de Sepang. Contudo, ao HM, o piloto admite que esperava mais da época de estreia.

“Não é o lugar em que esperava terminar o campeonato. Sinto que tive muito azar nas últimas corridas. De uma certa forma, senti que toda a minha má sorte se acumulou para me afectar, principalmente na última ronda do campeonato”, disse Charles Leong, piloto local.

“A nível de resultados foi um ano que não correspondeu às minhas expectativas, queria ter ficado melhor classificado, mas não foi possível”, acrescentou.

Charles Leong tinha chegado à última ronda do campeonato com hipótese de lutar pelo terceiro lugar. Contudo, problemas com o carro em duas das três corridas impediram-no de se aproximar de americano Jaden Conwright, não indo além de um 13.º e de um 15.º lugares. Na última corrida do fim-de-semana, acabou por chegar ao nono lugar, depois de ter arrancado do fim da grelha.

Já o americano selou a questão do lugar mais baixo do pódio com um terceiro lugar na última corrida e ainda com os oito pontos do sexto lugar, logo na primeira corrida do fim-de-semana de provas na Malásia.

Futuro em aberto

Em aberto continua ainda o futuro do piloto, que vai estar entre 6 e 9 do próximo mês a participar Taça Internacional de Macau KZ, em Coloane. Este é um facto que também se fica a dever às alterações no Campeonato Europeu de Fórmula 3, que vai integrar o campeonato GP3, mudando o nome para Campeonato Internacional de Fórmula 3.

Por este motivo há ainda uma grande incerteza entre as diferentes equipas que competem nas duas categorias: “Neste momento ainda há muita indefinição sobre o futuro da modalidade, devido às alterações na Fórmula 3, com o novo campeonato. Nem as equipas sabem muito bem o que se vai passar. Por isso estamos todos na expectativa e ainda não sei o que vai acontecer no próximo ano”, reconheceu. “Mas espero poder ir competir para a Europa”, frisou.

28 Nov 2018

Pró-democratas de Macau não temem réplica das eleições de Hong Kong e Taiwan

O afastamento dos problemas das comunidades e foco excessivo em assuntos contra Pequim são vistos no território como a principal razão para que tanto o Partido Progressista Democrático, em Taiwan, como os democratas de Hong Kong tenham sido penalizados pelos eleitorados

com Andreia Sofia Silva

 

[dropcap]N[/dropcap]o passado fim-de-semana tanto em Hong Kong como em Taiwan, as forças políticas com posições mais afastadas do Governo Central foram penalizadas nas urnas. Em Macau, os deputados e analistas ouvidos pelo HM não acreditam que a tendência se vá repetir nem que o eleitorado mais próximo dos democratas tenha a tendência para se aproximar do sector pró-sistema.

No caso de Taiwan, o Partido Progressista Democrático (DPP, na sigla inglesa) foi penalizado nas eleições municipais, com o número de câmaras controladas a cair de 13 para 6, ou seja menos sete câmaras. Desde que o DPP regressou ao Governo, em Taiwan, no ano de 2016, a presidente Tsai Ing-wen tem feito questão de não reconhecer o Consenso de 1992, ou seja quando os Governos de Taipé e Pequim se comprometeram a aceitar que só existe uma única China, apesar de haver interpretações diferentes. Ao mesmo tempo, o Kuomintang (Partido Nacionalista, em português), mais próximo de Pequim, aumentou o número de câmaras de 6 para 15, ou seja ganhou 9, com sete a serem conquistadas ao DPP e as restantes duas câmaras a independentes.

No caso de Hong Kong, nas eleições intercalares para atribuir o lugar da democrata Lau Siu-lai, expulsa do cargo de deputada por irregularidades no juramento, a vitória foi para o campo pró-Pequim. A candidata independente Chan Hoy-yan derrotou Lee Cheuk-yan, membro do Partido Trabalhista e candidato substituto da própria Lau Siu-lai, independente que foi impedida de participar nas eleições, após o Governo de Hong Kong a ter acusado de defender a autodeterminação da RAEHK.

Segundo o deputado José Pereira Coutinho, este é um cenário que muito dificilmente se vai repetir em Macau. Ao HM, o legislador apoiado pela Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) sustentou que as penalizações nas urnas se ficaram a dever à desvalorização das necessidades da população.

“Em Macau não acredito que haja este tipo de alterações nos eleitorados. Em qualquer parte do mundo, e sempre disse isto, um governante ou um deputado da Assembleia Legislativa tem de desempenhar as suas funções a pensar nos problemas dos cidadãos. São estas as suas funções primordiais”, começou por explicar. “Com base nas informações que recebi e através do que li nos órgãos de comunicação social, tanto em Hong Kong como em Taiwan as candidaturas pró-democratas falharam redondamente em prestar atenção aos problemas das comunidades. Foi tão simples quanto isto”, acrescentou.

Também em ambos os casos, José Pereira Coutinho acusa as forças mais afastadas de Pequim de se concentrarem demasiado na independência, descurando o eleitorado. “As pessoas do DPP focaram-se demasiado na independência, tal como aconteceu em Hong Kong com os pró-democratas, e não prestaram a atenção devida aos assuntos sociais”, apontou. Por este motivo, o deputado ligado à ATFPM considerou “até normais” os resultados de ambas as forças políticas das regiões.

Histórias diferentes

Também Sulu Sou, o deputado mais jovem da Assembleia Legislativa e representante da Associação Novo Macau, não acredita que a tendência de penalizar pró-democratas e forças mais afastadas de Pequim chegue à RAEM.

“O campo democrático de Macau é muito mais fraco do que o campo democrata de Hong Kong, havendo uma diferença muito maior entre os resultados das forças pró-sistema e pró-democracia. São histórias e contextos sociais bastante diferentes, o que faz com que as comparações não possam ser muito directas”, começou por realçar Sulu Sou, ao HM.

Todavia, mostrou-se de acordo com o facto dos assuntos sociais terem de ser encarados como prioritários, sem se abdicar das condições que garantem o Segundo Sistema e seguindo os princípios democráticos. “Acredito que o campo democrático tem de continuar a ter em consideração tanto os assuntos sociais como os assuntos da manutenção do Segundo Sistema, indicando claramente quais são os problemas institucionais em ambos os aspectos”, defendeu o legislador. “São duas áreas muito importantes, assim como a relação que é estabelecida com o Governo Central. Mas, como democratas não podemos desvalorizar este conceito e princípio político”, sustentou.

Elitismo democrático

Após terem sido conhecidos os resultados das eleições de Taiwan, o Governo de Pequim veio a público dizer que os eleitores da Ilha Formosa não queriam o afastamento do Interior da China. No entanto, para o analista político Larry So dificilmente os resultados se podem explicar principalmente pela posição do DPP face a Pequim.

O analista também fez questão de frisar que os eleitorados de Taiwan e de Hong Kong são diferentes e que muito dificilmente podem ser comparados directamente. Contudo, reconhece que em ambos os casos a lição a retirar é a mesma.

“Por exemplo, em Taiwan como é possível que o candidato Han Kuo-yu [Kuomintang] tenha sido eleito presidente do município de Kaoshiung, um dos bastiões do DPP? Deve-se ao facto dele não ter utilizado a abordagem tradicional do Partido Nacionalista, ou seja focou-se no voto popular”, explicou o analista político. “Ele teve uma abordagem popular, que costumava ser a estratégia do DPP e que está a ser abandonada. Foi por isso que o DPP ganhou o voto popular e o poder tão depressa, depois de ser criado”, esclareceu.

Já em Hong Kong, Larry So considera que os pró-democratas estão num “bolha” político-partidária, que em muitos aspectos não respondem às prioridades das pessoas. “Os democratas estão a afastar-se cada vez mais da base popular, e focam-se cada vez mais nas lutas partidárias, dentro da arena política. Estão a afastar-se do cidadãos comum”, apontou.

O analista sustentou também que no final de contas, uma das principais razões para as pessoas votarem são os aspectos económicos. “No caso de Taiwan temos de ver que não interessa muito se as pessoas são fervorosas defensoras de uma ideologia. Se, no final, o Governo piora a situação financeira, as pessoas vão achar que simplesmente não estão a ser bem governadas. É algo que também acontece na União Europeia e nos Estados Unidos da América. A economia é fundamental, mesmo nos países democráticos, para definir o rumo de um Governo”, indicou.

Chefe do Executivo como chave

Neste momento, ainda faltam cerca de três anos para as próximas eleições legislativas, pelo que os deputados não quiseram fazer grandes previsões sobre o futuro. Porém, Ng Kuok Cheong acredita que o plano económico vai ser a principal preocupação em altura de campanha eleitoral, principalmente tendo em conta a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e a possível bolha imobiliária no outro lado da fronteira.

“Não espero consequências semelhantes para o campo pró-democrata em Macau. O próximo grande desafio a nível político é perceber o que vai acontecer à economia da China e como lidar com os impactos que vão ser sentidos em Macau, assim como nas outras regiões. É esse aspecto que vai ter um grande impacto”, frisou Ng Kuok Cheong, em declarações ao HM.

Para Larry So haverá outro factor mais importante para saber se o campo pró-democrata pode crescer, ou se vai mesmo diminuir: “Os resultados vão ser muito influenciados pelo futuro Chefe do Executivo. Se o futuro líder conseguir adoptar medidas que beneficiem a população, a base dos democratas pode estagnar ou ser reduzida. Mas se a situação actual se mantiver, se o futuro CE seguir as mesmas políticas, então acredito que o número de votantes cresça”, concluiu o analista político.

28 Nov 2018