João Santos Filipe SociedadeEpidemia | Homem cospe e deixa 300 máscaras inutilizáveis [dropcap]U[/dropcap]m homem insatisfeito com a qualidade das máscaras que comprou nos postos de distribuição do Governo foi ao Posto de Saúde de Seac Pai Van e cuspiu em cima de 30 sacos de máscaras. O caso foi revelado, ontem, pelo director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), Lei Chin Ion, que apontou que como consequência deste acto 300 máscaras que seriam para ser vendidas à população ficaram inutilizáveis. Segundo a versão apresentada na conferência de imprensa de ontem, o homem foi ao ponto de distribuição de uma associação local, na segunda-feira, e comprou 10 máscaras por 8 patacas, o preço definido pelo Executivo. Contudo, o individuo não ficou satisfeito com a qualidade do produto e foi ao Posto de Saúde de Seac Pai Van para trocar as máscaras. Quando chegou ao espaço foi-lhe dito que teria de esperar numa fila para a troca. Foi nesta altura que o homem perdeu a paciência, começou a protestar e terá dito: “Se eu morrer, morremos todos”. Depois, cuspiu na direcção das máscaras e acabou por atingir um monte com 30, o que faz com que 300 unidades tenham de ser destruídas, por não haver garantias que não estão contaminadas. “Não vamos tolerar este tipo de comportamentos e o homem vai ter de responder pelos seus actos. O caso já foi reencaminhado para as autoridades que vão fazer a investigação e entregar o processo ao Ministério Público”, relatou Lei Chin Ion. Crime e castigo Devido a este caso o homem pode ter de vir a responder em tribunal pela prática do crime de “dano”, que é punido com pena de prisão até 3 anos ou pena de multa. No entanto, se for considerado que as máscaras são “coisa destinada ao uso e utilidade públicos” o crime em causa é “dano qualificado” o que faz com que a pena de prisão chegue aos 5 anos ou 600 dias de multa. Esta não é o primeiro crime suspeito relacionado com o programa de distribuição de máscaras do Governo. Na semana passada um agente de uma seguradora recorreu aos dados de identificação de vários clientes para comprar mais do que as 10 máscaras destinadas a casa residente ou trabalhador não-residente. O homem incorre na prática do crime de “uso de documento de identificação alheio”, que é punido com pena de prisão até 3 anos ou multa.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFecho dos casinos causa corrida ao supermercados O Chefe do Executivo sublinhou várias vezes que o abastecimento de comida chega para todos e pediu à população para não se preocupar. Mas ainda não tinha acabado de falar e as prateleiras dos supermercados já tinham começado a ser limpas [dropcap]A[/dropcap]pesar do Chefe do Executivo ter garantido que existem alimentos em reserva suficiente para garantir o abastecimento da RAEM durante os próximos dias, a mensagem não evitou uma corrida aos supermercados. Ainda a conferência de imprensa de Ho Iat Seng, que começou às 13h00, não tinha terminado e já várias pessoas corriam para os estabelecimentos comerciais da zona de Nam Van, com malas e carrinhos, onde colocar as compras para os próximos dias. No entanto, o cenário foi comum a várias zonas da cidade e em todos os supermercados verificaram-se longas filas para pagar as compras. Ainda antes das 16h00 já vários produtos em diferentes supermercados estavam completamente esgotados. Entre as principais escolhas dos residentes mais apressados destacaram-se as massas, fitas, arroz, enlatados e os vegetais. Também a água engarrafada esteve entre as escolhas dos comerciantes. Em declarações ao jornal Exmoo, houve cidadãos que explicaram ter corrido aos supermercados por estarem a planear não sair de casa nos próximos dias, pelo que precisam de encher-se com reservas. Mas também houve quem admitisse que a sua “corrida” se ficou a dever ao medo face “ao pânico” geral de não se poder comprar alimentos nos próximos dias. Stock suficiente Apesar da agitação nas ruas, Ho Iat Seng garante que o abastecimento vai chegar a todos. “Temos um stock suficiente para garantir o abastecimento da população. Os cidadãos não se devem preocupar com o stock de alimentos. Nós garantimos o abastecimento”, afirmou durante a conferência de imprensa. O Chefe do Executivo reconheceu ainda que houve ruptura dos produtos na semana passada, mas defendeu que por motivos que agora não estão a afectar o território: “Posso garantir que o abastecimento de comida é suficiente. Antes houve falta de comida, porque muita gente ainda estava de férias devido às festividades do Ano Novo Chinês”, explicou. Mais à tarde, já na conferência de imprensa diária, os números do abastecimento a Macau foram anunciadores pelo presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares. De acordo com o responsável, Macau vai receber 180 toneladas de vegetais, 240 porcos e 340 toneladas de carne congelada, 60 toneladas de fruta, 43 toneladas de peixe e 400 mil ovos. “Além destes descarregamentos previstos, temos ainda nos armazéns 1600 toneladas de carne congelada, que são suficientes para um período entre 10 a 20 dias”, sublinhou José Tavares. “Não precisamos de entrar em pânico”, indicou. Apelos à calma Também o secretário para a Economia e Finanças apontou a necessidade de se evitar os supermercados. “O corte das linhas marítimas entre Macau e Hong Kong não afecta o abastecimento de alimentos. As pessoas também não precisam de correr atrás dos produtos porque isso só vai fazer com que o stock dure menos tempo e gere confusão”, sustentou Lei Wai Nong. O governante indicou ainda que as grandes corridas aos estabelecimentos são contraproducentes, porque aumentam os riscos de infecção. “Se houver grandes concentrações nos supermercados, as pessoas estão ainda expostas a riscos maiores de contágios”, declarou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEpidemia | Registados mais dois casos e número de infectados sobe para dez Uma trabalhadora da Galaxy e um condutor de shuttle bus da SJM foram confirmados como os novos casos de infectados com o coronavírus em Macau. A mulher de 29 anos é sobrinha de uma outra residente, que tinha sido confirmada como o oitavo caso [dropcap]O[/dropcap] número de pessoas infectadas com a Pneumonia de Wuhan em Macau subiu para 10, com o anúncio de mais dois casos que envolvem locais. Tratam-se de duas pessoas que trabalharam para os casinos, nomeadamente Galaxy e SJM. O nono caso confirmado envolve uma residente de 29 anos que vive no edifício Kong Fok On e trabalha como jardineira no Galaxy. É sobrinha de uma outra mulher infectada que foi considerada como o oitavo caso. Devido ao contacto entre as duas mulheres, este poderia ser o primeiro caso de contaminação local, mas os Serviços de Saúde ainda não confirmam o cenário: “Como a mulher esteve no Interior mais do que uma vez ainda não podemos dizer que é um caso local, pode ter sido importado”, afirmou Leong Iek Hou, coordenador do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. O contacto entre a mulher de 29 anos e a tia, que é a oitava infectada em Macau, terá acontecido em duas ocasiões, a 23 e 24 de Janeiro. No primeiro dia a sobrinha esteve em casa da tia a fazer reparações e utilizou sempre máscara, ao contrário da familiar. A segunda ocasião tratou-se de um jantar de família, mas as duas não terão comido na mesma mesa nem estado à conversa mais do que cinco minutos Antes dos encontros, a mulher de 29 anos esteve em Zhuhai, a 19 de Janeiro, onde assistiu a um concerto. Esta é uma das ocasiões em que o vírus também poderá ter sido contraído. Apenas no dia 25, após mais um encontro familiar com 12 membros, é que a mulher começou a apresentar sintomas como febre, dores de costas e tosse. Porém, após dois dias em casa, foi trabalhar entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro. Finalmente, no domingo, como a tia tinha sido confirmada com o oitavo caso, a mulher foi ao hospital e fez o teste, que acabou por dar positivo. O caso levou ainda ao isolamento de três colegas de trabalho, e 14 familiares. Além disso, 34 colegas de trabalhão estão a ser observados, caso apresentem sintomas. Jantar em Zhuhai O 10.º caso é um homem, de 59 anos, que conduz shutles bus para a SJM, nos percursos entre as Portas do Cerco e o casino Grande Lisboa, e entre o terminal Marítimo do Pac On e o Grande Lisboa. Vive no edifício Pat tat Sun Chuen, na Avenida Venceslau Morais, e esteve no Interior no dia 25 de Janeiro, onde pagou um jantar de família à mãe. No entanto, quando regressou já apresentava sintomas como febre e tosse. Entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro o homem foi por duas vezes a clínicas privadas, mas como não se curava decidiu ir ao Hospital Kiang Wu. Também a esta instituição fez duas visitas, anteontem e ontem, até que foi confirmado como o 10.º caso, já depois de ser transferido para o Centro Hospitalar Conde São Januário. O facto de ter estado em Zhuhai a jantar faz com que o caso seja considerado importado. O homem esteve em contacto próximo com a mulher e os dois filhos e ainda com nove pessoas com quem terá tido uma refeição mais longa. Além disso, 57 pessoas, que estavam na altura no hospital Kiang Wu vão ficar em observação e ser testadas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEpidemia | Registados mais dois casos e número de infectados sobe para dez Uma trabalhadora da Galaxy e um condutor de shuttle bus da SJM foram confirmados como os novos casos de infectados com o coronavírus em Macau. A mulher de 29 anos é sobrinha de uma outra residente, que tinha sido confirmada como o oitavo caso [dropcap]O[/dropcap] número de pessoas infectadas com a Pneumonia de Wuhan em Macau subiu para 10, com o anúncio de mais dois casos que envolvem locais. Tratam-se de duas pessoas que trabalharam para os casinos, nomeadamente Galaxy e SJM. O nono caso confirmado envolve uma residente de 29 anos que vive no edifício Kong Fok On e trabalha como jardineira no Galaxy. É sobrinha de uma outra mulher infectada que foi considerada como o oitavo caso. Devido ao contacto entre as duas mulheres, este poderia ser o primeiro caso de contaminação local, mas os Serviços de Saúde ainda não confirmam o cenário: “Como a mulher esteve no Interior mais do que uma vez ainda não podemos dizer que é um caso local, pode ter sido importado”, afirmou Leong Iek Hou, coordenador do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. O contacto entre a mulher de 29 anos e a tia, que é a oitava infectada em Macau, terá acontecido em duas ocasiões, a 23 e 24 de Janeiro. No primeiro dia a sobrinha esteve em casa da tia a fazer reparações e utilizou sempre máscara, ao contrário da familiar. A segunda ocasião tratou-se de um jantar de família, mas as duas não terão comido na mesma mesa nem estado à conversa mais do que cinco minutos Antes dos encontros, a mulher de 29 anos esteve em Zhuhai, a 19 de Janeiro, onde assistiu a um concerto. Esta é uma das ocasiões em que o vírus também poderá ter sido contraído. Apenas no dia 25, após mais um encontro familiar com 12 membros, é que a mulher começou a apresentar sintomas como febre, dores de costas e tosse. Porém, após dois dias em casa, foi trabalhar entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro. Finalmente, no domingo, como a tia tinha sido confirmada com o oitavo caso, a mulher foi ao hospital e fez o teste, que acabou por dar positivo. O caso levou ainda ao isolamento de três colegas de trabalho, e 14 familiares. Além disso, 34 colegas de trabalhão estão a ser observados, caso apresentem sintomas. Jantar em Zhuhai O 10.º caso é um homem, de 59 anos, que conduz shutles bus para a SJM, nos percursos entre as Portas do Cerco e o casino Grande Lisboa, e entre o terminal Marítimo do Pac On e o Grande Lisboa. Vive no edifício Pat tat Sun Chuen, na Avenida Venceslau Morais, e esteve no Interior no dia 25 de Janeiro, onde pagou um jantar de família à mãe. No entanto, quando regressou já apresentava sintomas como febre e tosse. Entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro o homem foi por duas vezes a clínicas privadas, mas como não se curava decidiu ir ao Hospital Kiang Wu. Também a esta instituição fez duas visitas, anteontem e ontem, até que foi confirmado como o 10.º caso, já depois de ser transferido para o Centro Hospitalar Conde São Januário. O facto de ter estado em Zhuhai a jantar faz com que o caso seja considerado importado. O homem esteve em contacto próximo com a mulher e os dois filhos e ainda com nove pessoas com quem terá tido uma refeição mais longa. Além disso, 57 pessoas, que estavam na altura no hospital Kiang Wu vão ficar em observação e ser testadas.
João Santos Filipe VozesAtaque a Macau [dropcap]A[/dropcap] decisão unilateral de Carrie Lam de fechar as ligações marítimas para o centro de Hong Kong é um ataque totalmente injustificado à RAEM e é uma vergonha, que merecia um protesto por parte dos dirigentes de Macau. Hong Kong está a dar um mau exemplo ao mundo, ao mostrar que a RAEM pode ser isolada. A partir de agora é mais fácil para outros países e jurisdições seguirem o mesmo caminho e fecharem ligações aéreas. Se até a uma região da China o faz… Carrie Lam sempre disse que não podia tratar de forma discriminatória o Interior, mas não teve problema nenhum em tratar dessa forma a população de Macau. Macau não faz parte da China para Carrie Lam? Alguém pensou no impacto desta medida que apanhou até o Governo de Macau de surpresa? Desde que a epidemia rebentou, Macau agiu sempre muito mais depressa que Hong Kong, distribuiu máscaras e soube responder às ansiedades da população. Aliás, muitas dessas medidas foram elogiadas em Hong Kong pela população e acabaram por ser copiadas pelo conjunto de pessoas que toma decisões na RAEHK. Enquanto em Macau se andou a trabalhar, a comunicar com a população e a responder aos anseios, em Hong Kong, a secretária Sophia Chan imitou o exemplo da sua grande líder, quando dinamitou a RAEHK, e em vez de pedir desculpas e reconhecer os erros foi para a televisão chorar. As governantes daquele outro lado choram muito, mas são incapazes de arranjar soluções para os problemas que criam. Portanto, foram pela opção mais fácil: fecharam o terminal para Macau. A população de Macau e o Governo não mereciam esta humilhação, que é muito maior porque vem de “dentro”.
João Santos Filipe SociedadeTelecomunicações | Browser da Xiaomi bloqueia sites em Macau O programa do fabricante impede o acesso a portais informativos, apesar da ligação ser feita em Macau. Um artigo do jornal Strait Times é completamente boqueado. A empresa reconhece que o problema está relacionado com o facto de existirem em Macau telemóveis que foram feitos para o mercado do Interior da China [dropcap]A[/dropcap] empresa fabricante de telemóveis Xiaomi está a bloquear o acesso dos internautas de Macau a determinados portais noticiosos. O bloqueio é feito através do programa browser da empresa, denominado Mi Browser, que tem como logótipo um globo branco num fundo azul. O programa vem incorporado nos telemóveis disponibilizados e faz parte da escolha pré-definida, para navegar nos diferentes websites. No domingo, o HM tentou aceder ao portal online do jornal Strait Times, em particular a uma notícia sobre o alegado surto de gripe das aves na província de Hunan, e deparou-se com a seguinte mensagem: “De acordo com as leis deste país, o acesso a este portal está banido”. O texto surge escrito em chinês simplificado. Além deste texto, com letras pretas em fundo branco, não há mais nenhuma indicação sobre se o bloqueio é feito a pedido do Governo Central ou do Executivo da RAEM. A mensagem também não explica a lei que está em vigor que permite bloquear o acesso em Macau. Quando contactada pelo HM, um fonte da empresa explicou que tal prende-se com o facto de haver em Macau dispositivos desenvolvidos a pensar no mercado do Interior, nomeadamente no que diz respeito ao sistema operativo. “A Xiaomi cumpre sempre as leis e os regulamentos dos mercados em que opera. Para os equipamentos destinados ao mercado do Interior são-nos exigidas definições que aplicamos para cumprir com os regulamentos”, foi explicado. “Por isso, sugerimos aos nossos utilizadores fora do Interior que escolham equipamentos com a versão global do MIUI [sistema operativo], para garantir uma melhor experiência com os aparelhos”, foi acrescentado. O facto do Mi Browser bloquear o acesso a determinados portais não impede que um utilizador instale um outro browser e consiga navegar nesses portais. No mesmo dispositivo, com recurso, por exemplo aos browsers Firefox ou Google Chrome, o acesso ao site em causa foi concretizado sem qualquer restrição. Também o Governo reconhece que esta situação se verifica e aconselha as pessoas a utilizarem outro programa em vez do browser Xiaomi. “Depois de se ter testado, verificou-se que o website não é mostrado apropriadamente devido a um problema de funcionamento do browser do Xiaomi. É recomendado que instale outro browser da rede (tal como o Chrome) para aceder ao website”, respondeu a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT). Queixas lá fora Esta não será uma situação exclusiva de Macau e em vários fóruns online há utilizadores que afirmam estar em países da União Europeia, e se deparam com a mesma situação. Além de haver portais bloqueados, o Browser Xiao apresenta ainda mensagem a desaconselhar a visita a determinados portais de informação. É o que acontece quando o utilizador tenta aceder aos portais do Hoje Macau ou do South China Morning Post. A entrada é garantida, mas só depois de o utilizador assumir a responsabilidade do acesso. Em comum os portais mencionados têm o facto de serem bloqueados pela “Grande Muralha” do Interior da China, ou seja o sistema de censura e controlo da Internet que vigora ao abrigo do Primeiro Sistema.
João Santos Filipe SociedadeTelecomunicações | Browser da Xiaomi bloqueia sites em Macau O programa do fabricante impede o acesso a portais informativos, apesar da ligação ser feita em Macau. Um artigo do jornal Strait Times é completamente boqueado. A empresa reconhece que o problema está relacionado com o facto de existirem em Macau telemóveis que foram feitos para o mercado do Interior da China [dropcap]A[/dropcap] empresa fabricante de telemóveis Xiaomi está a bloquear o acesso dos internautas de Macau a determinados portais noticiosos. O bloqueio é feito através do programa browser da empresa, denominado Mi Browser, que tem como logótipo um globo branco num fundo azul. O programa vem incorporado nos telemóveis disponibilizados e faz parte da escolha pré-definida, para navegar nos diferentes websites. No domingo, o HM tentou aceder ao portal online do jornal Strait Times, em particular a uma notícia sobre o alegado surto de gripe das aves na província de Hunan, e deparou-se com a seguinte mensagem: “De acordo com as leis deste país, o acesso a este portal está banido”. O texto surge escrito em chinês simplificado. Além deste texto, com letras pretas em fundo branco, não há mais nenhuma indicação sobre se o bloqueio é feito a pedido do Governo Central ou do Executivo da RAEM. A mensagem também não explica a lei que está em vigor que permite bloquear o acesso em Macau. Quando contactada pelo HM, um fonte da empresa explicou que tal prende-se com o facto de haver em Macau dispositivos desenvolvidos a pensar no mercado do Interior, nomeadamente no que diz respeito ao sistema operativo. “A Xiaomi cumpre sempre as leis e os regulamentos dos mercados em que opera. Para os equipamentos destinados ao mercado do Interior são-nos exigidas definições que aplicamos para cumprir com os regulamentos”, foi explicado. “Por isso, sugerimos aos nossos utilizadores fora do Interior que escolham equipamentos com a versão global do MIUI [sistema operativo], para garantir uma melhor experiência com os aparelhos”, foi acrescentado. O facto do Mi Browser bloquear o acesso a determinados portais não impede que um utilizador instale um outro browser e consiga navegar nesses portais. No mesmo dispositivo, com recurso, por exemplo aos browsers Firefox ou Google Chrome, o acesso ao site em causa foi concretizado sem qualquer restrição. Também o Governo reconhece que esta situação se verifica e aconselha as pessoas a utilizarem outro programa em vez do browser Xiaomi. “Depois de se ter testado, verificou-se que o website não é mostrado apropriadamente devido a um problema de funcionamento do browser do Xiaomi. É recomendado que instale outro browser da rede (tal como o Chrome) para aceder ao website”, respondeu a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT). Queixas lá fora Esta não será uma situação exclusiva de Macau e em vários fóruns online há utilizadores que afirmam estar em países da União Europeia, e se deparam com a mesma situação. Além de haver portais bloqueados, o Browser Xiao apresenta ainda mensagem a desaconselhar a visita a determinados portais de informação. É o que acontece quando o utilizador tenta aceder aos portais do Hoje Macau ou do South China Morning Post. A entrada é garantida, mas só depois de o utilizador assumir a responsabilidade do acesso. Em comum os portais mencionados têm o facto de serem bloqueados pela “Grande Muralha” do Interior da China, ou seja o sistema de censura e controlo da Internet que vigora ao abrigo do Primeiro Sistema.
João Santos Filipe PolíticaCasinos | Angela Leong elogia obrigatoriedade do uso de máscara [dropcap]A[/dropcap] deputada Angela Leong, que é igualmente membro da direcção da concessionária Sociedade de Jogos de Macau, elogiou a decisão do Executivo de obrigar os jogadores e trabalhadores dos casinos a usarem máscara. “É uma medida que não só permite proteger melhor os trabalhadores do jogo da linha da frente que estão a contribuir para o desenvolvimento da economia de Macau neste momento, como também permite garantir a segurança da saúde dos jogadores”, afirmou, em comunicado, a legisladora. A quarta mulher de Stanley Ho disse ainda acreditar que todas as seis concessionárias vão implementar de forma exemplar as recomendações do Governo para prevenir e controlar a epidemia da Pneumonia de Wuhan. “Vamos todos ganhar esta guerra de prevenção da epidemia”, diz a deputada, de acordo com o comunicado. Outro dos assuntos abordados pela deputada foi a suspensão das aulas que diz estar a criar “grande apreensão” junto de alunos e encarregados de educação. Porém, Angela Leong desdramatiza a situação, e sublinha que o mais importante é prevenir e controlar a epidemia. Como solução à suspensão das aulas, a membro da Assembleia Legislativa diz apoiar a corrente de opinião que considera que as escolas podem prolongar as aulas no Verão, de forma a recuperar o tempo perdido até que a Pneumonia de Wuhan esteja controlada. “Esta abordagem permite reduzir a pressão de contágio [entre os alunos e professores] numa altura crucial”, aponta.
João Santos Filipe PolíticaCasinos | Angela Leong elogia obrigatoriedade do uso de máscara [dropcap]A[/dropcap] deputada Angela Leong, que é igualmente membro da direcção da concessionária Sociedade de Jogos de Macau, elogiou a decisão do Executivo de obrigar os jogadores e trabalhadores dos casinos a usarem máscara. “É uma medida que não só permite proteger melhor os trabalhadores do jogo da linha da frente que estão a contribuir para o desenvolvimento da economia de Macau neste momento, como também permite garantir a segurança da saúde dos jogadores”, afirmou, em comunicado, a legisladora. A quarta mulher de Stanley Ho disse ainda acreditar que todas as seis concessionárias vão implementar de forma exemplar as recomendações do Governo para prevenir e controlar a epidemia da Pneumonia de Wuhan. “Vamos todos ganhar esta guerra de prevenção da epidemia”, diz a deputada, de acordo com o comunicado. Outro dos assuntos abordados pela deputada foi a suspensão das aulas que diz estar a criar “grande apreensão” junto de alunos e encarregados de educação. Porém, Angela Leong desdramatiza a situação, e sublinha que o mais importante é prevenir e controlar a epidemia. Como solução à suspensão das aulas, a membro da Assembleia Legislativa diz apoiar a corrente de opinião que considera que as escolas podem prolongar as aulas no Verão, de forma a recuperar o tempo perdido até que a Pneumonia de Wuhan esteja controlada. “Esta abordagem permite reduzir a pressão de contágio [entre os alunos e professores] numa altura crucial”, aponta.
João Santos Filipe PolíticaComércio | Ho Ion Sang apela a combate mais eficaz a negócios paralelos O deputado dos Moradores está preocupado com as travessias da fronteira entre Macau e Zhuhai dos comerciantes ilegais que podem resultar num aumento do número de pessoas infectadas com a doença [dropcap]O[/dropcap] deputado da União Geral das Associação dos Moradores de Macau, Ho Ion Sang, apelou às pessoas que se dedicam a transaccionar bens de forma ilegal entre Macau e o Interior da China para que fiquem em casa. O problema das pessoas que fazem vida de compra de produtos em Macau para venda no Interior da China, e vice-versa, tem sido alvo de contestação de vários deputados, devido ao incómodo que geram para os moradores da zona. No entanto, ontem, em declarações ao jornal Ou Mun, Ho Ion Sang defendeu que estas pessoas têm de se abster de atravessar a fronteira porque se vive um período de excepção, em que a situação não é estável. O legislador pediu para que as pessoas respeitem as instruções do Executivo. O objectivo, diz Ho, passa por evitar a propagação de um contágio cruzado entre Zhuhai e Macau. “Estamos numa altura excepcional de instabilidade e estas pessoas têm de cooperar com as políticas de prevenção da epidemia definidas pelo Governo. Têm de ter em conta a saúde pública e evitar atravessar a fronteira”, sublinhou. O deputado abordou igualmente a situação dos residentes que se deslocam a Zhuhai para comprar vegetais e outros produtos de alimentação, uma vez que os preços praticados no outro lado da fronteira são mais baratos. De acordo com Ho Ion Sang, os residentes têm seguido as instruções do Executivo e nota-se uma redução muito significante nas deslocações entre as regiões, o que merece ser elogiado. Pressão financeira Em declarações ao Ou Mun, Ho Ion Sang reconheceu que há pessoas que devido à “pressão financeira” precisam de comprar comida no Interior, devido aos preços mais baixos, assim como receber dinheiro pelas travessias entre Macau e o Interior da China, transaccionando bens como chocolates, detergentes e artigos de marcas estrangeiras. Neste sentido, deputado recordou ainda aos cidadãos que o Instituto para a Acção Social disponibiliza apoios para as famílias e pessoas mais carenciadas. O membro da União Geral das Associação dos Moradores de Macau indicou igualmente que existem associações locais que podem apoiar quem precisa. Finalmente, Ho não deixou de atacar o comércio paralelo, uma vez que implica a fuga aos impostos nas duas regiões, assim como a entrada de produtos que deveriam ser proibidos. Por este motivo, Ho apelou aos Serviços de Alfândega para que apertem a fiscalização e intensifiquem a caça a este fenómeno. “Os Serviços de Alfândega deviam inspeccionar as pessoas que praticam este comércio paralelo e os chamados centros de distribuição”, frisou.
João Santos Filipe PolíticaComércio | Ho Ion Sang apela a combate mais eficaz a negócios paralelos O deputado dos Moradores está preocupado com as travessias da fronteira entre Macau e Zhuhai dos comerciantes ilegais que podem resultar num aumento do número de pessoas infectadas com a doença [dropcap]O[/dropcap] deputado da União Geral das Associação dos Moradores de Macau, Ho Ion Sang, apelou às pessoas que se dedicam a transaccionar bens de forma ilegal entre Macau e o Interior da China para que fiquem em casa. O problema das pessoas que fazem vida de compra de produtos em Macau para venda no Interior da China, e vice-versa, tem sido alvo de contestação de vários deputados, devido ao incómodo que geram para os moradores da zona. No entanto, ontem, em declarações ao jornal Ou Mun, Ho Ion Sang defendeu que estas pessoas têm de se abster de atravessar a fronteira porque se vive um período de excepção, em que a situação não é estável. O legislador pediu para que as pessoas respeitem as instruções do Executivo. O objectivo, diz Ho, passa por evitar a propagação de um contágio cruzado entre Zhuhai e Macau. “Estamos numa altura excepcional de instabilidade e estas pessoas têm de cooperar com as políticas de prevenção da epidemia definidas pelo Governo. Têm de ter em conta a saúde pública e evitar atravessar a fronteira”, sublinhou. O deputado abordou igualmente a situação dos residentes que se deslocam a Zhuhai para comprar vegetais e outros produtos de alimentação, uma vez que os preços praticados no outro lado da fronteira são mais baratos. De acordo com Ho Ion Sang, os residentes têm seguido as instruções do Executivo e nota-se uma redução muito significante nas deslocações entre as regiões, o que merece ser elogiado. Pressão financeira Em declarações ao Ou Mun, Ho Ion Sang reconheceu que há pessoas que devido à “pressão financeira” precisam de comprar comida no Interior, devido aos preços mais baixos, assim como receber dinheiro pelas travessias entre Macau e o Interior da China, transaccionando bens como chocolates, detergentes e artigos de marcas estrangeiras. Neste sentido, deputado recordou ainda aos cidadãos que o Instituto para a Acção Social disponibiliza apoios para as famílias e pessoas mais carenciadas. O membro da União Geral das Associação dos Moradores de Macau indicou igualmente que existem associações locais que podem apoiar quem precisa. Finalmente, Ho não deixou de atacar o comércio paralelo, uma vez que implica a fuga aos impostos nas duas regiões, assim como a entrada de produtos que deveriam ser proibidos. Por este motivo, Ho apelou aos Serviços de Alfândega para que apertem a fiscalização e intensifiquem a caça a este fenómeno. “Os Serviços de Alfândega deviam inspeccionar as pessoas que praticam este comércio paralelo e os chamados centros de distribuição”, frisou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEpidemia | Governo de Hong Kong interrompe ligações marítimas com Macau As ligações marítimas com Macau foram suspensas a partir da meia-noite de ontem, anunciou o Governo de Hong Kong. A decisão apanhou de surpresa as autoridades em Macau na conferência de imprensa diária acerca do novo tipo de coronavírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau foram ontem surpreendidas pela decisão da suspensão das ligações marítimas entre Hong Kong e Macau, anunciada pelo Governo de Hong Kong durante a tarde. Reagindo ao anúncio, por ocasião da conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Wong Kim Hong afirmou que ainda não tinha “confirmação de Hong Kong sobre a suspensão dos barcos”. A decisão de Hong Kong foi transmitida em conferência de empresa pela Chefe do Executivo, Carrie Lam, reiterando que a cidade iria encerrar praticamente todas as fronteiras terrestres e marítimas com o Continente, de forma a impedir a disseminação do novo coronavírus. Segundo Carrie Lam, citada pela agência Lusa, apenas dois postos de controlo vão permanecer abertos: a fronteira da Ponte sobre o Delta e a da Baía de Shezhen. Desta forma, Macau deixa de ter ligações marítimas com Hong Kong, permanecendo aberta, no entanto, a travessia através da ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai (HKMZ). Numa nota divulgada ao final do dia, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSMA) confirmou a suspensão total dos serviços marítimos entre Macau e Hong Kong. “O governo de Hong Kong anunciou o encerramento dos seus postos fronteiriços, devido à prevenção da propagação do novo coronavírus. Pelo que a partir da 00h00 do dia 4, será suspenso totalmente o serviço de transporte marítimo entre Hong Kong e Macau,(incluindo as ligações para o Aeroporto Internacional de Hong Kong), até que seja anunciado oportunamente o seu levantamento”, pode ler-se no comunicado. A Chefe do Executivo de Hong Kong negou que a medida tenha sido tomada devido à pressão dos médicos e enfermeiros da região, que ameaçaram fazer uma greve de cinco dias para exigir que o Governo fechasse todas as fronteiras com o Continente. “Não tem absolutamente nada a ver com a greve”, garantiu Carrie Lam, explicando tratar-se apenas de uma medida para conter a propagação do vírus. Recorde-se que a líder de Hong Kong, que atravessa uma grave crise de popularidade, depois de meses de protestos, tem estado a ser pressionada para fechar as fronteiras com o Interior. A responsável pediu também aos moradores de Hong Kong que “se unam” no combate ao surto, que já provocou a morte a mais de 360 pessoas na China. “Macau é diferente” Já quando questionada sobre se Macau poderá seguir os passos de Hong Kong no que diz respeito ao encerramento de fronteiras com o interior da China, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U argumentou que em Macau a situação é diferente. “A situação de Macau é diferente da situação de Hong Kong. Para além de trabalhadores não residentes, muitos trabalhadores de Macau vivem em Zhuhai. De acordo com a Lei Básica os residentes de Macau têm o direito à livre circulação e por isso, (…) até agora, não temos nenhuma decisão no sentido de fechar as fronteiras, mas temos tomado medidas para encerrar mais cedo alguns postos fronteiriços, como por exemplo as Portas do Cerco”, explicou Ao Ieong U. Mais de 50 solicitaram testes Ao todo, 55 pessoas que dizem ter contactado a mulher de Macau de 64 anos, que foi diagnosticada como sendo o oitavo caso confirmado do novo coronavírus na região, solicitaram a realização de testes clínicos nos serviços de urgências. Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Lei Wai Seng, médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, afirmou que do total de pessoas que fizeram testes, em 40 casos foi afastada a hipótese de contágio, ao passo que 15 aguardam ainda os resultados dos exames. “Os que não tiveram contactos próximos, apenas um contacto ligeiro (…) não têm grande risco de contrair este vírus. Quero salientar que a população não tem que ficar em pânico”, referiu o responsável. Já a situação dos oito casos confirmados do novo coronavírus foi considerada “estável” e o grau da doença “leve”, referiu Lei Wai Seng.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEpidemia | Governo de Hong Kong interrompe ligações marítimas com Macau As ligações marítimas com Macau foram suspensas a partir da meia-noite de ontem, anunciou o Governo de Hong Kong. A decisão apanhou de surpresa as autoridades em Macau na conferência de imprensa diária acerca do novo tipo de coronavírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau foram ontem surpreendidas pela decisão da suspensão das ligações marítimas entre Hong Kong e Macau, anunciada pelo Governo de Hong Kong durante a tarde. Reagindo ao anúncio, por ocasião da conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Wong Kim Hong afirmou que ainda não tinha “confirmação de Hong Kong sobre a suspensão dos barcos”. A decisão de Hong Kong foi transmitida em conferência de empresa pela Chefe do Executivo, Carrie Lam, reiterando que a cidade iria encerrar praticamente todas as fronteiras terrestres e marítimas com o Continente, de forma a impedir a disseminação do novo coronavírus. Segundo Carrie Lam, citada pela agência Lusa, apenas dois postos de controlo vão permanecer abertos: a fronteira da Ponte sobre o Delta e a da Baía de Shezhen. Desta forma, Macau deixa de ter ligações marítimas com Hong Kong, permanecendo aberta, no entanto, a travessia através da ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai (HKMZ). Numa nota divulgada ao final do dia, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSMA) confirmou a suspensão total dos serviços marítimos entre Macau e Hong Kong. “O governo de Hong Kong anunciou o encerramento dos seus postos fronteiriços, devido à prevenção da propagação do novo coronavírus. Pelo que a partir da 00h00 do dia 4, será suspenso totalmente o serviço de transporte marítimo entre Hong Kong e Macau,(incluindo as ligações para o Aeroporto Internacional de Hong Kong), até que seja anunciado oportunamente o seu levantamento”, pode ler-se no comunicado. A Chefe do Executivo de Hong Kong negou que a medida tenha sido tomada devido à pressão dos médicos e enfermeiros da região, que ameaçaram fazer uma greve de cinco dias para exigir que o Governo fechasse todas as fronteiras com o Continente. “Não tem absolutamente nada a ver com a greve”, garantiu Carrie Lam, explicando tratar-se apenas de uma medida para conter a propagação do vírus. Recorde-se que a líder de Hong Kong, que atravessa uma grave crise de popularidade, depois de meses de protestos, tem estado a ser pressionada para fechar as fronteiras com o Interior. A responsável pediu também aos moradores de Hong Kong que “se unam” no combate ao surto, que já provocou a morte a mais de 360 pessoas na China. “Macau é diferente” Já quando questionada sobre se Macau poderá seguir os passos de Hong Kong no que diz respeito ao encerramento de fronteiras com o interior da China, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U argumentou que em Macau a situação é diferente. “A situação de Macau é diferente da situação de Hong Kong. Para além de trabalhadores não residentes, muitos trabalhadores de Macau vivem em Zhuhai. De acordo com a Lei Básica os residentes de Macau têm o direito à livre circulação e por isso, (…) até agora, não temos nenhuma decisão no sentido de fechar as fronteiras, mas temos tomado medidas para encerrar mais cedo alguns postos fronteiriços, como por exemplo as Portas do Cerco”, explicou Ao Ieong U. Mais de 50 solicitaram testes Ao todo, 55 pessoas que dizem ter contactado a mulher de Macau de 64 anos, que foi diagnosticada como sendo o oitavo caso confirmado do novo coronavírus na região, solicitaram a realização de testes clínicos nos serviços de urgências. Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Lei Wai Seng, médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, afirmou que do total de pessoas que fizeram testes, em 40 casos foi afastada a hipótese de contágio, ao passo que 15 aguardam ainda os resultados dos exames. “Os que não tiveram contactos próximos, apenas um contacto ligeiro (…) não têm grande risco de contrair este vírus. Quero salientar que a população não tem que ficar em pânico”, referiu o responsável. Já a situação dos oito casos confirmados do novo coronavírus foi considerada “estável” e o grau da doença “leve”, referiu Lei Wai Seng.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEpidemia | Mulher de Macau identificada como oitavo caso de Pneumonia de Wuhan A residente só ficou em isolamento à quarta ida em seis dias aos hospitais locais. Os Serviços de Saúde acusam a mulher de ter escondido que tinha estado internada num hospital do Interior da China e o director da instituição avisou que críticas ao pessoal de saúde são “um ataque muito sério”. Lei Chin Ion mencionou também que a pressão afecta os trabalhadores e que em Hong Kong até vai haver greve [dropcap]U[/dropcap]ma mulher de Macau foi confirmada como o oitavo caso de Pneumonia de Wuhan no território. A mulher de 64 anos terá sido infectada durante deslocações a Zhuhai e Zhongshan, no Interior, e apenas foi internada no sábado, após quatro visitas aos hospitais locais, uma, primeira, ao Centro Hospitalar Conde São Januário e as seguintes ao Hospital Kiang Wu. Ontem, quando o caso foi apresentado, os Serviços de Saúde (SSM), através do director Lei Chin Ion, responsabilizaram a mulher que acusaram de ter omitido que tinha estado num hospital no Interior e desvalorizaram o facto de ter ido quatro vezes aos hospitais com febre e tosse. “A paciente não revelou todas as informações [sobre o seu itinerário no Interior da China]. As críticas ao pessoal médico são um ataque muito sério aos nossos trabalhadores. Estes trabalhadores também são seres humanos, podem ficar infectados e sacrificam-se pelo bem público. Merecem esse reconhecimento”, começou por dizer Lei Chin Ion sobre o caso. O director dos SSM apontou ainda que o pessoal do sector médico em Hong Kong vai entrar em greve e pediu para que em Macau as críticas sejam ignoradas: “Em Hong Kong já há greve dos trabalhadores de Saúde. Felizmente em Macau estamos em contacto directo com os trabalhadores. Tentei acalmar o pessoal […] e elevar o moral destes funcionários que trabalharam para os cidadãos de Macau”, revelou. “Espero que o pessoal médico ignore as críticas”, acrescentou. Lei Chin Ion apelou igualmente aos cidadãos para serem honestos e recordou que as mentiras podem colocar “em perigo” toda a sociedade, além de fazer com que “sejam criticados por todos”. Percurso da paciente O caso foi categorizado como “importado”, uma vez que a residente esteve internada entre 10 e 17 de Janeiro no Zhuhai Hospital of Integrated Traditional Chinese and Western Medicine devido a herpes zóster, uma reactivação do vírus da varicela. No dia 17 à tarde voltou a Macau e passou a maior parte do tempo em casa, assim como nos dias 18 e 20, porque sentia dores nas costas. Entre 21 e até 23 de Janeiro, a mulher deslocou-se novamente ao Interior e foi a Sanxiang, em Zhongshan, onde terá permanecido e aproveitado para ir a um mercado comprar aves vivas. Regressa a Macau no dia 23 e até ir ao hospital pela primeira vez fica principalmente por casa, à excepção de deslocações ao Centro de Saúde da Areia Preta e idas às compras, num supermercado próximo do Edifício Pak Lei, onde reside. A 27 de Janeiro recorreu pela primeira vez ao Hospital Conde São Januário com sintomas de tosse e febre. Após ser observada é enviada para casa. No dia 30 não regista melhorias e vai ao Hospital Kiang Wu, com sintomas de febre contínua. É enviada para casa. O mesmo volta a acontecer no dia seguinte. Finalmente, no sábado, além de tosse e febre a mulher queixou-se, no Hospital Kiang Wu, de uma dor abdominal no lado direito do corpo e pediu para ser internada. Um exame raio-X indicou a existência de inflamação dos pulmões, e a mulher foi transportada para o Hospital Conde São Januário, onde foi confirmada como o oitavo caso. Contacto com 288 pessoas Segundo as estimativas apresentadas pelo Governo, durante a deslocação aos hospitais da RAEM, a mulher terá estado em contacto com pelo menos 288 pessoas, entre as quais 27 médicos e enfermeiros, 230 pessoas que se encontravam nos serviços de urgências e 31 na área de consultas externas. Além destas, a mulher circulou de táxi e apanhou o autocarro número 7, entre a Pérola Oriental e a Praceta 24 de Junho, em duas ocasiões. Por este motivo, as autoridades pedem às pessoas que tenham circulado neste autocarro que em caso de sintomas de febre, tosse ou dores de garganta que se apresentem no hospital, para observação. Como consequência do caso, o marido da mulher de 64 anos foi levado para observação, assim como um médico e enfermeiro que estiveram em contacto com a senhora, nas deslocações ao hospital. Sobre o facto de a mulher se ter deslocado quatro vezes até lhe ser feito o primeiro teste de despistagem, Lei Wai Seng, médico adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário, explicou que o exame de despistagem apenas se aplica a pessoas que tenham estado em contacto com infectados ou que apresentem sintomas de febre ou tosse e tenham estado em Wuhan e na Província de Hubei. Com todo este caso, as autoridades vão agora alargar o teste de despistagem a qualquer pessoa com sintomas que tenha estado em hospitais e clínicas no Interior da China. Porém, recusam fazer a todas as pessoas que entrem em Macau, devido ao tempo que levaria, assim como aos “custos avultados”. Mulher arrisca pena de prisão A questão de a mulher ter escondido a estadia num hospital de Zhuhai vai ser agora reencaminhada para as autoridades policiais para investigação, segundo a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. A pensionista arrisca-se a cumprir uma pena de prisão até seis meses ou ao pagamento de penal de multa de 60 dias. Em causa está o facto de o assunto poder ser considerado como “constar dados falsos” na declaração de saúde sobre o percurso no Interior. SSM | Médico e enfermeiro em isolamento Com a revelação do caso da primeira residente ficou igualmente a saber-se que um médico e um enfermeiro tiveram de ser isolados, pelo facto de terem estado em contacto com a mulher. Também o marido teve de ser isolado. Contas feitas, Macau tem actualmente oito casos confirmados e registou 146 casos suspeitos, dois quais 132 foram considerados negativos. Em caso de isolamento, as pessoas têm sido levadas para as instalações dos SSM no Alto de Coloane e precisam de passar 14 dias em isolamento, tempo de incubação da doença. Máscaras | Governo vendeu cerca de 5 milhões de unidades Na primeira fase do programa de fornecimento de máscaras foram vendidas cerca de 5 milhões de máscaras, revelou, ontem, o Executivo, durante a conferência de imprensa. Inicialmente o Governo anunciou planos para a importação de 20 milhões de máscaras para residentes e não-residentes, numa medida com cariz especial. As pessoas, através da apresentação do documento de identificação, são autorizadas a comprar 10 máscaras a cada 10 dias pelo preço de 8 patacas, tendo a segunda fase da compra arrancado ontem. TNR | Apelo para que oriundos de Zhuhai fiquem em casa O Executivo apela aos trabalhadores não-residentes [TNR] que vivem em Zhuhai que evitem vir a Macau. O objectivo passa por evitar contaminação entre as duas regiões chinesas e o apelo foi deixado ontem, na conferência de imprensa do Governo. Segundos os dados apresentados, há cerca de 35 mil TNR que diariamente se deslocam entre Macau e Zhuhai, mas o Executivo apela à compreensão das empresas, para que os TNR considerados fundamentais fiquem sempre na RAEM e os outros sempre em Zhuhai. O Governo pediu ainda aos patrões para que paguem os custos do alojamento em Macau dos TNR que vivem em Zhuhai, de forma a evitar a contaminação entre fronteiras.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEpidemia | Mulher de Macau identificada como oitavo caso de Pneumonia de Wuhan A residente só ficou em isolamento à quarta ida em seis dias aos hospitais locais. Os Serviços de Saúde acusam a mulher de ter escondido que tinha estado internada num hospital do Interior da China e o director da instituição avisou que críticas ao pessoal de saúde são “um ataque muito sério”. Lei Chin Ion mencionou também que a pressão afecta os trabalhadores e que em Hong Kong até vai haver greve [dropcap]U[/dropcap]ma mulher de Macau foi confirmada como o oitavo caso de Pneumonia de Wuhan no território. A mulher de 64 anos terá sido infectada durante deslocações a Zhuhai e Zhongshan, no Interior, e apenas foi internada no sábado, após quatro visitas aos hospitais locais, uma, primeira, ao Centro Hospitalar Conde São Januário e as seguintes ao Hospital Kiang Wu. Ontem, quando o caso foi apresentado, os Serviços de Saúde (SSM), através do director Lei Chin Ion, responsabilizaram a mulher que acusaram de ter omitido que tinha estado num hospital no Interior e desvalorizaram o facto de ter ido quatro vezes aos hospitais com febre e tosse. “A paciente não revelou todas as informações [sobre o seu itinerário no Interior da China]. As críticas ao pessoal médico são um ataque muito sério aos nossos trabalhadores. Estes trabalhadores também são seres humanos, podem ficar infectados e sacrificam-se pelo bem público. Merecem esse reconhecimento”, começou por dizer Lei Chin Ion sobre o caso. O director dos SSM apontou ainda que o pessoal do sector médico em Hong Kong vai entrar em greve e pediu para que em Macau as críticas sejam ignoradas: “Em Hong Kong já há greve dos trabalhadores de Saúde. Felizmente em Macau estamos em contacto directo com os trabalhadores. Tentei acalmar o pessoal […] e elevar o moral destes funcionários que trabalharam para os cidadãos de Macau”, revelou. “Espero que o pessoal médico ignore as críticas”, acrescentou. Lei Chin Ion apelou igualmente aos cidadãos para serem honestos e recordou que as mentiras podem colocar “em perigo” toda a sociedade, além de fazer com que “sejam criticados por todos”. Percurso da paciente O caso foi categorizado como “importado”, uma vez que a residente esteve internada entre 10 e 17 de Janeiro no Zhuhai Hospital of Integrated Traditional Chinese and Western Medicine devido a herpes zóster, uma reactivação do vírus da varicela. No dia 17 à tarde voltou a Macau e passou a maior parte do tempo em casa, assim como nos dias 18 e 20, porque sentia dores nas costas. Entre 21 e até 23 de Janeiro, a mulher deslocou-se novamente ao Interior e foi a Sanxiang, em Zhongshan, onde terá permanecido e aproveitado para ir a um mercado comprar aves vivas. Regressa a Macau no dia 23 e até ir ao hospital pela primeira vez fica principalmente por casa, à excepção de deslocações ao Centro de Saúde da Areia Preta e idas às compras, num supermercado próximo do Edifício Pak Lei, onde reside. A 27 de Janeiro recorreu pela primeira vez ao Hospital Conde São Januário com sintomas de tosse e febre. Após ser observada é enviada para casa. No dia 30 não regista melhorias e vai ao Hospital Kiang Wu, com sintomas de febre contínua. É enviada para casa. O mesmo volta a acontecer no dia seguinte. Finalmente, no sábado, além de tosse e febre a mulher queixou-se, no Hospital Kiang Wu, de uma dor abdominal no lado direito do corpo e pediu para ser internada. Um exame raio-X indicou a existência de inflamação dos pulmões, e a mulher foi transportada para o Hospital Conde São Januário, onde foi confirmada como o oitavo caso. Contacto com 288 pessoas Segundo as estimativas apresentadas pelo Governo, durante a deslocação aos hospitais da RAEM, a mulher terá estado em contacto com pelo menos 288 pessoas, entre as quais 27 médicos e enfermeiros, 230 pessoas que se encontravam nos serviços de urgências e 31 na área de consultas externas. Além destas, a mulher circulou de táxi e apanhou o autocarro número 7, entre a Pérola Oriental e a Praceta 24 de Junho, em duas ocasiões. Por este motivo, as autoridades pedem às pessoas que tenham circulado neste autocarro que em caso de sintomas de febre, tosse ou dores de garganta que se apresentem no hospital, para observação. Como consequência do caso, o marido da mulher de 64 anos foi levado para observação, assim como um médico e enfermeiro que estiveram em contacto com a senhora, nas deslocações ao hospital. Sobre o facto de a mulher se ter deslocado quatro vezes até lhe ser feito o primeiro teste de despistagem, Lei Wai Seng, médico adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário, explicou que o exame de despistagem apenas se aplica a pessoas que tenham estado em contacto com infectados ou que apresentem sintomas de febre ou tosse e tenham estado em Wuhan e na Província de Hubei. Com todo este caso, as autoridades vão agora alargar o teste de despistagem a qualquer pessoa com sintomas que tenha estado em hospitais e clínicas no Interior da China. Porém, recusam fazer a todas as pessoas que entrem em Macau, devido ao tempo que levaria, assim como aos “custos avultados”. Mulher arrisca pena de prisão A questão de a mulher ter escondido a estadia num hospital de Zhuhai vai ser agora reencaminhada para as autoridades policiais para investigação, segundo a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. A pensionista arrisca-se a cumprir uma pena de prisão até seis meses ou ao pagamento de penal de multa de 60 dias. Em causa está o facto de o assunto poder ser considerado como “constar dados falsos” na declaração de saúde sobre o percurso no Interior. SSM | Médico e enfermeiro em isolamento Com a revelação do caso da primeira residente ficou igualmente a saber-se que um médico e um enfermeiro tiveram de ser isolados, pelo facto de terem estado em contacto com a mulher. Também o marido teve de ser isolado. Contas feitas, Macau tem actualmente oito casos confirmados e registou 146 casos suspeitos, dois quais 132 foram considerados negativos. Em caso de isolamento, as pessoas têm sido levadas para as instalações dos SSM no Alto de Coloane e precisam de passar 14 dias em isolamento, tempo de incubação da doença. Máscaras | Governo vendeu cerca de 5 milhões de unidades Na primeira fase do programa de fornecimento de máscaras foram vendidas cerca de 5 milhões de máscaras, revelou, ontem, o Executivo, durante a conferência de imprensa. Inicialmente o Governo anunciou planos para a importação de 20 milhões de máscaras para residentes e não-residentes, numa medida com cariz especial. As pessoas, através da apresentação do documento de identificação, são autorizadas a comprar 10 máscaras a cada 10 dias pelo preço de 8 patacas, tendo a segunda fase da compra arrancado ontem. TNR | Apelo para que oriundos de Zhuhai fiquem em casa O Executivo apela aos trabalhadores não-residentes [TNR] que vivem em Zhuhai que evitem vir a Macau. O objectivo passa por evitar contaminação entre as duas regiões chinesas e o apelo foi deixado ontem, na conferência de imprensa do Governo. Segundos os dados apresentados, há cerca de 35 mil TNR que diariamente se deslocam entre Macau e Zhuhai, mas o Executivo apela à compreensão das empresas, para que os TNR considerados fundamentais fiquem sempre na RAEM e os outros sempre em Zhuhai. O Governo pediu ainda aos patrões para que paguem os custos do alojamento em Macau dos TNR que vivem em Zhuhai, de forma a evitar a contaminação entre fronteiras.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImigrante ilegal que declarou ter estado em Wuhan foi detido [dropcap]O[/dropcap] Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) anunciou ter detido o homem que estava fugido desde as 19h00 de ontem, quando realizava exames de despistagem ao vírus da Pneumonia de Wuhan. Numa mensagem enviada às redacções por volta das 23h40 de ontem, o CPSP diz que o homem foi encontrado numa unidade residencial na Avenida de Kwong Tung, na Taipa. A informação avançada não revela se a habitação servia como pensão ilegal. O homem terá sido detectado por volta das 17h30 de ontem, altura em que o CPSP desencadeou uma operação para prendê-lo, o que foi feito com êxito. O imigrante ilegal foi logo levado para o Ministério Público e vai responder pela prática de dois crimes: reentrada ilegal, que acarreta uma pena máxima de um ano, e pelo crime de evasão, cuja pena máxima chega aos dois anos de prisão. O facto do residente do Interior, com cerca de 45 anos, ser acusado de “reentrada ilegal” significa que anteriormente já havia sido expulso do território pelo CPSP por se encontrar numa situação de imigração ilegal. Porém, o comunicado diz que não houve indícios da prática de nenhum outro crime durante a permanência mais recente no território. O alerta para a fuga foi dado há dois dias, depois do homem ter sido detectado em situação de imigração ilegal. Após ter preenchido a declaração de saúde, o indivíduo declarou ter estado entre 20 e 24 de Janeiro em Wuhan, o que fez dele um caso suspeito da doença. No entanto, quando realizava os testes médicos aproveitou uma distracção das autoridades para fugir. Na conferência de imprensa de ontem, o Executivo colocou a hipótese de o homem nunca ter estado em Wuhan e apenas ter feito a declaração de forma a ter uma oportunidade para fugir, principalmente em relação ao facto de afirmar sentir ter dores de garganta. Este último aspecto terá sido desmentido pelos exames médicos. Porém, a equipa médica do Hospital Conde São Januário admitiu que caso o homem tenha mesmo estado em Wuhan que faz parte do grupo de risco de contágio.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHomem que estava em observação foge do hospital Foto divulgada pelo CPSP [dropcap]U[/dropcap]m homem que estava em observação, depois de ter estado em Wuhan, fugiu do Hospitalar Conde São Januário e é procurado. O caso foi revelado hoje pelo Corpo de Segurança de Polícia Pública e o homem de 44 anos estava isolado, após ter apresentado sintomas como febre, nariz entupido, e dores na garganta. Todavia, as autoridades garantem que os exames deram negativo e apelam a que não se entre em pânico. Foi devido ao sintomas apresentados, que podem indicar uma possível infecção com a Pneumonia de Wuhan, que o individuo tinha dado entrada no hospital. No entanto, quando estava em observação, aproveitou uma falta de atenção das autoridades e fugiu. O episódio aconteceu as 19h00 de ontem e a última vez que foi avistado foi na Estrada dos Parses, perto da imediações da unidade hospitalar. Após a realização dos exames clínicos os resultados terão dado negativo. Porém, o homem que esteve em Wuhan entre 20 e 24 de Janeiro é procurado não só porque fugiu às autoridades mas também porque tinha entrado de forma ilegal em Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeLuanda Leaks | Sucursal do Millennium BCP recebeu crédito da Amorim Energia A RAEM surge na investigação a Isabel dos Santos devido a uma transferência de um crédito de 200 milhões de euros entre as sucursais do Millennium na Madeira e em Macau. O crédito foi cedido à empresa Amorim Energia, onde Isabel dos Santos teria “grande influência” através do marido [dropcap]M[/dropcap]acau surge nos Luanda Leaks devido a um crédito de 200 milhões de euros cedido pelo banco Millennium BCP à Amorim Energia BV, que em 2011 foi transferido da sucursal da Madeira para a de Macau. Esta é a única vez que o território surge nos documentos revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, no âmbito da investigação à empresária Isabel dos Santos. Segundo a investigação, Sindika Dokolo, marido da empresária, é um dos accionistas da Amorim Energia BV de duas formas: a título individual e através da participação na empresa Exem Holdings. Um relatório que consta igualmente nos Luanda Leaks afirma que esta estrutura dava a Isabel dos Santos “uma grande influência” na Amorim Energia, principal accionista da Galp Energia. O negócio que permitiu a entrada da “rede” da filha do antigo Presidente angolano na parceria da Sonangol com o empresário português é mesmo um dos negócios mais polémicos da investigação. A Amorim Energia BV foi criada em 2005 pelo empresário Américo Amorim e a empresa estatal angolana Sonangol, que se concretizou com a compra de um terço da Galp Energia. No entanto, no ano seguinte, a Sonangol vende 40 por cento das acções na Amorim Energia à Exem Holdings, controlada pelo marido de Isabel dos Santos. O preço da venda foi de 99 milhões de dólares americanos, mas a Sonangol financiou o negócio, o que fez com que apenas tivesse recebido 15 milhões de dólares no momento da venda. À BBC, Isabel dos Santos, que na altura controlava a Sonangol, afirmou que o negócio beneficiou todas as partes. Também o marido defendeu, em 2017, que o empréstimo tinha sido totalmente liquidado. Mas esta é uma versão contrariada pela Sonangol, que terá recusado o pagamento uma vez que foi feito em kwanzas, quando o acordo é que seria devolvido em dólares. A participação que Sindika Dokolo vale agora 800 milhões de dólares, quando apenas se sabe que 15 milhões foram pagos. Financiamento em Macau A menção ao território no âmbito da Amorim Energia BV limita-se a um crédito cedido pela sucursal da Madeira do Millennium-BCP, em 2006, que em 2011 foi transferido para a sucursal de Macau. O contrato do financiamento foi novamente alterado em 2014. É este último aditamento que consta nos documentos do Luanda Leaks. Segundo as alterações de 2014, com o contrato de financiamento a Amorim Energia recebeu 200 milhões de euros do banco, mas em troca penhorou acções no valor de 292,8 milhões de euros, que seriam utilizadas no caso de incumprimento das responsabilidades. Em 2014, as taxas dos juros até 2019, altura em vencia o empréstimo, foram alteradas, tal como as comissões a serem pagas ao banco. É este o conteúdo do documento em causa, de 1 de Agosto de 2014, e que está assinado pelos directores-gerais adjuntos da sucursal do Millennium BCP de Macau António Lam e António Modesto. O HM contactou a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) sobre a possibilidade de parte dos juros ter sido paga com montante que se suspeita ter sido desviado do Estado Angolano ou sobre a possibilidade de ter havido outras infracções. Na resposta, a AMCM afirmou que “como autoridade de supervisão” não está “em posição de fazer qualquer comentário sobre casos específicos”. Por sua vez, o Millennium BCP garantiu que todas as obrigações legais, tanto em Portugal como na RAEM, foram respeitadas: “O Millennium BCP não comenta eventuais situações que envolvem clientes, nem a sua relação com as entidades reguladoras”, foi respondido. “O Banco cumpre escrupulosamente com a legislação de prevenção de branqueamento de capitais em todas as jurisdições onde está presente, e colabora activamente com as autoridades competentes sempre que tal se revela necessário”, foi acrescentado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeLuanda Leaks | Sucursal do Millennium BCP recebeu crédito da Amorim Energia A RAEM surge na investigação a Isabel dos Santos devido a uma transferência de um crédito de 200 milhões de euros entre as sucursais do Millennium na Madeira e em Macau. O crédito foi cedido à empresa Amorim Energia, onde Isabel dos Santos teria “grande influência” através do marido [dropcap]M[/dropcap]acau surge nos Luanda Leaks devido a um crédito de 200 milhões de euros cedido pelo banco Millennium BCP à Amorim Energia BV, que em 2011 foi transferido da sucursal da Madeira para a de Macau. Esta é a única vez que o território surge nos documentos revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, no âmbito da investigação à empresária Isabel dos Santos. Segundo a investigação, Sindika Dokolo, marido da empresária, é um dos accionistas da Amorim Energia BV de duas formas: a título individual e através da participação na empresa Exem Holdings. Um relatório que consta igualmente nos Luanda Leaks afirma que esta estrutura dava a Isabel dos Santos “uma grande influência” na Amorim Energia, principal accionista da Galp Energia. O negócio que permitiu a entrada da “rede” da filha do antigo Presidente angolano na parceria da Sonangol com o empresário português é mesmo um dos negócios mais polémicos da investigação. A Amorim Energia BV foi criada em 2005 pelo empresário Américo Amorim e a empresa estatal angolana Sonangol, que se concretizou com a compra de um terço da Galp Energia. No entanto, no ano seguinte, a Sonangol vende 40 por cento das acções na Amorim Energia à Exem Holdings, controlada pelo marido de Isabel dos Santos. O preço da venda foi de 99 milhões de dólares americanos, mas a Sonangol financiou o negócio, o que fez com que apenas tivesse recebido 15 milhões de dólares no momento da venda. À BBC, Isabel dos Santos, que na altura controlava a Sonangol, afirmou que o negócio beneficiou todas as partes. Também o marido defendeu, em 2017, que o empréstimo tinha sido totalmente liquidado. Mas esta é uma versão contrariada pela Sonangol, que terá recusado o pagamento uma vez que foi feito em kwanzas, quando o acordo é que seria devolvido em dólares. A participação que Sindika Dokolo vale agora 800 milhões de dólares, quando apenas se sabe que 15 milhões foram pagos. Financiamento em Macau A menção ao território no âmbito da Amorim Energia BV limita-se a um crédito cedido pela sucursal da Madeira do Millennium-BCP, em 2006, que em 2011 foi transferido para a sucursal de Macau. O contrato do financiamento foi novamente alterado em 2014. É este último aditamento que consta nos documentos do Luanda Leaks. Segundo as alterações de 2014, com o contrato de financiamento a Amorim Energia recebeu 200 milhões de euros do banco, mas em troca penhorou acções no valor de 292,8 milhões de euros, que seriam utilizadas no caso de incumprimento das responsabilidades. Em 2014, as taxas dos juros até 2019, altura em vencia o empréstimo, foram alteradas, tal como as comissões a serem pagas ao banco. É este o conteúdo do documento em causa, de 1 de Agosto de 2014, e que está assinado pelos directores-gerais adjuntos da sucursal do Millennium BCP de Macau António Lam e António Modesto. O HM contactou a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) sobre a possibilidade de parte dos juros ter sido paga com montante que se suspeita ter sido desviado do Estado Angolano ou sobre a possibilidade de ter havido outras infracções. Na resposta, a AMCM afirmou que “como autoridade de supervisão” não está “em posição de fazer qualquer comentário sobre casos específicos”. Por sua vez, o Millennium BCP garantiu que todas as obrigações legais, tanto em Portugal como na RAEM, foram respeitadas: “O Millennium BCP não comenta eventuais situações que envolvem clientes, nem a sua relação com as entidades reguladoras”, foi respondido. “O Banco cumpre escrupulosamente com a legislação de prevenção de branqueamento de capitais em todas as jurisdições onde está presente, e colabora activamente com as autoridades competentes sempre que tal se revela necessário”, foi acrescentado.
João Santos Filipe SociedadeEpidemia | Governo recua e disponibiliza máscaras para trabalhadores não residentes [dropcap]A[/dropcap]s máscaras encomendadas pelo Governo estão à venda nas farmácias seleccionadas desde ontem à tarde e podem ser adquiridas pelo preço de oito patacas por cada caixa de 10 unidades. Ao contrário do que tinha sido anunciado na quarta-feira, houve um recuo do Executivo e além dos residentes vai ser igualmente permitido aos trabalhadores não-residentes ter acesso a estes produtos fora do mercado convencional. “Após anunciarmos a medida fizemos uma análise e considerámos que os trabalhadores não-residentes também trabalham em Macau e devem ter acesso às máscaras nestas farmácias convencionais. É uma medida para garantir que podem comprar máscaras ao preço do custo”, afirmou Leong Iek Hou, Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença. Para adquirirem máscaras nas farmácias seleccionadas, cujos produtos são fornecidos pelo Governo e vendidos ao preço do custo, os residentes têm de apresentar Bilhete de Identidade de Residente (BIR) e podem comprar uma caixa com 10 máscara a cada dez dias. Os TNR têm o mesmo limite na compra de máscaras e têm de apresentar o cartão de TNR, conhecido como ‘Blue Card’. Importadas do estrangeiro Durante o dia de ontem, terão chegado a Macau cerca de 3 milhões de máscaras e nos próximos dias vão chegar as restantes até atingirem os 20 milhões. Ho Iat Seng revelou que os produtos foram importados do estrangeiro, uma vez que as máscaras individuais estão esgotadas nas fábricas do Interior. O líder do Governo prometeu também que as autoridades estão prontas para comprar as máscaras no exterior, independentemente dos preços praticados serem mais elevados. Contudo, Ho Iat Seng negou que a situação e o esgotamento do produto na China seja um problema: “Não há qualquer problema de fornecimento de máscaras”, sublinhou. Também ao longo do dia de ontem, o Executivo focou-se em desmentir várias informações que circulavam online. Um dos rumores em causa garantia que os cidadãos não precisariam de comprar as máscaras, porque seriam distribuídas pelo Executivo de forma gratuita. “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus vem desmentir os rumores, que circulam na sociedade local, de que os Serviços de Saúde (SSM) irão distribuir gratuitamente máscaras aos residentes”, foi clarificado, num comunicado emitido ainda durante a manhã de ontem. Na mensagem foi ainda deixado o apelo para os cidadãos não entrarem em pânico: “Os SSM acreditam que o lançamento do referido plano [de venda de máscara], irá permitir aliviar, de forma efectiva, a situação de compra de máscaras no mercado e, por isso, os residentes de Macau não precisam de entrar em pânico ou iniciar uma corrida às farmácias”, consta no documento.
João Santos Filipe SociedadeEpidemia | Governo recua e disponibiliza máscaras para trabalhadores não residentes [dropcap]A[/dropcap]s máscaras encomendadas pelo Governo estão à venda nas farmácias seleccionadas desde ontem à tarde e podem ser adquiridas pelo preço de oito patacas por cada caixa de 10 unidades. Ao contrário do que tinha sido anunciado na quarta-feira, houve um recuo do Executivo e além dos residentes vai ser igualmente permitido aos trabalhadores não-residentes ter acesso a estes produtos fora do mercado convencional. “Após anunciarmos a medida fizemos uma análise e considerámos que os trabalhadores não-residentes também trabalham em Macau e devem ter acesso às máscaras nestas farmácias convencionais. É uma medida para garantir que podem comprar máscaras ao preço do custo”, afirmou Leong Iek Hou, Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de Doença. Para adquirirem máscaras nas farmácias seleccionadas, cujos produtos são fornecidos pelo Governo e vendidos ao preço do custo, os residentes têm de apresentar Bilhete de Identidade de Residente (BIR) e podem comprar uma caixa com 10 máscara a cada dez dias. Os TNR têm o mesmo limite na compra de máscaras e têm de apresentar o cartão de TNR, conhecido como ‘Blue Card’. Importadas do estrangeiro Durante o dia de ontem, terão chegado a Macau cerca de 3 milhões de máscaras e nos próximos dias vão chegar as restantes até atingirem os 20 milhões. Ho Iat Seng revelou que os produtos foram importados do estrangeiro, uma vez que as máscaras individuais estão esgotadas nas fábricas do Interior. O líder do Governo prometeu também que as autoridades estão prontas para comprar as máscaras no exterior, independentemente dos preços praticados serem mais elevados. Contudo, Ho Iat Seng negou que a situação e o esgotamento do produto na China seja um problema: “Não há qualquer problema de fornecimento de máscaras”, sublinhou. Também ao longo do dia de ontem, o Executivo focou-se em desmentir várias informações que circulavam online. Um dos rumores em causa garantia que os cidadãos não precisariam de comprar as máscaras, porque seriam distribuídas pelo Executivo de forma gratuita. “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus vem desmentir os rumores, que circulam na sociedade local, de que os Serviços de Saúde (SSM) irão distribuir gratuitamente máscaras aos residentes”, foi clarificado, num comunicado emitido ainda durante a manhã de ontem. Na mensagem foi ainda deixado o apelo para os cidadãos não entrarem em pânico: “Os SSM acreditam que o lançamento do referido plano [de venda de máscara], irá permitir aliviar, de forma efectiva, a situação de compra de máscaras no mercado e, por isso, os residentes de Macau não precisam de entrar em pânico ou iniciar uma corrida às farmácias”, consta no documento.
João Santos Filipe SociedadeEpidemia | Governo afasta “bloqueio” a Wuhan [dropcap]A[/dropcap]pesar do epicentro da epidemia, assim como o caso importado para Macau, terem origem em Wuhan, o Governo afasta a hipótese, por enquanto, de proibir a entrada de pessoas naturais da província de Hubei no território. Ontem, a emissão de um alerta de viagem para que se evitem, ou proíbam, deslocações a essa província foi totalmente recusada. De acordo com a lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, o Chefe do Executivo pode evocar medidas especiais e decretar “restrições ou proibição de entrada ou saída da RAEM a pessoas não residentes provenientes de países ou regiões com ocorrência, surto ou prevalência de doenças transmissíveis”. No entanto, por enquanto, a hipótese não é admitida pelos membros do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “Sabemos que a cidade de Wuhan já não autoriza a saída de excursões e que as viagens de excursões vindas de Hubei estão suspensas. Assumo que já estejam mesmo paradas”, afirmou Maria Helena de Senna Fernandes, directora os Serviços de Turismo (DST), sobre a situação. “No entanto, se houver necessidade de outros grupos de Wuhan virem a Macau vamos manter-nos em comunicação com as autoridades competentes para garantir a segurança nessas situações”, acrescentou. Maria Helena de Senna Fernandes sublinhou ainda que neste momento não há qualquer proibição de ida a Wuhan, mas que a viagem é “desaconselhada”. O nível de alerta de turismo para a zona também não foi accionado. Em relação à proibição dos residentes se deslocarem a Wuhan, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) reconheceu que as autoridades têm esse poder, mas que a proibição “ainda” não está a ser equacionada. Voto de confiança Na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde, o tema do bloqueio voltou a ser abordado, porém, Lam Cheong, chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, negou a hipótese. A justificação para a recusa prendeu-se com as medidas tomadas pelas autoridades centrais: “Neste momento as pessoas que vivem em Wuhan já estão proibidas de sair da cidade e da província. Estão submetidos a medidas que já não lhes permitem deslocaram-se a outros territórios”, defendeu. Contudo, Lam Cheong acabou por explicar de forma indirecta que bloquear apenas a cidade de Wuhan ou a província de Hubei seria inútil. “Neste momento há mais cidades infectadas, até Zhuhai já teve casos. Sabemos que a zona mais afectada, que foi o epicentro foi Wuhan, mas já há casos em mais sítios”, complementou. Além de Hubei que ontem tinha 375 casos confirmados, Guangdong, às portas de Macau, é a segunda província mais afectada com 26 ocorrências, seguida por Pequim, com 10 casos e Xangai com nove ocorrências. Fora da China houve casos confirmados nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Tailândia.
João Santos Filipe SociedadeEpidemia | Governo afasta "bloqueio" a Wuhan [dropcap]A[/dropcap]pesar do epicentro da epidemia, assim como o caso importado para Macau, terem origem em Wuhan, o Governo afasta a hipótese, por enquanto, de proibir a entrada de pessoas naturais da província de Hubei no território. Ontem, a emissão de um alerta de viagem para que se evitem, ou proíbam, deslocações a essa província foi totalmente recusada. De acordo com a lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, o Chefe do Executivo pode evocar medidas especiais e decretar “restrições ou proibição de entrada ou saída da RAEM a pessoas não residentes provenientes de países ou regiões com ocorrência, surto ou prevalência de doenças transmissíveis”. No entanto, por enquanto, a hipótese não é admitida pelos membros do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “Sabemos que a cidade de Wuhan já não autoriza a saída de excursões e que as viagens de excursões vindas de Hubei estão suspensas. Assumo que já estejam mesmo paradas”, afirmou Maria Helena de Senna Fernandes, directora os Serviços de Turismo (DST), sobre a situação. “No entanto, se houver necessidade de outros grupos de Wuhan virem a Macau vamos manter-nos em comunicação com as autoridades competentes para garantir a segurança nessas situações”, acrescentou. Maria Helena de Senna Fernandes sublinhou ainda que neste momento não há qualquer proibição de ida a Wuhan, mas que a viagem é “desaconselhada”. O nível de alerta de turismo para a zona também não foi accionado. Em relação à proibição dos residentes se deslocarem a Wuhan, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) reconheceu que as autoridades têm esse poder, mas que a proibição “ainda” não está a ser equacionada. Voto de confiança Na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde, o tema do bloqueio voltou a ser abordado, porém, Lam Cheong, chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, negou a hipótese. A justificação para a recusa prendeu-se com as medidas tomadas pelas autoridades centrais: “Neste momento as pessoas que vivem em Wuhan já estão proibidas de sair da cidade e da província. Estão submetidos a medidas que já não lhes permitem deslocaram-se a outros territórios”, defendeu. Contudo, Lam Cheong acabou por explicar de forma indirecta que bloquear apenas a cidade de Wuhan ou a província de Hubei seria inútil. “Neste momento há mais cidades infectadas, até Zhuhai já teve casos. Sabemos que a zona mais afectada, que foi o epicentro foi Wuhan, mas já há casos em mais sítios”, complementou. Além de Hubei que ontem tinha 375 casos confirmados, Guangdong, às portas de Macau, é a segunda província mais afectada com 26 ocorrências, seguida por Pequim, com 10 casos e Xangai com nove ocorrências. Fora da China houve casos confirmados nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Tailândia.
João Santos Filipe SociedadeEpidemia de Wuhan | Governo vai importar 20 milhões de máscaras só para residentes [dropcap]A[/dropcap]pós o Governo ter confirmado o primeiro caso de Pneumonia de Wuhan houve uma corrida às farmácias e supermercados que fez com que numa questão de horas as máscaras ficassem esgotadas. Um pouco por toda a cidade começaram igualmente a surgir notícias de pessoas que já estavam a especular e, de acordo com o portal Macau Concealers, a polícia prendeu mesmo duas pessoas na Zona Norte. Segundo a versão relatada ao HM por uma residente na zona de Seac Pai Van, apesar de ter corrido a oito farmácias e três supermercados não conseguiu encontrar uma única máscara. Frequentemente deparou-se com um aviso para o facto de os produtos estarem esgotados. Também uma moradora da Taipa traçou um cenário semelhante. Nas três farmácias em que entrou, na Península, foi sempre informada que já não havia máscaras para venda. Face a este cenário desistiu da compra, depois de um amigo lhe ter prometido uma máscara. De acordo com os dados revelados pelos SSM, ontem à tarde apenas um dos oito fornecedores de máscaras em Macau tinha produtos em stock, nomeadamente numa quantidade de 150 mil. Quem dá mais? Já no mercado negro, de acordo com o Macau Concealers, uma caixa estava a ser vendida por 85 patacas, quando normalmente seis caixas do mesmo produto custam 19 patacas. Por este motivo, as autoridades prometeram importar ainda antes do Ano Novo Chinês vinte milhões de máscaras, que vão estar disponíveis só para residentes. Os produtos vão ser colocados em 53 das 249 farmácias do território e o objectivo é garantirem aos residentes o acesso às mesmas. Os preços são estipulados pelo Governo e cada residente apenas pode comprar 10 máscaras por cada 10 dias. “Houve turistas e pessoas que compraram 50 caixas de máscaras de uma vez. Por isso encomendámos 20 milhões de máscaras que vão chegar ainda antes do Ano Novo Chinês e que só estão disponíveis para residentes”, revelou Lei Chin Ion. O director dos Serviços de Saúde desvalorizou igualmente o facto de os trabalhadores não-residentes não poderem ter acesso às máscaras: “Não vai haver nenhuma limitação, os não-residentes vão poder comprar os outros produtos, que estão no mercado normal”, frisou. Ainda sobre este aspecto, Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença, foi questionado sobre o perigo de vários trabalhadores não-residentes lidarem directamente com crianças e idosos poderem ficar afastados da compra de máscaras: “O nosso objectivo é garantir que os residentes têm o acesso às máscaras”, limitou-se a responder.