Debate | Sulu Sou atacou “violência da maioria” que não permite fiscalizar o Governo

Sulu Sou lançou duras críticas aos deputados pró-sistema, incluindo terem dois pesos e duas medidas na percepção que têm da China. Além disso, o pró-democrata destacou a contradição dos legisladores que votam leis que criticaram. Como resultado, levou uma reprimenda do presidente da AL

 

[dropcap]U[/dropcap]m deputado ofendido e uma reprimenda por parte do presidente da Assembleia Legislativa. Foi este o resultado da intervenção de Sulu Sou em que acusou os colegas de dualidade face ao Governo Central e de criarem as suas próprias leis, conforme as necessidades.

Na altura de celebração do 30.º aniversário do massacre de Tiananmen, o campo pró-democrata propôs um voto para recordar as vítimas, cuja discussão foi recusada pelo Plenário.

A decisão foi tomada pelos deputados, depois de opções no mesmo sentido do presidente da AL e da Mesa da AL. Ontem, Sulu Sou atacou a decisão da maioria dos colegas: “Algumas pessoas, apagando quem já foram, só permitem que se congratule missões espaciais, e proíbem uma simples emissão de votos para repor justiça”, acusou.

Ainda em relação às decisões no Plenário, o pró-democrata lembrou uma violação do regimento, nomeadamente quanto à obrigação das reuniões das comissões serem do conhecimento de todos os membros: “O facto é que um deputado (…) apresentou um protesto escrito contra as irregularidades ocorridas nesta Assembleia, e solicitou, nos termos legais, a respectiva publicação no Diário da AL para registo histórico. Porém, houve pessoas que criaram ‘regras ocultas’, regras que não estavam consagradas na lei, para o privar do poder de protesto escrito legalmente previsto”, apontou.

Sulu Sou criticou ainda a maioria dos colegas por defenderem em público a transparência no Governo, mas depois aprovarem todas as leis enviadas, mesmo aquelas em que há clara falta de informação. O pró-democrata recordou que 19 deputados do hemiciclo são eleitos apenas com 7.506 votos, que seriam insuficientes para eleger um membro da AL pela via directa.

Contudo, para Sulu Sou muitos desses deputados fazer parte da “violência da maioria” que recusa as acções dos deputados que tentam fiscalizar o Governo.

O deputado prometeu ainda continuar no seu caminho. “Desde que entrei para a AL, há dois anos, nunca pensei, nem um segundo, em agradar a todas as pessoas (…) nunca me calarei perante restrições e interpretações arbitrárias, pois basta um mau precedente ou deixar que se mantenha uma prática errada para ser mais difícil conseguir a preciosa confiança da sociedade”, prometeu.

Ip ofendido

A questão da legitimidade pela ausência de votos, levou Ip Sio Kai, eleito pela via indirecta, a apresentar um protesto: “O deputado Sulu Sou referiu que alguns deputados não foram eleitos por sufrágio universal. As suas declarações são difamatórias”, protestou. Porém, o democrata recusou a acusação: “Apenas me limitei a dizer um facto concreto”, contrapôs.

Mais nenhum deputado interveio na questão, mas Kou Hoi In, também eleito pela via indirecta, pediu moderação: “Peço aos deputados que não apresentem intervenções que pela sua natureza possam atacar os outros. Cada um de nós entrou neste hemiciclo por vias diferentes.

Mas depois de assumirmos o papel de deputado, somos todos iguais e todos estamos a servir a sociedade”, alertou Kou.

8 Ago 2019

Função Pública | Mak Soi Kun defende emprego público só para patriotas

[dropcap]M[/dropcap]ak Soi Kun pediu ontem ao Governo que melhore a eficiência administrativa para resolver os problemas da população e deu como solução a contratação de funcionários públicos tendo como primeiro critério o amor pela pátria.

“Quanto aos critérios de recrutamento de pessoal, (o trabalhador) deve amar o país, Macau e os seus cidadãos”, disse Mak Soi Kun. O deputado ligado à comunidade de Jiangmen pediu igualmente ao Executivo que elimine os vícios de “não trabalhar para não errar”, “trabalhar pouco para errar menos”, “deixar que os assuntos se arrastem para não tomar decisões e “não pôr em prática as decisões tomadas”.

A interpelação do deputado ficou marcada por um atraso, uma vez que Mak Soi Kun não conseguiu abrir o texto escrito no tablet durante longos segundos.

8 Ago 2019

Trabalho | Lei Chan U quer pedreiros TNR fora de Macau

[dropcap]O[/dropcap] deputado dos Operários Lei Chan U pediu ao Governo que garanta que os trabalhadores não-residentes deixam Macau, devido à redução da procura de mão-de-obra no sector.

Segundo o deputado, o facto de os TNR permanecerem em Macau, enquanto a procura está a cair, faz com que os salários dos locais seja negativamente afectado. “O índice salarial destes (pedreiros locais) atingiu o recorde mais baixo durante os últimos quatro anos e, especialmente desde o segundo trimestre de 2017, o decréscimo foi evidente e a sua subsistência foi gravemente afectada”, justificou na AL.

“Apelo ao Governo para dar mais importância a isto, acompanhar de perto a situação de emprego e de salário dos trabalhadores da construção, aplicar seriamente o mecanismo de saída dos TNR (…) adoptar activamente medidas, para assegurar que os direitos e interesses dos locais e os níveis do seu rendimento não sejam prejudicados pela redução das grandes obras”, afirmou.

8 Ago 2019

Legislação | Votação da lei de habitação social pendente

[dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa deixou ontem pendente parte da votação na especialidade da nova Lei de Habitação Social, que permite a candidatura a qualquer altura. A questão da idade de 23 anos para as candidaturas causou discussão, mas esse artigo específico já foi aprovado. O resto da votação decorre hoje.

Já a lei que implementa o sistema de certificação do Processo de Kimberley, para tornar o comércio de diamantes mais transparentes, foi aprovada na especialidade. Além destes dois diplomas, foi também aprovada na generalidade um conjunto de alterações ao Regulamento do Imposto Complementar de Rendimentos, que tem como objectivo actualizar a base tributável das empresas. Esta última proposta vai agora ser discutida em sede de comissão.

8 Ago 2019

Guerra Comercial | Lao Chi Ngai pede mais investimento público

[dropcap]O[/dropcap] deputado Lao Chi Ngai apelou ao Governo para seguir com atenção os riscos económicos do agravamento da guerra comercial, que diz já se sentirem na China, assim como os efeitos da situação de Hong Kong, para preparar uma resposta.

“A guerra comercial entre a China e os Estados Unidos da América continua a aquecer (…). O ritmo de crescimento económico do Interior da China está a abrandar e a pressão negativa económica, a agravar-se, e, mais, na vizinha Hong Kong houve uma série de manifestações violentas que abalaram a estabilidade económica”, começou por destacar, numa interpelação que também foi escrita em nome de Pang Chuan.

“Sugerimos então ao Governo que aumente o investimento nos grandes empreendimentos relacionados com a vida da população, lidere os investimentos e a construção de Macau como centro de turismo e lazer a nível mundial, com participação activa, e recorra à força motriz do crescimento económico, para aumentar a capacidade de luta contra os riscos a longo prazo”, foi acrescentado.

8 Ago 2019

Ambiente | Agnes Lam alerta para lixo acumulado nas praias

[dropcap]O[/dropcap] lixo que se acumula nas praias de Macau, assim como a poluição nas águas levou Agnes Lam a alertar para a situação no plenário de ontem.

A deputada mencionou os casos do lixo trazido para Hac Sá e Cheoc Van, cujas imagens recentes considerou “chocantes” e apontou que os níveis de poluição: “Tudo isto traz um grande impacto para a reputação da nossa cidade.

Para os cidadãos, Macau parece não ter locais para passear, portanto, preferem viajar para o exterior ou ficar em casa com o ar condicionado ligado”, apontou. “A baía de Macau não se deve transformar numa baía de lixo”, alertou.

8 Ago 2019

Fundo soberano | Suspensão de lei valeu chuva de críticas ao Governo

Falta de respeito, desprezo pela opinião da sociedade, interferência nos trabalhos da AL e acusações de irresponsabilidade. Estas foram algumas das críticas feitas ao Governo no âmbito do pedido para suspender a discussão da lei que ia criar um fundo soberano de 60 mil milhões de patacas

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo pediu aos deputados para suspender a discussão da lei que ia criar um fundo soberano com 60 mil milhões de patacas e os deputados acederam. No entanto, a discussão de ontem ficou marcada por várias críticas de diferentes quadrantes. Entre os deputados, apenas Vong Hin Fai, que foi mandatário da candidatura de Chui Sai On, saiu em defesa do Executivo.

O primeiro a abrir as hostilidades foi o pró-democrata Sulu Sou, que considerou que o Governo tentou interferir na agenda do Plenário com o pedido de suspensão da discussão, quando, segundo o democrata, deveria ter retirado a lei.

“Esta prática (de pedir a suspensão de um ponto da ordem dia) não é correcta. Devem ser os deputados a fazer a proposta. Nem na Lei Básica ou no Regimento há uma norma que permita que o Chefe do Executivo envie ofícios para alterar as ordens do Plenário. Será que o Chefe do Executivo está a interferir nos poderes da AL?”, questionou Sulu Sou, eleito com o apoio da Associação Novo Macau. Sobre este aspecto, o presidente da AL recusou haver problemas, porque a decisão de alterar a agenda do Plenário só depende da votação dos deputados.

O facto de nenhum representante do Governo ter estado na discussão do pedido de suspensão do diploma também valeu críticas. “Porque é que o Governo só enviou um ofício? O secretário (para a Economia e Finanças) não devia estar presente para explicar a situação?”, perguntou o jovem deputado. José Pereira Coutinho partilha da mesma crítica: “Fico desiludido com a postura do Governo. Não há membros presentes, pelo menos o secretário para a Economia e Finanças devia estar aqui”, defendeu. Contudo, Vong Hin Fai recusou qualquer falta de respeito:

“O facto de o preponente não estar presente não quer dizer que não haja respeito pela AL. Não estar presente não significa que menospreze a AL”, afirmou.

Apesar de não ter estado presente na discussão, Lionel Leong veio mais tarde a plenário explicar outros pontos da agenda.

Brincar ao monopólio

A crítica mais ouvida na tarde de ontem prendeu-se com o facto de o Governo criar uma empresa para o fundo soberano, sem qualquer explicação ou regulamentos para a estrutura do mesmo, contratação de pessoal e sem ouvir a população.

“O Governo criou uma grande polémica com a transferência de 60 mil milhões de patacas porque não ouviu a população. Há uma grande preocupação com eventuais irregularidades. Estamos a falar de um montante que representa 10 por cento de todas as reservas financeiras!”, afirmou Leong Sun Iok, deputado dos Operários. “O Governo apresentou a criação de um fundo soberano, mas ninguém sabe como ia ser a estrutura ou como ia ser regulado”, apontou.

Por sua vez, Agnes Lam afirmou que o Governo não estava preparado para dar explicações à população e falou de uma conduta irresponsável: “As reservas financeiras pertencem à população de Macau. A decisão sobre quanto deve ser investido tem de passar pela população.

Ao apresentar esta proposta de lei, o Governo não teve qualquer consciência sobre as dúvidas que podia suscitar. (…) O incidente demonstra que há falta de fiscalização e controlo nas empresas públicas”, indicou.

Finalmente, José Pereira Coutinho criticou o facto de o fundo soberano envolver o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC), responsável pelo empréstimo perdido de 212 milhões de patacas à companhia falida Viva Macau. “O FDIC já foi responsável por fazer 200 milhões voarem. E estas mentes (no Governo) querem agora fazer voar mais 60 mil milhões de patacas? Será que o Governo quer criar um novo escândalo como a Viva Air?”, questionou.

“E porque é que só agora se lembraram de ouvir a população? (…) Ao fim de 10 anos este Governo ainda não percebeu a importância de prestar contas aos cidadãos”, concluiu.

8 Ago 2019

Leonel Alves recusa interpretação “radical” do juramento de Kou Hoi In

[dropcap]L[/dropcap]eonel Alves considerou desnecessária a repetição do juramento de Kou Hoi In, para a tomada de posse como presidente da Assembleia Legislativa. Segundo advogado e ex-secretário da Mesa da AL, o facto de Kou Hoi In não ter dito “Macau” na segunda das três vezes que a palavra surge no juramento não tem impacto para o significado do acto, uma vez que está implícito que se estava a referir à RAEM.

“Na República Popular da China só há duas Regiões Especiais Administrativas, Macau e Hong Kong. A cerimónia ocorreu em Macau por isso está implícito que ele se está a referir a Macau.

Ele não estava a fazer o juramento em Hong Kong…”, afirmou Leonel Alves, ao HM. “Não vamos fazer uma interpretação do juramento tão radical e fundamentalista”, acrescentou.

Ainda de acordo com Leonel Alves o primeiro juramento decorreu publicamente e solenemente pelo que a RAEM já estava implícita no juramento, o que faz com que os requisitos do juramento estivesse cumpridos. Foi a 16 de Julho que decorreu o primeiro juramento, que acabou por ser repetido na tarde de 20 de Julho, pelo facto de Kou Hoi In não ter dito Macau.

No lugar certo

O também membro do Conselho Executivo deixou ainda elogios à escolha de Kou Hoi In para presidente da Assembleia Legislativa: “Acho muito bem. É meu amigo e tem muita experiência. […] Tive oportunidade de trabalhar com ele na Mesa da Assembleia Legislativa. Estivemos juntos na noite da transferência da Soberania, na altura com o vice-presidente Lau Cheok Vá, eu como 1.º Secretário da Mesa da AL e ele como 2.º Secretário da Mesa. Temos uma amizade com muitos anos e tenho fé que vai desempenhar um excelente trabalho nas futuras legislaturas”, afirmou.

Leonel Alves foi deputado entre 1984 e 2017 e se tivesse continuado na AL poderia ter sido um dos candidatos à posição de presidente, uma vez que tinha uma experiência de 33 anos ininterruptos. Contudo, recusou comentar o cenário: “O cargo exige muitos requisitos a longevidade não é o único critério. Não coloco esse cenário em consideração. Qualquer um dos deputados que esteja no hemiciclo pode ser eleito”, apontou.

7 Ago 2019

Centro Histórico | Esboço do Plano de Salvaguarda e Gestão até ao fim do ano

O IC espera até ao final do ano concluir o projecto do regulamento administrativo que vai ser o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau. Um dos principais aspectos a ter em conta vai ser o corredor visual da Colina da Penha

 

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) espera terminar até ao final do ano um esboço do que será o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, que depois será publicado como regulamento administrativo. O ponto da situação foi feito, ontem, por Sou Kin Meng, Chefe Substituto do Departamento do Património Cultural.

“Em relação ao projecto para o regulamento administrativo para o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau estamos a desenvolver os trabalhos necessários”, Sou Kin Meng. “Todas as opiniões ouvidas durante a consulta pública de 2018 vão ser tidas em conta e vão ser incluídas na elaboração na proposta do regulamento administrativo. Claro que a proposta ainda está na fase de elaboração e vamos tentar concluí-la até ao final do ano”, acrescentou.

De acordo com o responsável caso haja outros desenvolvimentos sobre o plano as informações serão atempadamente divulgadas. Porém, de acordo com Sou, a altura e a largura do corredor visual para a Colinha da Penha ainda está por definir. Este foi um aspecto focado por mais de 50 por cento das 2.050 opiniões ouvidas na consulta pública de 2018. “Esperamos que a proposta [do Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau] seja bastante abrangida e desenvolvida”, sublinhou.

Durante a conferência de imprensa de ontem, Choi Kin Long, vice-presidente substituto do IC, avançou igualmente que vai ser criado um centro para a monitorização em tempo real do património. Esta criação depende de vários estudos que estão a ser feitos e, segundo o responsável, vai permitir escolher o património que será acompanhado através de tecnologias “inteligentes”.

Raio do Gaio

Um tema que ficou sem resposta foi o dos eventuais trabalhos em “contra-relógio” do edifício na Rua da Calçada do Gaio nos números 18 a 20. O edifício fica numa zona cuja construção em altura foi limitada a 52,5 metros, no ano de 2008. Porém, a obra atingiu a altura de 81,32 metros antes do despacho ser publicado, havendo associações, como o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia, que defendem que devia ser demolida em parte.

Os responsáveis do IC foram questionados sobre a existência de obras em 2008 mesmo à noite, para construir o máximo possível antes do despacho ser publicado, mas negaram qualquer conhecimento dessa situação. “As informações que temos são sobre a altura da construção. Não temos informações sobre a velocidade com que os trabalhos foram feitos”, respondeu Choi Kin Long, quando questionado.

Sobre as eventuais negociações para compensar o construtor do edifício pelo facto de ter visto a área de aproveitação reduzida, com o despacho de 2008, o vice-presidente afirmou não estar a par do assunto e que não seria o IC a negociar a compensação.

Ainda no que diz respeito à vista para a Colina da Guia e as construções na Zona A dos Novos Aterros, Choi admitiu que o IC não tem muitas informações sobre a situações.

 

Farol da Guia na UNESCO

O Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia quer que o Centro do Património Mundial da UNESCO tome uma posição sobre o edifício na Calçada do Gaio. Numa carta enviada ontem à presidente do Centro, Mechtild Rössler, a grupo pede que a UNESCO clarifique se concorda com a altura superior a 80 metros do edifício ou se os andares superiores deviam ser demolidos até se chegar ao limite dos 52,5 metros.

Ao mesmo tempo pergunta qual será o impacto visual para a colina, caso os edifícios em construção na Avenida Rodrigo Rodrigues sejam concluídos com alturas que chegam aos 90 metros de altura. O grupo sublinha a importância de haver uma resposta para as questões, que preocupam a sociedade de Macau.

7 Ago 2019

Comunidades Macaenses | Comissão Organizadora foi recebida por Chui Sai On

O Chefe do Governo sublinhou a importância da comida macaense para o estatuto de “Cidade da Gastronomia” e a necessidade de os mais velhos transmitirem as receitas aos mais novos

 

[dropcap]O[/dropcap] Encontro das Comunidades Macaenses vai decorrer de 23 a 29 de Novembro e Chui Sai On já se comprometeu a cumprir a tradição e participar na sessão de abertura. A promessa foi deixada ontem, depois de um encontro com a comissão organizadora do evento, que decorreu na sede do Governo.

“Foi um encontro muito amigável e o Chefe do Executivo disponibilizou-se de imediato a participar na nossa sessão inaugural do Encontro da Comunidades Macaenses”, contou ao HM Leonel Alves, presidente do Conselho das Comunidades Macaenses. “O Governo e o Chefe do Executivo continuam a apoiar fortemente a nossa comunidade e todos estes eventos marcantes”, revelou.

Em relação ao evento, Leonel Alves destacou uma visita ao Interior da China que tem como objectivo acompanhar as cidades da Grande Baía. “Este ano temos uma parte do evento no Interior da China para se ver a zona da Grande Baía, que é uma grande novidade geoeconomia. São sintomas de uma interacção cultural maior”, apontou.

Por outro lado, o presidente do Conselho das Comunidades Macaenses mencionou a crescente participação registada ao longo das edições: “Contamos com mais de mil interessados. O número de participantes tem vindo sempre a crescer, o que significa que as gerações um bocadinho mais velhas e as novas, ou seja os filhos dos primeiros emigrantes, continuam a mostrar muito interesse, não só em Macau, mas nos assuntos da comunidade e nos laços históricos e familiares”, destacou.

Saber de gerações

De acordo com o comunicado do Governo, Chui Sai On destacou a importância da comida macaense para a distinção de Macau como cidade Gastronómica. Neste sentido, o Chefe do Executivo considerou “importante garantir que a comunidade macaense possa continuar a promover e a transmitir as receitas típicas, a fim de permitir que estas sejam transmitidas às próximas gerações”.

Outra personalidade que deve estar presente na cerimónia é o candidato a Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. Pelo menos, a organização tem em vista convidá-lo, contou Leonel Alves. “O evento é em Novembro e ele só vai tomar posse em Dezembro. Contudo, depois das eleições já vai estar indigitado e esperamos ter um encontro para poder convidá-lo para o evento”, admitiu Alves.

A cerimónia de abertura do evento está agendada para 24 de Novembro e deverá ter a tradicional foto de grupo à frente das Ruínas de São Paulo.

7 Ago 2019

Hong Kong | Jornalista falsifica cartão do JTM para cobrir manifestações

Conhecido por se ter envolvido numa altercação com o activista Edward Leung, Lo Wing-ying, trabalhador do jornal de Hong Kong Ta Kung Pao fez-se passar por profissional do Jornal Tribuna de Macau para cobrir as manifestações da região vizinha

 

[dropcap]O[/dropcap] jornalista Lo Wing-ying fez-se passar por profissional do Jornal Tribuna de Macau (JTM) para fazer a cobertura dos incidentes em Hong Kong. O caso foi revelado ontem pela Campus TV, canal da Associação de Estudantes da Universidade de Hong Kong, que apresenta imagens do cartão falsificado da publicação de Macau.

Na identificação falsa, Lo Wing-ying aparece com o nome de Lo Ho-yin. A posição assumida no JTM seria a de repórter e o número de funcionário o 426. Quando a Campus TV divulgou a notícia, avançou que o cartão era falsificado e que Lo é trabalhador do Ta Kung Pao, publicação pró-Pequim de Hong Kong.

Ao HM, o administrador do Jornal Tribuna de Macau, José Rocha Diniz, confirmou que não existe qualquer funcionário com este nome e que a identidade dos repórteres do JTM pode ser confirmada através da ficha técnica da publicação.

“Não é repórter e não conheço essa pessoa. Aliás, como se pode ver pela ficha técnica [do jornal]. Nem sei quem é essa pessoa. Essa pessoa não existe [no jornal]”, disse o administrador.

“Não sei quem é, mas vou ponderar apresentar queixa dele. Não existem acreditações do tribuna a não ser para os nossos jornalistas. Mas, o facto de ter o número 426 até dá vontade de rir… parece que temos uma redacção enorme”, acrescentou.

José Rocha Diniz fez ainda questão de frisar que não tem qualquer ligação com o jornalista ou a publicação em causa: “É evidente que não tenho nada a ver com isto”, sublinhou.

No cartão apresentado por Lo pode ainda ler-se a palavra “pressione”, uma tradução automática para português da palavra “imprensa”.

Cara conhecida

O facto de Lo Wing-ying utilizar um cartão falso para fazer a cobertura dos eventos está relacionada com dois aspectos. Por um lado, o jornal Ta Kung Pao é marcadamente pró-Pequim, com posições e notícias muitas vezes vistas como apenas a “voz do dono”, ou seja, um meio para o Governo Central passar mensagens.

Numa das manifestações a 16 de Junho, que passou à frente da sede do jornal, houve vários gritos contra a publicação. Um dos slogans mais repetidos foi o pedido para que o Ta Kung Pao fosse comer fezes.

Por outro lado, Lo não é uma cara totalmente desconhecida do público. A 13 de Agosto de 2016, o jornalista terá alegadamente atacado o activista Edward Leung, na estação de metro de Taikoo.

Como resultado, Lo e Edward Leung foram detidos e posteriormente libertados, com a promessa de que não cometeriam mais infracções à lei durante um período de 12 meses. Tiveram ainda de pagar mil dólares de Hong Kong.

Depois da notícia da falsificação começar a circular, o jornal Ta Kung Pao emitiu um comunicado a condenar alegadas agressões a um dos seus jornalistas, na noite de domingo. Segundo a publicação da região vizinha, parte do material do seu funcionário foi roubado.

6 Ago 2019

Cheias | Executivo à espera do Governo Central para construção de comporta

[dropcap]O[/dropcap] projecto da construção da comporta contra marés continua à espera de resposta do Governo Central. O ponto de situação foi feito ontem na Assembleia Legislativa por Shin Chung Low Kam Hong, subdirector das Obras Públicas.

As autoridades centrais são uma parte interessada no processo, uma vez que a comporta poderá afectar as águas no lado de Zhuhai. “Concluímos o estudo de viabilidade em Abril e apresentámos um projecto revisto ao Governo Central. Estamos à espera da resposta”, explicou o dirigente, em resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok, dos Operários.

6 Ago 2019

Tufões | Governo equaciona encerramento de autocarros dourados na Ponte HKZM

Raimundo do Rosário criticou o facto de com o sinal tufão número 8 haver serviços públicos que estão fechados por segurança, enquanto alguns particulares se mantêm em funcionamento. O secretário mostrou-se preocupado com a segurança da população, em particular na travessia pela Ponte HKZM

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo vai rever a situação dos autocarros dourados da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que continuaram a operar apesar de no território estar içado o sinal 8 de tufão. Na semana passada, com a passagem do tufão Wipha, a situação levou a que vários passageiros ficassem retidos à entrada em Macau, porque depois de passarem a fronteira não havia transportes públicos a funcionar.

“Vamos discutir a situação com a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e com a empresa autocarros directos que circulam na ponte. Uma hora e meia depois de ser içado o sinal n.º 8, os transportes públicos ficam suspensos. Estes autocarros dourados também deviam ficar suspensos”, afirmou ontem o secretário para os Transportes e Obras Públicas, que esteve ontem na Assembleia Legislativa a responder às perguntas dos deputados.

Devido ao caos na nova ponte, como medida excepcional, foi restabelecido parte dos serviços de transporte colectivo. Porém, Raimundo do Rosário mostrou-se muito preocupado com o número de passageiros acumulados na Praça de Ferreira do Amaral. “Queremos que o serviço na ponte deixe de funcionar durante o sinal n.º 8. Nós tivemos autocarros especiais, mas não passavam pela Ferreira do Amaral. Mesmo assim, havia muitas pessoas que estavam lá à espera de serem levadas para a ponte. Na fronteira da nova ponte ainda há locais cobertos para esperar, mas na Praça de Ferreira do Amaral não. Será que esta situação não é perigosa? Acho que devemos suspender todos os transportes”, completou.

Ao mesmo tempo, Raimundo do Rosário sublinhou a necessidade de assegurar a segurança e afirmou não entender o facto de os serviços públicos fecharem com o sinal n.º 8, mas haver privados que continuam a operar. “Não precisamos de trabalhar quando está içado o sinal n.º 8, por motivos de segurança.  (…) Por questões de segurança os serviços públicos e alguns privados ficam suspensos. Mas depois há outros que funcionam. Será que isto não coloca a segurança em causa”, perguntou. “Como os serviços ficam a funcionar não podemos excluir a hipótese de as pessoas saírem, irem ao cinema e jantar foram. Mas isso não é perigoso?” questionou.

6 Ago 2019

AL | Mi Jian esteve no plenário

[dropcap]A[/dropcap]pesar de estar a ser investigado pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC), na sequência de uma carta anónima que denunciou várias irregularidades na Direcção de Serviços de Estudos e Políticas e Desenvolvimento Regional, o director Mi Jian esteve na Assembleia Legislativa e garantiu que o Executivo vai “proteger os recursos de solos” e manter o “desenvolvimento económico de Macau”.

Mi Jian sublinhou também que Chui Sai On não atribuiu nenhuma concessão a privados nos novos aterros. A questão foi colocada pelo deputado Ng Kuok Cheong e mais nenhum deputado interveio sobre o assunto.

6 Ago 2019

Chuva Intensas | Governo pede que se saia mais cedo de casa

[dropcap]P[/dropcap]ara lidarem com as situações de chuvas intensas e os caos nos transportes, os cidadãos devem precaver-se e sair mais cedo de casa. A receita foi deixada por Raimundo do Rosário, ontem, perante interpelação da deputada Angela Leong, que ainda deixou um exemplo pessoal.

“Uma vez num dia de serviço, eu era a única pessoa que tinha chegado às 09h30. Com as chuvas intensas as pessoas têm de sair de casas mais cedo. Se fizerem os horários normais vão chegar atrasadas”, afirmou.

“As pessoas têm de tomar precauções. Sugiro também que instalem a aplicação móvel dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, para saberem as previsões do tempo e de chuvas intensas”, frisou.

6 Ago 2019

Governo justificou contrato de 5,9 mil milhões no Metro por falta de conhecimento especializado

[dropcap]R[/dropcap]aimundo do Rosário explicou o contrato de 5,9 mil milhões de patacas com a empresa MTR de Hong Kong para a operação do Metro Ligeiro com o facto de faltarem conhecimentos especializados nesta área em Macau. A justificação foi apresentada ontem na Assembleia Legislativa, onde o secretário respondeu a interpelações dos deputados.

“Estes milhões são para operar a Linha da Taipa, assim como o Parque de Materiais e Oficina”, respondeu o secretário quando questionado sobre o assunto. “O Metro Ligeiro é um novo transporte e não há conhecimentos sobre como operar estes sistemas”, acrescentou.

Ontem, em mais uma sessão do Plenário, Raimundo do Rosário voltou a reconhecer que a Linha da Taipa vai ter um efeito muito limitado, enquanto transporte. “Acho que faz parte do senso comum perceber que a Linha da Taipa, só por si, não vai ter um efeito muito grande no sistema de transportes. Uma ligação entre os Jardins do Oceano e o Pac On tem muitos obstáculos. Mas tínhamos de avançar com uma linha primeiro”, frisou. “Em 2023 é possível fazer com que a ligação chegue à Estação Intermodal da Taipa e, nessa altura, os efeitos vão ser sentidos”, acrescentou.

Por outro lado, o director do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), Lam Wai Hou, anunciou os números das pessoas contratadas para a representação de Macau da MTR. Um terço dos trabalhadores são locais. Os lugares ocupados por trabalhadores não-residentes são principalmente de gestão. “Entre os 570 trabalhadores três quartos são locais.

Mais de 450 trabalhadores têm licenciatura. Entre estes, 115 são formados na área das obras e mais de 200 em transportes”, disse Lam Wai Hou. “Entre os 30 por cento dos trabalhadores não-residentes, contamos com gente com muita experiência e conhecimento especializado, que vão ocupar principalmente cargos de direcção”, complementou.

Com a entrada em operação da MTR, o GDI vai ser extinto. Segundo Rosário, o Governo vai tentar transferir as obras para a MTR, que assim organizariam a expansão da linha de metro.

Contudo, caso tal não seja possível, o secretário garante que o Executivo vai arranjar um departamento para lidar com as obras. Rosário disse ainda que na segunda metade do ano vai ser aberto o concurso público para a atribuição das obras da Linha de Seac Pai Van.

6 Ago 2019

Fundo soberano | Agnes Lam saúda decisão do Governo de retirar proposta da AL

[dropcap]A[/dropcap] deputada Agnes Lam confessou ao HM que esta foi a melhor coisa a fazer. “Dou as boas vindas a esta decisão, acho que é a coisa mais certa a fazer, porque não temos quaisquer informações. Perguntei a uma fonte mais próxima do Governo que também não tem quaisquer informações.”

Agnes Lam condena uma decisão tomada sem um “pré-aviso e diálogo sobre a forma como o dinheiro vai ser investido”, e exige uma uniformização sobre os critérios de criação de empresas públicas. A Associação Novo Macau pediu hoje a realização de uma consulta pública sobre este assunto.

O estabelecimento de um novo fundo soberano causou polémica depois do Jornal do Cidadão ter noticiado de que Chui Sai On seria o gestor da empresa depois de deixar o Governo, algo que vai acontecer em Dezembro deste ano. O Chefe do Executivo já veio desmentir essa informação.

5 Ago 2019

Acorda, Carrie

[dropcap]A[/dropcap] situação continua a agravar-se em Hong Kong. Mas enquanto se procura responsabilizar manifestantes ou polícias, Carrie Lam continuar a passar pelos espaços da chuva. É incrível como a pessoa que criou esta confusão toda não faz um único esforço para resolver o problema.

Parece-me cada vez mais evidente que tentou demitir-se e que o Governo Central não deixou. Mas esta falta de acção só descredibiliza o actual sistema político de Hong Kong. Numa altura em que a antiga colónia britânica atravessa a pior crise política desde os anos 60, Carrie Lam pode dar-se ao luxo de não fazer absolutamente nada. E é evidente que este luxo está ligado à forma como foi escolhida para o cargo.

Contudo há uma questão: não há ninguém com responsabilidades e com interesse em defender o actual sistema que obrigue Carrie Lam a mexer-se? Pelo menos que tente fazer alguma coisa. É surreal que numa crise desta dimensão haja um chefe do Governo que não faz nada. E ainda é paga!

Carrie Lam é o Imperador Nero que assiste à cidade a arder e ainda goza com os residentes a seu bel-prazer. Ou isso ou começou a fazer campanha pelo sufrágio universal e está a mostrar a todos como no actual sistema se pode ser um líder incompetente ao máximo sem sofrer consequências.

5 Ago 2019

Calçada do Gaio | Instituto Cultural diz que está tudo nos conformes

O Governo garante que tanto na Calçada do Gaio como na Av. Rodrigo Rodrigues todas as construções respeitam os limites legais. O IC revelou ainda que a UNESCO não se opôs ao facto de o prédio da Calçada do Gaio poder manter 81,32 metros de altura, numa área que é limitada a 52,2 metros

 

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) voltou a insistir na legalidade do edifício dos lotes 18 a 20 na Calçada do Gaio, junto à Colina da Guia, desta vez em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou. Em causa está o prédio inacabado, com 81,32 metros de altura, que bloqueia a vista para o Farol da Guia. Segundo o Governo, a dimensão actual pode ser mantida, uma vez que a construção atingiu esta altura ainda antes do despacho de 2008, que para proteger a vista para o Farol da Guia limitou a altura da construção na zona a 52,5 metros.

“O IC teve em consideração o facto de o edifício actual ter sido construído antes da publicação do Despacho do Chefe do Executivo n.º 83/2008, com uma licença válida e, por isso, não levantou nenhuma objecção dada pelos Serviços das Obras Públicas, a qual consistia em concluir as restantes obras de remodelação das paredes exteriores e do espaço interior do edifício, mantendo a altura actual deste”, é escrito na resposta assinada por Chan Kai Chon, vice-presidente do IC.

Segundo o Governo, esta postura não tem oposição da UNESCO, que foi informada em duas ocasiões. As comunicações com o Centro do Património Mundial da UNESCO terão acontecido nos inícios de 2017 e no final de 2018. Na última ocasião, a apresentação da situação do edifício foi feita no âmbito do Relatório Sobre o Estado de Salvaguarda do Centro Histórico de Macau.

“Até ao momento presente, inclusive com a publicação, em Maio deste ano, do projecto de decisão do Centro Património Mundial, o IC ainda não recebeu uma sugestão diferente por parte do Centro, em relação à forma apresentada no Relatório de gerir a situação relativa à construção inacabada do edifício sito nos lotes n.ºs 18 a 20 da Calçada do Gaio”, é revelado.

Novas “irracionalidades”

Na mesma interpelação, o deputado ligado à Associação Novo Macau perguntava também sobre a construção da Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, onde a altura máxima de construção é 90 metros. Sobre esta situação, Sulu Sou fala em várias construções novas que são legais, mas “irracionais”.

Face a esta questão, o IC garante que todas essas situações respeitam a lei: “No momento presente, todas as novas construções na área onde foram fixadas alturas máximas através do respectivo Despacho [do Chefe do Executivo n.º 83/2008], incluindo os novos edifícios sitos na área da Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, obedecem aos requisitos de limitação da altura fixados no Despacho”, é defendido pelo IC.

No entanto, as explicações do IC, não satisfizeram o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia, que respondeu com uma carta para a UNESCO. O documento foi revelado ontem e aponta à altura do edifício inacabado na Calçada do Gaio e as novas construções da Avenida Rodrigo Rodrigues. O grupo pede à UNESCO que tome uma posição e faça com que Macau reduza a altura das construções, de forma a proteger a vista para o farol.

5 Ago 2019

Telemarketing ilegal resulta em quase 40 processos de investigação

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais multou um residente de Hong Kong em 40 mil patacas, na sequência de várias chamadas ilegais de telemarkerting. A informação foi revelada num comunicado, emitido na sexta-feira passada, e incide sobre uma série de telefonemas feitos através da rede fixa de Macau, apesar das chamadas serem feitas fora do território.

O homem punido é de Hong Kong e registou um número de rede fixa em Macau para um amigo, que depois utilizou essa ligação, a partir do exterior, para fazer as chamadas de telemarketing. No entanto, o indivíduo que registou a ligação acabou por ser multado em 40 mil patacas, porque sabia que estava a ajudar o amigo num esquema de telemarketing.

“Apesar de o residente de Hong Kong alegar que tinha requerido o serviço de linha fixa por conta de outrem, com o objectivo de ajudar o seu amigo (não residente de Macau), teve conhecimento claro que o número requerido servia para as actividades de telemarketing na RAEM, e ainda fez o registo por sua iniciativa”, é justificado em comunicado. “Portanto, o GPDP considera que o residente de Hong Kong em causa possui a qualidade de responsável pelo tratamento e tem de assumir as responsabilidades pela infracção”, foi acrescentado.

Origem desconhecida

A multa surge na sequência de várias queixas recebidas pelo GPDP relacionadas com as chamadas de telemarketing associadas a salões de beleza. Segundo as autoridades, desde o início do ano foram abertos quase 40 processos de investigação relacionados com diferentes queixas.

“O GPDP continua a receber várias queixas e participações contra o telemarketing. […] Até ao final de Julho do ano corrente, o GPDP já iniciou quase 40 processos de investigação em resposta às queixas e participações apresentadas” é informado.

No mesmo comunicado, o GPDP alerta que mesmo nos casos em que haja consentimento, as chamadas de telemarketing por entidades não identificadas ou com identidade falsa podem constituir um acto ilícito. “O titular dos dados pode, de acordo com a lei, exigir ao salão de beleza que preste informações respeitantes à fonte de dados. Quer recusa de prestação de informação, quer fornecimento de informação falsa, viola a Lei de Protecção dos Dados Pessoais”, é explicado.

5 Ago 2019

Comunicação | Chui Sai On evita cada vez mais assuntos sensíveis e jornalistas

O Chefe do Executivo vai às ocasiões públicas, discursa e antes de poder ser questionado pelos jornalistas foge dos locais. O padrão está cada vez mais presente nas acções de Chui Sai On e o Jornal do Cidadão escreveu mesmo um artigo de opinião a condenar a postura

 

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo defende várias vezes uma governação com transparência, mas cada vez mais evita os jornalistas, para não ter de responder a perguntas sobre as denúncias de corrupção no Governo ou sobre a possibilidade de assumir um cargo na Sociedade Gestora do Fundo para o Desenvolvimento e Investimento da RAEM.

O sentimento há muito que é generalizado entre os órgãos de comunicação social, mas face ao agravar da situação, o Jornal do Cidadão publicou um artigo de opinião, em que fez “um apanhado” das ocasiões recentes em que Chui “fugiu” dos jornalistas, para evitar perguntas difíceis.

Segundo a publicação em língua chinesa, Chui Sai On costumava responder às questões dos órgãos de comunicação social em algumas ocasiões, como quando apanhava aviões para o Interior da China ou outros locais. Contudo, nos últimos meses, Chui está cada vez mais adepto do jogo do gato e do rato.

O Jornal do Cidadão recorda o simpósio subordinado à política “Uma Faixa, Uma Rota”, no início de Julho, em que vários jornalistas esperaram Chui Sai On para comentar o grande assunto da altura. Em causa estava a carta de um trabalhador da Direcção dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvido Regional (DSEPDR). No entanto, nessa altura, Chui Sai On incumbiu o subdirector do serviço, Un Hoi Ian, de responder às primeiras perguntas e aproveitou para deixar o local do encontro.

A carta enviada ao Comissariado Contra a Corrupção passou assim em claro para o Chefe do Executivo, que deixou que o assunto ficasse a cargo da DSEPDR, não havendo qualquer condenação face a eventuais actos de corrupção.

O bis de Chui

Se no início do mês passado, Chui Sai On se sentiu incomodado com as denúncias de corrupção, sobre as quais nunca tomou uma posição, no final de Julho tem feito tudo para evitar falar sobre o seu futuro.

Em causa está uma notícia que apontava que Chui ia assumir um cargo na Sociedade Gestora do Fundo para o Desenvolvimento e Investimento da RAEM, que tem sob seu controlo activos de 60 mil milhões de patacas. Logo no mesmo dia houve um desmentido do gabinete do porta-voz do Governo. Contudo, Chui Sai On nunca falou sobre o assunto.

Na passada quinta-feira, aquando das celebrações do aniversário do Exército de Libertação Popular, foram várias as tentativas dos repórteres para abordar o líder do Governo, que se escudou nos seguranças. Assim, escondendo-se no meio dos seguranças do Grupo de Protecção de Altas Entidades, Chui deixou o local.

A situação voltou a repetir-se este sábado, no Fórum de Macau, após a sessão “Eu e a minha Pátria”.

No final da sua intervenção, Chui Sai On sabia que os repórteres o queriam questionar, mas apenas fez circular a mensagem que já tinha deixado o Fórum de Macau. No final, mais uma vez, deixou os jornalistas de microfone estendido.

Por este motivo, o artigo do Jornal do Cidadão pede a Chui que se chegue à frente e assuma as razões que o fizeram “desaparecer misteriosamente”. “Os órgãos de comunicação social não entendem a razão que leva o Chefe do Executivo a andar fugido”, é frisado no artigo.

5 Ago 2019

Casa Amarela | Chan Chak Mo faz novo contrato de arrendamento por oito anos

[dropcap]O[/dropcap] deputado Chan Chak Mo, director da Future Bright Holdings, acaba de assinar um novo contrato de arrendamento com uma empresa desconhecida, que vai ocupar a Casa Amarela, junto às Ruínas de São Paulo, pelo período de oito anos.

No comunicado à bolsa de valores de Hong Kong não consta o nome do novo arrendatário nem o montante da renda, referindo-se apenas a data da celebração do contrato, que foi esta quinta-feira.

A Future Bright Holdings relembra que “a propriedade se mantém há algum tempo sem qualquer arrendatário”, pelo que “não tem dado qualquer contributo ao grupo em termos de renda”.

Espera-se que o novo arrendatário ocupe o edifício a partir de 1 de Setembro deste ano. A Casa Amarela foi durante anos ocupada pela Direcção dos Serviços de Turismo, que deu apoio ao projecto Lusitanus, um restaurante da Casa de Portugal em Macau. Contudo, Chan Chak Mo decidiu terminar o contrato de arrendamento que tinha com o Governo.

2 Ago 2019

Chefe do Executivo | Manifestante de amarelo fez greve de fome de dois dias

Hoi Weng Chong fez nos últimos dois dias greve de fome por considerar que as eleições para Chefe do Executivo são “um jogo de bastidores” entre uma elite, que impede qualquer outro candidato de participar

 

[dropcap]H[/dropcap]oi Weng Chong, conhecido como o manifestante de amarelo, fez nos últimos dois dias uma greve de fome por considerar que as eleições para o cargo de Chefe do Executivo são “jogos de bastidores”. Hoi tentou participar na eleição, mas como Ho Iat Seng conseguiu 379 dos 399 apoios do Colégio Eleitoral eliminou à partida qualquer possibilidade de concorrência. Cada candidato precisa de 66 apoios de membros do colégio eleitoral para poder candidatar-se.

A intenção de Hoi foi deixada numa carta entregue ao HM, na quarta-feira de manhã, quando por volta das 10h30 se encontrava à frente do Edifício da Administração Pública. “Hoje vou iniciar uma manifestação de fome que dura dois dias”, podia ler-se no documento entregue ao HM. Na origem da manifestação está o que Hoi Weng Chong considera um jogo de bastidores:

“Ho Iat Seng apresentou um total de 378 assinaturas dos membros do Colégio Eleitoral. Isto não é o jogo de uma elite que deixa sem oportunidades os outros candidatos?”, questiona.
Num primeiro momento, Ho Iat Seng apresentou o apoio de 378 membros do colégio, mas no dia seguinte apresentou mais um apoio.

Porém, todo este apoio faz com que Hoi Weng Chong defenda que os candidatos tiveram hipóteses diferentes. “Dado que o Chefe do Executivo é eleito a cada cinco anos, este é um evento extraordinariamente grande para Macau. Mas os outros candidatos não iniciaram campanha, nem começaram o debate sobre programas políticos. Esta é um aspecto que faz com que estejam em desvantagem para serem apoiados”, considerou.

Críticas a juíza

No mesmo documento, o manifestante de amarelo critica a constituição da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), que diz ser constituída por delegados do procurador e juízes “que não cumprem a lei”. Hoi não elabora a forma como os juízes Song Mang Lei, Tong Hio Fong, o assistente do Procurador Chan Tsz King e os membros do Governo Victor Chan e Kou Peng Kuan não cumprem a legislação local. Contudo, questiona: “Se não cumprem a lei, como é que vão conseguir manter a equidade e justiça da eleição?”.

Hoi diz ainda ter apresentado uma queixa no Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) contra o único candidato admitido a Chefe do Executivo devido à questão da nacionalidade portuguesa.

“Eu, Hoi Weng Chong, fui ao CCAC este 16 de Julho, para pedir que investiguem em breve Ho Iat Seng, por ter oculto a sua nacionalidade Portuguesa, enquanto era presidente da Assembleia Legislativa, delegado de Macau à Assembleia Popular Nacional e membro do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês”, pode ler-se no documento escrito à mão.

Hoi tentou ser candidato, mas agora diz que se ele não fosse admitido, que pelo menos o empresário Steve Siu, que é igualmente cônsul da Papua Nova Guiné, devia ter sido apoiado e admitido. De acordo com o manifestante, a carta foi entregue a todos os departamentos do Governo.

2 Ago 2019

Ho Iat Seng | Susana Chou estava “fora” e Kwan nem quer falar do assunto

O único candidato a Chefe do Executivo conseguiu o apoio de 379 dos 399 membros do Colégio Eleitoral, mas de fora da quase unanimidade ficaram a antiga presidente da Assembleia Legislativa e Kwan Tsui Hang, histórica deputada ligada aos Operários

 

[dropcap]O[/dropcap] único candidato a Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, entregou uma lista de apoiantes com 379 membros, entre os 399 que constituem o Colégio Eleitoral para a eleição do 5.º líder do Governo da RAEM. No entanto, entre os que ficaram de fora constam alguns nomes pesados, Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo, Susana Chou, antiga presidente da Assembleia Legislativa e Kwan Tsui Hang, histórica deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau.

Contudo, e tal como Ho Iat Seng já tinha afirmado, alguns apoiantes ficaram de fora por não se encontrarem em Macau, na altura em que o candidato recolheu apoios. Foi esta a justificação avançada por Susana Chou ao HM, sobre o facto de o seu nome não constar na lista publicada oficialmente.

“Em relação à ausência do nome de Susana Chou da lista de apoiantes de Ho Iat Seng, tal ficou a dever-se ao facto de nessa altura ela se encontrar numa viagem de negócios pela Europa”, respondeu uma secretária da ex-presidente da AL, ao HM, na passada terça-feira.

Também Kwan Tsui Hang foi questionada por este jornal sobre o facto de não estar entre as apoiantes. Esta ausência ganha especial relevo porque o também membro dos Operários e ex-colega de bancada de Kwan, Lam Heong Sang é um dos membros da equipa de candidatura de Ho Iat Seng e já foi apontado pelo deputado José Pereira Coutinho como uma forte possibilidade para o cargo de porta-voz do Conselho Executivo.

Contudo, a ex-deputada afirmou não estar em Macau, razão pela qual não responde a qualquer pergunta relacionada com o candidato a Chefe do Executivo. “Não estou em Macau e por isso não estou disposta a responder a questões sobre Ho Iat Seng”, afirmou, na terça-feira, quando contactada pelo HM.

Históricos de fora

O futuro Chefe do Executivo da RAEM é um conhecido empresário, esse aspecto parece influenciar quem o apoia. É no subsector do trabalho que há mais membros do colégio eleitoral a não apoiar Ho Iat Seng, nomeadamente 11 em 59. Além de Kwan, também Kong Ioi Fai, outro membro histórico dos Operários, está fora da lista de apoiantes. Ainda no subsector do trabalho do colégio eleitoral Fong Kin Kuan, Lam Pek Sang, Cheong Man Sio, Leong Iek Wa, Chang Wa Nga, Ip Iam Teng, Choi Man Lan, Lo Soi I e Kuong Chi Fong são os outros nomes que não apoiam Ho.

O segundo subsector mais penalizador para Ho é o dos Serviços Sociais. Neste aspecto, há seis ausências da lista em 50 membros. Lam Man Chi, Mok Wai Seng, Chan Choi Kun, Cheng Son Meng, Fong Ka Kin e Che Mei Leng são as ausências. Finalmente, a última ausência além dos nomes já mencionados, é no subsector cultural, a única entre os 29 membros do colégio por este subsector, que pertence a Wong Weng Hei.

2 Ago 2019