IAS | Associações criticam decisão “apressada” de fechar serviços

Uma associação de familiares de portadores de deficiência, e um responsável por creches geridas pelos Kaifong criticaram a forma repentina como foram encerrados ontem todos os equipamentos sociais subsidiados. Ron Lam destacou a falta de base científica da decisão e lembrou que instalações desportivas e restaurantes estiveram abertos

 

Sem tempo para reagir. Esta foi a forma geral como a Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau encarou a decisão anunciada na segunda-feira pelo Instituto de Acção Social de encerrar todos os equipamentos sociais subsidiados durante o dia de ontem, incluindo creches, serviços de cuidados especiais diurnos para idosos e serviços de apoio vocacional para as pessoas deficientes.

O secretário-geral da Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau, Im Ka Wai, revelou ao jornal Ou Mun que se viu obrigado a suspender os centros que prestam apoio a portadores de deficiência e que foram afectados cerca de 40 utentes. Im Ka Wai afirmou que mal soube da suspensão, informou os cuidadores e foram disponibilizados serviços online, sem especificar de que natureza.

O responsável frisou que embora tenham ficado desapontados, os pais ou cuidadores mostraram compreensão perante a necessidade de encerrar.

Apesar da decisão repentina, o dirigente associativo indicou que as instalações geridas pela associação estavam ontem prontas para abrir, como previsto, para o período de normalização, após desinfecção profunda e coordenação com os trabalhadores que iriam sair da gestão de circuito fechado.

Face à questão se considera proporcional fechar todos os serviços quando se verificar um caso positivo, o responsável defendeu a implementação de medidas de prevenção rigorosas, devido “à imunidade fraca dos portadores de deficiência”. Porém, indicou que a descoberta de um caso não é suficiente para justificar a manutenção da gestão de circuito fechado e obrigar os funcionários a permanecerem no local de trabalho.

Por seu turno, a vice-director-geral dos serviços sociais da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Cheong Un Si, apontou que as creches geridas pela associação disponibilizaram desde o período de estabilização, que começou a 2 de Agosto, apenas 50 por cento das vagas. Segundo a estimativa da responsável, 108 crianças foram afectadas pela suspensão de ontem. Devido à notificação repentina, Cheong Un Si afirmou que algumas famílias se queixaram de falta de tempo para encontrar quem tomasse conta dos filhos durante o seu horário de trabalho.

Pouca ciência

O encerramento dos serviços sociais levou o deputado Ron Lam a enviar ontem uma carta para o IAS a questionar os motivos científicos que justificaram a medida, assim como a apelar ao Governo para não tomar decisões precipitadas que deixem a população desprevenida.

Além disso, o deputado destacou a falta de sentido nas políticas de prevenção da pandemia por se encerrarem serviços sociais e manter funcionários em regime de circuito fechado, enquanto se permite a abertura de instalações desportivas e restaurantes com serviço de mesa.

O IAS anunciou ontem que entre hoje e a próxima segunda-feira “os equipamentos sociais diurnos e subsidiados retomarão gradualmente o seu funcionamento”. Porém, na fase inicial, vão continuar suspensas as actividades que envolvam aglomeração de pessoas e manter limitado “o número de participantes nos grupos de serviços essenciais”.

Os trabalhadores das creches, centros de apoio, lares de idosos e demais instalações subsidiadas de serviço social vão deixar de ser obrigados a realizar testes (antigénio e ácido nucleico) antes de entrarem nas instalações.

Além disso, a partir de hoje, vão ser “levantadas todas as medidas de gestão em circuito fechado aplicadas a 11 lares de reabilitação e a um lar de tratamento de desintoxicação”, indicou o IAS, acrescentando que “a partir de 15 de Agosto, serão levantadas todas as medidas de gestão em circuito fechado actualmente vigentes em 24 lares de idosos” e serão permitidas visitas.

10 Ago 2022

SMG | Sinal nº3 deverá ser içado hoje devido a área de baixa pressão

A Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) divulgou ontem um aviso a emitir sinal nº1 de tempestade tropical e a prever a hipótese “relativamente alta” de mudar para sinal nº3 ao longo do dia de hoje. Em relação à possibilidade de o sinal subir para nº9, os SMG referiram que esta seria “moderada” para o período “durante a noite”.

O aviso foi justificado com a formação de uma “vasta área de baixa pressão localizada na parte central do Mar do Sul da China” que se desenvolveu numa “depressão tropical e que se vai deslocar, genericamente, para as regiões entre a costa oeste de Guangdong e a Ilha de Hainan”. Como tal, sob a influência da circulação deste sistema e as bandas de chuva relacionadas, durante o dia de hoje espera-se que o tempo em Macau seja instável, e que até amanhã o vento se intensifique, com aguaceiros frequentes e trovoadas.

Por outro lado, sob a influência da maré astronómica combinada com o “Storm Surge” e a chuva contínua, podem surgir inundações nas zonas baixas entre a madrugada de amanhã e a manhã de quinta-feira.

8 Ago 2022

Cinemateca Paixão | Agosto com selecção internacional, se pandemia deixar

Se a pandemia der um descanso a Macau, esta semana começa com uma selecção eclética de filmes na Cinemateca Paixão, com produções do Japão, Estados Unidos, Espanha, Irão, Coreia e Taiwan. “El Buen Patrón”, com Javier Barden, “Just Remembering”, do japonês Daigo Matsui e a produção iraniana “A Hero” serão algumas das películas em exibição

Poucos dias antes de Macau ter voltado a encerrar edifícios devido à pandemia, a Cinemateca Paixão anunciou o cartaz de Agosto com sessões diárias ao longo do mês e uma panóplia de filmes que vão estar em exibição, se não forem impostas novas restrições no combate à pandemia.

Assim sendo, as sessões na Travessa da Paixão devem regressar amanhã com a exibição de “Just Remembering”, às 19h e “Love Talk” às 21h30.

Inspirado no clássico “Night on Earth”, do cineasta Jim Jarmusch, “Just Remembering” é uma espécie de álbum de recordações de uma história de amor. O filme do japonês Matsui Daigo ganhou no ano passado o prémio do público do Festival Internacional de Tóquio.

O argumento de “Just Remembering” centra-se na relação entre um bailarino, Teruo, que trabalha como assistente de iluminação numa companhia e teatro, e uma condutora de táxi, Yo, que reencarna o papel interpretado por Winona Ryder na obra de Jarmusch.

Com base no eixo amoroso entre Teruo e Yo, o filme retrocede na relação amorosa entre as personagens, do fim para o princípio. “Just Remembering” tem exibições marcadas para amanhã e sexta-feira, às 19h e domingo às 21h30, e ao longo do mês nos dias 16, 17, 19, 21 e 23 de Agosto.

O outro filme que inaugura amanhã o cartaz deste mês é “Love Talk”, um projecto que resultou da inspiração da realizadora de Taiwan Kuo Chen-Ti, nos contos do autor japonês Kanoko Okamoto.

Com a acção a desenrolar-se em Taiwan, Yamagata (Japão) e Kuala Lumpur (Malásia), “Love Talk” apresenta uma série de “paisagens amorosas” e episódios cómicos que retratam as relações amorosas contemporâneas. “Love Talk” será exibido amanhã, quinta-feira, sábado e dia 19, sempre às 21h30.

Na quarta-feira, às 19h, é exibido “El Buen Patrón”, uma comédia do realizador Fernando León de Aranoa, que conta na sua filmografia com películas marcantes como “Barrio” e “Los Lunes al Sol”. O protagonista de “El Buen Patrón”, interpretado por Javier Bardem, é um empresário carismático e manipulador que gere uma unidade fabril familiar numa pequena cidade espanhola. No meio da rotina de trabalho, o empresário imiscui-se na vida dos operários, numa tentativa desesperada de ganhar um prémio de Excelência Empresarial e apresentar a imagem do melhor patrão da história da indústria.

Além de ter entrado na lista preliminar para o Óscar de melhor filme estrangeiro, “El Buen Patrón” foi o grande vencedor dos Prémios Goya. Tem exibições marcadas para quarta-feira, sábado, 16 e 18 de Agosto às 19h, e depois com sessões às 21h30 nos dias 23 e 24 de Agosto e às 18h30 no dia 28 de Agosto.

Do drama ao épico

“The Northman” é o filme de maior orçamento na selecção de Agosto da Cinemateca Paixão. Realizado por Robert Eggers, este thriller épico inspirado na mitologia nórdica tem um elenco de luxo com Alexander Skarsgård, Nicole Kidman, Claes Bang, Anya Taylor-Joy, Ethan Hawke, Björk e Willem Dafoe nos papéis principais.

Partindo da premissa simples da sede de vingança de um jovem príncipe viking que procura vingar a morte do seu pai, assassinado pelo tio, “The Northman” parece catapultar a brutalidade da guerra, sangue a correr, ossos a partir e lama a invadir todos os poros para a dimensão de personagens. Um filme que convida a um duche depois de ser visto.

“The Northman” será exibido na quinta-feira e domingo às 19h, e ao longo do mês, dias 18, 20, 21 e 24, em horários diversos.

Finalmente, “A Hero” é a outra proposta cinematográfica do cartaz de Agosto da Cinemateca Paixão. Realizado por Asghar Farhadi, “A Hero” tem merecido o reconhecimento de festivais de cinema pelo mundo fora, como os Globos de Ouro, o Festival Internacional de Cinema de Palm Springs ou o Festival de Cinema de Cannes. A produção iraniana assenta na atribulada vida de Rahim, interpretado por Amir Jadidi, que acaba por ser preso devido a uma dívida que não consegue pagar ao seu cunhado. Durante uma saída precária de dois dias, o protagonista tenta de tudo para saldar a dívida, incluindo convencer o cunhado a retirar a queixa que apresentou.

Mais uma vez, Asghar Farhadi, que realizou o aclamado “A Separation”, consegue transportar o público para ambientes intensamente dramáticos com aparente leveza, através de uma narrativa que desafia os limites da moralidade. Um exemplo da vitalidade e subtileza do cinema iraniano.

“A Hero” será exibido às 21h30 de quarta-feira e sexta-feira, e nos dias 17, 20, 25 e 27 de Agosto às 19h.

A selecção de Agosto conta ainda com o filme sul-coreano “Broker” que só tem uma data de projecção na Travessa da Paixão e que já está esgotada.

A entrada para cada sessão custa 60 patacas.

8 Ago 2022

Pandemia | Caso detectado em Zhuhai coloca Macau em alerta e encerra edifícios

As autoridades de Zhuhai notificaram ontem Macau da detecção de um caso positivo de covid-19 relativo a um trabalhador não-residente de 26 anos, que morava na Areia Preta e que trabalha na padaria do Grand Mart, na Taipa. Cerca de 60 mil pessoas de zonas alvos fizeram ontem teste de ácido nucleico e toda a população fez ontem e fará hoje testes rápidos obrigatórios

Passados poucos dias do levantamento das quarentenas obrigatórias à entrada em Zhuhai, as autoridades da cidade vizinha notificaram ontem o Governo de Macau da descoberta de um caso positivo de covid-19 relativo a um indivíduo de 26 anos, trabalhador não-residente em Macau.

Embora o paciente tenha testado mais de dez vezes negativo nos sucessivos testes de ácido nucleico feitos em Macau, as autoridades indicam que “não se pode excluir o eventual risco de transmissão de vírus nas áreas onde esse indivíduo vive e trabalha”.

Quando Macau se preparava para relaxar medidas restritivas, a descoberta do caso levou ao restabelecimento de novas zonas alvo, obrigando à realização de testes de ácido nucleico a um universo alargado de pessoas. Assim sendo, entre as 15h30 de ontem e as 00h de hoje, foi decretada a obrigatoriedade de fazer um teste de ácido nucleico “às pessoas que morem ou trabalhem nas zonas delimitadas pela Avenida Dr. Sun Yat Sen, Estrada Almirante Marques Esparteiro, Rua de Viseu, Estrada Governador Albano de Oliveira, Avenida do Estádio, Rua do Desporto, Rua do Regedor, Rua da Ponte Negra e Avenida Olímpica, na Taipa. Os resultados devem ser conhecidos esta manhã

Os testes são obrigatórios também para quem esteve nas zonas referidas por mais de meia hora no dia 3 de Agosto, ou após essa data, especialmente para quem frequentou a padaria do supermercado Grand Mart, em frente ao Jockey Club de Macau. A medida deve abranger certa de 60 mil pessoas, apesar do médico Tai Wai Hou ter frisado ontem a dificuldade em contabilizar todos os que devem fazer teste de ácido nucleico.

As autoridades de saúde acrescentam que “considerando o alto risco nas áreas relevantes”, não ficaram “isentos os bebés e as crianças pequenas nascidos após o dia 1 de Julho de 2019, bem como os idosos com dificuldade de locomoção que necessitem de cuidados de acompanhamento ou, as pessoas com deficiência”. Porém, quem já tinha feito teste de ácido nucleico ontem por estar incluído num grupo-chave não precisou fazer novo teste. As pessoas que recuperaram depois de infectadas ficaram isentos.

Voltam bloqueios

O indivíduo em causa morou até ao dia 4 de Agosto no Edifício Polytec Garden (bloco 1), na Rua Central da Areia Preta, num apartamento com oito pessoas, seis delas ainda se encontraram em Macau, todos colegas de trabalho. As autoridades de saúde locais, confirmaram na conferência de imprensa que até ontem todos tinham testado negativo nos testes de ácido nucleico. Como resultado, o edifício em questão foi bloqueado e decretado zona vermelha, obrigando todos os moradores a fazer teste de ácido nucleico, estando previsto o fim do isolamento do prédio no próximo sábado e o levantamento do código de saúde amarelo no dia 15 de Agosto. Porém, o tempo de confinamento do edifício será determinado com base nos resultados dos testes dos moradores.

Como a pessoa infectada visitou várias vezes a mesma loja no centro comercial City Plaza, perto das Portas do Cerco, “os trabalhadores do primeiro piso vão ser testados e sujeitos a medidas de controlo e serão recolhidos dados dos clientes que visitaram o centro comercial para fazerem também teste de ácido nucleico”, afirmou ontem a médica Leong Iek Hou.

O edifício onde se situa o centro comercial acabou também por ser selado.

As autoridades estão a averiguar a possibilidade de o indivíduo em causa estar envolvido em práticas de contrabando.

E agora?

Uma das consequências imediatas para a população geral foi a imposição de testes antigénio rápidos entre ontem e hoje. Mas a grande questão é saber até que ponto a descoberta deste caso em Zhuhai irá afectar a normalização de Macau. Importa referir que o fluxo de passagens transfronteiriças entre as duas cidades tem atingido grande intensidade e que a cidade vizinha detectou, pelo menos, três outros casos positivos na zona de Doumen.

O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, referiu ontem que os casos de Macau, com base na sequenciação genética e investigação epidemiológica, e que, para já, “não se justifica interromper de novo as passagens das fronteiras”.

Entretanto, as autoridades de Zhuhai começaram a admitir entrada apenas a quem faça o teste já do outro lado da fronteira e montaram postos de testagem à entrada em Gongbei.

Quanto ao futuro, só os resultados da testagem o dirão. “Temos de nos manter alerta, mas não precisamos ficar muito preocupados. Para já, não precisamos confinar, o essencial é fazer os testes de ácido nucleico e só os resultados podem ditar as medidas que vamos tomar. Mas não queremos tomar medidas de alta intensidade”, apontou Alvis Lo. Ficou assim, em aberto o prolongamento do chamado período de estabilização.

O director dos Serviços de Saúde voltou a apelar à população para evitar ao máximo as saídas desnecessárias e cumprir as habitais directrizes, como desinfectar as mãos com frequência, evitar aglomerações e convívios e usar máscara.

Braços descruzados

Além da incerteza se a semana pode começar com o retorno de restrições, a tónica da conferência de imprensa de ontem foi a rapidez com que as autoridades de Macau responderam ao comunicado da cidade vizinha, ponto repetido várias vezes por Alvis Lo.

Depois da notificação às 09h de ontem, ao meio-dia “já tinham sido bloqueadas zonas e identificado os grupos alvo que seriam sujeitos a testes de ácido nucleico”. “Fomos muitos rápidos a responder e pedimos aos cidadãos que façam teste antigénio hoje e amanhã [ontem e hoje] para identificar casos. Podemos ter casos esporádicos nos próximos tempo, mas precisamos fazer o nosso trabalho”, afirmou o director dos Serviços de Saúde.

Segundo a médica Leong Iek Hou, até ontem às 18h e em conexão com o caso positivo, estavam a ser acompanhados 33 contactos próximos, 18 pessoas fizeram o mesmo percurso, assim como cinco contactos por via secundária.

Para já, a medida de levantamento da gestão em circuito fechado em lares de idosos e instalações de reabilitação, que deveria ser descartada hoje, irá manter-se até serem apurados os resultados da testagem aos grupos-alvo.

8 Ago 2022

Exposição de caligrafia e pintura “Lee Chau Ping e Alunos” até 13 de Agosto na Fundação Rui Cunha

De regresso à programação cultural, a Galeria da Fundação Rui Cunha alargou o período em que estará patente a exposição de Caligrafia e Pintura “Lee Chau Ping e Alunos” até ao final da próxima semana, dia 13 de Agosto. A entrada é livre

 

 

Passados apenas quatro dias de exibição, a mostra de pintura e caligrafia “Lee Chau Ping e Alunos” foi interrompida pelo surto de covid-19 que paralisou completamente Macau. Como tal, e face à reabertura da Galeria da Fundação Rui Cunha, foi ontem anunciado que o período de exibição da mostra será alargado até ao final da próxima semana, 13 de Agosto.

A mostra conjunta reúne trabalhos do metre Lee Chau Ping e de 43 aprendizes que colaboram nas suas aulas, oficinas e actividades artísticas, regularmente organizadas pela Associação de Amizade das Artes, Pintura e Caligrafia de Macau, presidida por Lee Chau Ping.

A mostra dá a conhecer 44 peças de pintura e caligrafia, uma por cada participante, que reflectem a preocupação de Lee Chau Ping em “promover a cultura da caligrafia e pintura chinesa, bem como a arte, com o objectivo de reunir entusiastas para estudar a sua essência, para que os membros possam pesquisar, aprender e observar os outros durante estas actividades”, de acordo com o manifesto da iniciativa.

O propósito da exposição é também “fornecer uma plataforma para exibir as obras de pintura e caligrafia dos alunos. E é uma boa oportunidade para criar e praticar esta arte, permitindo que os alunos comuniquem com outros, cultivando a alfabetização cultural, incentivando sentimentos, enriquecendo a sua vida espiritual e levando adiante a cultura e as tradições chinesas para serem transmitidas de geração em geração”, refere o mestre, citado por um comunicado da organização da mostra.

Lee Chau Ping (李秋平), calígrafo e pintor local, é conhecido como discípulo do estilo artístico da Escola de Pintura de Lingnan. Nascido em 1959, o artista começou a sua carreira como designer de interiores, formado pelo Instituto de Design e Indústria de Hong Kong. A paixão pelas artes vem da infância, tendo aprendido pintura e caligrafia chinesas por influência do pai, quando tinha cerca de seis anos de idade.

O percurso académico levou-o depois para o mundo do design e da gestão de negócios. Seguiu para a Canadian Public Royal University, onde fez um Master of Business Administration, passou pela Princeton University, onde obteve um PhD em Gestão, e ainda pela Renmin University of China, para uma graduação em Administração de Empresas. “Aos 63 anos, o espírito incansável do artista é admirável, sendo igualmente licenciado e praticante de Medicina Chinesa desde 1999”, indica a Fundação Rui Cunha.

A galeria reabriu portas na quarta-feira, em horário integral das 10h às 19h, incluindo o período do almoço de segunda a sexta-feira, e aos sábados das 15h às 19h. A entrada é livre.

5 Ago 2022

Taiwan | Macau “condena veementemente” visita de Pelosi a Taipé

O Executivo de Ho Iat Seng demonstrou ontem o completo repúdio em relação à visita de Nancy Pelosi a Taiwan, caracterizada com “uma intervenção violenta nos assuntos internos” do país e uma violação arbitrária do princípio de ‘uma única China’. A condenação foi partilhada pelo Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na RAEM

O Governo de Macau condenou ontem a visita de Nancy Pelosi, líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, a Taiwan, classificando-a como uma “intervenção violenta nos assuntos internos” chineses.

“O Governo da RAEM [região administrativa especial de Macau] mantém a mesma posição nos assuntos de Taiwan, persistindo na salvaguarda da soberania e da integridade territorial da China e na defesa firme do princípio de ‘uma única China'”, lê-se no comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau.

De acordo com a mesma nota, a visita da responsável norte-americana “constitui uma intervenção violenta nos assuntos internos” chineses, além de comprometer a “soberania e a integridade territorial, violando arbitrariamente o princípio de ‘uma única China’, ameaçando severamente a paz e a estabilidade do Estreito de Taiwan e destruindo as relações entre a China e os Estados Unidos”.

Neste sentido, o Executivo liderado por Ho Iat Seng “condena veementemente” a deslocação de Pelosi a Taiwan.

Em comunicado, o Gabinete de Comunicação Social relembra ainda que “o presente Governo dos Estados Unidos prometeu, várias vezes, cumprir o princípio de ‘uma única China’, mas que “as palavras e as acções recentes” de Washington “não correspondem” ao compromisso.

Como tal, o “Governo da RAEM opõe-se firmemente à intervenção pelas forças externas nos assuntos internos da China, irá apoiar e coordenar plenamente com o Estado na salvaguarda da soberania e da integridade territorial, da segurança e dos interesses de desenvolvimento do país”.

 

Condenados ao falhanço

A condenação da visita de Nancy Pelosi a Taiwan foi partilhada por Liu Xianfa, Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China na RAEM, que afirmou que a congressista norte-americana tomou uma atitude “deliberadamente provocadora” e “brincou com o fogo”.

O representante do MNE em Macau recordou que no passado dia 28 de Julho, Joe Biden reiterou numa conversa telefónica com Xi Jinping que os Estados Unidos não iriam desafiar a política “uma única China”, nem mudar a sua posição política” e que não iriam apoiar forças independentistas. O representante chinês acrescentou que as mesmas garantias foram dadas pelo secretário de Estado Antony Blinken e pelo conselheiro Jake Sullivan. “Os políticos norte-americanos fazem sempre o contrário daquilo a que se comprometem”, concluiu o comissário.

O representante dos Negócios Estrangeiros em Macau acrescenta ainda que a tomada de posição de Pelosi “tem um severo impacto nas fundações políticas das relações sino-americanas, viola seriamente a soberania e integridade territorial da China, e prejudica a paz e estabilidade no Estreito de Taiwan”. Além disso, envia sinais errados às forças separatistas e independentistas de Taiwan, acções que terão “consequências muito más”.

 

4 Ago 2022

Fronteiras | Quarentena levantada à entrada em Zhuhai para quem vem de Macau

A medida foi anunciada através de um comunicado das autoridades de Zhuhai, e em Macau espera-se que a população siga a política “dois pontos, uma linha”, ou seja, que uma vez no outro lado da fronteira apenas se desloque de casa para o trabalho

 

 

Desde as 18h de ontem, passou a ser possível atravessar a fronteira para Zhuhai sem ter de cumprir quarentena obrigatória, medida que vigorava desde 18 de Junho. Quem tiver realizado testes gratuitos, que ainda se encontrem com uma validade de 24 horas, pode utilizá-los para passar a fronteira.

“A partir das 18h de hoje (ontem) vamos regressar à normalidade na travessia das fronteiras. As pessoas que precisam de sair de Macau, ficam a saber que se tiverem feito os testes gratuitos nos dias 2 e 3 de Agosto que podem utilizá-lo para atravessar as fronteiras”, afirmou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, durante a conferência de imprensa de ontem sobre a evolução da pandemia. “Esta é uma medida para evitar que as pessoas corram para os centros de testes. A população não se deve apressar para os centros de testes e deve tentar evitar concentrações”, apelou.

No entanto, expirada a validade dos testes feitos ontem, passa a ser a preciso pagá-los, mesmo que se faça outros testes gratuitos.

“Entretanto, os testes gratuitos vão voltar à normalidade, ou seja, o resultado vai deixar de aparecer no Código de Saúde e não vão poder ser utilizados para atravessar a fronteira”, anunciou Leong. “Nestes dois dias o Governo pagou o custo dos testes, mas a partir de dia 4 (hoje), as despesas vão ter de ser assumidas pelas pessoas”, informou.

 

Validade de 24 horas

Antes da conferência de imprensa, o Grupo de Trabalho de Prevenção e Controlo Conjunto de Macau-Zhuhai tinha anunciado a abertura com Zhuhai e indicado que é necessário apresentar o resultado negativo de um teste de ácido nucleico à covid-19 realizado nas últimas 24 horas.

A passagem das fronteiras tem agora mais exigências do que no passado. Segundo o comunicado do grupo de trabalho, com base num comunicado emitido pelas autoridades de Zhuhai, quem atravessar a fronteira tem de indicar o destino, numa aplicação móvel, e comprometer-se a fazer mais dois testes no espaço de três dias.

A possibilidade de realizar deslocações em menos de 24 horas, não foi referida e as autoridades de Macau acreditam que é possível ir e voltar no mesmo dia. No entanto, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Ma Chi Hong, apelou para que as deslocações a Zhuhai sejam apenas por motivos essenciais.

“O comunicado das autoridades de Zhuhai não diz nada sobre as deslocações com uma duração inferior a 24 horas, por isso deve ser possível fazê-las”, respondeu. Contudo, Ma apelou para que as pessoas apenas se desloquem a Zhuhai por motivos de trabalho ou por terem lá casa.

Ontem, a Polícia de Segurança Pública admitia esperar “um pico” no número de pessoas a atravessar a fronteira para Zhuhai a partir das 18h e apelou à população para estar atenta à informação disponibilizada sobre a afluência às fronteiras.

 

Vida interrompida

Os apelos das autoridades não impediram que um enorme fluxo de pessoas acorresse aos postos fronteiriços, agravado pelo facto de a fronteira das Portas do Cerco estar fechada até amanhã. Aos cidadãos, foi pedido que verificassem através das plataformas online as filas de espera em cada posto fronteiriço e que optassem pelas mais livres.

Além da obrigatoriedade de fazer três testes de ácido nucleico, à entrada na cidade vizinha, é necessário fazer a declaração prévia da aplicação ou mini-programa “Saúde Zhuhai” no WeChat e informar onde irá pernoitar. As pessoas vão também estar obrigadas a cumprir aquilo a que as autoridades do Interior da China designam por “dois pontos, uma linha”, ou seja, evitar deslocações que fujam ao roteiro casa-trabalho e vice-versa, “devendo evitar a utilização de meios de transportes públicos, concentração de pessoas e refeições em grupo”.

Até ontem, estavam registados em Macau 791 casos confirmados da covid-19 e 1.381 casos de infecção assintomática.

 

Testes | Confusão e longas filas nos postos de testagem

Logo após as autoridades de Zhuhai terem anunciado a reabertura de fronteiras com Macau, os postos de testagens espalhados um pouco por toda a cidade encheram-se de residentes e trabalhadores não residentes (TNR) que queriam rumar ao território vizinho a partir das 18h00.

Segundo o jornal Ou Mun, postos localizados no Centro Cultural de Macau, no Largo do Lilau e na Areia Preta chegaram a ter longas filas de espera com mais de 100 pessoas e o sistema de marcações a registar, nas horas de maior pico, cerca de 2.000 entradas para a realização de testes no posto localizado no Edifício do Bairro da Ilha Verde.

Acompanhado pelos dois filhos, um residente de Macau com casa em Zhuhai conta que foi preciso esperar muito tempo na fila para que os três conseguissem ser testados nesse mesmo posto.

Uma TNR ouvida pelo jornal Ou Mun partilhou que, por ter “muitas saudades da família” e não conseguir ir a casa “há vários meses”, mal soube que já não seria preciso fazer quarentena para rumar a Zhuhai, dirigiu-se imediatamente ao posto do Centro Cultural para fazer o teste.

Segundo um vídeo partilhado pelo mesmo órgão de comunicação social, nos minutos que precederam a entrada em vigor da medida, foi possível ver uma enorme enchente de pessoas que aguardavam no Posto Fronteiriço Qingmao, a chegada das 18h00 para ir para Zhuhai.

 

4 Ago 2022

Obras Públicas | Prometida transparência depois de casos de corrupção

O Governo garante que os novos serviços de Obras Públicas vão aumentar a transparência de actuação. Em resposta a uma interpelação de Ella Lei que pedia acção depois dos sucessivos escândalos de corrupção, cujo último exemplo foi Li Canfeng, o Executivo reiterou que a proposta de lei para rever o Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública entrou na fase final

Há sensivelmente um mês, o Ministério Público acusou Jaime Carion e Li Canfeng, antigos directores das Obras Públicas, num mega-processo que envolve mais de 20 arguidos e a acusação da prática de crimes como corrupção, associação secreta, associação criminosa e branqueamento de capitais.

A queda dos ex-directores nas malhas da justiça tem o precedente do caso Ao Man Long, o primeiro secretário para os Transportes e Obras Públicas da RAEM, condenado a 27 anos de prisão.

Foi com base neste historial que Ella Lei interpelou o Governo para saber “que novas medidas estão a ser adoptadas para colmatar as lacunas no âmbito do abuso de poder e da corrupção, e para reforçar a eficácia e a transparência da fiscalização”.

A resposta à deputada divulgada ontem coube a Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), que começou por realçar a recente divisão da antiga Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), destacando que as duas novas direcções de serviços nascidas da cisão da antiga se comprometeram seguir um novo rumo.

“Ambos os serviços afirmaram que irão aumentar a transparência das informações sobre a sua actuação, mantendo uma regular comunicação e interacção entre os diferentes sectores, para, assim, se vulgarizar o acesso a informações facilitador de uma supervisão abrangente por parte da sociedade. Paralelamente, continuar-se-á a reforçar a consciencialização dos trabalhadores sobre a integridade e o cumprimento da lei, através de acções de formação”, respondeu Kou Peng Kuan.

Recorde-se que quando Li Canfeng tomou posse à frente da DSSOPT prometeu “ouvir amplamente a opinião pública e reforçar os canais de diálogo e intercâmbio com os cidadãos, de modo a incrementar a divulgação de informações, aumentando assim a transparência administrativa”.

Em fase de estudo

No que diz respeito a acções concretas para evitar e detectar casos de corrupção, o director dos SAFP repetiu o que secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, já havia dito na Assembleia Legislativa no final de Maio passado.

“Com vista ao aperfeiçoamento da responsabilidade dos titulares dos cargos de direcção e chefia, o Governo da RAEM está a rever as disposições legais relativas às actuais competências dos titulares dos cargos de diferentes níveis expressos no regime jurídico da função pública, tendo iniciado os trabalhos de revisão do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau. A elaboração da proposta de lei já se encontra na fase final e será submetida à apreciação da Assembleia Legislativa”, reiterou Kou Peng Kuan, dando eco a uma das medidas previstas nas Linhas de Acção Governativa para este ano.

O dirigente acrescentou que a revisão pretende determinar claramente as competências dos dirigentes no âmbito da administração diária, nomeadamente da gestão do pessoal, “reduzindo a subdelegação de poderes de cada nível e aumentar a eficiência administrativa”.

Além disso, Kou Peng Kuan indicou que o Governo continua a estudar a possibilidade de criar um regime disciplinar exclusivo para o pessoal de direcção e chefia.

3 Ago 2022

Creches subsidiadas recebem apenas crianças em caso de necessidade

O Instituto de Acção Social (IAS) divulgou ontem os critérios de admissão nos serviços sociais e programas subsidiados, de acordo com o processo de reabertura gradual definido pelo Governo. Na segunda-feira, o chefe do Departamento de Solidariedade Social do IAS, Choi Sio Un, anunciou de forma genérica a reabertura de 21 creches subsidiadas que iriam prestar “serviço de simpatia”. Ora, ontem foram adiantadas as condições a preencher para que os residentes possam usufruir dos serviços de creche.

Assim sendo, pode recorrer às creches “pai ou mãe de família monoparental” que tenha “obrigações profissionais fora de casa durante o período diurno”, famílias em que “ambos os pais têm obrigações profissionais fora de casa durante o período diurno”, “cuidadores que têm de cuidar, simultaneamente, de mais que uma criança e/ou cuidar ainda de outros agregados familiares doentes/deficientes/idosos com idade avançada”, indica o IAS.

Face a estes requisitos, cabe à creche avaliar se a família apresenta, de facto, dificuldades na prestação de cuidados antes da admissão.

Em termos globais, as estruturas de acção social subsidiadas pelo IAS vão disponibilizar, até dia 8 de Agosto, 50 por cento das vagas totais. Entre 9 e 15 de Agosto, o número máximo de vagas poderá aumentar para 75 por cento

Lares e fronteiras

Outro detalhe clarificado ontem, em relação à conferência de imprensa de segunda-feira que abriu alas ao chamado período de estabilidade, diz respeito à gestão de funcionamento dos lares de idosos.

Na segunda-feira, Choi Sio Un referiu que “nos 36 lares (…) os trabalhadores vão poder optar por trabalhar ou não em regime de gestão em circuito fechado” e que as visitas continuariam suspensas até 15 de Agosto. Ontem, foi acrescentado que também está fora de questão a “recepção de bens de subsistência sem qualquer tipo de contacto físico”.

O IAS esclareceu que tanto os utentes como os funcionários dos lares residentes do Interior da China, e que não tenham domicílio em Macau, vão permanecer em “circuito fechado”.

A exigência de cumprir quarentena à entrada em Zhuhai faz também parte dos critérios que vão determinar a gestão de funcionamento dos lares e que darão a possibilidade de escolha se o trabalhador quer, ou não, trabalhar em circuito fechado. “Os utentes continuam a permanecer nos lares. Tanto os funcionários com domicílio em Macau como os funcionários sem domicílio em Macau, que tenham regressado à sua residência no Interior da China no dia de abertura das fronteiras, podem optar por trabalhar, ou não, em ‘circuito fechado’”, indicou ontem o IAS.

3 Ago 2022

Surto | Origem em produto importado foi hipótese por exclusão de partes

Dois dias depois de Alvis Lo ter dito que a origem do surto esteve relacionada com produtos importados, Leong Iek Hou deu a entender que essa explicação terá surgido por exclusão de partes e relativizou estudos científicos que apontam para a baixa possibilidade de contaminação através de objectos. Escolas deixam de ter postos de testagem. Compra de vacinas para crianças com menos de cinco anos em negociação

“A Organização Mundial de Saúde diz que não há provas que o vírus possa ser transmitido através de um objecto causando um grande surto epidémico. É verdade que a maior parte dos surtos epidémicos dizem respeito à contaminação entre pessoas.  Mas será que o objecto não contaminar uma pessoa? Eu acredito que existe essa possibilidade se uma pessoa tocar num objecto contaminado.” Foi desta forma que Leong Iek Hou, do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus respondeu depois de confrontada com as orientações da Organização Mundial de Saúde e estudos científicos que indicam a baixa hipótese de um surto pandémico ter como origem um objecto infectado.

Recorde-se que no domingo, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, afirmou que o “surto não foi causado por pessoas vindas do exterior (…) mas sim pela importação de produtos”.

No passado dia 12 de Julho, a Comissão Nacional de Saúde da China indicou que os governos locais da China iam deixar de fazer testes à covid-19 em produtos importados, excepto congelados. Estudos revelam que os vírus têm um tempo de sobrevivência curto na superfície da maioria dos objectos à temperatura ambiente e, portanto, “as medidas devem ser actualizadas”, referira na altura a Comissão Nacional de Saúde.

Segundo o portal da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Internet, “não há provas até ao momento de vírus que causam doenças respiratórias serem transmitidos através de comida ou embalagens de comida”. “Os coronavírus não conseguem multiplicar-se em comida; precisam de um hospedeiro animal ou humano para se multiplicar”, referiu a OMS.

Face a esta informação, a médica e coordenadora da autoridade que dirige o combate à pandemia inferiu não existir consenso científico quanto à matéria.

“Na nossa perspectiva, como podemos observar com a gripe sazonal, quando uma pessoa contacta com um objecto pode ser contaminada, isto é uma prova científica. Mas quanto tempo permanece o vírus nos produtos. Existem muitos tipos diferentes de estudos. Por exemplo, temos de ver de que tipo de materiais estamos a falar, há diferentes estudos. São necessárias muitas provas e estudos para observar a carga viral e quanto tempo o vírus pode permanecer no objecto”, afirmou.

A coordenadora revelou que as autoridades tiveram em conta para a investigação epidemiológica as pessoas infectadas no estrangeiro, os chamados casos importados. “Nenhum deles tinha sido infectado pela variante BA 5.1, portanto, se não foi por através de pessoas, provavelmente terá sido por objectos ou produtos”, acrescentou.

Porém, confessou que nunca foi encontrado o objecto ou produto que esteve na origem do surto, e que o mesmo já poderá ter sido destruído, da mesma forma que se “tiver sido uma pessoa, essa já pode ter saído de Macau”.

Com outros testes

Foi também ontem anunciado que as instalações do Pavilhão C da Nave Desportiva suspenderam as funções no combate à pandemia, por ter deixado de existir a necessidade de acolher pessoas.

Outra novidade da conferência de imprensa de ontem, foi a desactivação dos postos de testagem nas escolas de Macau. No total, foram suspensos 11 locais que estavam até ontem ao serviço dos testes de ácido nucleico, sendo substituídos por oito postos ao ar-livre e três postos gerais no pavilhão desportivo do Tap Seac, Centro de Actividades Juvenis da Areia Preta e no Posto de Saúde Provisório de Seac Pai Van.

Os postos nos bairros vão estar espalhados por locais como o Jardim da Areia Preta e outro junto ao Centro de Inspecção de Motociclos, no Parque de Lazer da Rua 4 do Iao Hon, zona de lazer da Rua da Missão de Fátima, Travessa do 1.º de Maio, Parque do Iao Hon, zona de lazer do Templo do Bazar e o toldo branco da Avenida Panorâmica.

Realidade futura

O médico adjunto da direcção do hospital Conde São Januário, Lei Wai Seng, revelou que “o objectivo é que no futuro todas as zonas tenham os respectivos postos e que os cidadãos se desloquem a pé para fazer o teste. Por exemplo, se precisam passar a fronteira, ou se tiverem uma profissão de alto risco”. Para já, as autoridades vão analisar se a quantidade de postos é suficiente, mas o caminho a seguir será o estabelecimento de postos de pequena dimensão para “prestar um serviço mais conveniente”, mas alertaram que é necessário primeiro fazer a marcação do teste antes da deslocação ao local.

As autoridades revelaram ainda que Macau está a tentar comprar lotes de vacinas contra a covid-19 especialmente concebidas para crianças entre seis meses e cinco anos. “Já contactámos a BioNTech, mas ainda não sabemos quando recebemos as vacinas de mRNA”, confirmou ontem Leong Iek Hou.

Foi ainda confirmada a continuação da exigência de vacinação completa contra a covid-19 a todos os passageiros que queiram viajar do estrangeiro para Macau. “Se não se vacinarem, não reúnem condições sequer para embarcar no voo de regresso a Macau”, mesmo que sejam residentes, reiterou Leong Iek Hou.

3 Ago 2022

Comandante da guarnição do ELP promete garantir segurança nacional

No dia do 95.º aniversário da fundação do Exército de Libertação do Povo Chinês, o Comandante e o Comissário Político da Guarnição em Macau publicaram um artigo a destacar o papel do desenvolvimento das forças armadas na capacidade para assegurar a segurança nacional e a estabilidade da RAEM

 

 

No dia em que o Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP) completou 95 anos desde a sua fundação, as altas patentes da Guarnição em Macau, o Comandante Xu Liangcai e o Comissário Político Sun Wenju, assinaram um artigo no jornal Ou Mun a agradecer o apoio do Governo da RAEM e da população.

As altas patentes estacionadas em Macau destacaram o progresso conquistado pelas Forças Armadas chinesas e o compromisso com a RAEM, em especial a partir do 18.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China e da implementação rigorosa das “importantes mensagens transmitidas pelo Presidente Xi nas inspecções que fez” ao posto na RAEM.

Os responsáveis máximos da guarnição militar estacionada em Macau realçaram também o progresso do desenvolvimento das Forças Armadas e a forma como reforçou a capacidade para garantir a segurança nacional e a prosperidade e estabilidade de Macau.

A mensagem de Xu Liangcai e Sun Wenju focou também o sucesso da implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas”. “Ao longo dos anos, as tropas estacionadas em Macau partilharam o mesmo ar, o mesmo destino que os compatriotas de Macau, e testemunharam a prática bem-sucedida do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau”.

 

Como estar em família

Os militares apontam ainda o “tremendo apoio” e o “amor quase familiar” recebido do Governo e de todos os sectores da sociedade de Macau. “Todos os oficiais e soldados amam profundamente esta bela cidade e esperam que Macau continue a melhorar no futuro e se torne ainda mais próspera”.

Para os tempos que se avizinham, as altas patentes do Exército de Libertação do Povo Chinês demonstraram confiança de que “com o forte apoio do Governo Central, a eficiência do Executivo local e a luta unida dos compatriotas de Macau”, o território irá “ultrapassar as várias dificuldades” com que se irá deparar, rumo a um futuro glorioso.

2 Ago 2022

Segurança nacional está à frente de direitos e liberdades em Macau

O Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau afirmou que “nenhum direito e liberdade pode romper a linha de fundo da segurança nacional”, numa resposta a críticas da ONU. O Gabinete de Ligação destaca liberdades e direitos sem precedente na história de Macau

 

 

Na semana passada, o Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas emitiu um relatório sobre a implementação em Macau do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que motivou uma resposta forte do secretário para a Segurança Wong Sio Chak. Um dia depois, na sexta-feira, foi a vez das entidades que representam o Governo Central na RAEM denunciarem as conclusões do organismo das Nações Unidas.

“Deve salientar-se que qualquer direito deve ser exercido de acordo com a lei, e que não há liberdade de imprensa e de manifestação no mundo que esteja acima da lei”, destacou em comunicado Liu Xianfa, comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na RAEM.

Na mesma nota, o comissariado sublinhou que “nenhum direito e liberdade pode romper a linha de fundo da segurança nacional”.

Afinal, acrescentou, “o sistema democrático da RAEM está de acordo com o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e o estatuto constitucional de Macau, e é conducente à salvaguarda dos direitos democráticos dos residentes de Macau e à manutenção da prosperidade e estabilidade” do território.

O Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM também reagiu “às chamadas conclusões” do Comité dos Direitos Humanos num artigo publicado na agência estatal Xinhua. “Alguns conteúdos são baseados em informação ou fontes não verificadas, que não se alinham com a realidade. As críticas à situação dos direitos humanos em Macau são tendenciosas e sem fundamento”, argumentou o porta-voz do Gabinete de Ligação.

O responsável sublinhou que o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM irá continuar a apoiar o Governo local na “firme salvaguarda dos direitos fundamentais e liberdades de que gozam os residentes de Macau, ao abrigo da Lei Básica, e na implementação do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, de acordo com a Lei Básica”.

O representante argumentou ainda que a implementação bem-sucedida do princípio “Um País, Dois Sistemas” recebeu aclamação universal, e que os residentes da RAEM gozam de uma amplitude de direitos e liberdade sem precedente, algo que “pode ser comprovado por quem não encara a situação com preconceito”.

 

Daqui a seis anos

Macau já tinha repudiado, na véspera, as críticas do Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que pediu mudanças na Justiça, sistema eleitoral e defesa de liberdades para se evitarem violações do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.

As autoridades de Macau manifestaram a sua firme oposição a algumas das conclusões do comité, no âmbito da avaliação periódica da implementação do pacto, sustentando que os responsáveis da ONU não compreendem a interpretação da Lei Básica de Macau e garantindo a independência do sistema judicial.

Um dos pontos destacados no relatório do comité divulgado na quarta-feira prende-se com o sistema eleitoral, já que as autoridades “não expressaram qualquer intenção de instituir o sufrágio universal para garantir o direito de todas as pessoas de votarem em genuínas eleições”. Uma preocupação reforçada pela desqualificação de candidatos pró-democracia em Julho do ano passado, justificada pelo facto de “não serem leais a Macau”.

Outro ponto diz respeito à independência dos tribunais. “O comité está preocupado com a “pré-selecção de juízes que estejam de acordo com os critérios para julgar casos que envolvam a segurança nacional”, afirmou.

O comité expressou também preocupação com “a deterioração” da liberdade de expressão, de imprensa e do direito à manifestação em Macau em recentes anos.

No documento da ONU pede-se igualmente que Macau “considere descriminalizar a difamação e os insultos à bandeira nacional, símbolos e hino”, sublinhando que a pena de prisão prevista “nunca é uma pena apropriada para a difamação”.

O comité pediu a Macau que submeta em Julho de 2028 o próximo relatório sobre a implementação do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, um dos instrumentos que constituem a Carta Internacional dos Direitos Humanos da ONU.

1 Ago 2022

Sector quer testes rápidos à entrada em vez de ácido nucleico

Uma associação de proprietários de restaurantes apelou à moderação do Governo nas condições para a reabertura dos estabelecimentos e pede que seja exigido apenas resultado de teste antigénio no código de saúde, em vez de ácido nucleico. Deputados do sector comercial esperam que seja tida em conta a possibilidade de colapso de muitos pequenos restaurantes

 

 

Com o período de consolidação quase a passar à história e cinco dias consecutivos sem infecções de covid-19 na comunidade, a relativa normalização da sociedade parece estar ao virar da esquina, apesar das restrições fronteiriças. A possibilidade de voltar a comer num restaurante ou de frequentar um café poderá estar para breve. Porém, depois de mais de um mês restritos à necessidade de apenas vender comida para fora, a hipótese de reabrir com a exigência de os clientes terem de mostrar resultado negativo de teste de ácido nucleico não agrada ao sector da restauração.

Seguindo a filosofia de normalização gradual repetida pelo Governo, Fong Kin Fu, da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, encara a obrigação de mostrar resultado negativo de teste de ácido nucleico uma medida inconveniente e penalizadora para um sector que já está em apuros. Como tal, argumenta que a exigência de apresentar apenas teste rápido antigénio seria uma solução mais equilibrada.

Além de representar um inconveniente e afastar clientes, o dirigente associativo e empresário destaca o tempo excessivo que demora até o resultado ser carregado no código de saúde, obrigando o cliente a fazer o teste de ácido nucleico entre 12 horas e um dia antes de ir ao restaurante.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Fong Kin Fu diz compreender a prioridade do Executivo em relação à segurança, mas argumenta que depois de tanto tempo encerrados, a procura reprimida ao longo de mais de um mês pode levar a enchentes. Situação que pode ser evitada, caso se verifiquem requisitos semelhantes aos estabelecimentos comerciais já abertos, como limitar o volume de clientela a menos de 50 por cento da capacidade

 

Em busca de equilíbrio

Um gerente de restaurante ouvido pelo jornal Ou Mun vincou que já antes do surto “o volume de negócio estava longe de ser satisfatório” e que “o cenário económico não era favorável”.

O responsável acrescentou que seria suficiente limitar o número de clientes, requerer o scan do código do local e a desinfecção e limpeza do restaurante. Em situações que podem representar maior risco, como banquetes de casamento e grandes jantares, o empresário considera que seria apropriado exigir a apresentação de resultado de teste de ácido nucleico. Porém, para pequenos restaurantes e cafés, onde uma refeição pode demorar perto de 10 minutos, o empresário entende que é um exagero pedir teste de ácido nucleico, e espera que o Governo tenha em conta as necessidades dos negócios e estabeleça restrições de forma equilibrada.

O trio de legisladores Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man voltou a tomar uma posição conjunta, afirmando que a reabertura de restaurantes é essencial para a sobrevivência de muitas pequenas, médias e micro-empresas, assim como para a taxa de desemprego.

Os deputados eleitos indirectamente pelo sector industrial, comercial e financeiro afirmam que com mais de um mês de portas encerradas, a restauração caiu para menos de 20 por cento do volume de negócios normal.

Muitos negócios faliram ou lutam para sobreviver num ecossistema económico estéril onde apenas as despesas com rendas, salários e contas se mantêm estáveis.

Como tal, Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man apelam ao Governo para formular e divulgar o mais brevemente possível os requisitos essenciais para a reabertura gradual de restaurantes, sugerindo o limite de mesas e clientes, acrescentar separadores entre mesas.

29 Jul 2022

Máscaras normais podem voltar amanhã, assim como negociação para abrir fronteira

Se Macau continuar sem infecções de covid-19 na comunidade, a partir de amanhã, as máscaras do tipo KN95 podem deixar de ser obrigatórias e as lojas em centros comerciais reabrir. Seguindo os padrões nacionais, se Macau continuar sem casos positivos amanhã, a reabertura de fronteiras pode ser negociada. Deixaram de existir zonas vermelhas

 

A partir de sábado, as lojas dos centros comerciais, ou estabelecimentos sem portas abertas para a rua, podem voltar a abrir, assim como podem ser retomadas as obras de remodelação de apartamentos e espaços interiores. Para tal acontecer, será necessário a manutenção de zero casos na comunidade, de acordo com as declarações de ontem da médica Leong Iek Hou, coordenadora do núcleo de prevenção e controle de doenças transmissíveis.

“Nesses três dias de consolidação prolongada [que começa amanhã] estamos esperançados que poderemos abrir lojas nos centros comerciais. Vão poder passar a operar também os trabalhos de remodelações de casas e espaços interiores e creio que mais estabelecimentos vão começar a poder operar”, afirmou sem especificar.

Outra novidade anunciada ontem, foi o fim das chamadas zonas vermelhas, com a saída dos últimos três prédios, terminando a longa saga de edifícios isolados. No entanto, mantêm-se 15 zonas de código amarelo, onde os moradores continuam obrigados a realizar periodicamente testes de ácido nucleico, sublinhou o centro.

Em relação ao uso das máscaras de tipo KN95, bastantes criticadas devido às dificuldades respiratórias que acarretam, Leong Iek Hou indicou que a partir de amanhã o padrão das máscaras usadas pode ser ligeiramente relaxado.

“No período de consolidação prolongado já podemos usar máscara cirúrgica, (…) podemos reduzir o padrão das máscaras usadas.”, indicou a médica.

 

Mudar paradigma

Uma das tónicas da conferência de imprensa de ontem foi a repetição de alguns conceitos relativos às diversas fases de retorno gradual à normalidade. Terminado hoje o período de consolidação, seguem-se três dias de consolidação prolongada, durante os quais será feita a testagem em massa.

Se as autoridades continuarem sem detectar casos comunitários, Macau pode passar para à “estabilidade”. Uma das consequências dessa transição poderá ser a reabertura das fronteiras com Zhuhai.

Sem se comprometer com datas concretas ou critérios para a reabertura, o representante dos Serviços de Polícia Unitários, Cheong Kin Ian disse que as autoridades estão “a tentar o mais cedo possível conseguir um consenso” com a cidade vizinha de Zhuhai para reabrir as fronteiras.

Cheong Kin Ian sublinhou que “não há um prazo estipulado”, mas admitiu que o critério adoptado pelo Governo Central – sete dias consecutivos sem casos comunitários – “será uma das hipóteses”. Esse objectivo poderá ser alcançado amanhã.

 

Questões hospitalares

Durante o dia de ontem 75 pacientes receberam alta depois de terem estado em isolamento devido à infecção por covid-19, número incluído no total de 1.218 que tiveram alta hospitalar desde o início do surto.

O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, sublinhou ontem que os critérios adoptados pelas autoridades de Macau para receber alta seguem as normas nacionais, ou seja, com um intervalo de 24 horas o paciente precisa ter dois testes de ácido nucleico negativos, e valor de CT igual ou inferior a 35.

O clínico acrescentou que será ainda observada a ocorrência de sintomas e que uma vez reinseridos na comunidade, serão exigidos mais dois testes de ácido nucleico ao terceiro e sexto dia após a alta hospitalar.

Outro dos assuntos do dia, prendeu-se com os cuidados de saúde a recém-nascidos. Nesse aspecto, Lei Wai Seng garantiu que para já apenas os casos urgentes são atendidos, o que inclui a vacinação de bebés.

Quanto à possibilidade de abrir os serviços públicos, o médico pediu calma à população. “Creio que cada serviço público também vai atender à necessidade dos cidadãos, de forma limitada. A população não precisa de ter pressa, se os serviços não são urgentes podem esperar até à normalização do funcionamento dos serviços públicos”, algo que acontecerá com a estabilidade da pandemia. “Queremos trazer maior conveniência aos cidadãos”, acrescentou o médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

29 Jul 2022

Jogo | Criadas comissões para concurso de atribuição de concessões

Foram ontem oficialmente criados os organismos regulatórios do concurso público para a atribuição de concessões para a exploração de jogos de fortuna ou azar em casino.

A Comissão Especializada do Sector dos Jogos de Fortuna ou Azar, presidida pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, terá como incumbências dar apoio ao Chefe do Executivo na definição das políticas do sector do jogo, assim como “estudar o desenvolvimento do sector”, e “prestar apoio na definição das normas necessárias à regulamentação”. De acordo com o regulamento administrativo, que entra hoje em vigor, o organismo pode “apresentar propostas sobre a definição de medidas de supervisão do desenvolvimento e funcionamento do sector do jogo” e emitir pareceres.

A comissão tem como membros elementos dos gabinetes do Chefe do Executivo, assim como das secretarias que compõem a estrutura do Governo e o director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos. Ontem, foi também criada a comissão do concurso público para a atribuição de concessões para a exploração de jogos de fortuna ou azar em casino, que terá como membros todos os secretários Lei Wai Nong, André Cheong e Elsie Ao Ieong U, além de cinco directores de serviço.

28 Jul 2022

Normalização de viagens pode trazer retoma rápida das receitas do jogo

Um analista da JP Morgan Securities LLC deu o exemplo de Singapura para demonstrar como o alívio de restrições fronteiriças foi uma lufada de ar fresco no mercado do jogo. Apesar dos tempos complicados, o especialista considera que, a longo-prazo, Macau continua a ter características únicas que dão confiança a investidores

 

“A curto prazo a perspectiva empresarial [do sector do jogo] é dura, mas Macau – a longo prazo” tem acesso a “uma grande quantidade de pessoas com elevada propensão para o jogo”. Portanto, as perspectivas para o futuro Macau “devem ser brilhantes”, afirmou o analista Joseph Greff da JP Morgan Securities LLC na terça-feira ao canal CBNC.

Greff começou a entrevista na estação norte-americana dedicada a assuntos económicos afirmando peremptoriamente que os últimos tempos “têm sido um desastre completo em termos de receitas de jogo”. “A mobilidade para viajar tem sido fraca, particularmente desde o início deste ano. Neste momento, podemos estimar resultados muito rapidamente porque são zero, ou algo perto disso”, acrescentou.

Em relação ao investimento nas concessionárias, o analista indicou que 2022 é um ano para esquecer e que no próximo ano, à medida que os “casos de covid-19 diminuírem e as taxas de vacinação aumentarem”, o alívio das medidas restritivas nas fronteiras com o Interior da China e Hong Kong pode ter um rápido efeito positivo na indústria.

O especialista da JP Morgan destaca que o problema não se concentra apenas no lado das receitas, mas também nas despesas. “As empresas são basicamente obrigadas a pagar os salários dos trabalhadores. Entretanto, estão a sofrer perdas significativas de EBITDA (ganhos antes de amortizações, depreciações, juros e impostos)”, afirmou à CNBC, projectando um retorno para metade das receitas antes da pandemia algures a meio de 2023.

Entusiasmo em Singapura

Face à ausência de sinais de mudança de política na luta contra a pandemia e com os repetidos compromissos das autoridades de Macau face à política de zero casos, o analista da JP Morgan Securities LLC destacou o exemplo dos resultados da indústria do jogo em Singapura. “Se olharmos para qualquer mercado de jogo num cenário pós-pandemia, como Singapura neste momento, as receitas e o número de visitantes recuperaram rapidamente quando as restrições de viagens foram levantadas, abrindo acesso a jogadores vindos de fora”, apontou.

Com o concurso público para renovar as licenças de jogo, e tendo em conta as receitas astronómicas apuradas no passado, as perspectivas de longo prazo das empresas e dos investidores continuam a ser optimista. Mas até chegar a bonança, o analista da JP Morgan Securities LLC prevê que a tempestade financeira se mantenha no curto-prazo.

A indústria do jogo teve no passado mês de Junho o mais fraco registo de receitas brutas do ano, e o mais baixo desde Setembro de 2020. No primeiro semestre de 2022, as receitas brutas dos casinos caíram 46,4 por cento em termos anuais.

28 Jul 2022

Takeaway | Empresa obrigou trabalhadores a desinfectarem caixas de refeições

Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra trabalhadores de um estaleiro de obras a desinfectarem embalagens de refeições takeaway. O motivo para este comportamento terá origem nas ordens do empreiteiro, que exigiu que as embalagens de alimentos fossem desinfectadas com um spray de álcool antes de entrarem no estaleiro.

A situação mereceu a resposta do deputado e médico Chan Iek Lap, que destacou, em declarações ao jornal Ou Mun, a falta de necessidade e eficácia de molhar caixas de “tapau” com spray de álcool. O legislador eleito por sufrágio indirecto foi um pouco mais além e indicou que a prática coloca em risco a saúde dos trabalhadores que podem ingerir acidentalmente álcool com as refeições. O consumo pode resultar em sintomas como ataques de asma, erupção cutânea, dores de barriga, além do risco de os trabalhadores conduzirem em estado de embriaguez.

Em relação aos riscos de transmissão, o deputado destacou que a prevenção deve ser feita à priori, durante a confecção e distribuição dos alimentos.

O deputado mostrou-se ainda preocupado com a saúde dos trabalhadores da construção devido ao uso prolongado das máscaras do tipo KN95, aconselhando à hidratação.

A médica Leong Iek Hou comentou este incidente durante a conferência de imprensa dedicada ao acompanhamento da situação pandémica, reiterando que o relativo estado de alerta em que Macau se encontra pressupõe a manutenção dos cuidados de higiene. “Sempre que entrarmos em contacto ou tocarmos numa refeição, temos de desinfectar primeiro. O álcool é um dos meios que podemos usar, mas temos de ter em atenção que pode estragar os alimentos. Nesses casos, talvez seja melhor limpar as caixas de refeições”, afirmou a médica.

28 Jul 2022

Economia | Retalho baixou 42% e restauração 22% em Maio

O passado mês de Maio penalizou o volume de negócios da restauração com quebras de 22,2 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, os restaurantes chineses quebraram 30,6 por cento em termos anuais, enquanto os estabelecimentos de comidas “ocidentais” tiveram menos 28,6 por cento do negócio de Maio de 2021.

Quanto ao comércio a retalho, durante o mês em análise o volume de negócios dos retalhistas baixou 42,2 por cento, em termos anuais. Neste segmento, os negócios das mercadorias de armazéns e quinquilharias foram os mais penalizados com o comércio a cair 57,4 por cento, seguidos do vestuário para adulto (menos 54,6 por cento) e das relojoarias/joalharias (menos 54 por cento). Só os supermercados fizeram mais dinheiro, com as receitas a subir 9,8 por cento anualmente.

Ainda assim, em termos mensais, Maio de 2022 trouxe 5,6 por cento mais volume de negócios na restauração, em comparação com Abril deste ano. Também o comércio a retalho aumentou entre Abril e Maio, com subidas de 11,9 por cento ao nível do volume de negócios. Neste capítulo, as lojas de cosméticos e higiene e joalharia tiveram os melhores resultados, com subidas mensais de 31,1 por cento e 23,1 por cento, respectivamente.

22 Jul 2022

Covid-19 | Período de consolidação mantém pedido para ficar em casa

O período de consolidação vai mesmo arrancar no sábado e prevê a abertura de espaços comerciais virados para a rua, mas as autoridades mantém o apelo para ficar em casa, à excepção de saídas para trabalhar ou comprar bens necessários que não apenas comida. Animais já podem ir à rua junto à zona de residência. Restaurantes permanecem em regime de take-away

 

Foi ontem publicado no Boletim Oficial o despacho assinado pelo Chefe do Executivo que dá conta do arranque, a partir deste sábado, do chamado período de consolidação, que determina um relativo alívio das restrições pandémicas. No entanto, as autoridades continuam a apelar à população para ficar em casa, à excepção dos empregados que não podem trabalhar remotamente.

Uma diferença que salta à vista em relação ao período de confinamento parcial é de natureza semântica. A palavra “essencial” é trocada por “necessário”. Apesar da aparente abertura a interpretações subjectivas, as autoridades deram alguns exemplos para diminuir as “zonas cinzentas” do que é permitido.

Assim sendo, as saídas para comprar bens necessários, que não apenas comida, ou para ir ao barbeiro e cabeleireiro, são permitidas. Os espaços comerciais nas vias públicas, incluindo bancos, abrem portas com horário normal, mas em centros comerciais mantém-se encerradas por não estarem asseguradas as condições de higiene e saúde pública.

Os estabelecimentos que vão poder abrir ao público devem seguir regras determinadas, como desinfectar os espaços, “principalmente superfícies e objectos tocados com frequência”. Os trabalhadores com código vermelho estão impedidos de voltar ao serviço, os que puderem trabalhar remotamente serão encorajados a fazê-lo. Por exemplo, os centros de apoio pedagógico complementar particular ou instituições educativas particulares só podem operar online.

Além disso, os empregadores só vão poder contar nos estabelecimentos com metade dos funcionários que “devem usar máscaras KN95 ou de padrão superior, o máximo possível durante o período de trabalho ou quando estiverem em locais fora de casa, após a saída do trabalho”, indicaram as autoridades numa lista de orientações.

Comer em casa

Durante a conferência de imprensa foi ainda reiterado que os restaurantes vão continuar a servir refeições apenas em regime de take-away e que as empregadas domésticas devem continuar a pernoitar nas casas dos patrões.

Uma das grandes questões era saber se os espaços de jogo voltariam a abrir, realidade que se confirma, apesar de condicionada. Como tal, os casinos podem voltar a operar. Porém, antes de abrirem portas, é exigida uma desinfecção geral e apenas 50 por cento dos funcionários podem voltar aos postos de trabalho, tal como nos outros estabelecimentos.

Foi ainda exigido que durante refeições, os trabalhadores estejam sozinhos, para corrigir problemas verificados no passado recente de contágios verificados nos refeitórios.

No outro lado do espectro, vão permanecer encerrados ginásios, cinemas, teatros, parques, bares, piscinas e demais recintos fechados de entretenimento.

Relativamente aos passeios de animais na rua, cuja proibição foi uma das medidas mais polémicas do período de confinamento parcial, podem voltar a realizar-se, mas apenas junto à zona de residência e com os donos protegidos pelas máscaras KN95.

Barba e cabelo

Na conferência de imprensa de ontem do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus, foram especificadas algumas situações em que se pode sair. “Os homens que têm o cabelo grande podem finalmente cortá-la, têm essa necessidade, mas as mulheres podem atar o cabelo. Caso as crianças necessitem de canetas ou tintas, os pais podem ir à loja comprar esses materiais. Quem precisar de comprar roupas novas pode sair, mas não devem passear na rua”, especificou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U.

“Se uma pessoa está chateada em casa e quer sair um bocado, nessa circunstância não convém. O princípio geral do despacho foca-se nas saídas necessárias. As pessoas que não se juntam a outras e usam máscara podem ter uma certa liberdade nas suas actividades, não somos inimigos dos residentes e não queremos que as deixem de fazer. Tudo tem uma razão”, acrescentou a governante.

Relativamente à prática desportiva, “se o cidadão achar que tem essa necessidade de sair e fazer desporto, achamos que pode fazê-lo”. “Porém, não convém correr com máscara por questões de saúde, e por isso não podem correr em certos circuitos”, acrescentou Elsie Ao Ieong U.

Alívio relativo

Em relação aos transportes públicos, o uso dos autocarros deixa de estar depende da autorização especial, mas será necessário mostrar o código de saúde verde à entrada. O director dos Serviços para os Assuntos do Tráfego, Lam Hin San revelou que o número de frequências diárias de carreiras vai aumentar, para evitar elevada concentração de passageiros. Além disso, a rede de transportes irá operar 83 carreiras, como no período antes do confinamento parcial. No entanto, a lotação no interior das viaturas não deve ultrapassar os 60 por cento.

As autoridades decretaram ainda novas regras para a realização de testes de ácido nucleico a grupos especiais. Trabalhadores de restaurantes, condutores de autocarros, pessoal de segurança e de limpeza, por exemplo, serão testados a cada dois dias, enquanto que as pessoas inseridas nos grupos chave serão testadas todos os dias, entre os dias 24 e 29.

Quanto à população geral, nos dias 30 e 31 deste mês será realizada uma nova ronda de testes em massa.
“Se a situação pandémica continuar controlada pondera-se uma maior flexibilidade das medidas. Esperamos poder retomar rapidamente a nossa vida normal. O princípio geral é ficar em casa se não tiverem de ir trabalhar”, disseram as autoridades.

Desde o dia 11 de Julho, os agentes policiais fizeram 608 avisos a pessoas que saíram de casa e foram deduzidas 28 acusações por violação da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis.

Máscaras | Começa hoje distribuição para crianças entre 3 e 8 anos

Começa hoje um novo plano de fornecimento de máscaras destinado apenas a crianças entre os 3 e 8 anos (nascidas entre 22 de Julho de 2013 e 19 de Agosto de 2019). Até 19 de Agosto, as “máscaras infantis estão disponíveis para ser adquiridas nas 55 farmácias convencionadas dos Serviços de Saúde”, indicou ontem o Centro de Coordenação de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Nesta nova ronda não serão disponibilizadas máscaras para adultos O acesso é determinado pela data de nascimento do bilhete de identidade, devendo os pais deslocar-se às farmácias convencionadas com o original do Bilhete de Identidade de Residente de Macau da criança.

Toneladas do dia

O Instituto para os Assuntos Municipais informou que entraram ontem em Macau 357 porcos para o mercado de consumo e cerca de 280 toneladas de legumes e verduras. Segundo a Sociedade do Mercado Abastecedor de Macau Nam Yue, deram entrada ontem em Macau, através do Mercado Abastecedor, cerca de 153 toneladas de fruta e 760 mil ovos.

18 casos na terça-feira

Na terça-feira foram encontrados 18 novos casos positivos de covid-19, anunciou ontem o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. Ao longo das 24 horas de terça-feira, foram detectados 13 casos nas zonas de código vermelho e hotéis de observação médica, duas infecções de contactos próximos, dois casos positivos nos testes massivos e grupos alvo, e uma infecção na comunidade. Desde 18 de Junho, Macau somou 1.783 casos acumulados. Até às 08h de ontem, as autoridades de saúde “efectuaram o acompanhamento de 22.100 indivíduos”, entre contactos próximos, pessoas com o mesmo itinerário de casos confirmados, contactos por via secundária e acompanhantes.

21 Jul 2022

Turismo | Fluxo de visitantes caiu 36,6% entre Junho e Maio

Durante o mês de Junho, chegaram a Macau 380.671 visitantes, o que representou uma quebra de 36,6 por cento em relação a Maio, “devido à implementação de medidas mais restritivas nos postos fronteiriços Zhuhai-Macau, surgidas após o aparecimento em meados de Junho de casos confirmados locais” de covid-19.

Também a nível anual, o mês passado trouxe uma quebra do número de visitantes de 28 por cento, em relação a Junho de 2021.

Analisando a natureza dos visitantes, no mês passado entraram em Macau 199.881 excursionistas e 180.790 turistas, valores que representam quebras de 36,2 por cento e 15,9 por cento, respectivamente, em termos anuais.
O período médio de permanência foi de 1,1 dias, menos 0,1 dias, em termos anuais.

Quanto à via de entrada em Macau, chegaram por via terrestre 360.601 visitantes (-19,8 por cento, em termos anuais) no mês em análise, dos quais 75,6 por cento (272.754) entraram pelas Portas do Cerco e 15 por cento (53.948) entraram pelo Posto Fronteiriço Hengqin. Por via marítima e por via aérea, chegaram 15.524 e 4.546 visitantes, respectivamente.

Em termos semestrais, na primeira metade de 2022 entraram em Macau 3.465.107 visitantes, menos 11,8 por cento face ao primeiro semestre do ano passado.

20 Jul 2022

Hong Kong | Infectados passam amanhã a usar pulseira electrónica

A partir de amanhã, quem testar positivo à covid-19 ou cumprir isolamento em casa vai passar a usar uma pulseira electrónica que irá monitorizar o seu paradeiro. Na terça-feira, Hong Kong reportou mais de 2.500 novos casos positivos

 

O secretário da Saúde, Lo Chung-mau, afirmou que a partir de amanhã as pessoas infectadas e que estejam a cumprir isolamento em casa serão obrigadas a usar pulseiras electrónicas para assegurar que não violam os regulamentos de contingência da pandemia e que não saem de casa prematuramente.

As autoridades de Hong Kong estão a estudar a implementação de um sistema ao usado em Macau, através da leitura de códigos QR na aplicação LeaveHomeSafe, com as três cores verde, amarelo e vermelho para verificar se o cidadão estão ou não a cumprir as directrizes do Executivo.

Lo Chung-mau reforçou a ideia de que as novas medidas irão tornar mais fácil a identificação de pessoas infectadas com o novo tipo de coronavírus e que um sistema de registo com a identidade completa irá aumentar a eficácia na luta contra a pandemia.

A proposta para o novo tipo de código de saúde irá também ser aplicada a quem chega do exterior para cumprir quarentena nos hotéis designados para o efeito. Esse grupo de pessoas ficará com código amarelo. O membro de Governo, citado pela emissora pública RTHK, indicou que este segmento da população poderá retomar a sua vida normal, ir trabalhar ou frequentar aulas, mas que ficariam proibidos de participar em “actividades sem máscara ou entrar em instalações de risco elevado, como hospitais e lares de idosos”. Para já, o Governo de John Lee não planeia impedir estas pessoas de usar os transportes públicos.

Diferente de Macau

As novas propostas foram anunciadas como formas de controlar o retorno dos elevados números de novas infecções diárias. “Todas as cidades são diferentes. Hong Kong é muito diferente de Xangai ou Macau, tanto em termos do tamanho da população, como na distribuição de idades e também nas taxas de vacinação. Hong Kong já passou por uma quinta vaga de infecções de larga escala. Pagámos esse preço”, afirmou o secretário da Saúde, citado pela RTHK.

“Além disso, Hong Kong é uma cidade muito internacional. Todos estes aspectos são considerados nas nossas decisões”, acrescentou. Com agências

14 Jul 2022

Leong Sun Iok denuncia “injustiça” de trabalhadores de casinos que vivem em Zhuhai

Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) reclama tratamento igual para todos os trabalhadores do sector do jogo. Num artigo publicado ontem no Jornal do Cidadão, o deputado afirmou ter enviado uma carta à Sociedade de Jogos de Macau (SJM) a pedir explicações para aquilo que argumenta ser a forma injusta como a empresa está a tratar os trabalhadores oriundos do Interior.

O deputado afirma que os funcionários que vivem do outro lado da fronteira enfrentam situações complicadas e estão há um mês sem receber salário por não poderem vir a Macau assinar o acordo de licença sem vencimento, ou por estarem condicionados pela obrigação de cumprimento de sete dias de quarentena, mais três de autogestão no regresso a Zhuhai. Além disso, refere que os trabalhadores que ficaram em quarentena por estarem em horário de expediente na altura em que o Grand Lisboa encerrou também estão sem receber salário.

“As empresas de jogo estão a aplicar medidas que têm os empregados que vivem no Interior como alvos e que os impedem que pedir licença sem vencimento. Estas políticas são irrazoáveis e injustas. Esperamos que as concessionárias assumam as suas responsabilidades sociais e tratem os trabalhadores com igualdade, e que o Governo intervenha em coordenação com as empresas para ajudar os trabalhadores”, afirmou o deputado.

Zonas a cores

Além dos trabalhadores que moram no Interior da China, Leong Sun Iok realçou que os funcionários de casinos que vivem em edifícios onde foi decretada zona amarela ou vermelha vivem situação semelhante.

O deputado da FAOM sugeriu ao Governo da RAEM que negoceie com as autoridades de Zhuhai a abertura de um corredor humanitário que permita a saída de pessoas de Macau por motivos de doença severa, e que seja facilitada a possibilidade de cumprir quarentena na cidade vizinha, processo complicado pela dificuldade em encontrar vagas em hotéis.

14 Jul 2022

Habitação | Índice de preços caiu 0,6% entre Março e Maio

Entre Março e Maio deste ano, o índice global de preços da habitação decresceu 0,6 por cento, em comparação com o período transacto (Fevereiro a Abril de 2022). O índice de preços de habitações da Península de Macau caiu 0,9 por cento, contudo, o índice da Taipa e Coloane (259,1) subiu 0,3%, informam os Serviços de Estatística e Censos.

O preço de habitações construídas baixou 0,5 por cento, em relação ao período anterior, destacando-se que o índice da Península de Macau e o índice da Taipa e Coloane diminuíram 0,5 e 0,2 por cento, respectivamente. Em termos do ano de construção dos edifícios, o índice de preços de habitações construídas há mais de 20 anos caiu 0,6 por cento, todavia, o índice do escalão inferior ou igual a 5 anos de construção e o índice do escalão dos 11 aos 20 anos subiram ambos 0,3 por cento.

Porém, o índice de preços de habitações em construção aumentou 1,7 por cento, face ao período transacto.
O índice de preços de habitações do escalão igual ou superior a 100 metros quadrados de área útil e o índice do escalão dos 50 aos 74,9 metros quadrados desceram 3,8 e 1,9 por cento, respectivamente, face ao período precedente. Contudo, o índice do escalão inferior a 50 metros quadrados subiu 1,1 por cento.

11 Jul 2022

Suncity Group | Valor das acções triplica com divulgação de novo accionista maioritário

O anúncio de que Andrew Lo passou a ser accionista maioritário do Suncity Group impulsionou as acções do grupo fundado por Alvin Chau para ganhos de quase 200 por cento. O novo CEO do grupo, e “partes que com ele actuam”, assumiram assim a carteira de acções detida anteriormente pelo arguido principal de um mega-processo cujo julgamento arranca em Setembro

 

Depois de terem sido retiradas da Bolsa de Valores de Hong Kong sucessivamente desde que Alvin Chau foi detido, o valor das acções do Suncity Group quase triplicou ontem após o anúncio de que Andrew Lo é o novo accionista maioritário.

O grupo empresarial emitiu um comunicado a indicar que Andrew Lo Kai Bong, que já ocupava o cargo de director-executivo, e “partes que com ele actuam” passaram a deter 74,89 por cento do capital social do Suncity Group, assumindo a carteira de acções detida anteriormente por Alvin Chau.

O documento acrescenta que a nova maioria está obrigada a fazer uma oferta respeitante a todas as emissões de acções da empresa, conforme exigido pelo Código de Aquisições de Hong Kong. É também acrescentado que Andrew Lo irá submeter a questão do que constitui um “preço apropriado para a oferta” de acordo com o Painel de Aquisições e Fusões da Bolsa de Valores de Hong Kong.

Sol nascente

Quase dois meses depois da última suspensão de transacções na Bolsa de Hong Kong, as acções do Suncity Group subiam ao meio-dia de ontem 182 por cento, colocando o valor do grupo em cerca de 130 milhões de dólares norte-americanos.

Alvin Chau fica assim afastado oficialmente do grupo que fundou, enquanto permanece no Estabelecimento Prisional de Coloane a aguardar julgamento, cuja primeira sessão de audiência está marcada para 2 de Setembro.

O antigo líder do Suncity Group é acusado de ter liderado uma sociedade secreta dedicada ao branqueamento de capitais e à promoção de jogo ilegal, tanto online como em apostas paralelas nos casinos de Macau. Alvin Chau foi detido em Novembro de 2021 e é um dos 21 arguidos envolvidos no caso. O processo está nas mãos da juiz presidente Lou Heng Ha.

8 Jul 2022