Lei dos Animais | ANIMA recusa participar em reunião com deputados

Ir à Assembleia Legislativa para falar sobre processos concluídos, não obrigada. É assim que a ANIMA reage a um convite dos deputados para falar sobre a Lei de Protecção dos Animais, feito após alterações a um diploma que “não teve em conta” as opiniões de associações de animais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais recusa-se a ir hoje à reunião dos deputados com as associações para falar sobre a nova Lei de Protecção dos Animais. A justificação é simples: o processo está concluído e nada do que as associações da área possam dizer vai fazer mudar a lei, já criticada por não ir ao encontro do objectivo do diploma.
“Todo o processo legislativo foi invertido desde o início, a começar pela iniciativa do próprio Governo”, começa por defender Albano Martins, presidente da ANIMA, numa carta enviada a Kwan Tsui Hang, presidente da 1ª. Comissão Permanente, que analisa a lei na especialidade. “Uma vez decidido pelo Governo iniciar este processo, de imediato deveriam ouvir-se as associações, tomando nota das suas opiniões e podendo vir a considerá-las ou não. A AL, que nada sabe naturalmente sobre a matéria, deveria ter ouvido as associações mal recebeu o documento para que pudesse vir a tomar conhecimento das suas preocupações e sugestões.”

Não vale pena

A ANIMA até tinha aceite deslocar-se à AL para a reunião, ainda que não conhecesse o documento final. Contudo, as declarações de Kwan Tsui Hang após o convite fizeram a organização mudar de ideias.
“Entendemos ser desnecessária a nossa presença numa exposição que visa colocar as associações perante factos consumados. Cortar fitas não é propriamente a nossa especialidade e das declarações prestadas [pela deputada] deduz-se que já está tudo acordado entre o Governo e a AL.”
A organização de utilidade pública enviou diversas cartas ao hemiciclo, dadas inclusivamente a conhecer ao público, durante todo o processo de elaboração da lei, que teve início em Outubro de 2014. Mas, tal como outras associações, só foi ouvida depois da proposta estar já na AL e só na fase final, “devido às mudanças para melhor das duas últimas administrações do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, como refere a organização.
O diploma tem suscitado controvérsia: primeiro devido à diminuição da pena para maus tratos a animais (que passou de três para um ano de prisão), depois pela obrigatoriedade de uso de açaime em todos os cães (que entretanto mudou) e depois pela falta de protecção em casos de reincidência em abandono, entre outros problemas que levaram associações de animais à rua.
“Depois de todo um processo legislativo invertido, meio turbulento e moroso, onde questões de mero pormenor parecem sobrepor-se a questões éticas de fundo, onde o reconhecimento dos direitos dos animais como seres sensíveis nunca foi sequer consagrado, habituámo-nos a ser chamados para reuniões que surgem depois de manifestações no terreno, como que para acalmar os ânimos exaltados.”
A ANIMA refere que, já que nada pode mudar, prefere ficar à espera da publicação da lei, defendendo que “num ambiente de total falta de protecção animal, qualquer lei que surja, por muitos furos que possa ter, será sempre melhor do que nada”.
A organização diz-se, contudo, “estupefacta” com o convite, que considera “inaceitável” e que denomina como “uma cerimónia de beija-mão”, onde “é na fase final do processo que as associações que trabalham no terreno e conhecem os problemas são ouvidas” e onde se fica apenas pela autoridades a falar em vez de ser “ao contrário”. A reunião tem lugar hoje às 10h00 e tem como título “apresentar o ponto de situação” da lei aos interessados. Na última reunião, Kwan Tsui Hang foi questionada sobre se haveria possibilidade de alteração do texto actual da lei, mas a deputada limitou-se a dizer que esta proposta era a melhor até agora.

Galgos? Não é para agora

Na carta enviada aos deputados, a ANIMA diz-se também “estupefacta” pelas declarações de que o problema do Canídromo – agora ainda mais um assunto internacional que tem levado a petições e manifestações para o encerramento – não foi abordado. “Lamentável que se passe uma esponja sobre qualquer coisa que parece incomodar discutir”, refere Albano Martins, indicando que a questão “dá a Macau uma imagem de selvajaria”. Os deputados disseram que os galgos deverão ficar protegidos com esta lei, mesmo que não sejam considerados animais domésticos, mas nada mais discutiram. “Em que planeta vivem? Mas que centro internacional de lazer querem passar ao mundo moderno?”, indaga a ANIMA.

24 Mai 2016

Visitantes gastam menos

Os visitantes chegados a Macau entre Janeiro e Março gastaram menos 13,6% em comparação com o registado no período homólogo do ano passado, excluindo despesa em jogo, indicam dados oficiais divulgados a semana passada. Segundo a Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no primeiro trimestre, a despesa total dos visitantes excluindo em jogo totalizou 11,54 mil milhões de patacas, um valor que também traduz uma queda relativamente ao trimestre precedente (-11,6%). Em termos da estrutura dos gastos, foram, essencialmente, em compras (43,7%), alojamento (27,8%) e alimentação (20,4%). A despesa per capita dos visitantes no primeiro trimestre do ano situou-se em 1547 patacas – menos 14,1% em termos anuais, segundo a DSEC. Já a despesa total dos turistas e excursionistas atingiu 8,86 mil milhões e 2,68 mil milhões de patacas, traduzindo declínios de 14,8% e 9,6%, respectivamente. Macau recebeu 7,45 milhões de visitantes no primeiro trimestre do ano, um aumento ligeiro de 0,6% em termos anuais homólogos.
 

23 Mai 2016

Menos receitas. Mais despesas

Entre Janeiro e Abril, as receitas do Governo totalizaram 32.134 milhões de patacas, o que representa uma descida anual de 15,8%, indica a Rádio Macau, citando os Serviços de Finanças. A maior fatia das receitas é proveniente dos casinos, com os impostos directos sobre o jogo a fixarem-se em 26.825 milhões de patacas, menos 15,1% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Apesar das receitas estarem em queda, o Governo gastou mais: nos primeiros quatro meses do ano a despesa totalizou 17.655 milhões, uma subida anual de 3,6%. As contas públicas apresentavam em finais de Abril, um saldo positivo de 14.479 milhões de patacas. O valor representa menos 31% face há um ano, mas ainda assim, indica a rádio, é quatro vezes superior ao orçamentado para todo o ano.

23 Mai 2016

UNESCO | “Chapas Sínicas” no Registo da Memória do Mundo

Os mais de 3600 documentos que compõem as Chapas Sínicas e que falam das relações entre Portugal e Macau são agora parte do património documental da humanidade. A decisão foi ontem aprovada pela UNESCO, meses depois da candidatura

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s Chapas Sínicas são, agora, património. A decisão saiu da última reunião geral do Programa Memória do Mundo da UNESCO para Ásia e Pacífico, depois de uma candidatura conjunta de Portugal e Macau, em Outubro do ano passado.
Ao que o HM apurou, as Chapas Sínicas passaram agora a estar classificados pela UNESCO a “nível regional como integrantes no Registo da Memória do Mundo”. As Chapas Sínicas são compostas por mais de 3600 documentos individuais e em forma de registo, provenientes da antiga Procuratura do Leal Senado de Macau e fazem parte do acervo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. A candidatura dos documentos tinha sido feita pelo Arquivo de Macau juntamente com esta instituição. Os documentos ilustram as relações luso-chinesas desenvolvidas entre o procurador do Leal Senado e as diversas autoridades chinesas, abrangendo um período entre 1693 e 1886, sendo que os assuntos e temas referem-se a diversos aspectos das relações entre as duas autoridades.
“Os mais recorrentes são as questões de justiça e de jurisdição, os assuntos económicos e de comércio (a proibição do ópio, contrabando, mercadores), os problemas religiosos (a missão clandestina na China, a repressão contra os católicos chineses), as relações diplomáticas (entre Macau e os países asiáticos e europeus, nomeadamente a Inglaterra e a sua presença em Macau, circulação de estrangeiros, o envio de embaixadas), a navegação dos mares e utilização de portos (combate à pirataria, embarcações, naufrágios e náufragos, tributos à navegação). São igualmente frequentes as situações referentes a obras em edificações, quer civis quer militares, e a construção clandestina”, explica o documento.

Satisfação ao máximo

A candidatura ao programa da UNESCO iniciado em 1992 e cujo objectivo é preservar a herança documental da Humanidade, tinha sido feito em Outubro do ano passado. Nessa altura,
O Instituto Cultural selou um memorando de entendimento no Arquivo da Torre do Tombo para a candidatura.
O encontro, que decorre desde dia 18 até amanhã no Vietname, contou com a presença da directora do Arquivo Histórico, Lau Fong, que se mostra satisfeita com a aprovação da UNESCO.
“Estes valiosos documentos apelidados de ‘Chapas Sínicas’ agora distinguidos pela UNESCO como ‘Registo da Memória do Mundo da Ásia – Pacífico’ constituem um testemunho autêntico do rico e importantíssimo legado histórico de Macau, enquanto plataforma fundamental para a globalização e encontro entre o Ocidente e o Oriente. O resultado desta candidatura muito prestigia e dignifica Macau”, frisou, citada num comunicado a que o HM teve acesso.
No final deste mês vai ainda ser entregue uma segunda candidatura à UNESCO, do mesmo acervo documental, mas para uma aplicação a nível mundial.

20 Mai 2016

Canídromo | Estudo feito com análises a “cartas e opiniões nos jornais”

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]unca foi dito que o Instituto de Estudos sobre a indústria do Jogo da Universidade de Macau (UM) iria “ouvir” opiniões das associações de protecção animal sobre o encerramento do Canídromo. É assim que Davis Fong, director do Instituto responsável pelo estudo encomendado pelo Governo sobre o espaço da Yat Yuen, explica ao HM por que razão a principal promotora do encerramento do Canídromo diz não ter sido ouvida.
Ontem, numa resposta por telefone ao HM, o responsável do Instituto explicou que há uma diferença entre “consultar” e “ouvir” as opiniões. As opiniões de associações de protecção animal foram tidas em conta, como frisou Davis Fong no programa Macau Talk da rádio chinesa esta semana, mas não por contacto directo.
“Tenho que esclarecer que não fui ouvir as opiniões da sociedade. Nós não fomos directamente saber as opiniões de associações porque não sabemos quantas entidades [são] e são várias. Penso que [as associações que defendem] os galgos e animais são uma boa parte. Portanto, não temos uma lista para [saber como] consultar as associações”, indicou ao HM.
Davis Fong afirmou que, ao invés disso, analisou as opiniões das associações “através dos conteúdos de jornais e das cartas enviadas para o Governo”. A ANIMA disse esta semana ao HM não ter sido ouvida. O HM tentou perceber junto da Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau se foi ouvida, mas não foi possível.
Este estudo – cujo montante ainda é desconhecido – foi encomendado pelo Governo à UM depois de ter sido decidida a prorrogação do contrato com a Yat Yuen – Companhia do Canídromo, em Dezembro de 2015, por mais um ano. As conclusões, dizia na altura, o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, só iriam ser conhecidas no final deste ano e teriam como base a decisão sobre a manutenção ou encerramento do Canídromo.

Incógnitas

Ao HM, Davis Fong não quis levantar a ponta do véu sobre a análise feita, por não ser “adequado”. A ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais ainda chegou a criticar o facto de o estudo não ter sido “feito antes”, uma vez que o Canídromo funciona há 50 anos.
Segundo as associações de protecção animal locais todos os anos 400 galgos morrem ou são abatidos no Canídromo, considerado como “o pior” do mundo. Recentemente, diversas associações e imprensa à volta do mundo têm pressionado o Governo a encerrar o espaço. As receitas das corridas de galgos encontram-se em acentuada queda.

20 Mai 2016

Arquitecto Manuel Vicente vai dar nome a uma rua

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau vai mesmo ter uma rua com o nome do arquitecto Manuel Vicente. O pedido foi feito através de uma petição pública lançada pelo Jornal Tribuna de Macau já há três anos, tendo sido depois entregue ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Nada se sabia sobre a decisão, mas o organismo confirma agora que a ideia é para avançar. “O IACM recebeu a petição pública e o nome do arquitecto Manuel Vicente está na lista de nomes a atribuir a ruas de Macau”, começou por confirmar ao HM o organismo. O IACM explica que o processo de atribuição de nomes a ruas de Macau é “avaliado caso a caso”, consoante o surgimento de novas ruas na cidade. A lista de nomes inclui personalidades, cidades e lugares, não se sabendo em que lugar está o nome de Manuel Vicente. A petição foi lançada logo a seguir à morte do arquitecto, em 2013. Manuel Vicente foi o responsável por projectos como o plano da Baía da Praia Grande, o World Trade Centre, o projecto de habitação social do Fai Chi Kei, as Torres da Barra, o edifício da CEM em Coloane e o edifício do orfanato Helen Liang, entre outros. O profissional era denominado um Mestre da Arquitectura, mas também “o arquitecto de Macau”.

20 Mai 2016

DSAL encarregue da contratação de TNR a partir de 28 de Maio

Já tinha sido pedido por diversos deputados e agora foi aceite pelo Governo. O Gabinete de Recursos Humanos vai passar a estar sob a alçada da DSAL, numa reestruturação que entra em vigor no fim do mês

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Gabinete de Recursos Humanos (GRH) vai ser agora parte integrante da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). A decisão foi ontem anunciada pelo Conselho Executivo, que indica que a DSAL vai agora ficar encarregue da contratação de trabalhadores não-residentes (TNR).
“O projecto propõe manter basicamente inalteráveis as actuais atribuições da DSAL”, indica o Governo num comunicado, onde refere que uma das únicas diferenças é a de que a DSAL passa “também a tratar dos pedidos de contratação dos TNR”. Este era um pedido que já tinha sido feito por diversos deputados, dado que é a DSAL que gere também os conflitos entre estes trabalhadores e os seus empregadores.
Com o ajustamento, a DSAL continua a ser dirigida por um director coadjuvado por dois subdirectores, mas vai aumentar o quadro de pessoal, que passa dos actuais 228 trabalhadores para 320.

Ganhos e perdas

O organismo perde ainda quatro secções existentes, mas passa a ter o Departamento de Contratação de TNR, que integra as atribuições do GRH. Conta ainda com o Departamento de Estudos e Informática, o Departamento de Inspecção do Trabalho – que compreende a Divisão das Relações Laborais, a Divisão de Protecção da Actividade Laboral e a nova Divisão de Licenciamento e de Apoio Técnico – que trata dos pedidos de licenciamento de agências de emprego e trata também do trabalho de consulta jurídica na área do trabalho.
Surge ainda o Departamento de Segurança e Saúde Ocupacional, que compreende a Divisão de Promoção e Formação e a Divisão de Fiscalização de Riscos, o Departamento de Formação Profissional e o Departamento de Emprego, alguns destes tendo apenas pequenos ajustes nos nomes e funções.
A DSAL vai passar a funcionar com a nova estrutura a 28 de Maio, sendo que esta foi feita através de um Regulamento Administrativo.

19 Mai 2016

Morte Cerebral | Médicos vão ter de fazer curso a cargo dos SS

Depois de terem sido publicados os critérios sobre a morte cerebral, surgem novas directivas que exigem a formação dos médicos num mínimo de oito horas, em cursos dados pelos Serviços de Saúde

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s médicos de Macau vão ter que tirar um curso para poderem determinar a morte cerebral. Um despacho ontem publicado em Boletim Oficial, assinado por Lei Chin Ion, indica que só depois da formação é que estes profissionais são qualificados para tal.
Os cursos terão de ter “não menos do que oito horas de duração” e têm de incluir, para além de formação prática e teórica, o domínio de conhecimentos, metodologias e técnicas como o conceito da morte cerebral e seu desenvolvimento, a anatomia do tronco cerebral, as dificuldades na determinação da morte cerebral, a determinação da morte cerebral em crianças e a legislação e critérios aplicáveis à morte cerebral, estes publicados recentemente.
A formação fica a cargo dos SS, como indica o director do organismo no despacho. “A qualificação é obtida após a conclusão, com aproveitamento, de um curso especializado de determinação da morte cerebral a realizar pelos SS”, indica, não explicando, contudo, quem serão os médicos ou entidades responsáveis pelo ensino. No ano passado, os SS não responderam ao HM sobre a existência ou falta de médicos formados para o transplante de órgãos, nem quantos existiriam.

Das regras

O despacho ontem publicado indica ainda que a determinação da morte cerebral deve ser realizada, conjuntamente, por dois médicos especialistas qualificados, “um dos quais tem de ser médico de categoria igual ou superior à de médico consultor”. Os médicos que efectuam a determinação da morte cerebral não podem pertencer a equipas envolvidas no transplante de órgãos ou tecidos, nem devem pertencer ao serviço em que o doente esteja internado e há ainda novas regras dadas a conhecer: o intervalo entre os segundos exames para definir a morte, que são efectuados quatro horas depois do primeiro conjunto de testes, é alargado a 12 horas para doentes com idades entre o um e os três anos e é de 24 horas para doentes com idades inferiores a um ano. No caso das crianças, tem de ser um médico pediatra a definir a morte e os restantes ficam a cabo de um médico especialista em neurologia, neurocirurgia, anestesiologia, medicina interna, medicina de urgência ou com experiência de cuidados intensivos.
Segundo o despacho, as novas directrizes entram em vigor a partir de dia 23 de Outubro deste ano. Recentemente, foram dadas a conhecer as regras para determinar a morte cerebral no que foi um passo em frente face à implementação de transplante e doação de órgãos.

19 Mai 2016

Macau Legend ainda não vendeu Landmark. Receitas de 35,8 milhões este ano

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Macau Legend, de David Chow, ainda não vendeu o Hotel Landmark, na Avenida da Amizade. A informação foi confirmada ao HM pela porta-voz da empresa, no dia em que se soube que as receitas da Macau Legend ascenderam a 35,8 milhões de dólares de Hong Kong.
A venda do Landmark foi anunciada no final de Março, quando a empresa referiu que a quebra nas receitas deu o mote para a venda da propriedade. O dinheiro arrecadado já tinha objectivo traçado, sendo este a expansão na península, no Sudeste Asiático e nos PLP.
O Hotel, que viu quebras de 20,7% nas receitas no ano passado, ainda se mantém à venda, bem como o casino que lá dentro opera, sob licença da Sociedade de Jogos de Macau. O dinheiro ainda não chegou, mas os investimentos da Macau Legend prometidos já começaram: esta semana, a empresa anunciou ter comprado o Hotel Casino Savan Vegas no Laos por 326 milhões de dólares de Hong Kong.
Num comunicado enviado aos média, a empresa referia que o projecto – detido totalmente pelo Ministério das Finanças do Laos – tinha mesas de jogo e slot-machines, tendo um contrato exclusivo de 50 anos com adicional prorrogação possível até 49 anos. O hotel conta ainda com mais de 600 quartos.

Em queda

Ontem, o jornal Macau Business Daily dava conta que o valor pela qual foi feita a compra foi de apenas 16,8% do valor total estimado para o espaço. A Sanum Investment, parte do projecto antes de David Chow, diz que o negócio foi feito “à porta fechada” e que o anúncio do investimento da Macau Legend foi feito à Sanum ao mesmo tempo que foi feita aos média. Segundo a publicação inglesa, a empresa deverá tomar medidas por considerar que foram violados acordos.
A venda do Landmark acontece devido ao facto da performance de operação ter “decrescido”, como admitia a Macau Legend em Março. Ontem, a empresa deu a conhecer as receitas do primeiro trimestre deste ano, que ascenderam a 350,6 milhões de dólares de Hong Kong, menos 3,7% do que no mesmo período do ano passado. Os resultados com o EBITDA ajustado (resultados depois dos impostos, juros e amortizações) foram de 35,8 milhões de dólares de Hong Kong, uma descida de 52,2%.
O casino Pharaoh’s Palace, cuja compra chegou a ser ponderada por um accionista, rendeu 258 milhões, menos 15,5%.

19 Mai 2016

Exposição de Van Keng Vai até dia 26 no Centro UNESCO

[dropcap style=’circle’]I[/dropcap]naugura hoje e está patente até dia 26 de Maio a exposição de pintura chinesa “Visualização de um Pintor Embriagado”. A mostra, da autoria de Van Keng Vai, está integrada no Projecto de Promoção de Artistas de Macau e patente no Centro UNESCO de Macau.
A exposição reúne cerca de 60 obras de pintura chinesa deste pintor, um artista de Macau. Van Keng Vai nasceu em 1942 e graduou-se no Colégio Diocesano de São José e na Universidade Yuet Hoi. Desde a infância que mostra ter um gosto especial por Belas Artes, nomeadamente por pintura chinesa e cerâmica.
Começou a sua formação em Belas Artes com Chiu Meng San na década de 50. No ano de 1993, um dos seus trabalhos venceu o 3.º prémio no Concurso de Design de Bandeira e Emblema Regionais da RAEM e em 2005 foi inaugurada uma exposição individual do artista na Galeria Milénio de Macau. As suas obras são muitas vezes seleccionadas, tanto para a Exposição Anual de Arte Visual do Instituto Cultural, como para a Exposição Colectiva de Caligrafia e Pintura de Macau organizada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais de Macau.
Hoje em dia, Van Keng Vai trabalha na área de administração de empresas, desempenhando ainda várias cargos em instituições sociais como o de Vice-Presidente do Instituto Mundial de Caligrafia e Pintura da Família Yin, Director da Associação Cultural e Arte de Chong Fong, Vice-Presidente da Associação de Amadores de Arte de Macau, membro da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau. É também formador do Curso de Pintura Chinesa do iCentre do Centro Amador de Estudos Permanentes de Macau e do Curso de Pintura Chinesa do Centro de Actividades da Ilha da Taipa da Federação das Associações dos Operários.
Com organização da Fundação Macau, a exposição estará patente ao público entre 19 e 26 de Maio, todos os dias das 10h00 às 19h00 e no último dia até às 15h00. Tem entrada livre.

19 Mai 2016

Canídromo | Uma centena de emails a pedir encerramento enviada à DST

Só este mês chegaram ao Turismo mais de 50 pedidos para fechar o Canídromo. O mar de missivas para acabar de vez com o espaço não pára de aumentar. Entretanto,está quase concluído o estudo que prometeu ajudar a decidir sobre o encerramento do Canídromo, mas a principal impulsionadora do movimento para encerrar o espaço, a ANIMA, ficou de fora das opiniões

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços de Turismo (DST) já recebeu uma centena de emails a pedir o fim do Canídromo. Os dados, fornecidos ao HM pelo organismo, dizem respeito a correio enviado desde Julho do ano passado até este mês.
“De Julho passado até agora, recebemos cerca de cem emails sobre o Canídromo e as corridas de galgos”, começa por indica a DST, numa resposta face à questão de quantos emails pediam o encerramento do Canídromo da Yat Yuen. “A DST tem encaminhado, ou vai encaminhar, os pedidos à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) e ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) para informação e seguimento.”
Ao que o HM apurou através do grupo Stop Exporting Ireland Greyhounds to China, na rede social Facebook, têm sido vários os activistas que estão a enviar emails no sentido de pressionar o Governo de Macau para fechar o espaço de corridas, devido às contínuas alegações de maus tratos aos galgos e à eutanásia de mais de 30 destes cães por mês, como indicam associações de amigos dos animais e como se pode ver no site do próprio Canídromo.

Pressão contínua

Os activistas pedem na página que se continue a pressionar a DST, depois de terem conseguido impedir que 24 galgos chegassem a Macau na semana passada, vindos da Irlanda. A Austrália, recorde-se, baniu a exportação devido às más condições e a Irlanda seguiu o exemplo mas apenas para a China continental, deixando Macau de fora.
De acordo com a informação prestada pela DST, que respondeu rapidamente ao pedido do HM, a maioria dos casos chegou esta quarta-feira: até às 18h10 foram 51 os emails recebidos, mais do que de 13 de Julho a 31 de Dezembro do ano passado, quando chegaram à DST 37 emails. Ontem, mais alguns terão chegado.
O transporte destes galgos para o território tem tomado conta das páginas de jornais em todo o mundo, numa pressão internacional sem precedentes para a imagem de Macau. Actores conhecidos, como Ricky Gervais, já pediram que se acabe com a exportação e que se feche o Canídromo.

ANIMA não foi ouvida em estudo já concluído sobre Canídromo

Está quase concluído o estudo que prometeu ajudar a decidir sobre o encerramento do Canídromo, garantiu ontem Davis Fong da Universidade de Macau (UM), que diz que o “problema vai ser resolvido este ano”. Contudo, apesar de assegurar que todas associações de protecção animal foram ouvidas, a verdade é que a principal impulsionadora do movimento para encerrar o espaço, a ANIMA, ficou de fora.
A Yat Yuen, companhia do Canídromo, viu o seu contrato expirado em 2015 ser renovado por mais um ano devido a um “estudo” pedido pelo Governo, que evocava a tradição de mais de 50 anos do Canídromo que dizia que este não podia fechar “de um dia para o outro”.
Esse estudo está quase concluído, assegurou Davis Fong, director do Instituto de Estudos sobre a Indústria do Jogo da UM. A proposta preliminar do estudo “já está basicamente concluída e o problema vai ser resolvido este ano”, disse no programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau.
Fong não se descai sobre a conclusão da análise: sobre se o espaço é para manter ou encerrar, o académico nada diz, referindo apenas que “a proposta preliminar do estudo de avaliação tem agora de ser compreendida pelo Governo” e que é “preciso tempo” para tal. Mas Davis Fong nota que “o problema será resolvido este ano, uma vez que a prorrogação do contrato de concessão vai terminar” em Dezembro.
O director diz ainda que fez relatórios sobre as opiniões dos moradores da zona, investigação in loco, nas lojas, nos arquivos e recolheu ainda as sugestões e os comunicados das associações de protecção animal, bem como documentos de reclamação recebidos pelos departamentos governamentais”.

Exclusões

A verdade, contudo, é que a ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais não foi ouvida pela UM, como confirmou o presidente, Albano Martins, ao HM. A ANIMA foi a grande impulsionadora do movimento para fechar o Canídromo.
Para o responsável do organismo, que tem até estatuto de entidade pública, a razão é desconhecida. “Não sei. Não percebo, não sei dizer. Eles dizem que leram cartas e sugestões de associações, talvez tenham lido as nossas”, referiu ao HM. Este jornal tentou perceber a razão junto de Davis Fong, mas não foi possível estabelecer contacto.
Albano Martins vai encontrar-se em Junho com o Ministro da Agricultura irlandês para tentar travar a exportação de cães. Já Angela Leong, directora-executiva da Sociedade dos Jogos de Macau (SJM) que detém a Yat Yuen, apresentou vários propostas para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas e de indústrias culturais e criativas no Canídromo.

19 Mai 2016

MACAUPORT com lucros de 23,8 milhões

A MACAUPORT — Sociedade de Administração de Portos S.A. conseguiu em 2015 receitas de 23,8 milhões de patacas, mais 18,4 milhões de patacas do que em 2014. No balancete da actividade, ontem publicado em Boletim Oficial, a empresa diz que a subida nas receitas se deveu “sobretudo ao aumento em prestações de serviços”, na ordem de 26%, e ao retorno de investimentos. A MACAUPORT é administrada por Ambrose So e tem como presidente do Conselho Fiscal José Chui Sai Peng, deputado e empresário. É responsável pela operação do Terminal de Contentores do Porto de Ká-hó, em Coloane, tendo ainda como subsidiárias a Macauport Sociedade de Administração do Terminal de Contentores, Lda., a Companhia de Navegação Veng Lun Fat, Lda. e a Sociedade de Gestão do Terminal de Combustíveis de Macau.

19 Mai 2016

Cinema | “Sea of Mirrors” de Thomas Lim lançado em 2017

Está terminado o novo filme do realizador Thomas Lim, o segundo totalmente feito em Macau. “Sea of Mirrors” é lançado em 2017, depois de muitos obstáculos “enriquecedores” uma pós-produção nos EUA e em Tóquio

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]mais recente filme de Thomas Lim, “Sea of Mirrors”, vai ser lançado no próximo ano. A película, realizada em Macau, narra a história de Riri Kondo, uma ex-actriz japonesa, que viaja para Macau com a filha, Nana, para reunir com um potencial investidor que afirma ser seu fã. A proposta feita foi a de investir num filme realizado por ela, mas a verdade é que a questão tem mais a ver com sexo do que com filmes. Riri desmarca uma reunião com o investidor mas, em retaliação, a filha é raptada e a tentativa para a salvar leva-a à beira da loucura.
Foi no final de Abril que Thomas Lim, que filmou “Sea of Mirrors” com um iPhone 6, terminou as gravações. Um trabalho que, para o produtor do filme, também de Macau, não foi nada fácil.
“O maior desafio foi a contínua mudança de horários, devido ao tempo horrível. Tivemos também de ser muito flexíveis porque foram diversos os novos actores que entraram no filme diariamente e o nosso tempo de filmagem foi muito curto”, desabafa Jess Hao, que refere ainda que muitas das gravações no exterior foram canceladas e tiveram de ser substituídas. sea of mirrors
Ainda assim, o produtor diz que os obstáculos foram ultrapassados e não foram vistos como uma derrota. “O stress constante só fez a experiência mais enriquecedora e fiquei surpreendido em como Thomas Lim conseguiu reunir uma equipa tão diversa, com tantos backgrounds diferentes. Só mostra como o próprio background dele, vindo de Singapura e tendo vivido em diferentes partes do mundo, ajudou.”

Preferências

As diferentes origens dos actores estão bem vincadas em “Sea of Mirrors”: a australiana, ainda que quase local, Sally Victoria Benson, do Japão chega a actriz e produtora Kieko Suzuki e da Coreia do Sul o actor Jay Lim. No total foram 25 as pessoas que fizeram parte do filme – mais de 15 eram de Macau.
“Uma das protagonistas, Sally, cresceu em Macau e considera-se local. Tão local que foi ela quem deu algumas das direcções aos condutores para chegarmos a determinados locais”, brinca Thomas Lim.
A verdade é que, para o realizador do filme “Roulette City”, também filmado em Macau, desta vez foi “mais difícil” arranjar actores no território.
“Acredito que se deveu ao facto dos nossos personagens não serem a típica mãe de dois filhos ou polícias. Muitos dos papéis eram de mulheres que eram personagens não tão positivas (anti-heróis). Apesar de ser comummente defendido que estes personagens são mais memoráveis, os actores em Macau, geralmente, não gostam de fazer esses papéis. Ficámos admirados com este fenómeno.”

O telemóvel como arma

Como refere Thomas Lim, o filme é quase todo em Inglês e Japonês, sendo que a equipa chegou também de Hong Kong, além da Austrália, Japão e Coreia. O realizador, que já assumiu que o território é um dos seus sítios favoritos para filmar, não deixa de apontar como é que algumas cenas tiveram de ser, simplesmente, reescritas.
“Não acredito que três semanas passaram a voar assim. Tivemos tantos desafios, como o tempo, com nevoeiro e chuva. O filme era suposto começar e acabar num terraço que ia olhar para o horizonte de Macau, repleto de casinos. Em todos as vezes que tentámos filmar, estava nevoeiro, não dava para ver nada. Filmámos na mesma, mas depois começou a chover. Quando revi as cenas desse dia, decidi que não funcionavam: resultado, tive de as rescrever e filmámos, então, num hotel assustador. Tivemos de usar o único dia de folga para refazer essas cenas”, confessa Lim.
Além de todas as mudanças, uma das características da película é ser totalmente filmada em iPhone. Uma decisão que necessitou da colaboração de Thomas Lim com o cinematógrafo Santa Nakamura, do Japão. Algo que despertou duas coisas: o interesse pelo aparelho como câmara e a visão de alguém que vem de fora.
“Na primeira semana, foi basicamente eu a dizer-lhe o que queria para as gravações. Mas depois descobri um elemento que elevou a nossa cooperação: por ser esta a primeira viagem dele a Macau, ele não sabia as regras culturais do território e, por isso, tinha ideias que eu não tinha, sendo que, apesar de não ser de Macau, já aí vivi”, afirma Thomas Lim.
Já no que ao aparelho diz respeito, a utilização do Iphone vai “maravilhar as pessoas, assim que estas compreenderem como é que uma longa-metragem pode ser feito com alta tecnologia, mas com um equipamento pequeno e disponível em qualquer loja”, frisa Lim. sea of mirrors
Também Santa Nakamura explica o processo de filmar com um smartphone. “Como cinematógrafo tentei algumas coisas diferentes. Thomas Lim queria contar uma história através da composição do enquadramento e isso é uma forma muito visual e psicológica de fazer um filme. às vezes tínhamos de sacrificar uma boa luz, ou um background bonito, pelo que, para compensar, tive de usar o carregador de bateria como estabilizador. Senti que era uma extensão do meu corpo, como se tivesse mais um par de olhos ou dedos. Tentei, assim, pegar no que o iPhone pode fazer e outras câmaras convencionais não deixam.”

O próximo passo

Para o produtor Tan See Kam, de Macau e Singapura, as gravações da película, caracterizada como um “thriller psicológico” foi não só uma boa experiência, como foi algo que ajudou o território.
“Macau tem uma comunidade cinematográfica que está a crescer e fico satisfeito por ver que as pessoas dessa indústria de Macau foram generosas com o seu tempo, energia e recursos. O projecto permitiu também oportunidades para as pessoas de Macau crescerem e desenvolverem-se em termos de exposição e experiência”, frisou.
Nakamura partilha da opinião, dizendo que não é nada usual ter pessoas de tantas partes do mundo juntas num filme independente como este, algo muito “gratificante”. O mesmo sentimento tem Sally Victoria Benson, que diz que ter participado num filme feito no sítio onde cresceu foi mais do que um momento feliz. “Representar nas estradas em que brinquei quando era pequena e usar a minha cidade, que amo, como fonte de inspiração é algo que não vou esquecer.”
Jay Lim, pela primeira vez no território, caracteriza Macau como um lugar de fantasia, “bonito de dia ou de noite” e que combina bem, “tal como Sea of Mirrors”, o tradicional com o moderno. A opinião parece ser partilhada pela actriz japonesa Kieko Suzuki, que descreve Macau como “fotogénico” e “de tirar a respiração”. Tanto, que filmar em Macau durante três semanas foi para ela “um dos maiores projectos” de vida.
As gravações estão feitas e fazer um filme não é suposto ser fácil, como admite o realizador da Island Man Picures. Mas Thomas Lim não fecha os olhos aos próximos desafios, que passam “pela pós-produção do filme” – algo que está a ser feito em Los Angeles e que depois será finalizado em Tóquio. Esta fase termina no final do ano e o filme é, então, lançado em 2017.

19 Mai 2016

EUA/Presidenciais | Sheldon Adelson vai doar “cem milhões ou mais” a Trump

O magnata da Sands disse publicamente estar disposto a contribuir com mais dinheiro para eleger Donald Trump do que aquele que doou em qualquer outra campanha. E a ajuda não se fica por mais de cem milhões de dólares: Sheldon Adelson diz que este é o homem que os EUA precisam, mesmo que “não se concorde” com algumas coisas que ele diz

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s EUA precisam de alguém “forte” na liderança e esse alguém é Donald Trump. É a opinião bem vincada de Sheldon Adelson, o magnata dos casinos da Sands, com casinos em Macau, que justifica assim a doação de mais de cem milhões de dólares que poderá atribuir àquele que é um dos candidatos mais polémicos da corrida presidencial norte-americana.
Em 2012, Sheldon Adelson tornou-se o maior dador republicano de sempre, depois de doar entre 98 e 150 milhões de dólares americanos aos candidatos do partido que apoia. Mas este montante incluiu a corrida ao congresso e à presidência. Agora, o magnata está disposto a bater um novo recorde: mais de cem milhões de dólares apenas para Trump e a sua candidatura presidencial, como reportou o New York Times a semana passada. E Sheldon Adelson explica, ele próprio, porquê. sheldon-adelson
“[Entre tantos candidatos], um ganhou a corrida e agora os Republicanos têm de se juntar de forma a garantir que ele vença na etapa seguinte. Enquanto as primárias ainda têm algumas eleições importantes pela frente, está claro que Donald Trump será o Republicano nomeado para presidente”, começou por escrever numa coluna de opinião no jornal Washington Post. “Eu apoio publicamente Trump para a presidência e recomendo fortemente os meus colegas Republicanos – especialmente os oficiais eleitos através do Partido Republicano, os leais ao Partido e aqueles que fornecem um importante apoio financeiro – a fazerem o mesmo.”
A opinião de Adelson continua, considerando “assustador” a alternativa à presidência se não Trump. Num longo parágrafo onde critica Barack Obama – o homem que “conseguiu atingir os seus objectivos em muitos assuntos, ainda que estes não fossem os objectivos dos EUA” -, Adelson diz que é preciso colocar na Casa Branca alguém com um “R” (de Republicano) atrás. Esta é, assegura, a única forma de melhorar a situação. E essa oportunidade “ainda existe”.
“Sinto realmente que alguém com nível de experiência como CEO está suficientemente bem treinado para o trabalho de presidente. Isso é exactamente o que temos com Trump: ele é um candidato com experiência como CEO, moldado pelo compromisso e risco de utilizar o seu próprio dinheiro em vez do do público. Ele é um CEO com uma história de sucesso, que exemplifica o espírito de auto-determinação americano, compromisso para uma causa e boa gestão de negócios.”
Sheldon Adelson não menciona, por exemplo, as mais de duas dezenas de negócios montados por Donald Trump que não foram, de todo, “bem geridos”. Notícias correntes na imprensa norte-americana mostram esses casos – aliás motivo de chacota nos mais populares programas de comédia na televisão. São os bifes de Trump (um ano em funcionamento), o Trump Game (igual ao Monopólio, mas versão Trump, menos de um ano em produção), um restaurante (três meses), um motor de busca de viagens (um ano), água Trump Ice (menos de um ano), uma revista que durou dois anos e até uma universidade que acabou processada por diversos alunos porque, durante os seis anos em que funcionou, nunca conseguiu cursos acreditados.

[quote_box_left]Menos de 0,01% é o valor do apoio de Adelson a Trump quando comparado com o valor das receitas totais do ano passado da Sands, já que só a Sands China obteve lucros líquidos de 1,45 mil milhões de dólares em 2015[/quote_box_left]

Comer no prato que cuspiu

Apesar de alguns problemas nos negócios, a verdade é que Donald Trump foi sempre, de acordo com ele próprio e com média norte-americanos, “auto-financiado” na sua corrida à Casa Branca. Até porque “ele conseguiu alienar muitos dos seus doadores” devido a comentários menos próprios, como realça a imprensa dos EUA.
“Para começar a ter mais recursos [financeiros], Trump terá de ser mais activo em conseguir conquistar doadores que isolou durante as primárias”, escreve a CNN. “Charles e David Koch (dois dos maiores apoiantes das presidenciais) não parecem querer apoiar Trump. Charles Koch, em particular, foi publicamente crítico sobre a forma de candidatura de Trump durante as primárias.”
Esses comentários não passam sequer pela forma como Donald Trump fala das mulheres, ou da contínua ideia de construir um muro que separe o México do país. Os comentários foram dirigidos precisamente às figuras que agora poderão apoiar o candidato. puppet
“Trump foi claro durante a campanha, criticando os oponentes que esperam os ‘super PACS’ e dizendo que eles estavam a ser comprados por doadores ricos”, relembra o Wall Street Journal, referindo-se aos comités organizados para receber somas de dinheiro ilimitadas de empresas, indivíduos e uniões sem contribuírem directamente com o Partido ou os candidatos.
Trump dizia mesmo que o poder da sua campanha centrava-se no facto de ser “auto-financiado” e que isso acontecia porque as contribuições “têm um efeito de corrupção nos oficiais do governo”. Palavras que justificava com o facto de ser “um dos maiores doadores ricos a fazer essa compra”, como relembra o site MSNBC.
Nem Sheldon Adelson escapou. Quando o magnata apoiou Marco Rubio, Donal Trump não foi meigo. “Ele está a apoiar Marco Rubio para moldá-lo, para que ele seja a sua pequena marioneta”, escrevia o candidato em Novembro do ano passado, acrescentando no início deste ano que “os americanos não têm de se preocupar com esses ricos a dizer ao Trump o que fazer, porque ele não quer – e não recebe – o dinheiro deles”.
Apesar da retórica, a ira contra os ‘super PACS’ parece ter amainado, tal como a contra os “doadores ricos”: Donald Trump vai ser apoiado em “cem milhões de dólares ou mais” por Sheldon Adelson e a contribuição deverá ser feita precisamente através de ‘super PACS’.
A reacção de Trump quando confrontado pelos jornalistas? “Eu sei que as pessoas gostam de mim e formam um super PAC, mas eu não tenho nada a ver com isso. Vamos ser o que acontece”, disse à NBC News.
O dinheiro, escrevem analistas citados pela imprensa americana, é agora um ponto vital na corrida de Trump. É que, para combater Hillary Clinton na corrida geral à Casa Branca, Donald Trump deverá precisar de “700 milhões a mil milhões de dólares”. Trump tem neste momento cerca de 11 milhões de votos, precisando de cerca de 50 a 60 milhões para vencer. As eleições são em Setembro.

[quote_box_right]“Ele [Sheldon Adelson] está a apoiar Marco Rubio para moldá-lo, para que ele seja a sua pequena marioneta” – Donald Trump, em Novembro de 2015[/quote_box_right]

Jogo, ódio a Obama e Israel – Que interesses estão por trás dos apoios?

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]encontro entre Adelson e Trump de onde surgiu a notícia do apoio aconteceu há duas semanas em Manhattan. Desde então, o magnata do jogo tem insistido na necessidade de se juntarem a ele todos os republicanos possíveis, que ainda estão de pé atrás com Trump.
“Apesar de ter sido o neto de um mineiro e filho de um taxista, tenho muito experiência em ser parte de quase meia centena de diferentes negócios nos meus mais de 70 anos de carreira. (…) Ganhei o direito de falar sobre liderança e sucesso. Podem não gostar do estilo de Trump, ou daquilo que ele diz no Twitter, mas este país precisa de uma liderança executiva forte hoje em dia, mais do que em qualquer outro período na sua história”, escreveu Adelson na opinião publicada no Washington Post.
Mas, que interesses estão por trás do apoio a Trump? Primeiro, o “ódio” que Sheldon Adelson já manifestou contra Obama e a visão de que Hillary poderá ser a sua substituta mais parecida.
“Se os Republicanos não se juntarem no apoio a Trump, Obama vai, basicamente, ter algo que a Constituição não permite – um terceiro mandato em nome de Hillary Clinton. Passei algum tempo a falar com Donald Trump. Se concordo com ele em todos os pontos? Não. Mas é natural que nenhum americano concorde com o seu candidato preferido em todos os assuntos”, defendia Adelson na semana passada.
Outra das razões pode ser o interesse de Trump nos casinos. Como recorda a NewsWeek, Adelson é conhecido por apoiar políticos que poderão ajudar nos seus negócios de jogo, ainda que os casinos não pareçam ser o ponto forte do candidato à presidência. Trump declarou falência de três propriedades em Atlantic City: primeiro o casino Trump Taj Mahal, em 1991, depois de um ano em operação. Depois, em 2004, foi a vez do Trump Marina e o Trump Plaza. Depois disto, a Trump Hotels e Casino Resorts decidiu mudar para Trump Entertainment Resorts. Quatro anos depois, também esta empresa faliu.
E depois há a questão de Israel. Um dos cavalos de batalha de Adelson, judeu, a segurança de Israel é uma das maiores preocupações do magnata e parece ser, agora, também a de Trump, que Adelson considera ser “bom para Israel”. Mas a situação é confusa.
“Durante toda a corrida vimos reviravoltas que não eram suposto acontecer. Uma das maiores razões de Adelson para apoiar Trump é o grande apoio a Israel, ainda que Trump tenha feito comentários no passado que deveriam fazer os zionistas preocupar-se com tal presidência. Mas também já vimos as ideias de Trump mudar em diferentes eventos públicos”, frisou Myles Hoenig, activista e analista político, em declarações à Press TV.

Unidos por muros

Trump chegou a fazer comentários contrários sobre a questão Israel-Palestina, mas a última declaração pública é favorável à ideia de Sheldon Adelson. E mais uma vez, Trump usa-se a si próprio como exemplo. “Acontece que eu tenho um genro e uma filha que são judeus ok? E dois netos que são judeus.”
Para Hoenig, a liderança republicana sempre foi muito pró-Israel, mas também os democratas o têm sido, como refere, frisando que Hillary Clinton até é a candidata que mais apoia o país e que é activa nas suas acções para tal. Mas, para o activista, a dúvida não existe: por que razão Adelson apoia Trump? “Não é só para promover a conversa sobre Israel, mas para mostrar a oposição a todos os aspectos levantados por Obama nestes últimos oito anos. Obama é visto como uma oposição a Israel nas decisões que toma, mas ele apoiou o país em tudo o que fez e até cobriu crimes israelitas contra o povo palestiniano”, diz o analista, assegurando que, seja como for, a política dos EUA face a Israel não deverá mudar.
Uma das coisas que os dois milionários parecem ter certamente em comum é a ideia de construir um muro: Trump tem um planeado para o México. Adelson sugeriu construir “um grande, maior do que já existe”, para manter os palestinianos fora de Israel.

Wynn amigo de Hillary Clinton?

Dentro da política é habitualmente conhecido o papel de Sheldon Adelson como um dos grandes doadores, mas Steve Wynn também pondera apoiar alguém. Ainda que o nome do empresário do jogo, dono do Wynn em Macau e com um novo complexo a nascer no Cotai, não seja tão sonante nos meandros da candidatura, duas coisas são bem conhecidas: Steve Wynn “desaprova Barack Obama”, ao ponto de o comparar ao ex-presidente Richard Nixon, envolto num escândalo de escutas. Mas, ao contrário de Adelson (ver texto principal), o facto de Wynn não gostar de Obama pode não o impedir de apoiar Hillary Clinton, candidata pelos Democratas. Wynn assegura ter tido um “jantar charmoso com Clinton”, ainda que social e “não político” e que não descurava a eventualidade de apoiar a candidata, numa entrevista ao canal de televisão PBS. Do conhecimento público é também que Wynn não está nos melhores termos com Adelson ou Trump. Muito por causa dos negócios de casinos, já que o candidato republicano foi considerado, em tempos, provável competição de Wynn em Atlantic City.

Quem apoia quem?

Hillary Clinton: apoiada por Ben Affleck, Christina Aguilera, Tony Bennett, Drew Barrymore, Bon Jovi, Mary J. Blige, George Clooney, Bryan Cranston, Leo Dicaprio, Ellen Degeneres, Cher, Jesse Eisenberg, Morgan Freeman, Lady Gaga, Robert De Niro, Richard Gere, Tom Hanks, Ben Harper, Elton John, Beyoncé, Katy Perry

Donald Trump: apoiado por Hulk Hogan, Sarah Pallin, Stephen Baldwin, Azealia Banks, Kid Rock, Dennis Rodman, Mike Tyson

Bernie Sanders: Rosario Dawson, Danny De Vito, Mark Ruffalo, Danny Glover, Spike Lee, Seth MacFarlane, Michael Moore, Susan Sarandon, Red Hot Chilly Peppers,

18 Mai 2016

Jinan | Mais de mil pediram retirada da doação e demissão de Chui Sai On

A manifestação de domingo contra a doação de mais de cem milhões de patacas à Universidade de Jinan juntou mais de mil nas ruas para pedir a demissão de Chui Sai On

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de mil pessoas saíram à rua no domingo para protestar contra a doação de cem milhões de yuan (123 milhões de patacas) à Universidade de Jinan. O grupo – que contava, de acordo com a organização, com 3300 pessoas e com 1100 de acordo com a PSP – pedia, entre gritos e cartazes, a demissão de Chui Sai On, a retirada da doação e uma reforma do regime de donativos do Governo.
Chui Sai On, Chefe do Executivo, foi confrontado com a acusação de tráfico de influências devido a ser presidente do Conselho de Curadores da Fundação e vice-presidente do Conselho Geral da Universidade de Jinan. O líder do Governo não pediu escusa da apreciação do pedido de doação, ainda que tenha indicado ser membro desses cargos.
A polémica doação da FM sem consulta aos residentes e sem comunicação oficial antes da imprensa do continente deu o mote para a saída à rua da Associação Novo Macau (organizadora), da Love Macau, da Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau, da Associação de Activismo para a Democracia e da Associação de Mútuo Auxílio dos Operários.
Eram três da tarde, quando o Jardim Vasco da Gama foi ocupado pelos participantes no protesto. A marcha “vermelha” da Associação de Mútuo Auxilio de Operários de Macau começou primeiro, em direcção à Sede do Governo, onde foi entregue uma petição para a retirada da doação de cem milhões, mas os manifestantes levantaram também cartazes que pedem a implementação do “ensino superior gratuito”. 17516P4T1
O deputado Au Kam San, que se juntou à marcha da Associação Love Macau, criticou a falta de “razoabilidade” da doação, porque a FM é composta por “amigos” do Chefe do Executivo e por si próprio, o que permite que a decisão para a entrega de subsídios para entidades “que tenham boas relações com Chui Sai On” seja fácil, diz o deputado. “Quem dá e recebe os subsídios é a mesma pessoa”, criticou ainda.
Cloee Chao, líder da Associação Love Macau, defendeu que a manifestação não foi só contra a doação de cem milhões, mas também para evitar que o Governo conceda mais dinheiro a entidades de fora de Macau sem consultar os residentes.

Porcos e pérolas

Como já é hábito, foi a Novo Macau, que contou com a participação do deputado Ng Kuok Cheong, a associação mais interventiva: um cartaz com a imagem da cabeça de Chui Sai On com orelhas de porco e um carimbo vermelho na testa com o número 380 – o número de votos com que conquistou a reeleição, em 2014 – foi levantado durante toda a manifestação, com o presidente Scott Chiang a explicar que o cartaz significa que “Chui Sai On está a engordar com o dinheiro do Executivo”, criticando o papel do líder do Governo no caso da doação à Jinan.
“Quais são as nossas três solicitações principais?”, questionava alto Scott Chiang. “Primeiro, a retirada dos cem milhões. Segundo, a demissão do Chefe do Executivo. Terceiro, a apreciação pública de grandes doações através da Assembleia Legislativa”, respondiam os participantes.
Sou Ka Hou, ex-presidente da ANM que veio de Taiwan para participar na manifestação, recordou que no mesmo mês, há dois anos, aconteceu a manifestação contra o Regime de Garantias dos Titulares de Cargos Políticos, que juntou mais de 20 mil pessoas. Na altura, Chui Sai On afirmou “sou gordo mas não vou engordar com o dinheiro”, em tom de brincadeira. No entanto, o jovem activista leva a ideia a sério e diz o Governo ainda “não é suficientemente sério para corrigir as falhas do regime jurídico-político” e está a permitir que Macau continue a ser “um viveiro de corrupção”.
“Não estamos a visar qualquer instituição, nem a convocar conflitos entre os ex-estudantes [da universidade] e os residentes. Mas o cofre público continua a ser usado por debaixo da mesa, sem uma fiscalização pública, ao mesmo tempo que os assuntos sociais e da população ainda não foram tratados. Nenhum residente de Macau aceita isso, é preciso defender os recursos financeiros públicos de Macau”, continuou.
Para Ng Kuok Cheong, um dos fundadores da Novo Macau, existe conflito de interesses e um problema que radica na própria FM. “Se o sistema realmente permite que qualquer pessoa deixe de estar em conflito de interesses por não receber salário então isto é um problema muito significativo para Macau porque mostra que o próprio sistema está errado. Este caso que acontece actualmente demonstra muito claramente que a FM não tem legitimidade para lidar com tanto dinheiro (…). Os residentes não acreditam nesta fundação, não têm confiança nela”, sublinhou à agência Lusa.
Ng Kuok Cheong indicou que irá propor um mecanismo, como um “debate aberto na Assembleia Legislativa”, onde sejam tomadas decisões sobre a atribuição de fundos para fora de Macau.

E os locais?

Vestidos com camisolas brancas, a maioria dos manifestantes da ANM era jovem, mas havia também crianças com as famílias. Leong, uma dos manifestantes, afirmou ao HM que saiu à rua porque mais pela falta de transparência do que pelo dinheiro por si. Criticou o facto de o Governo não utilizar o dinheiro que deu à Jinan para “fazer bem os trabalhos na área do ensino”, mas justificar a doação pela formação de alunos de Macau naquela instituição.
Outras três jovens, incluindo duas estudantes e uma trabalhadora, decidiram juntar-se por não apoiar o donativo, defendendo que os fundos públicos deviam ser usados em prol da população de Macau. Isabel Neves, outra participante e funcionária pública, juntou vários argumentos: “Esse montante que foi doado não percorreu os caminhos correctos (…). Um montante tão grande devia passar através da Assembleia para eles autorizarem. Esse dinheiro pertence à população de Macau”, frisou à Lusa.
Recorde-se que, para o Governo, Macau está numa altura de crise económica que levou à diminuição de algumas despesas.
O protesto, sob o ‘slogan’ de três R (“Refund, Resign e Reform”, “Reembolso, Resignação e Reforma), seguiu-se a uma petição lançada online contra a atribuição do apoio.

“Desobediência” criticada

Quando a marcha da ANM chegou à Praia Grande a confusão instalou-se: depois do TUI ter impedido o grupo de usar a estrada porque o passeio era suficientemente grande para todos, a Novo Macau deparou-se com metade do passeio bloqueado com barreiras, tendo por isso pedido à PSP para continuar a marcha na faixa de rodagem. Mas as autoridades proibiram a passagem, pelo que as duas parte entraram em conflito durante 15 minutos. A PSP diz que a falta de cumprimento do combinado afectou o trânsito e que não se exclui a possibilidade de haver acusados pelo crime de desobediência qualificada.

Aviões em Santa Sancha

O protesto da ANM não acabou até Sou Ka Hou, Scott Chiang e cerca de cem manifestantes terem tentado chegar ao Palácio de Santa Sancha, na Colina da Penha, para deixar na caixa do correio da residência oficial do Chefe do Executivo uma carta com as reivindicações. Depararam-se com a estrada cortada, pelo que a manifestação terminou com os participantes a transformarem as reivindicações impressas em pequenos aviões de papel que foram lançados, por cima do muro, para o interior da residência. O presidente da Novo Macau, Scott Chiang, prometeu que as iniciativas não vão parar enquanto não forem cumpridos os objectivos da marcha.

17 Mai 2016

Operação de combate ao crime leva mais de noventa ao MP

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de noventa pessoas foram presentes ao Ministério Público pelas autoridades policiais de Macau, numa operação conjunta entre o território, Guangdong e Hong Kong. De acordo com os Serviços de Polícia Unitários (SPU), entre os vários crimes foi detectado um caso de exploração de prostituição transfronteiriça.
As autoridades policiais das três regiões desenvolveram, de 9 a 13 de Maio de 2016, uma operação conjunta de combate à criminalidade organizada transfronteiriça. A Polícia Judiciária e o Corpo de Polícia de Segurança Pública realizaram uma série de acções de fiscalização, tendo sido ainda feitas operações de identificação de veículos nas principais estradas.
“Durante esta operação, foi descoberto pelas autoridades policiais de Macau e de Zhuhai um caso de exploração de prostituição transfronteiriça, tendo sido detidos três indivíduos (dois homens e uma mulher) do interior da China, suspeitos de exploração de prostituição, e um indivíduo do sexo masculino suspeito de venda de drogas às prostitutas.
A polícia de Macau mobilizou 813 agentes, tendo identificado 2422 indivíduos (834 do sexo feminino), sendo que 255 (158 homens e 97 mulheres) foram conduzidos à polícia para efeitos de averiguação. Entre estes, 92 foram encaminhados ao Ministério Público por prática de crimes como associação criminosa, ofensa qualificada à integridade física, posse de armas proibidas, tráfico de droga, exploração de prostituição, usura, sequestro, passagem de moeda falsa, entre outros. Só 19 eram mulheres.

17 Mai 2016

Galgos | Defensores de animais travam transporte até Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s 24 galgos que iam chegar a Macau na semana passada foram parados no Reino Unido, depois de centenas de activistas e defensores de animais terem exercido pressão sobre as autoridades. Em Inglaterra, as autoridades barraram o envio dos cães devido às más condições de transporte – condições a que foram sujeitos os nove galgos que chegaram este ano ao território.
“É uma grande vitória”, disse à Lusa o presidente da Anima – Sociedade Protectora dos Animais, que lançou a campanha internacional para encerrar o Canídromo. “O pessoal [do aeroporto] bloqueou, disseram que as condições de viagem não eram adequadas. Os nove cães que chegaram vieram em embalagens iguais, [o que revela que] estão a ser mais rigorosos”, diz o presidente da Anima.
O bloqueio dos animais na origem foi a forma como os defensores dos animais conseguiram contornar a falta de acção das autoridades. O fornecimento da Austrália – principal região de exportação destes cães – já foi barrado em Dezembro, mas a Irlanda – que tinha bloqueado o processo para a China em 2011 – decidiu permitir agora a exportação para Macau. Estes 24 galgos iriam chegar na sexta-feira passada.
Albano Martins explicou à Lusa que a campanha com organizações irlandesas e inglesas funcionou: no aeroporto de Manchester, onde os cães chegaram de barco vindos da Irlanda e de onde partiriam para Macau num voo da Lufthansa, os animais foram recebidos por activistas que chamaram a atenção para as condições de acondicionamento.

Alta pressão

Nas redes sociais, especialmente na página Stop Exportation From Ireland Greyhounds to China, as petições sucedem-se. Tanto o Chefe do Executivo de Macau, como a Lufthansa são alguns dos alvos, onde agora se acrescenta, como o HM apurou, a Qatar Airlines.
De acordo com Albano Martins circula, actualmente, na Irlanda, um trabalho televisivo australiano que mostra as condições do Canídromo e que teve um impacto significativo na opinião pública da Austrália. As más condições do Canídromo e a morte de dezenas de cães por mês são o foco principal, depois de diversas notícias locais terem dado conta da mesma situação.
O presidente da ANIMA vai deslocar-se à Irlanda a 2 de Junho, onde espera ser recebido pelo ministro da Agricultura do país, depois da petição para travar o envio de galgos para Macau ter reunido 350 mil assinaturas. De acordo com a Anima, entre 260 e 280 cães morreram no ano passado, alguns apenas um mês depois de chegarem à pista. Actualmente, há cerca de 720 galgos no Canídromo. O Canídromo opera há 50 anos e viu, naquele que deveria ter sido o último ano de funcionamento, o seu contrato ser renovado. O Governo renovou a concessão por mais um ano, argumentando que não seria “justo” encerrar o espaço “de um dia para o outro” e justificou a necessidade de “estudar” o problema.

Rick Gervais está convosco

O actor e comediante Ricky Gervais juntou-se ao apelo para a proibição das exportações, por lhes esperar a “morte certa” quando são vendidos para corridas em Macau. “Todos os cães que são enviados para Macau vão morrer lá”, afirmou o humorista britânico e conhecido defensor dos direitos dos animais, em declarações publicadas no domingo pelo jornal Irish Mail. Ricky Gervais apelou, na noite de sábado, ao governo irlandês para banir as exportações evocando até a imagem do país.

17 Mai 2016

Droga | Wong Sio Chak defende agravamento das penas

O combate à droga “não pode relaxar”. As palavras são de Wong Sio Chak, Secretário para a Segurança, que na passada sexta-feira, voltou a referir a necessidade do agravamento das penas na Lei da Droga. O Secretário reiterou que a “Lei de Combate à Droga em vigor não alcança os objectivos do legislador”, lembrando que ele próprio, enquanto director da Polícia Judiciária, já tinha defendido a necessidade de se proceder a uma revisão legislativa desta matéria com o agravamento das penas. Em comunicado à imprensa, o Gabinete do Secretário adianta que “as autoridades da segurança esperam que a referida proposta possa ser aprovada, o mais rápido possível, com o objectivo de reforçar o efeito de dissuasão e também atribuir às autoridades policiais maior poder de prevenção e combate a crimes relacionados com droga”.

17 Mai 2016

Fronteiras | Segundo plano de contingência até Setembro

A possibilidade de uma avaria do sistema das fronteiras já tinha sido detectada no ano passado, mas a implementação de um segundo plano de contingência não chegou antes de serem terminados testes à sua capacidade. Este vai agora ser implementado até Setembro e pode haver mesmo um terceiro subsistema

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]té Setembro, Macau vai contar com um segundo sistema que controle as fronteiras, depois da avaria que levou milhares a ficar horas na fila para entrar e sair do território. De acordo com Wong Sio Chak, está até a ser estudada a implementação de um terceiro sistema, caso os dois anteriores falhem.
“Para evitar situações semelhantes, no futuro, e assegurar a fluidez na passagem das fronteiras, está prevista a entrada em funcionamento do segundo subsistema de migração, entre os meses de Julho a Setembro, estando-se ainda a estudar a possibilidade de um terceiro subsistema”, frisou o Secretário para a Segurança, citado em comunicado.
Wong Sio Chak voltou a assegurar que o plano de contingência foi activado de imediato, mas este, recorde-se, não foi eficaz, como admitiram as autoridades, sendo que o problema levou mais de duas horas a resolver-se em todas as fronteiras de Macau.
“[Há] ainda espaço para melhorar todo o sistema de migração”, assumiu Wong Sio Chak.
Para já, o segundo subsistema encontra-se em “fase de teste” e, depois de uma actualização do equipamento, este poderá entrar em funcionamento entre os meses de Julho e Setembro.

Já necessário

O subsistema irá funcionar em simultâneo com o sistema principal, com o objectivo de aliviar a sobrecarga deste. Caso o sistema principal falhe, o segundo subsistema continua a funcionar e há ainda a possibilidade da existência de um terceiro subsistema, que reforçará o sistema de passagem nas fronteiras, como garante o Executivo.
Já no ano passado, garante Wong Sio Chak, “sentiu-se a urgência de se criar um segundo subsistema”. Mas este não chegou a tempo. “Antes da conclusão dos testes, registou-se a avaria do sistema [principal]”, frisou, admitindo que não existe calendarização para a criação do terceiro do subsistema por “motivos técnicos, pois será necessário mais tempo para estudos e avaliações”.
O caso foi uma falha informática mas a avaria “não se tratou de um ataque”, como garante o Executivo. Relativamente à aplicação de sanções ao fornecedor do sistema, Wong Sio Chak disse apenas que vai pedir responsabilidades conforme as disposições no contrato. “Contudo, neste caso, o fornecedor cumpriu com as suas obrigações e responsabilidades previstas no contrato. Se houver necessidade de elaborar disposições contratuais mais rigorosas, será necessário satisfazer e respeitar os respectivos regulamentos comerciais”, sublinhou.

Anunciadas infra-estruturas da nova fronteira

O Governo Central já aprovou o projecto para o posto transfronteiriço da nova ponte Hong-Kong – Macau – Zhuhai, sendo que o complexo terá não apenas os balcões de confirmação dos documentos de viagem como uma estação do metro, um centro de transportes para barcos e uma zona comercial. A informação foi confirmada pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) ao deputado Ho Ion Sang. O complexo vai ainda ter dois parques de estacionamento, um de cada lado da fronteira.

17 Mai 2016

Galgos | Mais duas dezenas a chegar. Lufthansa diz nada poder fazer

[dropcap dtyle=’circle’]D[/dropcap]uas dezenas de galgos chegam hoje a Macau, vindos da Irlanda. O alerta foi dado pela ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais e pelo grupo “Stop the export of greyhounds to China”, criado no Facebook por activistas irlandeses.
De acordo com a informação disponível nas redes sociais, os animais já estão em transporte, tendo sido retirados da pista de corridas Banteer, que terá sido a responsável pela venda dos outros nove animais que já chegaram ao território.
“De acordo com os nossos parceiros irlandeses e confirmado por fontes de Hong Kong e pela Grey2k USA Worldwide, 24 novos galgos irlandeses chegarão a Macau esta sexta-feira, 13 de Maio”, pode ler-se num comunicado da ANIMA.
Os animais chegam à ponte-cais 27, entre as 17h00 e as 17h30, mas todo o processo de exportação está a criar indignação na Irlanda, como é possível verificar nas redes sociais e em notícias da imprensa. Mas a má imagem não é só atribuída ao governo do país.
“A exportação destes animais está [também] a prejudicar a imagem de Macau como uma cidade amigável e internacional de lazer e entretenimento. Má publicidade em todo o mundo enche as notícias dos média internacionais, como televisões, rádio e jornais, e nas redes sociais, destruindo todo o trabalho feito pelo nosso Governo nos últimos anos”, realça a ANIMA.

Irlanda censurada

O governo irlandês tem sido criticado recentemente pelo facto de estar a permitir a exportação de galgos para o Canídromo de Macau, depois da Austrália ter barrado a venda devido às más condições a que os animais estão sujeitos e que foram dadas a conhecer por diversos média, inclusive por uma cadeia de televisão australiana que filmou o espaço com uma câmara oculta. Mais de 30 cães serão abatidos mensalmente, ainda que jovens, por perderem nas corridas.
A Irlanda chegou a proibir a importação, mas voltou a permiti-la, o que levou já a manifestações em frente ao Ministério da Agricultura do país. Outra manifestação está marcada para 2 de Junho.
Os animais terão sido transportados até ao aeroporto numa carrinha sem ventilação, algo que é contra as regras de transporte de animais na Irlanda.
“É mais um grupo de animais jovens saudáveis que vem para a morte”, indica a ANIMA.
De 30 de Abril a 3 de Maio mais de 50 ferimentos em galgos foram reportados no site do Canídromo, desde patas partidas, a músculos e pernas inchados. A Irish Council Against Blood Sports indica que muitos deles, com infecções devido às más condições das jaulas, foram dados como curados e prontos a correr mesmo sem certificado de saúde.

Resposta alemã

Numa resposta ao HM, a companhia aérea Lufthansa diz que não pode evitar o transporte de galgos, por não ser da sua responsabilidade. A empresa, recorde-se foi alvo de uma petição para que pare o transporte de galgos para Macau, depois da Qantas o ter feito, bem como outras companhias aéreas. “Por favor dirija-se às autoridades responsáveis para mudarem a legislação que permite que este tipo de maus tratos aconteçam em Macau. Como empresa, não sabemos qual o propósito da viagem dos animais. A nossa maior preocupação é providenciar o tratamento mais adequado aos nossos passageiros animais, mas a legislação contra esse tipo de desportos tem de ser feita na esfera política e monitorizada pelas autoridades”, frisa a Lufthansa. A resposta é uma cópia do que tem vindo a ser dito em posts nas redes sociais, ainda que em nada responda à questão colocada pelo HM, se a operadora ponderava parar o transporte como todas as outras.

13 Mai 2016

Sector bancário estável e reservas no ponto, diz AMCM

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]economia local foi novamente afectada “por uma contracção da exportação de serviços”, tendo-se mantido lenta em 2015. É o que diz a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), que traça, contudo, um balanço geral positivo.
No balanço do ano passado, ontem publicado em Boletim Oficial, a AMCM diz que, apesar do ajustamento da economia local e da instabilidade das condições externas económicas e financeiras, o sector bancário continuou a manter “a boa qualidade dos seus activos e o nível adequado de capital” no ano passado. No geral, a avaliação do organismo face aos bancos de Macau é também positivo.
“Durante anos manteve um ritmo constante de desenvolvimento, sendo persistentemente cuidadoso nas suas operações, aproveitando as oportunidades que surgiram com a internacionalização do yuan e a cooperação regional, pelo que apresentou um crescimento significativo e estável.”
Ainda assim, a AMCM garante que, enquanto supervisora financeira, tem vindo a adoptar “uma abordagem de supervisão baseada no risco para alcançar uma supervisão mais eficaz”, que a levou, no ano passado, a enviar uma carta geral a todos os bancos, solicitando-lhes que realizassem testes regulares de ‘stress aos seus negócios hipotecários e à qualidade dos activos. E a supervisão não acontece apenas aqui.
“Como o sector bancário da RAEM é composto fundamentalmente por sucursais e subsidiárias de bancos estrangeiros, a AMCM tem dado grande importância à cooperação com os bancos centrais estrangeiros e com as autoridades supervisoras, no que respeita a assistência mútua e troca de informação”, pode ler-se no balanço.
A implementação da “Convergência Internacional de Medição de Capital e Padrões de Capital: Enquadramento Revisto”, geralmente designada como a Basileia II está também a ser preparada, diz a AMCM, que assegura que assim que revista “ficará totalmente implementada na RAEM”. O Basileia II fixa-se em princípios de supervisão bancária.

Em alta

As reservas cambiais “apresentaram uma tendência em alta razoavelmente estável” e ascenderam a 150,8 mil milhões de patacas no final de 2015, um aumento anual de 14,8% e o segundo consecutivo.
Já a Reserva Financeira, que desde 2012 “tem testemunhado um crescimento consistente do volume dos activos com a injecção de capital resultante dos excedentes dos orçamentos fiscais de 2011 a 2013 e do rendimento do investimento obtido ao longo dos anos sob a gestão da AMCM”, apresentava um total de 345,1 mil milhões de patacas, mais 101,2 mil milhões de patacas.
O número de funcionários da AMCM no final de 2015 era de 175, mais 13 face ao final de 2014.

12 Mai 2016

Tribunal | Empresa de construção de aterro de material terá de pagar multa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ex-Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, venceu um recurso no Tribunal de Última Instância (TUI) contra a Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa, Limitada, que vai ter de pagar uma multa por atrasos na obra do dique da zona de aterro de material de construção do Cotai. O recurso tinha sido previamente negado pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI).
Lau Si Io, na altura Secretário para os Transportes e Obras Públicas, puniu a empresa com uma multa de 8,9 milhões de patacas por “um atraso de 64 dias na conclusão de obra” da empreitada de construção do dique da Zona de Aterro de Material de Construção no COTAI, que lhe foi adjudicada. A empresa interpôs recurso para o TSI, que, em 2013, lhe deu razão e anulou a multa.
“[Anulou] por extemporaneidade na aplicação da multa, tendo entendido que a mesma só poderia ter sido aplicada até ao fim dos trabalhos, que ocorre imediatamente antes da recepção provisória, nos termos [do Regime Jurídico dos Contratos de Obras Públicas]”, pode ler-se no extracto do acórdão do tribunal.

Contraditório

O Secretário interpôs, por sua vez, recurso para o TUI, sustentando que a multa poderia ter sido aplicada até à recepção definitiva da empreitada. Este tribunal deu-lhe razão já que, diz, a aplicação da multa pode ter lugar até à recepção definitiva da obra, até ao fim dos trabalhos ou à rescisão do contrato.
“A aplicação de multas pelo dono da obra ao empreiteiro tem, como qualquer sanção, uma dupla finalidade, preventiva e repressiva. (…) No caso das multas [do Regime] parecem estar em causa as duas finalidades: sanciona-se o empreiteiro para o castigar pelo incumprimento mas, sobretudo se a aplicação da multa ocorrer antes do fim dos trabalhos, pune-se para que corrija a sua actuação. A tese do acórdão tem contra si uma razão de lógica e de razoabilidade: se a multa é, como no caso, por incumprimento do prazo contratualmente estabelecido, não faria sentido que ela só pudesse ser aplicada até ao fim dos trabalhos.”
O tribunal deu, assim, provimento ao recurso de Lau Si Io e revogou o acórdão do TSI. Esta empresa tem diversas obras públicas, como a do Centro de Transportes Modal da Barra.

12 Mai 2016

“Macau Século XXI” apresentado dia 15 no Clube Militar

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]obra “Macau Século XXI”, um “livro de reflexão sobre os 15 anos da RAEM”, vai ser apresentado em Macau, depois de já ter sido dado a conhecer em Lisboa. Editado pela Liga da Multissecular Amizade Portugal-China, vai ser lançado no próximo domingo, às 17h00, no Clube Militar, numa apresentação a cargo de Rui Rocha, da Universidade Cidade de Macau.
A apresentação na RAEM conta com a presença de uma delegação da Liga, chefiada pelo seu presidente General Pinto Ramalho. A organização adianta que Aniceto Afonso, Mestre em História Contemporânea de Portugal e coordenador da edição, apresenta a obra como “uma reflexão sobre Macau, sobre o seu passado e o seu futuro” e refere que “o leitor encontrará interrogações suficientes para uma saudável inquietação, mas também encontrará respostas e perspectivas que o tranquilizam e o vão despertar. ”
“Os diferentes colaboradores trazem-nos múltiplos pontos de vista sobre Macau, especialmente focados nos quinze anos como Região Administrativa Especial da China. São abordagens distintas e polifacetadas, mas sempre serenas, afirmativas, inovadoras em muitos aspectos”, adianta Aniceto Afonso. livro_internet
Ao longo de quase 400 páginas, a edição bilingue (Português e Chinês) aborda “Os Antecedentes de Macau”, uma síntese histórica por Alfredo Gomes Dias, “A Miscigenação do Pensamento Urbano”, por Rui Leão, a “Organização Política e Social”, por João Guedes e o “Sistema Político e Administrativo”, por Sofia Jesus. Destaque ainda para a “Economia da RAEM, aos 15 Anos”, por José I. Duarte, a “Arquitectura: o Legado e o Inesperado”, por Rui Leão e Jorge Figueira, o “Ensino e Ciência em Macau”, por Rui Rocha e Ana Paula Dias e a “Saúde e Assistência Social”, por Jorge Humberto Morais.
O livro não se fica por aqui, dividindo-se em capítulos como a “Arte , Cultura e Património”, por Cecília Jorge, a “Comunicação na RAEM: um Desafio Permanente”, por Rogério Beltrão Coelho, o “Desporto na RAEM: Esforço, Glória e Desilusões”, por Marco Carvalho e “Macau-Cronologia”, por Rui Guerra Ribeiro e Aniceto Afonso. A obra inclui ainda textos sobre as obras emblemáticas da RAEM e sobre a “Alma de Macau”.
“Macau Século XXI” é ilustrado com fotografias de António Mil-Homens, Eduardo Magalhães (também autor da foto da capa), Gonçalo Garcia dos Santos (que também assina a direcção gráfica e design), Joaquim de Sousa e José Romano, para além de instituições particulares e oficiais que cederam imagens de arquivo.
A edição e revisão são da responsabilidade de Dulce Afonso e a tradução para chinês de Mónica Chan.
A Liga da Multissecular Amizade Portugal-China, constituída em 1991, tem como objectivo “estreitar a amizade entre as nações portuguesa e chinesa com vista ao desenvolvimento das relações dos respectivos povos”.

12 Mai 2016

Criada associação para promover doação de órgãos

Vong Su Sam e Chen Chien Ying decidiram criar uma associação para promover a importância da doação de órgãos, um mês depois de terem sido homologados os critérios de morte cerebral pelo Governo

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi criada oficialmente a 26 de Abril a Associação de Acompanhamento de Dádiva de Órgãos de Macau, dirigida por Vong Su Sam e Chen Chien Ying. A ideia é chamar a atenção do público sobre a doação de órgãos e promover o conhecimento sobre transplantes.
A publicação sobre a criação da Associação saiu ontem em Boletim Oficial, onde se pode ver nos estatutos que esta não tem fins lucrativos. Segundo o jornal Ou Mun, os responsáveis pelo colectivo são Vong Su Sam, vice-presidente da Associação Comercial de Macau, e Charles Chen Chien Ying, que foi membro da extinta Comissão para o Reordenamento dos Bairros Antigos e candidato a deputado nas eleições de 2005, tendo sido distinguido com uma medalha do Governo pelos seus “serviços comunitários”. A associação com ainda com a ajuda da advogada Kuong Iok Kao.

Regras da vida

O Chefe do Executivo homologou em Abril os critérios e regras de definição da morte cerebral, propostos pela Comissão de Ética para as Ciências da Vida, que abre um precedente para o transplante. Estes são, actualmente, feitos fora de Macau, mas a Associação acredita que existem pessoas no território com vontade de doar órgãos depois de mortos, algo que não costuma ser bem visto pela comunidade chinesa. Os líderes da Associação consideram que, devido aos conceitos tradicionais, podem encontrar obstáculos na promoção da doação de órgãos, pelo que pretendem chamar a atenção da população sobre “os conceitos de respeito pela vida e o espírito de grande amor e cuidado”.
Os dois esperam ainda que a Associação atraia a participação de mais profissionais da área da saúde.

 

12 Mai 2016