Nissan | Perdas de 677 milhões de euros entre Abril e Junho

A empresa automóvel japonesa Nissan registou um prejuízo líquido de 677 milhões de euros, entre Abril e Junho, o primeiro trimestre do seu ano fiscal, devido à queda nas vendas e ao impacto das tarifas.

O terceiro maior fabricante automóvel japonês teve também uma perda operacional de 462 milhões de euros, enquanto o volume de negócios por vendas caiu 9,7 por cento em termos homólogos, para 15,824 mil milhões de euros, segundo o relatório financeiro publicado ontem.

A perda líquida registada é menor do que a esperada pelos analistas consultados pela Bloomberg, mas reflecte uma situação ainda difícil para o fabricante japonês, envolvido num grande processo de reestruturação.

Embora a evolução da sua oferta e as reduções de custos fixos “tenham permitido atenuar as perdas, o grupo continua a enfrentar ventos contrários, nomeadamente uma diminuição dos volumes de vendas, flutuações desfavoráveis das taxas de câmbio e o impacto dos direitos aduaneiros americanos”, indica a Nissan no relatório.

A empresa mantém as suas previsões para todo o exercício de 2025-2026, em 73 mil milhões de euros, mas escusa-se a fornecer previsões de lucros ou prejuízos num ambiente comercial ainda muito volátil.

As exportações de automóveis do Japão para os Estados Unidos estão sujeitas a uma sobretaxa de 25 por cento desde Abril pela administração Trump. Os direitos aduaneiros totais sobre o sector devem ser reduzidos para 15 por cento, de acordo com um acordo recentemente concluído entre Tóquio e Washington.

Neste contexto, a Nissan viu as suas vendas nos Estados Unidos, em número de unidades, recuarem 6,5 por cento no período de Abril a Junho.

31 Jul 2025

Camboja e Tailândia reiteram na China compromisso com cessar-fogo

Representantes do Camboja e da Tailândia garantiram ontem ao vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Sun Weidong, que os seus países estão “comprometidos com o consenso alcançado para o cessar-fogo” após um conflito fronteiriço.

Sun recebeu ontem em Xangai representantes do Camboja e da Tailândia que, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, reiteraram a Pequim “o seu compromisso com o consenso sobre o cessar-fogo” e expressaram “o seu agradecimento pelo papel positivo da China” para amenizar a situação.

O comunicado indica que a reunião decorreu num ambiente “franco, amigável e harmonioso” e que o encontro demonstra “o último esforço diplomático da China”, que continua a desempenhar “um papel construtivo no apoio ao Camboja e à Tailândia para resolver pacificamente a sua disputa fronteiriça”.

A Tailândia voltou a acusar ontem o Camboja de “violar” o cessar-fogo devido ao conflito na fronteira, enquanto Pnhom Penh nega e garante que está “comprometida” com o acordo de cessação das hostilidades.

A Tailândia e o Camboja concordaram na segunda-feira com um cessar-fogo após cinco dias de confrontos que deixaram mais de 40 mortos de ambos os países, depois de uma disputa territorial histórica terminar num confronto militar em vários pontos de sua fronteira comum. Banguecoque já denunciou na terça-feira a violação do pacto por parte do país vizinho.

Para cumprir

O porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata, rejeitou ontem as acusações e afirmou que o seu país está comprometido com o acordo assinado que entrou em vigor à meia-noite entre segunda e terça-feira.

Após semanas de tensões na sua fronteira, na quinta-feira, 24 de Julho, eclodiu o confronto por questões territoriais entre os exércitos dos dois países, que se acusaram mutuamente de ter iniciado os ataques.

Durante os cinco dias de conflito, pelo menos 43 pessoas morreram, 30 do lado tailandês e 15 do lado cambojano, enquanto cerca de 300.000 pessoas foram deslocadas, de acordo com os últimos balanços oficiais.

O acordo de cessar-fogo foi selado na segunda-feira com a mediação da Malásia, país que detém a presidência rotativa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), enquanto os Estados Unidos e a China participaram como coorganizador e observador, respectivamente.

31 Jul 2025

Tsunami | Alerta em todo o Pacífico após gigante sismo ao largo da Rússia

Um forte sismo de magnitude 8,8 atingiu ontem a península de Kamchatka, na Rússia, provocando tsunamis no país e no Japão e a emissão de alertas em muitos países banhados pelo Pacífico

 

Na cidade de Severo-Kourilsk, no norte do arquipélago russo das ilhas Curilas, vários tsunamis inundaram as ruas e parte dos dois mil habitantes foram retirados, de acordo com o Ministério de Situações de Emergência. O estado de emergência foi declarado naquela área.

“A quarta onda do tsunami está a chegar. A onda é muito grande, está tudo inundado, toda a costa está inundada”, testemunhou ontem um habitante num vídeo publicado pelo jornal russo Izvestia. De acordo com o presidente da câmara da cidade, citado pela agência estatal russa Tass, um dos tsunamis arrastou para o mar os navios que estavam ancorados.

De acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), o sismo de magnitude 8,8 na escala de Richter ocorreu por volta das 07h25 de Macau, a 20,7 quilómetros de profundidade, a 126 quilómetros da costa de Petropavlovsk-Kamchatsky, no extremo oriente russo. Esta magnitude é a mais forte registada em Kamchatka desde 5 de Novembro de 1952, quando um terramoto de magnitude 9, ocorrido praticamente no mesmo local, provocou tsunamis devastadores em todo o Oceano Pacífico. O serviço sismológico de Kamchatka alertou que eram esperadas réplicas de até 7,5.

No Japão, imagens na televisão mostraram pessoas a sair de carro ou a pé para zonas mais elevadas, especialmente na ilha de Hokkaido, no norte do país, onde foi observado um primeiro tsunami com 30 centímetros de altura.
Os funcionários da central nuclear de Fukushima (norte), destruída por um forte terremoto e um tsunami em março de 2011, foram retirados, informou a operadora da infraestrutura.

“Não se aventurem no mar e não se aproximem da costa até que o alerta seja levantado”, apelou a Agência Meteorológica Japonesa (JMA), que prevê ondas de três metros. “Os habitantes das regiões onde foram emitidos alertas devem retirar-se imediatamente para locais seguros, zonas elevadas ou edifícios de evacuação”, insistiu o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi.

O alerta nipónico abrange toda a costa norte e leste do arquipélago, até ao sul de Osaka, bem como as pequenas ilhas periféricas. Além disso, nas baías de Tóquio e Osaka, o tsunami poderá atingir um metro.

O outro Pacífico

A China emitiu alerta de tsunami para várias zonas da costa. As Filipinas também exortaram os habitantes da costa leste a deslocarem-se para o interior e aconselharam os pescadores que já se encontram no mar a permanecerem em águas profundas.

A mesma mensagem foi transmitida no Havai, nos Estados Unidos, ameaçado por ondas de três metros ou mais. “As pessoas não devem, e repito mais uma vez, não devem, como vimos no passado, permanecer perto da costa ou arriscar a vida apenas para ver como é um tsunami”, disse o governador do estado, Josh Green.

Também o Peru e o México declararam alerta de tsunami para o litoral, assim como o Equador, que evacuou as praias e os portos do arquipélago de Galápagos. Tsunamis de um a três metros também são possíveis no Chile, na Costa Rica, na Polinésia Francesa e outros arquipélagos. Os Estados Unidos emitiram uma série de alertas de diferentes níveis ao longo da costa oeste norte-americana, do Alasca até toda a costa da Califórnia.

31 Jul 2025

Xangai | Mais de 280.000 pessoas retiradas devido ao tufão Co-may

A metrópole chinesa de Xangai retirou mais de 280.000 pessoas até às 10h de ontem, devido à passagem do tufão Co-may, o oitavo desta temporada, que atingiu a costa leste da China.

Em Xangai, vários distritos elevaram os seus níveis de alerta e, de acordo com números citados pelo portal de notícias local Yicai, o número de pessoas retiradas das suas áreas de residência ultrapassa as 280.000. As autoridades ordenaram o encerramento de alguns parques e zonas turísticas, suspenderam obras de construção e cancelaram aulas nas escolas.

A cidade amanheceu ontem com chuvas fortes, com o observatório meteorológico local a alertar que as precipitações acumuladas poderiam ultrapassar os 100 milímetros (mm) ao longo das próximas 24 horas.
O tufão Co-may atingiu a costa leste da China, onde se espera que nas próximas horas, já degradado a tempestade tropical, continue a mover-se em direcção noroeste sobre o território chinês.

A tempestade atingiu a cidade de Zhoushan (província de Zhejiang, leste) por volta das 04h30 com ventos de 23 metros por segundo no seu centro, de acordo com o Centro Meteorológico da China.
Xangai sofreu em Setembro do ano passado o seu tufão mais forte desde 1949, que deixou dois mortos na província vizinha de Jiangsu.

31 Jul 2025

Futebol | Mais dois ex-funcionários condenados por corrupção na China

Dois ex-altos funcionários do futebol chinês foram condenados ontem por crimes de corrupção, elevando para 18 o número de pessoas condenadas desde o início, em 2022, da maior campanha anticorrupção da história recente do futebol do país.

Liu Jun, ex-presidente da empresa gestora da Superliga chinesa (CSL), foi condenado a uma pena combinada de 11 anos de prisão e uma multa de 1,1 milhões de yuan por aceitar subornos, tanto na qualidade de funcionário como de agente não estatal. O tribunal ordenou também a confiscação dos lucros obtidos ilegalmente por Liu, um dos principais investigados num dos maiores casos de corrupção do futebol na China.

Wang Xiaoping, ex-diretor do Comité Disciplinar da Associação Chinesa de Futebol (CFA), recebeu uma pena de 10 anos e meio de prisão e uma multa de 700 mil yuan por crimes semelhantes. Os rendimentos obtidos indevidamente também lhe foram confiscados.

Com estas duas novas sentenças, sobe para 18 o número de condenados na campanha anticorrupção que, desde Novembro de 2022, tem abalado o futebol profissional chinês, afectando ex-dirigentes, treinadores, árbitros e altos cargos da CFA.

Entre os condenados estão figuras proeminentes como o ex-presidente da CFA Chen Xuyuan, condenado a prisão perpétua, e o ex-treinador da selecção nacional e antigo ídolo local, Li Tie, que cumpre uma pena de 20 anos por aceitar e oferecer subornos.

A Associação Chinesa de Futebol (CFA), agora presidida por Song Kai, indicou que a sua prioridade é “retificar a ética no sector e cimentar as bases para uma nova Longa Marcha rumo ao progresso”, em alusão ao esforço colectivo para reconstruir o futebol chinês após os escândalos.

31 Jul 2025

Análise | Economias locais mais dinâmicas já não são Pequim e Xangai

As economias locais mais dinâmicas da China deixaram de ser metrópoles como Pequim e Xangai e passaram a ser cidades menos conhecidas, incluindo Hangzhou e Hefei, segundo um novo relatório da Economist Intelligence Unit. Shenzhen ficou em quinto lugar, enquanto Pequim, Guangzhou e Xangai não entraram no ‘top 10

As conclusões do estudo da Economist Intelligence Unit (EIU), publicado na terça-feira, reflectem uma mudança crescente no panorama económico do país, à medida que cidades de menor dimensão se afirmam como motores de crescimento, graças à força da indústria transformadora avançada, energias limpas e outros sectores emergentes.

O relatório anual da EIU classifica as cidades chinesas em termos de potencial de crescimento, com Hangzhou – sede do gigante do comércio electrónico Alibaba, da empresa de inteligência artificial DeepSeek e de várias outras grandes tecnológicas – a liderar a lista pelo quinto ano consecutivo.

Segue-se Hefei, cidade no leste da China conhecida como polo de semicondutores e veículos eléctricos, e Chengdu, um importante centro industrial no sudoeste do país. Shenzhen, muitas vezes apelidada de “Silicon Valley” da China, ficou em quinto lugar, enquanto Pequim, Guangzhou e Xangai não entraram no ‘top 10’.

Os resultados “reflectem a ascensão da indústria transformadora e o declínio do sector dos serviços” na China, escreveram os economistas Xu Tianzeng e Su Yue, num contexto em que a prolongada crise imobiliária tem travado o consumo e a economia permanece dependente da produção.

Segundo o relatório, Hangzhou recuperou de forma robusta após as restrições regulatórias impostas por Pequim ao sector tecnológico em 2021. “Desde então, a cidade reafirmou a sua liderança na corrida chinesa à inteligência artificial, impulsionada por empresas como a DeepSeek, ao mesmo tempo que aproveitou as suas vantagens na indústria transformadora avançada”, escreveram os autores, salientando que Hangzhou tem uma das posições fiscais mais sólidas do país.

Hangzhou é também sede dos “seis pequenos dragões” – um grupo de ‘startups’ tecnológicas de destaque, incluindo a DeepSeek, a fabricante de robôs humanoides Unitree Robotics e a rival da Neuralink, BrainCo.

As autoridades da província de Zhejiang, onde se situa Hangzhou, têm dado prioridade ao apoio às empresas de alta tecnologia. Na semana passada, divulgaram um projecto de plano de acção para impulsionar a inovação local, que estabelece como meta que mais de 80 por cento das novas empresas cotadas sejam do sector tecnológico até 2027.

O relatório destaca ainda que Hefei e Chengdu fizeram “investimentos estratégicos e ousados” em tecnologias fundamentais para impulsionar o seu desenvolvimento.

Hefei investiu fortemente na CXMT, um dos principais produtores de ‘chips’ de memória DRAM da China, que se prepara para uma oferta pública inicial, sendo amplamente vista como a melhor aposta do país para competir com a Coreia do Sul e os Estados Unidos no mercado global de semicondutores.

Com pés e cabeça

Chengdu, por sua vez, investiu na fabricante de semicondutores Hygon, uma colaboração com a norte-americana AMD. “Estes empreendimentos não só geraram retornos substanciais para as duas cidades, como também lançaram as bases para ecossistemas industriais mais amplos nas cidades vizinhas”, referem os autores.

A área metropolitana que inclui Chengdu, Deyang, Meishan e Ziyang registou uma taxa média de crescimento superior a 7 por cento no primeiro trimestre de 2025, tornando-se uma das regiões de crescimento mais rápido do país.

De forma semelhante, a aposta da China nas energias limpas está a impulsionar forte crescimento em cidades mais pequenas com bases industriais ligadas às tecnologias de energia renovável. Xinyu e Yichun, na província oriental de Jiangxi, viram a procura crescente por minérios ricos em lítio – essenciais para veículos eléctricos e armazenamento de energia – acelerar o crescimento local.

Já Jinchang, na província noroeste de Gansu, registou uma taxa média anual de crescimento de 12,9 por cento entre 2022 e 2024, impulsionada pela procura de infra-estruturas de energia renovável, que dinamizou a indústria local de metais não ferrosos.

O relatório alerta, contudo, que estas cidades mais pequenas, impulsionadas pela transição energética, também enfrentam “vulnerabilidades”, incluindo a exposição a ciclos de preços de matérias-primas, choques no comércio externo e efeitos indirectos de ajustes de sobrecapacidade industrial.

31 Jul 2025

A memória de lótus dourados que rivalizam com o Sol

Zhang Tingyu (1672-1755), o único alto funcionario, político literato e historiador que, caminhando por «ruelas apertadas com o espírito aberto» (liu chi xiang), resistiu às disputas internas e guerras de ambições que ocorreram ao longo das sucessivas transições entre três brilhantes imperadores da dinastia Qing (1644-1911) – Kangxi, Yongzheng e Qianlong – também foi pai de três influentes cultores das artes do pincel.

O mais velho dos três, Zhang Ruoai (1713-46), na sua vida breve de apenas trinta e três anos, como certas estrelas que muito brilham mas duram pouco tempo, deixou do seu pincel traços que não seriam esquecidos.

Em pinturas como um retrato de Qu Yuan caminhando e cantando (Quzi xingyin tu), poderá ver-se uma representação exemplar da sua condição de criador literato leal ao imperador. Qu Yuan (c.339-278 a.C.) o poeta símbolo da integridade moral e fidelidade nacional era uma figura com quem os literatos gostavam de se identificar.

Das muitas pinturas em álbuns que fez por encomenda imperial nota-se uma curiosa representação de um lugar especial, acarinhado pelos três eminentes imperadores e que já fora pintado por outros pintores da corte, o pavilhão na ilhota Ruyi, diante do monte Yanxun dentro do complexo da Estância imperial de montanha em Chengde, onde os monarcas passavam o Verão.

Nesse ábum Bishu shanzhuang tu bing Qianlong tishi ce, «Ilustrações da estância de Verão de Chengde com poemas do imperador Qianlong», que está no Museu do Palácio Nacional, em Taipé, o imperador escreveu o poema Lótus dourados que se comparam com o sol. Na ilustração ao lado, vêem-se enclausuradas entre longos e geometricamente exactos corredores cobertos, plantadas de modo sistemático, flores de pétalas de um amarelo alaranjado.

Zhang Ruoai não acrescenta qualquer outro elemento que perturbe a exactidão das construções em que se multiplicam abstractas linhas rectas rodeadas por água e o verde das árvores, criando uma impressão de irrealidade, intemporal como um pensamento que surge em meio à natureza.

As grandes e raras flores plantadas, designadas jinlian hua, «lótus dourados» (trollius chinensis) ou flores do globo dourado, dado o aspecto dos longos estames que crescem formando quase uma esfera, vinham do monte Wutai, em Shanxi, e como outras plantas e edifícios da estância de Verão ilustravam a diversidade do império dos Qing.

Outras características das flores como o seu florescimento na época em que lá se encontrava o imperador, a ligeira toxicidade que impedia que fossem tocadas, a cor semelhante à usada exclusivamente pela família real, tornavam-nas especialmente simbólicas. Os três imperadores escreveram poemas sobre a flor, mas Qianlong, que escreveu num seu retrato o poema É um, são dois, Shiyi shier, sabia que a identificação entre duas coisas sugere sempre uma terceira.

31 Jul 2025

MICAF apresenta este fim-de-semana a peça “Um Dia de Astronauta”

O Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau (MICAF, na sigla inglesa) apresenta este fim-de-semana uma peça de teatro oriunda de uma companhia chinesa, a Grande Barco. Trata-se do espectáculo “Um Dia de Astronauta”, que sobe ao palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) amanhã, a partir das 19h30, sábado e domingo a partir das 15h.

Esta é uma “aventura em órbita”, descreve a sinopse do espectáculo pensado para os mais pequenos. “Enquanto enormes painéis solares se estendem como asas pelo cenário, meteoritos voam sobre o público. Por entre fantásticos ecrãs LED e efeitos multimédia, esta é mais do que uma simples viagem acima das nuvens, é também uma aventura imersiva”, descreve-se.

Com “Um Dia de Astronauta”, o público é convidado a entrar nesta aventura, podendo os miúdos “transformar-se em estrelas do universo”, pelo que cada apresentação deste espectáculo promete ser “uma experiência única”.

Em palco “a destemida Fei Fei, o físico Orbit e o engenheiro mecânico Da Shou estão sempre ocupados”, com tarefas como “as rotinas diárias e investigações importantes”. “Uns recolhem dados sobre combustões a baixas temperaturas, conhecidas como ‘fogo frio’, enquanto outros cultivam arroz ou estudam painéis de energia solar. É a fascinante vida em órbita a desenrolar-se diante dos nossos olhos”, é descrito.

O espectáculo, em mandarim e com legendas em chinês e inglês, promete dar respostas ao público sobre os grandes mistérios do espaço e do universo, podendo até “despertar novos sonhos cósmicos”.

Fim-de-semana preenchido

Outro dos eventos que decorre amanhã, até ao dia 29 de Agosto, é o “Acampamento Criativo para Crianças”, também no CCM, com bilhetes a 600 patacas. O acampamento destina-se a crianças dos 8 aos 12 anos e é monitorizado pela Macao Applied Theatre Association, organizando-se workshops e actividades onde as crianças podem brincar e aprender em conjunto.

Também esta sexta-feira decorre a última sessão da “Casa Mágica das Estrelas”, nome para outro workshop do MICAF que decorre na Sala de Ensaio do CCM, e que se destina a crianças com necessidades educativas especiais. Destaque ainda para a exposição permanente “A Magia das Linhas: O Mundo Maravilhoso dos Livros Ilustrados de Serge Bloch”.

31 Jul 2025

Alfândega | Rapaz de 14 anos colaborava com rede de contrabando

Os agentes dos Serviços de Alfândega (SA) apanharam, na tarde de segunda-feira, um menor de 14 anos que fazia contrabando em ligação com um grupo que operava na zona norte de Macau.

Segundo um comunicado dos SA, na sequência da investigação ao grupo suspeito, o jovem foi interceptado pelas autoridades quando passava na zona de inspecção do posto fronteiriço das Portas do Cerco, na posse de produtos electrónicos antigos. O rapaz, ainda estudante, admitiu que tinha recebido os produtos e que os ia deixar no outro lado da fronteira.

Através do rapaz, os SA dizem ter conseguido desmantelar a rede de contrabando, tendo apanhado também uma mulher de 60 anos que seria responsável pelo grupo. Dentro de um apartamento foram descobertos 278 computadores portáteis antigos, 900 produtos electrónicos, nomeadamente telemóveis velhos, no valor de 180 mil patacas.

Entretanto, e tendo em conta o colaborador menor de idade, os SA contactaram os pais do rapaz para lhes dar conta do ocorrido, tendo também comunicado o caso à Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude.

31 Jul 2025

TDM | Inês Chan é a administradora mais bem paga

Transferida directamente do Gabinete de Comunicação Social para o cargo de administradora na TDM-Teledifusão de Macau, Inês Chan vai ter o salário mais elevado entre os administradores, ficando apenas atrás da vice-presidente da empresa, Lo Song Man.

De acordo com o portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos, Chan vai receber anualmente 1,36 milhões de patacas, valor apenas ultrapassado pelo salário de Lo, que recebe 1,40 milhões de patacas por ano. Os restantes administradores a tempo inteiro da empresa têm salários que ficam pelos 1,22 milhões de patacas por ano.

31 Jul 2025

Trânsito | Lo Choi In sofre acidente de viação no Interior

A deputada Lo Choi In sofreu um acidente de viação no Interior e teve de ser hospitalizada. O facto foi partilhada pela legisladora ligada à comunidade de Jiangmen, através das redes sociais.

“Lamento informar que sofri um acidente de viação ontem [domingo], quando estava a trabalhar no Interior, mas não se preocupem, a minha vida não corre perigo”, divulgou, numa mensagem partilhada na segunda-feira. “No entanto, como fracturei ossos e as feridas ainda são muito dolorosas o médico obrigou-me a descansar durante alguns dias”, acrescentou.

As condições do acidente não foram reveladas, nem se Lo Choi In ia a conduzir ou seguia apenas como passageira na viatura acidentada. Contudo, a deputada garantiu que como consegue mexer as mãos vai tentar ajudar os residentes através das aplicações móveis e que continua contactável.

A publicação da deputada no Facebook recebeu a atenção de vários internautas que lhe desejaram as melhoras. “Obrigado pela vossa preocupação, não se preocupem, voltarei em breve e voltarei a servir-vos!”, respondeu, face às mensagens de apoio.

Lo Choi In é uma das deputadas que vai deixar o hemiciclo em Outubro, quando os novos deputados tomarem posse. Depois de um mandato, Lo ficou de fora da lista de candidatos ligados à comunidade de Jiangmen.

31 Jul 2025

Gaza | Mais de 60 mil palestinianos já morreram na guerra

Mais de 60 mil palestinianos morreram na guerra entre Israel e o Hamas, que começou há 21 meses, declarou ontem o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo islamita palestiniano. O Ministério da Saúde de Gaza declarou que o número de mortos subiu para 60.034, acrescentando que outras 145.870 pessoas ficaram feridas desde o início da guerra, em 7 de Outubro de 2023.

As autoridades de saúde de Gaza não especificaram quantas destas vítimas mortais eram civis ou combatentes, mas sublinharam que as mulheres e as crianças representam cerca de metade dos mortos. As Nações Unidas e outros especialistas independentes consideram os números apresentados pelas autoridades de saúde do enclave como contagem fiável de vítimas.

A ofensiva israelita destruiu vastas áreas de Gaza, desalojou cerca de 90 por cento da população e provocou uma crise humanitária catastrófica, com especialistas e organizações a alertar para a gravidade da fome no enclave.

A guerra sofreu uma reviravolta drástica no início de Março, quando Israel impôs um bloqueio total de dois meses e meio, impedindo a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens.
Semanas depois, Israel quebrou o cessar-fogo com um bombardeamento e começou a tomar grandes áreas de Gaza, medidas que, segundo Israel, visavam pressionar o Hamas a libertar mais reféns. Pelo menos 8.867 palestinianos foram mortos desde então, segundo as autoridades de Gaza.

30 Jul 2025

Canal do Panamá | China considera neutralidade crucial

A embaixada da China no Panamá considerou crucial a neutralidade do Canal do Panamá, após uma reunião com a administração da via interoceânica em que foram discutidas áreas de cooperação marítima.

Na rede social X, a embaixada chinesa escreveu, na segunda-feira, que “ambas as partes trocaram pontos de vista sobre o intercâmbio e a cooperação em áreas como assuntos marítimos e transporte naval entre [China e Panamá], coincidindo na importância crucial de manter a neutralidade permanente do Canal”.

A reunião, realizada na sexta-feira, no edifício da Administração do canal, foi liderada pela embaixadora chinesa no Panamá, Xu Xueyuan, e pelo administrador da via, Ricaurte Vásquez, no âmbito de uma visita de “cortesia” da diplomata, informou a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) em comunicado.

Segundo a ACP, Vásquez e a subadministradora, Ilya Espino de Marotta, mantiveram com a delegação chinesa um “diálogo cordial sobre temas de interesse comum, incluindo cooperação em comércio marítimo, inovação tecnológica e sustentabilidade”. O encontro ocorre numa altura de reiteradas acusações dos Estados Unidos sobre a alegada “influência maligna” da China no canal, rejeitadas tanto pelo Governo chinês como pelo panamiano.

Este mês, o porta-voz da embaixada chinesa no Panamá criticou as “mentiras” que o embaixador norte-americano no país “repete até à exaustão sobre a China e as relações sino-panamianas”.

Com base na alegada ingerência chinesa no Canal do Panamá, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou “recuperar” a via, construída e operada pelos EUA no século passado até à sua transferência para o Estado panamiano, há 25 anos.

30 Jul 2025

Camboja e Tailândia suspenderam os movimentos de tropas na fronteira

Os exércitos da Tailândia e do Camboja concordaram ontem suspender o movimento de tropas na fronteira, cumprindo o cessar-fogo alcançado na segunda-feira após cinco dias de confrontos. A suspensão do movimento de efectivos militares foi anunciada pelas autoridades tailandesas referindo-se às zonas perto da fronteira entre a Tailândia e o Camboja.

O porta-voz do Exército tailandês, Winthai Suvaree, explicou que os comandantes regionais dos dois países realizaram ontem três reuniões, que terminaram com o acordo que determinou a paragem do movimento de tropas. Devido aos combates dos últimos dias, cerca de 300 mil civis foram obrigados a abandonar os respectivos locais de residência.

Além da paralisação das tropas, as partes concordaram estabelecer comunicações directas entre os chefes militares assim como se vai facilitar o regresso dos feridos e a entrega de restos mortais.

De acordo com fontes militares e governamentais da Tailândia, 15 civis e 14 militares perderam a vida na última semana devido ao agravamento do conflito. Segundo a mesma fonte, 126 militares e 53 civis ficaram feridos, alguns com gravidade.

O Ministério da Defesa do Camboja não actualizou o balanço comunicado no passado fim-de-semana. Os militares do Camboja disseram na altura que cinco militares morreram e 21 ficaram feridos tendo-se registado oito mortes entre a população civil.

Cessar, mas pouco

O exército tailandês acusou ontem o Camboja de violar o cessar-fogo, afirmando que os confrontos continuaram, apesar de a trégua ter entrado em vigor à meia-noite.

“Após a declaração do cessar-fogo, foram relatados distúrbios na área de Phu Makua, causados pelo lado cambojano, levando a uma troca de tiros entre os dois lados, que continuou até esta manhã”, escreveu ontem num comunicado o porta-voz adjunto do exército tailandês, Ritcha Suksuwanon. Além disso, “ocorreram também confrontos na área de Sam Taet e continuaram até as 05h30 (06h30 em Macau)”.

As reuniões de ontem fazem parte do acordo de cessar-fogo alcançado na segunda-feira entre Banguecoque e Phnom Pen, com a mediação da Malásia. O cessar-fogo foi anunciado pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, na qualidade de presidente da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Os combates começaram na quinta-feira passada, após várias semanas de tensões em vários pontos dos 820 quilómetros da fronteira comum entre os dois países.

O Camboja e a Tailândia estão em conflito há muito tempo sobre o traçado da fronteira de mais de 800 quilómetros, definida em grande parte por acordos celebrados durante a ocupação francesa da chamada Indochina, entre final do século XIX e meados do século XX.

30 Jul 2025

Henan | Nomeado abade de templo Shaolin após escândalo de corrupção

A China nomeou ontem um novo abade para o emblemático templo Shaolin, após a destituição do anterior líder religioso, investigado por corrupção e conduta imprópria, anunciaram as autoridades budistas.

O novo responsável do mosteiro, situado na província central de Henan e conhecido mundialmente pela ligação ao kungfu e ao budismo chan, é o mestre Yinle, que desde 2005 exercia como abade do histórico templo do Cavalo Branco (‘Baima’), na mesma região.

Segundo um comunicado oficial emitido pela administração do templo Shaolin, a nomeação foi realizada “de acordo com os procedimentos” estipulados pela regulação estatal e contou com o apoio da comunidade monástica local. O anúncio ocorre um dia depois de a Associação Budista da China ter revogado o certificado de ordenação do anterior abade, Shi Yongxin, por “graves violações disciplinares”.

As autoridades religiosas acusam-no de desviar fundos ligados ao templo e de manter relações impróprias, incluindo pelo menos um filho reconhecido, em violação dos votos monásticos.

30 Jul 2025

Chuva e inundações matam pelo menos 34 pessoas em Pequim e arredores

As cheias e chuvas intensas provocaram 30 mortos em Pequim, anunciaram ontem as autoridades, elevando para pelo menos 34 o número de vítimas mortais provocadas pelas tempestades que assolam a região. Em comunicado, o governo municipal indicou que 28 pessoas morreram no distrito de Miyun, o mais afectado, e duas no distrito de Yanqing, ambos situados na periferia de Pequim.

Mais de 80 mil residentes foram retirados da cidade, incluindo cerca de 17 mil em Miyun, acrescentou a mesma nota. Durante a noite de segunda-feira voltou a chover com intensidade na área. Nesse dia, as autoridades reportaram ainda um deslizamento de terras que causou quatro mortos na zona rural de Luanping, na vizinha província de Hebei, onde outras oito pessoas continuam desaparecidas. Um residente disse ao jornal estatal Beijing News que as comunicações estão cortadas e não consegue contactar os familiares.

As tempestades causaram uma precipitação média superior a 16 centímetros em Pequim até à meia-noite de segunda-feira, com duas localidades de Miyun a registarem 54 centímetros de chuva, segundo o governo municipal.

As autoridades de Miyun abriram as comportas de uma barragem que atingiu o nível mais elevado desde a sua construção, em 1959, e alertaram a população para se manter afastada dos rios a jusante, cuja subida vai continuar devido à previsão de mais chuva.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou na segunda-feira que as cheias em Miyun causaram “graves baixas” e apelou a operações de salvamento, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

O temporal provocou cortes de electricidade em mais de 130 aldeias, destruiu linhas de comunicação e danificou mais de 30 troços de estrada. Na zona de Miyun, as inundações arrastaram automóveis e derrubaram postes de electricidade.

“Em sérios apuros”

Em Taishitun, a cerca de 100 quilómetros a nordeste do centro de Pequim, árvores arrancadas ficaram empilhadas com as raízes expostas e as ruas ficaram cobertas de lama, que atingiu paredes de edifícios. “As águas chegaram de repente, tão rápidas e súbitas. Em pouco tempo, tudo estava a encher”, relatou Zhuang Zhelin, que limpava a lama com a família na sua loja de materiais de construção, citado pela
agência Associated Press.

O vizinho, Wei Zhengming, médico de medicina tradicional chinesa, retirava lama da sua clínica, de chinelos e com os pés cobertos de lodo. “Estava tudo inundado, à frente e atrás. Fugi para o andar de cima e fiquei à espera de resgate. Pensei: se ninguém vier buscar-nos, estamos em sérios apuros”, contou.

As autoridades de Pequim activaram na segunda-feira à noite o nível máximo de emergência, ordenando à população que permanecesse em casa, encerrando escolas, suspendendo obras e actividades turísticas ao ar livre, medidas que vão vigorar até nova indicação.

30 Jul 2025

Economia | Pequim quer reforçar laços com o Brasil face a tarifas de Trump

A China manifestou ontem disponibilidade para reforçar os laços económicos com o Brasil e defender o que classificou de “justiça” no comércio internacional, a poucos dias da entrada em vigor de tarifas dos EUA sobre as exportações brasileiras

 

Em conferência de imprensa em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun disse que a China está disposta a trabalhar com o Brasil e outros países do bloco de economias emergentes BRICS e da América Latina para defender um sistema comercial multilateral centrado na Organização Mundial do Comércio.

Guo sublinhou a importância da cooperação com o Brasil no sector da aviação, referindo-se ao insucesso das negociações para anunciar vendas de aeronaves durante a visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília, em 2023, apesar das tentativas iniciais. “A China valoriza a cooperação orientada para resultados com o Brasil, incluindo na aviação. Estamos prontos para promover a cooperação relevante com base em princípios de mercado e impulsionar o desenvolvimento nacional de ambos os países”, afirmou.

O porta-voz recordou que a Embraer, um dos principais fabricantes mundiais de aeronaves comerciais de médio porte, depende fortemente dos EUA como principal mercado de exportação.

Horas depois, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês voltou a defender o Brasil, reafirmando, através da rede social X, que as guerras comerciais “não têm vencedores”. A declaração surge num contexto de maior tensão diplomática. No início do mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50 por cento sobre todas as importações brasileiras, justificando-a com a alegada perseguição política ao seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que aguarda julgamento pela participação numa tentativa de golpe de Estado, em 2023.
Segundo a CNN Brasil, um representante da administração Trump sugeriu informalmente que os EUA poderiam negociar o acesso a minerais raros brasileiros em troca da redução das tarifas. A proposta nunca foi tornada pública, mas gerou preocupação em Brasília, onde as autoridades viram na sugestão uma tentativa de usar pressão económica para obter concessões estratégicas.

Tesouros do subsolo

A China domina o mercado global de terras raras, fornecendo cerca de 70 por cento da procura mundial e concentrando ainda mais capacidade de processamento. Nos últimos anos, Pequim tem usado essa posição como instrumento em disputas comerciais, levando os EUA e aliados a procurarem fornecedores alternativos. O Brasil, que detém as segundas maiores reservas conhecidas, tornou-se uma opção cada vez mais relevante.

Um relatório recente do Conselho Empresarial China-Brasil indicou que as exportações brasileiras de compostos de terras raras para a China atingiram 6,7 milhões de dólares no primeiro semestre de 2025, triplicando face ao mesmo período do ano anterior.

Analistas apontaram que o aumento reflecte a estratégia chinesa de diversificar o acesso a minerais críticos e reduzir os custos ambientais do processamento interno.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitou publicamente qualquer tentativa norte-americana de pressionar o país a ceder o controlo sobre a sua riqueza mineral. Num evento sobre energia, no Rio de Janeiro, na segunda-feira, criticou o que considerou ser oportunismo de Washington. Lula acrescentou que qualquer empresa interessada em explorar o solo brasileiro precisa de autorização estatal e está proibida de vender ou transferir direitos sem aprovação do Governo.

Com o prazo para as tarifas a aproximar-se, diplomatas brasileiros tentam evitar uma ruptura comercial. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mauro Vieira, chegou no domingo aos EUA para reuniões nas Nações Unidas, em Nova Iorque, e indicou que poderá deslocar-se a Washington se a administração Trump manifestar abertura para retomar negociações.

Uma delegação de oito senadores brasileiros permanece em Washington para encontros com legisladores, empresários e representantes da sociedade civil, prevendo ficar até quarta-feira e tentar reunir-se com o secretário norte-americano do Comércio, Howard Lutnick.

30 Jul 2025

Budismo na China: Piedades populares

(continuação do número anterior)

Embora as principais escolas tenham desempenhado papéis históricos significativos e sejam importantes para a compreensão de muitos aspectos do budismo chinês, elas representam apenas uma parte das várias tradições budistas que se desenvolveram na China. Além disso, envolveram principalmente as elites clericais e os seus seguidores da classe alta, com uma exceção parcial do movimento da Terra Pura, que se difundiu mais amplamente. Consequentemente, as principais escolas – especialmente as de orientação escolástica, como a Huayan e a Shelun – tiveram relativamente pouco impacto direto na vida religiosa do povo comum, que adoptou uma variedade de crenças populares e práticas cúlticas que muitas vezes esbateram as linhas de demarcação que separavam o budismo do taoísmo e da religião popular.

Os elementos-chave da visão do mundo budista que moldaram as perspectivas prevalecentes e orientaram os comportamentos religiosos quotidianos incluem as crenças na reencarnação e na lei do karma, que no final do período medieval também se tornaram amplamente aceites fora da comunidade budista. Estas crenças fomentavam uma preocupação prevalecente com a obtenção de uma recompensa cármica favorável, que trazia bênçãos na vida atual – incluindo benefícios utilitários como a acumulação de riqueza ou o gozo de uma vida longa e saudável – e assegurava um renascimento auspicioso na vida seguinte.

A acumulação piedosa de karma positivo ou saudável podia envolver todo o tipo de gestos rituais e actos meritórios, juntamente com o cultivo de toda a gama de disciplinas espirituais incluídas no caminho de prática e realização do bodhisattva. Entre as práticas mais prevalecentes estavam a doação de caridade, a observância de preceitos éticos e a adoração de vários Budas e bodhisattvas. Grande parte das doações religiosamente selecionadas destinava-se a apoiar a construção ou manutenção de mosteiros, o que também envolvia o apoio ao clero residente.

Os generosos donativos dos leigos eram também dirigidos para a construção de várias estátuas, santuários e outros objectos ou locais de culto, incluindo stūpas e pagodes. Os budistas estavam igualmente envolvidos em acções de caridade destinadas a aliviar a pobreza, a doença e outras formas de sofrimento. Para esse fim, estabeleceram várias formas de organizações de caridade que prestavam valiosos serviços sociais à comunidade em geral.

Outra expressão comum da piedade budista era a adesão a preceitos éticos. No nível mais básico, isso implicava a observância dos cinco preceitos tradicionais para os leigos budistas, que envolvem a abstenção de matar, roubar, mentir, má conduta sexual e consumo de álcool.

Alguns leigos empenhados, e ainda mais mulheres leigas, também receberam os preceitos do bodhisattva, que se baseavam no (presumivelmente) apócrifo Fan wang jing (Escritura da Rede Brahma). Outra prática prevalecente inspirada no ideal de compaixão universal do bodhisattva era a observância de uma dieta vegetariana, que se encontra entre as caraterísticas definidoras do budismo chinês. Consequentemente, durante o período medieval, a organização de banquetes vegetarianos comunitários tornou-se uma caraterística proeminente dos festivais budistas e de outras celebrações públicas. Embora se esperasse que todos os membros do clero fossem vegetarianos, o vegetarianismo era opcional para os seus apoiantes leigos, embora a adoção parcial ou total de um estilo de vida vegetariano fosse (e ainda seja) amplamente vista como uma marca de compromisso com o caminho budista.

Ao longo da história da China, as manifestações predominantes da fé budista foram geralmente impregnadas de sentimentos devocionais e articuladas através de uma série de actos e observâncias rituais. De facto, o devocionalismo e o ritualismo estavam entre as caraterísticas mais difundidas e facilmente reconhecíveis do budismo chinês. Para além dos serviços litúrgicos regulares que faziam parte das rotinas monásticas quotidianas, o calendário ritual estava também repleto de muitos outros festivais, celebrações comemorativas e outros rituais públicos.

Algumas formas de práticas ritualizadas, como as recitações de sūtra e as elaboradas cerimónias de arrependimento, podiam durar longos períodos – dias ou mesmo semanas de cada vez. O mesmo se pode dizer da série de palestras públicas que forneciam uma exegese sistemática de textos canónicos populares. Todos estes eventos eram também fontes significativas de receitas para os mosteiros, pois atraíam muitos leigos que faziam donativos generosos.

Os budistas chineses tinham uma variedade de escolhas no que diz respeito a objectos de culto e adulação. O panteão budista é complexo e vasto, povoado por um grande número de Budas, bodhisattvas e outros tipos de divindades. Para além de Śākyamuni (Shijia mouni), o Buda histórico, existem também muitos outros Budas celestiais que, supostamente, partilham todos a mesma natureza fundamental, identificada como o “corpo da verdade” (dharmakāya r fashen), que não é outra coisa senão a essência sem forma e inefável da realidade última. Os Budas mais populares são Vairocana (Pilushena), o sublime Buda cósmico que figura nas Escrituras Huayan, Amitābha (Emituo), que preside à sua lendária terra pura no oeste, e Bhai ajyaguru (Yaoshi), o Buda da cura. Há também Maitreya (Mile), o futuro Buda, que é frequentemente referido como um bodhisattva. Após a era Tang, ele foi representado principalmente como o Buda gordo e risonho, uma imagem onipresente baseada no monge Budai, do século X. Ao longo da história do budismo chinês, todos estes Budas foram amplamente venerados e implorados como fontes supremas de autoridade espiritual ou de poder salvífico.

O mesmo se pode dizer dos principais bodhisattvas, alguns dos quais são também comummente representados como encarnações consumadas das principais virtudes budistas. Por exemplo, Avalokiteśvara (Guanyin), de longe o bodhisattva mais popular e um objeto de culto generalizado em toda a China e no resto da Ásia Oriental, é representado como a personificação da compaixão (ver Yü 2001). Enquanto na Índia Avalokiteśvara era tradicionalmente retratado como uma figura masculina aristocrática, na China sofreu uma espécie de transformação de género: a partir do século X, o bodhisattva passou a ser representado numa série de formas femininas. Outros bodhisattvas amplamente adorados incluem Mañjuś ī (Wenshu), a personificação da sabedoria, e K itigarbha (Dizang), que se diz descer aos vários infernos para salvar os seus infelizes habitantes. Os cultos dominantes dos bodhisattvas também se tornaram intimamente associados à prática da peregrinação. Este facto é exemplificado pelas quatro principais montanhas budistas da China – Putou, Wutai, Jiuhua e Emei – cada uma das quais é identificada como o principal santuário de um bodhisattva-chave.

De acordo com os costumes e ideais Mahāyāna prevalecentes, especialmente o ethos da compaixão universal, a realização de rituais e a participação em todo o tipo de práticas eram supostamente dedicadas ao bem-estar e à salvação de todos os seres vivos. No entanto, muitas vezes as principais fontes de motivação eram muito mais pessoais ou subjectivas. Havia, naturalmente, o objetivo básico da salvação pessoal; no entanto, este era frequentemente misturado ou substituído pela procura de todo o tipo de benefícios mundanos, não só para o próprio, mas também para os membros da sua família. A inclusão de outros baseava-se na crença de que o mérito acumulado pela dádiva ou patrocínio de determinados rituais poderia ser direcionado para a realização de objectivos específicos, incluindo a salvação de outras pessoas. Esta crença estava em sintonia com atitudes profundamente enraizadas e com as observâncias rituais habituais centradas no culto dos antepassados, que se tornaram elementos-chave da vida social e religiosa chinesa muito antes da introdução do budismo. Ao proporcionar locais de encontro para o clero budista foi capaz de se integrar ainda mais nas matrizes sociais e culturais centrais da vida chinesa. Isso também lhe permitiu explorar fontes adicionais de apoio económico, mesmo que a realização de rituais para compensação monetária levasse frequentemente a negligenciar outros aspectos da vida monástica, incluindo a prática contemplativa.

Declínio e renascimento da era imperial tardia

As principais crenças, doutrinas, práticas, escolas e instituições que são emblemáticas do budismo chinês desenvolveram-se todas durante o primeiro milénio da história da religião na China. O núcleo principal do cânone também estava praticamente completo antes do final da era Tang, embora muitos textos adicionais tenham sido escritos ou compilados durante os séculos seguintes. De um modo geral, os impactos do budismo na cultura e sociedade chinesas foram visivelmente mais fracos durante o segundo milénio, que coincide, na sua maior parte, com a era imperial tardia da história chinesa.

Estas realidades, juntamente com outros factos históricos relacionados, levaram Kenneth Ch’en, na sua influente história do budismo chinês, a esboçar a história do budismo durante este período como uma narrativa de declínio progressivo, uma queda gradual em relação às glórias da era Tang (Ch’en 1964: 389-454). Esta ampla caraterização não é, na sua maior parte, problemática, sendo aceite pela maioria dos budistas e académicos da Ásia Oriental. O mesmo se pode dizer dos historiadores da China imperial tardia, que, entre outras coisas, chamam a atenção para as formas como a tradição confucionista ressurgente, especialmente na versão neo-confucionista for- mulada por Zhu Xi (1130-1200), eclipsou largamente o budismo a partir do período Song.

Há, no entanto, algumas vozes discordantes que divergem da narrativa dominante de declínio, representadas principalmente por académicos americanos que trabalham sobre o budismo da era Song. Na sua vontade de sublinhar a importância da época e do tema que estudam, alguns chegaram mesmo a sugerir que o budismo Song, afinal, merece corretamente o epíteto de “idade de ouro” do budismo chinês (Gregory e Getz 1999: 2-4). É verdade que o estudo de Ch’en está bastante desatualizado e que muitas das suas interpretações, incluindo partes do seu tratamento largamente desdenhoso do budismo chinês posterior, podem ser questionadas. Além disso, há uma série de questões que complicam o mapeamento de trajectórias históricas mais vastas, e o mesmo se pode dizer das comparações quantitativas e qualitativas de diferentes épocas. No entanto, sem entrar nos pormenores de argumentos específicos ou das circunstâncias que conduzem a este tipo de debate académico, a essência básica da narrativa geral de Ch’en sobre o budismo na China imperial tardia permanece mais próxima da realidade histórica do que as tentativas pouco convincentes de revisionismo histórico acima mencionadas.

Mesmo assim, é verdade que houve um considerável florescimento do budismo durante a era Song. Durante este notável período de efervescência cultural, os mosteiros budistas e outros locais de culto continuaram a ser importantes misturas na paisagem social, e a religião tinha numerosos seguidores entre as elites sociopolíticas e os plebeus. Os mosteiros budistas continuavam a albergar numerosos monges e a ser objeto do impacto budista nas artes durante este período é evidente nas muitas estátuas graciosas e nas belas pinturas que apresentam temas ou imagens budistas. O mesmo se pode dizer dos escritos de intelectuais notáveis, como Su Shi (1037-1101), o famoso escritor, poeta, pensador e oficial, que esteve entre as principais personalidades da era Song.

Apesar dos sinais de declínio intelectual e institucional, durante a era Song houve desenvolvimentos notáveis numa variedade de áreas, incluindo o escolasticismo Tiantai e a produção literária Chan. Além disso, muitos elementos do budismo chinês tardio que ainda hoje são evidentes foram formulados durante a era Song. Isso inclui as codificações peculiares da vida monástica representadas pelas “regras de pureza” (qinggui) que foram desenvolvidas pela escola Chan, que era a tradição de elite dominante do budismo Song.

Outros exemplos são as várias formas de piedade popular incluídas na tradição da Terra Pura, vagamente estruturada (discutida no capítulo de Jimmy Yu neste volume), e alguns dos principais estilos de prática contemplativa, epito- mizados pela abordagem “observando a frase crítica” (kan huatou) da meditação Chan que foi defendida por Dahui (1089-1163). Estas e outras caraterísticas do Budismo Song foram também exportadas para a Coreia e para o Japão, com ramificações significativas para o desenvolvimento subsequente do Budismo em ambos os países.

Na sua maioria, não se registaram muitos desenvolvimentos inovadores ou mudanças de paradigma notáveis após a era Song. A falta de inovação e criatividade em áreas como a especulação filosófica, a exegese das escrituras, o desempenho ritual ou o desenvolvimento institucional foram acompanhados por uma prevalência de atitudes conservadoras. Mesmo quando houve tentativas intermitentes de reavivamentos budistas, estas envolveram frequentemente evocações de glórias passadas e esforços algo frustrados para recapturar elementos-chave de antigas tradições budistas.

Isso é evidente, por exemplo, no renascimento das formas clássicas do Chan durante o século XVII, que, entre outras coisas, envolveu a imitação de estilos retóricos e de ensino iconoclásticos que, de acordo com a tradição popular do Chan, estavam ligados aos grandes mestres das eras Tang e (em menor grau) Song. Isso incluía a gritaria ritualizada e o espancamento de estudantes. Embora este tipo de actos dramáticos se destinasse supostamente a evocar o verdadeiro espírito do Chan, eram também criticados por serem pouco mais do que representações teatrais, destinadas principalmente a impressionar audiências monásticas e leigas não sofisticadas (ver Wu 2008).

Isso não significa que o budismo tenha deixado de ser uma parte notável da paisagem religiosa na China imperial tardia. No entanto, em muitas áreas significativas, o budismo foi ensombrado por uma ortodoxia neo-confucionista abrangente que não só dominava a vida intelectual, social e política, como também proporcionava aos literatos vias apelativas de cultivo espiritual.

A relativa fraqueza do Budismo é evidente na falta de respostas convincentes e eficazes aos desafios colocados pela primazia do Confucionismo. Ao mesmo tempo, um olhar mais atento sobre a sociedade chinesa local revela que a relação entre o budismo e o neo-confucionismo era um pouco mais complexa do que muitas vezes se supõe. Por exemplo, durante o final da era Ming (1368-1644), muitos membros da nobreza local, apesar da sua educação e lealdade neo-confucionista, eram visitantes frequentes e importantes patronos de mosteiros budistas (Brook 1994). Havia também as actividades de uma variedade de reformadores budistas – como Yunqi, Zhuhong (1535-1615) e Zibo Zhenke (1543-1603) – que tentaram formular novas respostas a situações sociais e culturais em mudança. Alguns deles foram também bastante bem sucedidos na mobilização dos leigos.

Entre os acontecimentos significativos que tiveram lugar durante o período imperial tardio, esteve a transmissão de formas tibetanas de budismo para algumas partes da China, incluindo a capital imperial de Pequim. A introdução inicial do budismo tibetano ocorreu no início da dinastia Yuan (1271-1368), durante o reinado do grande Khublai Khan (r. 1260-1294), o fundador da dinastia e o primeiro monarca mongol a estabelecer um domínio estável e duradouro sobre a China.

Na sequência da conquista mongol do Tibete em 1252, Khubilai Khan e as elites mongóis viraram-se para o budismo tibetano como a sua religião de eleição, embora continuassem a manter uma política geral de tolerância religiosa. O mais notável missionário budista tibetano foi o ‘Phags-pa Lama (1235-1280), que foi convidado para a capital mongol. Aí ofereceu instrução religiosa a Khubilai e a outros membros da corte imperial. ‘Phags-pa e os seus seguidores também transmitiram várias formas de rituais e práticas tântricas que estavam em voga na altura.

As variedades tântricas do budismo tibetano e mongol foram também patrocinadas pelos governantes manchus da dinastia Qing (1644-1911). Isto foi parcialmente motivado por considerações políticas, uma vez que os imperadores Qing estavam interessados em consolidar a sua influência sobre o Tibete e a Mongólia. O imperador Qianlong (r. 1735-1795) chegou mesmo a apresentar-se como uma encarnação de Mañjuśri (Wenshu), o popular bodhisattva que era adorado como uma personificação da sabedoria.

No entanto, estas formas exóticas de budismo tiveram pouco impacto na vida religiosa dos súbditos chineses governados pelos manchus, uma vez que os estilos tradicionais chineses de culto e prática permaneceram dominantes no meio budista mais vasto da China Qing. Uma grande perturbação durante a última parte da dinastia Qing, que teve consequências particularmente negativas para a sorte do budismo, foi a violenta rebelião de Taiping (1850-1864), que pôs de joelhos a outrora poderosa dinastia. Liderados por Hong Xiuquan (1814-1964), que se inspirava no cristianismo e se autoproclamava filho de Deus, os zelosos rebeldes tinham má vontade para com o budismo e muitos mosteiros budistas foram danificados ou destruídos durante este período sangrento e angustiado.

30 Jul 2025

Cotai | Zona de espectáculos ao ar livre com futuro incerto

A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man, reconheceu que o futuro do Local de Espectáculos ao Ar Livre ainda está por decidir e que a continuidade ainda não está garantida, depois do período experimental actualmente a decorrer. A posição foi tomada ontem pela presidente do IC depois de uma reunião do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural.

Em reacção ao anúncio de que um espectáculo agendado para o início de Setembro (Festival S20) tinha sido cancelado pelo organizador, Leong revelou que está previsto que o espaço gerido pelo Governo receba, pelo menos, mais três espectáculos até ao final do ano. Os espectáculos estão agendado para os finais de Setembro, Outubro e Dezembro.

A responsável pelo IC explicou também que o funcionamento da zona de espectáculos no futuro não está garantida e que o IC vai fazer uma ponderação, quando terminar o período experimental de um ano. Leong prometeu também o anúncio da decisão para “um momento oportuno”.

Ontem, em declarações aos jornalistas, Deland Leong revelou também que a 2ª edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau vai receber mais de 1.000 actividades e espectáculos. O evento realizado entre Julho e Agosto conta com um orçamento de cerca de 20 milhões de patacas.

Segundo o jornal Ou Mun, a responsável não conseguiu apresentar os dados estatísticos para a participação neste ano, porque o festival ainda se encontra a decorrer. Deland Leong recordou que houve cerca de 210 mil participantes no ano passado, e que a proporção de residentes foi maior do que a de turistas. Actualmente, mais de 80 por cento dos bilhetes para os eventos estão vendidos.

30 Jul 2025

Chikungunya | Diagnosticado quinto caso importado

Os Serviços de Saúde anunciaram na segunda-feira à noite o quinto caso importado de febre de Chikungunya. Na nota de imprensa divulgada em língua chinesa, é indicado que a doente é uma residente com 70 anos, que entre 14 e 18 de Julho viajou sozinha no Interior, na cidade de Foshan.

Após regressar, a 25 de Julho começou a apresentar os primeiros sintomas, como dores nas articulações das pertas. Num primeiro momento, a mulher tomou medicamentos de alívio rápido. Contudo, como no domingo desenvolveu alergia e erupções cutâneas no joelho e num dos braço deslocou-se ao Centro Hospitalar Conde São Januário, onde acabou por ser diagnosticada.

A mulher está livre de perigo e em condição estável. Após o caso ser detectado, foram realizadas acções de extermínio de mosquitos junto da habitação da mulher, que fica próxima da Avenida do Lam Mau, no norte da cidade.

30 Jul 2025

Hotelaria | Mais de 7,2 milhões de hóspedes no primeiro semestre

Os hotéis de Macau receberam mais de 7,2 milhões de hóspedes no primeiro semestre do ano, menos 1 por cento em termos homólogos, registando uma subida anual de 4,7 por cento no mês de Junho, foi ontem anunciado. Nos primeiros seis meses do ano, “os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 7.202.000 indivíduos, menos 1 por cento, em termos anuais”, indicou, em comunicado, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

O número de hóspedes internacionais (589 mil) aumentou 8,6 por cento, destacando-se os visitantes da República da Coreia (169 mil), que subiram 13,3 por cento, no período em análise e em termos anuais. No primeiro semestre, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes fixou-se em 89,1 por cento, ou mais 5,1 pontos percentuais, em termos anuais.

Macau recebeu 19,2 milhões de visitantes na primeira metade de 2025, mais 14,9 por cento que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano.

30 Jul 2025

Comércio | Défice da balança comercial cai três mil milhões

O défice da balança comercial da RAEM foi de 53,95 mil milhões de patacas no primeiro semestre deste ano, registando-se uma quebra de 3 mil milhões face a igual período do ano passado. É o que dizem os dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) relativamente ao comércio externo de mercadorias.

O valor total deste comércio, nos primeiros seis meses do ano, foi de 67,20 mil milhões de patacas, uma quebra anual de 4,3 por cento. Por sua vez, o valor exportado foi de 6,63 mil milhões de patacas, uma ligeira subida de 0,3 por cento, enquanto o valor importado foi de 60,57 mil milhões de patacas, menos 4,8 por cento em termos anuais.

Destaque para o aumento da exportação de mercadorias para Hong Kong em 8,9 por cento, face aos primeiros seis meses de 2024. Todavia, o valor das mercadorias exportadas para o Interior da China (355 milhões de patacas) e para os países que fazem parte da iniciativa “faixa e rota” (160 milhões de patacas), diminuíram 11,9 por cento e 66 por cento respectivamente.

A menor queda foi nas exportações para os EUA, que atingiram o valor global de 144 milhões, uma ligeira quebra de 0,9 por cento.

30 Jul 2025

Habitação pública | Defendida atribuição a quadros qualificados

Lei Choi Hong, directora-executiva do grupo imobiliário Sun City, defendeu que os apartamentos de habitação pública que sobram dos concursos devem ser atribuídos a quadros qualificados.

Segundo o Jornal do Cidadão, a responsável lembrou que a procura por habitação pública já não é tão elevada como no passado, tomando como referência os concursos de habitação social mais recentes ou da habitação económica na Zona A dos Novos Aterros Urbanos.

Lei Choi Hong destacou a projecto em curso do Novo Bairro de Macau em Hengqin que procura atrair moradores entre os residentes de Macau, pelo que existem, na sua opinião, bastante oferta habitacional no mercado neste momento.

Ao mesmo jornal, Ng Ka Teng, membro do Conselho para os Assuntos de Habitação Pública, argumentou que a procura por casas públicas mudou e que o Governo deve actualizar as políticas nesta área. A responsável recordou que os mais recentes números de pedidos de habitação económica caíram de forma significativa, sendo que na candidatura de 2019, 487 agregados familiares acabaram por desistir na fase de escolha da casa. Isso significa mais de dez por cento das famílias candidatas.

Ng Ka Teng pede, por isso, o relançamento de algumas medidas habitacionais, nomeadamente o plano da primeira aquisição de imóveis para jovens com idades compreendidas entre 21 e 44 anos. Outra política que pode ser lançada novamente, na visão da responsável, é o regime de bonificação de juros de crédito concedido para aquisição de habitação própria.

30 Jul 2025

Lei Chan U quer mecanismo para controlar opiniões online

Apesar de estar de saída do hemiciclo em Outubro, o deputado Lei Chan U defende que o Governo tem de criar novas leis e mecanismos para controlar opiniões partilhadas nas redes sociais. O pedido de criação de um mecanismo de censura foi deixado ao secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, através de uma interpelação escrita.

Na interpelação, Lei Chan U diz que a partilha de opiniões online é uma “faca de dois gumes” e alerta para o perigo de haver “descontrolos” e de criar “incertezas e instabilidade” à governação.
“Devido às características especiais do ambiente da Internet, alguns acontecimentos sociais, depois de serem difundidos e fermentados online, formam uma opinião pública muito forte num período de tempo muito curto, e a direcção desta força de opinião pública é imprevisível e tem o efeito de uma faca de dois gumes”, apontou.

“Por um lado, o poder da opinião pública pode formar uma supervisão social e promover a justiça social; por outro lado, o poder da opinião pública pode também levar a um estado de descontrolo da opinião pública em linha, o que trará incertezas à estabilidade social e aumentará a pressão sobre a governação social do governo”, acrescentou.

Seguir o Interior

O deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) defende que é “necessário e urgente melhorar o mecanismo de gestão da opinião pública na Internet em caso de emergência”. “O Governo formulou um mecanismo para monitorizar, avaliar e responder à opinião pública na Internet em caso de emergência?”, questionou.

O deputado pede que em questões da internet Macau siga o que se faz no Interior da China: “O ciberespaço não é um lugar fora da lei. O Estado atribui grande importância ao papel fundamental do Estado de Direito na construção de uma Internet forte e sublinha a necessidade de governar a Internet de acordo com a lei”, atira.

“Posso perguntar se o Governo vai promover a legislação sobre a opinião pública na Internet e criar um mecanismo de intervenção rápida da opinião pública, de modo a reduzir o impacto negativo da opinião pública em linha na estabilidade social?”, pergunta.

30 Jul 2025