Reserva financeira perto dos 350 mil milhões

[dropcap=’circle’]S[/dropcap]egundo as estatísticas preliminares, no final de 2015 o valor total dos activos da Reserva Financeira da RAEM eram de 345,05 mil milhões de patacas, dos quais 131,88 mil milhões estavam na reserva básica e 213,17 mil milhões na reserva extraordinária. Dados da Autoridade Monetária de Macau mostram que, no capítulo do resultado de investimentos, os rendimentos líquidos cifraram-se em 2,41 mil milhões de patacas, correspondendo a uma rentabilidade anual de cerca de 0,7%. Quer isto dizer que dimensão total da Reserva Financeira traduziu-se num aumento de 40%, em comparação com o período homólogo do ano de 2014.
Já a Reserva Cambial registou, em finais de 2015, um crescimento “estável” contabilizando lucros líquidos no valor de 270 milhões de patacas, mostram os dados do Governo. O valor demonstra “uma rentabilidade anual de cerca de 0,3%”.
Segundo as estatísticas preliminares, os activos totalizaram 150,8 mil milhões de patacas, o que mostra um aumento na ordem dos 14% quando comparado com o período homólogo de 2014.
A Reserva Cambial da RAEM consiste na distribuição dos activos em produtos dos mercados monetários, “caracterizados pela elevada liquidez, segurança e capital protegido e em títulos internacionais de notação elevada”, assegura o Executivo.

29 Jan 2016

Taxa de desemprego abaixo dos 2% em 2015

[dropcap=’circle’]A[/dropcap] taxa de desemprego manteve-se abaixo dos 2% em 2015, ano em que foi registada uma quebra da economia, indicam dados ontem divulgados. “Em 2015 a taxa de desemprego foi de 1,8% e a taxa de desemprego dos residentes cifrou-se em 2,5%, subiram 0,1 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente, face ao ano de 2014”, indica um comunicado divulgado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já no último trimestre de 2015 a taxa de desemprego foi de 1,9%. “Em termos de ramos de actividade económica, o número de empregados das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos foi de 81.300, menos 2900 indivíduos, relativamente ao terceiro trimestre e o de empregados da construção atingiu 51.100, menos 1800 pessoas. Em contrapartida, o número de empregados dos hotéis, restaurantes e similares foi de 57.300, mais 2500 indivíduos”, acrescenta o comunicado.

29 Jan 2016

Mais mortes devido ao frio

[dropcap=’circle’]U[/dropcap]m homem de 75 anos e uma mulher de 105 anos morreram nos últimos dias, vítimas de hipotermia, elevando para quatro os casos registados desde segunda-feira. Segundo os Serviços de Saúde, o doente “deu entrada no hospital público em ligeiro estado de hipotermia, mas devido a antecedentes de hipertensão e doença cardíaca acabou por falecer apesar dos esforços de reanimação”. No total já foram assistidas nos hospitais de Macau 16 pessoas por hipotermia, das quais há a registar quatro óbitos. Macau registou nos últimos dias uma vaga de frio rara, com as temperaturas a caírem para mínimos de há 60 anos durante o fim de semana passado. A temperatura baixou no domingo até aos 1,6 graus centígrados na Taipa Grande, situando-se entre os 2,4 e os 3,1 graus nos restantes pontos do território ao início da tarde, um valor que constituiu o mais baixo em 67 anos. Desde o início da corrente de ar frio, os serviços de urgência do hospital público e privado da região “não tiveram um evidente aumento do número de utentes”, frisam os SS.

29 Jan 2016

Comediante francês detido à chegada a Hong Kong

[dropcap=’circle’]O[/dropcap] controverso comediante francês Dieudonné M’bala M’bala, que tem sido condenado em França por comentários anti-semitas, foi ontem detido à chegada ao aeroporto de Hong Kong, cidade onde tinha espectáculos agendados.
O seu advogado, Sanjay Mirabeau, disse que Dieudonné ficou sete horas no aeroporto, depois de ter sido interceptado por agentes da imigração. A sua produtora, a Plume Productions, disse que ele poderia ser deportado.
Até à tarde de ontem não eram conhecidos os motivos pelos quais Dieudonné foi detido ou as razões pelas quais poderia vir a ser deportado.
O jornal South China Morning Post informou que o comediante foi detido na sequência de queixas apresentadas pelos consulados francês e israelita em antecipação aos seus espectáculos.
Os serviços de imigração de Hong Kong disseram que não faziam comentários sobre casos individuais.
No entanto, num comunicado em resposta a questões sobre o caso, o mesmo departamento disse que estava “comprometido em manter um controlo efectivo da imigração, negando a entrada de indesejáveis”.
Sanjay Mirabeau disse que não havia razões para o comediante ser detido.
“O seu novo espectáculo, ‘In Peace’, não tem nada contra a lei. Ele fala de plantas, de ecologia”, afirmou o advogado.
A sua produtora afirmou que Dieudonné M’bala M’bala disse que ele estava detido com os filhos no aeroporto.
“Ele deverá ser deportado nas próximas horas”, indicou a Plume Productions, em comunicado.

Em nome da ordem

O consulado francês confirmou que Dieudonné, de 49 anos, tinha sido detido por agentes da imigração à chegada ao aeroporto de Hong Kong.
“É uma questão de implementar as leis de imigração relevantes para as autoridades de Hong Kong”, disse um porta-voz do consulado à AFP.
O consulado acrescentou que não tinha pedido ao Governo de Hong Kong para evitar a entrada de Dieudonné na cidade.
Mas de acordo com fontes da polícia citadas pelo South China Morning Post, o consulado escreveu uma carta a manifestar preocupação sobre a visita do comediante, alertando que a mesma poderia desencadear “perturbações na ordem pública”.
A cidade de Hong Kong tem uma numerosa comunidade francesa, com mais de 120.000 franceses residentes registados no consulado.
Dieudonné é conhecido pela sua ‘quenelle’, o gesto que é visto como uma saudação nazi invertida, mas que ele insiste que é meramente anti-sistema.
O humorista tem tido alguns problemas com a justiça na Europa.
Um tribunal belga condenou-o a dois meses de prisão em Novembro por incitamento ao ódio por causa de alegados comentários racistas e anti-semitas que ele terá feito durante um espectáculo na Bélgica.

Mau currículo

No início do mês, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem proferiu uma sentença conta Dieudonné relativamente a outro caso, ao decidir que a liberdade de expressão não protege “actuações racistas e anti-semitas”.
Dieudonné estava a protestar contra uma multa aplicada por um tribunal francês em 2009 por convidar para o palco um indivíduo que nega a existência do Holocausto. Foi condenado a pagar 10.000 euros pelo que foi considerado pelo tribunal como “insultos racistas”.
Em Março, um tribunal francês também sentenciou Dieudonné a dois meses de pena suspensa e multou-o por apologia ao terrorismo, por alegadamente ter manifestado simpatia em relação aos ataques contra o jornal satírico Charlie Hebdo e um supermercado judaico em Paris.
O comediante devia dar dois espectáculos ontem e hoje no Hong Kong’s Cyberport.

29 Jan 2016

Barnabas Koo, historiador, apresenta biografia sobre Gary Ngai

[dropcap=’circle’]B[/dropcap]arnabas H.M. Koo apresenta este sábado em Macau “A Witness to History: an Overseas Chinese in Mainland China and Macau”, uma biografia de Gary Ngai. O historiador conta curiosidades sobre o passado, o presente e o futuro da RAEM e fala sobre um livro que promete aprofundar a vida de uma das personagens fundamentais do território nos últimos 50 anos. Quem se deslocar à sessão receberá uma cópia gratuita do livro

O que o levou a escrever uma biografia sobre Gary Ngai?
Porque o senhor Ngai ainda está vivo e pode responder às questões sobre as suas experiências e motivações durante vários momentos históricos importantes. Pode não ser a mesma de outros, mas é autêntica – e como tal deve ser conhecida. Também é uma história única. Não conheço ninguém, morto ou vivo, que tenha voltado à China ainda jovem, tivesse estudado e servido como um dos tradutores de Mao, sobrevivesse à Revolução Cultural, se tornasse conselheiro do governador Português, assistisse às suaves negociações Sino-Portuguesas e, depois da passagem de Macau, tivesse continuado a enfatizar a identidade separada que é a RAEM e a sustentar a sua relevância neste século. front cover

O que podemos aprender com a vida de Gary Ngai?
Naturalmente, diferentes pessoas tirarão diferentes coisas do livro. Mas talvez a possibilidade de compreender quão precárias eram as circunstâncias para os chineses nos estrangeiro durante o século XX. A ascensão comunista na China, complementada com os processos de descolonização no Sudoeste Asiático, colocaram dilemas sérios para eles devido à concorrência de lealdades e identidades complexas que eram parte integrante do seu código genético. Espero que as pessoas na China reconheçam o sacrifício que muitos chineses emigrados fizeram, ou foram forçados a fazer, na jornada para que a China se tornasse numa superpotência mundial.  

De onde surge o seu interesse, como autor, sobre Macau, a presença portuguesa na região e a China?
Ao viajar pela China no princípio da década de 70, tive o privilégio de ficar alojado em alguns dos grandes hotéis estilo ocidental e mansões convertidas nos antigos ‘estabelecimentos estrangeiros’. Como é normal, fiquei extremamente consciente da presença ocidental na China e muito interessado na interacção com o Ocidente, como começou, como evoluiu e o seu impacto nas relações da China com o mundo. Inevitavelmente, esta história de convulsões trouxe-me a Macau – onde tudo começou.

É o responsável pelo “Desfile por Macau, Cidade Latina”. Macau e o Mundo Latino: o que é que isso realmente significa para as pessoas de ambos os lados?
É difícil de dizer, mas acredito que depende muito do tipo de contacto e se ele é prazenteiro ou traumático. Um ponto chave enfatizado por Gary Ngai no livro é que a educação e o contacto pessoa a pessoa são muito importantes. Quanto mais melhor, quanto mais feliz melhor. O Festival Latino de Macau e a promoção turística da cidade no estrangeiro são experiências positivas, especialmente se envolverem comida, entretenimento e desporto. Muitas pessoas concordarão com a dimensão do impacto que o cinema indiano e chinês têm na percepção que as pessoas têm dos povos, culturas e nações. Um jogo amigável de futebol entre um país da América Latina contra uma equipa de Macau, seja a que nível, pode ser um promotor efectivo da boa vontade e da compreensão. Este tipo de coisas deixam uma impressão muito mais profunda nas pessoas comuns do que quaisquer trocas de visitas entre funcionários governamentais. Barnadas Koo

Se fosse possível uma testemunha sobreviver em Macau durante 500 anos, quais seriam os destaques do seu relatório?
Que acabou tudo em bem e, acima de tudo, que subsistiu sempre a amizade durante o processo. Também os benefícios para ambas as partes, as contribuições foram adequadamente documentadas por outros. Mas acredito que um destaque saliente seria um povo – os macaenses. Eles são um povo de fusão, um cadinho de culturas, uma miríade de influências que convergiram na China durante esses 500 anos. Isto é algo que deve ser estimado, nutrido e celebrado. 

Recentemente tem-se falado muito sobre a identidade cultural de Macau. Na sua perspectiva, que identidade é essa?
A identidade de Macau – como a beleza – está nos olhos do observador. Nós vemos o que quisermos ver e isso depende muito do nosso círculo de amigos e das influências a que estamos expostos. No que me diz respeito, como historiador, a identidade de Macau é o seu património histórico – uma fusão de muita gente que fez de Macau a sua casa. Essencialmente chineses, portugueses e macaenses. Mas é uma realidade em permanente mutação. À medida que surge em Macau mais influência de filipinos e de americanos, eles também darão a sua contribuição para uma maior diversidade em Macau. Ao abraçarmos o passado podemos começar a olhar para o futuro com mais confiança.

Acha que a cultura de Macau tem tendência a desaparecer ou nem por isso?
Nem por isso. A cultura é dinâmica e responde aos esforços do Governo e grupos comunitários para a manter vibrante, útil e relevante. Tal como os imóveis na lista do património mundial, de que Macau tem muitos, a cultura requer um programa regular de manutenção e uma mentalidade inovadora para se adaptar às necessidades e às mudanças.   

Como vê Macau em 2049?
Vejo Macau firmemente integrado na Região do Delta do Rio das Pérolas económica e logisticamente. Na realidade, esta já é uma tendência actual. Administrativamente, apesar de estar programada a integração na R.P. China, não acho que Macau venha a ser automaticamente absorvida na província de Cantão. Independentemente daquilo para que o Governo Central possa evoluir, existem suficientes desafios estruturais e invejas domésticas para evitar que as ricas RAE’s sejam entregues de mão beijada a Cantão, o que só iria acentuar desequilíbrios. Neste cenário, acredito que será mais fácil para as ex-RAEs serem mantidas como entidades administrativas isoladas, directamente dependentes de Pequim. A natureza e extensão da representação democrática vai depender em muito da velocidade e da natureza das transformações políticas na China.

Da sua pesquisa sobre a presença portuguesa nesta zona do mundo, quais são os factos mais espantosos, ou interessantes, que descobriu?
Que apesar do declínio do império transoceânico de Portugal, Macau se tivesse aguentado durante tanto tempo sob o seu controlo. Claro que o debate sobre isto está aberto – se isso foi devido à ameaça da diplomacia de barcos de guerra, à utilidade de Macau para a China, ou a sua relativa insignificância para Pequim, ou outras razões.

Quase 500 anos após a chegada dos portugueses a esta região, como vê a evolução da relação entre Portugal, China e Macau e que retrato faz da situação actual?
É como se toda a gente estivesse a dançar com parceiros diferentes e músicas diferentes na mesma pista de dança. Portugal está sintonizado com a União Europeia, a China está focada em reclamar o seu ‘legítimo lugar’ no palco mundial, ao passo que Macau está focada no seu futuro económico. Espero que se ajudem e encorajem mutuamente para que representem bem o seu papel e fiquem todos bem vistos nessa pista de dança.    

Nota
O livro “A Witness to History: an Overseas Chinese in Mainland China and Macau” vai ser apresentado sábado pelas 15h00 na Associação de Ciências Sociais de Macau, Academia Jao Tsung-I, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, nº 95 C-D.

29 Jan 2016

Vergílio Ferreira nasceu há cem anos

Apaixonado por questões existenciais, Vergílio Ferreira foi quem um dia disse que “o amor afirma, o ódio nega”. “Mas por cada afirmação há milhentas de negação. Assim o amor é pequeno em face do que se odeia. Vê se consegues que isso seja mentira. E terás chegado à verdade”

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omemora-se hoje o centenário do nascimento do autor de “Manhã Submersa” ou “Esplanada sobre o Mar”, no seio de uma obra extensa onde a reflexão sobre a condição humana, as grandes interrogações do homem ou a procura de sentido para a vida foram uma tónica dominante. Para assinalar a efeméride dos cem anos de nascimento de Vergílio Ferreira, a Câmara Municipal de Gouveia inicia hoje um ciclo de um ano de comemorações para assinalar a vida e obra de uma das figuras incontornáveis das letras portuguesas.
O programa arranca com três dias consecutivos de actividades onde se incluem o lançamento da reedição das obras de Vergílio Ferreira (pela editora Quetzal), a reposição de um busto na praça de São Pedro (no centro da cidade de Gouveia), a inauguração de uma exposição e a realização de um colóquio.
Nascido em Melo, aldeia do concelho de Gouveia, no ano de 1916, o escritor viu os pais emigrarem para o Canadá quando tinha apenas nove anos ficando ele em Portugal com os irmãos mais novos. Uma experiência dolorosa que exorciza em “Nítido Nulo”. Aos 12 anos, após uma peregrinação a Lourdes, entra no seminário do Fundão e por lá fica seis anos. Uma experiência que mais tarde viria a dar origem a “Manhã Submersa”, um livro que retrata a vida de um conjunto de seminaristas oriundos de famílias pobres que se encontram num beco sem saída, entre uma suposta perspectiva de vida boa mas cheia de limitações em contraste com uma suposta liberdade em más condições de vida. Em 1980, Lauro António viria a trazer a história para o cinema e Vergílio Ferreira desempenha mesmo um dos principais papéis, ironicamente o de Reitor do Seminário. vergílio ferreira
Até se formar em Filologia Clássica em 1940, Vergílio – que apenas deixou o seminário quatro anos antes – dedica-se à poesia, nunca publicada, salvo alguns versos lembrados em Conta-Corrente e, em 1939, escreve o seu primeiro romance, “O Caminho Fica Longe”. Depois foi professor estagiário no Liceu D.João III em Coimbra e aí arranca a sua carreira docente que o levou a leccionar em Faro e no liceu de Gouveia (período em que escreveu “Manhã Submersa), acabando por se fixar no Liceu Camões até ao final da sua carreira.
Em 1992, recebe pelo conjunto da sua obra o “Prémio Camões” entre muitos outros galardões ao longo da sua vida. Faleceu no dia 1 de Março de 1996 em Lisboa e foi sepultado no cemitério de Melo, sua terra-natal, com o caixão virado para a Serra da Estrela, conforme era seu desejo.

“Não se pode esquecer Vergílio”

Em declarações à Lusa, a escritora Lídia Jorge, diz que Vergílio Ferreira precisa de ser lembrado e queixa-se do quase esquecimento a que o autor tem sido sujeito, dizendo que como o “mundo está organizado, neste momento, é muito difícil recuperar figuras como [a de] Vergílio Ferreira”, que considera “estarem um pouco afastadas, injustamente”. A escritora acrescenta ainda que “a escola e a universidade estão a descurar muito a obra de Vergílio, inclusive o romance ‘Aparição’ que é fundamental para os rapazes, entre os 16 e os 17 anos, que encontravam nessa obra uma grande projecção interior e aprendiam muito com esse livro, que desapareceu, e praticamente já não se lê”.


“Está a ser uma perda muito grande. Do ponto de vista estilístico, [Vergílio Ferreira] é irrepreensível, tem humor na escrita, tem caricatura, por alguma coisa era um admirador do Eça de Queiroz. Não é um sarcástico, mas um irónico, ele ensina”, rematou.
Antes de morrer, Vergílio Ferreira contou a Lídia Jorge o enredo do romance que contava ainda escrever. “É essa alegria de narrar que devia ser sublinhada” nestas celebrações, defendeu a autora.

“Fixei muito bem a história e pensei: é um livro semelhante aos outros, a história é a mesma, e, com o impacto da morte [dele], que aconteceu dois ou três dias depois, não fui capaz de a contar. A história era a mesma: a impossibilidade de amar a mulher, uma adoração pela mulher que desaparece, era a mesma fixação literária, que dá a impressão que nunca leu Freud”.

Obra Completa

Ficção
1943 O Caminho Fica Longe
1944 Onde Tudo Foi Morrendo
1946 Vagão “J”
1949 Mudança
1953 A Face Sangrenta
1954 Manhã Submersa
1959 Aparição
1960 Cântico Final
1962 Estrela Polar
1963 Apelo da Noite
1965 Alegria Breve
1971 Nítido Nulo
1972 Apenas Homens
1974 Rápida, a Sombra
1976 Contos
1979 Signo Sinal
1983 Para Sempre
1986 Uma Esplanada Sobre o Mar
1987 Até ao Fim
1990 Em Nome da Terra
1993 Na Tua Face
1995 Do Impossível Repouso
1996 Cartas a Sandra

Ensaios
1943 Sobre o Humorismo de Eça de Queirós
1957 Do Mundo Original
1958 Carta ao Futuro
1963 Da Fenomenologia a Sartre
1963 Interrogação ao Destino, Malraux
1965 Espaço do Invisível I
1969 Invocação ao Meu Corpo
1976 Espaço do Invisível II
1977 Espaço do Invisível III
1981 Um Escritor Apresenta-se
1987 Espaço do Invisível IV
1988 Arte Tempo
1998 Espaço do Invisível V (póstumo)

Diários
1980 Conta-Corrente I
1981 Conta-Corrente II
1983 Conta-Corrente III
1986 Conta-Corrente IV
1987 Conta-Corrente V
1992 Pensar
1993 Conta-Corrente-nova série I
1993 Conta-Corrente-nova série II
1994 Conta-Corrente-nova série III
1994 Conta-Corrente-nova série IV
2001 Escrever (póstumo)

28 Jan 2016

Fadas, luzes e muito amor nas vésperas do Ano Novo Chinês

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Turismo organizam, em conjunto com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), realizam de 7 a 29 de Fevereiro, nas Casas Museu da Taipa e noutros pontos de Macau, um espectáculo de luzes com o objectivo de atrair visitantes para umas férias prolongadas e proporcionar um programa de lazer aos residentes. Assim, vão surgir instalações luminosas em mais de dez locais, mas o evento prevê ainda espectáculos de vídeo mapping 3D e um jogo interactivo para crianças.
Os contos de fadas e as histórias de amor são o tema deste evento que pretende interligar, a 14 de Fevereiro, a véspera de Ano Novo Lunar, o Dia de São Valentim, o sétimo dia do Ano Novo Lunar (Dia de Aniversário para todos) e o Dia dos Namorados Chinês (Festival de Lanternas). As instalações luminosas prometem 9999 rosas que estarão dispostas nas Casas Museu e na Freguesia de Nossa Senhora do Carmo – na Escadaria da Rua do Cunha, na Calçada do Quartel, na Av. Carlos da Maia, na Rua da Restauração, na Calçada do Carmo, no Jardim do Carmo e na Escadaria do Largo do Carmo.
O sapato de cristal da Cinderela serve de tema para a exibição de vídeo mapping em 3D numa história de reencontro de uma rapariga com um príncipe que viaja no tempo, em Macau, na noite do dia dos namorados. O jogo interactivo acontece após cada exibição de vídeo mapping e será ligado por via de uma bicicleta.

Concerto de São Valentim antecipado

O Concerto do Dia de S. Valentim, pela Orquestra Chinesa de Macau, que estava originalmente programado para o dia 14 de Fevereiro, foi antecipado para o dia 13, sábado, pelas 14h00 horas, continuando a acontecer na Igreja de Santo António. Com o intuito de promover a cultura chinesa, a Orquestra irá apresentar uma série de obras conhecidas, como a “Virgem Maria”, “Louvar a Deus”, “Amazing Grace”, “O Teu Doce Sorriso”, “Por Causa do Amor” e “Os Ratos Adoram o Arroz”, entre outras, de modo a promover a música chinesa. A entrada é gratuita e os bilhetes começam a ser distribuídos no local uma hora antes da actuação.

28 Jan 2016

Pacha procura Djs para tocar em festa de Madonna

Para assinalar a vinda de Madonna a Macau, o Pacha está a seleccionar DJs para a festa pós-concerto. Se se sente à altura, basta enviar para o Pacha uma breve descrição onde explica porque deve ser o novo “Rebel Heart DJ” junto com uma demo com as suas melhores misturas (via Soundcloud, ou algo parecido). Um painel de juízes irá seleccionar os melhores, sendo que serão escolhidos dois finalistas. O vencedor entrará no cartaz da “Rebel Heart Tour After Party” a acontecer no Pacha, sábado dia 20 de Fevereiro. O texto de apresentação e a demo devem ser enviados para charlesherbert@sc-macau.com ou pacha@sc-macau.com até às 23h59 do dia 6 de Fevereiro.



27 Jan 2016

Sir James Galway sobe ao palco do CCM esta sexta-feira

Dois ícones da música mundial – James e Jeanne Galway – estão em Macau. Na sexta-feira o casal de mestres fã do Rigoletto vai estar no Centro Cultural de Macau, mas não sem antes falar da vida e da música que o fez cá chegar

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]James Galway é sinónimo de flauta. “Um som único, inesquecível, que, por mais anos que oiça, nunca conseguirei imitar”, confessa Jeanne Galway, a esposa do artista há 32 anos e, também ela, considerada uma das melhores flautistas mundiais. Os dois conheceram-se em 1978 em Nova Iorque era Jeanne uma estudante finalista. Um dia, o mestre que todos ouviam na rádio vinha visitá-los. Foi o delírio.
“Trouxe aquela energia forte dele que a nossa classe tanto precisava. Lembro-me como se fosse ontem: entrou, abriu a mala e tirou de lá uma série de flautas douradas que distribuiu pelos mais de cem alunos. Depois tocou e nós maravilhámo-nos.”
Quisemos saber o que de tão especial tem o som de Galway, mas Jeanne ficou sem palavras apesar da sua expressão de profundo encanto quase as dispensasse. James Galway veio em seu socorro: “Eu explico”, disse, “é assim”, continua, “muita gente limita-se a soprar para a flauta mas este instrumento requer muito mais do que isso”. Para ilustrar a sua ideia, dá o exemplo dos Beatles, começando a trautear os primeiros versos de “With a Little Help From My Friends”. “Se eu cantasse fora de tom, será que te levantavas e te ias embora?”.
“O segredo é esse”, diz, “desafinar”, garante. “Algo apenas a acessível a executantes como Pavarotti, Callas… Foi isso que fez deles o que são.”

Não há tv, há flauta

Tudo começou para James por falta de melhor para fazer. Só havia rádio e a televisão ainda não tinha chegado a Belfast, pelo que as pessoas criavam o próprio divertimento.
“Na minha rua havia um tocador de trompete, dois que tocavam clarinete, um tocador de banjo, gaita de foles, eu, com a flauta, e mais uma série de gente que cantava. Havia até um que a gente chamava de Bing Crosby (risos). E assim passávamos o tempo.” Tinha menos de nove anos. Aos 11 já começava a levar o assunto a sério e aos 13 tocava em pequenas orquestras de escolas. Teve sempre professores mas foi o seu tio Joe – que “tinha paciência para o aturar” – que o ajudou a dar os primeiros passos. Já o tio tinha aprendido com o avô de Galway. Assunto de família, portanto.

“Karajan? Éramos os dois bons”

Mais tarde, aos 21 era solista na ópera de Londres onde ficou seis anos, “até não aguentar mais”, como confessa, seguindo-se a Sinfónica da BBC, a de Londres e a Royal Philarmonic, onde esteve já como solista, chegando depois a Berlim ainda antes de completar 30 anos, altura que enfrenta o lendário Herbert Von Karajan. Quisemos saber como foi e a resposta não tardou: “Éramos os dois bons no que fazíamos por isso não houve problema. Assim consegui o emprego.” E o maestro gostou tanto do trabalho dele que até criou programas especiais para destacar a flauta.

“Vamos já a correr”

James Calway tem feito parcerias com os mais variados músicos, como Elton John, Stevie Wonder ou BB King. “Só depois de estar em palco com eles percebi a diferença entre mim e estas grandes estrelas”, diz James . Mas tocar com Ray Charles foi memorável: “Que concerto! Impressionante, impressionante com letras grandes, garanto. Quando ele começou a tocar os primeiros acordes de Geórgia… Meu Deus”, diz entusiasmado.
Além destes casos, Galway adora colaborar com outros artistas, mas o critério de escolha é bastante importante, como diz Jeanne. “Depois de tocar com mestres como Karajan, o nível dele é muito alto”, pelo que se torna necessário um conhecimento prévio antes de se partir às cegas numa tournée.
Galway dá o exemplo do músico que os acompanha nesta deslocação a Macau, Phillipe Moll, que é alguém com quem já toca há muitos anos. “Mas, claro”, diz Jeanne “se o Roger Waters e os Pink Floyd nos ligarem para ir gravar, aí vamos a correr e depois esperamos que corra tudo bem”, brinca.
Trabalhar com este tipo de artistas é “uma experiência incrível”, garante Galway, “é impressionante como eles têm um grupo tão organizado, onde tudo bate certo. Bandas como os Pink Floyd, Supertramp, os Beatles, ou outras do género têm níveis de execução e de harmonia de conjunto ao nível dos melhores quartetos de cordas de música clássica do mundo”, assegura o mestre flautista.

Nunca é tarde para começar

A paixão que o casal nutre pelo ensino é uma das suas características salientes, que se materializa na sua escola virtual online (firstflute.com) onde ensina estudantes de todo o mundo. “Um projecto que surgiu por não existir uma escola tradicional de flauta com violino ou piano”, diz Jeanne, e que foi idealizada como um complemento às aulas que os alunos têm com o seu próprio tutor.
Não é todos os dias que se pode ter um acesso destes a um mestre, a grande particularidade deste projecto, mas os dois também fazem mentoria com vários dos seus alunos. “Às vezes tenho umas 20 mensagens para responder no Facebook”, confessa Jeanne.
Um curso que começa “mesmo do princípio”, diz James, “desde [aprender] como tirar a flauta do estojo sem a danificar.” E não há falta de interessados: “a flauta é como uma doença”, garante. “Há imensos miúdos loucos por tocarem flauta.”
Há também não tão miúdos, como uma aluna que começou a estudar flauta aos 70 anos. De resto, o legado de James Galway parece bem entregue aos seus ex-alunos na filarmónica de Los Angeles ou na orquestra sinfónica da BBC. “Estão por todo o lado e a gravarem”, afiança-nos.

O mito do apito

Diz-se que começou por tocar um apito ainda criança, mas Galway desmente por completo e conta o que de facto aconteceu: já estava na Filarmónica de Berlim quando se juntou com uns amigos e alugaram o Queen Elizabeth Hall para assim ficarem com o dinheiro todo dos bilhetes. “Ganhámos imenso dinheiro”, lembra-se divertido.
Correu tudo pelo melhor: casa cheia, público em delírio, imensos encores, mas às tantas o tocador de cravo decidiu não tocar mais, “que nem músico clássico”, acrescenta Galway ironizando. Assim, para contentar o público, resolveu tocar umas coisas num apito – assim nasceu o mito.

Música? Beethoven sempre

Jeanne prefere os compositores românticos italianos, mas James vira-se mais para Wagner e, acima de tudo, Beethoven, “Ele é o meu gajo! Oiço muito Beethoven.”
Também ouve outras coisas, claro, mesmo que a flauta pareça estar sempre presente, pois recomendou-nos vivamente o último álbum do flautista canadiano de jazz Bill McBirnie, que faz “um trabalho impressionante”, diz Galway, “do melhor que pode haver”.
Antes de nos despedirmos, Jeanne desafiou-nos a assistir ao concerto para percebermos o tal som inconfundível de que fala e depois irmos explicar a sensação ao camarim. Dá para recusar? A noite de sexta feira está reservada para assistir às composições de Philippe Gaubert, Cécile Chaminade ou do mestre do Barroco Marin Marais, entre outras lendas da música, tocadas pelos que serão os melhores flautistas do mundo. O concerto acontece às 20h00 de dia 29, sendo que os bilhetes custam entre as 150 e as 300 patacas.

27 Jan 2016

AL | Governo responde a perguntas de deputados em Fevereiro

Habitação e terrenos. Os dois temas preenchem de novo a maioria das interpelações dos deputados em dia de ouvirem respostas do Governo

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ezassete interpelações orais submetidas pelos deputados vão obrigar representantes do Governo a irem à Assembleia Legislativa (AL), no próximo dia 1 de Fevereiro, para responder sobretudo sobre terrenos e habitação pública. Treze dos 14 deputados eleitos directamente pela população vão usar da palavra na ronda de interpelações orais, a primeira da actual sessão legislativa, a somar a quatro eleitos escolhidos por sufrágio indirecto.
“A concretização dos princípios de justiça, transparência e equidade na recuperação dos terrenos desaproveitados e a mobilização dos recuperados para a construção de habitação pública são as principais tarefas governativas a que o público presta especial atenção”, sintetiza Ng Kuok Cheong. “Após um longo tempo de estudos, não se deverá tomar uma decisão para proteger o interesse público?”, questiona o deputado ao falar de parcelas de terrenos que não foram aproveitadas pelos privados a quem foram concrecionadas dentro do prazo – algumas a recuperar, algumas “em tratamento” e outras “deixadas em paz”.
É também de terrenos que fala Kwan Tsui Hang, que quer saber se o Governo pretende divulgar periodicamente o ponto de situação do uso, do direito de propriedade, do aproveitamento e prazos dos terrenos ao público. Já Lam Heong Sang, vice-presidente da AL, toca nos lotes definidos para a habitação pública, indagando quando vão estar concluídas as mais de quatro mil fracções prometidas.

Era zero

A política de habitação pública também merece a atenção de Melinda Chan que recorda que o Secretário da tutela afirmou não ser possível construir no presente ano, porque não existem terrenos, o que significa que “Macau vai entrar numa era de ‘zero’ habitações públicas disponíveis”.
Ho Ion Sang, ao notar que esta oferta não satisfaz as necessidades dos residentes de classe baixa e que “as pessoas não conseguem suportar os elevados preços e as altas rendas dos imóveis”, insta à criação de “mecanismos eficientes de longo prazo”, por forma “a evitar a discricionariedade das políticas resultando em flutuações no mercado imobiliário”.
Zheng Anting tem idênticas preocupações, defendendo que “há que recuperar, o quanto antes, terrenos desaproveitados para construir habitação pública”.
O reordenamento dos bairros antigos serve também de mote para as interpelações ao Governo: “Ao longo dos últimos dez anos, nunca foram concretizados os trabalhos” e o Governo retirou a proposta de Lei do Regime Jurídico (submetida em 2011 e retirada em 2013), sem que nada tivesse dito sobre o regime que o vai substituir (renovação urbana) desde o seu anúncio, afirma Leong Veng Chai, pedindo um ponto de situação.
Si Ka Lon põe o dedo na mesma ferida, estabelecendo paralelismos com Hong Kong: “Macau, por sua vez, anda às voltas com o mesmo assunto – quando é que cria o conselho – e, perante a renovação urbana, não tem coragem e não o assume”.
Também o ambiente estará em foco no dia 1 de Fevereiro: Chan Hong aponta que “a taxa de reciclagem é desproporcionada em comparação com o avolumar do lixo e o desenvolvimento económico” há muitos anos, criticando o “fraco apoio” à recolha e reutilização de recursos e a ausência de uma “política de longo prazo”.
Wong Kit Cheng aborda, por sua vez, os lugares de estacionamento com parquímetro reservados aos serviços públicos para saber se vão ser “devolvidos”.
Outra pasta visada é a da Saúde. Angela Leong centra-se nas doenças de foro psicológico e Chan Iek Lap nos preparativos para a abertura de uma Academia de Saúde da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Macau, em Setembro, e sobre os médicos especialistas a formar, a pensar no segundo hospital público, previsto para 2019.
Já Ella Lei pretende saber se há estatísticas e uma avaliação sobre as necessidades em termos de transplantes de órgãos, num território onde durante mais de dez anos nunca foi instituído um regime de dádiva.
Mak Soi Kun interpela o Governo sobre o acesso a um “número bastante limitado” de canais da Televisão Central da China, enquanto Au Kam San pretende perguntar ao Governo se vai estudar que indústrias têm espaço para desenvolvimento no quadro de “ajustamento” do sector do Jogo.

26 Jan 2016

Idosa morre na sequência de hipotermia

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma mulher, de 88 anos, que tinha dado entrada no São Januário morreu ontem de hipotermia depois de ter sido transferida de um lar idosos no domingo para o hospital, informaram os Serviços de Saúde.
Foram sinalizados, entre a tarde de sexta-feira e de ontem, nove casos de hipotermia, um dos quais que se encontra em estado grave. Em comunicado, os Serviços de Saúde indicam que não houve, porém, um evidente aumento do número de utentes desde o início da rara vaga de frio.
A temperatura baixou no domingo até aos 1,6 graus centígrados na Taipa Grande, situando-se entre os 2,4 e os 3,1 graus nos restantes pontos do território ao início da tarde, um valor que, segundo os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau, constitui o mais baixo em 67 anos.
Em Hong Kong, o termómetro desceu no domingo para 3,3ºC na cidade e nas colinas chegaram a ser registadas temperaturas negativas, com a temperatura a atingir o valor mais baixo dos últimos 59 anos na antiga colónia britânica.
Em linha com as previsões meteorológicas, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) decidiu suspender as aulas do ensino infantil, primário e especial, devendo as escolas regressarem à normalidade esta terça-feira.

26 Jan 2016

Blademark lançam faixas de novo EP e têm novos projectos

Querem ser estrelas do rock, lutam contra as dimensões de Macau – materiais e mentais – mas continuam a trabalhar. Separaram-se da 100PlusMusic e estão a montar o seu próprio estúdio. Edições anuais, merchandising e concertos lá fora são aposta dos Blademark, a banda de Macau que pisca agora o olho à China. É o que conta Fortes Pakeong Sequeira, o líder do grupo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]no novo, vida nova parece mesmo ser o lema para os Blademark neste início de 2016. A banda de Macau terminou a ligação à 100PlusMusic para seguir o seu próprio caminho e está em negociações adiantadas com um investidor privado interessado no desenvolvimento da cultura local, para montar o seu próprio estúdio e dedicar-se em exclusivo à produção de música.
“A grande diferença em termos de posicionamento”, adianta-nos Fortes Pakeong Sequeira, fundador da banda, “é começarmos a olhar mais para nós como um produto cultural que pode gerar rendimentos complementares para além dos concertos”. pakeong fortes sequeira
Por isso mesmo, os Blademark querem iniciar a produção de merchandising próprio da banda, como t-shirts ou outros gadgets. “É a nossa bandeira. É a marca da nossa banda. Além da música queremos criar coisas que as pessoas usem, agarrem e sintam.”
Para já, as pessoas podem sentir três músicas do EP que os Blademark esperam que esteja concluído este Verão: duas em Mandarim que servem como “um ‘olá’ ao público do outro lado das Portas do Cerco”, como adianta Fortes, e que se chamam “Just a little thing” e “Livin’ Off The Wall”, e uma em Cantonês, “Rainy Night Dream”, numa sentida homenagem à mãe de Fortes.
“A minha querida mãe faleceu em Outubro de 2013. Não há dor maior que esta na vida. Nos dias que se seguiram sentia-me com um patinho perdido às voltas no lago. Felizmente esses dias passaram e a minha tentativa foi a de transformar o negro em energia positiva, para ser capaz de enfrentar com coragem desafios ainda maiores que esse grande mundo com certeza tem para mim.”

Cresçam e apareçam

Sabemos que não é fácil viver como artista em muitos sítios e em Macau não é excepção, mas quisemos saber como Fortes Pakeong lida com isso. A exiguidade do local é claramente um dos principais problemas: “Não é fácil. Não temos estruturas sociais de apoio”, pois a mentalidade não ajuda. “Artista? Os locais são capazes de reconhecer valor artístico a músicos de Hong Kong, da China ou de outros lados, mas com os daqui é diferente. Olham para nós e acham ‘tu és apenas o meu vizinho…’”.
Fortes Pakeong, todavia, assume a inexistência de uma cultura rock em Macau, “As pessoas têm dificuldade em entender a cultura rock porque a verdade é que apesar de alguns ouvirem as músicas e irem aos concertos, acho que não entendem o que estamos a fazer. E não entendem porque precisam de crescer culturalmente”, rematou.

Artistas unam-se

Umas das preocupações de Fortes Pakeong é o isolamento a que muitos criadores se votam. Para ele, os artistas têm de fazer mais, de cooperar mais, não sendo correcto assacar sempre as culpas ao Governo. Segundo ele, o Governo até tem desenvolvido uma acção positiva ao “disponibilizar financiamento e criar acções de apoio”. Contudo, diz o músico, as pessoas trabalham demasiado em pequenas ilhas isoladas e colaboram de menos.
“Claro que podemos e devemos fazer espectáculos e eventos a solo, mas também devemos pensar em formas de colaboração mais abrangente. Alguns preocupam-se apenas em receber os subsídios e fazerem as coisas para eles próprios em vez de criarem bases para o nosso futuro. Isso é muito errado.”
Depois da nossa entrevista, Fortes Pakeong tinha ir para um concerto privado, um lançamento de produto, num dos hotéis do Cotai, pois assim se vão pagando as contas. Enquanto não temos datas ao vivo dos Blademark para anunciar, fique com um excerto da letra de “Rainy Night Dream”, um tema, tal como os outros dois, disponível na internet.

“(…) On the day when all was gone
Only left an unfinished dream
Who can understand?
A million words hidden in my heart
Hard to be burnt, in this broken dream
I wish for a reunion with you, in heaven (…)”

26 Jan 2016

Kubilai

* José Carlos Tiago de Oliveira

[dropcap style=’circle’]1[/dropcap]Jorge Luis Borges escreveu 1 conto sobre o reviver duma metáfora.
Primeiro, Coleridge sonha com 1 palácio e escreve 1 poema (fica
incompleto pois alguém o interrompe)
anos depois, 1 arqueólogo na Rota da Seda descobre o palácio do soberano mongol
a mesma abstracção reencarna 2 vezes do mundo platónico

2
na UNL conheci 1 historiador do planalto algarvio, que defende a tese
no Clube Militar Naval. encontro a namorada dele, Helena de
Gubernatis, na rua, e explica-me onde jaz o Palácio de Belmonte,
então ruína, hoje hotel, a mil euros por noite. quando lhe pergunto
pelo historiador, responde — larguei essa besta
revejo-a no aeroporto, com o jornalista JMF. hoje, no facebook, leio o
nome dele e o epíteto do historiador

3
será, como em JLB, uma história onde aparecem os palácios e a reiteração?

4
estas histórias porém, não acabam gloriosamente. quando volto ao
palácio, desencontro-me do milionário, único sobrevivente da família
chacinada em Buchenwald, por isso grandioso no soerguer das ruínas…
quanto a H de G, contemporânea do liceu francês e da nova, não me
reconhece nas fotos do facebook, e não fui até hoje digno da sua
amizade…

5
o estruturalismo de Lévy-Strauss aplica a teoria dos grupos às tribos
amazónicas. matéria que estudei no forte, então prisão, hoje museu, de
Luanda. discípulo de Borges (cujos ciúmes tentei despertar, dedicando
1 texto a Maria Kodama, a aluna pálida como o Japão e com cabelos
verdes como Baudelaire), aplico a doutrina de LS a literatura com
ilustrações arquitectónicas portentosas

6
matéria que discuti com Mesquitela Lima e Carlos de Jesus, num outro
hotel, onde contemplamos a chegada de Savimbi, com a Primeira Dama que
viria a sacrificar, por estar em relações íntimas com 1 major
dependente da CIA

7
Shakespeare tem 1 peça, Macbeth, onde alguém sonha que outrem o envenena, e
assim acontece antes de cair o pano

8
Que tal?

25 Jan 2016

Benfica derrota Monte Carlo por 1-0 e divide liderança com Sporting e C.P.K

A segunda jornada da Liga de Elite não trouxe surpresas com os favoritos a fazerem jus à sua condição. O C.P.K assinou a goleada da jornada ao vencer o Kei Lun por 6-0, enquanto o Sporting ultrapassou a Polícia com dois golos sem resposta. O Benfica, não obstante as dificuldades, levou a melhor sobre o Monte-Carlo num jogo morno apesar do vento e do frio que se fizeram sentir e que a todos contaminou. Era a partida da jornada, entre dois candidatos ao título, pelo que derrota podia implicar o próprio campeonato. Sorriu a vitória ao Benfica. Podia ter sido ao contrário. Jogo equilibrado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Benfica entrou decidido a controlar o jogo, a pressionar no campo todo e com um jogo apoiado de passe curto para tentar chegar à área do Monte Carlo e assim, logo aos sete minutos surgia um remate perigoso de Filipe Duarte na sequência um canto; aos oito mais um canto e um cabeceamento ao lado. O monte Carlo jogava no contra-ataque com uma linha compacta de cinco defesas e um líbero e três homens no meio campo a apoiarem o avançado Ristof, sempre muito apertado entre os defesas do Benfica. O relvado em bastante mau estado, muito lento, também não dava hipóteses de um futebol muito agradável, obrigando a mais passes longos e menos habilidades no solo. Mas este foi um capítulo menos na equipa do Benfica que falhou muitos passes e recepções.
O primeiro ataque com algum perigo do Monte Carlo surgiu aos 11 minutos numa tentativa de isolamento de Ristof. Na resposta o Benfica tem um remate perigoso na área do Monte Carlo e aos 20 minutos um remate falhado da equipa encarnada permite novo contra-ataque do Monte Carlo mas desperdiçado com um remate de Ristof quase à queima roupa e uma boa defesa de Ricardo Torrão.
O Monte Carlo ainda teve um golo anulado por fora de jogo e, perto da meia hora, uma escapada de Ibe pelo lado direito do ataque do Benfica que aquele culmina com um centro com conta peso e medida para Marco Rios falhar de cabeça à boca da baliza. Aos 36 minutos uma excelente infiltração pelo lado esquerdo de Marco Rios que dá de bandeja a Góis para este rematar ao lado.
O Benfica continuava o seu futebol apoiado alternando com passes para os espaços vazios mas grandes dificuldades de concretização enquanto o Monte Carlo se limitava a aproveitar as hipóteses que ia tendo de contra-ataque com passes longos para um Ristof muito sozinho e que raramente conseguiu incomodar a defesa do Benfica.
A fechar a primeira parte, o Benfica ainda beneficiou de um livre perigoso do lado esquerdo, bola colocada a pingar para área para dois jogadores do Benfica isolados que ainda assim conseguiram falhar de novo.

Canários activos

A segunda parte abriu com um Monte Carlo mais afoito num sistema de 4-3-3 que às vezes se transformava no 3-4-3 e, logo no primeiro minuto de jogo, uma jogada rápida do lado direito do ataque do Monte Carlo com cruzamento perfeito para o segundo poste e, quando tudo indicava que bastava encostar, Julyan a cerca de meio metro da baliza conseguiu atirar ao lado.
O Benfica também trazia alterações tácticas para a segunda parte com uma espécie de 4-1-2-3. Mas o Monte Carlo tinha passado da posição de espectador da primeira parte para activo participante no jogo e aos 58 minutos consegue uma sucessão de cantos e um remate perigoso. O Benfica parecia estar a perder o controlo do meio campo que tinha conseguido na primeira metade e o Monte Carlo ia-se aproximando mais da baliza encarnada; aos 60 minutos beneficia de mais um livre perigoso a cerca de 10 m da entrada área que proporcionou ao guarda redes encarnado a defesa da tarde já que a bola ia direita ao gaveto.
Aos 77 minutos poderá ter acontecido o momento do jogo com a entrada de Adilson a substituir Marco Rios já que três minutos depois o brasileiro acabaria por dar a vitória ao Benfica numa jogada de insistência após um mau alívio da defesa do Monte Carlo. Adilson estava atento, foi por ali dentro, fintou o guarda-redes e atirou a contar.
Até ao final o Monte Carlo continuou a pressionar o Benfica mas já era tarde. As suas aspirações para a vitória do campeonato podem ter ficado comprometidas já que, devido ao reduzido número de equipas em prova, uma derrota com o rival directo, ao que se soma a derrota na primeira jornada, normalmente não permitem grandes ilusões.

Henrique Nunes: “Representar Macau na AFC é o nosso grande objectivo

Relativamente ao jogo, o treinador encarnado considerou que “foi um jogo difícil contra um boa equipa. O vento não ajudou e ambas as equipas tiveram de se adaptar. Estava à espera de passarmos um mau bocado mas acabámos por ser felizes e penso que a existir um vencedor teríamos de ser nós mas tenho de reconhecer que o adversário fez um belíssimo jogo e falhou um golo incrível.”
Henrique Nunes queixa-se das condições de treino, pois só depois do início do campeonato a equipa entrou num campo de 11 com balizas de 11, mas mantém-se positivo: “Reconheço que o Benfica não tem tantas opções como nos anos anteriores mas acredito que podemos chegar ao primeiro lugar e representar Macau na AFC que é o nosso grande objectivo. Ou seja, não temos muitas opções mas boas opções.”

Alison Brito: “Ir para cima deles”

Adilson relata o golo assim: “Foi um ressalto feliz. O meu colega Edgar conseguiu cabecear a bola para trás e eu já sabia que isso acontecer, posicionei-me para receber a bola, fintei o guarda-redes e depois foi só marcar.
Quisemos ainda saber o que lhe disse Henrique Nunes antes de entrar: “pediu-me para me colar ao lado esquerdo para fazer o que tenho feito nos treinos, ou seja, ir para cima do adversário e tentar fazer golos.”

Cláudio Roberto: “Sorte é o encontro da competência com as oportunidades”

O treinador do Monte Carlo alertou para o facto de ser “uma equipa em formação pelo que é natural que as coisas ainda não estejam assim tão bem. Acho que estamos a crescer, não sei se ainda podemos pensar no título mas acreditamos que sim. Confrontado com uma hipotética falta de sorte da equipa, Cláudio Roberto teve uma saída expressiva: “não é uma questão de falta de sorte que temos tido. Para mim sorte é o encontro da competência com as oportunidades. Temos tido as oportunidades não temos tido a competência. Temos de trabalhar mais e ter mais calma. Relativamente à alteração táctica para a segunda parte, Cláudio Roberto justificou da seguinte forma: “estávamos a jogar contra o vento na primeira parte e, por isso, reforçámos a defesa. Na segunda avancei o Anderson, que tem características polivalentes, para termos mais volume de jogo. Mas nem sempre o que idealizas consegue surtir efeito na prática”, lamentou-se.

25 Jan 2016

Novo Bispo toma posse e aprende Português

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]novo Bispo de Macau, Stephen Lee, tomou posse no sábado, numa cerimónia na Sé Catedral em que expressou “respeito pela cultura portuguesa, tradição e costumes de Macau”. Stephen Lee, que era bispo auxiliar de Hong Kong, é o primeiro bispo de Macau a não dominar o Português, sendo antes fluente em Chinês, Inglês e Espanhol.
Tendo em consideração as características da congregação, a que pertencem vários fiéis lusófonos, Lee proferiu um curto discurso em Língua Portuguesa, numa cerimónia que decorreu maioritariamente em Chinês, com traduções também em Inglês.
“Gostaria de dizer algumas palavras em Português. Desculpem os meus erros de pronúncia, aprendi a língua apenas há alguns dias. Tento aprender a língua para mostrar que amo as pessoas que falam Português e gostaria de continuar a ir ao encontro de todos. Respeito a cultura portuguesa, a tradição e costumes de Macau. Agradeço a vossa presença aqui”, disse Stephen Lee, na Igreja Matriz de Macau que se apresentava cheia.
Após ser empossado, Stephen Lee cumprimentou os fiéis, incluindo o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, o Cônsul-geral de Portugal, Vítor Sereno, e alguns deputados.
No final da cerimónia, o novo bispo manifestou-se “muito comovido com os sentimentos que as pessoas demonstraram, o apoio, as orações”. “[São] sentimentos de muita devoção, estou muito feliz de estar aqui”, disse.
Questionado sobre o seu esforço para comunicar em Português, Lee disse ter começado agora a aprender a língua. “Comecei ontem apenas. A tradição é muito forte aqui e acho que é simpático aprender para chegar a todos”, justificou.
Para a sua missão em Macau destacou a importância de “unir, procurar santidade e propagar a fé a mais pessoas, porque há muito poucos católicos aqui”.
Sobre o papel de Macau – o berço do catolicismo no Oriente – na relação entre a Igreja e a China, Lee disse apenas que “é difícil”. “A minha atenção vai para a diocese de Macau, acho que é isso que o Santo Padre quer”, rematou.

Dia de aniversário

A tomada de posse do novo Bispo coincidiu com o aniversário da Diocese, que celebra 440 anos de existência, sendo a primeira diocese do Extremo Oriente da era moderna e ainda em funcionamento – a primeira foi a Arquidiocese de Pequim, erguida em 1307, seguida da diocese de Quanzhou, mas ambas desapareceram ao fim de pouco tempo.
Sobre este aniversário, o Bispo demissionário, José Lai – que deixou o cargo por motivos de saúde – lembrou a intenção do Papa Gregório XIII, seu fundador: “Queria que esta diocese fosse uma plataforma para o intercâmbio cultural e académico entre Oriente e Ocidente. Além disso, a diocese tem uma missão de evangelizar estes povos desta terra do extremo Oriente”.
Na sexta-feira, após um encontro com o novo Bispo, o Chefe do Executivo comprometeu-se a “respeitar a liberdade de crença religiosa”, bem como a “manter a cooperação com a diocese no sentido de, com mútuo apoio, continuar a servir a população local”.

25 Jan 2016

Orçamento de 2014 aprovado

[dropcap style =’circle’]O[/dropcap] projecto de resolução do orçamento de 2014 foi aprovado na generalidade e especialidade pela Assembleia Legislativa, na passada sessão plenária, que decorreu ontem. Apesar das falhas apresentadas pelo deputado e presidente da 3.ª Comissão Permanente, Cheang Chi Keong, tanto nesta como em outras sessões plenárias – como a taxa baixa de execução do PIDDA, por exemplo – o projecto foi aprovado com 29 votos por todos os deputados presentes no plenário.

22 Jan 2016

China confiante na diversificação económica em Macau

[dropcap style=’circle’]Y[/dropcap]ao Quin, subchefe do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, afirmou que a Administração Nacional do Turismo vai reunir com Macau em Fevereiro próximo, para reforçar a promoção da criação do Centro de Lazer e Turismo. As declarações foram dadas ao jornal Ou Mun, onde o subchefe indica ainda que o Governo Central irá continuar a apoiar a diversificação económica de Macau.
O representante indicou que de acordo com o rápido desenvolvimento económico em Macau nos últimos anos, muitos problemas surgiram, como por exemplo, o preço alto para o imobiliário, a dificuldade de recrutamento para as pequenas e médias empresas (PME) e o aumento dos orçamentos empresariais. “Até 2015 a economia de Macau apresentava quedas – o Produto Interno Bruto perdeu 25% só o ano passado – mas é um declínio positivo pois Macau terá mais espaço para melhorar e voltar a subir.” Especialmente, defendeu, nos sectores como o Jogo e serviços que possam reforçar o desenvolvimento da diversificação económica. dólar-de-macau-patacas-9957290
Yao Quin sublinhou que o Governo Central se preocupa com a situação económica de Macau: se, por um lado, exige que Macau continue a construir “Um Centro para a Lusofonia”, para aumentar a diversidade, por outro, quer que a Administração aposte na construção do Centro Internacional de Turismo e Lazer. Tendo em conta a criação da comissão para o assunto, presidida por Chui Sai On, Chefe do Executivo, a Administração Nacional do Turismo irá ter uma reunião com a RAEM para discutir sobre os trabalhos de promoção, reforçadamente, o Centro de Lazer e Turismo, nos últimos dias de Fevereiro próximo.

Mais capaz

“Embora o número de turistas não tenha aumentado muito, a permanência é por mais tempo. A qualidade dos turistas também tem aumentando e, neste momento, há mais turistas que viajam só para Macau, contrastando com o que se verificava antigamente em que o território era local de visita juntamente com Hong Kong. Tudo isto garante a Macau a sua capacidade para se assumir como um Centro Mundial”, avançou.
O subchefe frisou ainda que o território está no caminho certo para criar um Centro de Distribuição Alimentar de Produtos Lusófonos, podendo, quando pronto, oferecer serviços às PME. Macau pode ainda, apontou, ter um papel fundamental no futuro Centro de Exposição dos Comércios Luso-Chineses, como plataforma de “liquidação internacional de renminbi com os países lusófonos”.
Yao Quin termina a explicar que “a 5ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa será realizada no quatro trimestre do ano, com novas actividades para reforçar o papel de Macau”.

22 Jan 2016

Lançados mais 153 serviços no âmbito do CEPA

[dropcap style = ‘circle’]O[/dropcap] Governo Central vai lançar mais 153 serviços para Macau a partir de Junho, através do Acordo sobre Comércio de Serviços no âmbito do Acordo Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre a China e a RAEM. Sou Tim Peng, director da Direcção dos Serviços de Economia, indicou que “os negócios e as actividades comerciais entre a China e Macau vão ser mais fáceis com o lançamento destas medidas”. “Os investidores de Macau podem entrar o mercado chinês com mais confiança”, disse. Na mesma conferência, Sun Min, director para os Assuntos de Taiwan, Hong Kong e Macau do Departamento do Comércio da China, indicou que “o investimento de empresas de Macau em Guangdong duplicou depois da assinatura do Acordo entre o Interior da China e Macau sobre a Concretização Básica da Liberalização do Comércio de Serviços em Guangdong”, tendo sido criados 151 projectos de investimento na zona de Comércio Livre de Guangdong. As regiões que mais beneficiaram foram Guangzhou e Zhuhai, com 846 milhões de reminbis.

22 Jan 2016

Tabaco | Sete mil infracções à lei durante o ano passado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) anunciaram que foram registadas, ao longo de 2015, quase sete mil infracções à lei anti-tabaco, em vigor há quatro anos. A esmagadora maioria (99,4%) diz respeito a infractores individuais – apanhados em fumar em locais proibidos –, aos quais se somam 33 casos de venda de produtos de tabaco que não satisfaziam as normas de rotulagem e seis em que os estabelecimentos de disponibilizavam tabaco por meios directamente acessíveis aos compradores.
Os números referentes a 2015 elevam o universo de infractores multados pelas autoridades para 31.126 desde a entrada em vigor da lei. Só este ano, os SS indicam que foram realizadas 289.300 inspecções a estabelecimentos, ou seja, uma média de 792 por dia. A maioria dos infractores detectados em 2015 é do sexo masculino (6445 ou 92,9%) e residente de Macau (4242 multas ou 61,2%). Em 314 casos foi necessário o apoio das forças de segurança, refere o organismo.

tabaco
Os cibercafés mantêm-se no topo dos locais onde foram detectadas as infracções, com 1376 casos (19,7%), seguidos dos parques/ jardins e zonas de lazer, com 902 casos (12,9%) e lojas e centros comerciais, com 845 casos (12,1%), segundo os SS, que não especificam onde foram detectadas as restantes irregularidades.
Desde o início do ano passado, 5636 pessoas (80,8%) pagaram entretanto a multa. A Lei da Prevenção e Controlo do Tabagismo entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2012. Em 2015, entrou em vigor a proibição total de fumar em bares, salas de dança, estabelecimentos de saunas e de massagens.
No que toca ao cumprimento da lei nos casinos, os SS dão conta de 424 inspecções efectuadas em 2015 em conjunto com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, dando conta de 490 acusados de infringirem a lei, sendo que a maioria eram turistas (392 ou 80%).
Actualmente, encontra-se em sede de análise pela 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa uma alteração ao Regime de Prevenção e Controlo de Tabagismo para implementar a proibição total de fumar nos casinos.

22 Jan 2016

Segurança | Wong Sio Chak fala de grandes avanços em 2015

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, afirma ter criado “três novas linhas conceptuais” só no ano passado. Estas incluem “o policiamento activo, o policiamento comunitário e policiamento de proximidade”, que foram, de acordo com o responsável, essenciais para executar a lei de forma “efectiva”. O responsável confirma ainda que a sua tutela se empenhou bastante para cumprir aquilo a que se dispôs.
“Durante o mesmo ano, todos os serviços sob a minha tutela têm executado de forma activa o novo modelo de policiamento moderno, no âmbito do qual se vem promovendo a rigorosa execução da lei, perseguindo com eficiência os crimes, salvaguardando a segurança e a ordem pública da sociedade, protegendo os direitos legítimos dos cidadãos e dos turistas”, disse no discurso feito durante um jantar com a imprensa. Wong Sio Chak acrescentou que a sua Secretaria “não se inibiu” de enfrentar questões civis: “pelo contrário empenhámo-nos na firme resolução dos problemas surgidos, colaborámos integralmente com o Comissariado contra a Corrupção nos trabalhos de investigação criminal em que estiveram envolvidos agentes das forças de segurança”.

22 Jan 2016

Guitarra clássica em São Domingos

[dropcap style= ‘circle’]E[/dropcap]ste sábado a igreja de São domingos acolhe um programa muito especial: um concerto para guitarra clássica pela Orquestra de Macau dirigida pelo maestro Nabil Shehata, tendo Yang Xuefei como solista de guitarra. Nascido no Kuwait mas radicado na Alemanha, Nabil é actualmente maestro da orquestra de câmara de Munique e estreou-se recentemente como solista e maestro da Orquestra Sinfónica de Dusseldórfia. Yan Xuefei, actualmente a guitarrista mais marcante da China, nasceu em Pequim logo a seguir à Revolução Cultural, uma época em que os instrumentos e a música ocidentais eram banidos, sendo por isso protagonista de uma história de conquistas e pioneirismos: foi a primeira guitarrista a entrar numa escola de música na China e a primeira a lançar uma carreira internacional. Neste concerto serão interpretados um eterno clássico, o Concerto de Aranjuez de Joaquin Rodrigo, a Sinfonia N.º 29 de Mozart e as Bachianas Brasileiras N.º 2 de Heitor Villa-Lobos.  A não perder, no próximo sábado, pelas 20h00. A entrada é gratuita.

22 Jan 2016

Caso Alan Ho rebentou com denúncia anónima em 2014

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] caso da rede de prostituição do Hotel Lisboa, que está em julgamento, foi, de acordo com o agente da Polícia Judiciária responsável pelo caso, denunciado de forma anónima em Abril de 2014. De acordo com declarações do agente na sessão de ontem do julgamento, este foi o momento determinante para o início da investigação, cita a rádio Macau.
A denúncia fala da então vice-gerente do hotel e a segunda arguida do processo, Kelly Wang. De acordo com notícia da Rádio Macau, alegava-se que Wang estaria a receber despesas de protecção das prostitutas que trabalhavam no Hotel Lisboa. O principal meio de investigação até ao momento são escutas telefónicas aos suspeitos. No testemunho do agente da PJ, Kelly Wang surge como a pessoa que controlava a rede de prostituição em articulação com proxenetas. Wang cobrava 150 mil yuan às mulheres que queriam oferecer serviços sexuais no Lisboa. O agente da PJ referiu também que, durante um período em que Kelly Wang esteve doente, a gestão da entrada e saída das raparigas passou para as mãos de Alan Ho e Peter Lun, gerente geral do espaço. MACAU-CRIME-PROSTITUTION-CASINO
Nas escutas, a PJ monitorizou uma gravação de uma das prostitutas que fora enviada a Alan Ho, onde esta lamentava a cobrança da verba, pedindo que o director-executivo do Hotel Lisboa se inteirasse da situação, justificando que a empresa estava a perder dinheiro.
Foi também através das escutas telefónicas que a PJ chegou às contas bancárias utilizadas por Kelly Wang e pelo marido. Dados fornecidos pelas autoridades chinesas mostram movimentos nestas contas, mas os dados apresentados foram contestados pelos advogados de defesa, que entendem que não devem ser admitidos como meio de prova. Os juristas alegam que os documentos não estão devidamente autenticados, não se sabendo quem os fez nem quando foram elaborados. O colectivo de juízes remeteu uma decisão sobre a matéria para mais tarde.

22 Jan 2016

Financiamento a Angola prevê criar 365.000 empregos

[dropcap style = ‘circle’]A[/dropcap] Linha de Crédito da China (LCC) a Angola vai financiar 155 projectos com 5,2 mil milhões de dólares, a executar por empresas chinesas, estimando o Governo angolano a criação de quase 365.000 empregos.
A informação consta do plano operacional da LCC, elaborado pelo Governo angolano com as obras a realizar pelas empresas chinesas ao abrigo deste financiamento, fechado durante a visita de Estado de José Eduardo dos Santos à China, documento ao qual a Lusa teve ontem acesso.
O sector da energia e águas lidera, em termos dos montantes a investir, entre nove sectores, com 2.174.238.412 dólares alocados para 34 projectos.
Neste sector, só o projecto para reabilitação e reforço do sistema de abastecimento de água na província de Cabinda, a desenvolver em 18 meses, vai custar 209 milhões de dólares e gerar, na perspectiva do Governo angolano, 42.421 empregos.
O sector da construção contará com 33 projectos, mobilizando 1.644.282.124 dólares.
O sector da educação é o que concentra o maior número de projectos, num total de 55, sobretudo a construção de escolas, num investimento global de 373.348.412 dólares.
A província de Luanda vai mobilizar cerca de um quinto do total do investimento, com 1.026 milhões de dólares em 18 projectos, seguida do Huambo, com 776 milhões de dólares e 12 projectos.
O documento é acompanhado por uma lista com 37 empresas chinesas “recomendadas para o mercado angolano”, ao abrigo da LCC.
china angola
Apesar de executados por empresas chinesas, o Governo angolano garantiu anteriormente que estes projectos terão também uma incorporação maior de materiais e empresas nacionais, face às linhas de crédito anteriores.
O Governo angolano anunciou a 15 de Outubro que o acordo estabelecido com a China em Junho previa a atribuição a Angola de um crédito a rondar os seis mil milhões de dólares, a aplicar em investimento público no país.
A informação foi prestada na Assembleia Nacional pelo vice-Presidente da República de Angola, Manuel Vicente, em representação do chefe de Estado, na anual mensagem sobre o estado da nação.
“Contraíram-se também créditos à China no valor de aproximadamente seis mil milhões de dólares norte-americanos, destinados a investimento público nos domínios da educação, saúde, água, energia eléctrica e estradas, tendo sido já aprovado pelo executivo o plano operacional para assegurar a execução de projectos identificados em 2016 e em 2017”, disse Manuel Vicente.
Angola enfrenta uma crise financeira e económica devido à forte quebra da cotação internacional do barril de crude no mercado internacional, o que provocou também uma crise cambial, pela redução de entrada de divisas no país.

22 Jan 2016

China já é o maior gerador mundial de energia solar

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China superou a Alemanha como o maior gerador mundial de energia solar, com 43 gigawatts de capacidade instalada no final de 2015, segundo dados publicados ontem pela Associação da Indústria Fotovoltaica do país asiático.
O país acrescentou 15 gigawatts à sua capacidade de geração, um aumento de 40 por cento face ao início do ano passado e que lhe permite superar a maior economia da zona euro, que tem 40 gigawatts.
“Uma coisa é a instalação, outra coisa é a utilização”, apontou à Lusa o consultor e especialista em alterações climáticas português Renato Roldão, radicado em Pequim há quase uma década.
Ao contrário da Europa – explicou o técnico português -, a China carece de um sistema de consumo de energia que cobre um valor adicional a quem consome energia produzida a partir de combustíveis fósseis.
Como resultado, “o desperdício é enorme”.
Cerca de dois terços da energia consumida no país assentam no carvão, apesar de este ser o maior investidor em energias renováveis entre as nações em desenvolvimento – 89 mil milhões de dólares, só em 2014. o desenvolvimento de energia solar na china
A ambição do “gigante” asiático é potenciar a sua capacidade instalada para que em 2020 15% do total da energia consumida no país proceda de fontes limpas.
A Administração Nacional de Energia da China prevê triplicar a capacidade de geração de energia solar instalada até aos 150 giga watts, nos próximos cinco anos.

22 Jan 2016