Xi Jinping em visita de Estado para consagrar “era de ouro” com Reino Unido

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente da China inicia amanhã uma visita de quatro dias ao Reino Unido, em que a questão dos direitos humanos deve ser ofuscada pelas relações económicas favoráveis a uma “era de ouro” entre os dois países.
A imprensa oficial chinesa insistia ontem que a visita de Estado de Xi Jinping, que decorre entre terça e sexta-feira, a primeira de um chefe de Estado chinês ao Reino Unido desde 2005, vai marcar o início de uma “década de ouro” nas relações sino-britânicas.
As relações diplomáticas entre os dois países arrefeceram em 2012, depois de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ter recebido o Dalai Lama, em Londres.
Londres esforçou-se por reverter essa situação, com simbólicas decisões, como a de se tornar o primeiro país ocidental a pedir para aderir ao Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), impulsionado por Pequim, um gesto que agradou tanto à China como desagradou aos Estados Unidos que, a par do Canadá e Japão, ficaram de fora.

O príncipe em Buckingham

Durante a visita de Xi Jinping – que vai ficar com a sua esposa, Peng Liyuan, alojado no Palácio de Buckingham, como dita a tradição para as visitas de Estado – espera-se a assinatura de acordos económicos e também de cariz cultural.
“Nós encorajamos o investimento e a China investe mais na Grã-Bretanha do que noutros países europeus”, congratulou-se David Cameron.
Por sua vez, o embaixador da China em Londres, garantiu que o Reino Unido “está em vias de se tornar no líder na Europa e em todo o Ocidente” referindo-se às relações com o seu país.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e o ministro da Economia britânico, George Osborne, já exibiram, no mês passado, em Pequim, essa sintonia com a assinatura de 53 acordos, incluindo vários que visam usar a “City” londrina como ponte para a internacionalização da moeda da segunda maior economia mundial, o yuan.
Espera-se, portanto, que a visita de Xi sirva para amadurecer esses acordos, que incluem projectos de envergadura como a construção da primeira central nuclear desenhada e operada pela China em solo ocidental e de linhas ferroviárias de alta velocidade.
Todos esses assuntos vão ser abordados na reunião entre Xi e Cameron, um dos pontos-chave da agenda do chefe de Estado chinês, a qual contempla também encontros com líderes de outros partidos e empresários.
Está também previsto que profira um discurso no Parlamento, uma visita a Manchester e uma cerimónia de boas-vindas da rainha Isabel II no Palácio de Buckingham.
Com efeito, foi já notada pela imprensa britânica a ausência do príncipe Carlos no banquete oficial, para o qual são esperados o príncipe William e a sua esposa, Kate Middleton, de acordo com o programa oficial apresentado em Londres.
Próximo do Dalai Lama, o príncipe Carlos mantém historicamente relações tensas com os presidentes chineses.
Por exemplo, nunca foi à China e já tinha faltado aos jantares oficiais com Jiang Zemin em 1999 e Hu Jintao em 2005.

19 Out 2015

Dez pessoas multadas em 14 ME por irregularidades na bolsa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China (CRMV) vai punir dez pessoas com multas que ascendem a 100 milhões de yuan pelo uso de informação privilegiada e difusão de rumores falsos na bolsa, informou sábado a imprensa oficial chinesa.
O regulador não especifica, contudo, quando foram praticadas as referidas infracções – agora punidas –, embora a perseguição de más práticas se tenha intensificado sobretudo devido à crise que afectou as bolsas chinesas durante o Verão.
Essas actividades prejudicaram os interesses legais dos investidores, alteraram o normal funcionamento do mercado e confundiram quem nele opera, assinalou a Comissão Reguladora.
Segundo a imprensa oficial, o organismo regulador também vai proibir dois dos sancionados de voltarem a operar nos mercados bolsistas.
Essas duas pessoas, tal como outras sete, ter-se-ão aproveitado, segundo o regulador, de informação privilegiada para efectuar transacções vantajosas. Já uma outra foi punida por ter divulgado na Internet informação falsa sobre uma firma financeira que havia recomendado aos investidores que vendessem as suas acções, o que provocou o pânico no mercado, de acordo com a CRMV.
Mais de uma dezena de altos funcionários de firmas financeiras, bem como da CRMV, foram detidos desde a crise bolsista na China no Verão.
Esta semana, o Conselho de Estado chinês destituiu o presidente adjunto da CRMV, Zhang Yujun, recentemente alvo da abertura de uma investigação por suspeitas de corrupção.
Aquando do anúncio da investigação, em meados de Setembro, a Comissão Central de Controlo e Disciplina do Partido Comunista chinês referiu, em comunicado, que Zhang Yujun é suspeito de “graves violações da disciplina”, utilizando a terminologia que descreve habitualmente os casos de corrupção.

19 Out 2015

Instituto Cultural assina acordos de cooperação em Lisboa

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] presidente do Instituto Cultural de Macau, Ung Vai Meng e o director geral do Livro e Arquivos e das Bibliotecas, Silvestre de Almeida Lacerda formalizam esta terça-feira no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa, um Memorando de Entendimento entre a RAEM e Portugal no domínio dos Arquivos.
O Memorando de Entendimento tem por objectivo promover uma candidatura conjunta da RAEM e Portugal, da Colecção “Chapas Sínicas” ao Programa Memória do Mundo da UNESCO, segundo um comunicado do IC.
A colecção é composta por mais de 3600 documentos (em documentos individuais e em forma de registo) provenientes da Procuratura do Leal Senado de Macau e faz parte do acervo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Documentam e ilustram as relações luso-chinesas desenvolvidas entre o procurador do Leal Senado de Macau e as diversas autoridades chinesas, abrangendo cronologicamente um período entre 1693 e 1886.
Os assuntos e temas são referentes aos mais diversos aspectos das relações entre as autoridades portuguesas e chinesas, nomeadamente no que diz respeito a questões de justiça e de jurisdição (aplicação da justiça chinesa em Macau, jurisdição sobre os estrangeiros de Macau, casos legais e de ordem pública), assuntos económicos e de comércio (fiscalidade, designadamente o foro do chão, a proibição do ópio, contrabando, mercadores), problemas religiosos (a missão clandestina na China, a repressão contra os católicos chineses, selecção de missionários e evangelização), as relações diplomáticas (entre Macau e os países asiáticos e europeus, nomeadamente a Inglaterra e a sua presença em Macau, circulação de estrangeiros, o envio de embaixadas), ou a navegação dos mares e utilização de portos (combate à pirataria, embarcações, naufrágios e náufragos, tributos à navegação). São igualmente frequentes as situações referentes a obras em edificações, quer civis quer militares, e a construção clandestina, acrescenta o comunicado.

Protocolo de Cooperação

Para além deste memorando, Ung Vai Meng e o presidente do Centro Científico e Cultural de Macau, Luís Filipe Barreto assinam no dia 21 deste mês um Protocolo de Cooperação entre as duas Instituições no sentido de aprofundar as relações entre a RAEM e Portugal, através do intercâmbio de informação e colaboração na promoção e divulgação das acções de ambas as instituições, actividades de co-edição de estudos, fontes, artigos, catálogos, em línguas portuguesa, chinesa e inglesa, assim como actividades conjuntas, informa o IC.
Segundo o comunicado, há já uma acção agendada para o próximo ano, que passa por levar a Portugal a Exposição Refugiados de Xangai – Macau – 1937-1964″, actualmente patente ao público no Arquivo Histórico de Macau.

19 Out 2015

Prevista tendência de encerramento de restaurantes em 2016  

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação Comercial Geral de Pequenas e Médias Empresas de Macau prevê uma tendência de fecho dos pequenos restaurantes no próximo ano, caso a economia de Macau não melhore. Segundo o Jornal Ou Mun, o presidente da Associação, Fong Kin Fu, afirmou que os negócios de todos os estabelecimentos de comida e bebida estão já a cair, sobretudo os da ZAPE, que estão a sofrer um impacto maior, já que “nas horas de jantar os clientes diminuíram de forma larga”. Fong aponta ainda que o consumo diminui muito. “Antes as pessoas jantavam fora quatro a cinco noites por semana, agora apenas uma a duas vezes, têm mais cautela no consumo.” Além disso, o presidente referiu que muitos restaurantes foram frutos de investimento de salas VIP, pelo que não se importavam com a renda alta, mas o volume de negócios destas também retrocedeu. Fong regista uma queda de 40 a 50% nos restaurantes japoneses, por exemplo, quando a renda continua alta. Fong Kin Fu prevê que, caso a economia não melhore no final do ano ou no início do próximo ano, os negócios de restauração podem mesmo vir a encerrar, como já aconteceu esporadicamente.

16 Out 2015

Funcionário do CCAC saltou de edifício

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m funcionário do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) saltou do edifício onde se situa um dos Postos de Atendimento de Queixas do organismo, tendo morrido no local. Segundo um comunicado, o indivíduo, com cerca de 40 anos, caiu numa plataforma do edifício, onde se situa também o Ministério Público. As autoridades policiais refeririam que não tinha documentos de identificação consigo, mas mais tarde descobriram que era residente de Macau e funcionário do CCAC. Não se sabe ainda dos motivos para o suicídio, mas o CCAC assegura que vai cooperar com a PJ para os descobrir. O CCAC enviou ainda um comunicado onde envia pêsames à família.

16 Out 2015

Hong Kong | Sete polícias e activista do Occupy agredido acusados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] polícia de Hong Kong acusou ontem sete agentes por agressão contra um activista durante os protestos de 2014, mas este vai ser também acusado de violência e obstrução às autoridades, informou a imprensa.
Os sete agentes foram acusados no âmbito do ataque ao activista e membro do Partido Cívico Ken Tsang, na madrugada de 15 Outubro de 2014, há exactamente um ano.
“Sete polícias foram acusados em conjunto por causarem lesão corporal grave com intenção”, disse ontem um porta-voz da polícia citado pela AFP. Um deles enfrenta ainda a acusação de agressão comum, refere o South China Morning Post.
Os sete agentes saíram ontem em liberdade sob caução e vão comparecer em tribunal na próxima segunda-feira.

Em directo

O caso da agressão veio a público na sequência da divulgação de imagens da agressão pela estação de televisão local TVB.
As imagens mostram um grupo de homens, que se acredita serem polícias à paisana, a levarem Ken Tsang, algemado, para um canto escuro do Complexo de Tamar – uma das zonas ocupadas por manifestantes em protesto pelo sufrágio universal durante 79 dias. Um dos homens está em cima do activista a dar-lhe socos, enquanto outros três o atacam repetidamente ao pontapé.
As forças de seguranças de Hong Kong foram bastante criticadas pela demora no tratamento do caso. A agressão aconteceu em meados de Outubro e os agentes foram detidos e suspensos de funções no final de Novembro do ano passado.
Ken Tsang disse aos jornalistas que foi convocado pela polícia para se apresentar ontem numa esquadra para ser formalmente acusado.
O activista afirmou que enfrenta uma acusação de agressão e quatro de obstrução ao trabalho da polícia. Não foram especificadas as situações na base das acusações.
Ken Tsang criticou as acusações como “infundadas, excessivas, ridículas e contrárias aos factos”.
Além disso, considerou poder tratar-se de uma “tácica de relações públicas” e de uma manobra para “minimizar” o processo contra a polícia.
“Nada disto deveria estar a acontecer um ano depois. Sinto que o governo está apenas a tentar marcar uma posição ao deter-me”, afirmou.
Ken Tsang e os apoiantes reuniram-se, na noite de quarta-feira, no local do ataque realizado há um ano, para uma vigília contra a violência policial.

16 Out 2015

MUST apresenta seminário sobre indústrias criativas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ugusto Mateus, professor e antigo Ministro da Economia português, apresenta o seminário “Indústrias Criativas em Macau – uma plataforma estratégica nas relações económicas entre a China, a União Europeia e os Países de Língua Portuguesa”. Co-organizada pelo Albergue SCM e pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa), com o patrocínio da Fundação Macau, a palestra acontece pelas 15h00 na universidade.
“Tendo em conta a vasta experiência do professor Augusto Mateus no desenvolvimento de estudos estratégicos considerados de grande sucesso e no sentido de fortalecer a competitividade e acelerar a inovação com o sector cultural em Macau, será crucial para a aplicação de políticas concretas nas Indústrias Criativas na RAEM o seu contributo e inestimável conhecimento”, explica a organização em comunicado.
Augusto Mateus é formado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Finanças da Universidade Técnica de Lisboa, sendo ainda um reconhecido economista e presidente da Augusto Mateus & Associados, uma empresa de consultadoria.
Professor catedrático de Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão, Mateus lidera múltiplos estudos de macroeconomia e política económica, de avaliação de programas e políticas públicas e de competitividade de empresas e regiões. Foi Secretário de Estado da Indústria e Ministro da Economia do XIII Governo Constitucional, lançou o plano de regularização de dívidas ao Estado também conhecido como “Plano Mateus”. No domínio da reforma administrativa, coordenou o projecto de investigação em que se baseou o novo modelo de governação de Lisboa.
Augusto Mateus é ainda autor de mais de uma centena de apresentações de seminários sobre economia. Em Macau apresenta mais um especificamente dedicado às indústrias culturais. A entrada é livre.

16 Out 2015

Presidente do grupo Fosun é o 17.º chinês mais rico

[dropcap style=’circle’]G[/dropcap]uo Guangchang, o presidente do grupo Fosun, que comprou em Portugal a Fidelidade e a Luz Saúde, subiu 15 lugares na lista dos maiores multimilionários chineses e figura agora na 17.ª posição, segundo a imprensa oficial.
A fortuna pessoal de Guo Guangchang, 48 anos, aumentou 79%, em termos homólogos, para 6,88 mil milhões de euros, indica a Hurun Report Inc.
Presidente de um grupo de investimento internacional, Guo é também um dos 42 multimilionários com assento no principal órgão de consulta do Partido Comunista e do Governo da China.
Com sede em Xangai, o grupo Fosun vale em bolsa cerca de 20.000 milhões de dólares e só em Portugal já investiu quase 1.500 milhões de euros.
A Hurun Report Inc, uma unidade de investigação fundada em 1999 pelo contabilista britânico Rupert Hoogewerf, publica anualmente uma lista das personalidades mais ricas da China.

À frente dos EUA

A mesma pesquisa indica que o país asiático ultrapassou pela primeira vez os Estados Unidos da América (EUA) em número de bilionários, apesar do abrandamento da economia, que deve crescer este ano 7%, o valor mais baixo do último quarto de século.
A nação mais populosa do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes, tem agora 596 bilionários, mais do dobro do ano passado (242) e ligeiramente acima do registado nos EUA (537).
“Apesar do abrandamento económico, os mais ricos da China desafiaram a gravidade, ao conseguirem o melhor ano de sempre”, lê-se num comunicado emitido pela Hurun Report.
O magnata chinês especializado no mercado imobiliário e no sector do entretenimento, Wang Jianlin, destronou Jack Ma, o fundador do grupo de comércio eletrónico Alibaba, como o homem mais rico da China.
A fortuna do presidente e fundador do grupo Dalian Wanda aumentou mais de 50% para 34,4 mil milhões de, impulsionada por uma valorização na bolsa de Xangai de 150% no espaço de quase um ano inteiro.
A China representa 10% da riqueza mundial e desde o início do século o Produto Interno Bruto (PIB) chinês quintuplicou.
Apesar de a Constituição continuar a definir o país como “um Estado socialista liderado pela classe trabalhadora e assente na aliança operário camponesa”, o fosso social mantém-se acima do “nível alarmante” definido pela ONU.

16 Out 2015

Empresário intermediário entre Angola e China detido

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] empresário Sam Pa, um dos mais importantes intermediários nos negócios entre Angola e a China, foi esta semana detido em Pequim no âmbito da investigação contra a corrupção, noticia ontem o Financial Times.
No texto do FT, argumenta-se que “o futuro deste misterioso empresário que gere uma rede empresarial em Hong Kong está em perigo depois da notícia de que o seu principal responsável, um bilionário com sete nomes e ligações aos serviços de inteligência chineses, foi apanhado numa investigação do Partido Comunista contra a corrupção”.
O artigo, assinado pelo jornalista de investigação Tom Burgis e autor do livro ‘A Pilhagem de África’, explica que Sam Pa é o líder de um grupo empresarial com interesses no Médio Oriente e em África, mas também na Coreia do Norte e na Rússia, que tem a sede em Hong Kong, e a que os seguidores chamam o ‘Queensway Group’ devido à morada.
“Durante a última década, Sam Pa ergueu-se da obscuridade para conseguir negócios em cinco continentes no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, e ajudou a construir de raiz uma abrangente teia de empresas ligadas por donos e directores comuns na morada 88 Queensway, em Hong Kong”, escreveu o FT em 2014, quando publicou uma aprofundada investigação sobre Sam Pa, na qual o descreveu como “um homem mais discreto do que os asiáticos que normalmente visitam África para exibir a sua ligação ao país”.
O grupo, escreveu então o FT, “tem negócios com a BP, a Total e a Glencore, e tem interesses que vão desde o gás da Indonésia até uma refinaria no Dubai, passando por apartamentos de luxo em Singapura e uma frota de aviões Airbus; abarca uma rede de companhias privadas sediadas em paraísos fiscais para sustentar duas grandes empresas”. Uma delas é a “Sonangol China, que é principalmente uma companhia petrolífera, mas que também é dona do antigo edifício JP Morgan, em frente à bolsa de Nova Iorque, em Wall Street”.

16 Out 2015

Turismo | Chui Sai On quer junção à cultura

Turismo e cultura combinados para um maior crescimento do sector e mais recursos humanos. É o que defende o Governo, no dia em que abriu o Fórum de Economia Global. O IFT vai ter um papel principal no turismo de Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On, defendeu ontem que é preciso “combinar turismo e cultura” para fomentar o crescimento do sector e “desenvolver os recursos humanos”. O líder do Executivo falava na abertura do 4.º Fórum de Economia de Turismo Global, uma cerimónia que terminou com a assinatura de acordos e de um memorando de entendimento com a Organização Mundial de Turismo para o estabelecimento de um Centro Global para Educação e Formação em Turismo em Macau.
“Temos de combinar turismo e cultura para que isso possa trazer maior crescimento ao sector. O turismo hoje dá-nos muitos desafios e oportunidades e temos de agarrar estas oportunidades, no sentido de desenvolver mais os recursos humanos”, afirmou Chui Sai On.
Segundo a informação divulgada à imprensa, “este novo projecto permitirá aprofundar a cooperação entre as partes, providenciar programas de educação e formação, realizar estudos em turismo, bem como oportunidades de estágios para melhorar a qualidade dos recursos humanos de Macau, elevando assim a sua competitividade internacional enquanto destino turístico”.
Na cerimónia de abertura, Chui Sai On sublinhou que “os cidadãos de Macau podem usufruir dos frutos do desenvolvimento que o turismo traz à cidade”, observando que a região “tem a vantagem de [ser governada sob o princípio] ‘Um país, dois sistemas’ e de ter registado um desenvolvimento económico muito rápido”.

Olhar para o futuro

“Tudo isto são boas características para podermos construir um centro de turismo internacional e também uma plataforma de parcerias económicas entre a China e os países de língua portuguesa”, acrescentou, invocando que já “há bastante cooperação” regional e internacional.
Para Chui Sai On, o facto de este fórum ser organizado pela quarta vez em Macau vai permitir “mostrar as vantagens de Macau a promover a cultura diversificada e as trocas internacionais”.
Já Edmundo Ho, antigo chefe do Executivo de Macau e presidente do fórum, sublinhou que o espectro da cooperação foi estendido desde os países que integram a antiga rota marítima da seda até às nações emergentes da América Latina.
“‘Uma faixa, uma rota’ é uma ideia e uma proposta e nós gostaríamos de ver algumas parcerias com os países a nível mundial. Não simplesmente aqueles que estão directamente ligados à rota da seda antiga”, afirmou.
Edmundo Ho referiu-se em particular aos países parceiros desta edição do fórum – os quatro membros da Aliança do Pacífico: Chile, Colômbia, México e Peru, nações com que a China tem vindo a “aumentar as trocas”.
“Esperamos que, ao utilizarmos esta plataforma que é o fórum, possamos ser capazes de promover o turismo entre a China e os países da América Latina e de construir novos interesses para um crescimento ulterior neste sector”, defendeu, apontando o turismo como “o pilar estratégico na economia” chinesa. LUSA/HM

IFT na linha da frente com dois grupos de investigação

O Instituto de Formação Turística (IFT) está a ganhar cada vez mais terreno no mundo da investigação a nível mundial, com a assinatura de um memorando para a criação do Centro Global para a Educação e Formação Turística e o anúncio da criação da Comissão da Aliança Global para a Pesquisa em Turismo (GReAT Alliance, na sigla inglesa).
O Executivo assinou ontem um memorando de entendimento com a Organização Mundial de Turismo da ONU para a criação do referido Centro, no qual o IFT deverá desempenhar o papel principal, segundo a presidente do Instituto, Fanny Vong. “Para já, o IFT é o único que está a colaborar”, informou Vong. “Assim que o Centro foi criado, ambas as partes vão trabalhar conjuntamente para implementar projectos que incluem a realização de programa educativos e de formação, projectos de investigação turística e criação de programas de estágio”, esclarece o IFT. estudantes
A responsável explica ainda que a GReAT Alliance – da responsabilidade do IFT – se vai focar precisamente nisso: em debater os principais problemas da actualidade no mundo do turismo através da criação de uma rede de universidades mundial. Coincidência ou não, a verdade é que GReAT quer dizer “óptimo” em inglês, resultado que Fanny Vong diz esperar do trabalho daqui para a frente desenvolvido. “Já temos o nosso próprio centro de investigação, mas sentimos que não é suficiente para fazer face a vários problemas no sector do Turismo, pelo que precisamos de olhar a nível global, convidando vários outros centros de investigação universitários para criar esta aliança”, esclareceu a líder. Em causa está a discussão de assuntos como Turismo e Paz Mundial, Turismo e Afiliação à pobreza.
A assinatura do primeiro memorando teve lugar durante a manhã de ontem, no Fórum Global de Turismo e o anúncio da criação da GReAT foi feita à tarde, durante a cerimónia de inauguração oficial do seu novo campus, na antiga Universidade de Macau.

Cooperação regional importa, diz Secretário da OMT

O Secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) disse ontem que “a Ásia é o motor do mundo” e sublinhou a importância do turismo cultural e da cooperação para dinamizar o sector de Macau. “Somos um parceiro comprometido com este fórum. E queremos continuar. É muito importante estarmos aqui convosco por três razões. A primeira é que aqui é a Ásia, é o nosso futuro, o futuro do mundo. De facto, a Ásia é o motor do mundo, daquilo que acontece na direcção certa”, disse Taleb Rifai na abertura do 4.º Fórum de Economia de Turismo Global, que decorre até quarta-feira, em Macau.
“E depois também porque é a China: o futuro da China é o nosso futuro (…) E em terceiro lugar porque é Macau. De facto, Macau é uma história de sucesso dos séculos XX e XXI”, acrescentou.
O 4.º Fórum de Economia de Turismo Global tem como tema “Agarrar as oportunidades de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, tema que o responsável diz ser muito importante: falta, de facto, ‘Uma faixa, uma rota’ divulgando as novas dinâmicas do turismo global. “O primeiro aspecto é o elemento do turismo cultural e o outro é a cooperação regional. Sem a cooperação regional, [a iniciativa] ‘Uma faixa, uma rota’ não tem grande sentido”, disse.
Taleb Rifai recordou que Macau celebra este ano o décimo aniversário desde a inscrição do centro histórico da cidade como património mundial pela Unesco, salientando que essa distinção “traz oportunidades”, mas também implica “uma maior responsabilidade para encontrar o equilíbrio entre o aumento da procura turística e a preservação” desses locais.
Além de observar a importância de reforçar a conectividade entre as regiões e países da Ásia-Pacífico, Taleb Rifai apelou à facilitação dos vistos para estimular o crescimento económico e a criação de empregos através do turismo.
 

13 Out 2015

Dignidade na Saúde Mental

Verónica Madruga
(Psicóloga e Professora Universitária)

[dropcap style=’cricle’]N[/dropcap]o passado dia 10 de Outubro celebrou-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Este ano o tema eleito foi a “Dignidade na Saúde Mental” e teve como finalidade alertar a comunidade para as constantes ameaças à dignidade no atendimento prestado à população. As pesquisas realizadas neste âmbito identificam três áreas como potenciais ameaças à dignidade, tais como estigma e discriminação, nos cuidados em regime de internamento e nas violações aos direitos humanos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o respeito pela dignidade das pessoas na prestação de serviços de saúde é uma componente essencial para proteger cada individuo de possíveis práticas abusivas, infracções corporais e danos mentais.
A nossa saúde mental, ou seja, o nosso bem-estar físico, mental e social, é um bem precioso e como tal deve ser respeitado e protegido. Os psicólogos e outros profissionais na área tem a responsabilidade de alertar, informar, educar e cuidar com estima o bem-estar colectivo.
Colocar a tónica na dignidade é fundamental porque sem o respeito e acompanhamento inclusivo, o tratamento e recuperação tornam-se ainda mais difíceis. É urgente a presença de profissionais que não só possuam o “know-how” (conhecimento) mas também possuam os “soft skills” (competências sociais) necessárias no atendimento na saúde mental, bem como na promoção da mesma.
Todos nós reconhecemos que actualmente é um desafio cada vez maior tentar lidar com todas as exigências presentes no nosso dia-a-dia. Isso torna-nos mais vulneráveis, afectando a nossa capacidade de uma boa gestão emocional e consequentemente prejudicando o nosso bem-estar psíquico.
Assim, sublinho que não devemos considerar o sofrimento psicológico como um sinal de fracasso pessoal, mas antes compreender que a procura de apoio profissional é um passo importante para a recuperação do equilíbrio emocional e psicológico.
Como idealista assumida acredito que através da consciencialização e promoção da saúde mental potencializamos as hipóteses de sucesso e recuperação eficaz dos nossos pacientes, diminuindo o isolamento, medo ou vergonha dos portadores de perturbações mentais e das suas famílias.
Como psicóloga, sou defensora que cada pessoa é um ser único e multifacetado, e como tal deve ser respeitada a sua individualidade, identidade e história de vida. Neste sentido, temos o dever de zelar pela saúde psicológica dos nossos pacientes, promovendo uma visão inclusiva e ajudando na sua reintegração e compreensão da sua condição não só pelo próprio paciente como da sua família e comunidade.
Precisamos trabalhar mais para que exista uma mudança nas atitudes sociais e promover uma consciência colectiva sobre a natureza das doenças mentais. Sendo a educação a chave para existir uma real transformação de mentalidades e uma eficaz protecção dos direitos humanos.
Em suma, protecção, prevenção e melhorias na política de saúde são essenciais para o bem-estar da população. Assim, finalizo com uma citação do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, “quando nos unimos, não há limite para o que podemos alcançar”. Por isso, vamos juntos melhorar as condições da saúde mental do território de Macau? Vocês podem sempre contar comigo, e eu? Posso contar com vocês para combater a discriminação e estigma na saúde mental?

12 Out 2015

Ng Lap Seng | Relatório diz que empresário tem má reputação e ligações perigosas

[dropcap style=’cricle’]U[/dropcap]m relatório encomendado por uma operadora de Jogo descreve o empresário de Macau Ng Lap Seng, acusado pelos EUA de subornar ex-dirigentes da ONU, como “tóxico” devido a alegadas ligações a tríades e redes de prostituição. O relatório elaborado em 2010 pela empresa de investigação privada de Steve Vickers, antigo chefe do Gabinete de Informações Criminais da Polícia de Hong Kong, foi revelado há poucos dias pelo Programa de Jornalismo de Investigação da Universidade de Berkeley, Califórnia, e traça um perfil do magnata.
A Sands quis avaliar os riscos de estabelecer negócios com Ng. A resposta foi clara: “A Internacional Risk sublinha que a reputação de Ng e as suas relações são bem mais tóxicas do que as do típico magnata chinês de Macau (…) Recomendamos à Sands que proceda com extremo cuidado em qualquer relação que estabeleça, já que associar-se com ele pode representar um grande risco à reputação” da empresa. Recorde-se que, segundo a imprensa, Ng Lap Seng seria a ligação de Leonel Alves, advogado da Sands, em Pequim para que fosse possível avançar com a venda dos hotéis do Four Seasons.
No relatório de cerca de 70 páginas, Vickers revela como Ng é descrito na imprensa como um “senhor do crime de Macau” e uma das figuras que controlam o tráfico internacional de prostituição no território.

Má Fortuna, amor ardente

O seu Hotel Fortuna, diz o relatório remetendo frequentemente para artigos de jornais (alguns dos anos 1990), era frequentado por membros da tríade Shui Fong, à qual se suspeita que Ng pertença, segundo “uma fonte do Governo ligada à regulação de jogos de Macau”.
Ng é descrito como bem conectado em termos políticos, tanto em Macau como na China – a discoteca do Hotel Fortuna era, aliás, muito frequentada por generais do Exército de Libertação Popular, indica o documento.
Entre 1999 e 2000, Ng adquiriu 34,5% do capital da Teledifusão de Macau, 15% vendidos pelo antigo Chefe do Governo Edmund Ho, e 19,5% pelo magnata Stanley Ho.
Foi responsável, em 2001, a par do Governo, pelo lançamento da Feira Internacional de Macau, que ainda hoje decorre anualmente.
O relatório observa ainda que o empresário recebeu diversas medalhas e distinções de Macau e da China e também, em 2009, um prémio do Comité dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da Organização das Nações Unidas (ONU).
São também conhecidas as suas doações ao Partido Democrático dos Estados Unidos nos anos 1990 e à Administração de Bill Clinton, noticiadas na imprensa norte-americana por suscitarem suspeitas de que tivessem origem ilícita.
Menos conhecido é o seu alegado envolvimento na aquisição daquele que viria a ser o primeiro porta-aviões chinês. Segundo apurou Vickers, Ng terá sido o empresário por detrás da compra, num leilão, de um antigo porta-aviões russo, o Varyag, em 1998. O negócio foi feito através de uma empresa registada em Macau chamada Chong Lot por 20 milhões de dólares, que declarara a intenção de converter o navio num casino flutuante.
No entanto, o Varyag “está actualmente [em 2010] a ser requalificado e há especulações que se vá tornar um porta-aviões operacional nos próximos anos”. De facto, foi apresentado ao mundo em 2012 com o nome Liaoning.
Em Macau, onde Ng chegou em 1979, vindo do condado de Jiujiang, na província chinesa de Guangdong, construiu também o complexo residencial Windsor Arch.
Em declarações ao jornal de Hong Kong South China Morning Post, Vickers reafirmou as conclusões do relatório, mas rejeitou comentar por motivos legais. Por seu lado, o advogado de Ng, Kevin Tung, disse ao jornal que os conteúdos do relatório são baseados em “rumores”, não sendo “admissíveis em tribunal nos Estados Unidos”. “As pessoas podem dizer o que quiserem, [mas] sujeitam-se a acusações de difamação. Nesse sentido, não tenho nenhum comentário sobre essas alegações não fundamentadas”, afirmou.

ONU rejeita doação de 15 milhões de dólares

A Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) rejeitou uma doação do empresário Ng Lap Seng enquanto o também representante político de Macau está detido acusado de alegada corrupção. De acordo com a agência noticiosa France Press, o valor da doação era de 15 milhões de dólares americanos. O dinheiro era proveniente da Fundação Sun Kian Ip Group – a da empresa de Ng Lap Seng – e seria o remanescente de uma quantia anterior. Na sexta-feira, o escritório da ONU para a Cooperação Sul-Sul, a entidade mais mencionada no caso, disse que “não iria prosseguir” com a oferta da Sun Kian Ip. Em Abril, contudo, uma equipa da ONU tinha considerado a Fundação de Ng Lap Seng como “legítima”. A equipa – que veio especificamente a Macau com o propósito de avaliar a Fundação privada – considerou o empresário como “humilde, muito feliz por ter o encontro e por estar perto da ONU”, além de não ter sido detectado “qualquer problema”. Jorge Chediek, o novo director da Cooperação Sul-Sul da ONU, frisou ter encomendado a semana passada uma nova investigação interna a tudo o que esteja relacionado com a Fundação. A Sul-Sul recebeu 1,5 milhões de dólares da Fundação de Ng Lap Seng, sendo que faltariam estes 15 milhões. Chediek disse que se colocava a hipótese do dinheiro ser devolvido.

12 Out 2015

FRC | “A Arte da Ilustração em Macau e Portugal” em exposição até final do mês

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]“A Arte da Ilustração em Macau e Portugal”, exposição que reúne 40 obras de um total de 20 artistas, inaugurou ontem na Fundação Rui Cunha (FRC), depois de ter estreado, no Verão, no Porto. Da iniciativa da Associação Cultural Yun Yi, a mostra vai estar patente até ao dia 31 de Outubro.
“Foi sempre nossa missão facultar uma plataforma para o intercâmbio entre artistas de Macau e de outros países/cidades. Esperamos trazer talentos do estrangeiro para mostrar a Macau as novas tendências, tradições artísticas de outros países e, ao mesmo tempo, levar a nossa arte local lá fora”, afirmou Christine Hong Barbosa, fundadora da Associação e uma das curadoras da exposição.
Neste sentido, Portugal surgiu como uma escolha “muito natural” como primeiro destino nomeadamente pela “longa relação” e pelo background histórico. O Porto foi o palco da estreia, em particular.
“Esta exposição é muito significativa. É o primeiro ano que fazemos. Vamos tentar com que seja anual e tentar escolher outro país/cidade para aplicar o mesmo conceito. O nosso objectivo é que para o ano tenha lugar em Nova Iorque”, explicou Christine Hong Barbosa à agência Lusa. “Estamos a planear: depende do financiamento, dos participantes e, se tudo correr como esperado, espero que tenha lugar no Verão e depois novamente no Outono em Macau”.
A exposição não tem uma temática comum, tendo os 20 ilustradores ou grupos de ilustração de Portugal e Macau (dez de cada) sido convidados a apresentar os trabalhos que acabam, portanto, por ser “muito diferentes” desde logo do ponto de vista das técnicas, já que havia apenas um requisito – o tamanho – imposto para evitar dificuldades logísticas.
De Portugal chegam os trabalhos de André da Loba, Catarina Sobral, Nicolau, Rui Vitorino dos Santos, José Cardoso, Marta Monteiro, Lord Mantraste, Júlio Dolbeth, Pedro Lourenço e João Drumond. De Macau participam Eric Fok, Tun Ho, Rui Rasquinho, Kay Dung, Siomeng Chan, Kun Lam, Tim Chan, Aquino da Silva, 2UP e Chan VaiChun & Henry Chan.

8 Out 2015

Entre isto e outra coisa qualquer (Sobre o novo livro de Tiago Saldanha Quadros)

[dropcap style=’circle’]Q[/dropcap]uando em 2013 iniciámos o processo de concepção do livro Macau Sessions. Dialogues on Architecture and Society queríamos de alguma forma dar corpo, reunir, arquivar, partilhar uma espécie de estado da arte no que ao urbanismo e arquitetura de Macau diz respeito, numa perspectiva contemporânea e acessível ao público em geral, de forma a permitir o alargamento do debate de questões que afinal são do interesse de todos.
Sentíamos que o conhecimento que se produz sobre Macau nesta área do saber estava muito disperso, sendo publicado por autores e especialistas sediados em Macau, mas também nos Estados Unidos, na Austrália, em Singapura, Hong Kong, China e Portugal.
Como poderíamos nós reunir, compilar, partilhar esse conhecimento no sentido de iniciar uma reflexão e um debate que fosse mais universal, mais abrangente, mais relevante e sobretudo mais inclusivo?
Explorámos ideias, alternativas, modalidades. Tratando o livro, como projecto curatorial, e seguindo o exemplo de Hans Ulrich Obrist, optámos pela entrevista, explorando “the idea of an interview with an artist (architect) as a medium” e assumindo que todo aquele que intervém na cidade participa e colabora na criação daquilo que desejaríamos que fosse uma obra de arte.

A entrevista – entre o olhar de um e de outro

Uma entrevista é um diálogo e situa-se entre o que um vê e o que vê o outro (entre-vistas). O diálogo é, por oposição ao discurso, a forma mais dinâmica da inteligência humana, é a inteligência interrompida, interrogada, e por isso estimulada à sua máxima expressão, acuidade, a assertividade no imediato da conversação. Diria mesmo que o diálogo é a inteligência em movimento.
Como método de investigação a entrevista permite enunciar elementos de reflexão extremamente ricos. Há na entrevista, conversação, diálogo um contacto entre o investigador e os seus interlocutores, que obriga a uma sistematização e clarificação dos conteúdos muitas vezes difíceis de encontrar em textos de natureza académica, facilitando por isso um debate mais alargado, mais inclusivo. tiago quadros
Por outro lado, a entrevista permitiria aos entrevistados a partilha de uma dimensão mais humanizada das suas práticas, da análise de problemas específicos, reconstituindo processos de acção, de experiências ou acontecimentos do passado.

A assemblage

Este livro transformou-se numa assemblage: pedaços de “coisas” que se reuniram num único contexto. O conjunto, agrupamento ou reunião dessas “coisas”, “ideias”, “pensamentos”, “práticas”, “pontos de vista” ou “pontos entre vistas” pode revelar e gerar um qualquer número de “efeitos”:

In a book, as in all things, there are lines of articulation or segmentarity, strata and territories; but also lines of flight, movements of deterritorialization and destratification. Comparative rates of flow on these lines produce phenomena of relative slowness and viscosity, or, on the contrary, of acceleration and rupture. All this, lines and measurable speeds constitutes an assemblage. A book is an assemblage of this kind, and as such is unattributable. It is a multiplicity — but we don’t know yet what the multiple entails when it is no longer attributed, that is, after it has been elevated to the status of the substantive. On side of a machinic assemblage faces the strata, which doubtless make it a kind of organism, or signifying totality, or determination attributable to a subject; it also has a side facing a body without organs, which is continually dismantling the organism, causing a signifying particles or pure intensities or circulate, and attributing to itself subjects what it leaves with nothing more than a name as the trace of an intensity… (Deleuze)

Entendido deleuzianamente, este livro pode produzir, pelo menos assim o desejamos, um número infindo de efeitos, em vez de se apresentar como um todo organizado e coerente que procura apresentar uma visão única e dominante. A beleza desta abordagem reside exactamente na liberdade obtida por via da falta de organização sistemática, permitindo a inclusão no seu corpo de um número muito diverso de elementos, que podem aglomerar-se entre si ou entrar noutras assemblages com os seus leitores, livrarias, ou bibliotecas.
Ser curador, na sua dimensão mais contemporânea, significa preservar, no sentido de preservar o património, a arte; significa seleccionar novos trabalhos, ideias, pensamentos, ligá-los à história da arte e das ideias e da filosofia; e apresentá-los de forma única ao mundo, exibindo-os, partilhando-os.
Joseph Beuys falou-nos na ideia de expandir a noção de arte. Gilles Deleuze procurou expandir a noção de livro e Hans Ulrich Obrist expandiu a noção de curadoria. Aqui procurámos situar-nos entre isto e outra coisa qualquer. Ou seja, procurámos o lugar da cidade enquanto obra de arte pública (no sentido em que todos podem/devem participar, colaborar), a entrevista enquanto médium e o livro enquanto assemblage deleuziana ou projecto de curadoria obristiana.
Entre isto e tudo o que este livro assim concebido puder ou conseguir despertar, dar existência.
Enfim, entre isto e outra coisa qualquer, porque ser-se entre, é ser-se por definição indefinido.

Margarida Saraiva
Directora Artística
BABEL – Organização Cultural

8 Out 2015

Morreu José Braz Gomes

Morreu ontem de manhã, no hospital da Cruz Vermelha em Lisboa, José Braz Gomes. Tinha 69 anos e foi vítima de doença prolongada, avança a Rádio Macau. Braz-Gomes veio trabalhar para o Banco Nacional Ultramarino de Macau em 1982 e, em 2011, numa altura em que era director do ‘private banking’ do BNU, foi nomeado director-geral da sucursal offshore em Macau da Caixa Geral de Depósitos. Foi ainda vice-presidente do Clube Militar de Macau durante vários anos e fez parte da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo em 2004.

7 Out 2015

Caso Dore | PJ já recebeu 45 queixas que envolvem 500 milhões

No dia em que investidores na empresa de junkets Dore entregou nova petição junto da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) a pedir apoio ao Governo, a Rádio Macau avançou que já 45 queixas sobre o caso foram entregues na Polícia Judiciária (PJ), as quais envolvem 500 milhões de dólares de Hong Kong investidos.
A Rádio Macau avança ainda que o total do dinheiro a recuperar será de 700 milhões de dólares de Hong Kong, sendo que mais de 80 pessoas terão saído prejudicadas. Cerca de dez investidores entregaram ontem a petição na DSF e um dos participantes confirmou à Rádio Macau que um advogado já está a tratar do caso.
Para ontem estava também prevista uma manifestação junto do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, com partida do casino Wynn, mas segundo o canal chinês da Rádio Macau a mesma foi cancelada por ter sido negada a sua autorização pela PSP. Um dos participantes explicou que o pedido ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) foi feito “com demasiada pressa”, mas garantiu que “a luta não vai parar por aqui”.

7 Out 2015

Caretos de Podence chegam em Dezembro

O grupo Caretos de Podence, oriundos de Bragança, Portugal, vão deslocar-se a Macau para participar no evento “Desfile por Macau, Cidade Latina” entre os dias 2 e 8 de Dezembro. A informação, partilhada na página oficial do grupo no Facebook, foi confirmada pelo jornal Ponto Final. “As pessoas vão adorar, é um grupo diferente, com muita alegria e animação”, disse o diário António Carneiro, presidente da Associação Grupo de Caretos de Podence.

6 Out 2015

Jogo | Mercado VIP já não vai ser o que era, diz especialista

Ou alguma coisa muda, ou então o mercado do jogo vai deixar de ser interessante. É o que defende Muhammad Cohen, especialista em Jogo, que indica não ter visto muitos ajustes das operadoras para mudar o rumo da economia

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]especialista do jogo Muhammad Cohen considerou que o sector em Macau “não vai voltar a ser o que era”, a propósito da queda das receitas dos casinos da região em Setembro para o valor mais baixo em cinco anos.
Para Cohen, um dos editores da revista Inside Asian Gaming e colaborador da revista Forbes, que habitualmente analisa o sector do jogo em Macau, “o antigo mercado”, assente nos designados “jogadores VIP” e de sucessivos recordes, não vai voltar e não se vislumbra fim à tendência descendente, enquanto as operadoras não se adaptarem a uma nova realidade.
“O antigo mercado de Macau não vai voltar, o mercado VIP não vai voltar a ser o que era. Os casinos continuam a fazer muito dinheiro, mas é muito menos [que no passado] e vai continuar a ser muito menos”, disse à Lusa o especialista.
Os casinos de Macau, que chegaram a gerar uma receita de 38 mil milhões de patacas em Fevereiro de 2014, registaram em Setembro o 16.º mês de quedas sucessivas, mesmo depois de previsões que apontavam para que o segundo semestre deste ano seria de retoma ou, pelo menos, estabilização.
Na base destas previsões estava a expectativa de que dois novos projectos – Galaxy e Studio City – viessem a impulsionar o sector, mas mesmo com a abertura de um deles em Maio, não houve sinais positivos.

Factores de inibição

A campanha anti-corrupção da China não dá sinais de abrandamento e continua, para o especialista, a ser o principal factor a inibir os grandes apostadores de irem a Macau. No entanto, salientou que a cidade também não foi ainda capaz de se adaptar às novas tendências, ou seja, de se focar no sector de massas.
“Os chineses viajam cada vez mais para o estrangeiro e querem visitar outros sítios, ver outras coisas. Vão ao Japão, vão à Coreia. Querem jogar mas também querem fazer outras coisas. Macau não tem um plano B. [As receitas do sector VIP] eram fruta ao alcance da mão, apanharam-na e agora que não há mais, ninguém está pronto a subir à árvore”, criticou.
É preciso oferecer “coisas novas e entusiasmantes” que tornem Macau atraente para o jogador médio, acrescentou, considerando ser “difícil dizer se abrir ‘resorts’ novos é suficiente”.
“Não tenho visto sinais de grandes ajustes [das operadoras de jogo]”, afirmou Cohen, ressalvando que o Studio City, que abrirá no final deste mês, anunciou um hotel de quatro estrelas, mais acessível à classe média.
Questionado sobre a possibilidade de este abrandamento ser propositado – uma forma de, a par de combater a lavagem de dinheiro, arrefecer uma economia pautada por incessantes subidas no imobiliário e inflação –, o especialista hesitou.
“[Se foi propositado] passaram das marcas. Uma coisa é arrefecer a economia, outra coisa é ter o PIB a cair com a taxa mais elevada do mundo. Fala-se que o Governo chinês gostava de ver o crescimento de Macau mais alinhado com o crescimento da economia da China. Mas isso talvez quisesse dizer crescimento a um dígito, agora, estamos a ver contracção a dois dígitos”, considerou.
No primeiro semestre do ano, o PIB de Macau caiu 25,4% em termos reais.
Por outro lado, para Cohen, o Governo de Macau “tem pouca margem para operar”. E, se estes dois factores não se alterarem – adaptação do sector ou introdução de políticas pelo Governo –, Cohen não prevê um fim próximo para a tendência descendente das receitas do jogo em Macau.
“Não há grandes motivos para termos esperança, a não ser que algo dramático aconteça: um novo projecto, uma atracção nova, um espectáculo ou então grandes mudanças nas medidas políticas”, concluiu.

5 Out 2015

Economia | Albano Martins prevê recessão até primeiro semestre de 2016

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]economista Albano Martins previu que Macau se mantenha em recessão pelo menos até ao final do primeiro semestre de 2016 devido à queda continuada das receitas de Jogo. Este cenário de “continuada e pesada” recessão vai manter-se este ano e, “pelo menos, até ao primeiro semestre de 2016, muito dificilmente Macau sairá da recessão”, defendeu Albano Martins, em declarações à agência Lusa, no dia em que foram publicados os dados oficiais das receitas dos casinos em Setembro.
Com base no prognóstico de que nos próximos três meses as receitas dos casinos não devem ficar abaixo de 17 mil milhões de patacas, Albano Martins calculou que “o PIB deverá contrair provavelmente à volta dos 21%”, dado que já se verificaram diminuições substanciais em Outubro e Dezembro do ano passado (23,2% e 30,4%, respectivamente).
O economista notou, porém, ser “preocupante a quebra continuada da receita acumulada”: “Se continuar a esse ritmo – acima de 36% – pode fazer com que a contracção do PIB dispare e, muito provavelmente, pode ir até aos 25% no final deste ano”.

Ideias absurdas

Neste contexto, o economista considerou que surge com “grande preocupação” a insistência na “absurda” taxa de aumento anual de 3% do número de mesas de jogo, a qual “não tem sentido” em face dos avultados investimentos.
“Se continuar, então, o nível da recessão vai ser ainda mais complicado. A manutenção dos 3% é uma política para esquecer”, defendeu, considerando que outras medidas teriam de ser tomadas e que é também relevante “saber até que ponto as políticas chinesas relativamente ao branqueamento e saída de capitais vão continuar a ser tão restritas”. Albano Martins
Para Albano Martins, “resta saber se [este cenário] não é deliberado para forçar um abrandamento, devido aos problemas que o crescimento exponencial do jogo criou no sector económico: a necessidade de muito mais mão-de-obra, uma inflação elevada e um [mercado] imobiliário descontrolado a nível de preços e, portanto, se não é essa de facto a intenção da China”.
Face à queda das receitas do jogo, o Executivo colocou em marcha, a 1 de Setembro, “medidas de austeridade” que prevêem cortes nas despesas da administração, sem tocar em áreas sociais. Para Albano Martins, “em período de recessão, o Governo deve abrir os cordões à bolsa e intervir e não o contrário”.
“Deve fomentar a procura interna através das suas despesas – que são receitas do sector privado. Fazer assim não tem sentido, até porque continua a ter saldos positivos”, afirmou.
Para o economista, quando 80% das receitas da região têm origem no jogo, o “impacto é colossal” na economia e a “prova é que faz baixar o PIB em mais de 20%”.
“Se o Governo quer estabilidade tem de tentar permitir que o jogo – enquanto não tem alternativa – não esteja numa situação complicada e apoiá-lo, porque é a única indústria que cria riqueza no território”. Relativamente à meta de diversificação da actividade, diz que “quem tem capacidade para diversificar é a indústria do jogo”. “É isso que o Governo vai ter que impor quando renovar os contratos [das operadoras]”, afirmou.

5 Out 2015

Casinos | Setembro com quebra de 33% . Valor mais baixo desde 2010

[dropcap style=circle’]O[/dropcap]s casinos encerraram Setembro com receitas brutas de 17.133 milhões de patacas, uma queda de 33% face ao período homólogo de 2014 e o valor mais baixo dos últimos cinco anos. Dados oficiais da Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que, em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro deste ano, as receitas brutas dos casinos totalizaram 176.015 milhões de patacas, ou seja, menos 36,2% relativamente aos primeiros nove meses do ano passado.
Desde Junho de 2014 que os lucros tem sofrido uma rota descendente, com Setembro a ser o 16.º mês consecutivo de quedas homólogas. O resultado do mês passado é também o pior em cinco anos, desde que, em Setembro de 2010, as receitas dos casinos atingiram 15.302 milhões de patacas.

SJM lidera

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) liderou o mercado ainda que com uma quota quase igual à de outros dois operadores, a Sands China e a Galaxy, noticiou ainda a TDM. A SJM, fundada pelo magnata Stanley Ho, foi responsável por 21% das receitas em Setembro, seguida pela Sands China, do norte-americano Sheldon Adelson, cuja quota de mercado representou também cerca de 21%. Já a Galaxy, de interesses de Hong Kong e liderada por Lui Che Woo, conseguiu 20,5% do mercado em Setembro.
Neste ‘ranking’, segue-se a Melco Crown (com cerca de 14,5% do mercado), que tem em Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, um dos dois principais accionistas; a MGM China, dirigida por Pansy Ho, também filha de Stanley Ho (11%, aproximadamente) e a Wynn, do norte-americano Steve Wynn, com uma fatia de cerca de 10% do mercado.
As acções das seis operadoras de casinos fecharam sexta-feira na bolsa de Hong Kong no valor mais baixo do último ano, com a sessão a ficar marcada por perdas entre os 5,7% e os 9,34%. As acções da Sands China valiam no final da sessão 24,25 dólares de Hong Kong, menos 9,34% do que no dia anterior. Os títulos da Galaxy caíram 6,9%, para 19,86 dólares de Hong Kong, e os da MGM China desceram 8,9%, para 9,27 dólares de Hong Kong. A Wynn Resorts caiu 5,7%, para 8,87 dólares de Hong Kong e a Sociedade de Jogos de Macau desceu 6,8%, para 5,47 dólares de Hong Kong. A Melco Crown perdeu 8,68% do valor, para 9,57 dólares de Hong Kong.
A quebra contínua das receitas abaixo dos 18 mil milhões de patacas pode originar a implementação de novas medidas de austeridade, tal como previamente anunciado pelo Governo.

5 Out 2015

Patrão da Galaxy lança prémio internacional de 60 milhões de HKD

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]magnata dos casinos Lui Che Woo lançou na quinta-feira em Hong Kong um prémio internacional de cerca de 7,75 milhões de dólares norte-americanos para distinguir quem torna o mundo um sítio melhor e mais sustentável.
Com o valor de 60 milhões de dólares de Hong Kong, o “Prémio Che Woo Lui – Civilização Mundial” foi apresentado como o primeiro do género a nível mundial, por fazer um apelo global para um futuro sustentável, melhoria no bem-estar social humano e promoção da energia positiva. Cada uma destas três áreas terá um prémio anual de 20 milhões de dólares de Hong Kong.
O montante é superior ao do Prémio Nobel e Prémio Shaw, criado em 2002 pelo magnata da indústria cinematográfica Run Run Shaw, refere o jornal South China Morning Post (SCMP).
“Acredito que além da tecnologia, devemos enaltecer o ecossistema, a civilização e o respeito pelos outros”, disse Lui Che-woo, de 86 anos. “Espero que a geração [mais nova] possa gradualmente perceber como [pôr de parte] as diferenças e apreciar o mundo”, acrescentou.
Os primeiros vencedores vão ser escolhidos no próximo ano, altura em que o foco na categoria de desenvolvimento sustentável do mundo será a segurança no fornecimento da cadeia alimentar.
Já a categoria de melhoria de bem-estar social da humanidade estará centrada no tratamento e controlo de epidemiais, doenças infecciosas e doenças crónicas.
A última categoria – promoção de uma atitude positive em relação à vida – vai centrar-se em “indivíduos ou organizações cujos feitos inspiram e dão esperança a outros”.
Além de Lui Che Woo, o conselho do prémio inclui “nomes de peso” como o antigo chefe do Executivo de Hong Kong Tung Chee-hwa, a antiga secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice – que marcou presença na apresentação em Hong Kong – e o antigo presidente do Banco Mundial James Wolfensohn.
Lui Che Woo é o presidente do K Wah Group e fundador do Galaxy Entertainment Group, com presença em Macau.

Recuperação a dois anos, diz Lui Chee-woo

O magnata do jogo Lui Chee-Woo defende que o mercado do jogo, em queda desde Junho de 2014, estabilizou. Lui Chee-woo, em entrevista à BBC, afirmou que a situação está agora mais calma, mostrando-se optimista que a recuperação possa acontecer dentro de um a dois anos, cita a rádio Macau. Lui Chee-woo considera ainda que o abrandamento da economia chinesa vai permitir ao país seguir numa “nova direcção”. Para o empresário, na última década, a expansão da economia chinesa aconteceu de uma forma extremamente rápida e teve, agora, de abrandar.

29 Set 2015

IPM | Durão Barroso vai receber título de professor honorário

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso vai receber a 20 de Outubro o título de Professor Coordenador Honorário do Instituto Politécnico de Macau (IPM), revelou à agência Lusa o presidente da instituição académica.
Lei Heong Iok explicou que Durão Barroso receberá o título de professor coordenador honorário e, depois, irá proferir uma conferência sob o tema “Globalização do século XXI: Novas Rotas da Seda, Outras Ligações entre os Continentes”.
“Para nós, IPM, será uma cerimónia com grande significado porque Durão Barroso, como antigo primeiro-ministro de Portugal e antigo presidente da Comissão Europeia, é uma figura portuguesa de prestígio internacional”, explicou.
O presidente do Politécnico acrescentou que Durão Barroso “é também um amigo da China e ao longo dos anos, nos diversos cargos que ocupou, contribuiu também para fortalecer a amizade e as boas relações económicas e culturais entre a China, Portugal e toda a União Europeia”.
“É uma forma de reconhecimento pelo seu trabalho”, concluiu.
A cerimónia de distinção de Durão Barroso será presidida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.

29 Set 2015

Legislativas | José Cesário acredita na continuidade do actual Governo

[dropcap style=’circle’]J[/dropcap]osé Cesário não comenta se houve negociações com José Pereira Coutinho para uma possível participação do deputado de Macau na coligação “Portugal à Frente” (PAF). Em entrevista à Rádio Macau, o cabeça-de-lista da PAF pelo Círculo de Fora da Europa diz não colocar em causa a legitimidade da candidatura de Pereira Coutinho, mas mostra dúvidas em relação à possibilidade de se ser deputado, ao mesmo tempo, em dois parlamentos.
“Prefere ser candidato à Assembleia da República do que ser deputado em Macau, é legítimo, não tenho mais nenhuma consideração a fazer. Parece-me que não é possível estar nos dois parlamentos, mas não sou jurista. É uma questão que depois será analisada por quem de direito”, afirma, citado pela rádio.
O também Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas diz que a candidatura de Pereira Coutinho pelo movimento “Nós, Cidadãos!” não terá impacto no resultado que a coligação vai ter em Macau.
“Muito francamente acho que não. A candidatura de Pereira Coutinho, fruto do recenseamento que foi feito, terá votos novos, pessoas que se recensearam de novo. Dificilmente retirará votos em relação aos que já tivemos”.
No programa Rádio Macau Entrevista Especial, Cesário frisou ainda que acredita que o actual Governo vai continuar no poder depois das eleições de 4 de Outubro. “De um modo geral, aquilo que fizemos era aquilo de que o país necessitava e as pessoas reconhecem isso – a maioria das pessoas reconhece isso. É por isso que acho que a maioria das pessoas vai dar a confiança para que este Governo continue”, vinca.
Sobre o processo eleitoral, José Cesário defende que é necessário pensar no voto electrónico, mas propõe uma solução mista para minimizar os problemas que se têm sentido.
“Uma coisa que deveríamos fazer no imediato é avançar para um método misto, que concilie a votação presencial para quem está próximo dos postos consulares com a votação por correspondência para quem está longe, embora o objectivo seja podermos evoluir, a prazo, para o método de votação electrónica”, sugere Cesário, citado pela rádio.

Consulado melhor, mas a precisar de mais

Vítor Sereno fez um bom trabalho de aproximação do Consulado-geral de Macau à comunidade, mas há aspectos da representação diplomática que precisam de ser melhorados. É o que defende José Cesário à Rádio Macau, dizendo que o “atendimento do Consulado, que já melhorou muito, tem de melhorar ainda mais. Precisamos de fazer ainda mais, no sentido de, tanto quanto possível, personalizar mais o atendimento”, diz. “Há pouco entrei no Consulado-geral em Macau e fiquei muito satisfeito por ver já os nossos funcionários com crachá identificativo, com o nome de cada um, a começar pelo cônsul-geral”, acrescenta.
Para o ainda secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, “Vítor Sereno fez aqui um trabalho muito importante, muito interessante de aproximação do consulado aos diversos sectores da comunidade”, mas é preciso mais. “Não está em causa só o número de funcionários, está em causa a própria organização do posto”.

29 Set 2015

Legislativas | “Nós, Cidadãos!” admite impugnar eleições pelo círculo Fora da Europa

Os erros nos boletins de voto levaram o partido por que José Pereira Coutinho se candidata às legislativas portuguesas a fazer queixa à Comissão Nacional de Eleições. O “Nós, Cidadãos!” diz que a situação compromete objectivamente, “e de forma ilegal”, a participação dos eleitores

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]líder do partido “Nós, Cidadãos!”, Mendo Castro Henriques, admitiu a impugnação da eleição pelo círculo Fora da Europa, caso venham a confirmar-se “irregularidades” nas votações dos emigrantes para as eleições legislativas. O partido apresentou ainda, na quinta-feira, uma queixa à Comissão Nacional de Eleições motivada pelas falhas “gravíssimas” que têm marcado a votação.
“Queremos acreditar que haja falta de meios, não queremos dar uma interpretação pior, mas é inaceitável”, disse Mendo Castro Henriques, acrescentando que o partido admite a impugnação da eleição do deputado pelo círculo Fora da Europa, em caso de “irregularidades”.
Em conferência de imprensa à porta do Banco de Portugal, em Lisboa, o também cabeça de lista do partido por Lisboa adiantou que a impugnação da eleição por Fora da Europa será tomada depois das eleições legislativas de 4 de Outubro, tendo em conta que, neste momento, quer “acreditar que [as dificuldades sentidas com a votação no exterior] é uma disfunção do sistema”.
Realçando ser possível a eleição do candidato do “Nós, Cidadãos!” pelo círculo Fora da Europa, José Pereira Coutinho, o dirigente do partido considerou “escandaloso” o que se está a passar com a votação dos emigrantes. eleições legislativas voto
“Esperemos que venha a ser revertida a situação que se está a passar, são vários os problemas. Em primeiro lugar, o atraso no envio dos boletins, depois as cartas de endereço não vêm sequer com a palavra Portugal e, em terceiro lugar, há moradas erradas, isto é, pessoas com cartas extraviadas”, afirmou. Para o partido, “a situação compromete objectivamente, e de forma ilegal a participação dos eleitores recenseados nestes círculos”.
Já José Pereira Coutinho tinha referido ao HM acreditar que os erros “não foram inocentes”.

Macau às pingas

O partido apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições relativa às “irregularidades gravíssimas”, depois de, nas redes sociais, vários cidadãos eleitores portugueses residentes em Macau terem revelado que os boletins de voto ainda não chegaram, uma situação que pode também derivar de algum erro nas moradas.
Na quarta-feira, os Serviços de Correios de Macau informaram que os eleitores portugueses residentes no território deveriam enviar até sábado os boletins de voto das legislativas para Lisboa, devido aos feriados que serão celebrados na cidade na próxima semana.
Na sexta-feira, a agência Lusa noticiou que os boletins para os emigrantes recenseados em Timor-Leste já tinham sido enviados há mais de uma semana, mas ainda não tinham chegado a Díli, sendo difícil garantir que, depois de preenchidos, possam chegar a Portugal a tempo.

29 Set 2015