Hoje Macau PolíticaGoverno garante que perda de direitos na Função Pública não está em causa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo assegura, através de um comunicado oficial, que a revisão do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau (ETAPM) não irá proibir os funcionários públicos de faltarem ao trabalho em casos de acompanhamento de familiares a consultas médicas. As críticas terão sido feitas no âmbito do processo de consulta pública, que decorre até à próxima quarta-feira. “Consta-se que alguns funcionários públicos apresentaram opiniões diferentes sobre a proposta da necessidade de compensar o tempo, durante o qual se ausentarem para acompanhamento do cônjuge ou parente no primeiro grau da linha recta sujeitos a consulta médica ou tratamento ambulatório (sendo também conhecido por “faltas por acompanhamento familiar”). As faltas dadas por funcionários públicos, sejam por motivo de doença da própria pessoa ou de familiares, devem ser sujeitas ao regime de faltas por doença. O ETAPM em vigor prescreve que, salvo os tratamentos ou consultas seguintes realizadas de acordo com as prescrições médicas, qualquer período em falta dos funcionários públicos tem de ser compensado mesmo que seja para efeito de consulta médica própria”, explicam os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP). Equilíbrios “O documento de consulta sobre a revisão do ETAPM propõe que seja determinada expressamente a necessidade de compensação do tempo de ausência ao serviço dos funcionários públicos por motivo do acompanhamento dos familiares a consultas médicas ou consultas seguintes, no sentido de evitar qualquer impacto significativo na prestação de serviços ou no funcionamento dos serviços públicos, não tendo esta proposta nenhuma intenção de impedir o acompanhamento familiar dos funcionários públicos às consultas médicas ou consultas seguintes.” Os SAFP garantem ainda que pretendem “equilibrar a garantia dada às necessidades de acompanhamento familiar dos funcionários públicos para efeitos de consulta e a minimização do impacto causado ao funcionamento dos serviços públicos e, está disposto a auscultar, com toda a seriedade, as opiniões dos funcionários públicos e dos serviços públicos.”
Hoje Macau Manchete PolíticaOrçamento 2017 | Plano de investimentos é “extremamente ambicioso” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) consideram o plano de investimentos públicos para o próximo ano “extremamente ambicioso”, alertando para as dificuldades de execução. “Trata-se, sem dúvida, de um plano de investimentos públicos extremamente ambicioso e porventura de difícil alcance a uma taxa de execução orçamental elevada ou mesmo razoável”, referem os deputados no parecer relativo à proposta de Lei do Orçamento para 2017, que deve ser em breve votada na especialidade. No Orçamento para 2017, o Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) aumenta 37,8%, para 15.256 milhões de patacas, quando esta rubrica normalmente apresenta baixas taxas de execução, o que tem suscitado críticas no seio do órgão legislativo. Nesse sentido, constata-se no parecer que “a baixa taxa de execução orçamental do PIDDA no ano em curso – de 28,7% – no período de Janeiro a Outubro (…) faz antever que transitem para 2017 parte das acções de investimento não realizadas anteriormente”. A 1.ª Comissão Permanente da AL indica que, à semelhança do ano anterior, o Governo apresentou 20 programas orçamentais para 2017, cujo orçamento total representa a quase totalidade do valor proposto para o PIDDA. Contudo, e embora notem que a informação prestada constitui “um significativo progresso”, os deputados defendem que “carece eventualmente de ser melhorada e eventualmente contemplada na futura lei de enquadramento orçamental”. Isto no que respeita “a uma definição clara dos objectivos de cada programa, balanço dos custos/benefícios, entidades públicas envolvidas e responsáveis, encargos totais estimados com cada programa orçamental, incluindo os de anos anteriores e posteriores, calendarização e respectivas acções do investimento e pressupostos em que assentam as estimativas dos encargos futuros”, lê-se no parecer. Pouca clareza Os deputados afirmam ainda que “subsistem dúvidas” quanto à natureza e delimitação ou à tutela e entidades envolvidas nesses 20 programas e invocam, em particular, o de maior relevância financeira – a Ilha Artificial Fronteiriça da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau –, cuja dotação representa um quinto do valor do PIDDA, argumentando que “deveria ser objecto de uma melhor explicitação”. “Acresce, por outro lado, que é muito importante definir o que deve ser considerado como programa orçamental e não deixar de fora certo tipo de investimentos públicos de valor muito significativo e que se estendem por mais de um ano orçamental”. No parecer, os deputados também salientam que “o Governo não disponibilizou à AL o relatório intercalar sobre a execução orçamental até 30 de Junho, o que facilitaria a análise financeira da presente proposta de orçamento”.
Hoje Macau SociedadeGrupo Polytec perde direito a prosseguir com a obra do Pearl Horizon [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Grupo Polytec, responsável pela construção do empreendimento habitacional Pearl Horizon, voltou a perder a segunda acção em tribunal, noticiou a Rádio Macau. A empresa avançou com uma providência cautelar para suspender a reversão do terreno para o Governo até que o tribunal decrete a última decisão sobre o processo. Esta providência cautelar tinha sido apresentada em Novembro, tendo sido rejeitada pelo Tribunal de Última Instância. Veio agora confirmar-se a negação do pedido da empresa. Segundo o acórdão do tribunal, a empresa apresentou vários argumentos para pedir a autorização para continuar a obra, tal como a possibilidade de falência da Polytec e o facto do tribunal não se ter debruçado sobre essa possibilidade. Algo que os juízes negaram. “Entende a reclamante (Polytec) que a não suspensão do acto administrativo em causa (recuperação do terreno) implica necessariamente a sua falência. Não se trata, a nosso ver, duma questão propriamente dita. A verdadeira questão colocada ao tribunal reside em saber se se verifica o requisito de prejuízo de difícil reparação, sobre a qual o tribunal não deixou de tomar uma decisão.” Para o tribunal, a Polytec não depende do terreno localizado na zona da Areia Preta para prosseguir os seus negócios na área do imobiliário. “Não nos parece que a não suspensão irá necessariamente provocar a inactividade da requerente. Quer dizer, o facto de não ser decretada a suspensão de eficácia apenas impedirá a requerente de continuar esta obra em concreto nos tempos mais próximos, mas não a impedirá de prosseguir a sua actividade noutras obras e noutros empreendimentos em curso ou em projecto. Na realidade o despacho em causa tem os seus efeitos confinados ao terreno em causa e não implica a cessação da sua actividade construtiva e de comercialização imobiliária noutros terrenos – a sua ou a outrem concessionados – em Macau ou noutras paragens mais ou menos próximas”, lê-se no acórdão.
Hoje Macau Manchete SociedadeJustiça | Julgamento do antigo procurador da RAEM arranca hoje Começa hoje o julgamento do ex-responsável máximo pelo Ministério Público de Macau. Prevê-se uma sessão dedicada à leitura da acusação, que é longa. Ho Chio Meng vai ser julgado por mais de 1500 crimes [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] hoje. Depois de um adiamento de quatro dias, o antigo procurador da RAEM, Ho Chio Meng, vai começar a ser julgado esta manhã. A primeira audiência do julgamento de Ho Chio Meng tinha sido inicialmente marcada para segunda-feira, mas foi adiada na semana passada na sequência de um requerimento apresentado pela defesa do ex-procurador, que pedia o afastamento do presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), onde vai ser julgado, um pedido que foi recusado pelo tribunal esta terça-feira. “Não se nos afigura existente motivo sério e grave que possa gerar desconfiança sobre a imparcialidade do juiz visado, nem se mostram violados (ou irão ser violados) os direitos do arguido, pelo que se deve recusar, desde logo, o requerimento apresentado pelo arguido, por ser manifestamente infundado”, refere o acórdão do TUI. O pedido de recusa de Sam Hou Fai foi formalizado com base nas duas intervenções daquele juiz no processo: por ter sido presidido à audiência sobre o pedido de ‘habeas corpus’ e, já na fase de inquérito, por ter autorizado o pedido do Comissariado Contra a Corrupção para ter acesso às declarações de rendimentos e interesses patrimoniais do arguido e da mulher. Mais de mil páginas Ho Chio Meng, que liderou o Ministério Público de Macau entre 1999 e 2014, é acusado de mais de 1500 crimes, incluindo burla, abuso de poder, branqueamento de capitais e promoção ou fundação de associação criminosa, em autoria ou co-autoria com outros nove arguidos. Os restantes nove arguidos serão julgados num processo conexo, a partir de 17 de Fevereiro, no Tribunal Judicial de Base. O antigo procurador encontra-se em prisão preventiva desde Fevereiro. O caso de Ho Chio Meng arrisca-se a entrar para a história judicial de Macau como sendo o maior de sempre, em termos físicos: são mais de 30 mil páginas, contando com os 36 volumes da acusação principal e os 81 volumes de apensos. Só o despacho de pronúncia tem mais de mil páginas.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim adverte empresas sobre investimentos “irracionais” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China advertiu as empresas do país sobre investimentos “irracionais” além-fronteiras, numa altura em que o ‘boom’ de aquisições no estrangeiro alimenta preocupações face à fuga de capitais e viabilidade duvidosa de alguns activos. O aviso de Pequim, noticiado pela agência noticiosa oficial Xinhua, não menciona nenhuma empresa, mas destaca as áreas do desporto, hotelaria e entretenimento. “Advertimos as empresas a tomar decisões com cautela”, lê-se num comunicado emitido em conjunto pelo Ministério do Comércio chinês e outras entidades do Governo. “Os órgãos reguladores estão também a seguir atentamente a tendência irracional nos investimentos além-fronteiras, em áreas como imobiliário, hotelaria, cinema, entretenimento e clubes desportivos”, aponta. O ‘boom’ das aquisições no estrangeiro por empresas chinesas tem dificultado os esforços de Pequim em travar a fuga de capitais, que levou à desvalorização da moeda chinesa, o yuan. Nos primeiros oito meses do ano, os investimentos chineses fora do país atingiram 61,7 mil milhões de dólares. Às compras Em Portugal, o país asiático tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores, comprando participações em áreas da energia, seguros, saúde e banca. Os investidores chineses correspondem também a 74% dos vistos ‘gold’ emitidos desde a criação do programa, em Outubro de 2012. “Uma das razões pela qual os reguladores tomaram esta posição é a tendência de queda do yuan, assim como a dificuldade em travar a fuga de capitais”, comenta em Pequim um analista da consultora DealGlobe. A agência Bloomberg estima que o país asiático tenha registado uma fuga de capitais privados recorde em 2015, estimada em um bilião de dólares (927.000 milhões de euros). As reservas cambiais da China, as maiores do mundo, caíram 69 mil milhões de dólares em Novembro, pelo quinto mês consecutivo, para 3,05 biliões de dólares, a maior queda desde janeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaGlobal Times | China deve construir mais armas nucleares [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China deve aumentar “significativamente” os gastos militares e construir mais armas nucleares, preparando-se para o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, defendeu ontem um jornal próximo do Partido Comunista Chinês (PCC). O país deve “construir mais armas nucleares estratégicas e acelerar a instalação dos mísseis balísticos intercontinentais DF-41” para proteger os seus interesses, caso Trump proceda de “forma inaceitável” para com o país. Em editorial, o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defende “um aumento significativo das despesas militares da China, em 2017”. Trump atacou frequentemente a China durante a campanha presidencial, designando o país como o “inimigo” que faz dos EUA “palermas”. Mas o norte-americano indicou também que não deseja projectar o poder dos EUA além-fronteiras, afirmando que a América está cansada de pagar para defender aliados como o Japão e a Coreia do Sul. Trump chegou a sugerir que esses países construam as suas próprias armas nucleares. Ponto de partida O editorial do Global Times surge na sequência de um ‘post’ de Trump na rede social Twitter, em que critica as políticas externa e comercial da China, e da conversa por telefone deste com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen. Pequim considera Taiwan parte do seu território, pelo que o contacto de alto nível com Taipé sugere um apoio às aspirações independentistas do território. Em editorial, o Global Times escreveu: “Precisamos de nos preparar melhor militarmente, para garantir que aqueles que advogam a independência de Taiwan serão castigados, e tomar precauções em caso de provocação dos EUA no Mar do Sul da China”. Trump escolheu esta semana o governador do Estado de Iowa, Terry Branstad, que tem laços antigos com o Presidente da China, Xi Jinping, para embaixador norte-americano em Pequim. A escolha sugere que o magnata quer manter boas relações com o país, mas o jornal estatal China Daily permanece também pessimista quanto ao futuro das relações entre as duas maiores potências do planeta. “A China tem de estar preparada para o pior”, escreveu em editorial, na edição de ontem. “O que aconteceu nas últimas semanas sugere que as relações entre a China e os EUA atravessam um período de incerteza nunca visto antes, contando que Trump pode não só ladrar como morder também”, afirmou.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMedicina Tradicional Chinesa | Pequim investe em nova política de saúde O Governo Central publicou um livro branco a detalhar políticas e medidas de fomento da medicina tradicional chinesa, tornando-a estratégia nacional. O Conselho de Estado quer que as práticas desenvolvidas no país sejam o alicerce da nova política de saúde nacional [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] medicina tradicional chinesa (MTC) é uma das mais bem sucedidas exportações da nação, encontrando-se espalhada por todo o mundo, apesar de ser encarada como uma prática alternativa face à chamada medicina convencional do Ocidente. Desde 2012 que o Partido Comunista Chinês (PCC), no 18º Congresso Nacional, pretende implementar uma série de políticas e medidas de promoção da MTC. Em 2015, durante a reunião do executivo, o Conselho de Estado aprovou o primeiro esboço legal de regulação da MTC e submeteu-a ao legislador para deliberação e aprovação. O objectivo foi criar um ambiente legal razoável para o desenvolvimento e regulação das práticas medicinais tradicionais. Já este ano, o Comité Central do PCC e o Conselho de Estado lançaram um plano estratégico nacional de saúde de longo prazo (2016-2030), alicerçado em torno da MTC. A estratégia passa por dar igual relevo ao desenvolvimento da MTC e à medicina ocidental. Para tal, o Governo Central encoraja a interacção entre ambas as formas de medicina. Dessa forma, serão dadas condições a médicos convencionais para aprenderem e incorporarem métodos da MTC nos tratamentos. Em contrapartida, nas escolas e universidades de medicina tradicional serão ministrados cursos de medicina moderna, em espírito de intercâmbio, de acordo com as directrizes do Governo Central. O mesmo espírito de partilha ocorrerá ao nível hospitalar, sendo encorajada a abertura de centros dedicados a doenças específicas nos estabelecimentos de MTC. Na outra direcção acontecerá o mesmo, sendo encorajada a criação de departamentos de métodos tradicionais de saúde nos hospitais de medicina moderna. Esta medida pretende aliviar a pressão sobre as urgências hospitalares, assim como assumir uma posição profilática de controlo e prevenção de doenças infecciosas. O culminar destes esforços chega agora com o livro branco, que pretende ser o plano de revitalização da MTC, que inicia uma nova era de desenvolvimento na área da saúde. O Governo Central tem como metas principais facultar a todos os cidadãos chineses o acesso a serviços básicos de saúde até 2020, e tornar universal o alcance da MTC a todas as áreas da saúde até 2030. Estes são os alicerces da grande reforma do sistema de saúde chinês. A expansão do alcance dos serviços prestados e o esforço para melhorar a gestão da área da saúde têm também uma forte componente comunitária, promete Pequim. Especialmente entre os idosos, turistas e trabalhadores, divulgando boas práticas de exercício e nutrição. Outro dos objectivos do livro branco da MTC é dar cobertura legal à protecção de recursos naturais que se têm tornado escassos, e que são essenciais à farmacologia chinesa. Os números da tradição A MTC tem raízes ancestrais bem fundas na cultura chinesa, muito popular entre a população, tratando-se de uma questão cultural e filosófica. O livro branco lançado pelo Governo Central contabiliza o número de centros hospitalares que se dedicam aos métodos tradicionais. De acordo com o documento, espalhados tanto por zonas rurais como urbanas, em 2015 existiam 3966 hospitais de MTC, 42.528 clínicas e 452 mil especialistas do ramo. Os dados estatísticos avançados estabelecem ainda um crescimento de 14,3 por cento para 15,7 por cento nos cuidados médicos tradicionais prestados na totalidade dos cuidados médicos prestados, durante o período de 2009 a 2015. No que toca a despesas durante o ano de 2015, as consultas de MTC foram 11,5 por cento mais baratas que as consultas em medicina convencional. No que diz respeito a despesas per capita, os custos dos tratamentos tradicionais foram 24 por cento menos dispendiosos em relação à medicina moderna. Até à data, foram aprovados cerca de 60 mil medicamentos de MTC, assim como 2088 empresas farmacêuticas creditadas para produzir patentes do ramo tradicional de acordo com a legislação que regula as boas práticas de produtos médicos. A MTC é uma realidade intimamente ligada ao comércio, assim como acontece, de resto, com a medicina convencional. A indústria farmacêutica de MTC representa um mercado de 786,6 mil milhões de yuan, o que corresponde a 28,55 por cento da totalidade de toda a indústria farmacêutica chinesa. Esta fatia considerável é vista pelo Governo Central como uma nova fonte de crescimento da economia chinesa. Alcance global Apesar de se reconhecerem benefícios, principalmente à acupunctura, o consenso científico aponta para uma posição de complementaridade da MTC em relação à medicina convencional, e não de substituição. No entanto, pode ser uma solução viável no tratamento da ansiedade, depressão, enxaquecas e alergias. A sua abordagem distinta da medicina ocidental continua a fascinar o Ocidente e a ganhar popularidade. De acordo com o Departamento de Informação do Conselho de Estado, as várias técnicas medicinais chinesas encontram-se em expansão um pouco por todo o mundo, sendo utilizadas em 183 países. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o uso da acupunctura e da moxabustão está implementado, e aprovado oficialmente em 103 países, sendo que em 18 países as mesmas técnicas são cobertas por seguros de saúde. É de realçar ainda que em 29 países foram aprovados estatutos especiais para a medicina tradicional. Apesar de assentar em técnicas ancestrais, esta é mais uma indústria chinesa em expansão no plano global. História da medicina chinesa Curiosamente, o advento da medicina tradicional chinesa anda de mãos dadas com a invenção de uma substância que provoca inúmeros problemas de saúde: o álcool. A descoberta deu-se durante a Dinastia Xia (2070-1600 A.C.). O passo seguinte foi a invenção da decocção ervanária, já na Dinastia Shang (1600-1046 A.C.). A evolução prosseguiu chegando-se às primeiras especializações médicas, dietistas, médicos, doutores de decocção e veterinários. Os avanços seguintes foram ao nível dos métodos de diagnóstico como o exame da tez, da língua, auscultação, exame do pulsação e historial clínico do paciente. Estas técnicas remontam a 500 anos A.C.. O enraizamento do budismo (0-200) trouxe a implementação dos primeiros hospitais, um passo marcante na evolução das políticas de saúde chinesas. Outro passo marcante foi a criação do Instituto de Medicina Imperial durante a Dinastia Tang (618-917), que estabeleceu diferentes departamentos e especialistas para as áreas da acupunctura, moxabustão e farmacologia. Estes avanços puseram o nome de Sun Simiao na história da medicina tradicional chinesa. Durante a Dinastia Ming (1368-1644), Li Shizhen escreveu o Compêndio de Matéria Médica, considerado até hoje uma obra-prima da herbologia, o primeiro livro que categoriza cientificamente as ervas medicinais. Este trabalho pioneiro resultou em avanços consideráveis na farmacologia da medicina tradicional chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaHuman Rights Watch | Sistema de justiça paralelo para funcionários do PC O comunicado da Human Rights Watch relata vários casos de tortura a membros do Partido Comunista Chinês. Segundo a ONG, a campanha anti-corrupção do Presidente Xi Jinping assenta num sistema de detenções abusivas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] sistema de justiça paralelo que a China reserva para membros do Partido Comunista “assenta fortemente” na tortura e é “abusivo e ilegal”, diz a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), apelando ao seu encerramento. Cerca de 88 milhões de membros do Partido Comunista Chinês (PCC), o partido único de poder na China, estão sujeitos a um sistema designado de “shuanggui”, que opera fora do controlo das autoridades judiciais. Desde 2007, mais de 15 funcionários do Governo terão morrido devido aos abusos praticados naquele sistema. Após ascender ao poder, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anti-corrupção, considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, que resultou já na punição de um milhão de membros do partido. A campanha é regida pelo órgão de disciplina e inspecção interno do PCC. Vários dos suspeitos desaparecem sem aviso prévio e ficam retidos em centros de detenção ilegais, até “confessarem” as acusações que lhes são feitas. Só depois transitam para as instâncias judiciais, num processo que invariavelmente resulta na sua punição. “O Presidente Xi construiu a sua campanha anti-corrupção com base num sistema de detenções abusivas e ilegais”, aponta em comunicado a directora da HRW para a China, Sophie Richardson. Flagelos múltiplos Com base na análise de sentenças dos tribunais, notícias e entrevistas com ex-detidos e seus familiares, o relatório da organização detalha os abusos daquele sistema: longos períodos de privação de sono, comida e água, espancamentos, detidos forçados a estarem em posições inconfortáveis ou ameaças aos seus familiares. Um dos citados recorda como foi coagido a criar histórias para os seus crimes: “Eles forçaram-me a inventar. Tive de inventar ou batiam-me”. Um outro detido recorda que foi obrigado a sentar-se e levantar-se, consecutivamente, por períodos de 12 horas, numa rotina que fez as suas pernas “incharem e as nádegas ficarem irritadas, até escorrerem pus”, cita o comunicado. Um dos advogados entrevistados descreve um caso em que um cliente seu dormia apenas uma hora por dia e era forçado a equilibrar um livro na cabeça o resto do tempo. Ao fim de oito dias, “confessou tudo aquilo de que o acusavam”. “Quando chegou a esse ponto, os seus pés estavam tão inchados, que pareciam a pata de um elefante, e ele não conseguia mais urinar”, recorda. A taxa de condenações dos tribunais chineses é de 99,92%. “Os tribunais funcionam como um carimbo, legitimando um processo ilegal dirigido pelo Partido Comunista”, afirma Richardson. Em Outubro, após uma reunião de quatro dias, a elite do PCC ditou um controlo mais apertado dos seus membros, anunciando um maior controlo escrutínio ideológico e uma reforma “das directrizes para a vida política”. As novas regras de disciplina interna forçam os membros do PCC a oporem-se a acções contrárias à liderança do partido e prometem um aumento das investigações de comportamentos “fora da linha” da organização.
Hoje Macau China / ÁsiaChina critica EUA por “politizar” investimentos chineses [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China criticou na segunda-feira a decisão dos Estados Unidos de bloquear a aquisição da Aixtron, empresa alemã do sector tecnológico, por um grupo chinês, afirmando que o negócio deve ser separado da política. O Presidente dos EUA, Barack Obama, travou o negócio, ao rejeitar a inclusão da unidade norte-americana da Aixtron. Washington disse que a Comissão para o Investimento Estrangeiro nos EUA avaliou os riscos da aquisição, que poderia servir fins militares chineses, como sendo demasiado altos. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lu Kang considerou que a oferta pela Aixtron tinha um propósito exclusivamente comercial. “A China opõe-se à politização do normal comportamento em negócio ou à interferência política”, afirmou em conferência de imprensa, em Pequim. “Esperamos que os EUA parem de fazer acusações sem fundamento contra as empresas chinesas e proporcionem um ambiente justo e boas condições para os investimentos chineses”, acrescentou. Acesso vedado O Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que a tecnologia produzida pela Aixtron, que é fundamental no fabrico de semicondutores usados em lasers, luz de alta resolução e células solares, também pode servir fins militares. Washington não quer que empresas financiadas pelo Governo chinês tenham acesso àquela tecnologia. Em Outubro passado, Berlim anunciou que o negócio voltaria a ser analisado, alterando assim a sua posição inicial sobre a proposta da chinesa Grand Chip Investment, pela Aixtron, no valor de 670 milhões de euros. O jornal Handelsblatt, que citou fontes não identificadas dos serviços secretos alemães, escreveu na altura que a alteração se deveu à interferência dos EUA. “Washington teme que os ‘chips’ produzidos pela Aixtron possam ser usados no programa nuclear chinês”, disse o jornal. A Alemanha é o segundo maior destino do investimento chinês na Europa, ultrapassada apenas pelo Reino Unido. Portugal é o quarto, logo a seguir à França.
Hoje Macau PolíticaAtentado ao pudor | Pró-democratas voltam a apresentar projecto de lei Au Kam San e Ng Kuok Cheong apresentaram na Assembleia Legislativa um projecto de lei para tipificar o delito de atentado ao pudor. O artigo chega numa altura em que o hemiciclo se prepara para analisar a proposta do Governo sobre crimes sexuais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] iniciativa dos deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San, da chamada ala democrata, “visa colmatar as lacunas existentes através de aditamentos e alterações ao Código Penal, com enfoque na definição de atentado ao pudor, acto comummente censurado pela sociedade local, como crime cujo procedimento penal se inicia mediante queixa”. “É já socialmente consensual que o ‘atentado ao pudor’ não deve ser punido como crime de injúria, que é um crime particular, mas que deve, sim, ser punido como crime semipúblico. Não podemos deixar existir, infinitamente, um vazio legislativo no respeitante ao crime de atentado ao pudor”, lê-se na nota justificativa. O projecto de lei – que ainda não tem data para ser apreciado – chega numa altura em que também deve ser admitida em breve a proposta de lei elaborada pelo Governo que prevê alterações ao Código Penal relativamente aos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexuais, produzida após uma consulta pública entre Dezembro de 2015 e Fevereiro último, cujos principais pontos foram apresentados, no final do mês passado, pelo porta-voz do Conselho Executivo. Apesar da auscultação, o Governo “continua a atrasar legislação sobre o acto de ‘atentado ao pudor’”, sublinham os deputados, apontando que, “atendendo ao Relatório das Linhas de Acção Governativa para 2017, nem em 2017, 2018 ou 2019 o Governo terá a intenção de apresentar a respectiva proposta de lei”. Números e factos Citando dados do gabinete do secretário para a Segurança sobre o tratamento adoptado pela polícia relativamente a actos de atentado ao pudor, os deputados referem que, entre 2012 e Abril de 2014, 40 casos foram tratados como coacção; cinco como coacção grave; 20 como coacção sexual e 94 como injúria, para salientar que nos primeiros três são as autoridades que procedem à dedução de acusação e que só no de injúria é que o procedimento penal depende de acusação particular. “A dependência da acusação particular da vítima no crime de injúria decorrente de acto de atentado ao pudor é um requisito que enfraquece a protecção da vítima”, argumentam. Este não é o primeiro projecto de lei para introduzir alterações ao Código Penal no sentido de tipificar o atentado ao pudor apresentado pelos dois deputados. Em Janeiro deste ano, o hemiciclo chumbou a iniciativa de ambos nesse sentido (16 votos contra, oito a favor e cinco abstenções), principalmente sob o argumento de que o Governo se preparava para apresentar uma proposta de lei versando sobre os crimes sexuais, cujo conteúdo estava na altura sob auscultação pública. No projecto de lei, Ng e Au propõem que seja aditado um artigo que tipifica o atentado ao pudor, prevendo pena de prisão até dois anos para quem “beijar, abraçar ou apalpar as nádegas, seios ou partes íntimas do corpo de outrem, aproveitando-se da sua impossibilidade de opor resistência atempada”. As penas são agravadas consoante a idade da vítima e em caso de o autor ser responsável pela sua educação ou assistência. O procedimento penal, indica o articulado, depende de queixa, salvo quando do crime resultar “suicídio ou morte da vítima”.
Hoje Macau EventosThis is My City: Documentário, curta-metragem e um Instameet na segunda semana [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]rranca hoje a segunda semana do festival This is my city, com o capítulo da série documental “No trilho dos naturalistas” dedicado a Angola. O filme é baseado na longa história de expedições botânicas ao país africano por parte de naturalistas da Universidade de Coimbra, uma tradição que remonta ao século XVIII. Realizado pelo cineasta lisboeta André Godinho, este trilho leva-nos numa viagem pela biodiversidade de Angola, os ecossistemas tropicais e a forma como são influenciados pelos seres humanos. O projecto será apresentado ao público de Macau por António Carmo Gouveia, director do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra e coordenador da série documental, e por Alexandra Cook, especialista em botânica da Universidade de Hong Kong. O evento tem início marcado para as 18 horas de hoje na Casa Garden. Na sexta-feira, as atenções viram-se para o cinema, mais propriamente para o formato mais conciso da sétima arte: a curta-metragem. Este capítulo do festival acontecerá no pátio do Albergue SCM a partir das 18 horas. A curadoria será de Maxim Bessmertny, o realizador local de origem russa que se estreou na edição de 2013 com o filme “The tricycle thief”. A curta foi apresentada no Festival Internacional de Filme de Toronto e arrebatou o Prémio de Ouro do Programa Kodak de Bolsas de Estudo de 2015. Maxim irá conduzir uma masterclass sobre curtas-metragens e apresentará um ciclo de filmes de sua curadoria. Este evento voltará à abordagem do conceito PechaKucha, “mostrar e contar”, o que aconteceu pela primeira vez em 2013. A ideia será apresentar vinte imagens que serão discutidas em vinte segundos cada. Macau no Instagram A fechar a segunda semana de festival haverá uma colisão entre o mundo virtual e o real, com um encontro da comunidade que partilha fotos no Instagram. O rendez-vous será no próximo sábado, dia 10, às 12 horas, no Macau Design Center, e terminará às 18 horas. Na ementa está um passeio pela cidade, curado para fotógrafos, com o intuito de proporcionar um itinerário urbanístico apetecível às lentes. O Instameet deste ano terá uma página no Instagram, assim como hashtags próprios para a ocasião, de forma a fazer a ponte entre os participantes e a cidade.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim avisa Trump. Imprensa acusa-o de inexperiente A conversa telefónica entre Donald Trump e a Presidente sul-coreana continua a agitar as relações entre a China e os Estados Unidos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China advertiu ontem o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que a única forma de manter a actual cooperação entre ambos os países é Washington respeitar o princípio “uma só China”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse confiar que os EUA vão cumprir com esse princípio, que dita que o único Governo chinês reconhecido por Washington é Pequim, distanciando-se das aspirações independentistas de Taiwan. “Só assim podemos garantir a continuidade do desenvolvimento da cooperação de benefício mútuo entre ambas as partes”, advertiu o porta-voz Lu Kang, em conferência de imprensa. Já a imprensa oficial chinesa acusou Trump de “inexperiência política” face à sua conversa por telefone à Presidente de Taiwan, o que motivou uma reacção no Twitter de Donald Trump. Ao falar com Tsai Ing-wen, Donald Trump “revelou apenas a sua inexperiência e a inexperiência da sua equipa de transição em lidar com as relações externas”, referiu no domingo o jornal oficial China Daily, em editorial. Na rede social Twitter, Trump reagiu assim: “A China perguntou-nos se era bom desvalorizar a sua moeda (prejudicando a competitividade das nossas empresas), taxar fortemente os nossos produtos que entram no seu país (os Estados Unidos não os taxam) ou construir um enorme complexo militar no meio do Mar do Sul da China? Não me parece!”. Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” se a ilha declarar independência. Desde que a China e EUA restabeleceram relações diplomáticas, em 1979, nunca mais um líder norte-americano falou com um Presidente taiwanês. Washington e Taipé mantêm, porém, laços informais, com os EUA a venderem armas a Taiwan. Uma outra referência de Trump a Tsai no Twitter como a “Presidente de Taiwan” terá também servido para irritar Pequim, que considera qualquer alusão ao líder de Taiwan como Presidente uma afronta à sua soberania. A reacção da China foi, até agora, relativamente moderada, culpando sobretudo o lado taiwanês. Terreno movediço Em editorial, o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, afirmou que “Trump talvez esteja à procura de oportunidades ao fazer provocações”. “Contudo, tem zero de experiência diplomática e desconhece as repercussões em agitar as relações entre a China e os EUA”, afirmou. O jornal considerou ainda que “certamente, Trump não procura a confrontação com a China, porque não é essa a sua ambição, nem isso faz parte das suas promessas ao eleitorado”. A argumentação em torno do telefonema de Tsai poderá ser apenas a primeira. Alguns dos argumentos de Trump, porém, são falsos. As exportações da China são taxadas pelos EUA, que recentemente impuseram tarifas extras a vários produtos chineses, incluindo no sector do aço e em painéis solares. Já a China, que antes mantinha um apertado controlo sobre o valor da sua moeda, o yuan, permite agora que esta varie até dois por cento por dia, face a um pacote de moedas internacionais. No mês passado, a moeda chinesa atingiu a cotação mais baixa em mais de oito anos, face ao dólar norte-americano. Economistas consideram, contudo, que a moeda está mais ou menos correctamente avaliada face às divisas estrangeiras. Numa altura em que a economia chinesa abranda e com a fuga de capitais do país a atingir um valor recorde, Pequim tem investido no sentido de manter o valor do yuan, em vez de o desvalorizar, como Trump e outros críticos sugerem.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno das Filipinas nega planos para destituir vice-presidente [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidência das Filipinas negou ontem que existam planos para destituição da vice-presidente do país, Leni Robredo, com quem o líder filipino, Rodrigo Duterte, teve vários conflitos nos últimos meses. “São especulações que vêm do campo da vice-presidente”, afirmou ontem o porta-voz da presidência das Filipinas, Martin Andanar, numa entrevista com a emissora local GMA. As declarações de Andanar acontecem depois de Robredo ter afirmado, no domingo, que existem planos para “roubar” a vice-presidência, tendo anunciado a sua demissão do cargo de directora do Conselho de Habitação de Desenvolvimento Urbano, concedido por Duterte. “Fui avisada de planos para me roubarem a vice-presidência. Escolhi ignorá-los e centrar-me no meu trabalho. Mas os acontecimentos dos últimos dias indicam que este plano foi posto em marcha”, afirmou Robredo, no domingo, em comunicado. “Não vou permitir que não se cumpra a vontade do povo”, garantiu Robredo, que em Maio venceu as eleições para a vice-presidência por uma estreita margem contra Ferdinand Marcos, filho do ex-ditador filipino Ferdinand Marcos e um dos aliados de Duterte. Não alinhado Robredo afirmou também as “importantes diferenças de princípios e valores” em relação a Duterte, e anunciou o seu desacordo com várias políticas do Presidente, como a violenta campanha contra as drogas ou o enterro do ex-ditador Marcos no Cemitério dos Heróis. Nas eleições presidenciais nas Filipinas os eleitores elegem o Presidente e o vice-presidente de forma independente, pelo que os dois líderes podem vir de partidos diferentes, como é o caso de Duterte e Robredo. O Presidente das Filipinas manifestou várias vezes o seu apoio a Marcos, que desde que foram anunciados os resultados das eleições tem pedido uma recontagem dos votos. “Quem sabe se não teremos um novo vice-presidente”, disse Duterte ao apresentar Marcos num acto público em Outubro durante uma visita oficial à China.
Hoje Macau Manchete SociedadeJustiça | Adiado julgamento de Ho Chio Meng O antigo procurador entende que o presidente do Tribunal de Última Instância não deve fazer parte do colectivo que o vai julgar. Ho Chio Meng alega que Sam Hou Fai participou noutras fases da investigação do processo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] início do julgamento do ex-procurador da RAEM, marcado para hoje, foi adiado por a defesa de Ho Chio Meng ter pedido o afastamento do presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), onde vai ser julgado. Segundo um comunicado do tribunal, a defesa pediu “a recusa da intervenção” de Sam Hou Fai por ser o mesmo juiz que presidiu, noutra fase do processo, à audiência sobre o pedido de ‘habeas corpus’ (libertação imediata) do ex-procurador quando Ho Chio Meng foi detido, ainda na fase de investigação. A defesa argumenta ainda, de acordo com o mesmo comunicado do TUI, que Sam Ho Fai foi também quem, na fase de inquérito, autorizou um pedido do Comissariado contra a Corrupção para ter acesso às declarações de rendimentos e património do arguido e da mulher. O início do julgamento fica cancelado para ser apreciado o requerimento da defesa, não havendo ainda nova data para a primeira audiência, explica o TUI. O TUI é a única instância que, em Macau, é chamada a decidir sobre processos que envolvem titulares ou ex-titulares de cargos públicos. Esta característica do sistema judicial tem sido criticada por diversos sectores por causa de ser impossibilitado o recurso a quem é julgado em primeira instância. As outras questões O caso de Ho Chio Meng, que liderou o Ministério Público de Macau entre 1999 e 2014, é o segundo a confrontar o sistema com esta questão. O primeiro foi o do ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long, detido há dez anos, a 6 de Dezembro de 2006. Apesar de essa impossibilidade de recurso ter sido contestada na sequência do caso Ao Man Long, e não obstante os apelos para ser alterada a Lei de Bases da Organização Judiciária, o cenário repete-se, dado que a prometida revisão da lei se encontra “em curso” há anos. Na semana passada, questionada na Assembleia Legislativa, a secretária da Administração e Justiça, Sónia Chan, voltou a não comprometer-se em relação a uma mudança na lei, limitando-se a responder que o Governo vai “fazer estudos” sobre o assunto. Ho Chio Meng está acusado de mais de 1500 crimes, incluindo burla, abuso de poder, branqueamento de capitais e promoção ou fundação de associação criminosa, em autoria ou co-autoria com outros nove arguidos, que vão ser julgados num processo conexo, marcado para 17 de Fevereiro, no Tribunal Judicial de Base. O procurador da RAEM foi detido em Fevereiro deste ano por suspeita de corrupção na adjudicação de obras e serviços no exercício das suas funções no Ministério Público. O caso de Ho Chio Meng fez também renascer o debate em Macau em torno do estatuto dos magistrados e da falta de um instrumento de fiscalização da sua actividade. Em Março, o actual procurador, Ip Son Sang, defendeu a revisão do estatuto dos magistrados, a propósito da detenção do seu antecessor. “Temos de discutir o estatuto dos magistrados e também temos de analisar a situação actual dos magistrados, se estão a desenvolver ou a desempenhar as funções judiciárias”, afirmou. Meses depois, em Outubro, Ip Song Sang considerou que a caso é também um sinal de que na região se respeita o princípio do primado da lei, mesmo que possa levar “a que a sociedade ponha em causa o bom funcionamento do Ministério Público”.
Hoje Macau Manchete SociedadeFitch diz que sector do jogo em Macau está em longa recuperação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência de notação financeira Fitch considera que a indústria do jogo de Macau aparenta estar posicionada para “uma longa recuperação”, defendendo que actualmente as perspectivas a longo prazo são as “melhores”. A análise foi divulgada no mesmo dia em que a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) anunciou que as receitas dos casinos cresceram 14 por cento em Novembro face ao período homólogo do ano passado – pelo quarto mês consecutivo. A agência de notação financeira prevê que os casinos de Macau encerrem 2016 com uma queda nas receitas de quatro por cento antes de um regresso ao crescimento a um dígito médio no cômputo do próximo ano. “O sector do jogo de Macau – agora firmemente no fim de um ciclo – tem melhores perspectivas a longo prazo”, nomeadamente “atendendo aos investimentos em nova oferta” ou às “melhorias nos indicadores do mercado de massas”, afirmou o analista Alex Bumazhny, citado no comunicado da Fitch. “O mercado de massas parece estar a responder bem à nova oferta até ao momento. As receitas de jogo deste segmento aumentaram quatro por cento no terceiro trimestre deste ano em termos anuais homólogos, à semelhança da subida registada nas taxas de ocupação hoteleira e nas estadias mais longas. Os comentários dos operadores relativamente aos segmentos VIP começaram a ser positivos este outono”, indicou a Fitch. Caminho ascendente As receitas dos casinos subiram em Novembro pelo quarto mês consecutivo naquele que foi o primeiro crescimento a dois dígitos, depois das subidas em Outubro (8,8 por cento), Setembro (7,4 por cento) e Agosto (1,1 por cento), registadas após 26 meses consecutivos de diminuições anuais homólogas. Em meados de Setembro, a agência de notação financeira considerou ser improvável uma “recuperação em V”, isto é, que à forte contracção registada sucedesse uma forte recuperação e estimou que o sector do jogo estaria a aproximadamente a uma década de atingir o pico das receitas alcançado antes da contracção. As receitas dos casinos de Macau fecharam 2015 com uma queda de 34,3 por face a 2014. Tratou-se do segundo ano consecutivo de diminuição das receitas de jogo depois de, em 2014, terem diminuído 2,6 por cento.
Hoje Macau SociedadeAnálise | Declaração de dinheiro na fronteira sem impacto Analistas consideram que a proposta de lei que obriga à declaração nas fronteiras do transporte de dinheiro no valor igual ou superior a 120 mil patacas não vai ter impacto nos casinos [dropcap style≠’circle’]“N[/dropcap]a nossa perspectiva, a proposta do Governo [cujos principais pontos foram apresentados na semana passada], para a declaração do transporte de numerário e instrumentos negociáveis ao portador acima de 120 mil patacas na fronteira, não vai ter um impacto significativo nas receitas de jogo”, observa Chelsey Tam, analista na Morningstar Asia, num comunicado citado pela Agência Lusa. Analistas da JP Morgan, citados pelo portal especializado em jogo GGRAsia, também consideram que a medida surge “realmente com vista à adopção de padrões internacionais no âmbito do combate à lavagem de dinheiro [e] não tem nada que ver com o controlo de capitais da China, nem visa a indústria do jogo”. “Acreditamos que não se trata de um ‘apertar’ das regulações nem para a indústria do jogo nem para a saída de capital da China para Macau, ao contrário do que alguns analistas possam temer”, sublinham DS Kim e Sean Zhuang. Os analistas da JP Morgan recordam ainda que, “legalmente, os chineses apenas podem transportar 20 mil yuan em cada visita ao exterior; pelo que este limite [120.000 patacas] é já cinco vezes mais elevado do limite legal que os visitantes do interior da China têm de respeitar”. Outro dinheiro Além disso, acrescentam, os jogadores VIP “normalmente não transportam dinheiro quando cruzam a fronteira”, já que normalmente jogam a crédito ou utilizam outras formas de financiamento facultadas pelos operadores ‘junket’. A proposta de lei, que segue agora para a Assembleia Legislativa, prevê que quem não cumprir o dever de declaração incorre em infracção administrativa, punível com multa de um a cinco por do valor que exceda o montante de referência, mas nunca inferior a mil patacas, nem superior a 500 mil. A medida visa responder a uma das 40 recomendações no âmbito do combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo emitidas pelo Grupo de Acção Financeira (GAFI), que foram emitidas em 2012 e actualizadas em Outubro último. “A RAEM, como membro do Grupo Ásia-Pacífico contra o branqueamento de capitais necessita, portanto, de cumprir as aludidas recomendações do GAFI”, justificou na semana passada o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, na apresentação do diploma, enfatizando que esse modelo de funcionamento existe noutros países e territórios. O Grupo Ásia-Pacífico tinha previsto realizar uma avaliação de Macau no final do mês passado.
Hoje Macau EventosExposição “Alma”, de Omar Camilo, inaugura amanhã na Casa Garden [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já amanhã, dia 6, que inaugura na Casa Garden uma exposição do artista Omar Camilo, que nasceu em Havana, Cuba, mas que fez de Cabo Verde a sua casa. A iniciativa parte da Associação para a Divulgação da Cultura Cabo-verdeana, com o apoio da Fundação Oriente e Fundação Macau. Até ao dia 12 deste mês o público poderá ver e conhecer um total de 34 obras de Omar Camilo. O nome da exposição, “Alma”, visa transmitir “a essência, aquilo que perdura além da matéria e a busca dessa essência – nas expressões de que ela se reveste nas pessoas, nos espaços e nas relações entre ambos, mas também na essência do próprio exercício artístico”. Para além disso, esta iniciativa da associação cabo-verdiana visa mostrar “o carácter multifacetado de Omar Camilo”, onde a pintura “exibe uma vertente mais alternativa do artista, experimentando diversas texturas e técnicas, onde são notórias, a nível temático, as suas influências latino-americanas, africanas e europeias”. Outros caminhos Omar Camilo tem feito ainda trabalhos na área do cinema e fotografia. Na capital cubana estudou direcção de cinema no Instituto Superior de Arte de Cuba, onde realizou vários festivais tendo tanbém feito outros eventos internacionais em cidades como Tóquio, Paris, Barcelona ou Nova Iorque. Só em 2002 se apaixonou por Cabo Verde onde deu várias formações de cinema, tendo ficado a residir na cidade de Praia. Omar Camilo é ainda fotógrafo freelancer, tendo sido fotógrafo oficial da Agência Lusa entre 2006 e 2011 e também consultor do Escritório das Nações Unidas em Cabo Verde. O trabalho na pintura ganhou outro destaque quando criou, há dois anos, a galeria Om Art Camilo, tendo já realizado cerca de 30 exposições individuais em Cabo Verde e também Portugal. A associação afirma, em comunicado, que pretende, com a exposição deste artista, “partilhar com todas as comunidades de Macau expressões de vivência social cultural e artística de Cabo Verde, também ela marcada por forte multiculturalidade, de que Omar Camilo é exemplo”.
Hoje Macau China / ÁsiaSida atingia 850 mil chineses no final de 2015 [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde o primeiro caso, registado em 1985, que a doença não tem parado de crescer no país mais populoso do mundo. A discriminação e os preconceitos continuam a ser uma realidade A China registou quase 110 mil novos casos de infecção com o vírus da Sida em 2015, elevando para 850 mil o número total de infectados, 0,06% da população, segundo dados oficiais revelados sexta-feira. Encarada outrora na China como uma “doença de estrangeiros”, fruto de “um estilo de vida capitalista e decadente”, a sida fez a primeira vítima no país em 1985. Até ao final do ano passado, matou 177.000 pessoas na nação mais populosa do mundo, com cerca de 1.375 milhões de habitantes. Considerado o mais antigo sobrevivente do vírus da sida na China, Meng Lin sabe o que é sentir-se culpado, abandonado, rejeitado, mas não o que é desistir, lutando hoje pelos direitos dos seropositivos no país. Meng, que em 2006 fundou o China Alliance of People Living with HIV/AIDS (CAP+), organização não-governamental com sede em Pequim, foi diagnosticado VIH positivo há 21 anos. Ao saber da doença, a família sugeriu-lhe que saísse de casa. Partiu depois de um último jantar, na véspera do Ano Novo chinês. “Tive que lutar sozinho”, recorda à agência Lusa. “Na altura, não havia qualquer informação sobre a sida”. “Os pacientes eram somente colocados em quarentena, como era procedimento com as restantes doenças infecciosas”, conta. A história de Meng Lin, que sobreviveu mais de um quinto de século como seropositivo, ilustra as dificuldades do país em lidar com a doença. Em 1996, aceitou servir de cobaia num teste clínico: durante quase cem dias foi mantido isolado num hospital de Pequim, com outros três pacientes. Um deles suicidou-se; os outros dois morreriam meses mais tarde. Meng não desistiu: vendeu a casa que tinha na capital chinesa e recorreu à terapia antirretroviral, com recurso a medicamentos importados dos Estados Unidos. No total, terá gasto “cerca de três milhões de yuan”, até que, em 2009, a China legalizou aqueles fármacos. O primeiro ‘boom’ da sida no país aconteceu em meados dos anos 1990, na província de Henan. Centenas de milhares de camponeses pobres ficaram infectados, devido a um esquema ilegal de comércio de sangue. O sangue de diferentes origens era misturado e, depois de extraído o plasma para ser vendido à indústria de biotecnologia, injectado de novo nos camponeses, para evitar anemias. Até então, a maioria dos poucos casos oficialmente conhecidos na China dizia respeito a chineses que tinham trabalhado fora do país. “Os portadores do VIH eram vistos como criminosos. E eu sentia também a consciência pesada. Ajudar outros na mesma condição era uma forma de aliviar o sentimento de culpa”, lembra Meng. Crime sem castigo A CAP+ tem hoje 109 afiliados em toda a China e conta com o apoio financeiro de organizações estrangeiras, como a Fundação Ford ou a Fundação Holandesa contra a Sida. “O maior problema continua a ser a recusa dos hospitais em tratar os pacientes”, diz Meng Lin. Outra questão é o tratamento injusto por parte dos empregadores. Meng quer um reforço na aplicação da lei que estipula que os hospitais não podem rejeitar pacientes seropositivos e que despedir com base na doença é ilegal. “Os infractores raramente são punidos e a lei não prevê um castigo”, diz. Em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, criticou a “ignorância” e “preconceitos” sobre a doença, referindo-se aos seropositivos como “irmãs e irmãos”, que deviam “receber amor de toda a sociedade”. Regulações e leis sugerem, porém, que o Governo chinês mantém uma posição contraditória. Os candidatos à função pública chinesa, por exemplo, são sujeitos a um exame físico que inclui o rastreio do vírus, estando automaticamente desqualificados os seus portadores. Em 2013, o Ministério do Comércio chinês elaborou mesmo um projecto de lei para banir seropositivos de frequentar casas de massagens e spas. A normativa não foi aprovada, mas Meng considera que “estas situações aumentam os riscos de transmissão”. “Devido à discriminação a que são sujeitos, muitos seropositivos optam por ocultar a doença, sendo forçados a viver na marginalidade”, diz.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim protesta após conversa de Trump com Presidente de Taiwan [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim avisou Donald Trump após a sua conversa telefónica com a Presidente de Taiwan, em sentido contrário ao do reconhecimento pelos Estados Unidos de uma “única China”. “Protestámos solenemente junto da parte norte-americana envolvida. Só existe uma China e Taiwan é parte inalienável do território chinês”, informou sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Segundo os analistas, o episódio ilustra a inexperiência do presidente eleito, mas não indica forçosamente uma mudança de linha. Donald Trump falou na sexta-feira com Tsai Ing-wen, no primeiro contacto telefónico deste nível desde que Washington rompeu relações diplomáticas com Taipé, em 1979. A equipa de transição de Trump informou, em comunicado, que os dois dirigentes “abordaram os estreitos vínculos económicos, políticos e de segurança existentes entre Taiwan e os Estados Unidos”. “O Governo da República Popular da China é o único legítimo. Esta é a base política das relações sino-americanas”, insiste a declaração do ministério chinês. “Instamos a parte envolvida a respeitar este princípio”, adianta. A Casa Branca apressou-se na sexta-feira a reafirmar o seu “forte compromisso” com uma única China. “Não há qualquer mudança na nossa política de longa data”, disse à agência France Presse Emily Horne, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Face às críticas, Trump escreveu na rede de mensagens curtas Twitter: “A Presidente de Taiwan TELEFONOU-ME para me felicitar pela vitória nas presidenciais. Obrigado”. Antes de acrescentar mais tarde: “Interessante o facto de os EUA venderem milhares de milhões de dólares de equipamento militar a Taiwan, mas eu não deveria aceitar um telefonema de felicitações.” Imprensa ignora A polémica chamada telefónica foi censurada pela imprensa chinesa, que preferiu sublinhar a visita a Pequim do ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, “um velho amigo da China”. O telefonema, na sexta-feira, entre o Presidente eleito dos EUA e a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, não foi referido nos ‘sites’ da imprensa estatal chinesa e foi censurada na Internet. Na plataforma de microblogues Weibo – equivalente à rede social Twitter – persistiam alguns comentários de cibernautas a um artigo de um jornal de Hong Kong que escapou à censura. “Que China reconhece Trump? Que astúcia! Devemos parar este presidente empresário”, escreveu um cibernauta. O ex-presidente democrata Jimmy Carter declarou formalmente Pequim como único governo da China em 1979, o que pôs fim às relações diplomáticas formais dos EUA com Taiwan, onde Washington fechou a sua embaixada no ano seguinte. Os especialistas em política externa afirmam que a chamada poderia alterar as relações entre os Estados Unidos e a China, independentemente de como foi encaminhada. A China considera a ilha de Taiwan uma província “rebelde” e parte do território sob sua soberania. A imprensa oficial chinesa consagrou as manchetes de sábado ao encontro na sexta-feira entre Xi Jinping e o antigo diplomata norte-americano Henry Kissinger, de 93 anos, que foi o obreiro em 1972 da visita histórica do presidente norte-americano Nixon à China. Kissinger passou a ser qualificado pelo regime comunista como “velho amigo da China”. Kissinger encontrou-se com Donald Trump em Nova Iorque nas últimas semanas, para discutir temas como a China.
Hoje Macau DesportoPortuguesa Doroteia Peixoto ganha meia-maratona de Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] atleta portuguesa Doroteia Peixoto ganhou ontem a meia-maratona feminina de Macau e o português Miguel Ribeiro ficou em segundo lugar na prova masculina. Doroteia Peixoto terminou a meia-maratona em 1:16:40, à frente da timorense Nélia Martins e da cabo-verdiana Crisolita Silva. A atleta portuguesa disse à agência Lusa que estava “feliz” com a vitória, assumindo que foi a Macau, onde está pela primeira vez, com o objectivo de ganhar. Quanto ao tempo, revelou que tentou bater o recorde do percurso, mas não conseguiu cumprir esse objectivo. “O percurso este ano (…) foi alterado e nas pontes sobe bastante”, acrescentou, dizendo que os objectivos para 2017 passam por voltar à maratona de Sevilha, em Espanha, onde ficou em quarto lugar na última edição, e tentar os mínimos para o campeonato do mundo. Já Miguel Ribeiro fez a meia-maratona de Macau em 01:07:41, atrás do queniano Joseph Ngare (1:05:59). Em terceiro lugar ficou o cabo-verdiano Ruben Sanca. Esta foi a segunda vez que Miguel Ribeiro correu a meia-maratona de Macau e terminou no mesmo lugar de há três anos. Este ano, “estava à espera de ganhar”, mas percebeu “logo no início que iria ser muito difícil” por causa de Joseph Ngare, um atleta “muito forte que arrancou com bastante facilidade”. “Mas foi um bom resultado, mesmo assim”, afirmou Miguel Ribeiro, que quer agora voltar a Macau, dentro de dois ou três anos, mas para fazer a maratona. Prova maior Já na maratona de Macau, o representante português na prova masculina, Bruno Paixão, ficou em décimo lugar (2:31:07) e Vera Nunes terminou em sexto (2:42:07) na corrida feminina. O vencedor da maratona masculina foi o queniano Peter Some (2:12:52) e a norte-coreana Ji Hyang Kim venceu a maratona feminina (2:36:16). Bruno Paixão, que à partida tinha o objectivo de acabar nos 20 primeiros, mostrou-se satisfeito com o lugar que conseguiu. Vera Nunes também se mostrou contente com o sexto posto, depois de ainda há 15 dias ter corrido uma maratona nos Estados Unidos, assumindo que chegou a Macau “um pouco cansada”. Rosa Mota, de 58 anos, campeã olímpica e mundial da maratona, ganhou a mini-maratona de Macau, ao concluir os 5,5 quilómetros em 00:24:49. Esta foi a 35.ª edição da Maratona Internacional de Macau, em que se inscreveram 10.000 atletas nas provas que a integram (maratona, meia-maratona e minimaratona).
Hoje Macau DesportoMundial de Xadrez | Campeão renova título João Valle Roxo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] norueguês Magnus Carlsen reteve o título de campeão do mundo de xadrez de partidas clássicas pelos próximos dois anos no desempate por partidas rápidas contra o russo Sergei Karjakin. Conforme tínhamos noticiado aqui na passada semana, entre 11 e 28 de Novembro, disputou-se em Nova Iorque o campeonato do mundo de xadrez, onde o campeão, Magnus Carlsen defendia o seu título frente a Sergei Karjakin. Era um match de doze partidas e, em caso de empate, decidir-se-ia tudo dois dias mais tarde em partidas rápidas (25 minutos para cada jogador mais um incremento automático de 10 segundos por jogada). Caso se mantivesse, ainda assim, o empate, partir-se-ia para a decisão por meio de partidas Blitz (5 minutos para cada jogador mais um incremento de 3 segundos por jogada). Na Sexta-feira passada Karjakin tinha tomado a dianteira do match após 7 empates consecutivos, vencendo a partida nº 8. Na partida 9, novo empate, com Karjakin muito perto de vencer – o que deveria arrumar o match – mas a deixar o adversário fugir-lhe por entre os dedos. Porém, na partida 10, Karjakin cometeu vários pequenos erros que deixaram Carlsen em vantagem posicional e este não perdoou, ganhando a partida e igualando o match. Seguiram-se outros 2 empates nas partidas 11 e 12 e terminado o match a pontuação cifrou-se em 6-6. O título teria que ser decidido, infelizmente, em partidas rápidas. Infelizmente porque se trata de um campeonato de clássicas, do verdadeiro xadrez, cuja duração de uma partida pode ir até às 8 horas, e não parece justo que o campeão do mundo de clássicas ganhe esse título através de uma partida … não clássica. Como já dizia o mais famoso xadrezista de sempre, o americano Bobby Fisher, nestas situações o mais justo seria um prolongamento do match. De qualquer forma, eram estas as regras do jogo, com as quais ambos os adversários já haviam concordado quando assinaram os respectivos contratos. Ganhou Carlsen por 3-1 e não podia ter recebido melhor prenda de anos, pois ganhou no dia do seu 26º aniversário, no dia 30 de Novembro de 2016. Na primeira partida rápida, Carlsen, de negras, surpreendeu com uma novidade da Partida Espanhola, conseguindo facilmente igualar e empatar. Na segunda partida, Carlsen, de brancas dominou mas, em posição muito difícil, “Houdini” Karjakin conseguiu escapar e manter o empate. Porém, na terceira partida e logo com as peças brancas, Karjakin não esteve ao seu melhor nível, talvez fatigado pela partida anterior que muito lhe tinha exigido. Em contrapartida, Carlsen esteve ao seu melhor, com um jogo tão preciso quão electrizante e venceu de forma inapelável. O match ficava em 2-1 a favor de Carlsen e só faltava uma partida. Chegados à 4ª e última partida rápida, Karjakin viu-se então numa situação de ter obrigatoriamente que vencer para manter o match vivo, ao passo que a Carlsen bastava o empate para manter o título. O norueguês construiu uma posição digna do antigo “catenaccio” italiano do futebol e, tal como vimos acontecer em muitos jogos da selecção italiana nessa altura, a posição estava “fechada à chave”. O campeão defendeu porfiadamente até que o seu adversário teve que arriscar tudo por tudo, mais especulativamente do que com propriedade. O resultado foi então o oposto: como um contra-ataque brilhante no futebol, o campeão, numa só jogada genial, verdadeiramente genial e artística, aproveitou uma oportunidade para fazer um sacrifício que já raramente é possível ver nos nossos tempos de um xadrez quase totalmente matematizado: o sacrifício da peça mais poderosa, a Rainha ou Dama. Diagrama 1: Analisando esta posição, vemos que as brancas têm a Rainha, duas Torres e quatro peões e as negras têm a Rainha, uma Torre, um Bispo e também 4 peões, o que significa que, materialmente, as brancas têm a vantagem aproximada de 2 peões. Mas as negras têm um peão passado em “b6” que virá a ser muito perigoso caso consiga trocar de Rainhas e, mais importante, de momento estão a ameaçar Xeque-Mate se jogarem a sua Rainha para f1, sendo que as brancas têm de defender esta ameaça sem poderem mover a sua Rainha da diagonal que vai de “b1” a “h2” porque senão desprotegem essa casa “h2” e sofrem um diferente mate, com a captura desse peão pela Rainha negra, que está protegida pela sua Torre. Como defender, então, esta dupla ameaça? Neste caso, caso de um génio em acção, … dando-se xeque-mate primeiro e de forma artística: As brancas jogaram a sua Rainha para “h6” e Karjakin abandonou a partida. Tentem descobrir porquê. No artigo seguinte vem a solução.
Hoje Macau VozesPor uma EPM com paredes de Vidro Por uma Escola Portuguesa de Macau progressista e inovadora, com valores humanistas, e que proporcione uma aprendizagem global, preparando os alunos para os desafios e a complexidade do Século XXI, conscientes dos seus direitos e deveres cívicos… [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ou um pai descontente e inconformado com uma escola que, na sua génese, era avançada, até pela qualidade da “matéria prima” que trabalha (os nossos filhos), abundância de recursos e condições de trabalho. Mas que se deixou ultrapassar de forma inquestionável, quer em termos organizativos, quer na objectividade mensurável nos ditosos “Rankings”, como se reflectiu no afundanço de 175 posições em 2015 (237ª posição em 500), pela generalidade das Escolas Públicas Portuguesas, geridas de forma eficiente, eficaz, transparente e responsável. Não quero ferir susceptibilidades, quero, outrossim, ser mobilizador e focar a vossa atenção nas propostas que temos para a APEP e para a EPM. A disputa dos órgãos sociais da APEP é secundária e acessória. O que nos trás aqui são expectativas positivas, é o futuro de uma Escola que se constrói diariamente… e que não pode parar por autocomprazimento e orgulho de se dizer “excelente”! Que queremos mais focada na aprendizagem do que na avaliação! Entendemos que faz todo o sentido que os pais estejam representados de pleno direito na gestão duma Escola que, sendo privada, tem uma origem, função e orçamento eminentemente públicos. Que estejam vigilantes, influenciem e façam progredir a mesma, fazendo repensar os procedimentos, a oferta educativa e extra-curricular. Somos de opinião que há um excessivo corporativismo derivado do carácter “monolítico” da Direcção da Escola (constituída exclusivamente por membros do seu corpo docente), o que não lhe dá as competências de gestão que reputamos essenciais e imprescindíveis para assegurar que a mesma se pauta por critérios de eficiência e eficácia. Assim defendemos uma gestão multidisciplinar, com um gestor profissional, escolhido por concurso. Este deverá gerir com eficiência, maximizando os recursos disponíveis e implementando urgentemente um necessário controlo interno, transparência e responsabilidade na gestão. Um docente, a coadjuvar o Director, também admitido por concurso, em que a antiguidade não seja o critério de escolha, mas a formação e as competências de liderança. que se ocupe da parte pedagógica. Transitoriamente temos um perfil: experiente, mas ainda jovem, vigorosa, elegante, sedutora e com capacidade de liderança para mobilizar o corpo docente para superar os desafios que a escola enfrenta. Assim para a APEP propomos: Que seja possibilitado a todos os pais e encarregados de educação da EPM se associarem de forma voluntária, e sem custos, promovendo uma alteração ao regulamento de jóias e quotas para um valor simbólico de 1 pataca/mês. Esperamos assim, suprimindo os constrangimentos financeiros e administrativos, conseguir atingir a plenitude do universo de pais, congregando-os e chamando-os a vida associativa. Para tanto solicitaremos a introdução de um novo campo no boletim de matrícula da EPM que, mediante a mera selecção dicotómica, autorize a Escola a ceder os dados pessoais do encarregado de educação a APEP, com a mera aposição da assinatura. Simplificando o procedimento. Criação de uma Hot-Line que permita aos pais comunicarem com o membro da Direcção em escala, durante a hora de expediente através de mensagem escrita –Whatsapp, Viber, Wechat ou email – e possibilitando um atendimento programado por voz através do número já existente 66989675 e email da APEP. Uma aposta inequívoca na Provedoria dos Pais, centralizando a resolução dos seus problemas de forma personalizada, oportuna e atempadamente pelo órgão de gestão. Planeamento e gestão prévios de actividades extra-curriculares que não possa ser oferecida pela EPM em primeira linha: áreas das artes, das letras, línguas e desporto colectivo, em parceria com outras instituições públicas ou privadas da RAEM, mas sempre sem lucro para a associação, reflectindo o custo para o associado o custo real descontado os apoios que seja possível obter. Continuação do estímulo da reciclagem de livros e uniformes Para a Escola Portuguesa de Macau esperamos conseguir através de consenso com a Direcção da Escola e Conselho de Administração da Fundação: Implementar uma plataforma informática que permita o acompanhamento da vida escolar dos nossos educandos – Google Classroom – interagindo professores, alunos e pais; Implementar um Observatório Escolar que permita o acompanhamento da aprendizagem através dos resultados dos testes em termos estatísticos – media de negativas por disciplina, ano e turma, de modo a obter uma monitorização consistente das aprendizagens, numa perspectiva formativa e reguladora do ensino. Valorizar o corpo docente da EPM promovendo a publicitação da formação académica e pedagógica dos mesmos na página da EPM, com email personalizado para comunicação da comunidade com os mesmos. Se uma boa parte deles já têm essa informação disponível on-line em plataformas como o Linkedin não antevejo compreensível qualquer tipo de perplexidade ou resistência por parte de pessoas bem formadas académica e pedagogicamente. Pugnar pela publicitação dos avisos de abertura relativos a concursos de professores e que sejam previamente publicitados também os critérios de selecção e estimular a contratação de professores novos com formação recente (até para contrabalançar os que já têm uma longa experiência de ensino, a medida que estes se forem aposentando). Promover um diálogo regular com a Fundação Escola Portuguesa de Macau, com auscultação dos pais previamente a qualquer medida estruturante a tomar. Pretendemos uma APEP activa e mobilizadora, que esteja sempre pronta a auscultar e a congregar a opinião dos pais e a ser uma incansável provedora dos interesses dos mesmos. Encaramos a próxima Assembleia Geral com a tranquilidade de quem só pode ganhar: ou a glória da vitória que assumiremos com humildade e lealdade as propostas do nosso programa, ou a honra da derrota com o fair play e a liberdade readquirida, na certeza do dever cumprido, esperando que, ainda assim, as ideias que defendemos possam vir a ser implementadas, por úteis e necessárias ao devir da Escola Portuguesa de Macau. Faço um apelo à Vossa participação na vida associativa da APEP de modo a permitir que os anseios dos pais e encarregados de educação sejam considerados na comunidade educativa. Mais caladinhos ou empenhados o que está em causa é necessário esse esforço de perder algumas horas por ano, de modo a dar força à APEP. Não votar, ou delegar n´outrem, é o mesmo que votar naquilo que não queremos! Manuel Gouveia Candidato a Presidente da Direcção da APEP P.S.: Lamento e penitencio-me perante todos aqueles que se mobilizaram para votar dia 29 e se depararam com a impugnação. Acreditem que tudo fiz, previamente, para o evitar. Mas como jurista penso que não nos devemos sujeitar a factos consumados sem lutar para que as listas tenham as mesmas possibilidades de sucesso, no respeito escrupuloso pelos princípios e pelas regras eleitorais.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul e Tóquio juntos contra Pyongyang [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul e o Japão anunciaram sexta-feira novas sanções unilaterais contra a Coreia do Norte pelos testes nucleares e de mísseis levados a cabo este ano por Pyongyang. O anúncio surge dois dias depois do voto do Conselho de Segurança para reforçar as sanções internacionais à Coreia do Norte na sequência do seu último ensaio nuclear, limitando as exportações norte-coreanas de carvão. Uma resolução, elaborada pelos Estados Unidos após três meses de difíceis negociações com a China (praticamente a única saída para o carvão da Coreia do Norte), foi aprovada por unanimidade pelos 15 países membros do Conselho de Segurança. As sanções “são as mais severas e as mais completas que o Conselho de Segurança já impôs” e enviam “uma mensagem inequívoca”, sublinhou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura da sessão. Ban lembrou que Pyongyang realizou este ano dois ensaios nucleares, em Janeiro e em Setembro, e pelo menos 25 disparos de mísseis balísticos, desafiando as resoluções da ONU. Em resposta, Pyongyang advertiu com uma série de medidas não especificadas de autodefesa. O governo de Seul, por sua vez, disse que iria colocar na lista negra dezenas de novos oficiais norte-coreanos e entidades ao proibir os sul-coreanos de se envolverem em negócios financeiros com eles. Entre os oficiais norte-coreanos estão Choe Ryong Hae e Hwang Pyong So, próximos do líder norte-coreano, Kim Jong Un. Um comunicado do governo sul-coreano refere que vai sancionar uma empresa sedeada na China e quatro dos seus executivos por alegadamente apoiarem actividades financeiras por um banco norte-coreano sancionado pela ONU. O Departamento de Justiça dos EUA já tinha revelado acusações criminais contra o Dandong Hongxiang Industrial Development e os indivíduos no início deste ano. Revisão nipónica Já o Japão disse que também estava a rever as suas sanções contra a Coreia do Norte. Em Tóquio, o secretário Yoshihide Suga falou aos jornalistas sobre a decisão e criticou os lançamentos de mísseis e testes nucleares como “uma nova ameaça que não pode ser permitida”. O Japão já tem em vigor sanções contra a Coreia do Norte. Suga disse que o país vai renovar esforços para trazer para casa todos os japoneses sequestrados pela Coreia do Norte, assim como colocar mais entraves a visitas de responsáveis norte-coreanos e penalizar grupos relacionados, incluindo na China. Os Estados Unidos também deverão revelar sanções próprias adicionais contra a Coreia do Norte, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-coreano.
Hoje Macau EventosDesfile | Macau celebra passagem de administração [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau começou ontem a celebrar o 17.º aniversário da passagem de administração de Portugal para a China com uma parada em que se reivindica uma “cidade latina”, onde o português é língua oficial e “ponte” para outros mundos. “A língua portuguesa também é uma chave para abrir o mundo latino. Por isso, aproveitamos esta vantagem para abrir a porta, para abrir a plataforma, o intercâmbio entre a China, Macau e os países latinos”, disse à agência Lusa o presidente do Instituto Cultural de Macau, Ung Vai Meng. A ideia da parada é também “promover Macau” e a sua cultura, através dos milhares de pessoas que atrai o desfile, em que participaram 60 grupos locais, de Hong Kong, da China, de Taiwan e de diversos países e territórios de latinos, acrescentou. O “desfile por Macau, cidade latina” realiza-se desde 2011, dentro das celebrações da criação da Região Administrativa Especial de Macau, integrada na China, a 20 de Dezembro de 1999, quando o território deixou de ser administrado por Portugal. Dança tuga Este ano, o Ballet Afro Tuga representou Portugal, naquela que foi a estreia no estrangeiro deste grupo, segundo disse à agência Lusa o director artístico, Hugo Menezes, que fez um balanço muito positivo desta passagem por Macau, realçando “a boa onda” do desfile e “a curiosidade” do público. O Ballet Afro Tuga, que existe desde 2011, levou até Macau 15 pessoas para esta parada, mas o espectáculo que costuma apresentar integra 40 elementos. Este grupo junta artistas que residem em Portugal que tocam e dançam percussões e ritmos tradicionais afro-mandigas, oriundos da região que abrange Guiné, Mali, Burkina Faso, Libéria, Senegal, Gâmbia e Costa do Marfim. As histórias do “Clássico das Montanhas e dos Mares” – “um popular clássico da antiguidade chinesa que regista a geografia do mundo antigo, descreve divindades e animais grotescos e narra mitos bizarros, considerado a ‘enciclopédia’ mais antiga da China” – foram o pano de fundo da parada deste ano. O cortejo partiu, como habitualmente, das Ruínas de São Paulo, o ex-libris de Macau, com destino à praça do Tap Seac, um local amplo com calçada à portuguesa e edifícios históricos. Este ano houve, contudo, uma nova rota, com alguns grupos a partirem do Largo do Senado. Entre os grupos participantes, houve representantes de Espanha, França, Itália, Brasil ou Uruguai, além de Portugal. O desfile custou 15 milhões de patacas, menos um milhão de patacas do que no ano passado. Segundo Ung Vai Meng, a organização estima que este ano a assistência representou mais 20% do que no ano passado, quando foi calculada em 100 mil pessoas.