China | Acções de empresas caem face a desilusão com estímulos

As principais praças financeiras da China registaram ontem perdas, depois de os pormenores sobre os planos de estímulo económico de Pequim terem ficado aquém das expectativas dos investidores, enquanto outros mercados na Ásia subiram.

As acções em Hong Kong oscilaram entre ganhos e perdas, com o índice Hang Seng a cair 2,4 por cento, para os 20.418,61 pontos. Esta descida seguiu-se a uma queda de mais de 9 por cento na terça-feira, com os investidores a venderem acções, após as recentes subidas.

“A falta de novos estímulos tem sido a causa da desilusão, com muitos participantes no mercado a esperarem políticas fiscais que seguissem os passos da ‘bazuca’ financeira entregue no final de Setembro, mas houve claramente um recuo no anúncio de terça-feira”, escreveu Yeap Jun Rong da IG, líder mundial no comércio e investimentos ‘online’, num comentário.

O Shanghai Composite, o índice de Xangai, perdeu 5,1 por cento, depois de ter encerrado com ganhos de 4,6 por cento, na terça-feira. O índice CSI300, que acompanha as 300 principais acções negociadas nos mercados de Xangai e Shenzhen, cedeu 5,6 por cento.

10 Out 2024

Química | Nobel distingue ‘design’ computacional de proteínas

O Prémio Nobel da Química foi atribuído aos químicos David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper, “pelo ‘design’ computacional de proteínas” e “pela previsão da estrutura de proteínas”, anunciou ontem a Real Academia Sueca de Ciências.

De acordo com o Comité do Prémio Nobel, que atribui os galardões, o premiado David Baker criou em 2023 a primeira proteína “totalmente diferente de todas as existentes”, algo descrito como “um desenvolvimento extraordinário”.

A proteína, Top7, criada pelo professor da Universidade de Washington, em Seattle, tem uma “estrutura única que não existia na natureza”, possuindo 93 aminoácidos (unidades formadoras de proteínas), sendo maior “do que qualquer outra produzida anteriormente”.

David Baker também lançou um código para o ‘software’ de computador Rosetta, que tem sido desenvolvido pela comunidade de investigação, encontrando novas áreas de aplicação.

O grupo de investigação do cientista norte-americano produziu uma criação de proteínas, incluindo proteínas que podem ser usadas como produtos farmacêuticos, vacinas, nanomateriais e pequenos sensores.

A outra metade do prémio, “pela previsão da estrutura de proteínas”, foi entregue a Demis Hassabis e John M. Jumper em conjunto. Este é o terceiro dos Nobel a ser anunciado, depois dos da Física e da Fisiologia ou Medicina, seguindo-se nos próximos dias os galardões relativos à Literatura e Paz.

Em 2023, o prémio foi atribuído aos cientistas Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov, pela descoberta de pontos quânticos, fundamentais para a nanotecnologia pela descoberta e síntese de pontos quânticos.

10 Out 2024

Gaza | Mortes superam 42.000 após um ano de guerra

O número de mortos na Faixa de Gaza, onde Israel mantém há um ano uma intensa ofensiva militar, ultrapassou ontem os 42.000, a maioria mulheres e crianças, após uma noite de ataques no norte e centro do enclave palestiniano.

“Nas últimas horas, a ocupação israelita cometeu três massacres contra famílias na Faixa de Gaza, incluindo 45 mártires e 130 feridos”, pormenorizou, num comunicado, o Ministério da Saúde local, tutelado pelo grupo extremista palestiniano Hamas, que controla o enclave desde 2007.

O número total de mortos aumentou assim para 42.010, incluindo mais de 16.900 crianças e cerca de 11.500 mulheres, o que equivale a 69 por cento do total de vítimas mortais, segundo dados do Hamas.

Entre as crianças estão mais de 700 que morreram antes de completar um ano de idade, referiu ainda o Ministério da Saúde tutelado pelo Hamas. A mesma fonte indicou que o número total de feridos na rede de hospitais locais é de 97.720 desde 7 de Outubro de 2023.

Efeito borboleta

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, a 7 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar contra o enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes. Devido à guerra, Gaza está também a enfrentar uma crise humanitária sem precedentes, com milhares de pessoas a necessitarem de ajuda urgente, segundo as organizações internacionais. O conflito em Gaza tem desestabilizado toda a região do Médio Oriente.

10 Out 2024

Taiwan | Pequim acusa Lai de quebrar laços históricos

Pequim acusou ontem o líder de Taiwan de “quebrar deliberadamente os laços históricos entre os dois lados do estreito”, após William Lai ter afirmado “ser impossível” que a República Popular da China seja a pátria dos taiwaneses.

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo chinês), Zhu Fenglian, disse, em conferência de imprensa, que “Taiwan é um território sagrado da China com base em fundamentos históricos e legais claros”.

Zhu lembrou que, em 25 de Outubro de 1945, o Governo chinês declarou a “recuperação da soberania sobre Taiwan”, depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.

Em 01 de Outubro de 1949, com a fundação da República Popular da China, o novo regime de Pequim “substituiu a República da China como único representante legítimo de todo o país”, disse.

A porta-voz sublinhou que, “embora a reunificação ainda não tenha sido totalmente alcançada”, a soberania e o território da China “nunca foram e nunca poderão ser divididos” e o “facto de a China continental e Taiwan pertencerem à mesma China nunca mudou e nunca poderá mudar”.

“Não importa que tipo de paradoxos históricos e declarações bizarras sobre a independência de Taiwan Lai faça, isso não muda o facto objectivo de que os dois lados do estreito de Taiwan pertencem à mesma China e não destruirá o sentimento patriótico dos nossos compatriotas de Taiwan”, disse Zhu, acusando Lai de “suprimir a identidade nacional dos compatriotas de Taiwan”.

O Conselho dos Assuntos Continentais de Taiwan (MAC), o organismo governamental responsável pelas relações com a China continental, emitiu um comunicado a denunciar as “declarações absurdas” de Zhu, sublinhando que a República Popular da China “nunca governou Taiwan”, desde a criação em 1949.

10 Out 2024

Pequim pede aos EUA que clarifiquem limites da segurança nacional

O ministro do Comércio da China pediu ontem aos Estados Unidos que “clarifiquem os limites da segurança nacional na esfera económica e comercial”, numa conversa telefónica com a homóloga norte-americana, Gina Raimondo.

Nos últimos anos, Washington e Pequim têm utilizado a segurança nacional como motivo para impor restrições comerciais.

De acordo com um comunicado difundido pelo Ministério do Comércio chinês, Wang Wentao afirmou que uma clarificação sobre os limites do conceito de segurança “contribuiria para manter a segurança e a estabilidade nas cadeias de abastecimento da indústria global e para criar um bom ambiente político para a cooperação entre as indústrias dos dois países”.

O ministro manifestou também preocupação com “as restrições” dos EUA sobre os veículos eléctricos chineses e com a política de semicondutores de Washington em relação à China. Os EUA limitaram a exportação de ‘chips’ e tecnologias estrategicamente importantes para o país asiático.

Wang instou Washington “a prestar atenção às preocupações específicas das empresas chinesas, a levantar as sanções impostas a estas firmas o mais rapidamente possível e a melhorar o ambiente empresarial para as companhias chinesas nos Estados Unidos”.

O responsável pediu que as relações económicas entre Pequim e Washington se tornem o “pilar fundamental” das relações bilaterais entre as duas potências. De acordo com o comunicado, a conversa foi “franca, profunda e pragmática”.

Raimondo sublinhou as preocupações expressas pela comunidade empresarial dos EUA relativamente à “falta de transparência regulamentar” na China, bem como às “práticas de mercado pouco competitivas e ao excesso de capacidade estrutural”, de acordo com um comunicado do Departamento do Comércio dos EUA.

A responsável sublinhou que a segurança nacional dos EUA “é inegociável” e explicou que a abordagem do Governo dos EUA procura proteger a segurança nacional de “forma direccionada, sem fechar o espaço para um comércio e investimento saudáveis” entre as duas nações.

Luta continua

A China tem manifestado repetidamente preocupação com as restrições comerciais impostas pelos EUA nos últimos anos, que vão desde a imposição de taxas punitivas sobre as importações chinesas até à proibição de vendas de tecnologia a empresas chinesas.

Em particular, o sector dos semicondutores é fundamental para a China, uma vez que constitui uma das pedras angulares dos planos para reforçar a autossuficiência tecnológica e reduzir a dependência de países terceiros.

Os Estados Unidos têm criticado o que descrevem como “excesso de capacidade industrial” chinesa, ao qual reagiram impondo taxas sobre os veículos eléctricos chineses, entre outras medidas.

Desde o início de 2018, os dois países estão envolvidos numa guerra comercial e tecnológica que tem vindo a desgastar significativamente as relações bilaterais.

10 Out 2024

Médio Oriente | China opõe-se à expansão do conflito e deplora contradições na região

Um ano passado desde o início do conflito no Médio-Oriente, Pequim manifesta a sua extrema preocupação com a escalada da violência que já provocou a morte de mais de 40.000 pessoas em Gaza e condena a possibilidade de um ataque ao Irão pelas forças israelitas

 

A China manifestou ontem a sua “oposição à expansão do conflito no Médio Oriente”, referindo-se à possibilidade de Israel atacar o Irão em retaliação pela ofensiva de mísseis iranianos da semana passada. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que a China está “profundamente preocupada” com “a intensificação das contradições” na região.

A China está “profundamente preocupada” com a “intensificação das contradições” na região e “lamenta que a escalada do conflito israelo-palestiniano se tenha arrastado durante um ano, resultando na morte de mais de 40.000 pessoas em Gaza, a maioria das quais mulheres e crianças”, afirmou Mao.

“O que é necessário para resolver o conflito israelo-palestiniano não são armas e munições ou sanções unilaterais, mas sim vontade política e esforços diplomáticos”, afirmou, apelando às grandes potências para que “desempenhem o papel que lhes compete, respeitem a objectividade e a imparcialidade e assumam a liderança no cumprimento do direito internacional”.

Mao instou ainda “todas as partes” a “manter a paz e a estabilidade regionais e a abordar a situação actual com calma, racionalidade e responsabilidade”.

“A comunidade internacional, especialmente as potências influentes, deve desempenhar um papel construtivo para evitar mais instabilidade”, acrescentou.

Tensão palpável

Nos últimos dias, tem crescido a preocupação sobre a possibilidade de Israel atacar o Irão em retaliação contra o ataque de Teerão a território israelita na semana passada. Alguns analistas temem que Israel ataque as instalações nucleares iranianas, enquanto Teerão instou Israel a não testar a “vontade” do Irão.

A China tem reiterado repetidamente o seu apoio à “solução dos dois Estados”, mostrando a sua “consternação” face aos ataques israelitas contra civis em Gaza, e os seus funcionários realizaram numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.

A China é o maior parceiro comercial do Irão, com o qual tem vindo a reforçar as suas relações nos últimos anos.

Em Maio passado, quando o Irão realizou um ataque de menor dimensão contra Israel, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, indicou ao seu homólogo iraniano que a China tinha “tomado nota das declarações do Irão de que as suas acções são limitadas e no exercício do seu direito à autodefesa”, sublinhando a boa relação entre Pequim e Teerão.

10 Out 2024

Fórum sobre património no final do mês no CCM

Realiza-se no final deste mês, entre os dias 31 de Outubro e 1 de Novembro, o Fórum do Património Cultural da Zona da Grande Baía, com o intuito de “promover a salvaguarda, transmissão, revitalização e utilização do património cultural na Zona da Grande Baía”. O evento é organizado pelo Instituto Cultural (IC) em parceria com o Departamento de Cultura e Turismo da província de Guangdong e pelo Gabinete de Desenvolvimento do Governo de Hong Kong.

O referido Fórum centra-se na temática da “integração e partilha do património cultural na Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, esperando-se a presença de representantes de cidades da zona da Grande Baía, composta por nove cidades da província de Guangdong, Macau e Hong Kong.

Além disso, participam ainda “especialistas e académicos da área do património cultural, nacionais e estrangeiros, os quais apresentarão os resultados da sua investigação e proferirão discursos sobre esta temática”. As candidaturas para este evento estão abertas desde terça-feira.

Segundo um comunicado, este Fórum “destina-se a promover conjuntamente a salvaguarda, transmissão, revitalização e utilização do património cultural na Zona da Grande Baía, em linha com a definição do posicionamento nacional de Macau como ‘uma base de intercâmbio e cooperação para a promoção da coexistência multicultural, com predominância da cultura Chinesa'”.

Conceitos e ideias

Irão discutir-se temáticas como “as ligações e o valor do património cultural na Zona da Grande Baía, os conceitos e as práticas de revitalização de edifícios do património cultural, o uso de tecnologia em arqueologia ou a preservação e utilização de relíquias culturais revolucionárias”.

Incluem-se ainda temas como a Rota Marítima da Seda e o intercâmbio e a cooperação na área do património cultural. O evento decorre no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau, decorrendo também actividades complementares como a realização de visitas guiadas a edifícios históricos revitalizados em Macau ou workshops para famílias.

Será ainda apresentada a “Exposição de Trabalhos Seleccionados do Convite à Apresentação de Fotografias de Edifícios Históricos Revitalizados”. O programa completo será divulgado posteriormente.

10 Out 2024

Festival da Lusofonia | Cartaz com Fernando Daniel e Yuri da Cunha

Foi ontem apresentado o cartaz do Festival da Lusofonia deste ano que, pela primeira vez, se organiza em dois fins-de-semana. A sexta edição do Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa decorre no final deste mês e em Novembro, com artistas como Tito Paris, Fernando Daniel e Yuri da Cunha

 

O Festival da Lusofonia, em Macau, vai receber o português Fernando Daniel e o angolano Yuri Cunha, num programa que pela primeira vez se vai prolongar durante dois fins de semana, foi ontem anunciado.

O 6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa arranca com o principal evento, o Festival da Lusofonia, entre 25 e 27 de Outubro e entre 1 e 3 de Novembro. O programa inclui também a cantora moçambicana Selma Uamusse, o grupo de funaná cabo-verdiano Ferro Gaita, o cantor brasileiro Filipe Toca, o grupo de música e dança Daman Darshan (representantes das cidades indianas de Goa, Damão e Diu), a cantora guineense Nené Pereira, o grupo de dança GE Dancers (da Guiné Equatorial), o Grupo Cultural 100% Santola (de São Tomé e Príncipe), e o grupo de dança timorense Le-Ziaval.

Será a primeira vez que o festival na zona das Casas da Taipa, coorganizado pelas associações das comunidades lusófonas de Macau, se vai prolongar por mais do que um fim de semana. A decisão de prolongar “uma actividade muito significativa” foi tomada porque “assim as comunidades podem ter mais oportunidades de intercâmbio cultural”, disse Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC), que organiza o encontro.

Mais de 700 artistas

De acordo com o IC, o encontro vai, no total, dar o palco a “mais de 700 artistas”, e tem no concerto do cantor cabo-verdiano Tito Paris com a Orquestra Chinesa de Macau, a 15 de Novembro, um outro ponto alto. A colaboração com Tito Paris, conhecido pela música que une morna e jazz, “é uma nova ideia”, disse Leong Wai Man, recordando que no passado a aposta foi na mistura entre o fado e a música chinesa.

Leong Wai Man destacou ainda uma mostra com 136 obras de 23 artistas chineses e lusófonos, entre os quais os portugueses Manuela Pimentel e João Alexandrino, conhecido como JAS.

A exposição, sob o tema “Memórias, Legados, Mutações”, vai estar dividida, de 25 de Outubro a 9 de Fevereiro, entre o Museu de Arte de Macau, a Galeria de Exposições das Casas da Taipa e a Rua da Felicidade.

Leong Wai Man revelou que o muralista brasileiro Eduardo Kobra vai criar uma obra especificamente para a mostra, obra que irá depois ficar em Macau.

Entre 24 de Outubro e 3 de Novembro, vários locais de Macau irão receber espectáculos de música e dança lusófona, a cargo dos grupos participantes no Festival da Lusofonia, incluindo uma companhia da cidade de Zhongshan, na vizinha província de Guangdong.

Uma exposição com centenas livros ilustrados e infantis em chinês ou português estará patente na Casa da Nostalgia, uma das Casas da Taipa, entre 25 de Outubro e 5 de Novembro. Destaque ainda para o festival de cinema, de 22 de Novembro a 7 de Dezembro, com 30 filmes da China e dos países de língua portuguesa, com sessões em três locais, incluindo a Cinemateca Paixão e nos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun.

Apesar do alargamento do Festival da Lusofonia, o orçamento do Encontro irá descer de 9,6 milhões de patacas em 2023, para cerca de oito milhões de patacas este ano, disse Leong Wai Man.

10 Out 2024

Exposições | Registada grande recuperação do sector

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que o sector das exposições e convenções tem vindo a recuperar gradualmente desde os tempos da pandemia.

“O número de convenções e exposições cresceu significativamente, portanto, o excedente bruto do ramo da publicidade e o do ramo da organização de convenções e exposições passaram de défices para superavits em 2023”, sendo que “o ambiente de negócios melhorou notavelmente em comparação com 2022”.

No ano passado existiam 107 empresas dedicadas a organizar eventos, apenas mais uma em relação a 2022, contando com menos 9,4 por cento de funcionários, num total de 385 pessoas. Porém, as receitas aumentaram 41,6 por cento, tendo sido de 553 milhões de patacas, provenientes principalmente dos serviços de organização de convenções, exposições e outros eventos, que correspondem a 87,3 por cento do total.

O segmento da organização de eventos representa, assim, uma subida face a 2022, de 44,6 por cento.

10 Out 2024

MIF | Feira com menos 80 expositores lusófonos

Está de regresso, na próxima semana, mais uma edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). Porém, regista-se menos 80 expositores de países de língua portuguesa, que nesta 29.ª edição com 180. Destaque, ainda assim, para a zona dedicada aos mercados destes países

 

Cerca de 180 expositores oriundos de países de língua portuguesa vão participar, entre 16 a 19 deste mês, na 29.ª Feira Internacional de Macau (MIF), indicou o organizador, menos 80 do que em 2023.

A edição deste ano da MIF vai contar com a Zona de Exposição Alusiva aos Mercados dos Países de Língua Portuguesa, com mais de 200 ‘stands’, salientou o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), em comunicado.

Os mais de 180 expositores daquela zona incluem organismos governamentais, associações comerciais e empresas, indicou o IPIM.

Os expositores lusófonos presentes abrangem indústrias como tecnologia, maquinaria e produtos agrícolas, finanças, comércio electrónico transfronteiriço, logística e carga, produtos culturais e criativos, comidas e bebidas, entre outras, referiu na mesma nota.

Em 2023, a MIF decorreu em simultâneo com a edição inaugural da Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), um certame antes designado PLPEX e organizado em paralelo com a Feira Internacional de Macau.

Este ano, a C-PLPEX não se realiza e vai regressar em 2025, disse o IPIM ao canal em português da televisão pública de Macau, TDM, em Setembro, sem adiantar pormenores.

Mais um pavilhão

A Zona de Exposição Alusiva aos Mercados dos Países de Língua Portuguesa na MIF deste ano inclui um pavilhão com informações dos mercados lusófonos, uma área sobre o papel de Macau como plataforma de serviços financeiros e comerciais sino-lusófona e uma zona de degustação.

Durante os quatro dias da MIF serão organizadas mais de 10 sessões de actividades de promoção económica e comercial “para explorar oportunidades de negócio entre a China” e o bloco lusófono.

O objectivo é encorajar os comerciantes participantes a experimentar “os produtos e os serviços dos países de língua portuguesa”, assinalou.

O programa inclui uma sessão de bolsas de contacto dos produtos e serviços dos mercados lusófonos, no primeiro dia da MIF, assim como actividades para promover o comércio e investimento com as províncias chinesas de Jiangsu (leste) e Fujian (sudeste) e com Angola.

Durante a MIF vão ainda ser anunciados os vencedores de prémios para vinhos e bebidas espirituosas e para café dos países de língua portuguesa, nos quais participam mais de 20 fornecedores ou agentes, com mais de 40 produtos, referiu o IPIM.

10 Out 2024

Ponte Macau | Empresa abdica de terrenos

A Companhia de Investimento Imobiliário San Fung Hong abdicou da concessão de duas faixas de terreno no Pac On, para permitir o prolongamento da Ponte Macau.

De acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial, do total do terreno com uma área de 9.450 metros quadrados, a empresa vai adicar de duas parcelas com 1.293 metros quadrados, junto à Rua de Wo Mok e Rua da Prosperidade, identificadas como B1 e B2. Na restante área mantida pela empresa consta actualmente uma fábrica.

“Verificando-se a necessidade de proceder à reversão para o domínio público do Estado das parcelas do referido terreno identificadas pelas letras B1 e B2 na mencionada planta cadastral, com vista a viabilizar o prolongamento da Ponte Macau, foi comunicada à concessionária a intenção da Administração de declarar a sua reversão”, consta no documento do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. “Perante esta intenção, a concessionária veio declarar a desistência da concessão, por arrendamento”, foi acrescentado.

A informação revela também que parcelas de terreno revertem, livres de ónus ou encargos, para o domínio público do Estado.

A Companhia de Investimento Imobiliário San Fung Hong tem como um dos administradores Jonathan Choi, presidente do grupo Sun Wah e um dos investidores mais conhecidos de Hong Kong, assim como os filhos deste Jason Chou e Johnson Choi.

10 Out 2024

Elevadores | Criadas mais empresas de fiscalização

O número de empresas que inspeccionam elevadores e escadas rolantes aumentou de três para sete e ainda existem mais quatro em vias de ser aprovadas. Os dados foram revelados pelo chefe do Departamento de Instalações Eléctricas e Mecânicas da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana, Arnaldo Lucas Batalha Ung, no programa Fórum do canal chinês da Rádio Macau.

Esta é uma consequência da entrada em vigor em Abril deste ano do regime jurídico de segurança dos ascensores, que exige que a manutenção e inspecção dos elevadores seja feita regularmente.

“Estas sete entidades supervisoras de elevadores têm individualmente cerca de cinco técnicos. Por isso, podem inspeccionar cerca de 200 elevadores por dia”, afirmou o responsável. “Também vamos inspeccionar de forma aleatória os elevadores registados, com vista a garantir a qualidade das entidades de manutenção e supervisoras”, foi garantido.

Segundo a apresentação de Arnaldo Lucas Batalha Ung, em Macau existem cerca de 10.500 ascensores registados em funcionamento, cerca de 80 por cento são elevadores, e os restantes 20 por cento são escadas e tapetes rolantes. O chefe do Departamento de Instalações Eléctricas e Mecânicas também indicou que entre o total de ascensores, 22 por cento pertencem à RAEM, enquanto os hotéis têm 30 por cento do número total equipamentos. Os restantes 50 por cento estão com outros privados.

10 Out 2024

Eleição / CE | Au Kam San criticou programa político de Sam Hou Fai

O ex-deputado Au Kam San apontou que se sente desapontado depois de ter lido o programa político de Sam Hou Fai, por considerar que o conteúdo das 40 páginas é semelhante ao que foi a governação dos líderes anteriores da RAEM.

Numa publicação na rede social Facebook, Au lamentou o facto de também não existirem critérios objectivos para avaliar o desempenho e a concretização das políticas adoptadas. “Há objectivos [no programa], mas não há uma forma de medir a concretização para fazer uma avaliação, parece um conjunto de verdades de la Palice”, pode ler-se na publicação.

Au Kam San exemplificou que Sam Hou Fai defende a melhoria do nível da vida da população, contudo, não indicou metas, apenas se limita a usar expressões como “melhorar o nível de..”, “reforçar a garantia de..”, “avançar…”, para o ex-deputado não permite fazer avaliações.

Au Kam San defendeu ainda que o programa político é um conjunto de promessas, pelo que deve ser concreto. “Não deve apenas dizer que vai reforçar a segurança social, por exemplo, deve indicar quanto espera aumentar o montante da pensão para idosos e o índice mínimo de subsistência,” exemplificou.

10 Out 2024

Cidade de Rabat nomeada Capital Mundial do Livro em 2026 pela UNESCO

A cidade de Rabat, em Marrocos, vai ser a Capital Mundial do Livro em 2026, anunciou hoje a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, seguindo a recomendação do Comité Consultivo da Capital Mundial do Livro. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), Rabat segue-se, assim, ao Rio de Janeiro, Capital Mundial do Livro em 2025.

“Rabat é uma encruzilhada cultural onde os livros ajudam a transmitir o conhecimento e as artes em toda a sua diversidade. A crescente indústria livreira local está também a desempenhar um papel crucial na promoção da educação. Estas ações estão em sintonia com o mandato da UNESCO”, afirmou Audrey Azoulay.

Contando com 54 editoras, com a terceira maior feira internacional do livro e da edição em África e com um número crescente de livrarias, a indústria do livro de Rabat não é apenas uma parte vital da economia criativa da cidade, mas também está na vanguarda da democratização do conhecimento, indica aquela organização das Nações Unidas em comunicado.

A UNESCO e o Comité Consultivo da Capital Mundial do Livro reconheceram Rabat pelo seu “claro empenho no desenvolvimento literário, na capacitação das mulheres e dos jovens através da leitura e na luta contra o analfabetismo, especialmente entre as comunidades carenciadas”, acrescenta.

Enquanto Capital Mundial do Livro em 2026, Rabat vai dinamizar várias iniciativas com o objetivo de promover o crescimento económico sustentável e os benefícios sociais, melhorando o acesso aos livros e apoiando a indústria editorial local, adiantou a UNESCO, acrescentando que, em particular, a cidade lançará “uma iniciativa importante para reforçar a literacia de todos os seus cidadãos”.

O ano de celebrações terá início a 23 de abril de 2026, no Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.

Segundo as regras da UNESCO para as capitais mundial do livro, as cidades escolhidas comprometem-se a promover o livro e a leitura para todas as idades e grupos, dentro e fora das fronteiras nacionais, e a organizar um programa de atividades para o ano.

Rabat será a 26.ª cidade a ostentar este título, desde 2001, ano de arranque da iniciativa, que teve Madrid como a cidade eleita.

O Comité Consultivo da Capital Mundial do Livro da UNESCO é composto por representantes da Federação Europeia e Internacional de Livreiros, do Fórum Internacional de Autores, da Federação Internacional de Associações de Bibliotecas, da Associação Internacional de Editores e da UNESCO.

9 Out 2024

Israel | Irão ameaça retaliação a qualquer ataque

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, ameaçou ontem Israel de que Teerão vai retaliar qualquer ataque contra território iraniano. “Exortamos Israel a não testar a vontade [do Irão]”, disse Araghchi num evento que assinalou em Teerão o ataque do Hamas contra território israelita, que matou 1.200 pessoas a 7 de Outubro do ano passado.

“Qualquer ataque a instalações do Irão será objecto de uma resposta mais forte”, afirmou o chefe da diplomacia de Teerão.

Entretanto, o Exército israelita declarou ontem que a Força Aérea matou o comandante do Hezbollah em Beirute Suhail Hussein Husseini, a última vítima de uma série de ataques contra dirigentes do movimento xiita libanês (Partido de Deus), incluindo o antigo líder máximo Hassan Nasrala.

De acordo com Avichay Adraee, porta-voz do Exército israelita os aviões de combate efectuaram um ataque de precisão em Beirute e eliminaram Husseini, sem especificar o dia específico do ataque.

De acordo com um comunicado militar, Huseini foi “responsável pela gestão orçamental e logística dos projectos mais sensíveis do Hezbollah”, como a planificação de ataques a partir da Síria ou do Líbano e a transferência de armas entre o Irão e a milícia libanesa.

Na segunda-feira, as forças israelitas fizeram novos ataques em Beirute contra o quartel-general dos serviços secretos do Hezbollah, bombardeou o sul do Líbano e a zona do Vale de Bekaa, no leste do Líbano.

9 Out 2024

Física | Nobel para descobertas que permitem aprendizagem de máquinas

O Prémio Nobel da Física foi atribuído a John J. Hopfield e Geoffrey E. Hinton por “descobertas e invenções fundamentais que permitem a aprendizagem de máquinas através de redes neurais artificiais”, anunciou ontem a Real Academia Sueca de Ciências.

Segundo o Comité do Prémio Nobel, que atribui os galardões, os dois premiados “utilizaram ferramentas da física para desenvolver métodos que estão na base do poderoso ‘machine-learning’ actual”.

Este é o segundo dos Nobel a ser anunciado, depois do da Fisiologia ou Medicina, seguindo-se nos próximos dias os galardões relativos à Química, Literatura e Paz. Os prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela primeira vez em 1901. O equiparado Prémio das Ciências Económicas ou Economia, criado em homenagem a Alfred Nobel e atribuído desde 1969, será anunciado na segunda-feira.

9 Out 2024

Médio Oriente | China repatria 215 cidadãos do Líbano

A China repatriou 215 cidadãos chineses do Líbano em dois grupos, na sequência da escalada da guerra entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, afirmou ontem a diplomacia de Pequim.

“Trabalhámos em estreita colaboração com o ministério dos Transportes, a Administração da Aviação Civil e a embaixada chinesa no Líbano para garantir a segurança dos cidadãos chineses e realizar rapidamente as operações de transferência e de retirada”, declarou ontem a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa.

De acordo com a porta-voz, a China conseguiu “a retirada segura de dois grupos, num total de 215 cidadãos chineses, por barco e voo charter, incluindo três residentes de Hong Kong e um compatriota de Taiwan”.

Mao acrescentou que “a situação actual no Líbano e em Israel continua a ser complexa e grave”. “A embaixada da China no Líbano continuará a orientar e a ajudar o pequeno número de cidadãos chineses que permanecem no país a tomar medidas para proteger a sua própria segurança”, concluiu.

A escalar

A situação no Médio Oriente agravou-se desde o final de Setembro, quando Israel alargou a sua acção militar ao Líbano, bombardeando Beirute e outras cidades do sul do país, numa tentativa de liquidar o Hezbollah, que há meses dispara foguetes contra o norte de Israel, em retaliação pelas suas ações em Gaza.

A China manifestou a sua profunda preocupação com a situação no Médio Oriente e a sua oposição à violação da soberania, da segurança e da integridade territorial do Líbano. Pequim anunciou também ontem que vai enviar material médico de emergência para o Líbano.

Desde que o conflito se estendeu ao Líbano, mais de 2.000 pessoas foram mortas, segundo o ministério da Saúde Pública libanês, e 1,2 milhões foram deslocadas devido aos constantes ataques israelitas.

9 Out 2024

Pyongyang pretende alterar Constituição para acabar com ideia de reunificação

As autoridades norte-coreanas convocaram segunda-feira uma sessão parlamentar para discutir uma possível alteração da Constituição destinada a traçar linhas claras de fronteira com a Coreia do Sul e eliminar os artigos sobre a reunificação da Coreia.

A sessão plenária da Assembleia Suprema do Povo ocorre nove meses depois de o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ter apelado para uma revisão da Lei Fundamental do país para definir a Coreia do Sul como “inimigo principal e imutável” da Coreia do Norte.

Kim defendeu em várias ocasiões a necessidade de “definir as relações intercoreanas como as de dois Estados hostis um ao outro” e de pôr de lado eventuais opções de reconciliação ou unificação dos dois territórios, que continuam oficialmente em guerra desde a década de 1950.

Sublinhou, portanto, a importância de alterar a Constituição durante as sessões plenárias desta semana, das quais espera que saia também a definição de fronteiras marítimas, embora não tenha fornecido mais pormenores sobre esse aspeto, segundo a agência noticiosa norte-coreana KCNA.

Novas amizades

O Ministério da Unificação da Coreia do Sul indicou estar previsto que a Coreia do Norte denuncie todos os acordos políticos e militares intercoreanos, incluindo o Acordo Básico alcançado em 1991, que definiu como “especial” a relação entre as duas partes, criadas com a ideia de uma futura reunificação do território.

As autoridades poderão também aproveitar a ocasião para ratificar a sua nova parceria com a Rússia, numa altura em que as relações entre as duas partes se reforçam, num contexto de plena invasão russa da Ucrânia.

Em Junho passado, Kim encontrou-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, com quem assinou um tratado que inclui uma cláusula de defesa mútua e uma maior cooperação em questões militares. Desde a adopção da sua Constituição, em 1972, a Coreia do Norte introduziu uma dezena de alterações ao texto, que foi revisto pela última vez em Setembro de 2023 para introduzir uma política de reforço nuclear.

9 Out 2024

Paquistão | Pequim pede reforço de segurança após morte de dois chineses em atentado

A China pediu ontem a Islamabade para reforçar e garantir a protecção total do corredor económico entre os dois países, do pessoal e das empresas chinesas no Paquistão, onde dois cidadãos chineses foram mortos num ataque no domingo.

“A China está profundamente chocada com o ataque contra cidadãos chineses e condena veementemente este acto terrorista”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.

De acordo com a mesma nota, Pequim apelou ao Paquistão para que não poupe esforços no tratamento dos feridos e nas investigações sobre o incidente e disse esperar que os autores do ataque sejam detidos e levados à justiça.

O país asiático exigiu também mais atenção para colmatar eficazmente as lacunas de segurança e emitiu um alerta, através da embaixada em Islamabade, para que os cidadãos, as empresas e os projectos chineses reforcem as medidas de segurança e tomem precauções.

“O terrorismo é um inimigo comum da humanidade. As tentativas das forças terroristas para minar a confiança e a cooperação entre a China e o Paquistão e o Corredor Económico China-Paquistão (CPEC) não atingirão o seu objectivo”, afirmou o gabinete do porta-voz da diplomacia chinesa.

O ataque de domingo, reivindicado pelo Exército de Libertação do Balochistão, teve lugar perto do Aeroporto Internacional de Carachi, no sul do Paquistão, e visou um comboio de trabalhadores chineses da empresa de electricidade Port Qasim Limited.

A iniciativa CPEC inclui um investimento chinês de 60 mil milhões de dólares na construção de projectos de infra-estruturas no Paquistão. Na sequência do atentado, o Governo paquistanês condenou veementemente um “acto de terrorismo deplorável”, qualificando-o como “um ataque à amizade duradoura entre o Paquistão e a China”.

9 Out 2024

China | Mais de 2.000 milhões de deslocações internas registadas Semana Dourada

A China registou mais de dois mil milhões de viagens entre 01 e 07 de Outubro, semana dos feriados do Dia Nacional, um aumento de 4,1 por cento no número médio diário, em comparação com o período homólogo.

De acordo com os dados divulgados ontem pelo Ministério dos Transportes chinês, o último dia do feriado marcou um dos picos mais elevados em termos de mobilidade, com um fluxo maciço nas redes de transportes terrestres e aéreos.

O tráfego nas estradas foi considerável, com um total acumulado de cerca de 1,85 mil milhões de viagens, mais 3,9 por cento do que no mesmo período do ano anterior. Nos caminhos-de-ferro, cerca de 19,86 milhões de pessoas utilizaram os comboios para regressar aos seus destinos na segunda-feira, com 1.705 comboios suplementares.

Desde o início da época de férias, a 29 de Setembro, o volume diário de passageiros transportados nos comboios chineses ultrapassou os 17 milhões, tendo atingido o seu máximo a 01 de Outubro, quando foi estabelecido um novo recorde para o número de passageiros num só dia, com 21,4 milhões.

Entretanto, as companhias aéreas transportaram um total de 16,12 milhões de pessoas em voos domésticos, representando uma média diária de 2,3 milhões de passageiros, mais 11,3 por cento do que no mesmo período de 2023, de acordo com o ministério.

Assim, o número final de viagens é ligeiramente superior à previsão das autoridades chinesas de 1,94 mil milhões de viagens domésticas durante as férias.

Apesar de a República Popular ter completado três quartos de século, as celebrações oficiais mantiveram-se relativamente discretas, uma vez que as autoridades chinesas organizam normalmente as maiores celebrações nos aniversários redondos.

9 Out 2024

Pequim anuncia medidas “antidumping” provisórias sobre importações de brandy europeu

A China vai obrigar os importadores de brandy europeu a deixar um depósito nas alfândegas chinesas, anunciou ontem o ministério do Comércio do país asiático, num contexto de tensões comerciais entre Pequim e a União Europeia (UE).

“A partir de 11 de Outubro de 2024 [sexta-feira], quando importarem brandy da União Europeia, os importadores vão ter de fornecer o depósito correspondente às autoridades aduaneiras da República Popular da China”, afirmou o ministério, em comunicado, dias após a UE ter confirmado que vai impor taxas alfandegárias adicionais sobre automóveis eléctricos importados da China.

No final de Agosto, a China afirmou que não ia impor medidas ‘antidumping’ provisórias sobre o brandy importado, o que afectaria principalmente a França, apesar de ter concluído que os produtores europeus vendiam o licor no mercado chinês “com margens de ‘dumping’ de entre 30,6 por cento a 39 por cento”.

‘Dumping’ significa a venda abaixo do custo de produção, possível através de atribuição de subsídios aos produtores. O inquérito, iniciado a 5 de Janeiro deste ano, determinou então que estas práticas representam uma ameaça significativa para a indústria local de brandy na China.

A 18 de Julho, a pasta analisou os efeitos industriais e de interesse público relacionados com a importação de brandy europeu. A China lançou outras investigações “antidumping” sobre produtos como os laticínios e a carne de porco da UE, no que é visto como resposta aos atritos comerciais com o bloco.

Europa dividida

Após nove meses de investigação, Bruxelas sugeriu um aumento das taxas devido ao apoio estatal chinês às empresas que fabricam automóveis eléctricos.

Dependendo do nível de subsídios públicos que as diferentes marcas receberam de Pequim, a Comissão Europeia recomendou um imposto de 7,4 por cento para a BYD, 20 por cento para a Geely e 38,1 por cento para a SAIC. As marcas ocidentais que produzem na China seriam igualmente tributadas a 21 por cento.

A França considerou “proporcional e calibrada” a proposta da Comissão Europeia de aumentar os direitos aduaneiros sobre os veículos eléctricos chineses, uma posição diferente da tomada pela Alemanha.

9 Out 2024

Imobiliário | Pequim aposta na procura e estabilização para reanimar economia

Os novos estímulos à economia procuram contrariar as quedas no mercado imobiliário e os efeitos negativos do proteccionismo e da volatilidade do exterior

 

As medidas recentemente aprovadas por Pequim para relançar a economia visam “expandir a procura interna” e “estabilizar o sector imobiliário”, afirmou ontem o principal órgão de planeamento da China, defendendo a “grande resiliência” das finanças do país.

O director da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China (CNRD), Zheng Shajie, explicou, em conferência de imprensa, que os estímulos visam “expandir a procura interna efectiva”, “aumentar o apoio às empresas”, “conter a queda do mercado imobiliário e estabilizá-lo”, “impulsionar o mercado de capitais” e “harmonizar o ajustamento contracíclico das políticas macroeconómicas”.

Zheng disse que foram “intensificados” os esforços para lançar “medidas para promover a recuperação contínua da economia”.

O responsável insistiu na necessidade de “analisar a situação económica de forma objectiva” e afirmou que existe “um contexto complexo a nível interno e externo” em que “algumas potências viram o seu ritmo de crescimento abrandar”.

“O proteccionismo e a volatilidade estão a aumentar”, o que “afecta a China”, afirmou. O responsável referiu que algumas empresas chinesas “aumentaram o investimento sem registar um aumento dos lucros” e que existem “pressões sobre a economia”.

No entanto, afirmou que a China “tem feito progressos na redução dos riscos em áreas-chave”, apontando o “rápido crescimento industrial” em sectores como os automóveis e os electrodomésticos. “Nem as bases nem as vantagens da economia chinesa mudaram: o enorme potencial de mercado e a resiliência mantêm-se”, acrescentou.

Meta alcançável

O director adjunto do órgão, Zhao Chenxin, abordou o objectivo de crescimento económico para este ano, de cerca de 5 por cento, cuja realização tem sido questionada pelos especialistas.

“No primeiro semestre do ano, registou-se um crescimento anual de cerca de 5 por cento e a situação económica manteve-se geralmente estável. Já assistimos a três trimestres de desempenho e a economia da China conseguiu manter a estabilidade e o crescimento”, argumentou.

Zhao previu que, quando as medidas de apoio anunciadas pelas autoridades “entrarem em vigor”, “serão lançadas as bases para um funcionamento estável da economia”, ao mesmo tempo que transmitiu a sua “confiança” de que o país atingirá a meta de crescimento do produto interno bruto.

Há duas semanas, as autoridades chinesas anunciaram a redução das taxas de juro dos empréstimos hipotecários existentes – poupando cerca de 21 mil milhões de dólares a 50 milhões de famílias – e a descida para 15 por cento do valor mínimo de entrada para as segundas habitações, numa tentativa de reanimar o sector imobiliário, que se encontra em profunda crise há três anos.

A medida faz parte de um pacote de medidas apresentado pelas autoridades que inclui também a criação de mecanismos para oferecer cerca de 114 mil milhões de dólares de financiamento a empresas de valores mobiliários, fundos e companhias de seguros, bem como empréstimos a empresas cotadas em bolsa para recomprarem as suas acções e assim aumentarem o seu valor de mercado.

9 Out 2024

História | João Morgado lança “Índias”, o seu novo livro

O escritor português João Morgado acaba de lançar “Índias”, que celebra os 500 anos da morte do navegador Vasco da Gama, descrito como “o herói imperfeito da História de Portugal”, tendo vivido “num tempo de ódios, vinganças, ambições e conquistas a ferro e fogo”.

Segundo a apresentação do romance histórico, pretende-se que o leitor “descubra o homem que era odiado por todos, mas respeitado por D. Manuel I”, antigo rei de Portugal.

Em “Índias” revela-se, portanto, “o lado negro do herói da expansão marítima portuguesa e as suas… três viagens às Índias”. João Morgado é ainda autor de outros romances históricos, nomeadamente os que pertencem à chamada “Trilogia dos Navegantes”, intitulados “Vera Cruz”, “Magalhães e a Ave-do-Paraíso”, trilogia que agora se completa com “Índias”.

João Morgado, que esteve em Macau para participar numa das edições do Festival Literário Rota das Letras, é também autor da obra “O Livro do Império”, romance biográfico de Luís de Camões, tido como o maior poeta português.

Segundo o escritor Sérgio Luís de Carvalho, o novo livro de João Morgado “relata o verdadeiro Gama”. “Aqui ninguém meta a unha, que João Morgado fez um romance com um rigor e uma exactidão histórica intocável”. Sérgio Luís de Carvalho descreve ainda que existe em “Índias” “a ressonância, o ritmo e a vivacidade das imagens e da narrativa que nos lembra Fernão Lopes”, além de um “estilo que brilha numa mescla bem-sucedida entre a crónica e a linguagem romanesca”.

9 Out 2024

Carminho em digressão pelo Japão

A fadista portuguesa Carminho inicia no sábado uma digressão no Japão, composta por sete espectáculos “que já estão completamente esgotados”, anunciou a artista. Aquela que será a primeira digressão de Carminho no Japão serve para a fadista apresentar o álbum “Portuguesa”, editado no ano passado, “e alguns dos temas mais marcantes do seu repertório”, de acordo com informação disponível nas contas de Carminho nas redes sociais.

A digressão começa no sábado em Aichi, “uma das principais capitais da cultura nipónica”, e termina no dia 20 em Saitama, “num total de sete concertos que estão já completamente esgotados”. Os restantes concertos estão marcados para Shiga, no dia 13, Hyogo, no dia 14, Hiroxima, no dia 15, e Tóquio, nos dias 17 e 19 de Outubro.

Carminho “nasceu no meio das guitarras e das vozes do fado, filha da conceituada fadista Teresa Siqueira, estreou-se a cantar em público aos 12 anos, no Coliseu”, lê-se no “site” oficial da artista. Editou o primeiro álbum em 2009, intitulado “Fado”, ao qual se seguiram “Alma” (2012), “Canto” (2014), “Carminho canta Tom Jobim” (2016) e “Maria” (2018).

No cinema

Em Março do ano passado chegou “Portuguesa”, álbum composto por 14 temas, entre os quais “O quarto”, entretanto incluído na banda sonora do filme “Pobres Criaturas”, de Yorgos Lanthimos, que esteve nomeada aos Óscares deste ano.

A fadista aparece no filme, que se estreou em Setembro do ano passado no Festival Internacional de Cinema de Veneza, em Itália, a interpretar à guitarra portuguesa “O quarto”, numa cena com a actriz Emma Stone, num cenário de uma Lisboa imaginária, de tempo indefinido, mas onde não faltam azulejos, ruelas antigas e muitos pastéis de nata.

Em Janeiro, em entrevista à Lusa, Carminho recordou que participou na rodagem em 2021, num estúdio em Budapeste, numa altura em que estava a preparar “Portuguesa”. Entretanto, “O quarto”, uma letra de Carminho, que a gravou na melodia do Fado Pagem, de Alfredo Marceneiro, foi incluído na lista de músicas de Verão do ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que inclui 44 temas de artistas como Bad Bunny, Bob Dylan ou Beyoncé.

Ao longo da carreira, Carminho tem gravado e cantado com artistas de outras áreas musicais, nomeadamente com os brasileiros Chico Buarque, Milton Nascimento e Marisa Monte, com o espanhol Pablo Alborán e com os portugueses HMB e Bárbara Bandeira.

9 Out 2024