Preço do metro quadrado da habitação sudiu 11,5 por cento

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] preço médio do metro quadrado das casas em Macau atingiu em Novembro 100.890 patacas, reflectindo um aumento de 11,5 por cento face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais. De acordo com as estatísticas publicadas no ‘site’ da Direcção dos Serviços de Finanças, em contrapartida, em termos mensais, o preço médio do metro quadrado diminuiu de 117.360 patacas para 100.890 patacas.

Em linha com o aumento anual do preço do metro quadrado, o número das fracções transaccionadas recuou em termos anuais (de 1.144 para 1.051), verificando-se o cenário oposto na comparação mensal: com queda do preço do metro quadrado subiu o número das fracções transaccionadas (foram vendidas mais 121 em relação a Outubro).

Das três áreas de Macau, Coloane era a mais cara, com o preço médio do metro quadrado a fixar-se em 133.871 patacas, seguindo-se a da Taipa, 114.499 patacas, segundo os mesmos dados respeitantes às transações de imóveis destinados a habitação que foram declaradas para liquidação do imposto de selo.

Com o preço médio do metro quadrado mais baixo, 95.592 patacas, a península de Macau registou o maior número de fracções transaccionadas em Novembro (888 contra 818 em novembro de 2016), seguindo-se a ilha da Taipa (143 contra 239) e Coloane (com 20 contra 87).

O preço médio do metro quadrado de frações autónomas destinadas a habitação em Macau (no território em geral, isto é, sem ser por zonas) galgou em Maio a barreira das 100.000 patacas pela primeira vez desde o início do ano. A última vez que tal tinha sucedido foi em Dezembro de 2016, mês em que atingiu as 103.805 patacas.

Desde a liberalização de facto do jogo, ocorrida em 2004, com a abertura do primeiro casino fora do universo do magnata Stanley Ho, o sector imobiliário tem estado praticamente sempre em alta.

Os preços caíram em 2015, um cenário apontado então como um efeito colateral da queda das receitas do jogo que teve início em Junho de 2014 e durou quase dois anos, terminando em Agosto do ano passado.

Desde então, os preços das casas foram registando flutuações, mas desde Outubro de 2016 têm-se verificado subidas em termos anuais homólogos.

Os elevados preços praticados no mercado imobiliário, tanto na aquisição como no arrendamento, constituem um dos principais motivos de descontentamento da classe média do território.

18 Dez 2017

Premiados da 11ª Bienal conhecidos ao final do dia

Organizada desde os anos 90, a nova edição da Bienal de Design de Macau é hoje inaugurada na Galeria de Exposições Especiais do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau. Exposição com as obras premiadas decorre entre 19 de Dezembro e 31 de Março do próximo ano

 

[dropcap style≠‘circle’]I[/dropcap]nstituto Cultural (IC), Associação de Designers de Macau e Fundação Macau. Três entidades que se juntaram para promover a 11ª edição da Bienal de Design de Macau. Hoje ao final do dia serão conhecidas as obras premiadas que estarão em exposição na Galeria de Exposições Especiais do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau a partir de amanhã, 19, e até 31 de Março de 2018.

Mais de quatro mil trabalhos, oriundos de 33 países ou regiões, chegaram às mãos dos organizadores do evento, sendo que vinte por cento deles passou à fase final de organização.

Segundo um comunicado do IC, “este ano o volume de trabalhos submetidos a concurso quebrou o recorde, sendo o nível global de qualidade superior ao de anos anteriores”.

O júri, composto por Guang Yu (Pequim), Céline Lamée (Amsterdão e Pequim) e Steffen Knöll (Alemanha), levou seis meses a avaliar todos os trabalhos, tendo sido seleccionados 80 vencedores e um total de 200 obras para integrar a exposição amanhã inaugurada.

O IC afirma que “os vencedores e os trabalhos seleccionados provêm do Interior da China, Hong Kong, Macau, Taiwan, Alemanha e Grã-Bretanha”.

A primeira edição da Bienal de Design de Macau arrancou em 1994, numa iniciativa da Associação dos Designers de Macau. Segundo o IC, “a Bienal acabou por tornar-se na única competição profissional no sector do design de Macau e num evento de design muito representativo das quatro Regiões dos Dois Lados do Estreito”.

“Várias exposições e competições profissionais têm contribuído para potenciar a imagem profissional do sector do design, granjeando reconhecimento a múltiplos designers e sensibilizando o público para a importância da criatividade na sustentabilidade económica, bem como para o valor criado pelo sector do design”, aponta o IC no mesmo comunicado.

18 Dez 2017

LAG | Jovens insatisfeitos com transportes e habitação

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]ovens locais não estão satisfeitos com as políticas apontadas pelas Linhas de Acção Governativa do ano que vem, na área dos transportes, habitação, e jogo. A informação é retirada das conclusões de um estudo levado a cabo pela União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong).

Ao mesmo tempo, as políticas apontadas para a educação, cultura, assistência social e saúde são aquelas que os residentes mais novos consideram mais satisfatórias. De acordo com o Jornal do Cidadão, forma recolhidas as respostas a um inquérito de 975 jovens locais com idades compreendidas entre os 18 e os 45 anos. Com estas conclusões os Kaifong sugerem que o Governo avance para a implementação de políticas que tenham em conta a melhoria dos transportes e proceda a um planeamento científico para as rotas de autocarros antes da renovação de contrato entre o Governo e três concessionárias de autocarros. No âmbito de habitação, os Kaifong aconselham que se aproveitem os terrenos em Macau e se acelere o ritmo da construção de casas públicas.

18 Dez 2017

Chui Sai On | Governo prepara medidas para controlar mercado imobiliário

O Chefe do Executivo, Chui Sai On está a preparar medidas para controlar a especulação imobiliária no território. A informação foi dada directamente a Xi Jinping e a Li Keqiang num encontro em Pequim, na semana passada, onde Chui Sai On levou o balanço anual da actividade governativa de Macau

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau vai lançar em breve medidas para controlar o preço da habitação e promover um desenvolvimento saudável do mercado imobiliário local, anunciou o Chefe do Executivo, Chui Sai On, no final da visita a Pequim que fez na semana passada.

Chui Sai On apresentou ao Presidente chinês, Xi Jinping, e ao primeiro-ministro, Li Keqiang, um balanço anual das atividades do Governo de Macau, refere um comunicado do Gabinete de Comunicação Social (GCS) distribuído no sábado. O Chefe do Executivo de Macau referiu que estavam a ser estudadas medidas para controlar os elevados preços da habitação no território.

Em que ficamos?

A informação é deixada a Pequim menos de um mês depois de Lionel Leong, secretário para os assuntos da economia ter sublinhado que não haveria nada que o Governo pudesse fazer em relação ao mercado imobiliário.

Lionel Leong afirmou que há pouco que o Governo possa fazer para controlar as condições do mercado do imobiliário, perante a falta de oferta de novas habitações. A confissão foi feita no segundo dia das Linhas de Acção Governativa para a Economia e Finanças. “Temos alguns meios administrativos para definir medidas relevantes para o mercado da habitação. Mas sabemos que Macau é um mercado livre e dependemos muito da oferta e da procura. Se não temos uma oferta suficiente é difícil implementar medidas de controlo dos preços, porque mais tarde ou mais cedo o preço vai adaptar-se e vai aumentar”, explicou na altura o secretário.

Contudo, parece que a disposição do Governo de Macau em relação à habitação mudou durante a viagem de Chui Sai On a Pequim. Porquê? Nada é certo. Em Macau, especula-se que o Chefe do Executivo de Macau terá sido “apertado” na capital onde se teme que a questão possa causar desarmonia social na RAEM.

Actividades em continuidade

A Xi Jinping, Chui Sai On referiu também que o Governo vai começar a trabalhar, no próximo ano, na criação de um fundo de investimento e de um mecanismo a longo prazo para a distribuição das reservas fiscais, já proposto no relatório das Linhas de Ação Governativa.

Chui Sai On afirmou ainda que vão ser anunciadas, em breve, as quotas de circulação rodoviária da Região Administrativa Especial de Macau na nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que ainda estão a ser debatidas pelas três partes.

As quotas vão ser divididas pelas seguintes categorias: automóveis ligeiros, veículos oficiais, autocarros ‘shuttle’ e táxis.

O governante reiterou que “a acção governativa é feita de acordo com a lei de Macau e que procura, activamente, impulsionar o progresso do território de forma a promover as medidas necessárias para a concretização do Plano Quinquenal” chinês.

O Executivo de Macau também colabora no projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, no âmbito da “integração no desenvolvimento do país” e da diversificação adequada da economia local, referiu.

Neste momento, o Governo da RAEM aguarda o lançamento do plano oficial do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau para participar nos respectivos trabalhos, acrescentou.

Em relação à formação de quadros qualificados, Chui Sai On disse que o Governo “vai apoiar, em várias vertentes, os jovens que pretendam prosseguir os estudos, arranjar emprego e procurar oportunidades de empreendedorismo na China interior”.

De acordo com o comunicado do GCS, o Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou, durante o encontro, que “o Governo central reconhece os resultados conseguidos”, reiterando que vai continuar a prestar um forte apoio ao desenvolvimento económico de Macau e à melhoria das condições de vida da população.

 

Pequim quer atrair pessoas para o interior do país

No âmbito da visita de Chui Sai On a Pequim foram ainda debatidas as “facilidades de que usufruirão os residentes de Macau no âmbito de aprendizagem, emprego e vida”, uma vez que o Governo Central está empenhado “em lançar políticas e medidas que facilitem aos residentes de Hong Kong e Macau aprender, procurar emprego ou prosseguir as suas vidas na China interior”.

Na área da educação, as crianças de Macau e Hong Kong que vivam em Guangdong, Fujian, Zhejiang, Xangai e Pequim “podem usufruir das mesmas políticas de ingresso escolar dos alunos da China interior, consoante as legislações nacionais, designadamente a ‘Lei Educativa’ e a ‘Lei da Escolaridade Obrigatória’”, aponta um comunicado. Na área do emprego, o Ministério do Comércio da China promete realizar “uma avaliação dos problemas que os serviços profissionalizados de Hong Kong e Macau enfrentam na China interior”, para “aumentar progressivamente o grau de abertura para com Hong Kong e Macau na área dos serviços especializados”.

É ainda objectivo de Pequim realizar o “aperfeiçoamento dos trabalhos na prestação de serviços no âmbito do emprego aos alunos finalistas de Hong Kong, Macau e Taiwan que frequentam estabelecimentos de ensino superior normais da China interior”. Tudo para que haja “mais facilidades para que os estudantes de Hong Kong e Macau consigam um posto de trabalho na China interior”.

Nesse sentido, será criado o chamado “acordo de emprego”, emitido a todos os licenciados que queiram trabalhar no interior da China e que “reúnam os requisitos exigidos”. Além desse documento, será emitida a esses licenciados uma “notificação de serviços de emprego para finalistas de estabelecimentos de ensino superior normais de todo o país” ou um “certificado de serviços de emprego para os finalistas e pós-graduados de todo o país”.

Na área do turismo, foram instalados equipamentos de venda e recolha automática de bilhetes que reconhecem o cartão salvo-conduto dos residentes de Hong Kong e Macau em 215 estações de comboio da China interior. O mesmo comunicado aponta ainda que foi emitido, pela Administração Nacional do Turismo, um aviso sobre a “prestação de serviços de maior facilidades no alojamento turístico para os compatriotas de Hong Kong e Macau”.

Este aviso visa garantir que todos os residentes das regiões administrativas especiais têm acesso a alojamento turístico, sendo “proibido criar obstáculos para rejeitar alojamento”.

18 Dez 2017

Taiwan : Pequim expressa oposição às actividades secessionistas

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim opõe-se resolutamente às actividades secessionistas de “independência de Taiwan” sob qualquer forma, incluindo o chamado referendo, disse nesta quarta-feira um porta-voz da China continental. An Fengshan, porta-voz do Departamento dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, fez o comentário em resposta a uma pergunta sobre “o projecto da lei de referendo” aprovado pelo órgão legislativo de Taiwan.

“Opomo-nos firmemente à de-sinicização sob qualquer nome ou de qualquer forma. Os compatriotas dos dois lados devem ser vigilantes contra as forças secessionistas da ‘independência de Taiwan’”, disse An. An também mencionou livros escolares em idioma chinês conjuntamente compilados pelas instituições educacionais dos dois lados do Estreito de Taiwan, que as escolas secundárias de Taiwan usam a partir de Outubro deste ano.

O porta-voz chinês disse que a parte continental e Taiwan compartilham a mesma tradição cultural e os livros escolares impulsionarão a cultura nacional tradicional.

Segundo An, a parte continental da China dialogaria com qualquer partido político, organização ou indivíduo que seguir o princípio Uma Só China e o Consenso de 1992, e que se opõe à “Independência de Taiwan”.

An disse ainda que mais comunicação e confiança mútua entre o departamento e o Novo Partido podem impulsionar adiante o desenvolvimento pacífico das relações através do Estreito e avançar o processo em direcção à reunificação pacífica do país. A Parte continental também teve comunicação regular com o KMT, revelou o porta-voz.

An acusou a administração do Partido Democrata Progressista (PDP) de sempre obstruir a comunicação e a cooperação, e provocar a oposição e hostilidade entre as pessoas dos dois lados.

Depois de 30 anos de intercâmbios, comunicação, cooperação e desenvolvimento têm sido a aspiração comum das pessoas de ambos os lados do Estreito e nada pode inverter essa tendência, notou An.

“Mais taiwaneses perceberam a sinceridade da parte continental e viram a parte continental objectivamente. A parte continental forneceu oportunidades em vez de ameaças a Taiwan”, lembrou An. “O desenvolvimento pacífico das relações através do Estreito beneficiou as pessoas de ambos os lados enquanto a ‘independência de Taiwan’ causaria danos para as pessoas, especialmente as de Taiwan, concluiu An.

15 Dez 2017

Ma Iao Lai continua presidente da Associação Comercial de Macau

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ecorreu esta terça-feira a 80ª assembleia-geral da Associação Comercial de Macau (ACM), tendo sido eleitos os novos corpos sociais. Segundo o jornal Ou Mun, Ma Iao Lai continua a ser o presidente da direcção, tendo sido eleitos como vice-presidentes o empresário Liu Chak Wan, o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, Chui Sai Cheong, vice-presidente da AL, Fong Chi Keong, ex-deputado, Ho Hao Tong, Ngan In Leng e a co-presidente da MGM China, Pansy Ho.

No discurso que proferiu, Ma Iao Lai destacou o sucesso da realização do 19º congresso do Partido Comunista Chinês, tendo lembrado que, de acordo com as palavras do presidente Xi Jinping, estão esclarecidas as perspectivas do Governo Central em relação ao território, que exigem a prática da política “Um País, Dois Sistemas”.

Na visão de Ma Iao Lai, deve-se garantir a compreensão da administração das duas regiões administrativas especiais, de acordo com a Lei Básica e a constituição chinesa.

O presidente reeleito da ACM disse que, no contexto da revisão da lei laboral e da implementação do salário mínimo universal, os patrões não estão contra os trabalhadores, tendo enfatizado que a garantia dos seus direitos e interesses podem elevar a moral e manter os profissionais nas empresas.

O problema da lei

Kou Hoi In, deputado à AL e membro da ACM, apresentou o relatório dos trabalhos já realizados pela associação nos últimos meses, tendo concluído que as opiniões dos sectores têm sido reveladas ao Governo.

O deputado acrescentou que a actual lei das relações do trabalho tem causado obstáculos ao desenvolvimento dos sectores comercial e industrial. Kou Hoi In lamentou ainda que a compensação, pela via do salário, dos feriados obrigatórios traga um impacto negativo para a construção de Macau como um centro mundial de turismo e lazer. Como tal, Kou Hoi In pede uma revisão em prol de uma lei científica e operacional.

15 Dez 2017

Pequim aumenta sua influência na América Latina graças à falta de estratégia dos EUA

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]nquanto Trump rompe acordos e questiona alianças, o gigante asiático impulsiona os laços políticos, culturas e sociais com a região.

Uma semana depois da eleição de Donald Trump, o presidente Xi Jinping viajou para a América Latina pela terceira vez em três anos para enviar uma mensagem clara: a China quer ser o principal aliado da região. “Se compartilharmos a mesma voz e os mesmos valores, podemos conversar e nos admirar sem que a distância importe”, prometeu o líder asiático à presidente chilena, Michelle Bachelet, em Santiago. Com quase um ano de Trump na Casa Branca, o Governo dos EUA está em retirada do plano internacional, questionando alianças e rompendo acordos. Na América Latina, a China, que há mais de dez anos é um importante parceiro comercial, aumenta agora a sua influência política, cultural e social para ocupar o vazio criado pela ausente estratégia norte-americana.

Trump chegou à Casa Branca utilizando uma retórica nacionalista e proteccionista no âmbito comercial. A América Latina observou o carácter imprevisível de um novo presidente anti-establishment com incerteza. Mas, em menos de um ano, o presidente norte-americano confirmou a lealdade à sua agenda antiglobalização “América Primeiro”. Trump retirou os EUA do Acordo de Paris – no qual estão todas as nações do mundo – e do Tratado Comercial com o Pacífico (TPP) com países asiáticos e latino-americanos. O presidente também ameaçou acabar com o Tratado de Livre Comércio (Nafta) com o México e o Canadá. Com essas e outras decisões, Trump distanciou os EUA de sua posição hegemónica mundial e forçou os seus aliados tradicionais a procurarem e reforçarem outras alianças. “Sempre colocarei a América primeiro, não podemos continuar participando de acordos nos quais os EUA não obtêm nada de bom”, afirmou o republicano na Assembleia Geral da ONU.

Além das repetidas sanções contra o Governo da Venezuela e o retrocesso nos pactos comerciais, a nova Administração não estabeleceu uma estratégia de aproximação com os seus vizinhos do Sul e ainda não nomeou os diplomatas dos postos de maior importância no Departamento de Estado. Os EUA, nas suas poucas referências à América Latina, centraram o seu discurso na mão firme contra a imigração e o narcotráfico. Em Agosto, o vice-presidente Mike Pence tentou suavizar os sinais que Washington envia com uma breve viagem por quatro países. Apesar de ter falado por telefone com a maioria dos presidentes, Trump optou pela Europa, Médio Oriente e Ásia nas suas primeiras saídas internacionais.

A viagem de Xi Jinping, recheada de simbolismo, sugeriu uma aceleração para aprofundar as relações entre a América Latina e o seu país, que há 15 anos aumentou exponencialmente os investimentos na região. Nesse tempo, o gigante asiático multiplicou por 22 vezes o volume do seu comércio com os países da região. Em 2016, investiu aproximadamente 90 mil milhões de dólares nesses países. A China hoje já é o principal parceiro comercial do Brasil, Chile e Peru. Mas sua marca na América Latina já ultrapassa os âmbitos económicos.

“Agora a China tenta conseguir influência política. Cada vez consegue penetrar mais nas esferas académicas, culturais, sociais assim como na imprensa. Têm milhares de iniciativas para conectarem-se com as elites e pessoas de influência, por exemplo líderes de opinião, diplomatas, jornalistas, para lhes levar uma visão positiva da China”, afirmou nessa semana o pesquisador e jornalista Juan Pablo Cardenal numa conferência organizada em Washington pelo think-tank Americas Society, Council of the Americas. Outros não acreditam nisso. “Só querem negócios, matérias primas e comércio”, defendeu o ex-embaixador mexicano na China, Jorge Guajardo.

Nos últimos anos, entretanto, o Governo chinês e as suas agências impulsionaram iniciativas afastadas do âmbito comercial. “Convidam pessoas para ir à China participar em conferências, expor uma imagem benévola do regime, e os ‘transformam’ em embaixadores de facto do Governo chinês. Frequentemente lemos colunas de opinião na imprensa da região que emulam o discurso feito pelo Partido Comunista da China”, explicou Cardenal, que pesquisou a influência da China em mais de 40 países.

Há um ano Xi Jinping anunciou que nos próximos anos o seu Governo dará as boas-vindas a mais de 10.000 jovens líderes, 500 jornalistas e até 1.500 representantes políticos para participarem em eventos. A China criou Institutos Confúcio em universidades de nove países, para promover a aprendizagem de chinês e da cultura do país, e programas de intercâmbio para estudantes.

Apesar de existir pouca liberdade de imprensa na China, o país e a América Latina forjaram uma estreita cooperação que todo ano realiza um congresso com os principais actores dos veículos de comunicação da região. “As associações, as empresas e o Governo chineses remam na mesma direcção: querem favorecer os objectivos nacionais estratégicos do país”, afirmou Cardenal.

Outras iniciativas são mais explícitas. O Panamá, um aliado tradicional dos EUA, reactivou em Junho as suas relações diplomáticas com Pequim e em Novembro, durante uma visita de três dias do presidente, abriu a sua embaixada na capital chinesa. Os dois países assinaram até doze acordos, alguns dos quais dedicados à promoção cultural e turismo.

Longe de diminuir, o crescimento da China na América Latina é visto como um fracasso da política norte-americana, como disseram os especialistas. Com o possível fim do Nafta, para muitos um acordo vital para a economia dos EUA, a China já se colocou como uma alternativa ao México. Se isso acontecer, a sua sombra surgiria na fronteira sul, aquela que Trump quer proteger com um muro.

15 Dez 2017

João Augusto da Rosa recorda o caso do rapto de Neto Valente

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-inspector da Polícia Judiciária recordou ao Jornal Ou Mun que quando se tornou investigador adjunto de 1ª classe foi um momento em que sentiu um sentimento forte para assumir as suas responsabilidades do cargo.

João Augusto da Rosa confessou que enfrentou episódios de grande dificuldade antes do período de transferência de soberania pela instabilidade e violência que fazia sentir no território. Nesse tempo, Macau era palco para muitos incidentes de tiroteios, atendados à bomba e homicídios, factores que procurou a família do ex-polícias momentos de grande aflição.

O adjunto do Comandante-geral deu alguns detalhes do caso do rapto de Jorge Neto Valente, que remonta a 2001. João Augusto da Rosa recorda o momento em que o caso começou, com um veículo abandonado com a porta aberta na zona de Nam Van, o que levantou imediatamente a suspeita de se estar na presença de um caso de rapto.

Como tal, iniciaram-se logo trabalhos de investigação e começou a caça ao homem na busca dos raptores, tendo sido criado um grupo específico para o caso.

No processo da investigação, João Augusto da Rosa destacou os contributos de Wong Sio Chak, elogiando a forma como conduzia operações de investigação e como era um activo policial com muitos conhecimentos. A investigação prosseguiu até se ter encontrado um toxicodependente que no final deu pistas sobre o local onde se encontrava o advogado. No final, tendo auxílio do grupo de operações especiais e das forças de polícias, tendo o advogado sido salvo numa altura em que duvidava muito que pudesse ser encontrado com vida.

O adjunto do Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, salientou ainda a importância do espírito da cooperação da equipa.

Recordando o seu início de carreira ao Jornal Ou Mun, João Augusto da Rosa disse que começou a trabalhar na Polícia Judiciária em 1981, quando tinha 21 anos, tendo completado 36 anos de serviço. O adjunto contou que no início escolheu o curso de contabilidade e que apesar de ter tido oportunidade de trabalhar na Companhia de Electricidade de Macau (CEM) por um ano, sentiu que não estava no sítio certo e acabou por escolher a carreira policial.

15 Dez 2017

Reforma das empresas estatais para melhorar qualidade e eficiência

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China impulsionará a reforma das suas empresas estatais a fim de fornecer uma maior força motriz para o desenvolvimento económico de alta qualidade com capital estatal, segundo uma decisão feita nesta quarta-feira na reunião executiva do Conselho de Estado presidida pelo primeiro-ministro Li Keqiang.

A reunião, que ouviu um relatório sobre a reforma, supervisão e inspecção das empresas estatais centrais, decidiu que o sistema de gestão de activos estatais será melhorado e que uma lista de poderes e obrigações em relação à supervisão e gestão dos activos estatais será criada para alcançar uma supervisão mais precisa.

As empresas terão autonomia nas suas operações na medida em que o governo aprofunda a reforma para aperfeiçoar a administração, fortalecer a inspecção e melhorar os serviços. Passos sólidos serão tomados para cortar a capacidade produtiva excessiva e a questão das “empresas zombies” será abordada de forma oportuna.

As empresas estatais da China registaram uma receita comercial total de mais de 41,9 biliões de yuans nos primeiros dez meses deste ano, uma alta anual de 15,4%, obtendo lucros de 2,39 biliões de yuans, um aumento de 24,6%, informou o Ministério das Finanças.

A reunião decidiu continuar melhorando a distribuição sectorial, optimização estrutural e a reorganização estratégica do sector estatal. O capital estatal será canalizado principalmente para sectores importantes e áreas vitais para a segurança nacional, a economia integral, o bem-estar do povo e o desenvolvimento de importantes infra-estruturas.

“A reforma permitiu que as empresas estatais, especialmente as centrais, obtivessem subida das suas receitas comerciais, que chegaram ao nível mais alto em cinco anos”, disse o primeiro-ministro Li, acrescentando que as empresas estatais devem resolver os problemas identificados o mais cedo possível no processo de supervisão e inspecção. A supervisão sobre a operação do capital estatal será reforçada, assim como a inspecção de activos estatais no exterior, segundo a reunião.

“Departamentos relacionados do Conselho de Estado devem apoiar activamente a reforma das empresas estatais e continuará procurando o aperfeiçoamento da administração, supervisão e melhoramento de serviços para ajudar no desenvolvimento de alta qualidade e para garantir a segurança e bons retornos de activos estatais”, concluiu Li.

15 Dez 2017

Deutsche Bank : China é país com maior risco

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China é a grande economia do mundo onde é maior o risco de uma crise financeira, com quase o dobro da probabilidade do segundo colocado. O alerta parte de uma nota do Deutsche Bank assinada por Michael Spencer, economista-chefe para região da Ásia-Pacífico. A probabilidade de crise na China ficou em 13%, seguido por Canadá (8.6%), Arábia Saudita (7,7%), Turquia e Chile (7,4%), Hong Kong (7%) e Australia (6,9%). O Brasil tem 1,7%.

Ainda assim, o risco chinês não chega nem perto dos 50% verificados, por exemplo, em países como Espanha e Irlanda em 2010, quando despontava o problema da dívida europeia. O modelo também indica, ainda que de forma menos contundente, a gestação da crise financeira asiática dos anos 90 em países como Tailândia, que mostrava risco de 30% na época.

Os riscos chineses já estão no radar faz algum tempo. Em Maio, a agência de classificação de risco Moody’s baixou a nota de crédito da China pela primeira vez em quase 30 anos. Em Setembro, foi a vez da Standard & Poor’s fazer o mesmo e baixar a nota em um degrau, citando o aumento dos riscos económicos e financeiros.

A dívida total não-financeira chinesa explodiu de 160% do PIB em 2008 para 260% do PIB actualmente, em grande parte fruto de estímulos para amortecer a crise financeira americana.

O crescimento do PIB seguiu em patamares elevados, mas a dose do remédio passou a preocupar. O Fundo Monetário Internacional alertou em Dezembro que “a crescente complexidade do sistema semeou riscos de estabilidade financeira”. O diagnóstico é que uma política fiscal e monetária expansionista e o desenvolvimento de um sistema bancário paralelo menos regulado vêm incentivando apostas cada vez mais arriscadas de investidores.

Isso não costuma acabar bem, mas há particularidades que dificultam comparações com outros países e momentos históricos. A China tem repetidos superávites em conta corrente há mais de 20 anos e sua dívida é basicamente doméstica, com o governo controlando quase todo o sistema financeiro e a maior parte dos devedores.

“O padrão típico de crises em mercados emergentes, de fluxos de entradas subitamente se revertendo e pondo fim ao boom económico, simplesmente não se encaixa com o que tem acontecido na China”, diz o Deutsche.

Além disso, os dados mais recentes sugerem que o risco na China está recuando, já que o crescimento do crédito desacelerou para o mesmo ritmo do PIB nominal, estabilizando a relação crédito/PIB. “Se este ambiente macro continuar por mais um ano, a probabilidade de crise vai cair rapidamente”, diz o banco, apontando para a importância de manter os superávits como colchão de segurança mesmo que isso cause conflitos políticos com os Estados Unidos.

15 Dez 2017

ONU : Projecto contra Jerusalém como capital de Israel

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m projecto de resolução contra o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel está a ser preparado na ONU para demonstrar o isolamento dos norte-americanos no Conselho de Segurança, disseram ontem fontes diplomáticas. Os Estados Unidos da América, Estado-membro permanente do Conselho de Segurança e principal defensor de Israel, têm o direito de veto sobre todas as resoluções submetidas à votação e utilizou-o várias vezes no passado. “O importante é ter o apoio de 14 dos 15 membros do Conselho de Segurança” para este futuro texto, disse à agência de notícias AFP, sob anonimato, uma fonte diplomática palestiniana.

Na sexta-feira passada, os Estados Unidos estavam totalmente isolados do Conselho de Segurança durante uma reunião de emergência, convocada depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado o reconhecimento unilateral de Jerusalém como capital de Israel. Todos os outros membros do Conselho de Segurança criticaram esta decisão.

Vários deles denunciaram a violação das resoluções anteriores da ONU, enfatizando que a questão de Jerusalém deveria fazer parte de um acordo negociado entre israelitas e palestinianos, como solução do conflito existente entre os dois povos.

O embaixador palestiniano na ONU, com o estatuto de observador, Riyad Mansour, disse à AFP que o texto de resolução proposto pediria aos Estados Unidos que “anulasse” a sua decisão.

Mas de acordo com várias fontes diplomáticas, “a linguagem”, em última análise, mantida no projecto poderia ser mais matizada para assegurar o apoio dos 14 países membros do Conselho de Segurança da ONU.

O objectivo final é não descartar completamente os Estados Unidos, mas sim pressionar para que o projecto de paz que prometeram, desde que o republicano Donald Trump chegou ao poder há quase um ano, leve em conta os interesses dos palestinianos.

Desde a criação de Israel, em 1948, a comunidade internacional absteve-se de reconhecer Jerusalém como sua capital. Israel anexou a parte oriental de Jerusalém em 1967 e aprovou uma lei declarando que é a sua capital “indivisível”. Esta anexação nunca foi reconhecida pela comunidade internacional e os palestinianos consideram Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado da Palestina.

15 Dez 2017

Governo quer ligar passagens para peões no Terminal do Porto Exterior

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s planos do Executivo para unir das duas passagens aéreas para peões que se situam na Rua do Terminal Marítimo e no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior mereceu algumas críticos por parte dos Kaifong.

De acordo com o Jornal do Cidadão, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) consideram que apesar do plano do Governo merecer elogios, não deverá facilitar a vida dos residentes.

No entender os Kaifong o plano pode ser melhorado, uma vez que os moradores necessitam de instalações sem barreiras e que a passagem se encontra num local inconveniente, o que leva à pouca utilização da infra-estrutura pela população.

Como tal, considerando que a passagem superior para peões que fica na Rua de Malaca tem sido utilizada com mais frequência pelos residentes por ficar ao lado de paragem de autocarros, os moradores sugerem que se ligue também a indicada passagem superior para peões, fazendo com que as três estejam ligadas. De acordo com a sugestão dos Kaifong, esta solução seria mais apropriada para que os residentes e turistas cheguem a pé ao Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior mais facilmente.

14 Dez 2017

Guangdong emite novas medidas para a ponte HZM

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] polícia na Província de Guangdong, no sul da China, anunciou ontem 18 novas medidas para facilitar o desenvolvimento da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

A partir do primeiro trimestre de 2018, visitantes de 53 países gozarão de um período de 144 horas de passagem livre de visto em Guangdong, disse Zheng Dong, subdiretor do Departamento de Segurança Pública da província.

Veículos não comerciais com placas transregionais terão acesso à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (PHZM) sem necessitar uma permissão, disse Zheng. Os governos de Guangdong e Hong Kong decidiram aumentar em 7 mil a cota da PHZM para automóveis privados transregionais de Hong Kong. Tal eleva a cota de carros privados transregionais de Hong Kong para 10 mil antes da abertura da PHZM.

A PHZM, de 55 quilómetros de comprimento, é uma das pontes mais longas de seu tipo no mundo em construção. Espera-se que os trabalhos principais estejam terminados no fim do ano. Outras políticas se referem ao registo de famílias, libertação de alfândegas de navios e um “canal verde” para transporte de produtos frescos.

 

Orçamento aumentou 10,3 mil milhões

Entretanto, um comunicado do Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) aponta para uma derrapagem orçamental na construção da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HZM), na ordem das 10,3 mil milhões de yuans. A entidade aponta que essa situação se deve “às influências da subida dos preços de mão-de-obra e de materiais, reajustamento da concepção e do programa de execução, entre vários outros factores”.

Para já o projecto tem vindo a registar “um bom avanço”, tendo tido um valor inicial de 38,118 mil milhões de yuans. As três regiões encarregues da gestão do projecto suportaram uma verba de 15,73 mil milhões de yuans, enquanto que a restante quantia foi obtida através do crédito. Nesse grupo, Macau ocupa 12,59 por cento do financiamento, que se traduz em 1,98 mil milhões de yuans. Em relação ao valor orçamental em excesso, Macau precisa de suportar 0,59 mil milhões de yuans.

14 Dez 2017

Transacções suspeitas de capitais sobem 36,6%

A subida de transacções suspeitas de branqueamento de acapitais subiu, até ao mês de Junho, 36,6 por cento, face ao memso período de 2016. Actividades relacionadas com o jogo continuam a ser as que dão origem ao meior número de denúncias

 

As autoridades de Macau registaram, no primeiro semestre do ano, 1 527 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo, mais 36,6 por cento face ao período homólogo de 2016.

Dados publicados no mais recente boletim do Gabinete de Informação Financeira (GIF) indicam que em 1 527 participações entre Janeiro e Junho, mais 409 do que na primeira metade de 2016, 79 foram enviadas para o Ministério Público.

A indústria do jogo manteve-se como a actividade que deu origem a mais denúncias (1.074 ou 70,3 por cento do total), seguindo-se instituições financeiras e companhias de seguros (414 ou 27,1 por cento) e outras (39 ou 2,6 por cento).

Em 2016 tinham sido registadas 2.321 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou financiamento de terrorismo, traduzindo um aumento de 28,4 por cento face a 2015.

Os sectores referenciados, como os casinos, são obrigados a comunicar às autoridades qualquer transacção igual ou superior a 500 mil patacas.

O Departamento de Estado norte-americano tem vindo a propor, em relatórios sobre Macau, uma diminuição do valor mínimo que os casinos são obrigados a reportar para 3 000 dólares, um valor 20 vezes inferior ao que é aplicado actualmente, para ir ao encontro dos padrões internacionais.

 

Outras alterações

Foi para atender a padrões internacionais que o Governo de Macau decidiu avançar com a revisão da lei contra o branqueamento de capitais e com a referente à prevenção e repressão dos crimes de terrorismo (ambas de 2006), cujas alterações entraram em vigor em 23 de Maio.

No caso da lei sobre o branqueamento de capitais, punível com pena máxima de oito anos de prisão, foi alargada a lista de crimes precedentes, contemplando todos os crimes de corrupção incluindo eleitoral, e as leiloeiras passaram a integrar o conjunto de entidades reportantes.

No caso do financiamento de terrorismo também foi estendido o elenco de forma a abranger todas as categorias designadas numa resolução das Nações Unidas, alargado ainda até a recursos económicos ou bens de qualquer tipo, bem como produtos ou direitos susceptíveis de serem transformados em fundos.

Além da revisão daquelas duas leis, o Governo de Macau avançou com outras medidas no ano passado, tendo criado um regime de execução de congelamento de bens, que surgiu com o reconhecimento da “insuficiência” de um mecanismo que permitisse uma execução eficaz do congelamento de bens decretado pelo Conselho de Segurança da ONU.

Já em 1 de Novembro entrou em vigor a lei sobre o Controlo do Transporte Transfronteiriço de Numerário e de Instrumentos Negociáveis ao Portador, que obriga à declaração nas fronteiras do transporte de dinheiro ou instrumentos negociáveis ao portador no valor igual ou superior a 120 000 patacas. O diploma visa responder a uma das 40 recomendações no âmbito do combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo emitidas pelo Grupo de Acção Financeira (GAFI).

Quem não cumprir o dever de declaração incorre em infração administrativa, punível com multa de 1 a 5 por cento do valor que exceda o montante de referência de 120 mil patacas, mas nunca inferior a 1.000 patacas, nem superior a 500.000.

14 Dez 2017

Massacre de Nanjing : China pede laços mais profundos com Japão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas assinalaram ontem em Nanjing, o 80.º aniversário do massacre perpetrado pelas tropas japonesas na cidade, com um pedido para aprofundar as relações com o Japão. O Presidente chinês, Xi Jinping, acompanhado por vários responsáveis governamentais, liderou a cerimónia, transmitida pela televisão estatal, e durante a qual foi observado um minuto de silêncio em toda a cidade, com a bandeira chinesa a meia haste.

Ao contrário do que tem sido habitual, Xi não discursou e cedeu a palavra ao líder da conferência política consultiva da China, Yu Zhengsheng. “Só recordando a história podemos construir um futuro melhor”, disse Yu, garantindo que a China “contribuirá sempre para a paz e para manutenção da ordem mundial, e nunca fará passar outras nações pela dor que o povo chinês sofreu”.

O responsável sublinhou que a China e o Japão partilham uma longa e rica história e devem promover a amizade para as gerações vindouras.

Durante a cerimónia, seis representantes da cidade tocaram o sino da paz e libertaram dezenas de pombas, perante uma assistência silenciosa de milhares de pessoas, entre as quais se encontravam vítimas, sobreviventes e antigos soldados.

Após um desfile militar, várias coroas de flores brancas, como as que traziam na lapela todos os presentes, vestidos de preto, foram depositadas em frente ao monumento de mármore, onde está inscrito 300.000, o número de vítimas do massacre, de acordo com as estimativas oficiais chinesas.

Cerca de 300 mil pessoas foram assassinadas e dezenas de milhares de mulheres violadas pelo exército japonês durante as seis semanas a seguir à chegada das tropas nipónicas, em 13 de Dezembro de 1937, à cidade de Nanjing, que foi saqueada e destruída.

O Governo Chinês e um tribunal internacional do pós-guerra de 1946 dizem que pelo menos 200.000 civis foram mortos pelas tropas japonesas que entraram na então capital chinesa em Dezembro de 1937, após confrontos violentos nas ruas de Xangai.

Alguns políticos de direita japoneses têm minimizado o número de mortos ou negado o massacre e, em Janeiro, uma cadeia hoteleira japonesa gerou polémica ao distribuir um livro que questiona o uso de escravas sexuais pelo Japão e descreve o massacre de Nanjing como uma falsificação.

Segundo a historiografia oficial chinesa, os soldados japoneses violaram entre 20.000 e 30.000 mulheres e crianças, em Nanjing, pelo que o episódio é também designado na China como “a violação de Nanjing”. Na cerimónia desta manhã foram ainda lembrados os 35 milhões de chineses mortos durante os 14 anos da invasão japonesa (1931-45).

14 Dez 2017

ONG acusa China de violar direito internacional ao recolher dados biológicos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Human Rights Watch (HRW) denunciou ontem que as autoridades chinesas estão a recolher dados biológicos de milhões de residentes na conflituosa região de Xianjiang, o que representa uma grave violação do direito internacional. De acordo com a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, o programa governamental para recolher dados é apresentado como um mecanismo de saúde gratuito, mas os cidadãos não são informados sobre a intenção de recolher, armazenar e usar estes dados sensíveis, como o ADN.

Xinjiang, no noroeste da China, é habitada por 10 milhões de uigures e de outras minorias étnicas predominantemente muçulmanas. As autoridades regionais impuseram restrições generalizadas aos direitos humanos fundamentais da população, incluindo a liberdade religiosa. Em 2016 foram impostas restrições à viagem no exterior.

Todos os residentes da região, com idades entre os 12 e 65 anos, fazem uma análise à íris e testes de ADN e de sangue.

Esta recolha “obrigatória e desproporcionada” de dados confidenciais levanta “preocupações graves” em relação aos direitos humanos e relativamente à possibilidade de serem utilizados para vigiar as pessoas por etnia, religião ou opinião.

“A recolha obrigatória de dados biológicos tem um potencial particularmente abusivo, e apenas parece justificável como medida de segurança”, garantiu a directora da HRW na China, Sophie Richardson.

As autoridades chinesas defenderam que, com este programa de registo da população, pretendem melhorar a capacidade de tomar decisões científicas, que ajudem a promover a redução da pobreza e a “estabilidade social”, por exemplo, através da detecção de doenças graves.

14 Dez 2017

Shanghai SIPG : Vítor Pereira substitui André Villas-Boas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] português Vítor Pereira, bicampeão pelo FC Porto, é o novo treinador da equipa de futebol chinesa do Shanghai SIPG, substituindo no cargo André Villas-Boas, anunciou esta terça-feira o clube. Vítor Pereira foi esta terça-feira apresentado pelo vice-campeão chinês, um dia depois de Paulo Bento também ter sido confirmado como treinador do Chongqing Lifan, igualmente da Superliga chinesa de futebol.

“O campeonato chinês é um grande desafio, muitos treinadores [estrangeiros] estão aqui, e existem muito bons jogadores, que também chegam [aqui]”, começou por dizer Vítor Pereira, na conferência de imprensa de apresentação. O técnico, de 49 anos, disse saber o que quer e que isso passa pela conquista de títulos. “É a principal razão da minha vinda para a China, para Xangai. Juntos, com certeza, alcançaremos os nossos objectivos no final da época”, acrescentou.

Vítor Pereira estava sem clube desde Junho do último ano, após a sua saída do 1860 Munique, clube que desceu à terceira divisão alemã. Antes, o técnico português esteve no Fenerbahçe, da Turquia, e no Olympiacos, pelo qual conquistou um campeonato e uma taça da Grécia.

No Shanghai SIPG reencontrará o avançado brasileiro Hulk, que treinou no FC Porto, clube em que o técnico alcançou os seus maiores êxitos, com a conquista de dois campeonatos e duas supertaças.

O clube tinha ficado sem treinador, depois de Villas-Boas – de quem Vítor Pereira foi adjunto no FC Porto e a quem sucedeu nos ‘dragões’ – ter manifestado vontade de rescindir, anunciando pouco depois que irá participar no Dakar2018, juntamente com o piloto Ruben Faria.

Vítor Pereira, e também Paulo Bento, juntam-se assim na China a Paulo Sousa, que no início de Novembro foi anunciado como treinador do Tianjin Quanjian.

14 Dez 2017

Coreia do Norte: China e Rússia saúdam vontade dos EUA de seguir via diplomática

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e a Rússia saudaram ontem a vontade expressa pelos Estados Unidos de resolver a crise com a Coreia do Norte através da via diplomática, após declarações do secretário de Estado norte-americano nesse sentido. “Esperamos que os Estados Unidos e a Coreia do Norte trabalhem na mesma direcção, tomando passos pensados para dialogarem e se porem em contacto”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, numa conferência de imprensa em Pequim.

O chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, disse na terça-feira que os Estados Unidos “aumentarão a pressão até que a Coreia do Norte se comprometa de forma significativa” num diálogo sobre o seu programa nuclear e asseverou que uma acção militar “não é o caminho que se pretende tomar”. Tillerson considerou que a opção de acção militar, no caso de se esgotarem todas as soluções diplomáticas, seria uma “falha” pessoal.

“Podemos ver que tais declarações construtivas são muito mais satisfatórias do que a retórica do confronto que ouvimos até agora”, declarou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A Rússia e a China têm defendido um diálogo com Pyongyang e chamado a atenção para o facto de serem contraprodutivas as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “destruir completamente” a Coreia do Norte em caso de ataque por parte do regime de Kim Jong-Un. Os vários disparos de mísseis pela Coreia do Norte e a reacção dos Estados Unidos têm aumentado a tensão na península coreana e na região para níveis inéditos desde o final da guerra da Coreia (1950-1953).

Pyongyang também quer “evitar a guerra”

O responsável pelos assuntos políticos da ONU, Jeffrey Feltman, disse que oficiais de Pyongyang lhe disseram durante uma visita ao país na semana passada que “era importante evitar a guerra” face ao avanço dos programas nuclear e de mísseis balísticos.

O diplomata veterano norte-americano, que é subsecretário-geral da ONU para os assuntos políticos, disse aos jornalistas depois de informar em privado o Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira de que a forma “como fazemos isso” foi o tema de mais de 15 horas de discussão com o ministro dos Negócios Estrangeiros Ri Yong Ho e outros responsáveis. “Eles precisam de sinalizar o que estão dispostos a fazer agora… para começar algum tipo de compromisso”, disse. “Acho que deixámos a porta entreaberta, e espero fervorosamente que a porta para uma solução negociada seja agora mais aberta”.

Após a visita, no final da semana passada, Jeffrey Feltman e as autoridades da Coreia do Norte emitiram um comunicado, no qual concordavam que a situação na península asiática é a questão “mais tensa e perigosa do mundo” em termos de paz e segurança.

A posição coincidente entre a ONU e Pyongyang surgiu na sequência de uma “série de reuniões” que Feltman manteve com o ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong Ho, e com o vice-ministro, Pak Myong Guk, durante a visita que fez à Coreia do Norte entre terça e sexta-feira.

A visita de Feltman aconteceu após mais um ensaio balístico da Coreia do Norte, com o míssil disparado a atingir maior altura do que em qualquer de outros testes anteriores. Segundo a ONU a visita foi uma resposta a um convite antigo para manter um “diálogo político” entre as autoridades de Pyongyang e as Nações Unidas.

Trata-se da primeira viagem à Coreia do Norte que faz um responsável político das Nações Unidas em mais de sete anos. O último a visitar o país fora o antecessor de Feltman, Lynn Pascoe, em Fevereiro de 2010.

14 Dez 2017

‘Curta’ de realizador sueco vence melhor filme e melhor ficção em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “Bitchboy” do realizador sueco Mans Berthas conquistou os prémios de melhor filme e de melhor ficção da oitava edição do festival Sound & Image Challenge de curtas-metragens, em Macua, indicou hoje a organização.

O melhor documentário foi para “Nobody Dies Here”, de Simon Panay (França), enquanto o trabalho do realizador Ishan Shukla (Índia) conquistou o prémio de melhor animação, de acordo com uma nota enviada à Lusa.

Na primeira edição do Sound & Image Challeng International a contar com a participação do festival de curtas-metragens de Vila do Conde, o realizador de Macau Chu Hio Tong conquistou o prémio Identidade Cultural de Macau com “Smell the smell”.

Também na categoria de animação, o cineasta Qichao Mao, da China, conquistou uma menção honrosa com “Revelation-The City of Haze, enquanto a escolha do público recaiu sobre “56” de Marco Huertas (Espanha).

Na categoria Volume, que distingue o melhor vídeo musical, o prémio foi para Choi Ian Sin, de Macau.

No festival competiram 44 curtas na secção “Shorts” e seis vídeos musicais competição internacional “Volume”

O festival, organizado pelo Instituto de Estudos Europeus através do Creative Macau, arrancou com a sessão “Cinema Expandido”, uma colaboração do festival internacional de Curtas de Vila do Conde e curadoria de Miguel Dias.

13 Dez 2017

Governo pretende melhorar protecção ambiental

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China avançará “no desenvolvimento verde, esforçar-se-á para resolver os problemas ambientais e intensificará a protecção do ecossistema”, disse na segunda-feira o vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli. “A China atribui grande importância à construção de uma civilização ecológica”, jurou Zhang na conferência anual do Conselho Chinês para a Cooperação Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CCICED, em inglês), um órgão de consulta internacional sem fins lucrativos aprovado pelo governo chinês.

“A China está coloca a construção de uma civilização ecológica num plano integrado de cinco âmbitos, que é um passo importante para a construção de uma China bela e contribuir com a sabedoria chinesa na solução dos problemas ambientais globais e na construção de um mundo belo.” O plano foca-se no progresso coordenado económico, político, cultural, social e ecológico.

Zhang assinalou que o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China fez “um novo plano importante para a construção da civilização ecológica da China na nova era”. O responsável indicou que a China estabelecerá um sistema económico verde, de baixo carbono e de reciclagem. “A China tentará controlar a poluição do ar, da água e do solo e proibirá os resíduos sólidos estrangeiros de entrar no país”, apontou o vice-primeiro-ministro.

Zhang afirmou ainda que a China fortalecerá a gestão ambiental em áreas-chave como as reservas naturais e os parques nacionais, e realizará projectos-piloto na restauração de montanhas, rios, florestas, terras cultivadas, lagos e pastos. “A China reformará o sistema regulador para o ambiente ecológico, estabelecerá e melhorará um sistema para o desenvolvimento e a protecção do espaço territorial, de modo a oferecer garantia institucional para a promoção de uma China bela.”

A China esforçou-se para “construir um mundo belo para todos com base em amplas consultas com outros países, participando activamente da cooperação internacional para lidar com as mudanças climáticas, e preparar-se para a 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica”.

Na Conferência da ONU 1992 sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, no Brasil, participantes de mais de 150 países formularam a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e assinaram a Convenção sobre Diversidade Biológica.

O vice-primeiro-ministro disse esperar que os membros e especialistas do CCICED pudessem “aumentar os intercâmbios e o entendimento mútuo para contribuir com mais sabedoria e força na construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade e o desenvolvimento sustentável do mundo”. O tema da conferência deste ano é “Civilização Ecológica em Acção: Um Futuro Verde Comum para a Nova Era”.

Xinhua

13 Dez 2017

Fundação Jack Ma lança novo programa de educação rural

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Jack Ma anunciou na segunda-feira um novo plano para investir pelo menos 300 milhões de yuans para incentivar os graduados das escolas normais a ensinarem nas áreas rurais nos próximos 10 anos.

Os 10 milhões de yuans iniciais serão investidos para seleccionar 100 recém-graduados das escolas normais nas Províncias de Hunan, Sichuan e Jilin, e no município de Chongqing. Cada participante receberá um subsídio de 100 mil yuans para serviços de cinco anos em escolas rurais

“A educação rural só melhorará se tivermos os melhores graduados como professores rurais”, disse Jack Ma, fundador e presidente do Alibaba Group. Ma, que foi professor de inglês por sete anos em Hangzhou, capital da Província de Zhejiang, no leste da China, diz que sempre valorizou a educação, chamando-se a si mesmo de “porta-voz dos professores rurais”, no Weibo, maior portal de microblogues da China. A fundação de Ma já iniciou dois programas relativos à educação rural.

Ma acredita que há oportunidades tanto para a educação rural chinesa como graduados das escolas normais. “Graduados das escolas normais terão a oportunidade de fazer história juntando-se na construção rural da China”, afirmou.

A grande maioria dos estudantes rurais chineses desesperam por uma educação de qualidade. A China tem cerca de 3,3 milhões de professores rurais. Segundo um relatório de educação rural da Universidade Normal do Nordeste em Dezembro de 2016, mais de 70% das escolas primárias e centros educacionais na China estavam nas áreas rurais, e mais de 26 milhões de estudantes rurais na fase da educação obrigatória de nove anos eram alunos internos.

Para incentivar mais professores a juntarem-se à educação rural, a China emitiu um plano em 2015 oferecendo subsídios e ajudas. Até ao final de 2015, o orçamento central forneceu mais de um milhão de professores rurais em áreas pobres com subsídios habitacionais adicionais totalizando 7,37 mil milhões de yuans.

13 Dez 2017

Xinhua apresenta Xi Jinping como “diplomata chefe”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma diplomacia de grande país ao estilo chinês formou-se nos últimos cinco anos através das viagens ao estrangeiro feitas pelo presidente chinês, Xi Jinping. As 29 visitas a 58 países e importantes organizações internacionais e regionais nos cinco continentes ajudaram Xi a ganhar o título de “diplomata chefe” da China.

As viagens fortaleceram o papel de liderança da China em paz, segurança, governança e desenvolvimento globais, e promoveram um entendimento melhor do mundo em relação a uma visão e caminho da China, que inclui a cooperação de benefício mútuo e esforços para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.

BENEFÍCIO MÚTUO

A primeira viagem ao exterior de Xi, depois de se ter tornado presidente, foi a Moscovo, em Março de 2013, onde apresentou pela primeira vez seu plano diplomático. “Para avançar com o tempo, não podemos viver fisicamente no século XXI com uma mentalidade que pertence ao passado, parando nos velhos dias do colonialismo e limitados pela mentalidade da Guerra Fria e soma zero”, declarou Xi no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscovo, pedindo a construção de um novo tipo de relações internacionais cujo núcleo é a cooperação em que ambos os lados podem ganhar.

As seis visitas de Xi à Rússia e mais de 20 reuniões com o presidente russo, Vladimir Putin, em diversas ocasiões elevaram as relações sino-russas ao seu mais alto nível da história dos dois países, que agora servem juntos como uma âncora para a paz e segurança globais.

“Estou convencido de que o modelo de relações bilaterais que criámos deve tornar-se em um dos exemplos de interacção civilizada entre países no século XXI”, declarou o presidente da Duma russa, Vyacheslav Volodin.

Os princípios impulsionados por Xi de não conflito, não confrontação, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo ajudaram a estabilizar os laços sino-americanos entre mudanças de liderança na Casa Branca e as incertezas dela decorrentes.

Os intercâmbios de Xi com o presidente americano, Donald Trump, ajudaram a estabelecer novos mecanismos de diálogo de alto nível entre a China e os Estados Unidos, com o fim de promover a paz e segurança globais.

As relações China-Europa expandiram-se a cada uma das viagens de Xi ao continente. A China procura uma parceria com a União Europeia com base na paz, crescimento, reforma e cooperação bilateral de benefício mútuo. A excelente relação da China com os países da Europa Central e Oriental diminuíram significativamente as preocupações da Europa com a China.

Durante os cinco anos passados, a metade das visitas de Xi ao estrangeiro foi dedicada à promoção das relações com os vizinhos da China, incluindo o mecanismo de Cooperação Lancang-Mekong, a versão actualizada da Área de Livre Comércio com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o Corredor Económico Bangladesh-China-Índia-Mianmar, entre outros.

Entretanto, a cooperação com países em desenvolvimento na África e América Latina cresceu, com o envolvimento da China em inúmeros de projectos de infra-estruturas e desenvolvimento.

FORTALECENDO o MULTILATERALISMO

A proposta de Xi para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade é um pilar central do multilateralismo. A proposta destaca-se nos esforços diplomáticos da China nos últimos cinco anos em relação a Estados individuais e organizações regionais e internacionais.

Da Assembleia Geral da ONU, Fórum Económico Mundial (FEM) em Davos, reuniões de líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, ao fórum do Grupo dos 20 (G20) e cúpula do BRICS que compreende o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Xi reafirmou o compromisso chinês para a globalização económica, multilateralismo dirigido pela ONU e a paz global.

A globalização é hipocritamente acusada pelo baixo crescimento da economia global, alta taxa de desemprego, aumento do proteccionismo comercial, populismo e isolacionismo, terrorismo, crise de refugiados na Europa e Oriente Médio e pela maior disparidade entre ricos e pobres. “Diante das oportunidades e desafios da globalização económica, correcto é aproveitar todas as oportunidades, enfrentar em conjunto os desafios e elaborar o plano certo para a globalização económica”, comentou Xi no seu discurso no FEM em Janeiro.

O presidente chinês propôs um crescimento impulsionado pela inovação, cooperação aberta e de benefício mútuo, governança mais justa e desenvolvimento equilibrado e inclusivo como o caminho correcto para a economia global. O multilateralismo é a solução para os problemas globais e a China um dos seus mais fortes pilares.

Construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade está incorporado na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, proposta por Xi em 2013, cujo objectivo é construir redes de comércio e infra-estrutura em países ao longo e além das antigas rotas comerciais da Rota da Seda.

Além disso, os projectos da iniciativa, que envolvem novas ferrovias, estradas e zonas industriais na Ásia e África, estão alinhados com as estratégias de desenvolvimento de muitos países e estão a ser discutidos com a consideração das metas de desenvolvimento sustentável 2030 das Nações Unidas. A iniciativa Uma Faixa, Uma Rota seja talvez o maior presente da China para o mundo.

“Num mundo cada vez mais interdependente e integrado, onde os países formam uma comunidade de interesses compartilhados, a abertura, a inclusão e a cooperação de benefício mútuo são a única opção viável”, disse Xi no Diálogo de Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento durante a cimeira do BRICS realizada em Setembro em Xiamen, China.

O apoio contínuo da China ao Acordo de Paris sobre mudança climática, após a retirada dos Estados Unidos, e as suas contribuições significativas para as missões de manutenção da paz da ONU também são parte dos esforços chineses para tornar o mundo um lugar melhor.

Xinhua

13 Dez 2017

Benfica inicia campanha asiática em casa frente ao Hang Yuen FC

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica de Macau vai estrear-se na fase de grupos da AFC CUP com um jogo em casa, frente ao Hang Yuen FC, de Taiwan, no dia 7 de Março de 2018. O calendário oficial dos jogos a disputar nesta participação inédita de uma equipa da RAEM numa competição internacional de clubes da Confederação Asiática de Futebol foi ontem divulgado.

Assim, o tetra-campeão de Macau começa em casa, sendo que uma semana depois, a 14 de Março, terá a primeira deslocação fora, não se sabendo ainda se será à Coreia do Norte ou à Mongólia, uma vez que o adversário para esse jogo será a equipa que ingressar no grupo do Benfica de Macau na AFC CUP depois de ultrapassada a última eliminatória, que será jogada no início do ano.

A jornada seguinte, a 11 de Abril, implica uma saída complicada à Coreia do Norte, onde a equipa da RAEM defrontará o 4.25 SC, de Pyongyang, e que é teoricamente o adversário mais difícil do grupo. A equipa conta com Kim Yu-song, a sua principal arma na linha da frente Kim Yu-song foi nada mais nada menos do que o melhor marcador da última edição da AFC CUP, ajudando o 4.25 SC a alcançar as meias finais da competição.

A 25 de Abril, estas equipas defrontar-se-ão novamente, mas desta feita no Estádio de Macau, sendo a equipa da RAEM a anfitriã. Uma semana depois, a 2 de Maio, o Benfica de Macau desloca-se a Taiwan para a segunda partida com o Hang Yuen FC, encerrando a fase de grupos no dia 16 de Maio, em casa, frente ao vencedor da eliminatória que definirá a última equipa a entrar para o grupo.

Para a Direcção do Benfica de Macau, inicia-se agora a fase mais complexa de planeamento de toda a operação logística e desportiva, que envolve o cumprimento de uma série de obrigações e protocolos exigidos pela própria AFC, sobretudo no que toca ao trabalho a realizar para a recepção aos adversários nos jogos em que é anfitrião. Em andamento está também a recta final da preparação de mais uma época de competições internas

Os Adversários do Benfica  

25 de Abril, SC ou apenas 4.25 é um dos principais clubes de futebol da Coreia do Norte em teoria o adversário mais forte do Benfica de Macau nesta fase de grupos. Tem 15 títulos de campeão nacional no seu currículo, o último dos quais em 2015, sendo um clube do Exército Popular da Coreia do Norte.

Na edição 2017 da AFC CUP, chegou às meias finais inter-zonas da competição, a fase antes das meias finais propriamente ditas, tendo sido batido pelo Bengaluru FC. Kim Yu-song é a sua principal estrela e foi o melhor marcador da última edição da AFC CUP.

Sediado em Pyongyang, a capital, tem como grande rival o Pyongyang City Sports Club e joga em casa no internacionalmente famoso Estádio Yanggakdo, o recinto onde decorrem as principais cerimónias festivas do país, mundialmente conhecidas por envolverem dezenas de milhar de pessoas nos espectáculos.

Hang Yuen – A Incógnita

O Hang Yuen FC, de Tapé, em Taiwan, é o clube a defrontar pelo Benfica de Macau sobre o qual menos se sabe. Terceiro classificado do campeonato de Taiwan na época 2017, joga num pequeno estádio do norte da capital, com capacidade para 2000 pessoas.

É um clube com alguma tradição no futebol interno de Taiwan, sendo que tem sido representado pela equipa de futebol da Fu Jen Catholic University, uma das mais reputadas universidades de Taipé.

13 Dez 2017

Coloane | IAS diz ter oferecido ajuda a idosos em situação de pobreza. Estes recusaram

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) garantiu ontem, em comunicado, estar atento às condições dos moradores idosos em Coloane, depois de uma reportagem publicada pelo jornal Oriental Daily, de Hong Kong, ter noticiado as más condições de vida de alguns moradores.

A reportagem fala do caso de uma idosa, de apelido Chan, que vive juntamente com o marido de 87 anos numa barraca de zinco, e que disse ao jornal que vive perto de ratos e baratas, além de ter uma casa-de-banho no meio da sala. Ambos os idosos afirmaram que o Governo nunca lhes prestou qualquer tipo de auxílio. Uma outra idosa, de apelido Cheong, referiu que corre perigo de vida caso haja um incêndio no local onde vive, devido à acumulação de equipamentos da cozinha na residência.

Em comunicado, o IAS afirmou ter dado seguimento ao caso dos idosos, tendo-lhe oferecido alojamento temporário, mas que essa ajuda foi recusada. Por outro lado, segundo um comunicado do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), o pessoal do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas deu atenção às condições de vida dos moradores na vila de Coloane, tendo entrado em contacto com um idoso de apelido Lo para se inteirar da sua situação. A entidade explicou que Lo já tinha sido contacto pelo IAS.

13 Dez 2017