Hoje Macau PolíticaAno Novo | Mensagem do Governo destaca solidariedade sentida o ano passado [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo falou e na mensagem de Ano Novo destacou o “espírito de tolerância e entre-ajuda” da população, que permitiu vencer “profundas provações” após a passagem pelo território do tufão Hato, em Agosto. “Em 2018 iremos desenvolver, prioritariamente, a construção de um mecanismo eficiente de longo prazo para a prevenção e redução de desastres, e optimizar as construções urbanas. Iremos promover faseadamente medidas de curto, médio e longo prazo, que permitirão o reforço geral do mecanismo de resposta a emergências e o aumento da consciência da população sobre a segurança em prol da construção, em vários aspectos, de uma cidade segura”, sublinhou Chui Sai On, na sequência dos “ensinamentos profundos” adquiridos. “Foi uma provação árdua, mas graças às qualidades tradicionais da sinceridade e da determinação dos cidadãos, e imbuídos de um espírito de tolerância e de entreajuda, unimo-nos todos e ultrapassámos esta situação difícil”, afirmou. Chui Sai On destacou ainda o apoio do presidente chinês, Xi Jinping, do Governo Central, e da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês, que saiu à rua pela primeira vez em 18 anos, desde a transferência do exercício da soberania de Portugal para a China, para ajudar nos trabalhos de socorro e recuperação. O chefe do Governo sublinhou também as “vantagens institucionais decorrentes do princípio ‘um país, dois sistemas'” para garantir a recuperação económica, a estabilidade contínua das finanças públicas e do emprego. O responsável acrescentou que o Governo de Macau tem vindo a “assegurar a consolidação e o aperfeiçoamento contínuo dos cinco mecanismos eficientes de longo prazo relativos ao sistema da Segurança Social, da habitação, da educação, dos serviços médicos e da formação de quadros qualificados, e a dar continuidade à implementação de diversas medidas em prol do bem-estar dos cidadãos”. O Chefe do Executivo acentuou o trabalho desenvolvido ao longo de 2017 para “impulsionar a integração de Macau no desenvolvimento” chinês, “atendendo às necessidades do país e potenciando as vantagens próprias” do território. Chui Sai On enumerou assim a criação da Comissão de Trabalho para a Construção de «Uma Faixa, Uma Rota», o empenho no desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, de Macau enquanto ‘Centro Mundial de Turismo e Lazer’ e como ‘Plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa’. “É fundamental que contemos com o apoio da Pátria para podermos manter a prosperidade e a estabilidade de Macau”, afirmou. “Continuaremos a actuar em estrito cumprimento da Constituição e da Lei Básica e a zelar pela defesa de ‘um país’, aproveitando as vantagens do segundo sistema e promovendo a nossa integração no desenvolvimento nacional. Esforçar-nos-emos pelo reforço da competitividade de Macau, garantindo que o princípio ‘um país, dois sistemas’ é desenvolvido em Macau de forma sólida e sustentável”, concluiu.
Hoje Macau Manchete SociedadeAs figuras e os eventos de 2017 PERSONALIDADE DO ANO – Albano Martins [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] economista sem papas na língua conseguiu, entre outros feitos, o desiderato civilizacional de fechar o Canídromo. E é mesmo assim, quer queiram quer não. Macau deixa de estar no mapa mundial da crueldade animal, graças aos esforços contínuos, persistentes, carrácicos, de Albano Martins e de outros da sua equipa na ANIMA. Devem os nossos governantes pensar que lhes saiu a sorte grande, na medida em que a solução do problema atraiu a atenção de celebridades, como a inesquecível Brigitte Bardot, proporcionando uma imagem mais positiva de Macau. Contudo, a coisa não se fica por aqui. Fechada a arena dos cães, havia que saber o destino a dar-lhes e Albano Martins, aos poucos, está a conseguir encontrar donos, da Austrália à Inglaterra, para os canídeos libertos da escravidão da pista. Assim se evita que tenham a triste de sorte de virar carne enlatada para consumo de outra bicharada. Além da questão do Canídromo e dos galgos, a ANIMA continua a desenvolver a sua acção preventiva, pedagógica e profilática, poupando uma trabalheira ao IACM e educando as novas gerações no sentido de estenderem aos animais o respeito que não devotam aos humanos. Albano Martins é fonte de orgulho para a RAEM e a comunidade portuguesa residente. REVELAÇÃO DO ANO – Eleitores Foto: GCS As eleições deste ano terminaram sob o signo da surpresa, com perda de votos por parte das listas dos “estrangeiros” (Guandong e Fujian) e clara vitória das forças “democráticas”. Claro que o regime político se encarrega que tal não tenha, na prática, a devida importância mas não deixou de ser surpreendente ver mais jovens a votar e alguns dos “institucionalizados” baixar na votação. Até parece que, aos poucos, a população adquire alguma maturidade política e nos arriscamos a ter finalmente um “povo”, capaz de governar uma região como manda o princípio “Macau governado pelas suas gentes”, deixando de lado as origens étnicas e tendo como farol o interesse de toda a população e não apenas de alguns clãs cujos interesses estão bem identificados. POLÍTICO DO ANO – SULU SOU Sofia Margarida Mota Ele começou por hesitar e dizer mesmo que não se candidataria às eleições legislativas. Mas as circunstâncias ditaram que Sulu Sou surgisse como cabeça de lista da Novo Macau, para ser eleito e obter um excelente resultado, quando no passado tal não acontecera, sob a batuta de Jason Chao. Sulu Sou é de outra estirpe: educado, inteligente, bem falante. Além disso, não se conhecem posições “anti-patrióticas”, nem parece ser esse o seu principal combate. Pelo contrário, tem posto o acento tónico na desmontagem de negócios, o que o poderia tornar um elemnto precioso na AL. Talvez por isso, os outros deputados suspenderam o seu mandato argumentando que ele está a ser julgado pelo tenebroso crime de, durante uma manifestação, ter atirado aviões de papel à polícia… GOVERNANTE DO ANO – Helena de Senna Fernandes Gonçalo Lobo Pinheiro A directora dos Serviços de Turismo não verga perante as adversidades, nem vacila face a desafios difíceis. E foi assim que deitou as mãos ao trabalho e nos proporcionou um ano tranquilo, sem choques nem polémicas, nas áreas que tutelou. Como se não bastasse a diária responsabilidade de gerir centenas de milhares de turistas, Helena de Senna Fernandes levou a bom porto, este ano, a realização da segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau. O que, convenhamos, não é para meninas… DESILUSÃO DO ANO – Fórum Macau A excelente iniciativa do governo de Pequim de proporcionar a Macau o papel de ponte para os países lusófonos teve a sua consubstanciação no Fórum Macau. Só que desde o início até hoje, esta entidade ainda não conseguiu convencer ninguém, sobretudo no que diz respeito às expectativas criadas. A RAEM tem desiludido no papel de aproximar a China dos países lusófonos. De tal modo que o Governo Central, depois de anos a fio sem resultados palpáveis, resolveu agora nomear alguém que não é de Macau para a direcção. Vergonha para o Executivo local que não soube encontrar modo de fazer progredir o Fórum. É que nem sequer parecem ter sido tocados pelo discurso que Li Keqiang aqui proferiu em 2016, no qual indicava 19 (!) medidas para fortalecer a cooperação com a lusofonia. E o que fez Macau? EVENTO DO ANO – Tufão Hato Foto: GCS Chegou, soprou e venceu. E, quando se foi embora, deixou descoberta muita careca descoberta neste humilde território à beira-rio plantado. A resposta governamental foi tão tímida, talvez desastrada e a revelar tanta insuficiência, que há quem diga que existe um antes e um depois do Hato, no modo como Pequim olha para este seu fiel filho. Ele há males que vêm por bem e ninguém é capaz de dizer que as coisas não estavam a precisar de um abanão… VERGONHA DO ANO – Assembleia Legislativa GCS A votação de 28 deputados para suspender o mandato de Sulu Sou foi uma página negra na história da Assembleia Legislativa de Macau. O voto secreto ilibou alguns mas não tanto como os mesmos podem pensar. Tratou-se de um tiro no pé, de um disparate legislativo e político que demonstra a impreparação cívica dos deputados. Enfim… uma autêntica desgraça. ARTISTA DO ANO – Filipe Dores Foto: Sofia Margarida Mota Existe uma certa estranheza na obra deste pintor macaense, que a dota de um subtil poder hipnótico. Talvez o modo como pelas suas telas se fixa a luz ou o permanecer hierático dos prédios ou ainda o silêncio hopperiano que se evola das composições, estejam na origem dessa unheimlich, desse uncanny, certaine étrangeté, de que nos fala Freud e que provoca, para alguns, a emergência do lado mágico da arte. FIGURA INTERNACIONAL DO ANO – Xi Jinping JOHANNES EISELE/AFP/Getty Images) Considerado pela Economist como “o homem mais poderoso do mundo”, o presidente da China teve um ano de glória. Internamente reforçou e de que maneira o seu controlo do aparelho do Partido e do Estado. Mas foi externamente que Xi Jinping mais brilhou, talvez por o mundo não estar habituado a ver a China assumir um papel de liderança nas mais diversas áreas. A iniciativa Uma Faixa, Uma Rota e a criação de conceitos como uma “comunidade global de futuro partilhado” levarão a China a desempenhar um papel no mundo nunca antes almejado. PERIGO DO ANO – Cibersegurança A proposta de lei do Governo, que será certamente aprovada, vai permitir uma invasão da privacidade de cada um de forma nunca dantes sequer sonhada. 1984 já lá vai e Macau prepara-se para seguir os passos da Mãe-Pátria no que diz respeito ao controlo da internet, por meios legais. O problema é que ética e legalidade nem sempre (raramente) andam de mãos dadas. LIVRO DO ANO – Manuel da Silva Mendes: memória e pensamento (I Volume) Este livro, editado pela Livros do Oriente, de Rogério Beltrão Coelho e Cecília Jorge, recupera uma das figuras mais importantes e fascinantes da cultura de Macau do século XX. Aqui se reúnem textos de Silva Mendes sobre arte e filosofia, e três estudos de António Aresta, Tiago Quadros e Amadeu Gonçalves. Imprescindível. Ficamos à espera do segundo volume. EXPOSIÇÃO DO ANO – “Tracing Liners”, de João Palla Sofia Margarida Mota Uma exposição singular do arquitecto João Palla que, de quando em vez, espraia a sua criatividade pelas artes plásticas. O caso vertente impressionou pela inteligência como denuncia as figuras subjacentes à visão, aqui, ali, em todo o lado a que o humano ousa querer chegar. AZAR DO ANO – Morte na Guia A morte de dois motociclistas no Circuito da Guia veio ensombrar o Grande Prémio de Macau. E, sobretudo, levantar a discussão sobre se o traçado é passível de albergar corridas em duas rodas. Entretanto, o Circuito da Guia foi considerado o “melhor de sempre” pelo WTTC. Prémios Especiais O estou aqui, estou ali do ano GCS Wong Sio Chak – Parece que já não existem dúvidas de que o actual Secretário para a Segurança é um dos candidatos “silenciosos” ao cargo de Chefe do Executivo. Pelo menos, é o que muitos afirmam pelos bastidores da política local. Independentemente das suas qualidades profissionais e pessoais, há quem tema pela sua postura “legalista” e uma demasiada proximidade às práticas do primeiro sistema. E o agora, Manel? Do ano Foto: GCS Alexis Tam – O super-secretário defrontou-se este ano com algumas contrariedades, nomeadamente ali para os lados do Instituto Cultural. De tal modo que Alexis Tam, provavelmente cansado de ver a areia fugir-lhe entre os dedos, nomeou alguém que deve ser da sua máxima confiança. A ver vamos no que dá… ou não dá… O vou andar por aí do ano Chan Meng Kam• O homem forte da comunidade de Fujian afastou-se das lides políticas e a sua ausência foi bastante notada, nomeadamente no resultado eleitoral que as listas que patrocina obtiveram. É certo que ele nunca disse ter abandonado para sempre a política e será bem capaz de regressar daqui a quatro anos. O levanta-te e anda, lázaro! do ano Au Kam San – Quando muitos julgavam que a sua força política se esvaíra nas lutas intestinas da Novo Macau, Au Kam San regressou com uma inesperada votação nas eleições que o colocou acima do velho compagnon de route Ng Kuok Cheong. Não desprezes que faz o trabalho de casa, diz um rifão. E, neste caso, contam muito os anos de acção sistemática e trabalho silencioso do deputado junto da população de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Pequim aprova controlo chinês em ligação de alta velocidade A Assembleia Nacional da China aprovou o controlo de segurança chinês na ligação de alta velocidade em Hong Kong. Esta está a ser vista como mais uma prova da interferência chinesa em Hong Kong [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Assembleia Nacional Popular da China aprovou a presença de controlos de segurança chineses na primeira estação ferroviária de comboios de alta velocidade em Hong Kong, noticiou esta quinta-feira a agência oficial chinesa Xinhua. Esta decisão esteve rodeada de polémica, já que na ex-colónia britânica é vista como mais uma demonstração da interferência de Pequim no território, que constitui uma das duas regiões administrativas especiais chinesas, a par de Macau. A Xinhua informou que o órgão legislativo chinês ratificou o acordo firmado a 18 de Novembro entre o governo de Hong Kong e a vizinha província chinesa de Cantão, pelo que haverá controlo de passaportes e aduaneiros na estação de Kowloon Oeste, de onde vão partir comboios com destino à China. Até agora, a rede ferroviária chinesa chega até à fronteira, de facto, entre a China e Hong Kong, na cidade de Shenzhen, mas a nova linha de comboios de alta velocidade entre Cantão e a antiga colónia britânica, com paragem na referida estação da península de Kowloon, vai mudar esta situação. Também vão ser efetuadas inspecções de bagagens e aplicadas medidas de prevenção e quarentena, de acordo com o documento aprovado pela Assembleia Nacional para a nova estação, cuja inauguração deverá acontecer no terceiro trimestre de 2018. Os críticos da alteração legal apontam que este é outro exemplo da redução de autonomia sofrida por Hong Kong em relação à China, e que se tornou especialmente palpável com a perseguição a organizações e activistas opositores do regime comunista. O movimento ‘Occuppy’, também conhecido por ‘Revolução dos Guarda-Chuvas’ em 2014, em que milhares de pessoas pediram a eleição democrática do líder do governo de Hong Kong, firmou as bases para uma crescente desconfiança entre os dois territórios, assim como o nascimento de movimentos independentistas, ainda que minoritários, na ex-colónia. A ligação da alta velocidade a Hong Kong vai permitir à cidade, que este ano completou 20 anos desde o retorno à soberania chinesa, ligar-se à rede de comboios rápidos da China, que com mais de 20 mil quilómetros em funcionamento e muitos outros em construção é a maior do mundo.
Hoje Macau SociedadeIC | Bibliotecas abertas ao domingo e com horário alargado [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]atorze bibliotecas sob a égide do Instituto Cultural (IC) passam a estar abertas ao Domingo. Entre estas, quatro bibliotecas, nomeadamente a Biblioteca Central, a Biblioteca do Patane, a Biblioteca de Wong Ieng Kuan no Jardim da Areia Preta e a Biblioteca da Taipa, irão prolongar o seu horário de abertura até à meia-noite, passando a estar abertas à segunda-feira das 14h às 00h, e de terça-feira a domingo das 08h às 00h, passando ainda a estar abertas todo o ano, à excepção da véspera do Ano Novo Chinês a partir das 14:00 horas, e do primeiro, segundo e terceiros dias do Ano Novo Chinês. Nas dependências que passam a estar abertas até à meia-noite, não haverá funcionários das bibliotecas ao serviço entre as 8h e as 8h30 horas e após as 20h horas, estando apenas ao serviço neste período o pessoal da segurança e limpeza. Durante este período, estas dependências continuam a prestar serviços de leitura e de auto-empréstimo de livros, mas algumas zonas estarão encerradas ao público, tais como a zona de leitura infantil, a zona multimédia e a zona de leitura de materiais sobre Macau.
Hoje Macau SociedadeNova lei do tabagismo entra em vigor dia 1 de Janeiro de 2018 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]no novo, lei nova. No próximo dia 1 de Janeiro entra em vigor a nova legislação de controlo do tabagismo. O diploma irá trazer novas restrições para os fumadores aumentando as áreas onde é proibido fumar e a proibição de consumo de tabaco em recintos fechados de todos os estabelecimentos, com as muito discutidas excepções das salas de fumo dos casinos e aeroporto. Em simultâneo foram pintadas marcas nos passeios a 10 metros de distância das praças de táxis e paragens de autocarro para sinalizar áreas onde não se pode fumar. Será também proibida a venda de cigarros electrónicos, enquanto que no campo punitivo a multa para quem infringe estas proibições passar para 1500 patacas. Outra da alteração, que já se regista ainda antes da entrada em vigor da lei é a exposição limitada de produtos de tabaco posto à venda e que se pode já constatar em alguns postos de venda da cidade. A partir de 1 de Janeiro será proibido o comércio de produtos de tabaco em vários locais onde antes era permitido. De forma a preparar a implementação da lei, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion e o coordenador do Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, Tang Chi Ho visitaram a Associação Geral dos Operários de Macau, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, a Associação Geral das Mulheres de Macau e a Associação dos Merceeiros e Quinquilheiros de Macau. A ideia por detrás da visita foi divulgar as alterações que a nova lei vai trazer ao quotidiano da cidade e sensibilizar os associados.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Comércio externo de Macau cresceu nos primeiros 11 meses [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] comércio externo de Macau subiu 6,1 por cento nos primeiros 11 meses do ano, em termos anuais homólogos, atingindo 78,36 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais hoje divulgados. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre Janeiro e Novembro, Macau exportou bens avaliados em 10,38 mil milhões de patacas, mais 11,7 por cento. Macau importou produtos avaliados em 67,98 mil milhões de patacas, ou seja, mais 5,3 por cento em termos anuais homólogos. Por conseguinte, o défice da balança comercial nos primeiros 11 meses do ano atingiu 57,60 mil milhões de patacas, traduzindo um agravamento de 4,2 por cento em termos anuais homólogos. Em termos de mercados, as exportações para a China totalizaram 1,96 mil milhões de patacas, reflectindo uma subida de 21,5 por cento relativamente a igual período do ano transacto. As vendas para Hong Kong (6,07 mil milhões de patacas), para a União Europeia (175 milhões de patacas) e para os Estados Unidos (174 milhões de patacas) subiram 17,9, 5,9 e 17,8 por cento, respectivamente, em termos anuais homólogos. As exportações para os países de língua portuguesa cifraram-se em 700 mil patacas, traduzindo um tombo de 88,2 por cento em relação ao período homólogo de 2016. Já do lado das importações, Macau comprou à China produtos no valor de 22,74 mil milhões de patacas nos primeiros 11 meses do ano, ou seja, menos 4,1 por cento em termos anuais homólogos. A mesma tendência foi verificada nas importações de mercadorias dos países de língua portuguesa (589 milhões de patacas) que diminuíram 3 por cento. Em sentido inverso, as compras à UE (17,27 mil milhões de patacas) aumentaram 12,9 por cento.
Hoje Macau Manchete SociedadeBairro das Missões | Devolução de terreno ao Governo é discutida Depois da polémica levantada por uma reportagem de Hong Kong acerca das condições de vida no Bairro das Missões, as opiniões acerca do que fazer com os terrenos divergem. Ng Kuok Cheong apela ao Executivo que recupere a terra, mas o advogado Chio Song Meng argumenta que sendo propriedade privada não será fácil ao Governo ter acesso ao terreno [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong sugere que os terrenos onde está situado o Bairro das Missões possam ser recuperados pelo Executivo. Para o tribuno a situação é clara e tem como objectivo proceder ao planeamento daquela zona de modo a que seja reabilitada. A ideia surge após a polémica reportagem feita em Hong Kong que alertava para as condições de vida precárias de quem vive no Bairro das Missões. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Ng Kuok Cheong alega que aqueles terrenos têm sido ignorados pelo Executivo. O deputado recorda que quando há anos foi falado o projecto que daria origem às 19 mil fracções de habitação social, o Bairro das Missões tinha sido apontado como uma possibilidade, mas o Governo não considerou os terrenos em causa. A razão apontada na altura tinha que ver com o evitar a polémica na medida em que se tratariam de casas sociais situadas perto de uma prisão. Por outro lado, o deputado está preocupado com a possibilidade de conflitos se o Governo resolver investir fundos públicos naquela área sem antes reaver os terrenos. Para Ng Kuok Cheong os problemas são inevitáveis porque seria uma acção que iria beneficiar pessoas que, na sua maioria, não são de Macau. Ng Kuok Cheong argumenta ainda que as obras públicas não devem manter-se “escondidas” e devem actuar visto terem poder para reclamar o terreno em causa. Mais, para o deputado, até a organização de cariz religioso que neste momento também ocupa o Bairro das Missões já se mostrou aberta à hipótese. No entanto, admite, só num próximo mandato do Governo é que a iniciativa pode ser concretizada. Recuperações impossíveis? Já o advogado Chio Song Meng refere que a aquisição do terreno do bairro das Missões pelo Governo não será tarefa fácil por se tratar de um terreno privado. Para Chio Song Meng, os terrenos que albergam o bairro são fruto de um contrato de longa duração com os proprietários. Por isso, o Executivo não poderá, com facilidade, pedir para que sejam devolvidos. Mas, diz ainda o advogado também ao Jornal do Cidadão, as autoridades podem ter iniciativas para alterar aquelas estruturas, nomeadamente para demolir as instalações ilegais que estão neste momento a ocupar os terrenos. “Tratam-se de construções ilegais e prédios que podem mesmo considerar-se perigosos e de risco para a segurança pública” argumenta Chio Song Meng. No entanto, se as demolições acontecerem “o terreno continua ser da organização concessionária, a não ser que, pelo interesse público, a concessionária devolva o terreno ao Governo”, lê-se no jornal. Ainda assim, o advogado sugere que o Governo entre em contacto com os proprietários para tentar negociar o futuro do terreno no Bairro das Missões.
Hoje Macau SociedadeGestão dos auto-silos | Foram admitidas 8 das 9 propostas a concurso [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram recebidas nove propostas para o concurso público para a gestão de cinco auto-silos locais. Os montantes vão das 1.18 e as 3.98 milhões de patacas e as estruturas em causa o Auto-Silo do Edifício da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, o Auto-Silo do Edifício Fai Fu, do Auto-Silo do Lido, o Auto-Silo do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa e o Auto-Silo do Edifício do Lago. No acto público realizado ontem 8 propostas foram admitidas e uma ficou de fora. O concurso tem como critérios de apreciação, o valor de contrapartida de referência proposto, o compromisso assumido do concorrente pelo cumprimento do programa de gestão e exploração dos parques de estacionamento, o plano de investimento para fornecimento e instalação de equipamentos e instalações (hardware), e a experiência do concorrente no âmbito da gestão e exploração de auto-silos. De acordo com a DSAT, a adjudicação tem um prazo de seis anos.
Hoje Macau China / ÁsiaPerfil no Wechat servirá bilhete de identidade oficial [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo de Cantão, no sul da China, iniciou um projecto para que a aplicação de telemóvel Wechat sirva para identificar os utilizadores, como um passaporte ou bilhete de identidade. De acordo com o diário “South China Morning Post”, o projecto experimental iniciado esta semana vai estender-se em poucos dias à província de Guangdong, uma das mais prósperas do país, havendo também a intenção de a testar a nível nacional a partir de Janeiro. Através da tecnologia de reconhecimento facial, em grande desenvolvimento na China, o passaporte ou bilhete de identidade virtuais poderão ser usados para fazer registos em hotéis ou aceder a determinados serviços de instituições oficiais sem necessidade de um documento de identificação convencional. O projecto foi desenvolvido pelo Ministério de Saúde Pública e o gigante electrónico Tencent, dono do Wechat. A consolidar-se o uso do Wechat como documento de identidade, a aplicação, com perto de mil milhões de utilizadores, sobretudo no interior da China, ganhará ainda mais relevância. Criado em 2011 como um serviço de mensagens instantâneas similar ao Whatsapp, o Wechat tornou-se na rede social mais popular do país, ao incluir, pouco tempo depois, um serviço de “microblogs” semelhante ao Twitter, uma vez que tanto este, como o Whatsapp estão bloqueados pelo regime chinês. Além disso, nos últimos anos, o Wechat incluiu um sistema de pagamentos electrónicos que se popularizou tanto entre vendedores como compradores da China, ao ponto de muitos cidadãos da segunda economia mundial terem praticamente deixado de utilizar dinheiro em numerário.
Hoje Macau SociedadeHato | Reparo de estragos custa mais de 14 milhões [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa Lei Ka Chi Construtor Civil será a responsável pelas “Obras de Manutenção e Reparação Emergentes das Instalações Danificadas pelo Tufão “Hato”, recebendo por esse projecto mais de 14 milhões de patacas, a serem pagas até ao próximo ano. As informações constam num despacho publicado ontem em Boletim Oficial. Arquitectos portugueses desenham edifício da PSP [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa Luís Sá Machado, Conceição Perry & Isabel Bragança — Arquitectos, Limitada foi a escolhida para desenvolver o projecto da “Empreitada de Construção do Novo Edifício de Comando do Corpo de Polícia de Segurança Pública e Unidade Táctica de Intervenção Policial na Zona E1”, localizada nos novos aterros. Segundo o despacho publicado ontem em Boletim Oficial, o Governo vai pagar ao atelier quase 26 milhões de patacas, um valor a ser pago gradualmente até 2022. Seac Pai Van | Escolas custam quase 800 milhões [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo adjudicou ao consórcio composto pela Companhia de Decoração San Kei Ip, Limitada e Sociedade de Construção e Engenharia — Grupo de Construção de Xangai — SCG (Macau) a “obra de construção dos edifícios escolares e instalações educativas” num dos lotes do complexo de habitação pública de Seac Pai Van, em Coloane. Por este projecto, a realizar até 2019, o Executivo vai pagar quase 800 milhões de patacas, aponta o despacho publicado ontem em Boletim Oficial. Israel : Ministro propõe estação ferroviária “Donald Trump” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro dos Transportes israelita defende a extensão da linha ferroviária de alta velocidade até à zona de Kotel, Jerusalém, onde quer construir uma estação com o nome “Donald Trump”. O ministro propôs que a estação venha a ter o nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reconheceu Jerusalém como capital de Israel. O porta-voz do ministro dos Transportes, Avner Ovadia, disse que o projecto vai custar mais de 700 milhões de dólares e vai demorar quatro anos a construir, caso venha a ser aprovado. Segundo a Associated Press é provável que o projecto venha a ser contestado pela “comunidade internacional” que não reconhece a soberania de Israel sobre Jerusalém Ocidental. Entretanto, a construção da linha ferroviária de alta velocidade entre Telavive e Jerusalém deve estar concluída durante a primavera de 2018. Governo britânico perde milhares de documentos [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilhares de documentos oficiais do Governo britânico, alguns deles com informações sensíveis sobre episódios controversos da história do Reino Unido do século XX, desapareceram dos Arquivos Nacionais, noticiou o jornal The Guardian. Segundo o diário britânico, entre o material desaparecido figuram documentos sobre a Guerra das Malvinas ou sobre o conflito na Irlanda do Norte. O The Guardian salienta que os documentos foram levados dos Arquivos Nacionais por funcionários do executivo britânico para Whitehall (edifícios governamentais), dando, posteriormente, conta do desaparecimento. Outra documentação que não foi possível recuperar, acrescenta o jornal, contém dados sobre o mandato colonial britânico da Palestina, provas da vacina contra a poliomielite ou sobre a disputa territorial mantida entre o Reino Unidos e a Argentina sobre as Malvinas (ou Falkland).
Hoje Macau China / ÁsiaCriado mecanismo de cooperação com Paquistão e Afeganistão Aliança com Paquistão e Afeganistão não visa isolar a Índia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s ministros dos Negócios Estrangeiros da China, Paquistão e Afeganistão realizaram na terça-feira a sua primeira reunião tripartida focados em alcançar um consenso em temas como economia, segurança regional e conectividade. O MNE anfitrião, Wang Yi, pretendia neste encontro “promover também a reconciliação e criar confiança entre seus outros dois interlocutores, cujos países mantêm tensões por um diferendo territorial” revelou a Xinhua. A realização do encontro foi decidida em Junho passado, quando os MNE dos três países decidiram estabelecer um mecanismo de cooperação para analisar questões de interesse comum. Como preâmbulo, Wang recebeu o seu homólogo afegão, Salahuddin Rabbani, e pediu que aproveitasse a reunião desta terça-feira para abrir o caminho ao entendimento e à normalização das relações com o Paquistão. Também conversaram sobre as possibilidades de ampliar a colaboração através do projecto económico Uma Faixa, Uma Rota. Índia não deve temer O novo mecanismo de cooperação e desenvolvimento lançado pela China com os vizinhos Paquistão e Afeganistão “não é dirigido contra países terceiros”, disse ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, perante receios de que a estratégia vise isolar a Índia. “Não é dirigido contra terceiros, inclusivamente queremos que beneficie outros países”, disse em conferência de imprensa a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, indicando que “é bastante normal que a China, Paquistão e Afeganistão mantenham diálogo e cooperação”. Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países reuniram-se na terça-feira em Pequim para lançar um mecanismo de cooperação conjunta e estudar a inclusão do Afeganistão no Corredor Económico China-Paquistão, uma iniciativa que inclui planos de infra-estruturas e transporte avaliados em cerca de 57.000 milhões de dólares. O Paquistão e o Afeganistão “são vizinhos da China e têm grandes desejos de melhorar as suas economias e a vida dos seus cidadãos”, disse a porta-voz. Os planos de cooperação internacional com esses países estão integrados nas Novas Rotas da Seda, grande plano de infra-estruturas e telecomunicações da China com a Eurásia e outras regiões. Pequim e Nova Deli mantêm há décadas uma relação complicada, pelas mútuas reclamações fronteiriças, mas também por questões como o conflito tibetano, dados que o Dalai Lama, líder espiritual daquele povo, vive no exílio de Dharamsala (norte da Índia) desde 1959.
Hoje Macau EventosBienal de Arquitectura | Escolhida equipa para representar Macau em Veneza O território será representado na 16ª edição da Bienal de Arquitectura de Veneza com um projecto dos arquitectos Ieong Chong Tat, Vong Ka Ian e Chu Hou San e com curadoria de Lam Manuel Lap Yan. O desenvolvimento de Macau nos últimos anos será peça central do projecto [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma equipa jovem, com uma média de idades de 30 anos, e que trabalha em Macau. Assim se pode falar dos nomes por detrás do projecto que vai representar Macau na 16ª Bienal de Arquitectura de Veneza, a realizar-se em Maio do próximo ano. Ieong Chong Tat, Vong Ka Ian e Chu Hou San são os arquitectos responsáveis pelo projecto, que tem a curadoria de Lam Manuel Lap Yan. A equipa foi escolhida por um júri composto por alguns arquitectos, um deles Carlos Marreiros, que analisou as diversas propostas a partir de Outubro. O Instituto Cultural e a Associação dos Arquitectos de Macau foram duas entidades envolvidas neste processo. O tema deste ano da bienal é “Espaço Livre”, que engloba “imaginação, períodos e memórias de liberdade, pegando em ligações do passado, presente e futuro para unir o antigo com o moderno, tendo por base aspectos culturais que advém de tradições continuadas”. Nesse sentido, a equipa vencedora decidiu materializar no projecto o desenvolvimento que o território vivenciou nos últimos anos. Os arquitectos escolheram “propositadamente como elemento base do seu projecto a ‘carta de jogar’, um símbolo do rápido desenvolvimento económico de Macau”. “Através de diferentes conjugações e formatos da ‘carta de jogar’ e de técnicas abstractas, revelam construções ricas em características locais e que estão numa relação próxima com os residentes, como mercados, jardins e escadarias, entre outros. No processo de exploração e reconstrução, é possível experienciar de novo o espaço local, reflectir sobre a relação harmoniosa que se estabelece entre pessoas e espaço, desafiar planos e os limites da autonomia e explorar um equilíbrio interactivo”, explica o comunicado. Uma questão de maturidade Os elementos do júri consideraram que o projecto apresentado pela equipa vencedora “faz uso de características da cidade de Macau e incorpora elementos com valor cultural, revelando uma imagem de Macau de forma perceptual e apresentando o tradicional de uma nova forma, tendo por isso bastante interesse e unicidade”. Além disso, “a equipa vencedora mostrou-se merecedora de ser seleccionada por ter ainda revelado bastante maturidade a nível da linguagem e representação arquitectónicas bem como a capacidade de destacar as características culturais de Macau”, aponta o comunicado. A Bienal de Arquitectura de Veneza realizou-se pela primeira vez em 1980 e é um dos eventos de arquitectura e dos círculos académicos mais influentes do mundo, constituindo uma plataforma importante de intercâmbio cultural e de arquitectura. Desde 2014 que o IC já organizou a participação por duas vezes de arquitectos locais a este grande evento.
Hoje Macau China / ÁsiaXadrez : Campeã mundial recusa jogar na Arábia Saudita [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ucraniana Anna Muzychuk, de 27 anos, é dupla campeã mundial de xadrez. A sua irmã, Mariya Muzychuk, dois anos mais nova, seguiu-lhe os passos. E não apenas no desporto, mas também nas convicções. Entre 26 e 30 de Dezembro realiza-se o campeonato mundial de xadrez na Arábia Saudita e as irmãs não vão estar presentes: recusam-se a usar uma veste feminina saudita, a abaya [túnica larga]. Num post no Facebook, partilhado a 23 de Dezembro, a campeã explicou o motivo da decisão. “Em poucos dias vou perder dois títulos mundiais, um a um. Apenas porque decidi não ir à Arábia Saudita. Por não jogar com as regras de outros, por não usar abaya, por não ter de ir acompanhada à rua, e finalmente por não me sentir uma criatura secundária”, lê-se. Na imagem partilhada, Anna surge com as duas medalhas recebidas o ano passado, sorridente. “Há exactamente um ano ganhei estes dois títulos e era a pessoa mais feliz no mundo do xadrez, mas agora sinto-me muito mal. Estou preparada para lutar pelos meus princípios e faltar a este evento, onde, em cinco dias, esperava ganhar mais do que numa dezena de competições”, refere a campeã. Contudo, a publicação serve principalmente para marcar uma posição, demonstrando as diferenças existentes entre os vários países, no que toca às mulheres. “Tudo isto é irritante, mas o mais perturbador é quase ninguém se importar realmente. Este é um sentimento amargo, mas ainda não é o que vai mudar a minha opinião e os meus princípios. O mesmo vale para a minha irmã Mariya — e estou muito feliz por partilharmos este ponto de vista. E sim, para aqueles poucos que se importam — vamos voltar!” Esta não é, contudo, a primeira vez que uma jogadora se nega a participar numa competição por motivos de vestuário feminino dos países em questão, conta o El País. Em Fevereiro de 2017, Nazi Paikidze, campeã americana, não competiu no Irão por se recusar a cobrir a cabeça com o hijab [véu islâmico]. Neste campeonato, Anna Muzychuk esteve presente e competiu de véu na cabeça. Em Outubro, Dorsa Derakhshani, campeã de xadrez iraniana, foi proibida de jogar pelo seu país por também recusar o véu islâmico, passando depois a jogar pelos Estados Unidos. No passado mês de Novembro, quando Anna soube do campeonato na Arábia, marcou a sua posição, defendida agora. “Primeiro Irão, depois Arábia Saudita… Pergunto-me onde serão organizados os próximos campeonatos mundiais femininos. Apesar do recorde de títulos, não vou jogar em Ryad, o que significa perder dois títulos de campeã mundial. Para arriscar a tua vida, para usar abaya o tempo todo? Tudo tem os seus limites e os véus no Irão já foram mais do que suficientes”. A publicação desta semana já foi partilhada mais de 6 mil vezes e são muitos os comentários de apoio às irmãs. Até ao momento não há qualquer reacção por parte da organização do Campeonato do Mundo de Xadrez, que apenas refere no seu site que o campeão mundial masculino, o norueguês Magnus Carlsen, estará presente nos torneios. A FIDE, Federação Mundial de Xadrez, também não se manifestou quanto ao sucedido, publicando apenas no Twitter a indicação dos sorteios femininos.
Hoje Macau EventosInstituto Internacional de Macau: Henrique d’Assumpção ganha Prémio Identidade [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s órgãos sociais do Instituto Internacional de Macau deliberaram atribuir o Prémio Identidade do ano de 2017 a Henrique d’Assumpção, mais conhecido por Quito entre os amigos, pela sua muito relevante contribuição para a preservação do património e da identidade macaense, disseminando a sua genealogia, história e cultura, no espaço cibernético, em Português e Inglês. Natural de Macau, donde jovem partiu para prosseguir estudos na Austrália, “Quito” d’Assumpção desempenhou funções de relevo no Governo daquele País, com uma invejável folha de serviços e vários títulos e comendas honoríficas. Depois de se ter aposentado da vida académica como Professor Emérito da Universidade de South Australia, passou a dedicar-se de corpo e alma, nos últimos 20 anos, a criar um repositório permanente para a preservação de registos culturais e históricos dos macaenses e, apesar dos seus outros inúmeros compromissos profissionais e oficiais, conseguiu recolher e disponibilizar um grande acervo de dados. Ampliando a documentação existente sobre a genealogia das famílias macaenses, enriquecendo-a com milhares de fotografias e variadas outras informações, coligindo mais de 200 receitas da culinária macaense, reunindo versos, um léxico e áudio do velho dialecto de Macau; logrou digitalizar esses elementos numa plataforma electrónica com documentação biográfica relativa a mais de 55.000 nomes, e preparou o desenvolvimento dessa base “indefinidamente para o futuro”, sem perseguir fins pessoais e num esforço digno dos maiores encómios. O Prémio Identidade, instituído desde 2003, decidido por deliberação de todos os órgãos sociais do IIM, visa galardoar pessoas ou instituições que, de forma continuada, hajam contribuído para o reforço e valorização da identidade macaense. Entre os contemplados incluem figuras como o Monsenhor Manuel Teixeira, Henrique de Senna Fernandes, Arnaldo de Oliveira Sales, e instituições, tais como a Diocese de Macau, a Santa Casa da Misericórdia, a Universidade de Macau, a Escola Portuguesa de Macau e outros organismos, locais e do exterior, ligados à diáspora macaense.
Hoje Macau SociedadeTrabalho | Macau com mais 595 trabalhadores não residentes [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]té ao final do mês passado, trabalhavam Macau 178.492 não residentes contratados, ou seja, mais 595 trabalhadores do que no ano passado, de acordo com dados oficiais. Em termos mensais, a RAEM registou mais 1.823 trabalhadores não residentes, de acordo com dados da Polícia de Segurança Pública (PSP), publicados no portal na internet da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. A China continua a ser a principal fonte de mão-de-obra importada de Macau, com 111.727 trabalhadores (62,5 por cento do total), mantendo uma larga distância das Filipinas, que ocupa o segundo lugar (28.377), seguindo-se o Vietname (14.835). Os sectores da hotelaria e restauração absorvem a maior fatia de mão-de-obra importada (50.531), seguido do da construção (30.727). As actividades culturais e recreativas, lotarias e outros serviços agrupavam 13.661 trabalhadores do exterior, dos quais 942 eram trabalhadores da construção civil contratados directamente pelas empresas de lotarias e outros jogos de apostas. A mão-de-obra importada equivalia a 45,6 por cento da população activa e a 46,5 por cento da população empregada, estimadas no final de Outubro. Os trabalhadores não residentes ultrapassaram os 100 mil pela primeira vez na história da Região Administrativa Especial chinesa em 2008. No final de 2000, Macau contava com 27.221 trabalhadores não residentes, em 2005 com 39.411, em 2012 com 110.552, em 2014 com 170.346, em 2015 com 181.646, e em 2016 com 177.638. Apesar de perfazerem mais de um quarto da população de Macau (27,2 por cento dos 648.500 habitantes estimados no final de Setembro), os trabalhadores não residentes não contam com um mandatário formal no seio da Concertação Social. A ala laboral tem assento, mas a situação dos trabalhadores não residentes difere da dos locais, sendo regulada por uma lei específica.
Hoje Macau SociedadeMacau já recebeu mais de 29,5 milhões de visitantes [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre Janeiro e Novembro deste ano, o número de turistas que visitaram Macau subiu 5,1 por cento, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), para um total superior a 29,5 milhões de pessoas. Sem surpresas, a larga maioria dos turistas são oriundos do Interior da China, 20,1 milhões, representando um crescimento de 7,8 por cento em relação ao período homólogo do ano transacto. O país de proveniência de turistas que cresceu mais entre Janeiro e Novembro foi a Coreia do Sul, que subiu 34,7 por cento para um total de 797.112 visitantes. Os turistas provenientes de Hong Kong e Taiwan diminuíram, respectivamente, 3,8 por cento e 0,8 por cento nos primeiros 11 meses deste ano, em relação ao período homólogo de 2016. Até Novembro vieram da região administrativa especial vizinha 5,5 milhões de turistas, enquanto que os visitantes de Taiwan totalizaram 971.516. Fora dos países asiáticos, a DSEC revela que os turistas provenientes dos Estados Unidos foram 168.633, da Austrália foram 79.528, do Canadá chegaram 67.103 visitantes, enquanto que os turistas oriundos do Reino Unido se ficaram pelos 52.622. Só no mês de Novembro chegaram a Macau 2,83 milhões de visitantes, mais 9,4 por cento, em termos anuais e menos 1,4 por cento em termos mensais. É de referir que Macau foi o destino escolhido por mais de 30 milhões de visitantes em 2016.
Hoje Macau SociedadeNam Yue vai demolir antigo mercado abastecedor [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá escolhida a empresa que será responsável pela obra de demolição do antigo mercado abastecedor da Ilha Verde, com vista à construção do novo acesso fronteiriço Guangdong-Macau. De acordo com o despacho publicado ontem em Boletim Oficial, foi escolhida a Nam Yue, que vai receber dos cofres do Governo mais de 18 milhões de patacas, a serem pagas até ao próximo ano. O novo mercado abastecedor foi recentemente inaugurado, também na zona da Ilha Verde. Além da passagem fronteiriça, o projecto inclui um parque industrial, onde fica o novo mercado abastecedor, uma reordenação do Canal dos Patos (onde se juntam as águas residuais de Macau e Zhuhai), um centro modal de transportes e um mega complexo de habitação pública, a nascer na zona da Ilha Verde, com ligação directa ao posto fronteiriço. Este projecto implica a cooperação com as autoridades de Zhuhai, Zona Económica Especial chinesa vizinha de Macau e, por esse motivo e dada a sua dimensão, vai implicar custos avultados. “Vamos ter em consideração as exigências dos utentes, o custo dos materiais e a sua previsão de subida. O montante a ser investido é astronómico e implica cooperação entre os governos das duas regiões. Mas vamos utilizar com racionalidade o erário público”, disse Chau Vai Man em 2014, durante uma sessão de perguntas e respostas ao Executivo na Assembleia Legislativa.
Hoje Macau China / ÁsiaActivista condenado a oito anos de prisão por subversão [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou ontem o activista Wu Gan, conhecido por denunciar injustiças, a oito anos de prisão por subversão contra o Estado. O Tribunal Popular Intermediário n.º 2 de Tianjin, cidade a cerca de 200 quilómetros a sudeste de Pequim, declarou Wu culpado de subversão contra o Estado e anunciou a sentença de oito anos de prisão. Conhecido na Internet pelo nome “Super Carniceiro Vulgar”, Wu vai recorrer da sentença, anunciou o advogado Ge Yongxi. Depois da leitura da sentença, o activista disse “estar grato ao partido por lhe conceder tão sublime honra”, acrescentou Ge. “Vou manter-me fiel à nossa aspiração original, arregaçar as mangas e fazer um esforço extra”, afirmou Wu, usando as frases mais conhecidas do Presidente chinês, Xi Jinping, quando pede aos membros do Partido Comunista Chinês para melhorarem o seu trabalho. O julgamento de Wu Gan começou a 14 de Agosto último. A última detenção de Wu ocorreu em Agosto de 2016, altura em que o activista acusou as autoridades de o terem torturado. Wu Gan foi detido pela primeira vez em Maio de 2015, na sequência de um protesto em Nachang (sudeste) contra a detenção e tortura de quatro homens que as autoridades queriam que admitissem um crime. Os quatro foram absolvidos no ano passado. O activista também trabalhou como assistente administrativo da firma de advogados Fengrui em Pequim, conhecida por trabalhar em casos sensíveis, como por exemplo, na defesa das vítimas do leite em pó contaminado com melamina, em 2008. A firma acabou por se tornar central na campanha das autoridades contra advogados e activistas dos direitos humanos, em Julho de 2015, durante a qual foram detidas e interrogadas cerca de 300 pessoas. Muitas foram libertadas posteriormente. Wu tornou-se conhecido em 2009 quando denunciou o caso de uma jovem, Deng Yujiao, que matou um político local que tentou abusar sexualmente dela. O caso tornou-se muito mediático e inspirou parte do filme “Um Toque de Violência” do realizador chinês Jia Zhangke, cujo argumento foi premiado no Festival de Cannes de 2013.
Hoje Macau EventosBirmânia: Livro desvenda presença portuguesa mais de 500 anos depois [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s antepassados chegaram entre 1510 e 1512. Hoje, não têm um nome português, nem sabem onde fica Portugal, mas dizem-se portugueses. Esta certeza está em histórias contadas oralmente desde que os exploradores portugueses aportaram à Birmânia. A história é contada no livro de James Myint Swe, “Cannon Soldiers of Burma”, cuja versão portuguesa vai ser lançada em Portugal e em Macau, no primeiro trimestre de 2018, pela Gradiva e a Macaulink, com o apoio do Instituto Internacional de Macau. “É extraordinário que, na mesma zona onde os portugueses se estabeleceram pelo ano de 1633, em Ye U, uma localidade situada entre os rios Chindwin e Mu [norte da Birmânia], as populações continuem a sentir-se portuguesas”, sem qualquer contacto e a mais de nove mil quilómetros de distância, contou o autor à Lusa. “Não se sabe ao certo a dimensão destas populações… cerca de 200 a 300 pessoas por aldeia, o que nas localidades maiores poderá ir até às duas/três mil. As autoridades estão a tentar fazer um levantamento para saber quantas aldeias existem e quantas pessoas ali vivem”, acrescentou James Swe, que nasceu Chan Tha Ywa, na zona de Ye U, em 1947. As pessoas desta zona “parecem europeus, o cabelo e a pele são mais claros, alguns têm olhos verdes” e são maioritariamente católicos, disse, lembrando que, nos anos 1970, o Governo não reconhecia esta população como birmanesa. “Para o Governo, erámos estrangeiros”, afirmou o autor, formado em ciência política pela Universidade de Western Ontario, Canadá. À medida que a aposta das autoridades no ensino cresce no país e que os acessos à zona melhoram, os elementos mais jovens destas comunidades deslocam-se para as cidades para entrar nas escolas e “esta relação com Portugal começa a perder-se”, alertou James Swe, a residir no Canadá desde 1976. Mas este afastamento já vem de longe e está retratado na declaração atribuída pelo investigador ao capitão António do Cabo que, em 1628, em Ava, no norte birmanês afirmou: “Muitos de nós nascemos em Portugal, ou pelo menos em Goa [Índia]. Passámos muitos anos aqui na Birmânia. Sempre nos sentimos como prisioneiros, ou hóspedes, ou visitantes. Agora chegou a altura de aceitar que a Birmânia é o nosso país. Ainda somos portugueses, mas nunca voltaremos a ver Portugal. Alguns de vós nunca viram”. O objectivo deste livro, com primeira edição em inglês em 2014, era divulgar a história dos portugueses no país e, ao mesmo tempo, o papel de exploradores, comerciantes e soldados vindos de Portugal a partir do século XVI na estrutura actual da Myanmar, disse. “Com as armas que trouxeram e as alianças que cimentaram com os reinados Mon, Arakan [Rakhine, na atualidade] e Bama/Birmanês, os portugueses foram determinantes na construção da actual Birmânia”, sublinhou James Swe. Os 300 anos que medeiam entre a chegada dos portugueses (1500) e os ingleses (1800) foram quase eliminados da história oficial do país, acrescentou. “Eu só conheci estas histórias porque, durante as férias do verão, os meus avós falavam da vida de Paulo Seixas ou Luísa de Brito”, afirmou sobre alguns dos longínquos protagonistas de guerras, alianças, traições e comércio no país, que faz fronteira com a China, o Bangladesh, o Laos e a Tailândia. “Foi no Canadá que descobri que a História e aquilo que os meus familiares contavam coincidiam”, disse, sublinhando as dificuldades de estender a pesquisa aos arquivos birmaneses, fechados desde 1962 pelo regime militar. Para James Swe, é “altura de reaproximar os dois países”, num momento em que a Birmânia precisa de consolidar a implantação do regime democrático, depois da vitória eleitoral da Liga Nacional para a Democracia (LND), em 2015. A Birmânia é uma terra rica e de oportunidades de negócios. “Os empresários portugueses podiam começar com pequenos negócios, como restaurantes, e depois expandir para outras áreas”, considerou James Swe, cujas pesquisas se estenderam por dez anos, entre o Reino Unido, o Canadá e Portugal. Impedido de entrar nos últimos 40 anos na Birmânia, Swe contou com a ajuda de amigos e familiares no país para investigar a história dos seus ancestrais. Neste período, voltou pela primeira vez a Myanmar, em 2012.
Hoje Macau China / ÁsiaPaulo Duarte defende inclusão de Sines na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] académico português Paulo Duarte defendeu que Portugal deve persuadir a China a incluir o porto de Sines na “Nova Rota da Seda”, um gigantesco projecto de infra-estruturas inspirado nas antigas vias comerciais entre Ásia e Europa. “Devemos mostrar à China que na faixa e rota os comboios não terminam em Madrid, mas em Lisboa ou Sines”, disse o autor do primeiro livro em português sobre a iniciativa “Nova Rota da Seda”. Doutorado em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade Católica de Louvaina, Paulo Duarte desenvolveu em Taiwan, Ásia Central e República Popular da China a investigação que deu origem à obra “Faixa e Rota Chinesa – A Convergência entre Terra e Mar”. Lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a “Nova Rota da Seda” inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorridas por caravanas. Um dos principais objectivos é criar uma ligação ferroviária de alta velocidade entre Pequim e Londres, que demoraria 48 horas a percorrer. Gao Zhikai, antigo intérprete do líder chinês Deng Xiaoping e mestre em Ciências Políticas pela Universidade de Yale, considerou a “Nova Rota da Seda” uma “nova forma de pensar o desenvolvimento” e “combater a pobreza”, ao “complementar a falta de conectividade entre países”. “Mesmo na Europa, os problemas de pobreza estão ligados à falta de desenvolvimento ou a um desenvolvimento que não foi estruturado de forma racional”, comentou à Lusa. No conjunto, o Banco de Desenvolvimento da China estima um investimento total de 900 mil milhões de dólares, distribuído por 900 projectos. A ligação ferroviária mais longa e já em funcionamento vai desde Yiwu, um ‘hub’ comercial na costa leste da China, até Madrid, e atravessa o Cazaquistão, Rússia, Bielorrússia e Polónia, entrando na Europa central através da Alemanha. Lisboa tem insistido na inclusão de uma rota atlântica no projecto chinês, o que permitiria a Sines conectar as rotas do Extremo Oriente ao Oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá. “Em Sines, os comboios podem descarregar os contentores, que daí seguiriam para as Américas. Temos aqui uma grande potencialidade para desenvolver Sines”, apontou Paulo Duarte. Para o académico português, a iniciativa chinesa visa projectar o país asiático como um actor internacional inclusivo e responsável, “credibilizar o regime chinês” e “dar trabalho às empresas e trabalhadores chineses”. Surge também numa altura em que os Estados Unidos de Donald Trump rasgam compromissos internacionais sobre o clima, comércio ou migração, impelindo a China a assumir a vontade de liderar em questões internacionais. “É uma mudança histórica na posição da China no mundo”, disse He Yafei, antigo vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros. “A Nova Rota da Seda combaterá a onda antiglobalização”, acrescentou, durante um fórum dedicado à iniciativa, realizado no mês passado em Zhuhai, no extremo sudeste da China. Críticos do projecto chinês apontam, no entanto, os perigos para os Direitos Humanos e para o ambiente associados à exportação do modelo de desenvolvimento da China, e a contradição entre a retórica globalista de Pequim e a sua política interna. Sob a direção de Xi, a China reforçou o combate à influência estrangeira na sociedade civil, meios académicos ou Internet, apontam organizações de defesa dos Direitos Humanos, enquanto Bruxelas e Washington criticam o país asiático pelas barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores. No ‘ranking’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que avalia a abertura ao investimento directo estrangeiro, a segunda maior economia mundial ocupa o 59.º lugar, entre 62 países.
Hoje Macau China / ÁsiaFundo chinês ajuda no desenvolvimento da África [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]urante os últimos dez anos, um fundo de desenvolvimento chinês investiu biliões de dólares em África. Chi Jianxin, presidente do Fundo de Desenvolvimento China-África, disse à Xinhua que o fundo tem US$ 4,5 mil milhões para investir em 91 projectos em 36 países, com mais de US$ 3,2 mil milhões já destinados. “Após a conclusão de todos os projectos, o fundo colocará mais de US$ 20 mil milhões das empresas chinesas na África”, assinalou Chi. Para apoiar as empresas na África, o fundo foi estabelecido em 2007 depois da Cimeira de Pequim 2006 do Fórum de Cooperação China-África. A escala inicial do fundo era US$ 5 mil milhões, mas o volume expandiu para US$ 10 mil milhões em 2015. Investiu-se nas áreas de infra-estrutura, cooperação da capacidade de produção e agricultura. Quando forem concluídos, os projectos produzirão 11 mil camiões, 300 mil aparelhos de ar condicionado, 540 mil frigoríficos, 390 mil televisões e 1,6 milhão de toneladas de cimento todos os anos, aumentando as exportações da África em US$ 2 mil milhões e a receita tributária em US$ 1 mil milhões anualmente, segundo Chi. “Diferente à assistência ou empréstimos, o fundo leva mais capital à África com o seu próprio investimento”, acrescentou. “A medida é bem recebida, pois permite que os países impulsionem os projectos sem crescimento da carga de dívida e aumentem sua própria capacidade de desenvolvimento”, disse Chi. Nos últimos anos, a África goza de uma situação política geralmente estável com um rápido crescimento económico, mais residentes urbanos e consumidores de classe média, e uma maior procura pelas mercadorias de consumo. Muitos países africanos têm vantagens geográficas, baixo custo de mão-de-obra e um bom ambiente de comércio. “A infra-estrutura, manufactura e campos agrícolas da África continuam com um desenvolvimento saudável e têm um enorme potencial, portanto, estamos confiantes nas possibilidades”, disse Chi. O fundo planeia fazer mais investimento e destinar mais capital a África sob a iniciativa Uma Faixa, Uma Rota e as políticas chinesas sobre a cooperação internacional em capacidade de produção e manufactura de equipamento. No processo, o fundo permanece uma atitude aberta para a cooperação com os países não africanos e as organizações internacionais, pois considera o desenvolvimento africano como a responsabilidade conjunta da comunidade internacional, assinalou Chi.
Hoje Macau PolíticaLei do ruído | Diploma está a ser revisto [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau iniciou a revisão da lei do ruído, justificando a medida com a “necessidade de obter um equilíbrio entre o tempo de descanso dos residentes e o desenvolvimento social”, anunciaram os Serviços de Protecção Ambiental. A revisão e melhoria da lei de Prevenção e Controlo do Ruído Ambiental visa “aperfeiçoar os processos de avaliação e aprovação no que se refere às excepções à execução dos projectos com interesse público de relevante importância (incluindo as obras rodoviárias que necessitam de ser executadas durante o período nocturno)”, refere em comunicado a Direção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA). Outro objectivo é “esclarecer as situações excluídas sobre a realização das actividades destinadas ao interesse público nos espaços públicos, para responder às demandas da sociedade”. A revisão da lei é iniciada dois anos após a entrada em vigor da mesma, tendo a DSPA justificado que a medida está “conforme o plano de acções previamente programado”, e que a proposta de melhoramento já foi apresentada ”ao Conselho Consultivo do Ambiente, aos sectores relacionados e às entidades públicas envolvidas”. Sem revelar números, a DSPA diz ter registado descidas no número de queixas e de infracções relacionadas com o ruído, indicando que este ano houve uma diminuição de cerca de 16 por cento e 46 por cento, respectivamente, em comparação com o período homólogo de 2015.
Hoje Macau PolíticaChui Sai On quer construir na Grande Baía [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado divulgou que os Chefes do Executivo de Hong Kong e de Macau, Chui Sai On e Carrie Lam, na visita que fizeram a Pequim, indicaram junto do Governo Central a expectativa de ter apoios para a construção de hospitais, escolas e centros de idosos na zona da Grande Baía. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado organizou uma reunião, onde o director, Zhang Xiaoming, referiu que é necessário implementar com eficácia o plano do Governo Central, especialmente no que se refere ao pôr em prática o planeamento para o desenvolvimento da zona da Grande Baía. Para o efeito são necessários estudos relativos a políticas e questões jurídicas para facilitar a circulação de pessoal, mercadorias, fundos e informação. O responsável acrescentou ainda que é preciso conjugar as expectativas avançadas pelos Chefes do Executivo de Hong Kong e de Macau para concretizar projectos como hospitais, escolas e centros de idosos na zona da Grande Baía, e articular com as medidas e políticas envolvidas na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte prepara novo lançamento de satélite [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte está a preparar um novo lançamento de satélite, apesar das novas sanções das Nações Unidas, noticiou ontem um jornal sul-coreano. Um nono pacote de sanções foi aprovado na passada semana pelo Conselho de Segurança da ONU para obrigar Pyongyang a renunciar aos programas nuclear e de armamento e também aos lançamentos de satélites que, de acordo com alguns peritos, constituem um disfarce para o desenvolvimento de mísseis. “Soubemos recentemente, através de diferentes canais, que o Norte concluiu um novo satélite denominado ‘Kwangmyongsong-5′”, disse uma fonte governamental ao diário Joongang Ilbo. “O projecto é colocar em órbita um satélite equipado com câmaras e instrumentos de telecomunicações”, acrescentou. De acordo com o jornal sul-coreano, os serviços secretos da Coreia do Sul acreditam que este satélite possa ser lançado a partir de uma plataforma móvel e não do local habitual de Sohae. Este artigo foi publicado um dia depois de um texto no Rodong Sinmun, órgão oficial do partido no poder na Coreia do Norte, reafirmar o direito de Pyongyang a lançar satélites. O diário do Norte sublinhou que os lançamentos norte-coreanos de satélites “respeitam totalmente” a Carta da ONU e o direito internacional relativo aos programas espaciais, e indicou, a título de exemplo, o recente lançamento de um satélite argelino. A 3 de dezembro, o Rodong Sinmun tinha defendido a “natureza pacífica” do programa espacial norte-coreano e, a 10 de dezembro, garantiu que todos os países tinham o direito de desenvolver um programa espacial. Em Outubro passado, o embaixador adjunto da Coreia do Norte na ONU, Kim In-ryong, tinha afirmado que o seu país seguia um plano de quatro anos (2016-2020) de desenvolvimento de “satélites para contribuir para o progresso económico e melhoria das condições de vida da população”. O responsável acrescentou que a Coreia do Norte “tinha entrado na fase de desenvolvimento prático dos seus satélites” com a colocação em órbita, em Fevereiro de 2016, do ‘Kwangmyongsong-4’. Após anos de sucessivos fracassos, a Coreia do Norte conseguiu, em dezembro de 2012, colocar um satélite em órbita. O jornal russo Rossiyskaia Gazeta citou há algumas semanas um perito militar russo que afirmou esperar o lançamento de dois satélites norte-coreanos, um de comunicações e outro de observação da Terra. Vladimir Khrustalev fez estas declarações no regresso de uma visita de uma semana à Coreia do Norte, em meados de Novembro, durante a qual esteve reunido com responsáveis da agência espacial norte-coreana.