Detida mulher suspeita de maus tratos em jardim-de-infância

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre marcas de agulhas nas crianças e suspeitas de abusos sexuais, uma das mais reputadas creches da China enfrenta uma resma de terríveis acusações desde que uma mulher suspeita de envolvimento no escândalo de maus tratos de crianças num jardim-de-infância em Pequim, gerido por uma empresa cotada na bolsa de Nova Iorque, foi detida no sábado, anunciaram as autoridades chinesas. A polícia do distrito de Chaoyang, na capital chinesa, informou que uma educadora, de 22 anos, foi detida pela suspeita de abuso de crianças na sequência da investigação realizada ao jardim-de-infância bilingue (chinês-inglês) administrado pela cadeia RYB Education, com sede em Pequim.

A mulher surge apenas identificada pelo apelido, Liu, e não são facultadas mais informações sobre o caso no comunicado divulgado este sábado pela polícia distrital através da plataforma de mensagens Sina Weibo, equivalente chinês do Twitter. A agência de notícias oficial chinesa Xinhua também fala na suspeita de abusos sexuais, sem providenciar, contudo, mais detalhes.

A RYB Education afirmou estar “extremamente chocada e angustiada com os crimes que a professora é suspeita de ter cometido. “Expressamos as nossas sinceras desculpas às crianças envolvidas neste caso, às suas famílias e à sociedade em geral”, diz um comunicado publicado no portal da empresa. “Trata-se de um grave incumprimento do dever no nosso trabalho de gestão, pelo que devemos assumir a responsabilidade e levar a cabo uma investigação, bem como fazer rectificações”, diz o mesmo comunicado, que não faculta detalhes sobre os alegados abusos de Liu, natural da província de Hebei.

A RYB disse que despediu Liu, afastou o dirigente do jardim-de-infância Xintiandi e estar a cooperar com investigações adicionais, bem como que a empresa está a contratar médicos e psicólogos para ajudar a confortar as crianças que foram afectadas e a inspeccionar as suas outras filiais no país.

O escândalo em Pequim estalou depois de a revista Caixin e outros ‘media’ chineses terem citado relatos de pais dando conta de que as suas crianças foram obrigadas a despirem-se como castigo e que foram encontradas marcas inexplicadas, aparentemente de agulhas, nos seus corpos.

A RYB, cotada desde Setembro no Nasdaq, na Bolsa de Nova Iorque, gere directamente 80 jardins-de-infância na China, a somar a outros 175 operados sob ‘franchise’ para crianças de até seis anos, de acordo com dados constantes do seu ‘site’.

Num comunicado separado, a polícia de Chaoyang revelou também que outra mulher, de Pequim, de 31 anos, foi detida dois dias antes após ter admitido ter alegadamente espalhado rumores sobre o envolvimento de militares em abusos sexuais de menores.

Segundo a nota oficial, a mulher, também de apelido Liu, manifestou “profundo arrependimento” por ter acusado, através da rede Wechat, o pessoal de uma base militar vizinha da instituição de ter abusado de crianças.

O marido da directora do jardim-de-infância era um responsável dessa base, indicou o seu comissário político na sexta-feira ao jornal oficial do exército PLA Daily, indicando não haver, de momento, “nenhuma prova” do envolvimento de pessoal militar no caso.

A RYB tinha estado já envolvida num escândalo em Abril após a divulgação de imagens na Internet que mostravam uma educadora a pontapear uma criança noutra filial em Pequim, uma acção que viria a resultar na suspensão do director e dois professores.

27 Nov 2017

Budistas e taoístas repreendidos por práticas comerciais excessivas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s templos budistas e taoístas em toda a China receberam instruções governamentais para que não procurem obter lucros em nome da religião. A Administração Estatal de Assuntos Religiosos (AEAR), o Departamento de Comunicação do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), o Gabinete do Grupo Dirigente Central para Assuntos de Ciberespaço e o Ministério da Segurança Pública, e outros 9 departamentos emitiram conjuntamente uma directriz para regular as actividades comerciais nos templos budistas e taoístas.

O documento recorda a estes centros a sua natureza de organizações não lucrativas e proíbe que organizações e indivíduos obtenham lucros pelas suas actividades religiosas.

Embora se permite aos templos dedicar-se a actividades comerciais, como a publicação de livros ou a venda de objectos religiosos e produtos artísticos, este tipo de actividades devem ter como objectivo a manutenção e a operação dos templos ou programas de caridade, destaca um comunicado da AEAR.

As actividades comerciais dos templos budistas estão destinadas à promoção do budismo da forma adequada e não a procurar lucros, assinalou o Mestre Xuecheng, presidente da Associação de Budismo da China.

Li Guangfu, presidente da Associação do Taoísmo da China, esteve de acordo com este comentário e acrescentou que é importante que os templos delimitem claramente as práticas comerciais necessárias da busca de lucros.

A AEAR decidiu fortalecer a supervisão sobre a administração financeira dos templos e pediu-lhes que adoptem os mesmos sistemas de finanças, impostos, administração de activos e contabilidade como as instituições não religiosas.

Os templos devem registar-se nas autoridades tributárias e informar das suas receitas e gastos segundo a lei. Será introduzido um supervisor, que vigiará as operações financeiras e a doação de fundos dos templos, e será publicada a informação relevante.

O governo também regulará a promoção online da religião. Organizações e indivíduos que queiram proporcionar serviços de informação religiosa online devem apresentar um pedido aos departamentos provinciais de assuntos religiosos, conforme ao documento.

A directriz também pede às autoridades locais para refrear a procura de benefícios em nome da religião. Locais de turismo conhecidos pelo significado religioso são proibidos de cobrar taxas de entrada, e os governos locais são impedidos de estabelecer grandes ídolos religiosos não necessários e de construir templos em locais não religiosos para atrair turistas.

O governo perseguirá organizações e indivíduos que empregam falsos monges budistas ou taoístas e realizam cultos ilegais para obter doações ou encorajar gasto irracional em cultos religiosos.

27 Nov 2017

Maló suspensa por falta de higiene e prática de procriação médica assistida

A clínica Maló em Macau foi encerrada por seis meses devido à prática ilegal de procriação médica assistida, tráfico e contrabando de medicamentos de oncologia e falta de condições de higiene e segurança. O HM falou com um antigo accionista que conta o risco que a marca correu ao vender a clínica

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]suspensão da licença aconteceu na sequência de “irregularidades graves”, segundo notícia veiculada pela emissora pública TDM, que informou também que a clínica comunicou através das redes sociais que estava fechada para efeitos de remodelação. O motivo para a acção dos Serviços de Saúde (SS) prende-se com a suspeita de que na clínica se fizessem procriação medicamente assistida, tráfico e contrabando de medicamento oncológicos, assim como falta de condições higiénicas e de segurança nas instalações.

“Acho que os SS devem ter feito a investigação devida para emitir a suspensão”, comenta Jorge Valente, ex-accionista da sucursal de Macau.

Numa nota enviada posteriormente aos jornalistas, os SS informaram que “o Hospital Taivex/Malo está suspenso até 21 de Maio de 2018 devido à prática de procriação medicamente assistida, tráfico e contrabando de medicamentos de oncologia, falta de condições de higiene e segurança para a prestação de cuidados de saúde”.

As instalações foram encerradas na passada quinta-feira, tendo sido aplicadas duas multas. Uma no valor de 103.000 patacas a quatro médicos e um enfermeiro, e outra de 76.000 patacas.

Marca marcada

“A licença de um médico foi suspensa por um período de 90 dias. Não houve nenhuma vítima resultante desta situação, no entanto não está excluída a possibilidade de uma sanção penal já que o caso foi remetido ao Ministério Público para acompanhamento”, referiu o comunicado dos SS.

A investigação à clínica fundada em Macau por Paulo Maló foi desencadeada após denúncias recebidas pelos SS em 2016 e já em Junho deste ano, sobre a “prática ilegal de serviços de oncologia, técnicas de procriação medicamente assistida, tráfico e contrabando de medicamentos destinados ao tratamento oncológico no interior da China, efetuadas, alegadamente, pelo Hospital de Dia “TaivexMalo”, acrescentou. Foi também detectada uma página de Internet que publicitava no interior da China “a prestação de serviços de procriação medicamente assistida no Hospital “TaivexMalo””.

“Quando éramos administradores mantínhamos a qualidade e segurança exigidas. Não sei o que aconteceu, depois de termos saído, pelos vistos, alguma coisa mudou”, conta Jorge Valente. O ex-accionista da clínica acrescenta que “este caso tira credibilidade a uma empresa, ou marca” e que a empresa-mãe deve ter sido “apanhada de surpresa”. Porém, Jorge Valente considera que este “é um risco inerente quando se vende uma empresa e uma marca”.

Os SS revelaram que “após a audiência dos médicos envolvidos, dos profissionais de saúde e do responsável deste hospital de dia, foram recolhidas provas suficientes de que a unidade realizou técnicas de procriação medicamente assistida e prestou serviços de oncologia, sem autorização dos Serviços de Saúde”.

É de salientar que depois de efetuadas as melhorias exigidas, e de uma inspecção pelos Serviços de Saúde, a clínica pode requerer o termo da suspensão da licença.

27 Nov 2017

Geocapital não recebeu “prémios” da TAP, diz Lacerda Machado

Diogo Lacerda Machado garante que a Geocapital Macau não ganhou quaisquer contrapartidas financeiras com a compra da VEM – Varig Engenharia e Manutenção por parte do Grupo TAP

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] administrador não-executivo da TAP, Diogo Lacerda Machado, comentou a situação da compra da brasileira VEM – Varig Engenharia e Manutenção, por parte da companhia aérea, tendo desvalorizado os prejuízos registados pelo grupo.

“”Se a TAP não tem feito esse investimento absolutamente estratégico, decisivo para chegar onde chegou hoje no mercado brasileiro, o tempo seria muito pior”, afirmou.

Segundo a agência Lusa, Diogo Lacerda Machado garantiu ainda que a Geocapital, empresa controlada por Stanley Ho em que é administrador, não recebeu qualquer “prémio” da TAP por aquele negócio.

O ex-governante português do Executivo de António Costa falou num painel de conversa no âmbito do congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e de Turismo (APAVT). Lacerda Machado foi questionado sobre o negócio da VEM por Pedro Costa Ferreira.

Corria o ano de 2005 quando a Geocapital adquiriu 85 por cento da VEM, juntamente com a TAP que ficou com 15 por cento. Dois anos depois, a empresa de Macau alienou a sua participação na VEM à TAP com um prémio de 20 por cento, uma vez que a TAP pagou 25 milhões de dólares em vez dos 21 milhões inicialmente previstos.

Diogo Lacerda Machado era administrador da Geocapital e, depois da compra da VEM à Varig, passou a ser administrador não executivo da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, como passou a ser chamada a empresa.

Segundo o jornal Público, Lacerda Machado salientou que “nós não damos conta da forma especial como a China nos olha devido a essa singularidade histórica que Macau significa”, defendeu.

Citado pelo diário português, o gestor da Geocapital disse que a China recorre à “singularidade histórica de Macau” para dizer aos países de língua portuguesa que “não devem temer” uma aproximação, porque o país teve uma relação de “respeito mútuo” por um longo período de tempo.

Lacerda Machado acrescentou ainda que os países lusófonos “não são estratégicos para a China, são vitais”. A ligação de Lacerda Machado a Macau começou em 1988, onde chegou na companhia de Eduardo Cabrita e Pedro Siza Vieira. Estes são ministros do Executivo liderado por António Costa.

“Um ano extraordinário”

Diogo Lacerda Machado não só desvalorizou os prejuízos como afirmou, à margem do congresso, que se pode esperar “esperar um ano extraordinário, de desempenho económico-financeiro incomum” na TAP este ano.

Confrontado com o facto de no primeiro semestre deste ano, o grupo TAP ter agravado os prejuízos, face ao período homólogo de 2016, Diogo Lacerda Machado explicou que existe uma circunstância que o justifica.

“Aquele resultado do primeiro semestre tem um pagamento que foi o último esforço para equilibrar a exploração da VEM [antiga brasileira Varig Engenharia e Manutenção]” e se se “descontar esse [valor] não recorrente, as pessoas perceberão como o ano vai ser muito interessante”, disse Lacerda Machado.

O prejuízo do grupo TAP agravou-se cerca de 3 por cento, para 52,075 milhões de euros, no primeiro semestre do ano, segundo um relatório divulgado pela Parpública, ‘holding’ através da qual o Estado detém 50% da empresa.

27 Nov 2017

Birmânia impõe restrições à imprensa durante visita do Papa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades da Birmânia impuseram restrições à imprensa internacional durante a visita de quatro dias que o papa Francisco inicia na segunda-feira ao país, indicaram hoje fontes próximas da organização da viagem. O sacerdote Mariano Naing, porta-voz da Igreja Católica local, afirmou, durante um encontro com jornalistas, que a imprensa internacional não terá acesso ao aeroporto de Rangum, a antiga capital da Birmânia, para efectuar a cobertura da chegada do pontífice ao país.

Do mesmo modo, ser-lhe-á vedado acesso à cerimónia de boas-vindas oficial que a líder de facto da Birmânia, Aung San Suu Kyi, vai oferecer na próxima terça-feira ao papa em Naypyidaw, a norte de Rangum e actual capital do país.

As restrições também incluem o acesso à reunião que o papa Francisco irá manter, no mesmo dia, com líderes religiosos locais. Os ‘media’ oficiais birmaneses são os únicos que têm autorização para efectuar a cobertura jornalística desses actos.

As autoridades birmanesas invocaram “razões de segurança” para justificar as restrições, indicou Mariano Naing, citado pela agência de notícias espanhola Efe.

A visita do papa Francisco à Birmânia coincide com a crise humana desencadeada pela operação do exército birmanês contra a minoria muçulmana rohingya no estado de Rakhine, no oeste do país.

O papa Francisco vai cumprir no Bangladesh a segunda e última etapa da sua viagem à Ásia que, de acordo com alguns observadores, tem como objectivo mediar uma crise motivada pelo que as Nações Unidas qualificaram como uma operação de “limpeza étnica”.

Bali | Voos suspensos após erupção vulcânica

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vulcão Agung, na ilha turística de Bali, continuava a registar ontem fortes erupções, com uma coluna de cinzas a atingir até quatro quilómetros de altura, obrigando à proibição dos voos, informaram as autoridades indonésias. O vulcão entrou em erupção por três vezes na manhã de domingo, tendo a mais recente, ocorrida pelas 06:15 (22:15 em Lisboa), expelido a mais elevada coluna de cinzas, até quatro quilómetros de altura, informou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da agência de gestão de desastres da Indonésia.

As cinzas vulcânicas estavam a espalhar-se para leste e sudeste da cratera em direcção à vizinha Lombok, na ilha das Flores, especificou.

Os voos sobre o território foram proibidos, dado que o Centro de Vulcanologia e Mitigação de Perigos Geológicos (CVMPG) elevou o alerta para a aviação para o mais alto nível. “O CVMPG elevou o nível de alerta de laranja para vermelho”, disse Sutopo Purwo Nugroho à agência de notícias chinesa Xinhua através de uma mensagem de texto.

O mesmo responsável reiterou ainda a advertência para as pessoas que vivem na zona definida como interdita, ou seja, num raio de sete quilómetros e meio em torno da cratera, insistindo que têm de abandonar imediatamente as suas casas. As autoridades indonésias ordenaram também a distribuição imediata de máscaras, dado que as cinzas vulcânicas continuam a cair em inúmeras aldeias.

 

Cabo Verde | Nova Lei Cambial para atrair investimento

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Cabo Verde anunciou a entrada em vigor, a partir de 2018, de uma nova Lei Cambial visando liberalizar todos os movimentos de capitais no arquipélago e apelou aos empresários portugueses para investirem no país. O anúncio foi feito na sexta-feira à noite pelo ministro das Finanças cabo-verdiano.

“Temos uma paridade fixa com o euro. Fizemos aprovar, em sede do Conselho de Ministros, e vai agora para o Parlamento, uma nova Lei Cambial, que vai liberalizar todos os movimentos de capitais de Cabo Verde com o exterior. Uma vez aprovado, penso que no início do próximo ano, qualquer transacção de e para Cabo Verde vai ser livre, sem qualquer restrição burocrática”, disse Olavo Correia.

“Qualquer cidadão ou empresa pode abrir contas em moeda nacional ou estrangeira, sem qualquer restrição, e qualquer transacção de Cabo Verde para fora, em qualquer moeda, será feita sem intervenção burocrática ou administrativa”, acrescentou o governante cabo-verdiano no encontro, que decorreu no Palácio da Bolsa.

Ao explicar o apelo ao investimento, Olavo Correia, na presença de Jorge Carlos Fonseca, destacou que Cabo Verde “quer ser uma marca forte”, salientando tratar-se de um país “estável e previsível”, onde “vale a pena investir” e o investimento “tem retorno”.

Cabo Verde é “o próximo destino turístico, de investimentos, de oportunidades nos mais diversos domínios: energias renováveis, transportes aéreos e marítimos, telecomunicações e tecnologias, economia do mar e sistema financeiro”, realçou.

“Estamos bem localizados, temos uma população jovem qualificada e em processo de qualificação, temos um país previsível, estamos numa localização geoestratégica extraordinária e temos um historial de desenvolvimento que nos permite ter essa confiança”, insistiu Olavo Correia para justificar a nova Lei Cambial.

27 Nov 2017

Vitorino Nemésio | Obras completas publicadas em 2018

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma edição das obras completas do escritor Vitorino Nemésio, em 16 volumes, vai ser lançada a partir de 2018, numa iniciativa da editora Companhia das Ilhas, em parceria com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, foi ontem anunciado. “Nos Açores, nunca estiveram disponíveis as obras do Vitorino Nemésio. Existe uma edição da Imprensa Nacional, com alguns anos, e há muitos títulos esgotados. Justificava-se plenamente esta edição”, declarou à agência Lusa o responsável pela editora Companhia das Ilhas, Carlos Alberto Machado.

O editor disse que as novas gerações de leitores desconhecem Nemésio, apesar de se “aludir muito ao seu nome” e de “qualquer açoriano saber que foi um escritor nascido na ilha Terceira”, mas “pouco mais”.

Vitorino Nemésio, cuja obra literária compreende, entre outros, o título “Mau Tempo no Canal”, considerado pela crítica literária um dos maiores romances portugueses do século XX, nasceu em 19 de Dezembro de 1901, na Praia da Vitória, na ilha Terceira, e morreu em Lisboa, em 20 de Novembro de 1978.

Considerando que a falta de títulos no mercado desaconselha qualquer professor a incentivar os alunos a lerem o escritor, Carlos Alberto Machado considera que se está perante uma “grande falha”, que pode agora ser colmatada.

Esta edição “ultrapassa largamente a importância local, sendo de âmbito nacional, com particular importância nos Açores”, afirma o editor. A publicação compreende mais de quarenta obras distribuídas por dezasseis volumes, a publicar até 2011, devendo cada um ter pelo menos mil exemplares de tiragem.

Face à dimensão literária de Vitorino Nemésio, o editor defende que o Governo dos Açores, além dos apoios à edição, deveria promover a sua obra, de forma “profunda e alargada”, em todas as ilhas do arquipélago.

A direcção científica da publicação é assegurada pelo professor universitário Luiz Fagundes Duarte, contendo cada volume, além dos textos do autor, uma breve introdução a cargo de especialistas na obra de Nemésio, a par de um texto de síntese da sua vida e obra, de acordo com a editora.

“Vitorino Nemésio promoveu de várias maneiras os Açores. Não foi só um grande escritor. E, onde viveu (França, Brasil e continente), por largos períodos da sua vida, foi o maior promotor do arquipélago, da sua identidade específica e um grande defensor dos Açores como região autónoma, no sentido mais profundo do termo, que não apenas político”, disse o editor.

Considerado um dos grandes escritores portugueses do século XX, Nemésio recebeu, em 1965, o Prémio Nacional de Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne.

A sua obra compreende cerca de 40 títulos na área da fição, poesia, ensaio e crítica, a par da crónica, como “Festa Redonda” (1950), “Nem Toda a Noite a Vida” (1952), “O Pão e a Culpa” (1955), “O Verbo e a Morte” (1959), “O Cavalo Encantado” (1963), “Canto da Véspera” (1966) e “Sapateia Açoriana” (1976), além de “Mau Tempo no Canal” (1944).

A Vitorino Nemésio é atribuída a criação do termo “açorianidade”, num artigo sobre a condição histórica, geográfica, social e humana do açoriano, publicado em 1932.

Além do lançamento da obra do escritor de origem terceirense, a Companhia das Ilhas vai apresentar, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, a sua programação editorial para 2018 e 2019, que contempla escritores como Carlos Alberto Machado, Leonor Sampaio da Silva, Paula de Sousa Lima e Urbano Bettencourt.

27 Nov 2017

Responsáveis chineses vão ter que ler novo livro do Presidente

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilhões de responsáveis de “todas as regiões e departamentos da China” deverão ler e estudar o novo livro que compila os pensamentos e discursos do Presidente chinês, Xi Jinping, noticiou ontem a agência oficial chinesa Xinhua.

A directiva enviada pelo Partido Comunista da China (PCC) aos diferentes ramos da formação estipula como “tarefa essencial” o estudo do pensamento de Xi sobre o “Socialismo com Características Chinesas para uma Nova Era”.

Intitulado “Xi Jinping: A Governação da China”, o livro recolhe 99 discursos do Presidente chinês e foi traduzido para cerca de duas dezenas de idiomas, incluindo o português. A obrigatoriedade de ler os discursos de Xi surge num período de forte centralização do poder político chinês em torno da figura do actual Presidente, sugerindo que o sistema de “liderança colectiva”, cimentado desde finais dos anos 1970, foi desmantelado. Xi consolidou a liderança durante o XIX Congresso do PCC, realizado no mês passado, com a inclusão do seu pensamento e nome na constituição do partido.

A imprensa chinesa vem desde então a reforçar o culto de personalidade a Xi Jinping, com uma intensidade inédita desde o “reinado” de Mao Zedong, o fundador da República Popular. Num artigo recente, a Xinhua contou como um tradutor russo ficou tão absorvido na leitura de um discurso de Xi, que se esqueceu de almoçar e jantar enquanto estudava as palavras do líder chinês.

Na sexta-feira passada, o noticiário da televisão estatal CCTV abriu com quatro minutos de aplausos ininterruptos a Xi, enquanto este se encontra com cidadãos chineses. Xi Jinping tornou-se em cinco anos o centro da política chinesa, eclipsando os outros seis membros do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China.

A sua campanha anticorrupção puniu já 440 responsáveis do regime, alguns com estatuto de ministro, segundo o órgão de Disciplina e Inspeção do PCC.

Além de secretário-geral do PCC e Presidente da China, Xi é também presidente da Comissão Militar Central, chefia a recém-criada Comissão Central de Segurança Nacional e o “grupo dirigente” encarregue de supervisionar o programa de “aprofundamento geral das reformas”. Um outro organismo novo, responsável pela “segurança do ciberespaço”, é também dirigido por Xi.

25 Nov 2017

Ávila pronto para a “finalíssima” de Xangai

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] decisão do título de campeão de 2017 do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) está agendada para este fim-de-semana no Circuito Internacional de Xangai. Apesar de ter sido forçado a abandonar na última ronda do campeonato em Wuhan, devido a um problema de motor quando se preparava para conquistar mais um lugar no pódio, Rodolfo Ávila ainda tem possibilidades matemáticas de ser campeão na última prova do ano, no entanto, a prioridade do piloto português de Macau será ajudar a equipa SVW333 Racing.

Esta será a segunda visita esta temporada do mais forte campeonato de carros de Turismo do continente asiático ao circuito de Fórmula 1 da República Popular da China. Na primeira visita do CTCC ao circuito da cosmopolita cidade de Xangai, no mês de Julho,  Ávila obteve um sexto e um décimo segundo lugar, num fim-de-semana em que na segunda corrida foi atingido por um adversário quando rodava nos lugares cimeiros.

“Vamos para a última corrida da temporada onde vou tentar mais uma vez andar nos lugares da frente. Devido aos bons resultados nas últimas corridas, o nosso carro vai estar mais pesado, o que nos vai dificultar um pouco a tarefa, mas vou dar o meu melhor”, afirma Ávila que pela primeira vez ano disputou um campeonato de carros de Turismo.

O piloto da RAEM está ciente que nesta última prova do ano, quando há um título de Pilotos e outro de Construtores para atribuir, as tácticas das equipas vão se sobrepor à vontade e rapidez dos pilotos.

“A prioridade do fim-de-semana será sempre que um dos pilotos da SAIC Volkswagen se sagre campeão e qualquer um de nós os quatro ainda tem possibilidades matemáticas de ser campeão. Como não pontuei na última corrida, as minhas hipóteses são muito limitadas, portanto o meu fim-de-semana irá muito provavelmente decorrer um pouco ao sabor da estratégia montada pela equipa”, explica o piloto do VW Lamando GTS nº9 que vai concluir a sua época de estreia no CTCC.

O fim-de-semana arranca na sexta-feira, com duas sessões de treinos-livres. No sábado, pela manhã, será realizada a sessão de qualificação, enquanto que a primeira corrida está agendada para as 15:20 (GMT+8). A temporada encerra com uma segunda corrida de dez voltas à 13:10 (GMT+8).

25 Nov 2017

Turismo | Portugal negoceia acolhimento de estagiários

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] secretária de Estado do Turismo de Portugal, Ana Mendes Godinho, disse ontem em Macau que terá várias reuniões na cidade, nomeadamente para promover a ida de estagiários para Portugal. O objectivo é ajudar a hotelaria a capacitar-se para receber turistas deste mercado.

“Vou ter encontros com investidores de Macau, vou ter reuniões com o instituto de formação [para Macau] para dinamizarmos o intercâmbio de alunos e de estagiários numa lógica de levarmos estagiários de Macau para os hotéis portugueses que, neste momento, querem receber chineses”, disse Ana Mendes Godinho à margem do 43.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que começou ontem no território.

Medidas que permitirão ajudar “também a capacitar” a oferta hoteleira portuguesa “para estar preparada para receber melhor o mercado chinês”, acrescentou.

“Os estágios, por exemplo, são para o que antecipamos de crescimento, queremos que continue a crescer ainda mais”, assegurou Ana Mendes Godinho.

A governante diz não ter dúvidas de que “o mercado chinês é um mercado de futuro”, tal como o indiano. Daí que, “temos que estar presentes e garantir que temos a capacitação da nossa oferta para saber receber os chineses”.

Antes, a secretária de Estado do Turismo já tinha dito que o número de hóspedes chineses em Portugal cresceu 40 por cento para 191 mil nos primeiros nove meses do ano, face ao período homólogo, acrescentando que o ritmo é para manter.

Quando questionada sobre perspectivas de novas ligações para a Ásia, Ana Mendes Godinho afirmou que este ano já se conseguiu “uma vitória histórica, que foi conseguir um voo directo entre Lisboa e Pequim”, uma “conquista enorme”, que teve uma “demonstração clara do crescimento do mercado chinês” em Portugal.

Sobre o que procuram os turistas chineses em Portugal, a governante afirmou que “procuram história, cultura, gastronomia, segurança e experiências diferentes”.

24 Nov 2017

Economia | PIB em altas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia de Macau cresceu 6,1 por cento, em termos reais, no terceiro trimestre do ano, comparativamente a igual período do ano passado, impulsionada pelo desempenho da indústria do jogo e do turismo.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), “a taxa de crescimento estreitou-se”, no segundo trimestre tinha sido de 11,5 por cento, “principalmente devido à elevada base de comparação, pois no terceiro trimestre do ano anterior a economia tinha voltado a crescer”.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu principalmente devido ao aumento de 14,6 por cento das exportações de serviços impulsionadas pelas subidas homólogas de 18,4 por cento nas exportações de serviços de jogo e de 9,4por cento das exportações de outros serviços turísticos, indicou a DSEC.

O deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, registou um crescimento anual de 2,8 por cento.

As remunerações dos empregados aumentaram, por seu turno, 2 por cento.

A diminuição anual do investimento foi motivada por uma queda anual de 32,2 por cento no sector privado, “observando-se descidas de 35,7 por cento no investimento em construção privada e de 4,5 por cento no investimento em equipamento, devido à sucessiva conclusão de obras dos grandes empreendimentos turísticos e de entretenimento”.

Já o investimento no sector público “assinalou um brusco crescimento anual de 79,0 por cento, graças ao enorme investimento do governo em diversas obras de infraestruturas”.

No comércio de mercadorias, as importações de bens desceram 6,8 por cento “dada a lenta subida da despesa de consumo privado e a notória descida do investimento”, e as exportações subiram 18,9 por cento “em virtude do sólido aumento da procura externa”.

24 Nov 2017

APAVT | Macau concretiza papel de plataforma em congresso de turismo

A realização, ontem, do 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo foi, de acordo com Alexis Tam, a plena concretização do território enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa. O evento vem ainda reforçar a denominação local de capital de turismo e lazer

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau enalteceu ontem o uso da cidade anfitriã do congresso da APAVT como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa.

No discurso de abertura do 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que arrancou na manhã de ontem em Macau, Alexis Tam afirmou que nesta reunião magna dos agentes de viagens portugueses na cidade se foi “ainda mais longe, com Macau e a APAVT a fazerem pleno uso do papel da cidade como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa”.

“Um dos pontos altos do congresso” foi “a realização de um ‘workshop’ [reuniões de trabalho] que juntou operadores de várias grandes cidades do Interior da China com profissionais de turismo portugueses. Trata-se de uma oportunidade significativa para os dois lados explorarem possibilidades de negócios e tirarem partido da aproximação que Macau proporciona entre operadores chineses e portugueses”, afirmou Alexis Tam.

O encontro, segundo o mesmo responsável, “atraiu operadores turísticos de cerca de meia centena de agências de viagens do Interior da China interessadas em dinamizar o mercado ‘outbound’ e ‘inbound’ [de e para] de Portugal-Europa-China”.

Alexis Tam saudou estes empresários “por se terem deslocado a Macau para o encontro de negócios de hoje com parceiros portugueses”.

Realização dupla

“O acolhimento do Congresso da APAVT em Macau insere-se plenamente no duplo desígnio do Governo Central para o desenvolvimento da nossa Região Administrativa Especial: de por um lado, transformar Macau num centro mundial de turismo e lazer e, por outro, de funcionar como uma plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, reforçou.

Ao nível da dinamização da aproximação entre a China e os países de língua portuguesa, o responsável referiu que as iniciativas têm decorrido sobretudo no âmbito do mecanismo de relacionamento multilateral criado em 2003 com o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, cujo Secretariado Permanente é em Macau e que conta com delegados dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Portugal no coração

“Devido às nossas relações históricas, além do Fórum de Macau, o relacionamento bilateral com Portugal é naturalmente privilegiado e mais próximo, com trocas de visitas regulares e cooperação nas mais diversas áreas. Ainda em Setembro passado tive oportunidade de visitar Portugal para encontros com as autoridades e aprofundamento das relações nas áreas da saúde, educação e cultura”, lembrou, exemplificando “o resultado das boas relações” com “o sucesso da candidatura conjunta do Arquivo de Macau e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal, da colecção denominada “Chapas Sínicas” (Registos Oficiais de Macau durante a Dinastia Qing), inscritas há poucas semanas no Registo da Memória do Mundo da UNESCO”.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura disse ainda que, enquanto destino anfitrião do evento deste ano, “é extremamente gratificante verificar a mobilização que o congresso nacional da APAVT em Macau gerou”, aludindo aos mais de 700 congressistas presentes, 650 dos quais, segundo fonte oficial da APAVT, são portugueses.

Este número de congressistas é “a maior afluência dos últimos 20 anos, tendo ultrapassado todas as expectativas”, disse a mesma fonte à Lusa, o que obrigou pela primeira vez na história da associação a suspender inscrições.

24 Nov 2017

Conselho Executivo | Criado quinto Juízo Criminal no TJB

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Tribunal Judicial de Base (TJB) vai passar a ter um quinto Juízo Criminal. O Conselho Executivo terminou ontem a discussão sobre a matéria e, segundo um comunicado, a criação de um novo Juízo Criminal visa “aumentar a eficiência dos julgamentos no âmbito do processo penal”. “Após oito novos juízes dos Tribunais de Primeira Instância e o presidente do Tribunal Colectivo dos Tribunais de Primeira Instância terem tomado posse no corrente mês para o cumprimento das suas funções, o Governo propôs a criação de mais um Juízo Criminal no Tribunal Judicial de Base, bem como a redistribuição e reafectação dos processos dos actuais quatro Juízos Criminais, permitindo deste modo concretizar mais eficientemente a justiça judiciária e responder às necessidades sociais”, lê-se ainda. Na prática, “os processo são redistribuídos de modo a assegurar a repartição aleatória e equitativa do serviço, a fim de que a secção de processos do quinto Juízo Criminal receba um quinto dos processos das restantes secções de processos dos quatro Juízos Criminais”.

24 Nov 2017

Presidente chilena destaca importância da China para o futuro do mundo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidente do Chile, Michelle Bachelet, destacou na terça-feira a importância da China e da Ásia-Pacífico dizendo que o mundo actual gira em volta dessa área geopolítica. “Sabemos muito bem que nossa relação com a China e com a Ásia-Pacífico em particular é fundamental para que possamos chegar ao nosso destino.

O mundo actual gira mais do que nunca em torno do Pacífico e, portanto, nos faz olhar nessa direcção”, afirmou Bachelet na celebração do 10º aniversário do Instituto Confúcio da Universidade de Santo Tomás, em Santiago, ocorrido no Centro Regional do Instituto Confúcio para a América Latina (Crical), com sede na cidade.

A presidente indicou que os laços entre ambos os países não se limitam ao facto de que a China já seja o principal parceiro comercial do Chile, mas vão mais à frente. “É um dos nossos principais parceiros políticos no caminho da abertura, da integração e da cooperação para o progresso. Acredito que percorremos um caminho muito positivo nas últimas décadas, de modo que temos que continuar avançando para chegar a passos firmes no nosso objectivo”, assinalou Bachelet.

A presidente sublinhou que as relações entre ambas as nações remontam a muito tempo e sublinhou que o Chile foi pioneiro em diversos marcos com a China. “Fomos o primeiro país (na América do Sul) a reconhecer a República Popular da China, o primeiro (na América Latina) a reconhecer sua economia socialista de mercado, o que lhe permitiu entrar na Organização Mundial do Comércio, e o primeiro país (latino-americano) a assinar um acordo de livre comércio (ALC) com a China, numa data que coincidiu com a inauguração do primeiro Instituto Confúcio em nosso país”, observou a mandatária.

A ALC, comentou, foi chave para que as economias de ambos os países continuassem a expandir-se. “Graças à ALC, o comércio bilateral cresceu a uma taxa média anual de 16%, chegando no ano passado a US$ 31,4 mil milhões”, explicou.

Bachelet sublinhou que as relações no futuro entre a China e o Chile estão bem asseguradas com a ampliação do novo tratado de livre comércio recentemente assinado na última cimeira da Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC), realizada no Vietname.

Por outro lado, a presidente destacou a importância do Instituto Confúcio para garantir as relações entre a China e o Chile. “Ao longo de todos estes anos temos dado grandes contribuição à construção de pontes transpacíficas que nos permitem avançar em nossa meta de nos tornar em uma plataforma de conexão entre a América do Sul e a Ásia, região em que a China cumpre por seu tamanho, dinamismo e riqueza cultural, um papel protagonista que é fundamental para a aproximação entre nossos continentes”, disse. E inclusive atreveu-se a insinuar que assim que terminar a sua presidência aprenderá mandarim, “o idioma no qual se discutirão os grandes temas do século XXI”. “O Instituto Confúcio é o principal meio de difusão do idioma e da cultura chinesa em nosso país através de cursos, oficinas e diferentes actividades culturais às quais no próximo ano, a partir de Março, penso em me inscrever”, afirmou. Antes do seu discurso, a presidente foi a uma exposição de cultura chinesa e aprendeu a escrever o seu nome em chinês.

O Instituto Confúcio da Universidade Santo Tomás formou nos últimos dez anos mais de 12 mil alunos que aprenderam o idioma e a cultura chinesa, dos quais 200 tiveram a oportunidade de viajar ao país asiático. Hoje, encontra-se presente em 19 cidades e a sede de Punta Arenas (capital de Patagonia, sul do Chile) é o Instituto Confúcio mais ao sul do mundo. O reitor da Universidade Santo Tomás, Jaime Vatter, insistiu que esta instituição abre aos seus alunos “um mundo de oportunidades num contexto onde a oportunidade de que o Chile seja a ponte entre a Ásia e a América Latina é cada vez mais certa”.

23 Nov 2017

China | Gays e lésbicas ocultam homossexualidade com casamentos de conveniência

Os preconceitos fazem com que gays e lésbicas casem entre si para escapar à pressão social

Joanna Chiu, AFP

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando a chinesa Xiaoxiong e a sua companheira decidiram ocultar a relação dos seus pais, tiveram uma ideia: um casamento de conveniência com dois homens gays. Mas encontrar candidatos revelou-se complicado, e Xiaoxiong decidiu criar um fórum na internet para colocar homens e mulheres homossexuais em contacto. Os casamentos de conveniência resultam de pressões familiares e sociais na China, onde a união entre pessoas do mesmo sexo não é permitida e a homossexualidade é um tema tabu.

“Eu estava tão aliviada por encontrar esta solução para agradar aos meus pais, sem ficar presa a um casamento com um pobre heterossexual”, explica Xiaoxiong, que oculta seu nome verdadeiro para proteger a sua privacidade. “Algumas de nós quisemo-nos enganar” com esses casamentos, diz a mulher, de 35 anos.

Xiaoxiong vive com Xiaojing, de 36 anos, o seu cão e dois gatos em Shenyang, a capital da província de Liaoning, no nordeste da China. Mas durante as festas e reuniões familiares, juntam-se aos seus maridos para interpretar o papel de esposas diante das suas famílias.

“Vontade de vomitar”

“Depois de completar 25 anos, meus pais começaram-me a pressionar muito para que eu me casasse. Então, resolvi procurar ideias na internet”, explica Xiaoxiong, que criou o fórum de mensagens on-line QQ para encontrar o casal ideal e ajudar outras jovens lésbicas.

Os primeiros homens contactados não gostaram: exigiam que elas deixassem o cabelo crescer ou que mudassem de cidade para viver na mesma casa que os seus futuros sogros, entre outros pedidos que foram considerados inaceitáveis.

Em 2012, acabou por se casar com um professor de matemática 10 anos mais velho, cuja atitude tranquila lhe agradou. No entanto, ela ainda reage mal quando vê as fotos da festa de casamento, onde usou o tradicional vestido branco. Sobre o vídeo da ocasião, diz que “dá vontade de vomitar”.

Ao contrário de Xiaoxiong e da sua companheira, 90% dos 20 milhões de gays na China são casados com mulheres que ignoram a orientação sexual de seu marido, segundo um estudo da universidade de Qingdao publicado em 2012. Um dado que mostra a importante pressão social sofrida pelos homossexuais.

Outros recorrem a vários sites criados para entrar em contacto com lésbicas que querem optar por casamentos de conveniência. O maior deles, o ChinaGayLes.com, diz ter mais de 400.000 utentes e 50.000 uniões em 12 anos.

Solução milagrosa?

Xiaojing, que está há oito anos com Xiaoxiong, encontrou um marido gay quase ao mesmo tempo que ela. As duas mulheres dirigem um centro de medicina tradicional chinesa e dedicam várias horas por semana para responder as perguntas em seu fórum de encontros.

Apesar de sua escolha, Xiaojing adverte que os casamentos de conveniência podem causar problemas. “Algumas pessoas precipitam-se e casam-se com alguém que vieram de conhecer”, explica. “Mas tem que ser como para um verdadeiro casamento. Só funciona se os dois concordarem com o essencial, como o lugar onde vão morar, se vão ter filhos ou se estão realmente preocupados um com o outro”.

Reticências

Alguns militantes da causa homossexual desaprovam esses matrimónios. “Ao pretender ser heterossexuais e beneficiarem das vantagens sociais, deixam os demais LGTB (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais) sozinhos perante as pressões”, declara à AFP Ah Qiang, director da associação chinesa PFLAG, que reúne pais e familiares de homossexuais.

“Um dos motivos pelos quais a homofobia continua a ser tão forte na China é que muitos heterossexuais não conhecem ninguém abertamente gay”, lamenta.

Xiaoxiong e Xiaojing estão convencidas de uma coisa: as suas famílias sabem da sua orientação sexual, mas não querem aceitar. “Não precisamos de muito para a nossa felicidade”, insiste Xiaoxiong. “Quando estamos em casa, sentadas juntas, sentimo-nos serenas e felizes”.

23 Nov 2017

Turismo | Congresso arranca hoje e reúne mais de 700 pessoas

Começa hoje o 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, na Torre de Macau. O evento bate, nesta edição, o recorde de participantes. A organização teve de recusar candidaturas e vai receber mais de 700 agentes ligados ao sector do turismo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) começa hoje, na Torre de Macau, e reunirá mais de 700 congressistas de todas as áreas, para debater o sector.

A reunião anual destes agentes de turismo vai contar, nesta edição, com “mais de 700 congressistas, sendo 650 portugueses”, disse fonte oficial da APAVT à agência Lusa.

“Podemos dizer que é a maior afluência dos últimos 20 anos, tendo ultrapassado todas as expectativas, o que nos obrigou pela primeira vez a suspender inscrições”, acrescentou.

Uma nota da APAVT já referia, anteriormente, que “o sucesso” da iniciativa tinha obrigado “a condicionar a aceitação de novas inscrições à disponibilidade de alojamento que, caso a caso, se consiga obter, facto que acontece pela primeira vez na história deste evento”.

Uma vez mais, sublinha a APAVT, “o congresso deste ano reflecte nos seus painéis a transversalidade desta actividade, voltando a assumir-se como o mais importante fórum do sector turístico nacional”.

Abertura de honra

No primeiro dia de congresso, a abertura oficial tem como oradores a secretária de Estado do Turismo de Portugal, Ana Mendes Godinho, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, e o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.

“Os desafios e a responsabilidade de ser português”, que contará, entre outros, com o ex-presidente da Assembleia da República Jaime Gama e com o politólogo e empresário Jaime Nogueira Pinto, e o ‘workshop’ Portugal – China preencherão o primeiro dia do congresso.

Nos restantes dias, abordar-se-ão, entre outros, temas como “Turismo – a transformação digital no caminho das oportunidades”, “O papel do Turismo na reinvenção do crescimento económico em Portugal” ou “O valor económico da distribuição turística em Portugal”.

Relações de proximidade

A 16 de Fevereiro, quando foi enunciado o evento, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau lembrava que tem vindo a manter uma relação de proximidade histórica com a APAVT, tendo Macau acolhido quatro congressos da associação no passado”, o último em 2008.

“A parceria tem sido crucial no sucesso da atractividade de Macau junto dos operadores e turistas portugueses”, afirmavam então os Serviços de Turismo de Macau.

Nessa altura, eram esperados cerca de 500 profissionais do turismo português, em particular operadores turísticos e agentes de viagens.

A directora da DST, Helena de Senna Fernandes, considerou “uma honra acolher uma vez mais este importante congresso” e destacou a relevância do evento “ao contribuir simultaneamente para a diversificação da indústria turística de Macau, e para o reforço da estratégia de promoção e de crescimento do número de turistas internacionais”.

O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, também citado no comunicado, afirmava que “o anúncio desta decisão constitui uma enorme alegria para todos”, já que revela que a “atmosfera económica e a dinâmica da procura em Portugal” está agora “mais positiva e confiante”, permitindo à associação “voltar a optar por um congresso fora das fronteiras de Portugal”.

“Macau é um destino histórico que, estando em permanente desenvolvimento, reúne todas as condições para cativar o interesse dos nossos operadores turísticos e agentes de viagens, e através deles os clientes nacionais”, acrescentava.

23 Nov 2017

LAG 2018 | Secretária invocou economia para não proceder a reformas no sistema político

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça de Macau disse ontem que lançar novo processo de reforma política “não é favorável ao desenvolvimento” económico, mas deputados pró-democracia discordaram que as alterações introduzidas desde 2001 tenham afectado a economia. “Em 2012, procedemos à reforma, demos um passo para a reforma do sistema político”, disse Sónia Chan, indicando que, desde então, passou “muito pouco tempo” e que é “preciso consolidar os resultados”.

“Se houver alterações frequentes ao sistema político, isto não é favorável ao desenvolvimento da economia, da sociedade. Por isso, temos de consolidar os frutos sobre o actual sistema político (…). Só depois é que podemos pensar no próximo passo”, acrescentou a governante, que falava no segundo dia da apresentação das Linhas de Acção Governativa da sua tutela na Assembleia Legislativa.

O campo pró-democracia, actualmente com três deputados no hemiciclo, tem ao longo dos anos reiterado o pedido ao governo para cumprir a promessa de “promover paulatinamente o desenvolvimento da política democrática”. Eleito pela população, Sulu Sou, o mais jovem deputado de Macau, com 26 anos, foi um dos eleitos pela população a discordar da posição hoje reiterada pela secretária.

“Que a reforma administrativa não é favorável ao desenvolvimento social, eu não concordo, porque em 2007 e 2008 o nosso sistema político mudou. A comissão para [a eleição] do chefe do Executivo passou de 200 para 300 membros. Porque é que essas mudanças vão contribuir com factores desfavoráveis ao desenvolvimento?”, replicou Sulu Sou.

Também eleito pelo sufrágio directo, o deputado veterano Au Kam San, por sua vez, acusou Sónia Chan de ter “sempre a mesma retórica, a falar que a oscilação na política pode afectar a economia”. De facto, de 2001 até 2009 houve alterações na composição da Assembleia e a economia não foi afectada. Temos de fazer esta alteração passo a passo e isto não vai afectar a nossa economia. Acho que o seu discurso é sempre o mesmo e não tem fundamento”, concluiu.

23 Nov 2017

Corrupção | Ex-governantes do Senegal e de Hong Kong acusados nos EUA

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois antigos governantes de Hong Kong e do Senegal foram acusados nos Estados Unidos de subornarem o Presidente do Chade e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Uganda para conseguirem negócios.

De acordo com um comunicado do Ministério Público norte-americano, divulgado na segunda-feira, Chi Ping Patrick Ho, de 68 anos, e Cheikh Gadio, de 61 anos, foram acusados de, durante vários anos, terem corrompido altos responsáveis daqueles países africanos para obterem vantagens para uma petrolífera chinesa.

O mesmo comunicado indicou que os subornos representam vários milhões de dólares. O nome da empresa estatal chinesa não foi divulgado.

Cheikh Gadio é ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Senegal e Patrick Ho Chi-ping é ex-secretário para a Administração Interna do governo de Hong Kong (2002-2007).

Patrick Ho é actualmente vice-presidente de um ‘think thank’, o China Energy Fund Committee [Comité do Fundo de Energia da China], com sede na antiga colónia britânica e no estado norte-americano da Vírginia.

Ambos estão indiciados de terem violado o Foreign Corrupt Practices Act [Lei norte-americana contra Práticas de Corrupção no Exterior], entre outras acusações.

“Responsáveis ao mais alto nível dos governos dos dois países são suspeitos de terem recebido subornos”, informou Kenneth Blanco, procurador-geral assistente do Departamento da Justiça norte-americano, citando o Presidente do Chade e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Uganda, sem referir os respectivos nomes, escreve a agência noticiosa France Presse.

Fim-de-semana de detenções

O antigo ministro senegalês foi detido na sexta-feira em Nova Iorque e presente perante um juiz no dia seguinte, enquanto o ex-secretário para a Administração Interna de Hong Kong foi detido no sábado e presente a um juiz na segunda-feira.

Blanco afirmou que a justiça norte-americana estava determinada a perseguir aqueles que comprometem a competitividade das empresas.

“Os seus subornos e actos de corrupção prejudicam a nossa economia e minam a confiança num mercado livre”, acrescentou.

Os acusados são suspeitos de terem transferido quase um milhão de dólares por intermédio do sistema nova-iorquino.

Em troca de um suborno de dois milhões de dólares, o Presidente do Chade terá presumivelmente oferecido à empresa chinesa direitos petrolíferos no país sem passar por um concurso internacional. O antigo ministro senegalês terá desempenhado um papel central neste caso.

Por sua vez, Patrick Ho terá alegadamente distribuído presentes ao mesmo tempo que prometeu outros benefícios, incluindo a partilha dos lucros de uma ‘joint-venture’, bem como a potencial aquisição de um banco no Uganda, com vista a obter benefícios para a empresa de energia para a qual desempenhou o papel de intermediário.

No final de Agosto, a justiça norte-americana condenou o antigo ministro das Minas e Energia da Guiné-Conacri Mahmoud Thiam a sete anos de prisão por branqueamento de capitais e subornos recebidos de empresas chinesas.

Nascido em Conacri, Thiam tinha sido declarado culpado em Maio. O antigo ministro tinha, nomeadamente utilizado os 8,5 milhões de dólares recebidos para pagar a escola dos seus filhos e comprar uma casa no valor de 3,75 milhões de dólares perto de Nova Iorque.

22 Nov 2017

Negligência | Detidas 18 pessoas por incêndio que fez 19 mortos

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ezoito pessoas foram detidas pela polícia de Pequim, por alegada negligência, no incêndio que no fim de semana passado causou 19 mortos num edifício residencial da cidade, noticiou ontem a agência oficial chinesa Xinhua.

Sete dos detidos eram administradores do edifício, e os restantes electricistas e trabalhadores da construção civil, indicou a Xinhua.

De acordo com as investigações preliminares, o incêndio, um dos mais graves na capital, nos últimos anos, terá começado nos sistemas de refrigeração, situados na cave do edifício, num subúrbio de Pequim.

Nenhum dos 11 electricistas ou operários detidos tinham a qualificação necessária para exercer a actividade, indicaram as conclusões da investigação.

Entre os 19 mortos, oito eram menores de idade e, entre os oito feridos, sete continuam em estado grave, disseram as autoridades do distrito de Daxing.

O fogo começou às 18:15 de sábado e demorou três horas até ser controlado.

Mais de 400 pessoas viviam no edifício.

Sede de um município com cerca de 22 milhões de habitantes, a maioria dos residentes em Pequim são trabalhadores migrantes.

Os altos preços do imobiliário e o restrito sistema de residência da capital, conhecido como “hukou”, mantêm muitos destes trabalhadores em bairros degradados na periferia.

22 Nov 2017

Portugal | Governo diz que “é possível diversificar o investimento” chinês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, afirmou segunda-feira que “é possível diversificar o investimento da República Popular da China em Portugal”, salientando que o país é um “parceiro económico incontornável”.

O governante falava no seminário “Cooperação no comércio, investimento e capacidade produtiva”, organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Fórum Macau e o IPIM – Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, que decorreu em Lisboa.

“A República Popular da China é um parceiro económico incontornável”, afirmou Eurico Brilhante Dias, salientando que a organização deste evento, onde a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, esteve presente, “é mais um passo no aprofundamento das relações entre os dois países”.

“Não temos uma visão de curto prazo, acreditamos em parcerias de investimento a longo prazo, de longa duração e cremos que é possível diversificar o investimento na República Popular da China em Portugal”, não só em sectores de inovação como as tecnologias de informação e comunicação (TIC), como também na área das infra-estruturas.

“Portugal apresenta, no caso por exemplo do Porto de Sines, boas e novas oportunidades de investimento que o Governo português” sinalizou no mês passado na República Popular da China, prosseguiu o secretário de Estado da Internacionalização.

Destacou o voo directo Portugal-China, que arrancou este ano e que representou “um passo fundamental para o aprofundamento” do relacionamento económico entre os dois países.

Dois focos

Eurico Brilhante Dias sublinhou que “há duas áreas” que o Governo português considera importante “aprofundar de forma prioritária”.

A primeira diz respeito “à identificação e à eliminação de barreiras de acesso aos mercados e, no nosso caso, no acesso ao mercado da República Popular da China, com acento particular na área do agro-alimentar”, sublinhou.

“Acreditamos no desenvolvimento de plataformas logísticas de produtos portugueses na República Popular da China, é um passo importante”, acrescentou.

O governante destacou “os esforços continuados” no âmbito do quadro de políticas de eliminação de barreiras fitossanitárias, apontando que esta é uma área que deve ser melhorada e em que Portugal “já manifestou absoluta disponibilidade” para o efeito.

A segunda área assenta no financiamento.

Brilhante Dias sublinhou que o Governo português, junto das autoridades da Região Administrativa Especial de Macau, “manifestou a sua vontade para poder construir um instrumento de co-financiamento entre Portugal”, o qual deverá estar “prioritariamente focado no comércio e no desenvolvimento de projectos de pequenas e médias empresas”.

Por sua vez, a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, disse que há uma “forte complementaridade” para “potenciar a cooperação” entre Portugal e a China e recordou os vários sectores onde o país investiu no mercado português, desde a energia, passando pelo sector financeiro, saúde, entre outros.

Disse ainda que Macau tem “o papel de ponte insubstituível entre a China e Portugal”.

Gao Yan sublinhou que a China tem manifestado uma “atitude de querer ser mais aberta ao mundo” e convidou o Governo português e os empresários portugueses a estarem presentes na exposição internacional de importação que o país vai realizar.

22 Nov 2017

Cirurgião descarta dilemas éticos em transplante de cabeça

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] cirurgião chinês Ren Xiaoping, que realizará em conjunto com o italiano Sergio Canavero o primeiro transplante de sempre de uma cabeça humana, recusou ontem “problemas éticos” nesta intervenção, afirmando que “são médicos e não filósofos”.

“Este transplante alimentará debates na imprensa, mas o que queremos é desenvolver o modelo de operação, para contribuir para que esta tecnologia avance”, disse ontem Ren, numa conferência de imprensa na cidade de Harbin, onde se realizará a intervenção.

Na semana passada, Canavero afirmou que o primeiro transplante de uma cabeça se realizará na China, face às dúvidas de que a Europa ou Estados Unidos executarão aquela operação, mas Ren disse ontem que não há ainda uma data exacta.

O médico chinês confirmou que praticou aquele tipo de operação com animais como cães e cadáveres humanos, numa intervenção realizada na semana passada, e que demorou 18 horas.

E afirmou que antes da intervenção definitiva publicarão, esta semana, os resultados das suas investigações prévias na revista Surgical Neurology International.

Vários membros da comunidade científica apontaram dúvidas sobre a viabilidade deste tipo de transplante, não só por questões éticas, mas também pelo risco inerente.

“A ciência não teme a polémica”, afirmou Ren, que numa entrevista à Radio Nacional da China, na semana passada, afirmou que há mais de meio século o primeiro transplante de rins foi também polémico, antes de se converter numa prática habitual.

Canavero adiantou que o transplante poderá custar cerca de 100 milhões de dólares e envolverá dezenas de cirurgiões e outros especialistas, prevendo que demorará 24 horas.

22 Nov 2017

Coreia do Norte | Air China suspende voos para Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] companhia aérea estatal chinesa Air China suspendeu os voos entre Pequim e Pyongyang devido à fraca procura, agravando o isolamento do regime de Kim Jong-un, já sujeito a sanções das Nações Unidas.

Um funcionário do gabinete de imprensa da Air China, citado pela agência Associated Press, disse ontem que os voos “foram temporariamente suspensos, devido a operações de negócio insatisfatórias”.

O funcionário, que se identifica como Zhang, afirmou que o último voo partiu na segunda-feira e que não sabe quando recomeçará.

Pequim votou a favor da última ronda de sanções imposta pelas Nações Unidas à Coreia do Norte, visando pressionar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a abdicar do seu programa nuclear e de mísseis balísticos.

Já em Abril passado, a Air China suspendeu os voos para a Coreia do Norte, durante três semanas.

Um porta-voz da empresa, que começou a voar para a Coreia do Norte em 2009, disse então que a suspensão não se devia a razões políticas, mas à queda na venda de bilhetes.

Nos últimos meses, e face à troca de ameaças entre Pyongyang e Washington, o número de turistas chineses que visitam a Coreia do Norte caiu, enquanto sanções unilaterais adoptadas pela China prevêem o encerramento de empresas norte-coreanas no país.

22 Nov 2017

Direitos Humanos | Advogado condenado a dois anos de prisão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] advogado chinês de Direitos Humanos Jiang Tianyong foi ontem condenado a dois anos de prisão, por “incitamento à subversão do poder de Estado”, de acordo com a sentença divulgada na Internet.

Jiang recorreu às redes sociais para denegrir o Governo e as autoridades judiciais e incitou outros a subverter o poder de Estado, indicou a sentença de um tribunal da cidade de Changsha, centro da China.

No mesmo documento, colocado ‘online’ pelo tribunal, Jiang é também acusado de ter mentido ao afirmar que o advogado Xie Yang foi torturado na prisão.

Fotografias difundidas pelo tribunal mostram Jiang, que enverga um casaco preto, sentado, sem expressão, enquanto o juiz lê o veredicto.

Grupos de defesa dos direitos cívicos afirmaram que o julgamento se tratou de uma encenação e que Jiang foi vítima de uma campanha que visa extinguir qualquer oposição ao Partido Comunista Chinês (PCC), partido único no país.

Os tribunais na China são controlados pelo PCC e a taxa de condenação no país ascende a quase 100%. Grupos de defesa dos direitos humanos e vítimas indicaram que o uso de coerção para obter confissões, incluindo através da tortura física e psicológica, é comum, apesar de ser proibido pela lei chinesa.

Clientes de risco

Jiang era advogado e defendeu clientes em casos politicamente sensíveis, como o activista chinês cego Chen Guangcheng e seguidores da corrente espiritual Falun Gong, que foi banida do país.

Em 2009, as autoridades recusaram renovar a licença de Jiang.

Antes de ser detido, Jiang trabalhou para divulgar a condição dos advogados detidos durante uma campanha contra activistas, lançada em Julho de 2015.

Jiang encontrou-se com a mulher de Xie Yang, meses antes de esta difundir relatos do marido de que tinha sido espancado, privado de sono e torturado na prisão. A mulher de Xie e os dois filhos fugiram mais tarde para os Estados Unidos.

Xie foi libertado em Maio passado, depois de ter confessado os crimes de incitamento à subversão e perturbação de acções judiciais.

Jiang foi detido em Novembro passado e, em Março, apareceu na televisão estatal chinesa a afirmar que mentiu sobre a tortura a Xie.

A transmissão foi criticada por grupos de activistas e o embaixador alemão na China, Michael Clauss, afirmou que Jiang foi “obviamente condenado através de uma ‘confissão’ transmitida pela televisão chinesa antes do julgamento começar”, de acordo com um comunicado difundido pelo embaixada da Alemanha.

22 Nov 2017

Brexit  | UE pronta a oferecer “acordo comercial ambicioso”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] negociador-chefe da União Europeia para o Brexit afirmou ontem que Bruxelas está pronta a oferecer a Londres “o mais ambicioso” acordo comercial após a saída da comunidade, desde que o Reino Unido respeite as condições do divórcio.

“Se conseguirmos negociar uma saída ordenada e estabelecer regras de jogo que sejam justas, a nossa relação futura terá todas as razões para ser ambiciosa”, afirmou Michel Barnier num discurso em Bruxelas.

Nestas condições “a União Europeia (UE) estará pronta a oferecer [ao Reino Unido] a abordagem mais ambiciosa [no que diz respeito] aos tratados de livre-comércio”, salientou o responsável comunitário.

A abertura das negociações comerciais com Londres requer um prévio estabelecimento de regras quanto às condições do divórcio, como por exemplo as regras financeiras ou quais as consequências de uma separação para a Irlanda.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, deu ao Reino Unido até ao início de Dezembro para avançar com estes ‘dossiers’ prioritários.

Se Londres não avançar com este processo, Tusk diz que não poderá propor aos dirigentes dos 27 restantes Estados-membros que dêem luz verde ao início da segunda fase de negociações com o Reino Unido. Esta proposta poderia surgir no decorrer da próxima cimeira da UE, em meados de Dezembro.

Prontos para tudo

Londres tem vindo a reclamar, de forma insistente, a abertura de negociações paralelas sobre a futura relação comercial com o bloco da UE, algo que Bruxelas tem recusado.

Os restantes 27 querem primeiro fechar o acordo do Brexit e só depois negociar um tratado comercial.

No entanto, na última cimeira europeia – em Outubro – os Estados-membros aceitaram – como um gesto de boa vontade – iniciar os “preparativos internos” com vista às negociações futuras.

De qualquer forma, disse Michel Barnier, a UE está pronta para o cenário de “fim das negociações sem acordo”, mesmo que não o deseje.

“O ‘no deal’ não é o nosso cenário, ainda que estejamos prontos para isso mesmo”, recordou Barnier.

21 Nov 2017

Raymond Tam | Serviços meteorológicos de Macau visitaram Cantão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director dos Serviços Meteorológicos de Geofísicos, Raymond Tam, está focado em melhorar as competências de previsão e avisos de tempo adverso e realizou uma visita ao Serviços Meteorológicos de Zhuhai. O encontro teve lugar na semana passada e revelado, ontem, através de um comunicado dos SMG.

“Com o objectivo de melhorar as competências de previsão e avisos de tempo adverso em Macau, nomeadamente, tufões e a inundações de tempestade ‘storm surge’, no dia 15 de Novembro, o director dos SMG, Tam Vai Man, visitou o ‘Zhuhai Meteorological Bureau’ e encontrou-se com o Director do ‘Guangdong Meteorological Sevice’, Zhuang Xudong”, poder ler-se na nota de imprensa.

O encontro teve como objectivo “discutir acções conjuntas e laços de cooperação em previsão e avisos meteorológicos entre Guangdong e Macau”.

Contudo, esta não vai ser a única actividade no âmbito da cooperação entre as regiões, com os responsáveis a terem planeado, para o início do próximo mês, uma visita ao Centro de Disseminação de Informações de Aviso de Emergência de Guangzhou.

O organismo liderado pelo também director das Direcção de Serviços de Protecção Ambiental espera que a segunda visita permita compreender melhor a previsão do tempo e a prevenção de desastres meteorológicos, assim como aproveitar a experiências do Interior da China “para melhorar as competências de previsão e avisos de tempo adverso, sobretudo, tufões e inundações de tempestade ‘storm surge’ em Macau”.

21 Nov 2017