Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Taiwan fabrica 66 aviões de treino avançado até 2026 [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan vai fabricar 66 aviões de treino avançado até 2026, desenvolver novos motores de aeronaves e componentes-chave de aviões de combate de última geração, anunciou no fim-de-semana o Ministério da Defesa. Segundo a agência Efe, Taiwan contratou a Corporação de Desenvolvimento Industrial Aeroespacial (AIDC, na sigla em inglês) para o desenvolvimento e fabrico dos aviões, um plano de fortalecimento das forças armadas para os próximos cinco anos, e que visa fazer frente ao avanço militar chinês. Em comunicado, o Ministério indica que a empresa já iniciou a montagem do primeiro dos 66 aviões e que pretende realizar testes no solo em Setembro de 2019. O Ministério da Defesa de Taiwan acrescenta que o primeiro voo está planeado para Junho de 2020. Os novos aviões vão substituir as actuais aeronaves de treino AT-3 e também os F-5E e F, de fabrico norte-americano. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, lançou um programa de modernização militar, que inclui o aumento dos gastos da defesa até 3 por cento do Produto Interno Bruto, a aquisição de equipamento tecnológico norte-americano e a produção de submarinos, aviões, navios e mísseis em Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Presidente da África do Sul inicia visita de Estado à China O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, iniciou ontem uma visita de Estado à China onde vai copresidir à cimeira China-África, que decorre até amanhã, em Pequim [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]visita de Ramaphosa à China, a convite de Xi Jinping, “é um gesto de retribuição” por parte do chefe de Estado que foi anfitrião de uma visita de Estado do seu homólogo chinês em 24 de Julho, véspera da cimeira BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul (Brics) em Joanesburgo, disse a presidência em comunicado. A visita do chefe de Estado sul-africano começará com a colocação de uma coroa de flores no “Monumento dos Heróis do Povo” na praça de Tiananmen, em homenagem aos que perderam a vida “nas guerras do povo chinês pela libertação, independência e liberdade”. De acordo com a presidência, Ramaphosa vai reunir-se depois com o primeiro-ministro Li Keqiang na residência oficial ‘Diaoyutai State Guest House’ antes de participar na cerimónia de boas-vindas oferecida por Xi Jinping no Grande Salão do Povo. Durante a sua estada na China, Cyril Ramaphosa participará ainda na cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), a ter lugar em Pequim de 3 a 4 de Setembro sob o tema: “China e África: rumo a uma comunidade ainda mais forte, com um futuro compartilhado através da cooperação mutualmente benéfica”. O Fórum, criado em 2000 como plataforma multilateral de cooperação entre a República Popular da China (PRC, na sigla em inglês) e os países africanos com relações diplomáticas oficiais com a PRC, será copresidido por Cyril Ramaphosa e Xi Jinping. A África do Sul, que acolheu a última cimeira do Fórum China-África em 2015, entregará a presidência do FOCAC a um novo país africano, após seis anos no cargo (2012 a 2018). Segundo a presidência, a África do Sul, como presidente cessante, “irá centrar os seus esforços em assegurar um papel mais importante para a Comissão da União Africana no FOCAC, bem estreitar relações com as comunidades económicas regionais e a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD)”, o programa de desenvolvimento socioeconómico da União Africana. Ligação a Pretória A nível bilateral, a China tem sido o principal parceiro comercial da África do Sul por nove anos consecutivos, segundo dados divulgados ontem pela ministra das Relações Internacionais e Cooperação, Lindiwe Sisulu. Em 2017, o comércio bilateral entre os dois países cresceu 11.7 por cento para 39.17 biliões de dólares, vinte vezes maior do que no arranque das relações diplomáticas entre Pretória e Pequim. A África do Sul é o principal destino do investimento chinês em África, com investimentos acumulados de mais de 25 biliões de dólares em Junho de 2017. A governante sublinha ainda que “mais de 180 grandes empresas chinesas e milhares de pequenas e médias empresas estabeleceram-se no país”, acrescentando que, “além disso, a África do Sul recebe o maior número de turistas chineses em África, tendo 100.000 cidadãos visitado o país em 2017”. Na opinião de Lindiwe Sisulu, a China tornou-se um importante parceiro de investimento para a África do Sul, “estimulando a transformação e o desenvolvimento económico e social do país”. “Em muitas áreas, a parceria China-África proporcionou resultados concretos que são benéficos para África”, escreve Lindiwe Sisulu, num artigo publicado na edição de ontem do semanário sul-africano City Press. “África está empenhada em utilizar ao máximo esta parceria em termos de acesso de mercado e oportunidades de negócio. Existe também a necessidade de alinhar a parceria com os objectivos estratégicos da UA (União Africana). Neste sentido, esperamos consolidar uma parceria China-África ainda mais forte através da cooperação mutualmente benéfica na Cimeira do FOCAC 2018”, diz Sisulu. Na visita à China, o Presidente Ramaphosa é acompanhado pela sua esposa Tshepo Motsepe, e os ministros Lindiwe Sisulu (Relações Internacionais e Cooperação), Naledi Pandor (Ensino Superior), Rob Davies (Comércio e Indústria), Pravin Gordhan (Empresas Públicas), Edna Molewa (Assuntos Ambientais), Gugile Nkwinti (Água e Saneamento), Blade Nzimande (Transportes), Derek Hanekom (Turismo), Nhlanhla Nene (Finanças) e Senzeni Zokwana (Agricultura, Silvicultura e Pescas), disse a presidência sul-africana.
Hoje Macau SociedadeHotelaria | “The 13” aberto, mas só para reservas especiais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Hotel “The 13”, localizado às portas de Coloane, abriu portas na sexta-feira, mas apenas para “reservas privadas”, afirmou um porta-voz da South Shore Holdings, a empresa proprietária da unidade hoteleira, ao GGRAsia. Segundo o portal especializado em jogo, pelo menos durante o dia de sexta-feira não só não era permitida entrada a transeuntes como não era possível reservar um quarto nem através do ‘site’ oficial do hotel nem via telefone. A inauguração do luxuoso hotel sofreu uma série de adiamentos, atribuídos a atrasos nas obras e dificuldades de financiamento. A empresa proprietária também já expressou a vontade de abrir um casino no “The 13”, algo que, de acordo com o que adiantou no início do ano, estima vir a acontecer somente a 31 de Março de 2019. Porém, a data pode estar dependente de outros factores, como a assinatura de um acordo formal com uma das seis operadoras de jogo e, claro, do aval do Executivo.
Hoje Macau SociedadeDengue | Serviços de Saúde advertem para risco elevado [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a sequência das chuvas dos últimos dias e dos surtos em Hong Kong, Cantão e Taiwan, os Serviços de Saúde advertem para o risco elevado de propagação da febre de dengue. Os serviços não descartam a possibilidade de ocorrência de casos locais e apelam aos residentes para não descurarem as medidas de prevenção. Em comunicado, divulgado na noite de quinta-feira, os Serviços de Saúde indicam que, até Julho, foram realizadas mais de cinco mil inspecções a fontes de proliferação de mosquitos, incluindo zonas de alto risco, como terrenos abandonados.
Hoje Macau SociedadeHabitação | Sin Fong Garden pode ir abaixo dentro de 30 dias [dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ong Man Sang, presidente da comissão de gestão do condomínio do edifício Sin Fong Garden, anunciou que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) emitiu no passado dia 24 de Agosto uma autorização para a demolição do prédio. O trabalho poderá começar dentro de 30 dias. Lo Chi Cheong, director-geral da Tat Cheong – Companhia de Construção e Engenharia, Limitada, referiu em conferência de imprensa organizada na passada sexta-feira que será a primeira vez que, em Macau, se realiza a demolição de um edifício com 30 andares. O responsável avançou que as obras de reconstrução podem demorar cerca de dois anos e meio até ficarem concluídas, com um orçamento estimado em 200 milhões de patacas. De acordo com o jornal online All About Macau, Loi Chi Cheong adiantou que a mesma empresa que irá demolir a central eléctrica da CEM, localizada na zona da Areia Preta, será a responsável pela demolição do edifício habitacional. A empresa garantiu à publicação a segurança dos edifícios adjacentes ao Sin Fong Garden. O responsável pela gestão de condomínio do edifício lembrou os problemas que os donos das casas têm tido nos últimos seis anos, desde que se verificou que o Sin Fong Garden corria o risco de cair, dadas as deficiências detectadas na estrutura. Quem continua a estar contra a demolição pode manifestar a sua oposição antes do dia 20 de Setembro. Caso contrário, a demolição arranca no prazo previsto, explicou.
Hoje Macau SociedadeTerrorismo | Polícia Judiciária cria divisão própria [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polícia Judiciária (PJ) anunciou que vai criar uma divisão especial para investigar casos suspeitos de terrorismo, uma vez que, com a revisão da lei da PJ, em 2006, o combate a este tipo de crimes passou a fazer parte das suas competências. De acordo com o Jornal do Cidadão, o director da PJ, Sit Chong Meng, o pessoal da nova divisão será mobilizado para diferentes serviços, prevendo-se que, até finais deste ano, ou até 2019, se possam proceder aos trabalhos de criação da nova secção da PJ.
Hoje Macau PolíticaCooperação | Associações tradicionais abrem escritórios na China [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]uas associações tradicionais com representação política no hemiciclo, a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e a União Geral das Associações de Moradores de Macau (Kaifong), têm planos para expandir a sua representação no interior da China. A FAOM já tem um escritório em Zhuhai e, de acordo com a imprensa chinesa, Leong Sun Iok, deputado ligado a esta associação, justifica a presença na cidade vizinha com os oito mil residentes da RAEM que lá vivem. Também os Kaifong planeiam abrir um gabinete na cidade de Zhongshan, noticiou ontem o jornal Ou Mun.
Hoje Macau PolíticaAL | Ho Ion Sang defende melhorias no processo de consultas públicas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ho Ion Sang traçou o balanço da primeira legislatura do hemiciclo e apontou falhas no processo de realização de consultas públicas. De acordo com um comunicado, Ho Ion Sang lembrou que, nos últimos meses, têm ocorrido várias polémicas, tais como a suspensão das consultas públicas sobre a revisão da lei do trânsito, do projecto do crematório e os atrasos nas obras do Metro Ligeiro. Para o deputado, estes casos mostram que há falta de transparência na forma como se governa e ineficácia no aproveitamento dos cofres públicos. Ho Ion Sang considera que os cidadãos poderiam concordar com muitos desses projectos que foram suspensos se tivesse sido devidamente informados. Dessa forma, o deputado defende que os membros do Governo devem aprender a lição com estas experiências, sem ignorar o desenvolvimento social e as opiniões dos residentes.
Hoje Macau Manchete PolíticaCimeira China-África | Fórum Macau defende relações bilaterais Glória Batalha Ung, secretária-geral adjunta, defendeu que o sucesso do Fórum China-África, que se realiza hoje e amanhã em Pequim, passa pelo fomento de relações bilaterais [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]importância da participação dos países africanos de língua portuguesa no Fórum China-África “deve ser avaliada no contexto das relações bilaterais” que estes mantêm com Pequim, disse à agência Lusa a secretária-geral adjunta do Fórum de Macau. Em causa, enuncia Glória Batalha Ung, está a participação de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, os cinco países africanos entre o oito que fazem parte do Fórum de Macau, uma plataforma de cooperação multilateral entre a China e os países de língua portuguesa. A terceira edição do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) deverá juntar em Pequim, entre hoje e amanhã, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano. A cimeira contará com três novos países: São Tomé e Príncipe, Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China. Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 3 mil milhões dólares, com destaque para novos sectores como indústria, finanças, turismo e aviação. O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015. Intenções africanas São Tomé e Príncipe estreia-se hoje numa cimeira ao mais alto nível com a China, para onde viajou o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, com investimento chinês para a construção de 300 apartamentos para funcionários públicos na mira do Governo. “Durante a minha estadia, um dos ministros que me acompanha irá assinar alguns acordos, um dos quais tem a ver com o projecto de construção de blocos de apartamentos para os funcionários públicos”, explicou. Patrice Trovoada diz-se satisfeito com o reatamento da cooperação entre os dois países, após uma suspensão de cerca de 20 anos, quando estabeleceu a cooperação com o Taiwan. Também Angola vai estar representada ao mais alto nível neste fórum, tendo na agenda as negociações para uma nova linha de crédito chinês de 11.000 milhões de euros, para financiar vários projectos. A comitiva é liderada pelo Presidente de Angola, João Lourenço, que terá encontro bilateral com o homólogo chinês, Xi Jinping, tal como anunciou, em comunicado, o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto. Em quase duas décadas, as relações comerciais dos países de língua portuguesa com a China registaram um aumento significativo. Se em 2002, antes do estabelecimento do Fórum Macau, o valor global das trocas comerciais era de cerca de 6.000 milhões de dólares, em 2017 foi de 117,6 mil milhões de dólares. Já o investimento directo da China nos países lusófonos passou de 56 milhões de dólares em 2003, para cerca de 5.700 milhões de dólares em 2016, sendo que o investimento total da China nestes países é de 50 mil milhões de dólares.
Hoje Macau DesportoSporting | Candidato João Benedito vai até ao limite na defesa do clube contra rescisões [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato à presidência do Sporting João Benedito admitiu ir até às últimas consequências para defender os interesses do clube nos processos de rescisões dos futebolistas que deixaram o plantel neste verão, após o ataque à Academia, em Alcochete. Sem esconder a tristeza por este processo ter sido maioritariamente liderado por jogadores provenientes dos escalões de formação, na sequência dos graves incidentes de 15 de maio, o antigo guarda-redes de futsal do Sporting reconheceu, em entrevista à Lusa, que há casos distintos entre os elementos que saíram, mas que o clube não pode sair prejudicado. “É lógico que me preocupa e gostava que não tivesse acontecido. As pessoas terão as suas razões, mas cabe-me olhar para o problema de uma forma defensora – única e exclusivamente – do que são os direitos do Sporting. Nenhum clube ou atleta vai conseguir levar vantagem em relação ao Sporting por aproveitamento desta situação”, avisou, comprometendo-se ainda a “tornar público o protocolo com os grupos organizados de adeptos”. Outro tema a agitar o universo sportinguista ao longo dos últimos anos foram as relações tensas com os rivais, nomeadamente em relação ao Benfica. Confrontado com a possibilidade de um reatamento, João Benedito condicionou uma decisão nesta matéria às consequências de vários processos que envolvem os ‘encarnados’ e que estão na justiça. “Há situações que têm de ser respondidas e há informações que têm de ser dadas aos sócios do Sporting. Quando chegarmos, iremos pegar nos processos e queremos ser institucionais com todos aqueles que são os parceiros no negócio do futebol. É aqui que nos queremos focar, mas há situações que não podem ser esquecidas e há respostas que têm de ser dadas”, referiu. Apesar desse posicionamento, o candidato à presidência ‘leonina’, de 39 anos, admitiu convergir com os rivais na questão dos direitos televisivos, tema sobre o qual conversou recentemente com o presidente da Liga de clubes, Pedro Proença. No entanto, só aceita um cenário em que os leões não saiam prejudicados financeiramente em relação ao contrato de longa duração assinado com a operadora NOS em 2015. “A minha posição em relação a este tema é: primeiro, defender os interesses do Sporting, e, segundo, poder congregar esses interesses do Sporting com aquilo que são os interesses do mercado e do negócio do futebol. A minha preocupação – e foi demonstrada – foi garantir que havendo essa centralização o Sporting, pelo menos, consegue garantir aquilo que já garantiu com o contrato de patrocínio que foi assinado”, referiu. “Estamos afastados da Liga dos Campeões. Por consequência, estamos com receitas inferiores aos nossos rivais. Se nos for reduzida a vertente dos direitos televisivos, vamos ficar ainda mais fragilizados. Sou de acordo que possa haver essa centralização, mas que o Sporting receba, pelo menos, aquilo que são os valores que já tem orçamentados”, frisou. Já sobre as modalidades e a alegada falta de retorno financeiro para o investimento que tiveram na última época, da qual resultaram as conquistas dos títulos de andebol, futsal, hóquei em patins e voleibol, João Benedito deixou uma garantia de competitividade. “Todas as modalidades do Sporting têm de lutar para serem campeãs nacionais, pelo menos. É este o nosso posicionamento. Depois, temos de ver a nossa elasticidade de custos e condições para podermos lutar pelos títulos europeus. O valor dos títulos das modalidades é muito superior ao preço que elas custam”, sentencia. Candidato recusa situação financeira “calamitosa” O candidato à presidência do Sporting João Benedito assegurou que não vê uma situação “calamitosa” nas contas da SAD dos ‘leões’ e que a sua estratégia, caso seja eleito, no sábado, passa pelo recurso ao financiamento na banca. O rosto da lista A considerou que o tema das finanças ‘leoninas’ tem sido empolado por outras candidaturas e lembra exemplos dos rivais Benfica e FC Porto para fazer a defesa da aposta em novos empréstimos obrigacionistas. “O Sporting, juntamente com as vendas que fez de William e Piccini, precisará em novembro de mais 60 milhões de euros (ME) para cumprir com o empréstimo obrigacionista anterior e mais 30 ME para questões de tesouraria. Até final do ano, com estes 85 ME, a situação está regularizada. Daqui para a frente iremos avaliar o que mais é necessário. Em termos de estratégia, iremos aos mercados para arranjar investidores”, explicou. O antigo guarda-redes do futsal do Sporting apontou como crucial aproveitar “o que foi bem feito” na anterior direção, liderada por Bruno de Carvalho, e deu o exemplo da reestruturação financeira, que tenciona prosseguir e “tentar melhorar”, prometendo que o Sporting vai continuar sempre a manter a maioria do capital da SAD. “Temos de nos sentar para negociar, para tentar que o Sporting tenha mais capital dentro da SAD e que seja sempre – e assim o será connosco – o acionista maioritário da SAD. Porque o clube é um só”, frisou, complementando: “Aqueles que vão representar o Sporting vão ver na sua cúpula diretiva um exemplo daquilo que foi a conquista de títulos.” Uma das apostas de João Benedito para o futuro passa pela entrada em cena de um CEO. Porém, o candidato à presidência leonina esclarece que o poder vai continuar nas suas mãos e que este executivo – cujo nome não vai divulgar se não vencer – terá a seu cargo “áreas não desportivas” do clube. “Queremos alguém que seja transversal ao clube e à SAD para conhecer e ter a análise das áreas não desportivas. Queremos que seja alguém que possa gerir esta parte do clube, mas aplicando aquilo que nós definimos. Reporta sempre a mim e à Comissão Executiva, nós é que definiremos a estratégia”, referiu. Paralelamente, o líder da lista A alertou para a necessidade de mudar o paradigma das últimas duas décadas no Sporting, no qual o plano desportivo foi menorizado sob a vertente financeira. “Há um pensamento estratégico isolado e não congregador destas duas áreas. É aqui que reside a estratégia de intervenção, porque aquilo que é a independência de um clube é suportado pelos resultados desportivos. Tem de ser o pensamento desportivo a definir a estratégia”, vincou. “O futebol do Sporting tem de ser integrado naquilo que é a cultura de vitória do clube. Reparámos que desde que houve a separação entre o clube e a SAD começámos a ver um clube separado, dividido entre as partes. E de que lado ficou a cultura de vitória? Do lado das modalidades. Infelizmente, temos de assumir isto”, conclui.u As eleições no Sporting estão marcadas para sábado. Além de João Benedito, concorrem ao ato eleitoral José Maria Ricciardi (lista B), Pedro Madeira Rodrigues (C), Frederico Varandas (D), Rui Jorge Rego (E), José Dias Ferreira (F) e Fernando Tavares Pereira (G).
Hoje Macau DesportoSporting | Ricciardi diz que nunca foi “presidente sombra” e alerta para situação financeira do clube [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato à presidência do Sporting José Maria Ricciardi desmente que tenha sido “um presidente sombra” nos últimos anos e alertou para as dificuldades de tesouraria que o clube pode enfrentar esta época. “Nunca fui presidente sombra nem andei a dar ordens dentro do Sporting. São mitos que se criam. Resolvi avançar [com a candidatura], porque o Sporting está numa situação muito difícil. É resolúvel, mas está a subestimar-se a situação”, frisou Ricciardi, em entrevista à agência Lusa. O banqueiro, de 63 anos, considera que os opositores nas eleições de sábado “ainda não se aperceberam da situação em que o clube se encontra”, apontando-lhes “inconsciência e imaturidade, que nada tem a ver com idade”. “Estávamos à espera que aparecesse uma candidatura que desse garantias de experiência, de conhecimento, de saber lidar com investidores, maturidade e experiência de gestão, porque, hoje em dia, o Sporting é uma realidade empresarial. Achámos que as outras candidaturas não nos ofereciam isso”, referiu à Lusa. Ricciardi rejeitou que tivesse contribuído para os problemas que afetaram o BESI e lembrou que continuou a ser “presidente do banco de investimentos mais importante do país durante quase mais três anos”, e que foi distinguido com o “prémio de melhor banqueiro da Europa”. O presidente a ser eleito no sábado vai suceder a Bruno de Carvalho, ex-líder dos ‘leões’, que foi destituído pelos sócios em 23 de junho e o qual foi apoiado, durante muito tempo, pelo próprio José Maria Ricciardi. O volte-face, segundo Ricciardi, aconteceu com a reeleição de Bruno de Carvalho, no ato eleitoral de 2017. “É alguém que destruiu o trabalho positivo que estava a fazer, em certos aspetos bastante positivo mesmo. A partir da reeleição, quando teve quase 90%, começou-se a degradar com toda a gente. Foi piorando até ao jogo com o Atlético de Madrid. Nunca tinha visto na vida um presidente desvalorizar a sua própria equipa de futebol. Arruinou o trabalho positivo que tinha feito”, reconheceu. A situação financeira do clube e da SAD merece a preocupação do candidato, que começou por lembrar a ‘herança’ deixada por Bruno de Carvalho. De acordo com Ricciardi, “só uma equipa de gente experimentadíssima e com capacidade para se relacionar rapidamente com investidores” poderá fazer face a um “défice de tesouraria para a época toda que pode atingir os “122 milhões de euros (ME)”. A ausência da fase de grupos da Liga dos Campeões de futebol também merece a atenção do candidato, numa altura em que as verbas pagas pela UEFA aos clubes que nela participam são cada vez maiores. “Estamos a caminhar para uma primeira divisão europeia em que as diferenças entre os clubes que lá estão e os que não estão são cada vez mais profundas. Se nós falharmos agora, o que, se certas candidaturas ganharem, tem probabilidade alta, nunca mais lá vamos”, sublinhou. Contudo, José Maria Ricciardi acredita que o primeiro grande desafio do próximo presidente do Sporting passa pelo reembolso do empréstimo obrigacionista de 30 ME, que deveria ter sido efetuado em maio e acabou adiado para novembro. “É a primeira vez que o Sporting ou qualquer clube de futebol não honra o compromisso na data do empréstimo. Se falhar este pagamento, vai ser catastrófico. Será que os sócios têm consciência da dificuldade que isto representa, da credibilidade que se tem de ter, do conhecimento dos mercados de capitais? Sei que há muitos que não valorizam isso, mas é altura de começarem a pensar nisso, porque, depois, não há futebol”, vincou. Por outro lado, Ricciardi reforçou a intenção de presidir ao conselho da administração da SAD, caso seja eleito presidente do clube: “Não quero que se passe o que se passou no Belenenses. O presidente do clube deve ser o presidente do conselho de administração da SAD, mas isso não significa que não possa haver um presidente executivo na SAD, no dia a dia.” Aposta no título e gestão “racional” das modalidades José Maria Ricciardi pretende também trabalhar para o título de campeão nacional de futebol logo no dia seguinte às eleições no Sporting, está confiante no trabalho desenvolvido na Academia e quer inverter a gestão financeira nas modalidades. O candidato pela lista B assegurou que, em caso de triunfo no ato eleitoral de sábado, começará imediatamente a trabalhar para recuperar um título que escapa aos ‘leões’ desde 2002. “Em 2002, estive no autocarro da equipa e vi mais de 500 mil sportinguistas na rua, a celebrar. Não se via um centímetro quadrado de chão. Depois, nesta última final da Taça de Portugal, vi centenas de crianças e adolescentes a chorar e disse a mim mesmo que o Sporting é um clube extraordinário. Ao fim de tantos anos sem ganhar, ainda tem toda esta gente nova e que sofre desta maneira pelo clube. A minha primeira grande medida é dar uma grande alegria a toda esta gente, que é sermos campeões outra vez”, afirmou à Lusa. Ricciardi admitiu que o Sporting parte em desvantagem perante os rivais Benfica e FC Porto na luta pelo cetro, mas recorreu ao exemplo dos portistas na última temporada. “Quando se diz no início que vamos ser campeões nacionais, isso coloca logo uma pressão tremenda na equipa. O FC Porto, no ano passado, dizia-se que era a equipa mais fraca, não tinha condições de comprar jogadores por causa do ‘fair play’ financeiro, tinha um novo treinador e acabou por ser campeão. Portanto, acho que está tudo em aberto”, referiu. O banqueiro, de 63 anos, reforçou a confiança em José Peseiro e lembrou que o técnico não ganhou o campeonato e a Taça UEFA em 2005 “por uma unha negra”: “É preciso apoiar quem lá está. Gostava muito de ter o Mourinho ou o Guardiola como treinador, mas isso não é possível. Para mim, neste momento, o melhor treinador do mundo é o José Peseiro.” Apesar das reservas de outros candidatos para com a aposta em José Eduardo para o cargo de diretor para o futebol, Ricciardi manifesta total confiança no antigo futebolista dos ‘verde e brancos’: “O José Eduardo foi campeão duas vezes pelo Sporting. A maioria destes senhores que criticam o José Eduardo não faz ideia do que é ser campeão nacional, nunca esteve lá dentro.” De resto, deixou algumas críticas aos opositores: “O Dr. [Frederico] Varandas deu um ‘tetra’ ao Benfica, um campeonato ao FC Porto e um sétimo lugar ao Sporting. O [João] Benedito nunca esteve no futebol na vida. Essa história de o José Eduardo estar fora do futebol é um argumento infundado. Está mais dentro do que qualquer um deles, porque foi profissional de futebol toda a vida e ganhou campeonatos, coisa que eles não sabem o que é, não fazem ideia.” Por outro lado, Ricciardi considerou que o Sporting “tem uma das melhores academias do mundo”, onde se formaram “dois dos melhores jogadores do mundo”, e que deve voltar “a apostar tudo na formação”. “Nestes últimos anos, deixou-se de apostar tanto na academia, para se comprar cerca de 150 jogadores, alguns dos quais nem se percebe como foi possível contratar. Houve esta interrupção, mas vem aí uma nova linha de jogadores excecionalmente bons entre os 13 e 15 anos. Daqui a dois ou três anos, vamos começar a ter uma quantidade maior de jogadores da formação”, transmitiu. Já no que diz respeito às modalidades, o candidato pela lista B acredita que é possível continuar a ter sucesso sem ser necessário gastar cerca de 20 milhões de euros todas as épocas, bastando, para isso, “uma gestão e um controlo orçamental mais racionais”. “Não podemos ter modalidades sem orçamento e, como não há orçamento, não há responsabilização de quem lá está, nem a monitorização dos desvios. O Sporting é gerido como não se gere uma empresa há 50 anos. Isso faz com que se gaste mais dinheiro do que o necessário, caso houvesse um rigor e um controlo muito apertado. E isto não põe em causa as vitórias nas modalidades”, apontou. As eleições no Sporting estão marcadas para sábado. Além de José Maria Ricciardi, concorrem ao ato eleitoral João Benedito (lista A), Pedro Madeira Rodrigues (C), Frederico Varandas (D), Rui Jorge Rego (E), José Dias Ferreira (F) e Fernando Tavares Pereira (G).
Hoje Macau PolíticaRodrigo Leão (com Camané) – “Rosa” “Rosa” Hoje o céu está mais azul, eu sinto Fecho os olhos, mesmo assim, eu sinto O meu corpo estremeceu Não consigo adormecer Ah, nem o tempo vai chegar Para dizer o quanto eu sinto Que estás longe de mim É uma espécie de dor Hoje o céu está mais azul, eu sinto Olho à volta mesmo assim, eu sinto Que este amor vai acabar E a saudade vai voltar Ah, nem o tempo vai chegar Para dizer o quanto eu sinto Que estás longe de mim É uma espécie de dor Já não sei o que esperar Desta vida fugidia Não sei como explicar Mas é mesmo assim o amor Rodrigo Leão e Camané
Hoje Macau China / ÁsiaChina/África | Cooperação com Pequim é “fundamental” para sucesso africano, diz António Guterres [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou a cooperação entre a China e África “fundamental” para o sucesso do continente, numa entrevista difundida nas vésperas de um fórum que traz a Pequim dezenas de líderes africanos. Numa entrevista conjunta aos jornalistas chineses, antes de partir para Pequim, onde participará, na próxima semana, no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), Guterres frisou a importância do desenvolvimento de África para o mundo. “Eu acredito firmemente que o sucesso do desenvolvimento e paz mundiais depende do sucesso de África, e que a cooperação entre China e África é fundamental para o sucesso de África”, afirmou. “O mundo é um só, o planeta é um só, vivemos numa época de integração, tudo está interligado”, acrescentou o português, que frisou a importância de reforçar a conectividade através do investimento em infraestruturas, nomeadamente no âmbito da iniciativa chinesa “Nova Rota da Seda”. Segundo analistas, o FOCAC deverá anunciar a inclusão dos países africanos naquele projeto internacional de infra-estruturas, lançado pela China, e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos ou centrais elétricas, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, então percorridas por caravanas. O projeto inclui ainda Europa, Ásia Central e Sudeste Asiático. Guterres enalteceu também a articulação do investimento chinês no continente com a Agenda 2063, da União Africana, e a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, da ONU. A China organiza entre esta segunda a terça-feira, em Pequim, o Fórum de Cooperação China/África, que reúne dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos.
Hoje Macau China / ÁsiaAfricanos no sul da China “ameaçados” por crescente pressão policial Por João Pimenta, da agência Lusa [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma implacável campanha contra imigração ilegal em Cantão, no sul da China, tem deixado apreensivos os milhares de africanos radicados na cidade, apesar dos crescentes laços diplomáticos e económicos entre Pequim e o continente. “A polícia está sempre a parar-nos e a pedir para ver os documentos”, descreve à agência Lusa o estudante marfinense Abouo, nas vésperas de o Fórum de Cooperação China-África arrancar, em Pequim, com a participação de dezenas de líderes africanos, e que deverá anunciar milhares de milhões de dólares em investimento chinês no continente. Sentado no segundo piso de um restaurante de comida árabe em Xiaobei, o bairro de Cantão conhecido como “Pequena África”, o fórum passa ao lado de Abouo, ao mesmo tempo que retira o passaporte do bolso e explica: “Tenho de o trazer comigo sempre que saio de casa”. O relato é repetido por outros africanos radicados na cidade, para quem buscas domiciliárias ou detenções por saírem à rua sem documentos se tornaram frequentes. “Sentimo-nos ameaçados”, explica Augusto, um angolano de 55 anos. Localizada a cerca de 150 quilómetros de Macau, Cantão é a capital de Guangdong, a província chinesa mais exportadora e a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura adotada pelo país no final dos anos 1970. Nas últimas décadas, milhares de comerciantes oriundos de todos os pontos de África desembarcam em Cantão, em busca de fortuna, face ao ‘boom’ no comércio entre a China e o continente. O país asiático é, desde 2009, o maior parceiro comercial de África. Pelas estatísticas chinesas, nos primeiros seis meses deste ano, o comércio bilateral aumentou 16%, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares (84.600 milhões de euros). No entanto, a população africana em Guangzhou tem caído “à medida que a polícia reforça o controlo sobre a imigração ilegal”, escreve a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Dados oficiais revelam que há 15.000 africanos a residir na cidade. Há dez anos, eram 20.000. No entanto, “o número real, que inclui imigrantes ilegais e pessoas que permanecem após o visto vencer, será muito mais alto”, reconhece a agência. Especialistas chineses estimam que serão 150.000, o que faria de Cantão a cidade da Ásia com a maior comunidade africana. Ao cair da noite, as ruas de Xiaobei enchem-se de mulheres e homens envergando trajes tradicionais africanos. Nas ruas, ouve-se suaíli, iorubá ou português. Nos bares, toca-se Afrobeat, Kizomba e Mbaqanga. Pequenas lojas expõem para venda a grosso têxteis, eletrónicos, bijuteria ou até artigos inéditos na China, como material para campanhas eleitorais – t-shirts com a imagem do anterior presidente angolano, José Eduardo dos Santos, com a inscrição “The President”, continuam expostas em várias montras. Um carro de patrulha e três membros da Unidade Especial da polícia chinesa, armados com espingardas de assalto – outra visão rara na China -, vigiam o acesso principal para o bairro. Em julho passado, os hotéis nesta área emitiram avisos de interdição a africanos. “A partir de 05 de julho, o nosso hotel não está autorizado a receber hospedes africanos”, lê-se num aviso colocado à entrada de um hotel. A rececionista confirma: “Cidadãos da Nigéria, Uganda ou Serra Leoa, por exemplo, não são permitidos”. O local Lin Laotao garante, no entanto, que Cantão “é uma cidade aberta”, que “aceita gente de todo o lado”, mas reconhece que “o comércio de produtos baratos já não é tão lucrativo”, levando “alguns africanos a envolverem-se em atividades ilícitas”. “Isso gerou alguma hostilidade entre os locais”, afirma. Um diplomata europeu colocado em Cantão diz não notar racismo, mas admite que os colegas africanos se queixam de um tratamento “desagradável”. Na Catedral Sagrado Coração de Jesus, erguida pelos franceses na margem norte do Rio das Pérolas, no século XIX, é possível, no entanto, observar sintonia entre locais e africanos. Todos os domingos à tarde, centenas de africanos e chineses sentam-se lado a lado na igreja, para uma missa celebrada em inglês. Um padre chinês, acompanhado de ajudantes de altar quenianos, nigerianos e ruandeses caminha rumo ao altar. Um coro, também miscigenado, entoa: “Sabei que o Senhor é Deus: ele nos fez, e a ele pertencemos. Somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho?”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina-África | Portugal diz que fórum representa esforço para promover cooperação e desenvolvimento [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo português considera o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que decorre esta segunda e terça-feira, um esforço internacional para a promoção da cooperação e desenvolvimento, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, à agência Lusa. “Portugal vê com agrado todos os esforços internacionais de promover a cooperação para o desenvolvimento e é nesse quadro que entendo a realização desse evento”, afirmou Santos Silva em declarações enviadas à Lusa. A FOCAC realiza-se esta segunda a terça-feira, em Pequim, e contará com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo de países africanos, nomeadamente todos os de língua portuguesa, casos de Cabo Verde, São Tomé e Princípe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. “Naturalmente, Portugal está sobretudo empenhado quer na cooperação entre a União Europeia e a União Africana, sendo de relevar que as duas primeiras cimeiras se realizaram ambas em presidências portuguesas da União Europeia, quer no Fórum Macau, que é um excelente instrumento de cooperação entre a China, Portugal e os países africanos de língua portuguesa”, destacou Santos Silva. Todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) estarão representados na cimeira. África e China têm entre si uma relação que já envolve um investimento direto anual de 2.500 milhões de euros em setores como indústria, finanças, turismo e aviação. Entre janeiro e junho de 2018, o comércio bilateral cifrou-se em 98.800 milhões de dólares. Dados oficiais divulgados no dia 29 estimam que a cooperação com Pequim leve ao continente africano 30.000 quilómetros de auto-estradas, uma capacidade anual portuária de 85 milhões de toneladas e uma capacidade de produção elétrica de 20.000 megawatts. Esperado papel na Rota Marítima Atlântica A Associação Amigos da Nova Rota da Seda considera que o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) contribuirá para “o desenvolvimento” da Rota Marítima Atlântica, “em que Portugal poderá ter um papel importante”. A presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, Fernanda Ilhéu, vincou as “muitas afinidades” do objetivo da cimeira entre China e nações africanas, entre os quais países de língua portuguesa, de criar “uma comunidade ainda mais forte com um futuro partilhado através da cooperação ‘win-win’”. Em declarações à agência Lusa, Fernanda Ilhéu sublinhou as “muitas afinidades com a visão e os objetivos da iniciativa da China ‘Uma Faixa, Uma Rota e a Nova Rota da Seda Marítima do Século XXI'”, sustentando que “será previsível que sejam assinados projetos de cooperação no âmbito dessa iniciativa”. A Nova Rota da Seda foi lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorridas por caravanas. Os projetos são sobretudo construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, estendendo-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático. “Temos a expetativa de que os países de língua portuguesa, que irão estar quase todos presentes, fazendo-se representar pelos seus Presidentes, adiram a essa iniciativa, contribuindo para o desenvolvimento da Rota Marítima Atlântica em que Portugal poderá ter um papel importante, perspetivando parcerias estratégicas enquadradas por uma outra iniciativa da China complementar da ‘Uma Faixa, Uma Rota’, que consiste em promover a cooperação em projetos da China com a Europa em terceiros países, neste caso da China com Portugal, em projetos em países de língua portuguesa”, afirmou. Salientando que o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) da China em África “nos últimos três anos foi de cerca de 30 mil milhões de dólares” (25,6 mil milhões de euros), Fernanda Ilhéu frisou que “o comércio entre a China e a África tem crescido de uma forma robusta”, com “programas de cooperação em empresas do setor industrial, financeiro, turismo e aviação”. “Também foram lançados projetos de infra-estruturas como 30.000 quilómetros de auto-estradas, 85 milhões de toneladas de capacidade portuária, 20.000 MW de energia elétrica e 9 milhões de toneladas ano de capacidade de tratamento de águas”, acrescentou, referindo ainda os “cerca de 900.000 postos de trabalho” criados.
Hoje Macau EventosCinemateca Portuguesa quer classificar alguns filmes portugueses como tesouros nacionais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]lguns filmes do cinema português deverão ser classificados como tesouros nacionais, segundo um processo que, “apesar de parecer óbvio, é altamente pioneiro”, revelou à agência Lusa o diretor da Cinemateca Portuguesa, José Manuel Costa. Esta é uma das iniciativas que a Cinemateca Portuguesa quer concretizar nos próximos meses para assinalar, no âmbito de um programa alargado, os 70 anos da sua fundação, desde que foi publicada em lei em 1948. Em entrevista à agência Lusa, a propósito da celebração da efeméride, José Manuel Costa afirmou que a Cinemateca Portuguesa vai iniciar “progressivamente uma série de processos de classificação” para que as matrizes de determinados filmes ganhem o estatuto de “obra cultural de interesse nacional”, que sejam tesouro nacional. “A classificação tem um impacto simbólico e um impacto prático e implica uma responsabilidade acrescida do Estado”, disse o diretor, sublinhando que está em causa um “testemunho absolutamente precioso e inestimável sobre a história e a vivência do século XX”. O processo de classificação começará com um conjunto de filmes da época do cinema mudo e do período de obras fixadas em nitrato, até 1950. Atualmente, no que toca a património ligado ao cinema português, apenas está classificado, como um todo, o património da Tobis. A celebração dos 70 anos da fundação da Cinemateca Portuguesa decorrerá entre setembro deste ano e junho de 2019. O sinal de partida é dado no próximo dia 29, com o lançamento do primeiro volume “de uma obra imensa, gigantesca”, de textos de João Bénard da Costa, cinéfilo e antigo diretor do organismo. A 16 de novembro, haverá “uma jornada especial de homenagem ao cinema português”, com uma sessão ininterrupta de quatro horas em que serão exibidas “bobinas, fragmentos de filmes de todos os géneros e de todas as épocas do cinema português. Ainda em novembro decorrerá um colóquio internacional, e um ciclo intitulado “70 anos 70 filmes”, com obras que fizeram parte da história da Cinemateca e outras que fazem um retrato do que é hoje o cinema contemporâneo. À boleia dos 70 anos, a Cinemateca irá mostrar, em dezembro e em janeiro, toda a obra cinematográfica de Manoel de Oliveira, quando passam 110 anos do aniversário do nascimento do realizador. Estão previstas várias edições literárias, como um livro de conversas com Luís Miguel Cintra, outro sobre o percurso histórico da Cinemateca e um inédito sobre a história do cinema, direcionado para crianças, em articulação com a Cinemateca Júnior. Segundo José Manuel Costa, ligado à Cinemateca desde 1975 e diretor desde 2014, será ainda impulsionado um projeto sobre a memória oral, para deixar registado, em imagem e em som, intervenções de pessoas de “toda a atividade do cinema em Portugal”. Na página da Cinemateca, onde já é possível visionar alguns filmes dos arquivos do Museu do Cinema, serão disponibilizadas digitalizações de jornais de atualidades (1953-1970), os filmes informativos que eram exibidos antes das sessões de cinema durante o Estado Novo. Com o mandato de direção, de cinco anos, a terminar em 2019, José Manuel Costa quer ainda celebrar os 70 anos da Cinemateca com uma nova iniciativa de “Dia aberto” a visitas guiadas, e com a constituição, há muito anunciada, da Associação dos Amigos da Cinemateca. Esta será a primeira vez que a Cinemateca celebra a data da sua fundação, enquanto entidade pensada para criar uma coleção fílmica e documental e preservá-la. Até aqui, era assinalada habitualmente a abertura oficial da Cinemateca ao público, com sessões de cinema iniciadas a 29 de setembro de 1958. “Significa que todas as atividades internas da Cinemateca já existiam há uma década. Uma cinemateca não são só sessões de cinema”, disse José Manuel Costa.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente das Filipinas associa aumento de violações à beleza das mulheres [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse na quinta-feira que o aumento de casos de violação e agressão sexual em Davao deve-se ao facto da cidade da qual foi autarca durante mais de duas décadas ter “muitas mulheres bonitas”. “Dizem que há muitas violações em Davao. Se houver muitas mulheres bonitas, haverá muitas violações”, disse o Presidente durante uma cerimónia oficial na cidade de Mandaue, no centro das Filipinas. De acordo com os últimos relatórios da Polícia Nacional das Filipinas, Davao regista o maior número de casos de violência sexual nas Filipinas, com um total de 42 crimes no segundo trimestre de 2018. O Presidente filipino, um mulherengo confesso e conhecido por seus discursos extravagantes, tem estado no centro da controvérsia em várias ocasiões pelos seus comentários misóginos, sexistas e depreciativos em relação às mulheres. O caso mais famoso foi quando no início de junho forçou o beijo nos lábios de uma mulher numa reunião pública com a comunidade filipina em Seul, o que provocou críticas generalizadas e até mesmo manifestações nas ruas de grupos de mulheres. Em fevereiro deste ano, pediu aos militares do Exército filipino que atirassem na vagina das guerrilheiras comunistas para que elas não pudessem procriar. Duterte chegou a brincar sobre o caso de uma freira australiana violada e assassinada em 1989 e, num outro discurso, ofereceu “42 virgens” a cada turista que visitasse as Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaJornal chinês diz que publicações de Trump no Twitter são de “universo alternativo” [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornal oficial chinês considerou “desconcertantes” e de “outro universo” as publicações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na rede social Twitter, reagindo assim às suas contínuas acusações contra Pequim. “Há poucas coisas mais desconcertantes do que as publicações do Presidente norte-americano no Twitter”, afirma o China Daily, em editorial. O jornal, em língua inglesa, considera que as publicações de Trump “à partida, parecem estar de acordo com a realidade”, mas que “de repente convertem-se em mensagens de um universo alternativo”. O artigo lembra que a diplomacia chinesa tem refutado as acusações do líder norte-americano, mas que “nada o deterá no seu objetivo de manchar a imagem da China, visto que necessita desesperadamente de um bode expiatório a meio da legislatura”. “É assim que distrai a opinião pública dos problemas em que a Casa Branca está enterrada”, acrescenta. O China Daily destaca a publicação de Trump, esta semana, em que acusa Pequim de ter pirateado correios eletrónicos de Hillary Clinton, a sua rival nas eleições de 2016. O jornal crítica ainda Trump por culpar a China pelos escassos progressos na aproximação diplomática de Washington à Coreia do Norte. “A China, contra quem Trump lançou uma guerra comercial, é um fácil candidato a ser demonizado pelo Presidente dos Estados Unidos”, lê-se. No editorial lembra-se ainda que as publicações do líder norte-americano “não só difamam a China, mas também o FBI ou o Departamento de Justiça [dos EUA] que têm a sua integridade posta em causa”. China e EUA atravessam um período de renovada tensão, após Trump ter imposto taxas alfandegárias de 25% sobre milhares de milhões de dólares de importações oriundas da China, espoletando a retaliação de Pequim.
Hoje Macau EventosDezenas de artistas e personalidades despediram-se de Aretha Franklin [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]olíticos, artistas, pastores e dezenas de fãs despediram-se na sexta-feira da cantora norte-americana Aretha Franklin, a “rainha da soul”, na cerimónia fúnebre, em Detroit, que fechou uma semana de homenagens. A cerimónia decorreu na igreja batista Greater Grace Temple, com capacidade para cerca de quatro mil pessoas, que assistiram a discursos e atuações emocionadas de mais de vinte artistas e personalidades. Presentes estiveram o antigo presidente Bill Clinton, a ex-candidata presidencial Hillart Clinton, o reverendo Jesse Jackson, o cantor Stevie Wonder, as cantoras Ariana Grande, Gradys Knight e Jennifer Hudson. Foram ainda lidas mensagens dos antigos presidentes George W. Bush e Barak Obama. No exterior da igreja onde decorreu a cerimónia estiveram estacionados dezenas de carros Cadillac cor-de-rosa, ao longo de doze quilómetros, nas ruas de Detroit. Durante a semana, centenas de admiradores fizeram filas no Museu de História Afro-Americana Charles H. Wright, em Detroit, onde teve lugar o velório de Aretha Franklin. A “Rainha da Soul” Aretha Franklin, que morreu a 16 de agosto aos 76 anos, teve uma vida preenchida por êxitos musicais, desde o momento em que pegou na canção “Respect” de Otis Redding e a transformou em algo diferente. Ao todo, foram 18 Grammys e mais de 75 milhões de discos vendidos ao longo de uma carreira em que se tornou na primeira mulher a entrar para o Rock and Roll Hall of Fame, em 1987. Aretha Louise Franklin nasceu em 25 de março de 1942 em Memphis, no Estado norte-americano do Tennessee – onde esteve sediada a editora Stax, que editou Otis Redding -, mas cresceu em Detroit, a outra principal cidade do soul norte-americano e lar da editora Motown. Filha do reverendo C.L. Franklin, viu o pai marchar com Martin Luther King e cantou, em 1968, no funeral deste último. Com múltiplas canções nas listas das mais vendidas e ouvidas, incluindo no começo do século XXI, Aretha Franklin cantou pelo mundo fora e nas tomadas de posse dos presidentes Bill Clinton e Barack Obama, tendo sido condecorada pelo outro ocupante do cargo entre os dois democratas, George W. Bush. Relutante com jornalistas e receosa de aviões (um artigo de 2011 no New York Times indicava que a cantora não punha pé no ar desde 1983), Aretha Franklin teve quatro filhos e, em 2017, anunciou que se ia retirar do mundo da música para dedicar mais tempo aos netos.
Hoje Macau EventosNovo romance de Haruki Murakami nas novidades da ‘rentrée’ editorial da Leya, em Portugal [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro volume do novo romance de Haruki Murakami, “A morte do comendador”, que deverá chegar às livrarias em Novembro, em Portugal, é um dos grandes destaques editoriais do grupo Leya até ao final do ano. A Casa das Letras vai editar “A morte do comendador”, em dois volumes, o primeiro romance longo que o autor publica, depois de “A peregrinação do rapaz sem cor”, que chegou às livrarias japonesas em abril de 2013 e foi lançado em Portugal no ano seguinte pela Casa das Letras. O novo trabalho do aspirante ao Prémio Nobel da Literatura é o seu 14.º romance e chega depois de, em 2015, ter publicado “Homens e Mulheres”, uma coleção de seis relatos curtos, um inédito e cinco previamente publicados numa revista literária. O segundo volume deste novo livro do escritor japonês, que saiu no Japão em fevereiro do ano passado, será publicado em Portugal pela Casa das Letras na primavera do próximo ano. Outra novidade do grupo é o primeiro policial de Francisco Moita Flores, que até ao momento só tem escrito romances históricos, com o título “O mistério do caso de Campolide”, e a estreia na ficção do ex-presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, com um romance intitulado “Diz não!”, ambos em outubro. Na não-ficção, e ainda em outubro, o destaque da Leya vai para o ensaio “Continente Dividido”, editado pela D. Quixote, segunda parte da enciclopédia do século XX, escrita pelo historiador britânico, Ian Kershaw, que anteriormente lançou “À Beira do Abismo”. Um livro sobre a história da espionagem – “O mundo secreto” -, escrito pelo autor de “O arquivo Mitrokhin”, Christopher Andrew (D.Quixote Ensaio), e um outro sobre “O Terceiro Reich em 100 Objetos” (Casa das Letras), da autoria de Roger Moorhouse, são outras das novidades na não-ficção, que contará também com o lançamento em simultâneo em Portugal e nos Estados Unidos do mais recente livro do filósofo e economista político Francis Fukuyama, “Identidade”. Já em setembro, a área da não-ficção fica marcada pela publicação, na D. Quixote, do ensaio “Grande Estratégia”, de John Lewis Gaddis, “A Monarquia Constitucional dos Braganças em Portugal e no Brasil (1822-1910)”, coordenado por Rui Ramos, José Murillo de Carvalho e Isabel Corrêa da Silva (Dom Quixote ensaio) e “Donald Trump: o Método no Caos”, de Tiago Moreira de Sá e Diana Soller, todos na chancela Dom Quixote ensaio.
Hoje Macau EventosPortuguês procura últimos vestígios de Lenine na Alemanha [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] projeto “Lenin is still around”, uma pesquisa iniciada em 2014 e que junta já 25 monumentos, pretende reunir todas as marcas que ainda existem na Alemanha ligadas ao líder comunista russo. A ideia surgiu a Carlos Gomes com uma excursão a Wünsdorf, no leste da Alemanha, a 05 de outubro de 2014, quando viu uma estátua de Lenine. Carlos Gomes ficou surpreendido porque pensou que na Alemanha “já não existiam monumentos dedicados a Lenine”, pelo que começou a investigar e descobriu que “não havia nenhuma lista atualizada”. “O que no início pensei que ia ser simples, acabou por revelar-se mais complexo. Há estátuas do Lenine que ainda estão abandonadas em antigos complexos militares soviéticos na Alemanha de Leste. Outras que estão listadas, mas desapareceram, foram retiradas sem que as autoridades soubessem. E há também estátuas que foram repostas em espaços públicos por pessoas ou agrupamentos civis sem que as autoridades competentes soubessem”, conta Carlos Gomes, diretor do projeto de investigação “Lenin is still around” (“Lenine ainda está por aí”). No total, já reuniu na página oficial do projeto 25 monumentos dedicados exclusivamente a Lenine, encontrados em 19 localidades do leste da Alemanha. As cidades de Berlim, Halle, Fürstenberg e Wünsdorf têm mais de um monumento e de fora ficam os monumentos em museus. “Surpreende-me muito que, num país como a Alemanha, uma estátua como a que se encontrava em Potsdam, de mais de 2,5 metros e com mais de 500 quilos, possa desaparecer sem que ninguém saiba onde está”, revela Carlos Gomes a propósito do desaparecimento do monumento de Lenine na cidade de Potsdam (a pouco mais de 20 quilómetros de Berlim), que aconteceu em 2004 e novamente em março deste ano. O autor do projeto “Lenin is still around”, com uma página na Internet em alemão e em inglês, admite, com surpresa, que “depois de tantos anos de guerra fria, Lenine ainda continua a ser um território de batalhas simbólicas e ideológicas”. E revela que “há muitas discussões políticas à volta do tema”, dando exemplos: “há vilas onde o presidente da câmara decide retirar o monumento a Lenine e a população protesta e recolhe assinaturas para evitar que seja retirado. Há outros sítios onde querem colocar a estátua de Lenine na lista oficial de monumentos, mas os políticos fazem tudo para evitar”. “Na Alemanha o meu projeto tem tido uma acolhida bastante positiva. É um tema que está a renascer. Com a distância temporal, quase 25 anos passados desde a reunificação da Alemanha, já se pode falar com base científica dos monumentos da Alemanha de Leste, sem ter que tomar uma posição ideológica”, admite o também professor, que ensina alemão a estrangeiros. A iniciativa “Lenin is still around” tem um financiamento praticamente inexistente, confessa Carlos Gomes, mas com as participações em conferências e publicações em jornais (a “Junge Welt” publicou com uma série de 12 textos da sua autoria) o projeto tem sido “praticamente autofinanciado”. A viver em Berlim há cinco anos, Carlos Gomes admite que o tema é delicado, mas defende que “deve ser estudado de uma forma ampla, avaliando o valor artístico e histórico, sem entrar em ideologias”. “Às vezes digo a brincar que o Lenine já é quase um ícone pop, como o Che Guevara, mais dia menos dia a Zara está a vender ‘t-shirts’ com a cara dele”, comenta Carlos Gomes, entre risos. Neste sábado celebrou-se o 24.º aniversário da retirada do exército russo da Alemanha, que aconteceu a 31 de agosto de 1994. No entanto, o plano de retirada foi desenhado a 12 de outubro de 1990, depois do fim da Guerra Fria e da queda do muro de Berlim. Poucos dias depois da reunificação da Alemanha, Bona (antiga capital da Alemanha) e Moscovo, assinaram um acordo sobre a limitação da permanência das tropas soviéticas até ao final de 1994, mas o prazo acabaria por ser antecipado cerca de três meses.
Hoje Macau InternacionalTrump ameaça excluir Canadá da nova versão do NAFTA [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu ontem que não existe uma “necessidade política” de incluir o Canadá na nova versão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). A declaração de Trump surge dias depois de Washington ter conseguido alcançar um novo acordo comercial com o México, o outro signatário do NAFTA. “Não há necessidade política de manter o Canadá no novo acordo do NAFTA. Se não fizermos um acordo justo para os Estados Unidos, depois de uma década de abuso, o Canadá estará fora”, disse Trump, numa mensagem publicada na rede social Twitter, citada pelas agências internacionais. Os Estados Unidos e o México alcançaram no passado dia 27 de agosto um novo acordo comercial para rever o NAFTA. Trump afirmou que esperava que o Canadá também aderisse à revisão do NAFTA, mas também admitiu que estava disposto a seguir apenas com um acordo bilateral com o México. Na sexta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Chrystia Freeland, e o representante do Comércio Exterior norte-americano, Robert Lighthizer, informaram que não tinham alcançado um acordo, mas que existiria uma nova ronda de conversações na próxima quarta-feira. “As conversações foram construtivas e fizemos progressos (…). A nossa equipa irá encontrar-se com a ministra [Chrystia] Freeland e os seus parceiros na quarta-feira da próxima semana”, informou Lighthizer. Desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2017, Trump caracterizou o NAFTA, protocolo firmado em 1994, como um acordo “desastroso” para os Estados Unidos.
Hoje Macau DesportoNorte-coreanos competem pela 1.ª vez no campeonato mundial de tiro na Coreia do Sul [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]tiradores norte-coreanos competiram ontem, dia 1, pela primeira vez, no Campeonato Mundial de Tiro na Coreia do Sul, o mais recente exemplo da diplomacia desportiva na Península Coreana. Participantes da Coreia do Norte estão entre os cerca de 1.800 atletas que representam 90 nações para este evento da Federação Internacional de Tiro Desportivo (ISSF), na Coreia do Sul, afirmou a entidade. Os atletas competem por vagas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Os 22 membros da delegação norte-coreana – 12 atletas e 10 oficiais – foram calorosamente recebidos pelos adeptos sul-coreanos ao chegarem ao aeroporto de Gimhae, na sexta-feira. A diplomacia desportiva tem ajudado a combater o ‘gelo’ entre as Pyongyang e Seul. Em fevereiro, os Jogos Olímpicos de PyeongChang, na Coreia do Sul, impulsionaram uma impressionante reaproximação entre os dois países inimigos, após dois anos de crispação na península devido à aceleração dos programas balístico e nuclear da Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim acusa EUA de lógica “irresponsável e absurda” em relação à Coreia do Norte [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China acusou ontem os Estados Unidos de distorcerem a realidade e manterem uma lógica “irresponsável e absurda”, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado Pequim de entravar a desnuclearização da Coreia do Norte. “Muita gente, como eu, pensa que os Estados Unidos são os campeões do mundo em distorcer os factos de forma irresponsável e com uma lógica absurda”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, questionada sobre as declarações do presidente norte-americano. Os Estados Unidos “deviam olhar-se ao espelho em vez de criticar os outros”, acrescentou. Donald Trump afirmou em ’tweets’ sucessivos nos últimos dias que a relação com a Coreia do Norte é boa, mas que “a China complica grandemente as coisas” devido “aos diferendos comerciais” entre Washington e Pequim. O presidente norte-americano disse ainda que a sua relação com o líder norte-coreano é “boa e calorosa”, pelo que não “há razões nesta altura para esbanjar dinheiro em jogos de guerra”, mas avisou que poderá relançar exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul que serão os “maiores de sempre”. Já anteriormente Trump tinha acusado a China de usar a sua influência sobre Pyongyang para dificultar a sua aproximação ao líder norte-coreano, Kim Jon-un, em represália pelas novas tarifas que Washington impôs a Pequim e que deram origem a uma guerra comercial entre as duas potências económicas. Na semana passada, Trump cancelou uma visita de uma delegação norte-americana a Pyongyang citando falta de progressos nas negociações. Trump e Kim reuniram-se em Junho numa cimeira histórica, em Singapura, na qual se comprometeram a construir uma paz duradoura e estável na península coreana e a trabalhar para “a total desnuclearização” da península.