Alexis Tam sublinha “grande esforço” de promoção da língua portuguesa

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura afirmou ontem que o Executivo está a fazer “um grande esforço para promover a língua e cultura portuguesa” no território, uma estratégia apoiada directamente por Pequim.

Em declarações à Lusa, o responsável prometeu também mais apoios, num momento em que o número de professores aumentou para “quase o dobro”, um compromisso que segue “instruções do Governo Central”.
“Neste momento, há cerca de 6.700 alunos que estão a estudar língua portuguesa nas escolas secundárias.

Já não falo dos alunos que estão a estudar em Portugal, cada vez há mais alunos que vêm para Portugal para prosseguirem os estudos e também estamos a incentivar os alunos para virem”, disse.

Pelo contributo para o desenvolvimento da Educação e ensino da língua e cultura portuguesas, Alexis Tam vai ser distinguido pela Universidade de Lisboa com o título de doutoramento ‘Honoris Causa’, numa cerimónia agendada para Março. “Fiquei muito feliz com esta honra. Significa que eu e a minha equipa estamos a executar bem a política de promover a língua a cultura portuguesa em Macau. Penso que estamos a fazer bem o nosso trabalho, que é apreciado pela Universidade de Lisboa. Para nós, este título de ‘Honoris Causa’ pode encorajar-nos a fazer mais no futuro. Isso eu garanto, que o Governo da RAEM vai fazer mais no futuro”, sublinhou.

Amigos para sempre

Em declarações à Lusa, Alexis Tam lembrou que em 2019 se “celebram 20 anos de Governo da Região Administrativa Especial de Macau” e o território tem todas as condições para “servir de plataforma entre a China e Portugal para a área do comércio, economia e actividades culturais”. “Pode perguntar aos cidadãos de Macau ou da China, [todos] gostam muito de Portugal”, destacou Alexis Tam.

“Esteve aqui há pouco tempo o Presidente da China, Xi Jinping. Foi muito bem recebido pelo povo português e também já foi anunciado que o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, vai visitar a China e Macau. Penso que todos os cidadãos vão ficar muito contentes com isso e por isso somos amigos. Os povos são amigos”, reforçou.

Sem abordar o futuro de Macau após 2049, quando termina o período de transição acordado entre Portugal e a China, o responsável prometeu que as relações entre a RAEM e os portugueses são inquebráveis.

13 Fev 2019

Alexis Tam recebido por presidente da Câmara Municipal do Porto para “aprofundar relações”

O secretário dos Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, reuniu-se ontem com o presidente da Câmara do Porto e “amigo de Macau”, Rui Moreira. O autarca portuense admitiu querer “aprofundar as relações” entre as cidades geminadas

 

[dropcap]A[/dropcap] visita surgiu no âmbito das celebrações dos 40 anos de relações diplomáticas entre Portugal e China e, após a reunião bilateral, seguiu-se uma actuação cultural desempenhada pela delegação macaense, composta por alunos de 16 escolas, um grupo de artes marciais e uma companhia de ópera chinesa de Cantão, com o objectivo de fazer “actuações no Porto”, algo que Alexis Tam considera ser “uma grande honra”.

“Este ano é importante para a China e Portugal, porque se celebram 40 anos do estabelecimento da boa relação diplomática entre a China e Portugal. Para nós, a amizade já existe há muitos anos. Por exemplo, Macau e o Porto têm uma amizade, é uma cidade geminada desde 1991 e, para nós, esta amizade é preciosa. Utilizando a expressão portuguesa de quanto mais velho é o vinho, melhor é. Com a amizade é igual”, afirmou à Lusa.

O responsável revelou ainda que os temas abordados na reunião com Rui Moreira foram “a cooperação e o futuro na área do turismo, porque Macau e Porto são cidades turísticas, também Património Mundial da Unesco”, admitindo que ainda se podem “desenvolver as áreas do turismo, actividades culturais, assim como a educação, saúde e desporto”.

Presidentes em tour

Já o autarca portuense indicou que “a visita ainda está a decorrer” e que haverá uma nova conversa, mas sublinhou a utilidade da reunião que serviu para “discutir agendas comuns” que existem há muitos anos, “nomeadamente na área do turismo e cultura”.

“A visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal foi um momento único que vai ser replicado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na visita à China [em Abril] e que irá passar por Macau. Tudo isto tem contribuído para esta afirmação que existe de Portugal na China, em Macau, em particular”, revelou Rui Moreira.

Considerou ainda que, a “velha aliança com Macau”, tem aberto as portas do Porto para a China, com “protocolos importantes de colaboração com Shenzhen que só foram possíveis através da mediação de Macau” e que são “importantes para a região”, porque se abrem “novas perspectivas” às universidades e trabalhadores portuenses.

“Gostava que esta relação pudesse ser mais aprofundada na parte da cultura. Hoje tivemos uma actividade cultural interessante. Na parte da educação, gostava que fossem feitas mais coisas, espero que haja essa abertura e é isso que vamos falar logo à noite”, admitiu o Presidente da Câmara do Porto.

Para o autarca, os benefícios que o Porto colhe da relação com Macau têm a ver com o turismo, visto que o território chinês “é um ponto de promoção do Porto como cidade geminada”, explicando que essa presença portuense se transmite, “não só no mercado macaense, mas também para os mercados limítrofes, numa zona da China que é a mais rica do país”.

“Aproveitando também a presença do Presidente da República de Portugal em Macau, gostaria que levássemos alguma coisa no plano cultural. Estivemos em Pequim, no dia 10 Junho, com a Orquestra Barroca da Casa da Música, foi um extraordinário sucesso, teve um impacto incrível e gostava que alguma coisa fosse feita mais no âmbito dos jovens, gostava de levar lá a Orquestra Juvenil da Bonjóia para retribuir esta visita aqui”, finalizou o autarca, referindo-se à comitiva macaense.

13 Fev 2019

Ex-futebolista do Bahrein detido na Tailândia vai ser libertado

[dropcap]O[/dropcap] ex-futebolista Hakeem Ali Al-Araibi, detido na Tailândia desde finais de Novembro de 2018, vai ser libertado, uma vez que o Bahrein recuou no pedido de extradição, anunciou ontem a procuradoria tailandesa. “Fomos informados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de que o Bahrein retirou o pedido de extradição. Se não o pedem, não temos qualquer razão para o manter aqui”, anunciaram as autoridades de Banguecoque.

O antigo jogador do Bahrein pode assim regressar à Austrália, onde beneficia do estatuto de refugiado político. Hakeem Ali Al-Araibi, de 25 anos, detido quando se encontrava em lua-de-mel na Tailândia, foi condenado à revelia, em 2014, a dez anos de prisão por um tribunal do Bahrein, acusado de danificar uma esquadra da polícia em 2012, durante protestos à margem da Primavera Árabe, que sempre negou.

Na sequência da detenção, surgiu uma campanha internacional a reclamar o regresso ao país de adopção, que envolveu o governo da Austrália, a FIFA e o Comité Olímpico Internacional, mas as autoridades tailandesas decidiram analisar o pedido de extradição e enviaram o caso para o tribunal penal de Banguecoque.

Em 4 de Fevereiro, esta instância rejeitou a libertação de Hakeem Ali Al-Araibi, alegando perigo de fuga, e prorrogou o prazo de detenção por, pelo menos, dois meses, para que o ex-jogador pudesse preparar a sua defesa. A Tailândia não é signatária da convenção sobre refugiados e muitos deles são reencaminhados para o país de origem.

12 Fev 2019

Surto de sarampo nas Filipinas já fez 70 mortos, com 4.300 casos identificados

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades filipinas informaram hoje que o surto de sarampo nas Filipinas piorou na última semana, registando-se já 4.300 casos este ano e pelo menos 70 mortos, a maioria crianças com menos de quatro anos. Cinco regiões do país estão em alerta, embora o maior número de casos esteja concentrado em Manila e nas províncias vizinhas, onde as autoridades lançaram um intenso programa de imunização entre as crianças para prevenir a disseminação da doença.

O Hospital San Lazaro, em Manila, onde mais de dois mil casos foram tratados, entrou em colapso devido ao afluxo de pacientes, razão pela qual a Cruz Vermelha filipina instalou uma unidade móvel com cem camas adicionais para lidar com todos os casos.

De todas as mortes que ocorreram no país devido ao sarampo, uma doença infecciosa muito contagiosa, 55 aconteceram neste hospital. O surto da doença é uma consequência da falta de imunização infantil nos últimos anos, uma vez que cerca de 2,5 milhões de crianças filipinas com menos de 5 anos de idade não foram vacinadas.

Muitos pais filipinos recusaram-se a vacinar os seus filhos por causa do escândalo Dengvaxia, uma vacina contra a dengue que foi usada no país entre 2014 e 2017, até que seu fabricante, o farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, admitiu que tinha efeitos adversos e que as pessoas vacinadas que contraíram dengue pela primeira vez sofreriam efeitos muito mais sérios.

As autoridades estão a investigar a causa das mortes de 14 crianças que foram vacinadas, o que suscitou desconfiança em relação a todo o tipo de vacinas no país e fez com que muitas famílias optassem por não imunizar os seus filhos.

Crianças não vacinadas têm maior risco de contrair sarampo, uma doença que infecta o sistema respiratório e causa diarreia severa, pneumonia, cegueira e até a morte.

12 Fev 2019

Aeroporto de Macau recebeu 180 mil passageiros no Ano Novo chinês

[dropcap]O[/dropcap] aeroporto internacional de Macau recebeu, entre terça-feira e domingo passados, 180 mil passageiros e registou cerca de 1.300 voos de e para o território, foi ontem anunciado.

De acordo com o comunicado da Companhia do Aeroporto de Macau (CAM), trata-se de um aumento de 18%, em passageiros e em voos, em relação a igual período do ano anterior. A CAM indicou ainda ter registado 32.100 passageiros só no domingo passado, o que representa um novo recorde no volume diário de passageiros.

No início deste ano, o aeroporto de Macau acrescentou três novas rotas internacionais às suas operações, Wenzhou (China), Chiang Rai (Tailândia) e Cebu (Filipinas).

Os Serviços de Turismo de Macau indicaram que o território registou a entrada de 1.213.487 milhões de pessoas entre segunda-feira (4 de Fevereiro) e domingo (10 de Fevereiro), a “semana dourada” do Ano Novo Chinês deste ano.

12 Fev 2019

Angola vai fechar representações comerciais em Portugal, Brasil e Macau

[dropcap]O[/dropcap] ministro do Comércio angolano indicou ontem que todas as representações comerciais de Angola no exterior, incluindo Portugal, Brasil e Macau, vão ser encerradas até 28 deste mês, sendo substituídas pela figura de Adido Comercial junto das embaixadas.

Num comunicado, Jofre Van-Dúnem Júnior indica que a medida tem “carácter imediato e incondicional”, pelo que encerram as representações em Portugal, Brasil, Macau, Espanha, Bélgica, África do Sul, Cuba, China e Estados Unidos.

Van-Dúnem Júnior justifica a medida com a necessidade de se conformar a figura dos então Representantes Comerciais de Angola no Estrangeiro ao decreto presidencial que aprovou o Estatuto Orgânico do Ministério das Relações Exteriores para a categoria de Adido Comercial junto das missões diplomáticas de acolhimento, abrangendo também o pessoal de recrutamento local.

“[A partir de 28 de Fevereiro], as Representações Comerciais deixam de ter despesas de pessoal, sob cominação de responsabilização do gestor da respetiva representação”, lê-se no documento.

“As Representações Comerciais de Angola no Exterior devem adoptar os procedimentos conducentes à cessação de funções nos termos da lei e o concomitante regresso ao país dos funcionários de nomeação central que se encontram até à data em exercício de funções”, termina o comunicado de Van-Dúnem Júnior. O ministro não explicita no comunicado quantos funcionários estão envolvidos.

12 Fev 2019

Zhuhai quer construir ponte marítima para Shenzhen

[dropcap]A[/dropcap] Zona Económica Especial de Zhuhai quer construir uma ponte marítima de ligação a Shenzhen para reduzir o tempo de viagem a 30 minutos, noticiou ontem o jornal South China Morning Post.

Além de encurtar a viagem entre as duas zonas económicas especiais chinesas, das actuais duas horas para 30 minutos, a ponte teria também uma linha ferroviária de alta velocidade, indicou o diário em língua inglesa de Hong Kong. A ambição de Zhuhai foi divulgada no mês passado pelo líder do município, Yao Yisheng, no final da sessão anual da legislatura da província de Guangdong e antes do início do período de férias do ano novo chinês.

Yao indicou que espera começar, em breve, o planeamento da infraestrutura, uma travessia de 46,5 quilómetros sobre o estuário do rio das Pérolas até Qianhai, um centro financeiro em desenvolvimento na costa ocidental de Shenzhen.

Idealmente, as viagens entre Zhuhai, a 155 quilómetros de distância de Shenzhen, seriam feitas por comboio de alta velocidade, capaz de atingir pelo menos 200 quilómetros por hora, disseram Yao e o chefe do Partido Comunista de Zhuhai, Guo Yonghang.

Yao considerou ainda que ligar Shenzhen, Zhuhai e Zhongshan por comboio de alta velocidade iria dar um novo impulso às zonas económicas costeiras nas margens do estuário do rio das Pérolas.

A nova infra-estrutura ficará entre, a norte, uma ponte ainda em construção para ligar Shenzhen e Zhongshan e, a sul, a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HZMB), inaugurada em Outubro. De acordo com o South China Morning Post, Guo afirmou que a proposta de uma ponte entre Zhuhai e Shenzhen já existia há muito.

“Inicialmente, a ideia era construir uma ponte só para veículos. Mas agora, devido aos apelos do Governo central para uma integração mais rápida do delta do rio das Pérolas, é necessária uma ligação ferroviária de alta velocidade”, sublinhou.

Alguns peritos na China e em Hong Kong afirmaram recear que a possível nova ligação desvie tráfego da HZMB, cuja utilização, restrita a veículos autorizados, está por enquanto aquém das expectativas dos responsáveis.

A HZMB, considerada a maior travessia marítima do mundo com 55 quilómetros de comprimento, que custou centenas de milhões de dólares e demorou quatro anos a ser construída, ainda não atingiu o volume diário de tráfego de 14 mil veículos, projectado pelo Governo da antiga colónia britânica.

12 Fev 2019

Uigures | Turquia criticada por alegações sobre morte de músico

O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros reagiu à afirmação do Governo turco de que um músico de etnia uigur teria morrido sob detenção, divulgando um vídeo onde Abdurehim Heyit aparece a provar que está vivo

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês criticou ontem a Turquia por alegações de que um prestigiado músico de etnia uigur, minoria muçulmana de origem turca que habita o extremo noroeste da China, morreu sob custódia da polícia.

A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Hua Chunying afirmou ontem que um curto vídeo de Abdurehim Heyit, divulgado por um órgão estatal chinês, prova que ele está vivo e considerou que Ancara cometeu um erro “muito grave e irresponsável”.

O ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia qualificou no sábado como “vergonha para a humanidade” o tratamento dado pela China aos uigures.

“A política de assimilação sistemática das autoridades chinesas face aos turcos uigures é uma vergonha para a humanidade”, lê-se num comunicado emitido por Hami Aksoy, porta-voz do ministério.

Organizações de defesa dos Direitos Humanos estimam que a China mantém detidos cerca de um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em centro de doutrinação política.

Desde que, em 2009, a capital da região do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, a China tem levado a cabo uma agressiva política de policiamento dos uigures.

“Os uigures que não estão detidos nos campos também estão sob forte pressão”, lê-se no comunicado da Turquia, que apela à comunidade internacional e ao secretário-geral das Nações Unidas para “pôr termo a uma tragédia humana que se desenrola no Xinjiang”.

Até ao momento, os principais países muçulmanos não se manifestaram sobre esta questão devido aos receios de comprometerem as suas relações com a China, um importante parceiro comercial.

Contraditório

Na mesma nota, o porta-voz turco afirmou ter sido informado da morte sob detenção de Abdurehim Heyit.
“Este incidente trágico reforçou ainda mais a reacção da opinião pública turca sobre as graves violações dos direitos humanos em Xinjiang”, refere.

Mas a Rádio Internacional da China, órgão estatal chinês, difundiu um vídeo em que aparece, alegadamente, Heyit.
“O meu nome é Abdurehim Heyit. Hoje é 10 de Fevereiro de 2019. Estou a ser investigado por ter alegadamente violado as leis nacionais. Estou em bom estado de saúde e nunca sofri abusos”, afirma Heyit, num vídeo de 25 segundos.

Na semana passada, 16 organizações não-governamentais pediram ao Comité dos Direitos Humanos da ONU que abra uma investigação sobre a alegada detenção de um milhão de uigures no Xinjiang.

As autoridades chinesas afirmam que os detidos estão em “centros de educação vocacional e treino profissional” para que sejam integrados na sociedade.

Mas antigos detidos afirmam que os uigures são forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC).

12 Fev 2019

Pintura | Exposição de Chau Hon Va a partir de dia 19 no Centro UNESCO

[dropcap]”V[/dropcap]ida Própria a Passar nos Livros e na Pintura” é a exposição de Chau Hon Va, que tem inauguração marcada para o próximo dia 19 às 18h30 na sala da exposição do Centro UNESCO. A iniciativa faz parte do Projecto de Promoção de Artistas de Macau da Fundação Macau, e vai exibir 75 obras da mestre de pintura local. A par da mostra será lançada uma colectânea homónima com os trabalhos expostos.

A artista terá herdado o talento para a pintura da própria família, uma vez que é neta de Chau Jim, e filha de Chau Wan, dois pintores reconhecidos em Macau. De acordo com um comunicado, “as suas obras exibem quase sempre pássaros e flores, sobretudo crisântemos”. O seu trabalho tem ainda como características a utilização de cores escuras e a exploração de contrates e de transparências, acrescenta a organização.

Chau Hon Va vai ainda liderar um workshop no dia 23 às 15h, no local da exposição. Sob o tema “Andorinhas e Peixinhos” a iniciativa é dirigida a pais e crianças – entre os seis e os doze anos – e tem entrada gratuita.

Além, de pintora, Chau é actualmente presidente da direcção da Associação para Investigação e Inovação da Caligrafia e Pinturas Chinesas (Macau), membro da Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses «Yü Ün» de Macau, vice-presidente da direcção da Associação de Pintura e Caligrafia de Terceira Idade de Macau e assessora da Associação de Arte e Cultura “Wa Ha” Macau.

12 Fev 2019

Urbanismo | Quatro edifícios em zona de protecção vão ser reconstruídos

[dropcap]S[/dropcap]ão dez os projectos de Planta de Condições Urbanísticas que entraram ontem em procedimento de divulgação, exposição e consulta pública, quatro deles localizados na zona de protecção de património cultural, de acordo com a Rádio Macau.

O Plano inclui o edifício de propriedade privada sito no número 51 da na Rua dos Mercadores e nos 30-32 da Rua Oeste do Mercado de S. Domingos. De acordo com o projecto em consulta, a construção com finalidade não industrial, tem 9,8 metros de altura, mas admite-se o limite máximo de 20,5 metros bem como o aumento de dois pisos recuados.

Recorde-se que o Instituto Cultural, em Outubro de 2018, impôs restrições de utilização de materiais e que “o desenho das novas fachadas deve ter em consideração a tipologia arquitectónica dos edifícios existentes ao longo da Rua dos Mercadores”, revela a mesma fonte.

Outro projecto em zona de protecção situa-se no número 360 da Avenida de Almeida Ribeiro com 16,4 metros e no número 2 do Beco do Paralelo com quatro metros. Trata-se de uma construção com uma fachada a preservar sem aumento de cércea e com a preservação das características espaciais da arcada.

Aqui, o IC admite a possibilidade de aumentar a altura para 18 metros no plano interior da arcada e determina restrições no uso de materiais e tipologia arquitectónica que terá de ser “harmonizada com as características do edifício original como um todo”.

Já o número 43 da Rua dos Faitiões está dividido em duas parcelas, sendo que o IC num parecer emitido em 2018 admite a sua reconstrução segundo a fachada original.

O quarto projecto integrado em zona de protecção é uma vivenda na Estrada da Penha e o IC exige que a construção tenha características de habitação unifamiliar com um máximo de nove metros, preserve a vegetação e a manutenção de árvores de grande porte, bem como restrinja materiais e cores. A consulta termina a 25 de Fevereiro.

12 Fev 2019

Salas de fumo | 436 prontas para funcionar

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SSM) receberam até ontem pedidos de 35 casinos para instalar 555 salas de fumo.

Entre os pedidos, 436 salas de fumo de 27 casinos já receberam autorização para entrarem em funcionamento.

No pólo oposto, as autoridades revelaram, segundo o canal chinês da Rádio Macau, que ainda há 12 casinos, entre os 41 existentes no território, que não fizeram qualquer pedido para instalação de salas de fumo.

12 Fev 2019

Cliente agredido por não pagar a prostituta

[dropcap]U[/dropcap]m homem de 40 anos foi agredido nas costas com um cutelo, após ter recusado pagar pelos serviços sexuais de que tinha usufruído.

O caso foi revelado, ontem, pela Polícia Judiciária, segundo o canal chinês da Rádio Macau, depois do cliente ter recusado pagar cerca de 2 mil patacas, valor acordado com a prostituta. Perante este cenário, a mulher de 24 anos chamou ao quarto de hotel um amigo, com cerca de 30 anos de idade, que a ajudou a agredir o cliente.

Depois da confusão, a polícia foi alertada para o incidente e capturou os dois agressores, quando estes tentavam regressar ao Interior da China. Confrontados com o crime, os dois acabaram por confessar as agressões que justificaram com a falta de pagamento do serviço. O caso foi entregue ao Ministério Público.

12 Fev 2019

Comida ambulante | Governo prepara lei para o sector

[dropcap]O[/dropcap] Governo está a preparar uma lei para regular a venda de comida em barracas de rua e um outro documento para definir regras de gestão de mercados públicos.

A informação foi confirmada, ontem, pelo presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. Segundo o governante, os dois diplomas vão ser entregues ao Conselho Executivo na primeira metade deste ano.

Ao mesmo tempo, José Tavares considerou que o funcionamento do IAM, que substitui no início do ano o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municiais, está a decorrer sem problemas e revelou que a transição ocorreu sem sobressaltos.

12 Fev 2019

Branqueamento de capitais | Macau vai trocar informações com Índia e Brasil

[dropcap]M[/dropcap]acau vai assinar memorandos de entendimento para a troca de informação relativa ao combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo com a Índia e com o Brasil.

A informação consta de duas ordens executivas, publicadas ontem em Boletim Oficial, que dá ao secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, todos os poderes necessários para celebrar os memorandos em nome da RAEM.

Poderes que podem ser subdelegados na coordenadora do Gabinete de Informação Financeira, entidade que, em Outubro último, passou da tutela da Economia e Finanças para a Segurança.

12 Fev 2019

Portugal/China | Jorge Sampaio: “A questão de Macau já está arrumada”

O reforço da Parceria Estratégica Global entre Portugal e China, adoptada em Dezembro, ”abre vias de aprofundamento da cooperação em inúmeras áreas que são de grande relevância”, como no caso do porto de Sines, declarou o antigo Presidente Jorge Sampaio

[dropcap]A[/dropcap] declaração conjunta sobre o reforço da Parceria Estratégica Global, adoptada em Dezembro último por ambos os países, bem como os instrumentos bilaterais que foram assinados, abrem vias de aprofundamento da cooperação em inúmeras áreas que são de grande relevância”, afirmou o antigo Presidente.

“Por exemplo, na iniciativa conhecida como ‘Uma Faixa, Uma Rota’, Portugal pode desempenhar um papel próprio, podendo afirmar-se como ponto de encontro entre a rede ferroviária e a rede marítima no contexto da nova Rota da Seda”.

“Como foi várias vezes sublinhado pelo Governo português, em Dezembro passado, o nosso porto de Sines pode muito bem ser o ponto em que a Rota da Seda e a Faixa se encontram, sendo o porto mais próximo do Canal do Panamá, ou seja, mais próximo do ponto de ligação marítima entre o Atlântico e o Pacífico”, disse. “Isto é um exemplo de uma cooperação promissora, com ganhos para todos os lados”, avaliou.

Após a transferência de Macau para a China, a “normalização das relações não deveria significar nunca um nível político menos elevado das relações bilaterais”, referiu Sampaio, lembrando importância que Macau teve no contexto de reunificação nacional da China (juntamente com Hong Kong).

Segundo o antigo Presidente português, as duas partes conseguiram entender, ao longo do processo de transição de Macau, que deviam reconhecer este facto – a importância da transferência de Macau no contexto da reunificação – “preservando a qualidade das suas relações políticas”.

“Isto explica porque, em 2005, seis anos depois da transferência de soberania em Macau, Portugal e a China tenham assinado uma Parceria Estratégica Global, um passo inédito, uma vez que o nosso país foi o primeiro pequeno país europeu com o qual a China estabelecia a tal Parceria Estratégica”. “Os anos seguintes consolidaram esta relação especial”, disse, referindo ainda as visitas oficiais dos mais altos cargos políticos dos dois países.

“Nos últimos anos, quer a expansão das relações económicas – não esquecer que a China é hoje o sexto fornecedor de bens a Portugal e o décimo cliente de bens de Portugal e que, por outro lado, Portugal é actualmente o quatro país onde a China mais investiu na década e o sétimo país europeu com mais investimento chinês – quer o desenvolvimento das relações no âmbito científico, cultural e turístico, provou nestas vertentes a qualidade excepcional das relações políticas construídas durante os anos de transição”, avaliou.

Macau arrumada

Para Jorge Sampaio, Portugal “só terá a ganhar se souber articular os seus interesses estratégicos com o relacionamento especial que tem sabido manter com a China”, considerando o futuro, “em termos de turbulência e de enorme incerteza no plano internacional”. “Assim, creio também que para além dos elementos da cooperação concreta, no plano bilateral e multilateral, o maior e mais relevante desafio será o da preservação e o desejável aprofundamento da qualidade das relações políticas luso-chinesas marcadas pela excepcionalidade”, declarou.

“No plano do relacionamento da China com um pequeno país europeu, como é Portugal, temos a afirmação da nossa capacidade de interlocução com a China, quer no plano bilateral quer no quadro dos nossos relacionamentos vários e na defesa de interesses de geometria variável, que ao meu ver, nunca deverão deixar de ser pautados pelos princípios subjacentes a nossa política externa, orientados para a salvaguarda da paz e da segurança internacionais, estabilidade do desenvolvimento sustentável, a prosperidade da proteção dos direitos humanos”, argumentou.

Para Sampaio, encontrar um equilíbrio certo entre as variáveis numa paisagem internacional marcada pela instabilidade, talvez não seja tarefa fácil, mas deverá “permanecer o objectivo de um relacionamento luso-chinês forte”. “A questão de Macau já está arrumada”, referiu.

Macau, segundo o antigo Presidente português, serviu também ao Governo chinês para provar que a política de ‘um país, dois sistemas’ estava certa.

11 Fev 2019

Filme “Roma” grande vencedor dos prémios Bafta de 2019

“Roma”, do mexicano Alfonso Cuarón, foi ontem o grande vencedor da 72.ª edição dos prémios Bafta do cinema britânico, triunfando em quatro categorias, entre elas a de melhor filme e de melhor realização.

O filme “A Favorita”, do grego Yorgos Lanthimos, foi o que arrecadou maior número de prémios, sete, entre eles o de melhor atriz principal.

A cerimónia dos British Academy of Film and Television Arts realizou-se no Royal Albert Hall, de Londres.

“Roma”, além de melhor filme e melhor realização, venceu ainda na categoria de melhor filme de língua não inglesa e melhor fotografia.

Entre os prémios para “A favorita” Olívia Colman foi distinguida como melhor atriz e Rachel Weisz recebeu o prémio de melhor atriz secundária. O filme levou ainda prémios como o de melhor guião original e melhor filme britânico.

O prémio de melhor ator foi para Rami Malek, no filme “Bohemian Rhapsody”, e Mahershala Ali foi considerado o melhor ator secundário, pelo papel no filme “Green Book”.

O prémio revelação distinguiu a atriz Letitia Wright, pelo papel no filme “Black Panther”, e “Free Solo” ganhou na categoria de documentário.

11 Fev 2019

Milhares de pessoas protestam depois de assassínio de político na Índia

[dropcap]V[/dropcap]ários milhares de manifestantes marcharam ontem em Bengala Ocidental, no leste da Índia, carregando o corpo de um político local cujo assassínio foi o primeiro ato de violência antes das eleições parlamentares marcadas para a primavera.

Satyajit Biswas, de 38 anos, membro do partido Congresso Trinamool (TMC, sigla em inglês), formação regional no poder no estado, foi morto na noite de sábado por um atirador não identificado.

O TMC culpou o seu principal rival, o Partido Bharatiya Janata (BJP, sigla em inglês), do primeiro-ministro Narendra Modi, que negou qualquer envolvimento no caso, referindo ainda uma divergência interna no seio do TMC.

“Suspeitamos de motivação política para este assassínio”, disse Anuj Sharma, vice-chefe de polícia de Bengala Ocidental. Segundo o vice-chefe de polícia, duas pessoas já foram presas, mas não especificou a qual partido pertenciam.

No distrito de Nadia (cerca de 120 quilómetros de Calcutá), os manifestantes levaram o corpo do deputado assassinado do hospital até à sua aldeia de origem. O TMC e BJP disputaram cargos políticos em Nadia, situada na fronteira com o Bangladesh, durante as eleições locais no ano passado, resultando em dezenas de mortes durante a campanha eleitoral.

No poder desde 2014, o primeiro-ministro Narendra Modi deve anunciar a convocação de eleições legislativas nacionais para, provavelmente, Abril. Em Bengala Ocidental, os assassínios políticos têm sido comuns nas últimas campanhas eleitorais.

Assassínios políticos são generalizados em todo o país. As estatísticas oficiais contaram mais de 100 em 2016, um número muito inferior à realidade, segundo alguns analistas políticos.

Kerala (sul), Uttar Pradesh (norte) e Bihar (nordeste) são os estados mais afectados por esse fenómeno, segundo as estatísticas do Governo.

11 Fev 2019

AL | Jornalistas querem ser informados de reuniões da Comissão de Regimento e Mandatos

[dropcap]A[/dropcap] direcção da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) enviou uma carta ao presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, em que solicita que a existência de reuniões da Comissão de Regimento e Mandatos “seja dada a conhecer aos jornalistas, nos mesmos termos dos encontros respeitantes a outras comissões da AL”.

A missiva, divulgada ontem, surge depois de ter havido reuniões da Comissão de Regimento e Mandatos, cuja realização não foi comunicada à imprensa. “Esse passo seria importante para que os jornalistas possam, à luz dos princípios da transparência, interesse público e direito à informação, desempenhar da melhor forma o seu trabalho”, acrescenta a carta.

11 Fev 2019

Táxis | Entre 500 e 600 patacas por corrida

[dropcap]U[/dropcap]ma reportagem do canal chinês da TDM mostrou vários turistas a queixarem-se do comportamento dos taxistas. De acordo com os depoimentos ouvidos, o preço por uma viagem entre um casino no Cotai e as Ruínas de São Paulo ficava entre as 500 e 600 patacas.

A Assembleia Legislativa está neste momento a discutir a alteração à lei dos táxis. Uma das mudanças passa pela captação de imagens e sons dentro dos veículos, para evitar este tipo de casos. Também haverá uma aplicação de multas mais pesadas.

11 Fev 2019

Tóquio 2020 | Sugerido que atletas portugueses estagiem em Macau

Alexis Tam encontrou-se com o ministro da Educação português, em Lisboa. Além do desenvolvimento da iniciativa que junta escolas portuguesas e de Macau em projectos de intercâmbio, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura propôs a Tiago Brandão que os atletas nacionais estagiassem em Macau antes da sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau sugeriu ao ministro da Educação português que os atletas lusos estagiem no território antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020.

Alexis Tam esteve reunido na sexta-feira com Tiago Brandão, em Lisboa, e afirmou que “a presença portuguesa nos Jogos Olímpicos de Tóquio pode beneficiar das instalações desportivas de qualidade para um período de adaptação importante em Macau devido ao fuso horário”, de acordo com um comunicado das autoridades do território.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura acrescentou ainda que os dois governantes “concordaram que o Ministério da Educação poderia ajudar a fazer a ponte entre os comités olímpico e paraolímpico portugueses e da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM)”.

Em relação à ciência e tecnologia, de acordo com a mesma nota, Portugal e Macau reiteraram para a “necessidade de promoção de projectos de investigação conjunta em áreas específicas de interesse mútuo”.

No papel

Na sexta-feira, ao abrigo de protocolos de geminação assinados, em Lisboa, ficou estipulado que dez escolas de Portugal e Macau, onde se ensina português e mandarim, vão passar a realizar projectos conjuntos, intercâmbios e partilha de experiências entre alunos e docentes.

A iniciativa envolve cinco duplas de escolas – uma de Portugal e outra de Macau -, incluindo, da parte portuguesa, escolas de Almada, Marinha Grande, Loulé, Coimbra e Braga.

A assinatura dos acordos, em que participaram representantes de todas as escolas, foi presidida por Alexis Tam, e pela secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão.

O protocolo pretende que as escolas possam estabelecer entre si “atividades de cooperação” baseadas na partilha entre alunos, docentes e órgãos de gestão “através de contactos regulares” que permitam “aumentar a compreensão e a amizade mútuas”.

O documento estipula como prioritários os domínios das Artes, Humanidades, Ciência, Tecnologia e Desporto, nos projectos e actividades de cooperação, bem como a utilização do português, mandarim e inglês.

Os protocolos de geminação foram assinados entre as escolas no âmbito do Acordo de Cooperação na área da Educação e Cultura rubricado entre Portugal e Macau e elevam para sete o número total de acordos desta natureza.

11 Fev 2019

Portugal quer aumentar parcerias com a China, diz Secretário de Estado

O alargamento das relações entre os dois países, para além das parcerias nos sectores financeiro, energético e segurador, é uma das ambições nacionais assumidas pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias

 

[dropcap]P[/dropcap]ortugal pretende alargar a cooperação com a China “além dos sectores já explorados e também para outros territórios”, salientou sexta-feira em Lisboa o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.

“Portugal tem a ambição de alargar esta cooperação para outros sectores e outros territórios”, disse o governante português, acrescentando que “as relações (entre Portugal e a China) não se esgotam no mercado financeiro, energético e segurador. Começam a estar nos serviços, indústria e mobilidade eléctrica”.
O secretário de Estado considerou ser importante proporcionar um “investimento de tração”, com o envolvimento das pequenas e médias empresas.

Eurico Brilhante Dias, que falava na conferência “Quarenta Anos de Relações Diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China”, na Fundação Oriente, em Lisboa, disse ainda que é preciso, dentro do quadro dos acordos e parcerias, um “reforço no âmbito fitossanitário” e ainda “na exploração em conjunto de ligações por mar e aéreas”.

“É preciso um reforço nos instrumentos de operacionalização”, dos tratados e parcerias entre os dois países, referiu.

A parceria económica e empresarial entre Portugal e China, com os acordos assinados – nomeadamente a Parceria Estratégica Global Portugal-China, assinada em 2005 – “tem tido uma importância no desenvolvimento da internacionalização da economia portuguesa”, acrescentou.

Eurico Brilhante Dias também destacou a cooperação luso-chinesa “em relação aos países de língua portuguesa”, que considerou ter um potencial de aprofundamento nas relações económicas, comerciais, culturais e de criação de conhecimento.

Datas redondas

Há quarenta anos, a 8 de Fevereiro de 1979, Portugal e a República Popular da China estabeleceram relações diplomáticas oficiais.

Ao longo de 2019, para além dos 40 anos do restabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China, assinalam-se também os 70 anos da proclamação da República Popular da China e os 20 anos do retorno de Macau à China.

As comemorações em Portugal destas datas só “fortalecem e aprofundam” as relações sino-portuguesas, de acordo com o secretário de Estado.

A China “avançou” com investimentos em Portugal quando o país passava por uma grave crise económica em 2008, com restrições nos mercados financeiras e com a intervenção da ‘troika’.

“Quando vivemos uma situação difícil, com a crise económica em 2008, com restrições no mercado financeiro e com o acordo realizado com a ‘troika’, foi o investimento chinês que avançou” na economia portuguesa, recordou Eurico Brilhante Dias, sublinhando a importância desta acção na economia portuguesa.

“Temos uma relação de confiança mútua”, disse Brilhante Dias, referindo que Portugal tem tentado “aproveitar esta boa relação”.

Segundo o secretário de Estado, a boa relação entre os dois países pode ser demonstrada por dois momentos importantes, nomeadamente o apoio da China para a eleição de António Guterres como secretário-geral da ONU e de António Vitorino para responsável da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“Foi um momento muito importante, um momento de confiança” por parte dos responsáveis chineses em Portugal, referiu Brilhante Dias.

“A China é um parceiro único, um país amigo e estratégico, sem prejuízo ao enquadramento de Portugal no âmbito da União Europeia e da NATO”, disse o secretário de Estado.

Bons parceiros

Segundo o responsável português, “a rede diplomática portuguesa estende-se a Pequim, Macau, Xangai e Cantão e ainda há três centros da AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] em território chinês. Em 2019, um quarto centro da AICEP será aberto, em Cantão”.

Brilhante Dias destacou o carácter único e distintivo que Macau trouxe para as relações sino-portuguesas.
Igualmente presente na conferência, o embaixador da China em Portugal, Cai Run, destacou “a confiança mútua” e um relacionamento saudável com Portugal.

Com a assinatura do acordo de Parceria Estratégica Global, em 2005, as relações entre os dois países, segundo o embaixador, entraram “numa via expressa”.

Cai Run destacou o aprofundamento das relações económicas e comerciais com Portugal, com uma “cooperação pragmática” que deve ser aprofundada neste sector e noutros, como o ensino de línguas, cultura, entre outras áreas.

“Actualmente, há 30 universidades chinesas que ensinam português e 21 centros portugueses que ensinam chinês”, sublinhou o embaixador.

O diplomata recordou ainda que em Dezembro de 2018, durante a visita do Presidente chinês Xi Jinping a Portugal, os dois países assinaram 17 acordos, nomeadamente um memorando de entendimento sobre a cooperação no quadro da chamada “Rota da Seda”.

Lançada em 2013, por Xi Jinping, o projecto de infra-estruturas internacional ‘Uma Faixa, Uma Rota’ ou ‘nova rota da seda’, inclui a construção de portos, aeroportos, auto-estradas, centrais elétricas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste asiático.

A iniciativa é vista como uma versão chinesa do ‘Plano Marshall’, lançado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiram a Washington criar a fundação de alianças diplomáticas e militares que perduram até hoje.

11 Fev 2019

Cristãos chineses assumem clandestinamente a fé

Segundo a organização Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, apesar dos recentes sinais de aproximação entre o Vaticano e as autoridades chinesas, a repressão sobre as actividades cristãs continua sem dar sinais de abrandamento

 

[dropcap]A[/dropcap] Fundação AIS alertou sexta-feira que a repressão das autoridades na China está a levar os cristãos a assumir de forma clandestina a sua fé, apesar do acordo provisório assinado entre a Santa Sé e Pequim.

Em comunicado de imprensa, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) indica que, apesar do acordo provisório para a nomeação dos bispos católicos para a República Popular da China, são vários os sinais de que as autoridades “não têm abrandado em algumas províncias a repressão contra a comunidade cristã”.
A Fundação AIS, cita o portal da Internet Bitter Winter que publicou inúmeros casos concretos de repressão por parte das autoridades contra comunidades cristãs.

Este portal, que monitoriza as questões relacionadas com a liberdade religiosa na China, mencionou o caso na cidade de Tieling, na província de Liaoning, onde os cristãos estão “a viver a sua fé de forma cada vez mais clandestina”, face ao encerramento de locais de culto.

Também a agência católica de notícias, Asia News, verificou esta situação referindo que vários sacerdotes desistiram mesmo da sua missão “por uma questão de consciência”.

A Fundação AIS alertou igualmente para a onda de repressão das autoridades contra a comunidade cristã dando como exemplo o caso na província de Henan, onde várias igrejas foram encerradas e transformadas em teatros, salas de jogos e outros locais de entretenimento.

Entre as igrejas ocupadas pelas autoridades estão, entre outras, as de Caowu, Nanyang e Youzhai.
Nestas três localidades, “as igrejas deixaram de ser locais de culto para se transformarem, por vezes, em locais de propaganda comunista”, explicou a Fundação AIS.

De acordo com o Bitter Winter, a igreja localizada na vila de Caowu ostenta há cerca de dois meses um cartaz em que enaltece os “valores fundamentais socialistas” e onde se lia “Igreja Cristã” encontra-se agora a frase “grande amor à China”.

Questão sensível

Em entrevista publicada no L’Osservatore Romano e citada pela Fundação AIS, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Fernando Filoni, reconheceu que existe uma situação delicada e complexa no relacionamento entre a comunidade cristã clandestina, fiel ao papa Francisco e ao Vaticano, e os responsáveis chineses que tutelam a intitulada igreja patriótica que responde perante Pequim.

“Não podem ser ignorados os anos de conflitos e de incompreensão”, realçou Filoni ao jornal do Vaticano.
“Acima de tudo, é necessário reconstruir a confiança, talvez o aspecto mais difícil, pelas autoridades civis e religiosas encarregadas dos assuntos religiosos e entre as chamadas correntes eclesiais, oficiais e não oficiais”, acrescentou.

Sobre o futuro do cristianismo na China, o cardeal Fernando Filoni mostrou-se confiante afirmando acreditar que “somente a falta da verdadeira liberdade e as tentações de bem-estar podem sufocar uma boa parte das sementes lançadas já há muitos séculos atrás”.

11 Fev 2019

Escolas portuguesas e macaenses geminam-se para reforçar troca de experiências

[dropcap]D[/dropcap]ez escolas de Portugal e Macau, onde se ensina português e mandarim, vão passar a realizar projectos conjuntos, intercâmbios e partilha de experiências entre alunos e docentes ao abrigo de protocolos de geminação assinados na passada sexta-feira, em Lisboa.

A assinatura dos acordos, em que participaram representantes de todas as escolas, foi presidida pelo secretário dos Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e pela secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão.

A iniciativa envolve cinco duplas de escolas – uma de Portugal e outra de Macau -, incluindo, da parte portuguesa, escolas de Almada, Marinha Grande, Loulé, Coimbra e Braga.

O protocolo pretende que as escolas possam estabelecer entre si “actividades de cooperação” baseadas na partilha entre alunos, docentes e órgãos de gestão “através de contactos regulares” que permitam “aumentar a compreensão e a amizade mútuas”.

O documento estipula como prioritários os domínios das Artes, Humanidades, Ciência, Tecnologia e Desporto, nos projectos e actividades de cooperação, bem como a utilização do português, mandarim e inglês.

“A assinatura dos protocolos, que hoje testemunhamos, pode servir como uma importante plataforma para a promoção de mais intercâmbio educativo entre as escolas”, disse Alexis Tam na sua intervenção na cerimónia.

Vistas largas

O governante apontou igualmente “as oportunidades únicas de intercâmbio” que a geminação oferece aos estudantes, sublinhando o contributo para o “alargar da visão dos alunos durante as visitas e actividades de cooperação, enriquecendo as suas experiências de estudo”.

“O facto desta geminação ocorrer entre escolas de Portugal, onde é ensinado o mandarim, com escolas de Macau, onde é ensinado o português, torna ainda mais aliciante todo este projecto”, acrescentou.
Por seu lado, a governante portuguesa reafirmou o apoio do Ministério da Educação “às actividades que promovam o desejável intercâmbio” entre escolas, docentes e alunos “ancorados em protocolos já celebrados ou a celebrar”.

Para Alexandra Leitão, estes acordos revelam-se da “maior relevância e significado” porque se traduzem em “intercâmbios cultural e de língua”.

A responsável sugeriu, por outro lado, o aproveitamento das novas tecnologias para fomentar ainda mais esta partilha e permitir “que os 11 mil quilómetros [de distância entre Portugal e Macau] sejam encurtados para um mero ‘click'”.

Os protocolos de geminação foram assinados entre as escolas no âmbito do Acordo de Cooperação na área da Educação e Cultura rubricado entre Portugal e Macau e elevam para sete o número total de acordos desta natureza.

11 Fev 2019

Marcas portuguesas levam a feira de Milão nova tendência de calçado ‘vegan’

[dropcap]A[/dropcap] produção de calçado ‘vegan’ é uma das novas tendências em que algumas marcas portuguesas de calçado presentes na maior feira internacional do sector, em Milão, Itália, começaram a apostar, aproveitando um nicho de mercado em crescente expansão.

“Ser diferente num mercado cada vez mais global pode ser a chave do sucesso para muitas empresas”, nota a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), sustentando que, “em alguns casos para empresas que acabam de nascer, noutros casos para empresas que procuram distinguir-se num cenário de cada vez maior competitividade, os nichos de mercado começam a ser cada vez mais procurados na hora de lançar um negócio”.

E se a produção de calçado em Portugal é, maioritariamente, em couro, a associação diz haver “um número crescente de empresas interessadas em diversificar o tipo de produtos que comercializam”, surgindo o veganismo e a sustentabilidade ambiental como duas tendências de eleição.

A Rutz – Walk in Cork nasceu em 2012 pela mão de um jovem casal lisboeta que quis apostar num produto “tradicionalmente português”, feito à base de cortiça, explicou à Lusa a sócia Raquel Castro no primeiro dia da feira de calçado Micam, que decorre até quarta-feira e onde Portugal é a segunda maior delegação estrangeira, com cerca de 90 empresas de calçado.

Com o início da internacionalização e seguindo “as tendências da moda” e de crescente preocupação ambiental, a Rutz decidiu “abrir espaço para combinar a cortiça com outros materiais”, desde o algodão orgânico às solas de borracha naturais feitas com cereais ou pneus reciclados e às denominadas peles ‘vegan’, fabricadas com tecidos alternativos à pele animal.

“Ligamos o eco da cortiça ao ‘vegan’ e hoje 95% dos modelos da nossa coleção não têm pele nem quaisquer produtos derivados de animais”, afirmou Raquel Castro, que diz sentir “muita procura” por este tipo de produtos, que “provavelmente nunca vão deixar de ser um nicho de mercado”, mas têm cada vez mais adeptos.

Com um preço médio em torno dos 120 euros, os modelos da Rutz são fabricados integralmente em Portugal, em fábricas no Norte do país, e a empresa propõe-se triplicar a atual faturação de 500 mil euros nos próximos cinco anos, impulsionada pela aposta nas vendas ‘online’.

Actualmente cerca de 20 a 30% do volume de negócios é obtido em Portugal, nas duas lojas próprias da empresa em Lisboa e numa loja multimarca no Porto, mas cuja clientela são sobretudo turistas. Os EUA correspondem a outros 20 a 30% das vendas, surgindo depois países como a Alemanha e, embora ainda no início, o Japão.

‘Vegan’ há 20 anos, Catarina Pedroso, formada em Belas Artes, está a estrear-se nesta edição da Micam com a sua marca própria de calçado ‘vegan’ Balluta, que lançou há nove meses em parceria com o marido e que está certificada pela organização defensora dos direitos dos animais PETA (‘People for the Ethical Treatment of Animals’ ou Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, em português).

“Há três anos e meio começámos a pensar em lançar uma marca de calçado. Na altura não sabia nada sobre qual seria a identidade da marca, só sabia que ia ser ‘vegan’, porque não havia oferta nesta área para a mulher que gosta de moda urbana e que se preocupa com a sustentabilidade do planeta”, disse à Lusa.

Seleccionada para participar na Micam num concurso internacional para ‘designers’ emergentes promovido por aquela feira, Catarina Pedroso fabrica os modelos que desenha em duas fábricas de São João da Madeira e vende exclusivamente ‘online’ para países como a Áustria, Alemanha, Holanda, EUA e Reino Unido.

Os preços dos sapatos Balluta variam entre os 230 e os 485 euros, sendo o objetivo atingir o milhão de euros de facturação num prazo de cinco anos.

“A Ásia é uma região que gostávamos de explorar”, disse à Lusa a responsável da marca, apontando ainda o Médio Oriente como um mercado “muito forte na vertente sustentável e ‘vegan’” e identificando também potencial de crescimento nos EUA, Norte da Europa, Tóquio e Hong Kong.

Já implantada no mercado está a Lemon Jelly, uma marca de calçado injectado detida pela empresa Procalçado, de Vila Nova de Gaia, e cujas coleções vão, a partir do inverno de 2019, “ser oficialmente 100% ‘vegan’, também com o selo da PETA.

Em declarações à Lusa, o responsável da marca, José Pinto, disse que “a grande tendência é falar sobre sustentabilidade”, o que levou também a Lemon Jelly a executar o programa ‘Wasteless’, no âmbito do qual está a produzir três modelos “feitos exclusivamente com desperdícios da produção”.

Conforme explicou, com este programa a marca produz cada par de sapatos com menos 90% de emissões de dióxido de carbono, zero desperdícios e 100% de plástico reciclado, apenas com recurso a energias renováveis.

11 Fev 2019