Empresas de Macau e Zhuhai esperam mais negócios com abertura de mega ponte

[dropcap]R[/dropcap]esponsáveis de pequenas e médias empresas de Macau e da cidade chinesa de Zhuhai disseram hoje à Lusa que esperam garantir mais negócios com a abertura da maior travessia marítima do mundo que vai ligar os dois territórios e Hong Kong.

Com a abertura agendada para terça-feira, a ponte é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

“Vai ser mais fácil para nós em termos logísticos, tanto na relação com Hong Kong como com a China [continental]”, defendeu a responsável pela Refresh Moment, Joyce Fong.

“Esperamos mais negócios e oportunidades quando a ponte abrir”, indicou a proprietária da empresa de Macau, até porque “vai ser possível ir mais vezes lá porque fica tudo mais perto”, sobretudo Hong Kong para onde estão a tentar expandir a atividade.

Já a responsável pela San Meng, uma empresa de tecnologia de Macau no setor turístico e cultural, destacou que “vai ser mais fácil e mais rápido” chegar ao mercado também de Hong Kong, o que considerou ser vital para o crescimento da companhia.

Phoenix Wong disse acreditar que, com a nova ponte, Macau será um dos territórios mais beneficiados, em especial na capacidade de atração de turistas para aquele território que é já considerado a capital mundial do jogo.

Do lado da China continental, mais propriamente da cidade de Zhuhai, o proprietário da Hengoin Finantial Investment Group destacou “a grande importância da infraestrutura”.

“Mais dinheiro, pessoas e produtos na Grande Baía” vão, por sua vez, criar a oportunidade de “desenvolver grandes companhias e mais oportunidades para uma maior cooperação”, argumentou o empresário.

Já o coordenador de Comunicação e Marketing do Instituto Internacional de Macau, António Monteiro, disse à agência Lusa que era crucial ser realizado um esforço por parte das autoridades “em apostar na promoção” de um projeto, como é o caso da Grande Baía, sobretudo quando pode estar em causa uma oportunidade para eventuais investidores lusófonos.

A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau vai abrir na próxima terça-feira numa cerimónia em Zhuhai, cidade adjacente a Macau.

As autoridades de Hong Kong, Macau e Zhuhai realizaram, no final do mês passado, três dias de testes na ponte, cujos resultados foram enviados para Pequim e determinaram a data da inauguração.

A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros.

A construção começou em 2011 e previa-se a abertura para 2016, mas vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais obrigaram a um adiamento da inauguração.

18 Out 2018

José-Filipe Lima segue em 31.º lugar no Foshan Open de golfe

[dropcap]O[/dropcap] golfista português José-Filipe Lima segue na 31.ª posição do Foshan Open, prova do Challenge Tour que se está a disputar na China, depois de ter marcado hoje 69 pancadas (três abaixo do par).

Lima, que segue empatado com 10 jogadores, entregou um cartão com cinco ‘birdies’ (uma pancada abaixo do par) e dois ‘bogeys’ (uma acima).

Pedro Figueiredo integra o grupo dos classificados no 42.º lugar, depois de ter totalizado 70 pancadas (duas abaixo do par), com cinco ‘birdies’ e três ‘bogeys’.

O torneio é liderado pelo inglês Jack Singh Brar, que fechou a primeira volta com 63 pancadas, nove abaixo do par.

18 Out 2018

Cerca de seis mil pessoas retiradas após deslizamento de terra no Tibete

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]erca de 6.000 pessoas foram retiradas de suas casas após um deslizamento de terra no Tibete que bloqueou o fluxo de um dos principais rios da região, revelaram hoje os serviços de emergência da China.

Um lago de barreira foi formado em Yarlung Tsangpo, a nascente do rio Brahmaputra, na Índia, após o desmoronamento de um penhasco no vale através do qual o rio corre, informou a agência local de resposta a emergências, num relatório divulgado pelos media estatais.

Não foram registadas vítimas até agora e o serviço de emergências disse que a China tem mantido a Índia atualizada sobre o bloqueio, que poderia afetar os níveis de água nas regiões mais baixas.

O deslizamento de terra ocorreu perto de uma aldeia no condado de Menling e a água no lago subiu para uma altura de 40 metros, informaram os serviços.

Com seus picos e glaciares imponentes, o Tibete é a fonte de inúmeros rios asiáticos, aumentando a influência estratégica da China sobre seus vizinhos do sul.

O rápido aumento das temperaturas fez com que estes glaciares derretessem a um ritmo crescente, lançando uma sombra sobre os recursos hídricos futuros para a China e outras nações asiáticas.

18 Out 2018

Procurador-geral do Irão diz que não vai permitir entrada de mulheres em estádios

[dropcap]O[/dropcap] procurador-geral do Irão, Mohammad Jafar Montazeri, disse que não vai permitir que mulheres vejam jogos de futebol de equipas masculinas nos estádios, algo que considera “pecado”, noticiou a agência iraniana Mehr.

A reação surgiu na sequência de uma autorização excecional dada na terça-feira a cerca de uma centena de mulheres, nomeadamente a equipa de futebol feminino e familiares dos jogadores, que assistiram ao Irão-Bolívia no estádio, jogo que a equipa iraniana, orientada pelo português Carlos Queiroz, venceu por 2-1.

“Discordo da presença daquelas mulheres no estádio Azadi ontem [terça-feira]. Este é um estado islâmico, somos muçulmanos”, referiu o procurador-geral.

O grupo escolhido para assistir ao particular era restringido a familiares e atletas, mas conseguiu, ainda assim, ser o primeiro a assistir no estádio a um jogo masculino desde 1981, depois da revolução islâmica, dois anos antes, o ter proibido.

Montazeri ameaça agir contra quem procurar novas autorizações no futuro, uma vez que “a presença de uma mulher no estádio, a ver homens semi-nus em roupas desportivas, encaminha ao pecado”.

O presidente iraniano Hassan Rohani já afirmou várias vezes ser favorável à presença de mulheres nos estádios, mas enfrenta forte oposição, com as declarações de Montazer a irem contra as pretensões de permitir a entrada no jogo entre o Persepolis e o Al-Sadd, no dia 23 de outubro, para a meia-final da Liga dos Campeões asiática.

Segundo a agência Mehr, o procurador-geral disse que pretende pedir ao procurador de Teerão para agir judicialmente se o pedido for levantado.

18 Out 2018

Tesla vai construir em Xangai a primeira fábrica fora dos EUA

[dropcap]A[/dropcap] fabricante norte-americana de carros elétricos Tesla revelou que vai construir a sua primeira fábrica em Xangai, na China, a primeira fora dos Estados Unidos, numa altura de crescentes disputas comerciais entre Washington e Pequim.

O grupo, que tem sede no estado norte-americano da Califórnia, assinou um acordo para a transferência dos terrenos onde vai ser construída a fábrica.

As novas instalações foram anunciadas em Julho passado, depois de Pequim ter-se comprometido a eliminar os limites de propriedade para fabricantes de veículos eléctricos, e a Tesla manteve os planos, apesar das crescentes disputas comerciais entre EUA e China, motivadas pelas ambições chinesas para o sector tecnológico.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas do país asiático.

Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, nomeadamente o plano “Made in China 2025”, que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

A China é o maior mercado automóvel do mundo e o segundo maior para a Tesla, a seguir aos EUA.

General Motors, Volkswagen ou Nissan são outros grandes fabricantes de automóveis que estão a investir milhares de milhões de dólares no fabrico de veículos elétricos na China.

A produção local elimina os riscos do aumento de taxas alfandegárias e outras barreiras às importações.

“É um importante marco para o que será o nosso próximo local de fabrico desenvolvido de forma sustentável e sofisticado”, afirmou o vice-presidente da Tesla Robin Ren, em comunicado.

A Tesla afirmou antes que a produção em Xangai vai arrancar dentro de dois a três anos após concluída a construção da fábrica e, eventualmente, aumentar para 500.000 veículos por ano.

18 Out 2018

Artista José de Guimarães expõe obras de influência africana no Japão

[dropcap]A[/dropcap] exposição “José de Guimarães e África”, com obras originais do artista em diálogo com peças da coleção pessoal de arte africana, vai ser inaugurada no sábado, no Japão, anunciou a galeria do artista.

De acordo com a Galeria Quadrado Azul, a exposição decorrerá no Ichihara Lakeside Museum, na província de Chiba, no Japão, até 13 de janeiro de 2019.

A exposição reunirá obras originais do artista, criadas em vários períodos, em diálogo com diversas peças da sua coleção africana, das etnias Fang e Kota.

Esta exposição também comemora os 25 anos da colaboração do artista com a Art Front Gallery, de Tóquio, através de vários projetos de arte pública, nomeadamente Faret Tachikawa, Daikanyama Address, Kushiro Civic Core, Biblioteca Municipal de Miyagi, Tsumari Art Triennale e Setouchi Triennale.

O artista, de 78 anos, cuja vida e obra é marcada por viagens pela Ásia, a África e a América Latina, reuniu ao longo de décadas uma vasta coleção sobretudo de arte africana e asiática.

Para celebrar a abertura desta exposição no sábado, José de Guimarães fará uma palestra, seguida de um simpósio “Por que a arte africana atrai artistas?” com o professor Ichiro Majima, antropólogo, e Fram Kitagawa, presidente da Art Front Gallery.

Em conjunto com a exposição, será publicado o livro “Empty” pela Gendaikikakushitsu Publishers.

Inspirado na arte de José de Guimarães, Shuntaro Tanikawa, um dos maiores e mais populares poetas do Japão, segundo a galeria, escreveu um texto sobre a génese humana, para o qual José de Guimarães contribuiu com desenhos.

18 Out 2018

“Torto Arado” do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior vence Prémio LeYa de Literatura

[dropcap]”T[/dropcap]orto Arado”, do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior, é o romance vencedor do Prémio LeYa de Literatura, no valor monetário de 100 mil euros, com edição prevista pelo grupo editorial, anunciou hoje Manuel Alegre, que presidiu ao júri.

O Prémio LeYa de Literatura é o maior galardão para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, e o júri desta 10.ª edição, contou com os novos membros, a escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, que substituíram o escritor angolano Pepetela e os professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves, que saíram.

Além do escritor Manuel Alegre, que mantém a presidência do júri desde o início, continuam também a fazer parte Lourenço do Rosário, professor de Letras e ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, e o escritor e poeta Nuno Júdice.

O júri reuniu-se na terça-feira e hoje na sede do grupo LeYa, em Alfragide, no concelho da Amadora, nos arredores de Lisboa.

Ao galardão candidataram-se, este ano, 348 originais provenientes de 13 países, a maioria, de Portugal e Brasil, embora tenham chegado “obras de países tão diversos como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, China ou até mesmo da Islândia”, segundo o grupo editorial. No ano passado, o vencedor foi o romance “Os Loucos da Rua Mazur”, de João Pinto Coelho.

O galardão foi atribuído pela primeira vez em 2008, ao brasileiro Murilo Carvalho, pelo romance “O Rastro do Jaguar”, e por duas vezes não teve vencedor – em 2010 e em 2016 -, dada a qualidade dos originais a concurso, segundo justificou então o júri.

“O Olho de Hertzog”, de João Paulo Borges Coelho, venceu o prémio em 2009, “O Teu Rosto Será o Ultimo”, de João Ricardo Pedro, em 2011, “Debaixo de Algum Céu”, de Nuno Camarneiro, foi o vencedor em 2012, ao qual se sucedeu “Uma Outra Voz”, de Gabriela Ruivo Trindade, em 2013. Em 2014 venceu o romance “O Meu Irmão”, de Afonso Reis Cabral, e, em 2015, “O Coro dos Defuntos”, de António Tavares.

18 Out 2018

Assédio sexual | Alexis Tam aplaude grupo recém-criado por associação de estudantes

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura aplaudiu, na terça-feira, a iniciativa da Associação de Estudantes Chong Wa que criou, na semana passada, um grupo para ajudar na prevenção dos casos de assédio sexual.

Alexis Tam evitou, porém, tecer comentários sobre a proposta defendida pelo recém-criado grupo para que o crime de importunação sexual passe a ser tipificado como público, em vez de semipúblico, de modo a não ficar dependente da apresentação de queixa por parte da vítima. “Não posso pronunciar-me. Os meus assessores jurídicos vão analisar o assunto, porque está ligado a muitos serviços. Acho que é melhor os Serviços dos Assuntos de Justiça pronunciarem-se”, afirmou, em declarações reproduzidas pela Rádio Macau.

Recentemente vieram a público novas denúncias de abuso sexual, alegadamente praticados por um instrutor de música, de 78 anos. Um dos casos diz respeito a duas irmãs, de 8 e 9 anos, reportado pela mãe das alegadas vítimas à Polícia Judiciária (PJ) que, entretanto, o reencaminhou para o Ministério Público.

Após ter estalado o caso, que terá ocorrido durante actividades recreativas no Verão, uma jovem denunciou nas redes sociais ter também sido vítima de abusos sexuais por parte do mesmo homem há oito anos. Essa jovem, que não participou a ocorrência à PJ, alegou ter dado conta do episódio a um assistente social em 2016 que, por sua vez, o terá supostamente comunicado à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Em conferência de imprensa, no dia seguinte à publicação da denúncia , a DSEJ garantiu desconhecer por completo o caso.

A Associação de Estudantes Chong Wa indicou, no final da semana passada, ter acompanhado um total de oito denúncias de assédio sexual desde o início do ano, contra dez em 2017.

18 Out 2018

Pequim diz que campos de reeducação em Xinjiang servem para “treinos vocacionais”

[dropcap]O[/dropcap]governador da região de Xinjiang, extremo noroeste da China, descreveu terça-feira o internamento massivo de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure como um “sistema de formação” que “salva” do extremismo religioso.

Shohrat Zakir admitiu que foi criado um “modelo” que ensina a “língua comum do país, conhecimentos legais e competências profissionais”, e salva os que foram enganados pelo extremismo religioso.

As autoridades do Xinjiang transformaram, nos últimos anos, a região num estado policial, através de uma campanha repressiva, que foi reforçada a partir de 2016, quando o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete.

Numa rara admissão pelas autoridades chinesas da detenção extrajudicial de uigures, Zakir afirmou que os centros são destinados a pessoas “influenciadas pelo terrorismo e extremismo, mas apenas suspeitos de delitos menores, que podem assim ser isentos de repressão penal”.

A Comissão Executiva para a China do Congresso dos Estados Unidos e organizações não-governamentais denunciaram já o “internamento massivo e arbitrário de até um milhão ou mais de uigures” em campos onde são forçados a criticar o islão e a própria cultura, a aprender mandarim e a jurar lealdade ao PCC.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Zakir não menciona detenções, mas admite que as instituições mantêm agentes de segurança à entrada.

Estilos de vida

As declarações de Zakir ilustram a visão de Pequim, na qual grupos étnicos da Ásia Central que habitam Xinjiang devem ser submetidos a uma intensa assimilação da língua, cultura e história da China, e pressionados a adoptar o que o PCC considera um estilo de vida moderno e civilizado.

Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.

Zakir afirmou que os “formandos” participam em actividades culturais e desportivas e que a formação coloca-os no caminho de uma “vida moderna” e torna-os “confiantes no futuro”.

Na semana passada, a China criou uma nova lei que permite o uso de centros para “educar e transformar pessoas influenciadas pelo extremismo” religioso.

Os esforços de Pequim para legitimar as medidas no Xinjiang surgem numa altura de crescente pressão internacional.

No mês passado, a Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que a região devia permitir a entrada de observadores internacionais.

18 Out 2018

Património | Mais de 100 voluntários aderiram à iniciativa “Open House Macau”

[dropcap]A[/dropcap] iniciativa mundial “Open House”, que acontece pela primeira vez em Macau, recebeu inscrições de mais de 100 voluntários nos últimos dois meses, anunciou a organização. Esta revelou estar “satisfeita” com o resultado, estando a trabalhar com um “grupo talentoso e diversificado de voluntários com diferentes experiências e nacionalidades”, sendo que 40 por cento deles são alunos. “Todos eles estão dispostos a levar os visitantes a descobrir a história da arquitectura de Macau que está por descobrir”, lê-se num comunicado.

O “Open House Macau” é uma iniciativa organizada em parceria com o CURB – Centro para a Arquitectura e Urbanismo, fundado pelo arquitecto e professor universitário Nuno Soares. Este afirmou que “o número de inscrições para o voluntariado na Open House Macau definitivamente excedeu as nossas expectativas e também estamos surpreendidos pela diversidade de experiências dos inscritos. Isto mostra o compromisso e interesse da comunidade em termos da arquitectura e património”.

O evento acontece entre os dias 10 e 11 de Novembro, estando programadas visitas a 50 edifícios, tal como a Escola Portuguesa de Macau, da autoria do arquitecto Chorão Ramalho, entre outros. A.S.S.

17 Out 2018

Aeroporto chinês automatiza ‘check-in’ através de reconhecimento facial

O registo dos passageiros num dos aeroportos de Xangai, capital económica da China, pode a partir de hoje ser feito através de reconhecimento facial, ilustrando a ambição de Pequim em alargar aquela tecnologia a todos os sectores.

Segundo um comunicado da Administração da Aviação Civil da China, o Aeroporto Internacional de Hongqiao instalou terminais de reconhecimento facial para ‘check-in’ dos passageiros e bagagens de porão, controlo de segurança e embarque.

O mesmo sistema deve ser implementado em breve nos aeroportos de Pequim e na cidade de Nanyang, província de Henan, centro do país, detalhou o mesmo comunicado.

Vários aeroportos na China usam já sistemas de reconhecimento facial para acelerar as verificações de segurança, mas o sistema implementado em Xangai é “completamente automatizado”, lê-se naquela nota. A tecnologia está disponível apenas para titulares do passaporte chinês.

Em toda a China, o reconhecimento facial está a ser implementado na vida quotidiana, incluindo para dar entrada em hotéis, fazer pagamentos em restaurantes ou detetar a reação dos estudantes nas salas de aula.

A polícia chinesa usou já aquele sistema para identificar pessoas em locais públicos e apanhar criminosos em flagrante, e está a desenvolver um sistema nacional integrado de monitorização através dos dados recolhidos através daquela tecnologia.

Mas a crescente comodidade poderá ter custos, à medida que o Estado chinês usa os meios digitais para aprimorar o seu caráter policial.

“As autoridades estão a usar dados biométricos e a inteligência artificial para registarem e rastrearem pessoas por motivos de controlo social”, afirmou Maya Wang, investigadora para a China da organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch.

“Estamos preocupados com a crescente integração e uso de tecnologias de reconhecimento facial em todo o país, porque fornece cada vez mais dados, que servem para as autoridades monitorizarem os cidadãos”.

17 Out 2018

MIF 2018 | Desfile de moda com criadores locais acontece este sábado

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Moda. Momento de Encontro – Desfile dos Trabalhos de Moda” e é o evento que vai mostrar os trabalhos dos designers de Macau e que acontece no próximo sábado, dia 20, pelas 14h30, inserido na edição deste ano da Feira Internacional de Macau (MIF).

O desfile irá mostrar as peças produzidas com o apoio dos subsídios atribuídos pelo Instituto Cultural, onde um total de 64 conjuntos de vestuário serão exibidos, incluindo “roupas masculinas elegantes, roupas femininas casuais, vestidos de alta-costura para mulheres e roupas para toda a família”.

Os designers que vão mostrar as suas colecções são Leng Carmen, Cheang Man Cheng e Mac Chi Lon (equipa), Tam Chi Kit, Wai Chin Seong, Siu David, Cheang Chi Tat, Lo Ka Heng e Choi Wai Leng (equipa), Wong Ha e Cheong Kuan Peng (equipa).

De acordo com um comunicado, o IC “espera, através deste desfile, possibilitar aos designers de moda locais acumular experiência com exposições, exibir e promover ao público local e estrangeiro os últimos trabalhos dos designers de moda do território”.

17 Out 2018

MIF 2018 | Marcas de design portugueses presentes na Feira Internacional de Macau

[dropcap]A[/dropcap] plataforma Munhub, um projecto dos designers de Macau Manuel Correia da Silva e Clara Brito, fundadores da marca Lines Lab, vai estar presente na edição deste ano da Feira Internacional de Macau, no espaço PLPEX 2018 – Exposição de Produtos e Serviços os Países de Língua Portuguesa. A exposição estará patente até ao próximo sábado.

No Venetian vão estar expostos produtos de dez marcas portuguesas ligadas ao sector da moda e produção têxtil, como é o caso da Burel Mountain Originals, a Pecegueiro & F.os, a Manifesto Moda, a aforestdesign e a Näz, entre outras. No caso da Burel Mountain Originals, trata-se de uma marca criada no coração da Serra da Estrela que aproveitou o Burel, uma lã produzida na região e há muito esquecida no que diz respeito à sua utilidade. Hoje a marca produz não apenas peças de vestuário e calçado como também artigos de decoração e mobiliário.

Na sua página oficial no Facebook, os fundadores da plataforma Munhub afirmam que “a PLPEX é uma plataforma de oportunidades de negócios entre a China e os Países de Língua Portuguesa, focada no Delta do Rio das Pérolas”. A.S.S.

17 Out 2018

Escritor António Lobo Antunes diz-se “um cidadão comum” e “grato” pelas distinções que recebe

[dropcap]O[/dropcap] escritor António Lobo Antunes, em vésperas de receber o Prémio Bottari Lattes Grinzane e de inaugurar uma cátedra com o seu nome na Universidade de Milão, disse que se considera um “cidadão comum sem qualquer importância”, “grato” por estas distinções. Lobo Antunes, de 76 anos, que publicou recentemente um novo romance, “A última porta antes da noite”, recebe, no sábado, o Prémio Bottari Lattes Grinzane, em Monchiero, no norte de Itália, e vai inaugurar, na segunda-feira, uma cátedra com o seu nome, na Universidade de Milão.

Em entrevista à agência Lusa, o autor referiu-se ao Prémio Grinzane, cujo júri é constituído por intelectuais, professores universitários, jornalistas culturais e escritores, como “uma generosidade” e “uma prova de consideração pela nossa língua”.

A “jornada italiana” começa na sexta-feira ao meio da manhã, em Monchiero, nos arredores de Turim, na região italiana do Piemonte, com uma conferência de imprensa, apresentando o escritor, à tarde, no Teatro Social de Alba, a sua “Lectio Magistralis” (“Lição Magistral”, em tradução livre). No sábado à tarde, no castelo Grinzane Cavour, que faz parte da lista do Património Mundial da UNESCO, António Lobo Antunes recebe o galardão.

Relativamente aos prémios, Lobo Antunes afirmou que “as pessoas têm sido muito generosas” consigo, em diferentes países.

“É evidente que tenho de estar grato, mas tomo isto mais como uma prova de consideração pela nossa língua e pelo nosso país, e isso é que interessa”, sentenciou.

A cerimónia de entrega do galardão e a inauguração da cátedra António Lobo Antunes, no Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Università degli Studi di Milano, faz parte do seu ofício de escritor, disse o autor de “Auto dos Danados”.

“Vou ter que falar e ver pessoas, não é uma coisa que me agrade especialmente, mas faz parte do ofício e é bom que o nome de Portugal seja falado”.

Quanto à literatura, “é só trabalho, não há segredo nenhum, não há mistério, é só trabalho”, afiançou.

“Escrever é trabalho. Podia ter outra profissão qualquer, tenho esta, portanto tenho que fazer um bom trabalho, da mesma maneira de que, quando era médico, tinha de tratar bem os meus doentes, era o meu trabalho”, disse, para acrescentar relativamente aos seus livros: “As pessoas não têm o direito de receber um mau produto”, e daí trabalhar neles até os considerar bons, contou.

“Escrever não é uma brincadeira”, asseverou, garantindo que faz o melhor que pode.

Quanto ao convite para participar como “convidado de honra” na Feira de Guadalajara, que decorre de 24 de novembro a 02 de dezembro, naquela cidade mexicana, Lobo Antunes considerou o convite “muito generoso”.

“Vamos ver como corre a feira. É a segunda maior do mundo”, disse o escritor que já por duas vezes esteve em Guadalajara, e justificou a honraria, por ter ganhado, há dez anos, o Prémio Juan Rulfo, pelo romance “Até Que as Pedras Se Tornem Mais Leves Que a Água”.

Lobo Antunes insistiu que é “um cidadão normal”, que não tem mais importância do que isso, mas acha “simpático” a atenção que lhe é dada.

“Nunca pensei nisso, mas acho simpático que se preocupem comigo, talvez um dia me arranjem uma estátua equestre”, disse.

Questionado se gostaria de se ver representado numa estátua equestre, respondeu: “Não tenho nada contra, se fosse a cavalo de um político que não gosto, não me importava”, e prosseguiu: “Depende de quem a gente monta, o meu prazer de estar em cima, depende de quem eu estiver a montar”, e recomendou que, “antes [de se montar], deve-se olhar para o animal”.

O autor insistiu que vive “no mundo de toda a gente” e acrescentou: “Às vezes parece-me que quem está num mundo só deles são os políticos, não sou eu”.

Referindo-se a políticos, o escritor adirmou gostar do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a convite do qual participou, em fevereiro último, na iniciativa “Escritores no Palácio de Belém”.

“Tenho uma boa relação com o Presidente [da República], gosto dele, penso que ele gosta de mim, ainda há pessoas que me são simpáticas”, disse.

Lobo Antunes reconhece, porém, que se isola, principalmente quando está a trabalhar, a escrever os seus livros, não lhe sobrando tempo para mais nada.

“Quando estou a trabalhar tenho muito pouco tempo, começo a trabalhar às sete da manhã até à uma [da tarde], depois das duas até às oito da noite, por isso não tenho muito tempo para saber. Mas também a sensação que eu tenho é que a vida em Portugal é tão previsível, que não vale a pena… Não compro jornais, não leio jornais, raramente vejo noticiários na televisão. Não tenho tempo, tenho que fazer as coisas, vou sabendo assim… Sei que houve uma remodelação governamental”.

Sobre o novo livro, “A última porta antes da noite”, é dedicado ao seu amigo George Steiner, crítico literário e professor nas universidades de Cambridge e Genebra, o autor de “Errata”, “Antígonas” e “As artes do sentido”, que lhe falou nesta frase, que é da personagem “Judite”, da ópera “O castelo do Barba Azul”, de Béla Bartók, (que também dá título a um livro do pensador – “No castelo do Barba Azul – Algumas notas para a redefinição da cultura”).

No final da ópera, a personagem “pede que lhe abram ‘a última porta antes da noite’”, explicou Lobo Antunes.

“Uma frase que não foi criada para este livro, já existe há muito tempo, e foi uma frase que sempre me tocou, e em certo sentido é uma homenagem a um amigo [George Steiner]”, de quem gosta, que respeita e admira.

A amizade é “uma coisa sagrada”, disse Lobo Antunes à Lusa. E recordou o seu avô, que lhe dizia que “um homem pode não ter dinheiro, não ter mulheres, não ter trabalho, mas se tiver amigos nunca fica sozinho”.

Autor de mais de 30 romances, além de cinco livros de crónicas e de um volume de cartas, António Lobo Antunes afirmou: “Não estou à procura de nada. A gente não procura, encontra. Uma das coisas que me agrada na vida é a imprevisibilidade do futuro. Claro que é aborrecido se o futuro for desagradável. Mas enquanto houver futuro, a nossa vida tem um sentido, e uma razão”, disse o escritor, referindo em seguida: “Já tive alturas em que não tive futuro, com doenças, com guerras, com isto e aquilo. E não é agradável”.

17 Out 2018

Trump quer negociar acordos comerciais com Japão, Reino Unido e União Europeia

[dropcap]O[/dropcap] Governo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje ao Congresso a sua intenção de negociar acordos comerciais com a União Europeia (UE), o Reino Unido e o Japão, informou o Departamento de Comércio.

“Sob a liderança do Presidente Trump, continuaremos a expandir o comércio e o investimento dos Estados Unidos da América através da negociação de acordos comerciais com o Japão, a União Europeia e o Reino Unido”, disse o diretor de Comércio Exterior norte-americano, Robert Lighthizer, citado num comunicado.

Desde que assumiu o cargo, Donald Trump tem insistido na sua intenção de negociar acordos bilaterais em vez de integrar importantes tratados multilaterais.

Esta decisão do Presidente dos Estados Unidos levou Washington a abandonar o Acordo de Associação Transpacífico (TPP) em 2017, que foi negociado pela administração de Barack Obama e era considerado estratégico para aprofundar as relações com a região do sudeste asiático.

O TPP, cuja negociação durou mais de seis anos, foi assinado no início de 2016 pela Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname.

17 Out 2018

Fadista Katia Guerreiro apresenta sexta-feira o seu novo álbum “Sempre”

[dropcap]A[/dropcap] fadista Katia Guerreiro apresenta sexta-feira o seu mais recente álbum, “Sempre”, cujo ponto de partida foram as melodias tradicionais de fado, como afirmou à agência Lusa.

Katia Guerreiro, em declarações à Lusa, afirmou que “o vastíssimo repertório tradicional [de melodias de fado] foi o ponto de partida para a construção deste disco”, que é produzido por José Mário Branco, que tem trabalhado quase em exclusivo com o fadista Camané, desde o álbum “Uma Noite de fados” (1995).

Referindo-se ao produtor José Mário Branco – com quem Katia Guerreiro só tinha trabalhado anteriormente no filme “Alfama em Si”, de Diogo Varela, que aguarda data de estreia -, a fadista qualificou a experiência como “excepcional” e acrescentou: “Além da experiência profissional foi a pessoal, porque nada fazia prever que o José Mário [Branco], a Manuela de Freitas, eu e os músicos, conseguíssemos ter uma empatia tão grande a nível pessoal, creio que estamos ligados para a vida com este trabalho”.

O processo de construção do álbum começou pela permuta poética entre a fadista, José Mário Branco e a poetisa e atriz Manuela de Freitas, “uma prova cega, sem conhecer os autores”, somando-se a esta equipa o guitarrista Pedro de Castro, “que tem um acervo na memória de repertório tradicional extraordinário”.

De “30 e tal poemas escolhidos” chegou-se ao alinhamento final de 15 temas, sendo o que abre o CD, em maneira de “prólogo”, “A Minha Vida É”, da autoria de Katia Guerreiro, que volta a ser interpretado no fecho, como “epílogo”.

“Um CD longo, que não se faz atualmente”, reconheceu a fadista, tendo sido acompanhada pelos músicos Pedro de Castro e Luís Guerreiro, na guitarra portuguesa, José Mário Veiga e André Ramos, na viola, e Francisco Gaspar, na viola baixo. Os mesmos músicos que a acompanham no palco do Auditório Ruy de Carvalho, em Carnaxide, no concelho de Oeiras, a partir das 22:00 da próxima sexta-feira.

Entre os temas escolhidos Katia Guerreiro gravou “Tristeza Velha”, de Maria Luísa Baptista (1947-2017), uma poetisa que acompanha desde o primeiro álbum, e que à Lusa Katia Guerreiro afirmou que continuará a cantar poemas seus. “Tristeza Velha” é interpretada na melodia tradicional do Fado Menor.

A fadista gravou outras melodias tradicionais, designadamente o Fado Mouraria, para um poema de António Calém, “Deixar-te um Dia”, o Fado Freira, de Miguel Ramos, na interpretação de um poema de Manuela de Freitas, “Na Volta”, o Fado Carriche, de Raul Ferrão, para um poema de Natália dos Anjos, “Rezando Pedi por Ti”, uma criação da sua autora.

Para a fadista, distinguida com o Prémio Amália Melhor Intérprete, em 2010, trabalhar com José Mário Branco “foi muito tranquilizante”, e enalteceu os méritos de músico e produtor, que tem “uma visão global e abrangente da música”, homem experimentado em vários domínios musicais da canção de protesto às marchas, rock, peças clássicas e fado.

“Não estive preocupada com o efeito que as coisas tinham, ou seja, a única coisa que eu tinha de fazer era cantar, sem me preocupar em demonstrar as minhas qualidades vocais, foi muito isso que o José Mário [Branco] procurou em mim, que eu ganhasse essa maturidade em saber que não era preciso qualquer tipo de histrionismo ou exibicionismo vocal para que as pessoas entendam aquilo que somos capazes de fazer, e foi exatamente isso que tentámos alcançar neste disco: a serenidade”, afirmou.

José Mário Branco “cedeu”, por insistência de Manuela de Freitas, e partilha a interpretação de “Quem Diria”, assinado por José Rebola, dos Anaquim. “Um tema que ilustra um pouco o que nos aconteceu”, disse a fadista acrescentando que tinha vontade de convidar o músico “há muito tempo”, já na altura do anterior CD, “Até ao Fim”, saído há quatro anos.

“Achava que ele era a pessoa certa, mas achei que não ia aceitar, e visto de fora até parecíamos personalidades antagónicas”, rematou.

17 Out 2018

Prémio Man Booker atribuído a “Milkman” da escritora Anna Burns

[dropcap]O[/dropcap] livro “Milkman”, da escritora irlandesa Anna Burns, venceu o Prémio Man Booker, anunciou a organização numa cerimónia em Londres.

Os seis livros finalistas do galardão eram “Washington Black”, de Esi Edugyan, “The Overstory”, de Richard Powers, “Milkman”, de Anna Burns, “The Long Take”, de Robin Robertson, “Everything Under”, de Daisy Johnson, e “The Mars Room”, de Rachel Kushner.

“Milkman”, publicado pela Faber & Faber, é a terceira novela desta autora de 55 anos, nascida em Belfast, na Irlanda do Norte, e tem recebido críticas entusiásticas por parte da maioria das publicações literárias na Grã-Bretanha. Narra a história dos encontros entre uma adolescente e um homem casado que tem a reputação de seduzir jovens, e que é membro de uma organização paramilitar.

O prémio Man Booker, no valor de 50 mil libras (mais de 56 mil euros), distingue anualmente um livro de ficção escrito em inglês e publicado no Reino Unido no ano do galardão, independentemente da nacionalidade do autor. Anna Burns é a 17.ª mulher a vencer este prémio e o primeiro autor da Irlanda do Norte a conquistá-lo.

Durante a cerimónia da entrega, a autora, num discurso breve e muito emocionado, agradeceu ao júri, aos editores dos seus livros, por terem acreditado no seu trabalho, e aos amigos e família que a apoiaram.

O presidente do júri, Kwame Anthony Appiah, disse: “Nenhum de nós leu algo assim antes. A voz altamente distintiva de Anna Burns desafia o pensamento e a forma convencionais, numa prosa surpreendente e imersiva”.

“É uma história de brutalidade, invasão sexual e resistência, envolvida em humor mordaz. Decorre numa sociedade dividida em si própria, explorando as formas insidiosas de opressão que podem surgir na vida quotidiana”, acrescentou.

Em 2017, o Prémio Man Booker foi atribuído ao norte-americano George Saunders, com o romance “Lincoln no Bardo” (“Lincoln in the Bardo”), publicado em Portugal pela Relógio d’Água.

De acordo com a organização, as vendas das obras premiadas sobem significativamente logo nas semanas após o anúncio do galardão, como aconteceu com a obra de Saunders, cujas vendas aumentaram 1.227%.

O presidente do júri responsável pela escolha das obras tinha considerado, quando foram anunciados os seus finalistas, que cada um daqueles títulos de ficção eram “um milagre da invenção estilística, em que a linguagem ocupa o centro do palco”.

A lista, que apresentava quatro mulheres e dois homens, abrangia uma ampla gama de assuntos, desde um escravo de 11 anos que escapou de uma plantação de açúcar em Barbados, até a um veterano do Dia D que vive com transtorno de stress pós-traumático, passando por uma mulher condenada a prisão perpétua, que é obrigada a deixar um filho pequeno.

Este é o quinto ano em que o Prémio Man Booker está aberto a escritores de qualquer nacionalidade que escrevam em inglês e publiquem no Reino Unido e na Irlanda.

A lista curta deste ano distinguia como finalistas três escritores do Reino Unido, dois dos Estados Unidos da América e um do Canadá.

Além de Rachel Kushner, que tem ainda publicados em Portugal, também na Relógio d’Água, “Os lança-chamas” e “Telex de Cuba”, outros dois autores nomeados têm obras traduzidas para português.

A canadiana Esi Edugyan está publicada em Portugal pela D. Quixote, através do seu livro finalista do Prémio Man Booker 2011, “Um blues mestiço”, e o norte-americano Richard Powers, com “O eco da memória”, vencedor do National Book Award e finalista do Prémio Pulitzer, em 2006.

17 Out 2018

Taiwan iniciou ontem exercícios militares que simulam ataque da China

[dropcap]T[/dropcap]aiwan iniciou ontem manobras militares, sob o nome “JE 107-2”, que simulam um ataque do Exército Popular de Libertação da China contra bases localizadas a leste da ilha, informou o Ministério da Defesa.

Estes exercícios militares seguem outras operações navais realizadas na segunda-feira que envolveram fragatas e contratorpedeiros de Chengkung, Kidd e Lafayette, e respondem “à crescente ameaça militar da China”, refere-se num comunicado do Departamento de Defesa de Taiwan.

Nas manobras de ontem, que vão terminar hoje, participam as três forças militares da ilha, incluindo os aviões de combate norte-americano F-16 da base aérea de Chiashan, localizada no distrito de Hualien, no leste do território. O principal objetivo é verificar a capacidade defensiva de Taiwan no caso de um ataque aéreo e guerra eletrónica naquela área da ilha, explicaram peritos militares em Taiwan.

Na segunda-feira, as manobras navais também incluíram a participação de F-16, que realizaram missões para intercetar aviões inimigos e simularam a defesa contra um ataque aéreo e naval chinês.

As operações procuraram testar a capacidade de defesa aérea e antiaérea de Taiwan no leste da ilha, perante a passagem frequente de navios e aviões militares chineses.

Os exercícios de segunda-feira incluíram aviões Lockheed Martin F-16 e Dassault Mirage 2000, dispositivos de ataque eletrónico ALQ-184 e tanques.

A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, acusou a 10 de outubro a China de promover conflitos na região e garantiu que não vai renunciar à soberania ou a um estilo de vida “livre e democrático”.

Taiwan vai “evitar o confronto e manter a paz e a estabilidade”, mas não vai ceder à “pressão chinesa”, acrescentou então a líder.

A ilha, onde se refugiou o antigo governo chinês depois do Partido Comunista tomar o poder no continente, em 1949, e que continua a ostentar o nome de “República da China” (sem o adjetivo “Popular”) – é vista por Pequim como uma província da China e não como uma entidade política soberana.

17 Out 2018

Timor-Leste e Austrália analisam fronteiras e cooperação na segurança

[dropcap]A[/dropcap]ltos funcionários dos governos de Timor-Leste e da Austrália reuniram-se terça-feira em Díli para analisar a relação entre os dois países, com destaque para as fronteiras e cooperação na segurança, segundo um comunicado conjunto.

“As autoridades discutiram a amplitude e profundidade do relacionamento cooperativo de longa data entre Timor-Leste e a Austrália, os interesses partilhados na região e como ambos os países podem colaborar mais estreitamente para promover o seu compromisso comum com a ordem internacional baseada em regras”, pode ler-se no comunicado divulgado.

O encontro, a primeira Reunião de Altos Funcionários sobre Relações Bilaterais, foi organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) timorense e reflete, segundo o comunicado, “a dinâmica do relacionamento desde a assinatura do Tratado de Fronteiras Marítimas em março deste ano”.

No caso das fronteiras, os dois governos comprometeram-se a avançar na implementação do Tratado das Fronteiras Marítimas “assim que os seus processos internos estivessem concluídos e o novo regime regulador tivesse sido acordado com as empresas cujos interesses se moveriam para território exclusivo de Timor-Leste assim que o tratado entrar em vigor”.

Sete meses depois da assinatura do documento, o tratado continua por ser ratificado, tendo o processo sido iniciado na Austrália, não em Timor-Leste, onde o parlamento tem estado envolvido em questões relacionadas com as contas públicas. Na agenda da reunião estiveram assuntos como a “expansão da cooperação bilateral em segurança na região e as direções futuras para a parceria para o desenvolvimento”.

A Austrália reiterou ainda “o seu apoio aos esforços de Timor-Leste para se juntar à Associação das Nações do Sudeste Asiático, à Organização Mundial do Comércio e à Commonwealth das Nações, da qual a Austrália é um membro fundador”.

A delegação timorense no encontro foi liderada pelo embaixador Isílio Coelho, diretor-geral de Assuntos Bilaterais do MNEC, pelo lado de Timor-Leste, enquanto a delegação australiana foi encabeçada por Julie Heckscher, primeira secretária adjunta da Divisão do Sudeste Asiático do Departamento de Relações Exteriores e Comércio.

Camberra acolherá a próxima reunião de altos funcionários em 2019, antes das primeiras conversações anuais entre os chefes da diplomacia dos dois países.

17 Out 2018

Laboratório chinês multado em mais de nove mil milhões de yuan por vacinas ilegais

[dropcap]A[/dropcap] empresa farmacêutica chinesa envolvida no escândalo de vacinas com defeito ocorrido no verão terá de pagar uma multa equivalente a mais de mil milhões de euros, anunciaram hoje as autoridades.

Os serviços de Saúde chineses detetaram em Julho um processo de produção ilegal de vacinas contra a raiva num laboratório da província de Jilin, no nordeste da China, e o caso provocou controvérsia junto da opinião pública do país.

A empresa autora do crime, Changchun Changsheng, falsificou registos de produção e modificou parâmetros de fabrico. Quinze pessoas foram detidas.

“O montante total do dinheiro apreendido e das multas infligidas atingirá os 9,1 mil milhões de yuans”, indicaram em comunicado conjunto a Administração Estatal dos Medicamentos e o Departamento de Controlo dos Produtos Alimentares e Farmacêuticos da província de Jilin, onde se situa a sede do laboratório.

Este montante inclui nomeadamente a apreensão de 1,89 mil milhões de yuans de receitas geradas pela venda das vacinas com defeito.

No comunicado, o laboratório é acusado de ter modificado centrifugadoras, de ter misturado mal as soluções-base durante a produção e ainda de ter “destruído discos duros e provas para esconder os seus atos ilegais”.

Um total de 14 dirigentes, entre os quais a presidente do conselho de administração, Gao Junfang, não poderão mais trabalhar na indústria farmacêutica.

A multa anormalmente pesada imposta à Changchun Changsheng surge num contexto de extrema sensibilidade sobre as questões da saúde infantil da opinião pública na China. Devido à política de redução dos nascimentos, a maior parte dos casais só tem um filho.

Logo no início do escândalo, o Presidente chinês, Xi Jinping, juntou-se aos protestos, condenando as práticas “desprezíveis e chocantes” da empresa farmacêutica.

Em Agosto, muitos responsáveis políticos e de organismos de controlo dos medicamentos foram demitidos das respetivas funções, e iniciou-se uma inspecção nacional aos laboratórios de fabrico de vacinas, mas muitos pais dizem que deixaram de ter confiança nas doses produzidas na China.

As autoridades chinesas impõem com alguma frequência multas a empresas culpadas de irregularidades, mas os montantes raramente alcançam o valor agora registado. Em Março, o organismo que fiscaliza os mercados bolsistas infligiu uma sanção de 5,5 mil milhões de yuans a uma firma acusada de manipulação de preços.

Este caso de vacinas ilegais fez muitas mães procurarem serviços de vacinação em Macau e Hong Kong em clínicas privadas, uma vez que, no caso da RAEM, os Serviços de Saúde apenas disponibilizam vacinação gratuita a residentes permanentes.

Em 2008, um enorme escândalo relacionado com leite em pó para bebés contaminado (seis crianças morreram, mais de 300.000 foram contaminadas) causou grande indignação. A empresa Sanlu, então uma das jóias da indústria nacional de laticínios, foi condenada a pagar uma multa de 50 milhões de yuans.

17 Out 2018

Polícia federal pede o indiciamento do Presidente do Brasil em caso de corrupção

[dropcap]A[/dropcap] polícia federal pediu na terça-feira o indiciamento do Presidente do Brasil, Michel Temer, e de outras dez pessoas investigadas num inquérito sobre supostos esquemas de corrupção no sector portuário do país.

Temer e os outros investigados foram acusados de praticar os crimes de corrupção, branqueamento de capitais e organização criminosa. O pedido de indiciamento foi revelado por um despacho do juiz Roberto Barroso, que é relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento, o juiz informa a Procuradoria Geral da República (PGR) que, “de acordo com o relatório [da polícia federal], foram produzidas, no âmbito do inquérito, provas de naturezas diversas que incluíram colaborações premiadas [colaboração com à Justiça em troca de redução da pena], depoimentos, informações bancárias, fiscais, telemáticas e extratos de telefone, laudos periciais, informações e pronunciamentos do Tribunal de Contas da União”.

Barroso acrescentou que foram apurados factos que envolvem subornos em espécie, subornos dissimulados em doações eleitorais, pagamentos de despesas pessoais por interpostas pessoas – físicas e jurídicas -, atuação de empresas de fachada e contratos fictícios de prestação de serviços.

Além de encaminhar os documentos produzidos pelas autoridades policiais, o juiz do STF pediu um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso, que terá 15 dias para se pronunciar sobre uma possível denúncia contra os acusados.

O caso dos portos que envolve o Presidente brasileiro começou a ser investigado em 2017, quando gravações entregues às autoridades judiciais por executivos da empresa JBS revelaram o suposto pagamento de um suborno da companhia Rodrimar a um ex-deputado e antigo assessor de Temer, Rodrigo Santos da Rocha Loures, em troca da alteração de um decreto para beneficiar empresas que atuam no porto de Santos, o maior do país. Na época, Temer negou que tenha recebido qualquer suborno.

A polícia federal pediu também o indiciamento da filha do Presidente brasileiro, Maristela de Toledo Temer Lulia, de Rodrigo Santos da Rocha Loures, do coronel João Baptista Lima Filho e da sua mulher, Maria Rita Fratezi, que são amigos de longa data de Temer, bem como de ex-funcionários das empresas Rodrimar e Argeplan.

Desde que assumiu o cargo, em 2016, Temer foi alvo de várias suspeitas de corrupção que, em duas ocasiões, acabaram mesmo por resultar em denúncias formais apresentadas pela PGR.

No entanto, em ambos os casos, a Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamentar) impediu que o caso seguisse para tribunal.

As investigações continuaram, mas as denúncias de corrupção contra Temer só poderão chegar aos tribunais do país a partir de janeiro, quando este terminar o seu mandato e entregar o poder ao vencedor da segunda volta das eleições presidenciais do Brasil, agendada para 28 de outubro.

17 Out 2018

Sophia de Mello Breyner Andresen – “Meditação do Duque de Gândia”

Meditação do Duque de Gândia

[dropcap]N[/dropcap]unca mais
A tua face será pura limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
Do teu ser. Em breve a podridão
Beberá os teus olhos e os teus ossos
Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
Sempre,
Porque eu amei como se fossem eternos
A glória, a luz e o brilho do teu ser,
Amei-te em verdade e transparência
E nem sequer me resta a tua ausência,
És um rosto de nojo e negação
E eu fecho os olhos para não te ver.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

Nunca mais te darei o tempo puro
Que em dias demorados eu teci
Pois o tempo já não regressa a ti
E assim eu não regresso e não procuro
O deus que sem esperança te pedi.

Sophia de Mello Breyner Andresen

17 Out 2018

Feira Internacional de Macau abre quinta-feira e reforça aposta no mercado lusófono

[dropcap]A[/dropcap] Feira Internacional de Macau (MIF), o maior evento para a promoção do comércio e investimento do território, regressa na quinta-feira com um espaço alargado dedicado aos produtos e serviços dos países lusófonos, anunciou a organização.

Moçambique, que tem reforçado o intercâmbio cultural com Macau, e a província chinesa de Fujian, no norte de Guangdong, serão, respetivamente, o país e a região parceiros da 23.ª edição, que volta a receber a participação de mais de 50 países e regiões.

De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), a edição deste ano vai centrar-se nas vantagens de Macau como plataforma de negócios e serviços comerciais entre a China e os países de língua portuguesa.

“Promover intercâmbios e cooperação económicos e comerciais regionais” é o principal objetivo das dezenas de fóruns, conferências e workshops integrados na MIF, que pretende também “ajudar as empresas participantes a explorarem oportunidades no âmbito das iniciativas chinesas ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e ‘Grande Baía’, indicou o IPIM.

Ao mesmo tempo, vai decorrer a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX), com o objetivo de reforçar o papel de Macau enquanto plataforma de cooperação entre a China e o espaço lusófono.

Inaugurada em 2015 sob a forma de “exposição dentro de uma exposição”, no mesmo recinto da MIF, a PLPEX cresceu em 2017, ano em que decorreu de forma independente pela primeira vez e atraiu mais de 210 instituições e empresas dos países lusófonos.

Este ano, o IPIM duplicou a área dedicada à exposição – agora com 6.000 metros quadrados – e conta receber mais de 300 stands.

De acordo com o IPIM, foram assinados na MIF do ano passado 67 protocolos, incluindo projetos de cooperação entre governos e associações comerciais, nas áreas da agricultura, turismo, desporto, educação, tecnologia e comércio de produtos alimentares.

Em 2017, a MIF contou com a participação de empresas de mais de 50 países e regiões, ao longo de mais de 1.500 stands. Realizaram-se, ainda, 389 sessões de bolsas de contacto entre os compradores presentes, de acordo com dados do IPIM.

“A realização dos dois eventos [MIF E PLPEX] no mesmo período produziu um efeito ainda melhor, tendo apresentado resultados satisfatórios e recebido comentários muito positivos tanto por parte de empresários como por parte de cidadãos”, sublinhou o instituto em comunicado.

16 Out 2018

Macau adere a processo Kimberley de certificação de diamantes

[dropcap]M[/dropcap]acau assinou ontem, em Pequim, um acordo para a aplicação do processo Kimberley, que controla as exportações de diamantes e a sua comercialização legal, anunciaram as autoridades.

O acordo promove “o desenvolvimento da indústria transformadora de Macau ao rumo de alto segmento e de elevado valor acrescentado”, mas também “impulsiona a diversificação adequada das indústrias”, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, em comunicado.

A aplicação do processo Kimberley no território contribui, também, para a construção da plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países lusófonos, já que “facilita a interconexão entre a regulamentação do comércio de diamantes de Macau e a de nível internacional”, refere a mesma nota.

Criado em 2003, o processo Kimberley tem como objetivo determinar a origem de diamantes e evitar a transação de pedras preciosas procedentes de áreas de conflitos, conhecidos como “diamantes de sangue”.

O acordo foi assinado na capital chinesa entre a Secretaria para a Economia e Finanças de Macau e a Administração Geral das Alfândegas da China, que vai explorar, com o território, “novas medidas de cooperação, como a facilitação das formalidades alfandegárias, a fim de acompanhar a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

Em junho, Macau assinou um acordo com a Bolsa de Diamantes de Xangai, para ser um centro de comércio de diamantes, aproveitando o papel de plataforma entre a China e os países lusófonos, que têm a matéria-prima, como pedras preciosas.

O acordo de cooperação foi assinado entre o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e a Bolsa de Diamantes de Xangai para desenvolver a indústria de diamantes e jóias no território.

16 Out 2018