Governo | GIF a partir de hoje sob a tutela da Segurança

[dropcap]É[/dropcap]a partir de hoje que o Gabinete de Informação Financeira (GIF) vai ficar a funcionar na dependência e sob orientação do Secretário para a Segurança, deixando de estar sob alçada da secretaria para a Economia e Finanças. Segundo um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, o GIF tem que elaborar um relatório anual, a apresentar ao Secretário para a Segurança, sobre a actividade desenvolvida pelo GIF respeitante a cada ano civil.

A mudança, que mantém inalteradas as suas competências, foi anunciada na sexta-feira, em comunicado, pelo Conselho Executivo que justificou a mudança com a necessidade de reforço da coordenação com os órgãos de execução da lei, nomeadamente no âmbito da troca de informações.

O GIF é a unidade responsável pela recolha, análise e disseminação da informação relacionada com a comunicação de transacções suspeitas de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo. Com efeito, desde que foi instituído, em 2006, o GIF manteve sempre a natureza de equipa de projecto.

16 Out 2018

Portugueses D.A.M.A respondem “com energia” à barreira linguística em Macau

A banda portuguesa D.A.M.A estreou-se na Ásia ao actuar em Macau, o primeiro de quatro concertos nos quais o grupo quer responder à barreira linguística com “energia e portugalidade”.

[dropcap]A[/dropcap]banda portuguesa D.A.M.A estreou-se esta segunda-feira na Ásia ao actuar em Macau, o primeiro de quatro concertos nos quais o grupo quer responder à barreira linguística com “energia e portugalidade”.

“Tem um sabor especial cantar em português aqui. Trazemos energia e vamos tentar animar as pessoas, temos de ir por aí para ultrapassar a barreira linguística” disse à Lusa Miguel Cristovinho, um dos vocalistas, antes do primeiro concerto.

A banda pop/rap, oriunda de Lisboa, é um dos destaques da 10.ª semana cultural da China e dos Países de Língua portuguesa, que junta mais de 130 artistas e várias exibições de dança, música, teatro, fotografia e gastronomia lusófonos.

“Acabamos a última digressão e já só queríamos ir para a Ásia, ter a experiência de tocarmos para quem não percebe português. Vai ser um desafio, mas vamos desfrutar”, garantiu à Lusa Francisco Maria Pereira, outro dos membros do ‘trio’.

‘Kasha’, como também é conhecido, desvendou que todos os concertos vão ter o mesmo arranjo, mas que vão condensar as músicas mais conhecidas dos três álbuns, num conceito mais energético para “contagiar o público”.

“Os quatro concertos vão ter o mesmo arranjo e contamos contagiar o público com a nossa portugalidade, até porque só vamos cantar em português”, afirmou.

Miguel Coimbra, também membro do grupo, já viveu no sul da China e promete surpreender o público com “algumas palavras em chinês”. Para o músico, os concertos em Macau podem ser “uma porta para outros espetáculos”.

O Largo do Senado, no coração de Macau, a Doca dos Pescadores e as Casas Museu da Taipa vão ser os palcos de vários concertos lusófonos nos próximos dias.

Além do grupo português, a edição deste ano reúne músicos de Cabo Verde (Grace Évora e Banda), Angola (Paulo Flores), Timor-Leste (Black Jesuz), Moçambique (Moza Band), Brasil (Banda Circulô), Guiné-Bissau (Rui Sangara), São Tomé e Príncipe (Alex Dinho) e China (Grupo Artístico Folclórico de Songjiang).

16 Out 2018

Literatura | Inéditos de E. M. Melo e Castro expostos em Brasília

Brasília, a capital brasileira, recebe a partir de amanhã e até 16 de Dezembro, a exposição “Poesia Experimental Portuguesa”, que reúne obras datadas de 1960 até à actualidade, com inéditos do poeta E.M. Melo e Castro

[dropcap]A[/dropcap]presentada pela primeira vez ao público brasileiro, a colectânea, composta por cerca de 80 trabalhos de 18 artistas portugueses, percorre uma trajectória de seis décadas de produção poética em diferentes formatos e suportes: impressões, pinturas, caligrafias, fotografias, objetos, áudios e vídeos.

A Caixa Cultural Brasília será o local que irá acolher a exposição, que conta com curadoria de Bruna Callegari e Omar Khouri.

À agência Lusa, Bruna Callegari explicou como se deu o processo de escolha e recolha do material para dar forma a esta exibição.

“A recolha foi feita em Portugal, em duas viagens, onde percorremos as cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, encontrando esses autores ou então os seus familiares, pois muitos deles já faleceram. (…) É um material bastante rico, bastante panorâmico dessa poética experimental, e que revela, justamente, a versatilidade de suportes e formatos a que esses poetas recorreram para realizar as suas criações”, disse a curadora da mostra.

A Poesia Experimental Portuguesa surgiu na década de 1960, desafiando métodos e convenções pré-definidas na cena artística da época. Reconhecida em outros países como concreta, visual, espacial ou ‘intersemiótica’, autodenominou-se, em Portugal, Poesia Experimental com o lançamento, em 1964, de uma revista com o mesmo nome.
Apesar da exposição estar programada, inicialmente, apenas para Brasília, Bruna Callegari assegura que existe o interesse de tornar a exibição itinerante em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro porque, segundo a curadora brasileira, o intercâmbio cultural que deriva desta apresentação faz todo o sentido para o Brasil. “A motivação [de montar esta exposição] foi a de dar a conhecer, de fazer esse intercâmbio cultural e mostrar ao público brasileiro um pouco dessa poesia que é tão inteligente, tão engenhosa, enfim, uma poesia bastante instigante”, explicou.

Na exposição, destacam-se obras de artistas como E. M. de Melo e Castro, Ana Hatherly, António Aragão, Salette Tavares, Silvestre Pestana, António Barros, Fernando Aguiar e Emerenciano, entre outros.

Ernesto Manuel de Melo e Castro, pioneiro da poesia experimental em Portugal, é um dos artistas portugueses mais acarinhados pelo público brasileiro, e que marcará presença nesta mostra, com a exibição de trabalhos inéditos. Aos 86 anos, e a viver na cidade de São Paulo, Melo e Castro contou à Lusa o que o move dentro da poesia experimental.

“A poesia experimental não é uma escola, não é um clube de poetas, não é um grupo de geração, até porque há poetas muito mais novos do que eu (…). O que caracteriza a atitude experimental na poesia é a problematização da invenção (…). Vamos perguntar ‘porquê?’ e ‘como?’ e propor respostas também, mais do que dar respostas definitivas”, explicou o poeta português, nascido na Covilhã.

Letras de vanguarda

Para a exposição em Brasília, Ernesto de Melo e Castro trará à luz dos visitantes, trabalhos nunca antes exibidos, feitos através do computador, numa exploração da tecnologia a favor da poesia. “Para esta exposição, dei trabalhos feitos em computador com imagens fractais, originais, que nunca foram vistas e que eu imprimi de propósito. Já as tinha criado porque não tenho uma atitude pragmática, no sentido de escrever ou criar com uma finalidade. Estou num movimento sempre constante de criação e de pesquisa de novos meios, principalmente os tecnológicos” afirmou o artista, que foi também um dos pioneiros da engenharia têxtil em Portugal, nas décadas de 1950/1960. “Os fractais oferecem um campo que não tem fim, são imagens realmente extraordinárias, criadas com algoritmos matemáticos e que resultam em imagens com uma beleza estética fora do comum”, explicou Melo e Castro, acrescentando: “Tenho aqui umas 400 ou 500 imagens fractais que fiz em toda a minha vida, e escolhi entre dez ou 12 [para esta exposição]”.

Licenciado em engenharia têxtil, mas com um percurso de vida sempre ligado à Literatura – o que inclui um Doutoramento em Letras pela Universidade de São Paulo – Melo e Castro não esconde a forte ligação que tem com o Brasil, país onde vive há mais de 20 anos.

“A minha relação com os poetas concretos e experimentais brasileiros foi sempre uma relação de amor. Isso não há dúvida. Sinto-me muito bem no Brasil, sinto-me optimamente. As minhas relações não são só com o Brasil, mas o Brasil é privilegiado, é o meu melhor amigo. Posso eu dizer isso. E esta exposição, que me foi proposta por dois amigos aqui do Brasil, é um presente magnífico que é dado a todos os portugueses”, disse.

Com o Brasil a atravessar um atípico período eleitoral, Ernesto de Melo e Castro mostrou-se preocupado e entristecido pela situação que o país atravessa, mas apela à luta dos brasileiros. “Acho que o Brasil está a passar por um momento dramático e, de facto, há que lutar pela liberdade, pela inteligência, pela dignidade humana que, neste momento, está muito fragilizada. Esta é a minha opinião, mas eu não posso realmente intervir no movimento político porque eu não sou brasileiro. Eu sou português, vivo aqui, e devo muito ao Brasil. E é com grande pena que vejo o Brasil caminhar por caminhos menos sólidos, sob o ponto de vista político”, lamentou o poeta.

16 Out 2018

Biblioteca digital do Supremo Tribunal Popular da China com livros sobre Macau

[dropcap]F[/dropcap]oi inaugurada a Zona Macau da biblioteca digital do Supremo Tribunal Popular da China, que tem o nome de Eastlaw Library. De acordo com um comunicado oficial, o objectivo da iniciativa é o acesso de juristas de Macau a manuais de Direito chinês. “Acredita-se que será fornecido um meio importante para que o sector judicial de Macau possa conhecer o mundo e o Interior da China”, além de constituir “um suporte de teoria e informação para os juízes de Macau no futuro conhecimento de casos extraterritoriais e no tratamento de questões de direito em Macau”.

Além disso, foi também sugerida a criação de uma zona exclusiva de intercâmbio entre juízes do Interior da China e de Macau na plataforma.

A cerimónia de assinatura do protocolo aconteceu na passada quinta-feira, mas só ontem o comunicado em português foi tornado público.

Tao Kaiyuan, vice-presidente do Supremo Tribunal Popular, referiu que a biblioteca digital “é um dos resultados relevantes da construção de tribunal inteligente no Interior da China”. Actualmente, esta é a maior biblioteca digital de Direito chinês no mundo, na qual converge uma enorme quantidade de documentações digitais de Direito. A mesma responsável adiantou que o referido tribunal “dá grande importância ao aproveitamento da internet e dos meios de informatização para reforçar a troca de informações judiciais entre o Interior da China e Macau, bem como para promover o conhecimento de Macau sobre o modo de julgamento e o parâmetro das decisões no Interior da China”.

Além disso, a referida biblioteca digital constitui uma ferramento para os juristas de Macau aprofundarem o conhecimento do sistema judicial, o sistema judiciário e a cultura jurídica chinesa.

Sam Hou Fai, presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), revelou que a entrada em funcionamento da Zona Macau na biblioteca digital do tribunal chinês é importante no ano em que se celebram os 20 anos de transferência de soberania de Macau para a China. Para Sam Hou Fai, trata-se de um ano em que está a ser “intensivamente planeada a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, pelo que a iniciativa se reveste de significativa importância.

16 Out 2018

Comunicações | Jason Chao alerta contra lei portuguesa

[dropcap]O[/dropcap]Governo de Macau utilizou a lei portuguesa como referência para as alterações propostas ao Regime Jurídico da Intercepção e Protecção de Comunicações, que está em consulta pública. Contudo, o activista Jason Chao lançou ontem um alerta para o facto do Tribunal Europeu de Justiça ter considerado que a lei portuguesa viola direitos fundamentos no que diz respeito à vida privada e ao direito de protecção dos dados pessoais.

“A omissão deste facto [no documento de consulta pública em Macau] na comparação das leis dos diferentes países leva o público a acreditar que a forma de guardar os dados é aceite de forma generalizada. Mas a realidade é que pedir aos fornecedores dos serviços de telecomunicações que guardem dados sobre as actividades dos clientes é um tema altamente controverso”, apontou Jason Chao.

“Mais uma vez, o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais selecciona os fragmentos da legislação europeia que mais lhe convêm para continuar a reduzir os direitos civis e as liberdades em Macau”, acusou o activista.

16 Out 2018

Livro de poemas inéditos para fado de Vasco Graça Moura é apresentado em Lisboa

[dropcap]A[/dropcap] obra com poemas inéditos “A Puxar ao Sentimento”, de Vasco Graça Moura, falecido há quatro anos, é apresentada hoje, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

A obra é composta de poemas inéditos para fado, género musical pelo qual o poeta tinha apreço, tendo sido cantado entre outros, por Mísia, Maria Ana Bobone e Ana Sofia Varela.

A cerimónia conta com a atuação da fadista Katia Guerreiro, que, de Graça Moura, entre vários poemas, gravou “Até ao Fim”, musicado por Mário Pacheco.

“A Puxar ao Sentimento”, com a chancela da Quetzal, é apresentado pelo musicólogo Rui Vieira Nery, autor de “Para uma História do Fado…”.

Com a publicação deste livro, a editora pretende perpetuar a memória de “uma das grandes vozes da poesia e da literatura do nosso tempo” e, ao mesmo tempo, homenagear o fado, contribuindo para “abrir (ainda mais) as suas portas”.

“Marcados pelo seu génio melancólico e pleno de ironia”, sublinha a Wuetzal.

Vasco Graça Moura foi um autor de vasta obra poética, ensaística e de ficção, bem como tradutor, designadamente das “Rimas”, de Francesco Petrarca, “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, “Os Sonetos de Shakespeare”, ou as “Elegias de Duíno e Os Sonetos a Orfeu”, de Rainer Maria Rilke.

Vasco Graça Moura recebeu, entre outros, os prémios Pessoa, em 1995, P.E.N. Clube de Poesia, em 1993, e os Grandes Prémios de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 1998, e o de Romance e Novela APE, em 2004. Em 2007 recebeu o Prémio Vergílio Ferreira e o Prémio de Poesia Max Jacob Étranger.

Vasco Graça Moura foi deputado ao Parlamento Europeu pelo PSD, de 1999 a 2009, e esteve à frente do CCB de 2012 a 2014, entre outras funções públicas como as de administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (1979-1989), presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-1995).

O Estado português, entre outras condecorações, agraciou-o com a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago da Espada, em janeiro de 2014, cerca de três meses antes de morrer, aos 72 anos.

O livro de poesia “Modo Mudando” marcou a sua estreia editorial em 1963. Na ficção estreou-se em 1987 com o romance “Quatro Últimas Canções”, sete anos depois de publicar o seu primeiro ensaio, “Luís de Camões: Alguns Desafios”.

Regressou a Camões, um dos poetas que admirava, em 2014, com a publicação do seu último ensaio, “Retratos de Camões”.

15 Out 2018

Trump diz que Putin está “provavelmente” envolvido em assassínios e envenenamentos

[dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu numa entrevista transmitida no domingo que o Presidente russo Vladimir Putin está “provavelmente” envolvido em assassínios e envenenamentos.

Confrontada pela jornalista do programa “60 minutos” da cadeia norte-americana CBS News, Donald Trump acrescentou que “é claro que eles [os russos] não o deveriam ter feito”.

“Eu acho que sou muito duro com ele [Putin] pessoalmente”, sublinhou Trump, referindo-se à polémica cimeira com o líder russo, após a qual foi muito criticado nos Estados Unidos por ter sido brando na sua abordagem política e pessoal com o líder russo, sobretudo nas alegadas interferências da Rússia nas eleições norte-americanas de 2016.

Recorde-se que as autoridades britânicas anunciaram no princípio de setembro que os dois suspeitos do envenenamento de Sergei Skripal, 66 anos, e a filha Yulia, 33, com recurso a um agente neurotóxico militar ‘novichok’ são membros dos serviços de informações militares russos (GRU).

A Rússia assegurou que os dois homens eram civis, em turismo no Reino Unido.

A investigação sobre o ataque aos Skripal foi alargada ao envenenamento mortal, em julho, da britânica Dawn Sturgess, de 44 anos, na localidade vizinha de Amesbury, também devido aos efeitos da substância química novichok.

No final de setembro, Piotr Verzilov, ativista russo da banda contestatária Pussy Riot, foi vítima de um possível envenenamento que atribui aos serviços secretos russos.

15 Out 2018

China impõe medidas ‘anti-dumping’ sobre químicos oriundos dos EUA e Japão

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje que vai impor medidas ‘antidumping’ (venda abaixo do custo de produção) sobre importações de ácido iodídrico provenientes dos Estados Unidos e Japão, a partir de 16 de outubro.

As alfândegas chinesas vão cobrar entre 41,1% e 123% em taxas sobre o ácido iodídrico proveniente daqueles dois países, durante os próximos cinco anos.

O ministério chinês do Comércio informou, em comunicado, que aquela medida vai ser adoptada depois de se terem verificado danos substanciais causados à indústria nacional.

A investigação realizada pelas autoridades chinesas, entre 16 de outubro de 2017 e junho deste ano, concluiu que as empresas norte-americanas e japonesas que vendem aquele químico fixaram preços inferiores aos custos de produção.

15 Out 2018

Coreias vão avançar com projeto para ligar ferrovia e rede viária

[dropcap]A[/dropcap]s duas Coreias rivais acordaram realizar um evento inédito no final de Novembro ou início de Dezembro relacionado com um ambicioso projeto para conectar as suas ferrovias e redes viárias, informou hoje o Ministério da Unificação da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte a Coreia do Sul concordaram também em realizar conversações militares para discutir a redução das tensões nas fronteiras e a criação de um comité militar conjunto destinado a manter a comunicação, bem como a evitar crises e eventuais confrontos acidentais.

As Coreias acordaram ainda em prosseguir conversações entre as autoridades desportivas no final de outubro para discutir planos de enviar equipas combinadas para as Olimpíadas de Verão de 2020 e fazer um esforço para garantirem a organização conjunta dos Jogos de Verão de 2032.

Finalmente, as duas Coreias decidiram promover reuniões da Cruz Vermelha em novembro, de forma a organizarem encontros por videoconferência entre familiares idosos separados pela Guerra da Coreia (1950-1953).

15 Out 2018

Alto quadro chinês defende que religião no Xinjiang deve ser “achinesada”

[dropcap]U[/dropcap]m alto quadro chinês defendeu este fim-de-semana que as autoridades devem manter os esforços para “achinesar” a religião, durante uma visita ao extremo noroeste do país, onde muçulmanos estão a ser forçados a doutrinação política.

You Quan, diretor do Departamento da Frente Unida de Trabalho do Comité Central do PCC, que está encarregue de supervisionar os assuntos étnicos e religiosos, fez as afirmações durante uma visita à região do Xinjiang.

Organizações estrangeiras têm denunciado, nos últimos meses, o internamento “massivo” e “arbitrário”, na região, de até um milhão ou mais de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure em campos onde são forçados a criticar o islão e a própria cultura, a aprender mandarim e a jurar lealdade ao PCC.

Pequim argumenta que os “centros de educação vocacional” são necessários para ajudar “os que foram enganados pelo extremismo religioso (…) através do reassentamento e educação”.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, You defendeu que “a liderança do Partido sobre o trabalho religioso deve ser mantida” e apelou ao combate “contra a infiltração do extremismo religioso”.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, o internamento dos uigures ocorre sem direito a julgamento, nem acesso a advogados e familiares. As detenções podem ocorrer sob acusações como aceder a portais estrangeiros ou contactar familiares além-fronteiras.

Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.

Desde então, as autoridades lançaram uma campanha repressiva, que foi reforçada a partir de 2016, quando o secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete.

15 Out 2018

Reportagem | China homenageia Confúcio, pensador outrora classificado de decadente

Por João Pimenta, da agência Lusa 

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de chineses curvam-se diariamente, em Qufu, norte da China, perante estátuas de Confúcio, num fenómeno incentivado por Pequim 40 anos após ter classificado um dos maiores sábios da China Antiga de “pensador decadente”.

“Chegou a hora do rejuvenescimento da cultura tradicional chinesa”, afirma à agência Lusa William Xiao, diretor-geral do Nishan Akademia, um ‘resort’ temático dedicado ao confucionismo, erguido na terra natal do sábio, província de Shandong.

“Aproveitamos esta era para arrancar com este projeto: queremos que mais pessoas vivenciem a cultura confucionista”, referiu William, que antes de rumar a Qufu trabalhou durante seis anos num hotel em Singapura.

Localizado na montanha Ni, o resort inclui dezenas de habitações erguidas segundo os princípios da arquitetura chinesa antiga – construções rasas de simetria bilateral, com largos telhados e um pátio aberto no centro -, em contraste com os milhares de torres e blocos de apartamentos que compõem as metrópoles do país.

Os interiores combinam o mobiliário tradicional chinês com o conforto moderno. Um riacho atravessa o complexo, que inclui ainda uma piscina de água mineral e várias fontes decorativas, ilustrando o respeito pelos princípios do ‘feng shui’ – milenar sistema originário da China que procura a harmonia com os elementos da natureza.

Entre as atividades oferecidas pelo hotel, constam a leitura dos clássicos de Confúcio, prática da caligrafia chinesa ou um jantar de acordo com a etiqueta confucionista.

“Trata-se de uma ótima combinação com as políticas e princípios orientadores nacionais”, resume William Xiao, sobre o Nishan Akademia, onde nas proximidades foi inaugurada, no mês passado, uma estátua de Confúcio, com 72 metros de altura.

A reabilitação oficial do confucionismo não é novidade na Ásia, particularmente em regimes autoritários: o antigo primeiro-ministro de Singapura Lee Kwan Yew ou o ditador sul-coreano Park Chung-hee sublinharam também “as virtudes” associadas ao sábio, incluindo o culto da educação e do serviço público, a lealdade e o respeito pela autoridade, contra a infiltração dos “valores ocidentais”.

Durante séculos, os escritos confucionistas compuseram os exames do serviço imperial da China, dos quais dependia a promoção dos burocratas chineses, promovendo uma ordem social e familiar com base no respeito à hierarquia.

No entanto, durante a Revolução Cultural (1966-76), radical campanha política de massas lançada pelo fundador da China comunista, Mao Zedong, Confúcio foi rotulado de “pensador decadente e reacionário”, representante do feudalismo do passado que o novo regime queria erradicar.

Mao era o único ‘pensador’ no qual se podia acreditar.

Milhões de chineses iam em peregrinação para Pequim para verem o “Grande Timoneiro”, “O Maior Génio Vivo” ou “O Sol Mais Vermelho da Terra”? A tiragem do ‘Livro Vermelho’ com as suas citações – um manual de educação política que os chineses tinham de ler diariamente – ultrapassou os 5.000 milhões de exemplares.

Em Qufu, o Templo, Cemitério e Mansão da Família de Confúcio foram vandalizados pelos guardas vermelhos, os jovens radicais que constituíam “a vanguarda” da Revolução Cultural, e entretanto reconstruídos pelas autoridades.

Hoje, recebem diariamente milhares de visitantes, que prestam homenagem ao sábio cujos ensinamento éticos compõem a base do pensamento tradicional chinês.

Também o atual Presidente chinês, Xi Jinping, visitou Qufu, em 2013, numa das suas primeiras deslocações após ascender ao poder.

Kong Fanyin, um dos muitos descendentes do pensador, observa que “um partido da oposição é sempre contra Confúcio”, mas que “ao chegar ao poder, começa a ver o seu lado bom”.

15 Out 2018

Milhares protestam em Hong Kong contra projecto multimilionário na ilha de Lantau

[dropcap]Q[/dropcap]uase seis mil pessoas da ilha de Lantau protestaram no domingo em Hong Kong contra a criação de uma ilha artificial que pode custar cerca de 500 mil milhões de dólares de Hong Kong, noticiou hoje o South China Morning Post (SCMP).

Em causa está o projecto proposto pela Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, intitulado de “Visão Lantau Amanhã”, que prevê a construção de um centro residencial e de negócios em 1.700 hectares de terras recuperadas, que deverão abrigar cerca de um milhão de pessoas, noticiou hoje o SCMP.

“Primeiro, há o ambiente, segundo, eles estão efetivamente a atacar os cofres públicos, e seria mais prudente gastar o dinheiro em áreas como a saúde e educação”, defendeu uma manifestante citada pelo SCMP, numa alusão ao facto do investimento estimado representar cerca de metade das reservas fiscais daquele território administrado pela China.

Outros opositores ao projeto sugeriram também impulsionar o aproveitamento dos terrenos de forma mais rentável para a ilha, incluindo o desenvolvimento de mil hectares de terras agrícolas ou de 1.300 hectares de áreas industriais abandonadas.

A esmagadora maioria dos residentes de Lantau são originários da ilha, muito desabitada e coberta de montanhas, caracterizada pelos vastos espaços verdes e procurada turisticamente pelas suas praias e mosteiros.

De acordo com Carrie Lam, a metrópole proposta para a zona leste da ilha pode tornar Lantau no terceiro distrito comercial de Hong Kong, logo depois de Central e Kowloon (Este).

15 Out 2018

Celebridade chinesa da Internet detida por “desrespeitar” hino da China

[dropcap]U[/dropcap]ma celebridade ‘online’ chinesa foi detida pela polícia, por cinco dias, ao abrigo da Lei do Hino, depois de ter cantado parte da Marcha dos Voluntários de forma “desrespeitosa”, durante a transmissão de um vídeo.

Yang Kaili, de 21 anos, que tinha 44 milhões de seguidores numa plataforma chinesa de transmissão de vídeos, “insultou” o hino nacional, em 7 de Outubro, segundo um comunicado da polícia do distrito de Jingan, em Xangai.

Yang falava de um festival de música, quando cantou o início da Marcha dos Voluntários, enquanto movimentava os braços no ar como um maestro.

O comunicado da polícia descreve o comportamento de Yang como “um insulto à dignidade do hino nacional”, que “causou repúdio aos internautas”.

A detenção de Yang decorre sob uma lei aprovada no ano passado, que determina que quem modificar o conteúdo ou cantar o hino de forma “distorcida ou desrespeitosa, em público”, pode ser detido até 15 dias ou condenado a uma pena de prisão até três anos.

Semelhante legislação foi também aprovada em Macau e Hong Kong, depois de vários incidentes na antiga colónia britânica envolvendo o hino chinês, incluindo ter sido vaiado em jogos de futebol.

Em Macau não há registo de manifestações públicas de desrespeito.

Yang publicou dois pedidos de desculpa na rede social Weibo, admitindo ter cometido um “erro estúpido”.

“O que eu fiz foi magoar os vossos sentimentos. Peço desculpa à pátria, aos fãs, aos internautas e à plataforma”, afirmou.

Yang revelou que vai suspender as transmissões para “estudar” e “assistir a filmes patrióticos”.

A plataforma Huya eliminou imediatamente os vídeos de Yang e bloqueou a sua conta.

O Vídeo

15 Out 2018

António Borges Coelho defende museu da Expansão Portuguesa dos séculos XV e XVI

[dropcap]O[/dropcap] historiador português António Borges Coelho, numa entrevista à agência Lusa, defendeu a criação de um museu dedicado à Expansão Portuguesa, por ter sido “foi um período fantástico na História da Humanidade”, de que “não temos de ter vergonha”.

Sobre o projeto de um museu dedicado à Expansão Portuguesa nos séculos XV e XVI, António Borges Coelho disse: “É um absurdo esta polémica. O passado é o passado. A primeira grande globalização é uma coisa fantástica para qualquer povo. Não temos que ter vergonha, e mesmo os povos que foram oprimidos, não foram só oprimidos. [Afonso de] Albuquerque [1453-1515] dizia que não podia tirar a cabeça do navio, pois corria risco de ficar sem ela”.

“Houve uma guerra comercial na Índia pelo domínio do comércio das especiarias, designadamente a pimenta. E foram os portugueses que ganharam essa guerra”, esclareceu.

Borges Coelho enfatizou: “É preciso uma coragem brutal para [fazer] uma viagem de navio, de mais de meio ano, nas condições técnicas [da época], [enfrentar] as tempestades, as doenças no mar – quase metade das pessoas ficava no caminho. Não brinquem comigo!”

“Na verdade, foi um período fantástico na História da Humanidade, exatamente como ela é. Não podemos dizer que não houve bandidos – houve montanhas [deles]. O Albuquerque foi um homem terrível, mas foi também um homem de génio, que abriu uma rota efetiva na História da Humanidade, ele o [Vasco da] Gama e companhia”.

O historiador, autor da obra “Questionar a História” (1983), defendeu “um museu com tudo lá e não só o retrato do herói com as flores em baixo, mas que refira os vários povos”.

“Se lermos as ‘Décadas da Ásia’, não estão lá só os feitos dos portugueses, estão também os dos outros povos, e estão os costumes e a geografia. Os próprios povos aprenderam algumas coisas com aquilo que os portugueses fizeram naquela época”.

Neste processo de expansão, Borges Coelho aponta o infante D. Henrique como “uma personagem importantíssima”, com um “papel que ninguém lhe pode tirar”, tendo sido o obreiro da bula que permitiu a expansão portuguesa, e quem equipou os barcos e congregou os homens.

15 Out 2018

Hong Kong | Ex-deputada pró-democracia afastada de eleições

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong rejeitou, na sexta-feira, a candidatura de uma ex-deputada pró-democracia às eleições do Conselho Legislativo, decisão imediatamente contestada por activistas e grupos de direitos humanos. De acordo com o jornal South China Morning Post, Lau Siu-lai foi impedida de concorrer às eleições do Conselho Legislativo, no próximo dia 25 de Novembro, por já ter defendido a autodeterminação da região administrativa especial chinesa. A organização não-governamental (ONG) Hong Kong Watch, que monitoriza as liberdades e o Estado de direito no território, referiu que a decisão comprova que existe “uma avaliação política de candidatos de quem Pequim não gosta” que “viola o direito de participar em eleições justas e livres”. Na noite de sexta-feira, Lau e uma dúzia de activistas pró-democracia protestaram no exterior da sede do Governo de Hong Kong e marcharam até ao gabinete da Chefe do Executivo do território, de acordo com o mesmo jornal.

15 Out 2018

Espaço | Brasil celebra trinta anos de parceria com a China

A cooperação entre as duas nações já permitiu a produção de cinco satélites sino-brasileiros. O sexto lançamento deverá acontecer em 2019. Na calha está também uma parceria com Portugal

[dropcap]O[/dropcap] Brasil e China celebram este ano três décadas de cooperação bilateral na área de satélites e o director da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Coelho, afirmou ter também em vista projectos futuros com Portugal.

“O nosso relacionamento com Portugal, na área espacial, sempre foi muito pretendido. Portugal, há cerca de três anos, começou a pensar seriamente em desenvolver um programa espacial, envolvendo a Europa, mas procurou-nos (ao Brasil) também. Nós achamos esse projecto muito bom, uma oportunidade de retribuir o facto dos portugueses terem descoberto o nosso país”, afirmou José Raimundo Coelho, em entrevista à agência Lusa.

O director da Agência Espacial Brasileira (AEB) adiantou que a  oportunidade de parceria com Portugal já deu os primeiros passos, com a criação de um centro de desenvolvimento na área espacial nos Açores. José Raimundo Coelho disse ainda que, no momento, Portugal encontra-se a “atender uma chamada pública” que a Agência Espacial Europeia lançou, e espera que o Brasil possa ajudar nesse projeto.

“Essa seria uma forma de começarmos um projecto espacial com Portugal. Se não acontecer dessa maneira, o Brasil vai batalhar para que aconteça de outra forma”, afirmou o diretor da AEB, que confidenciou à Lusa ter ascendência portuguesa.

Laços fortes

No entanto, se as relações entre o Brasil e Portugal, na área espacial, ainda estão a começar, com a China a ligação já está bem consolidada, celebrando 30 anos de colaboração.

A parceria, conhecida como Programa Cbers (sigla em inglês para Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), permitiu a produção de cinco satélites sino-brasileiros [pertencentes à China e ao Brasil] de recursos terrestres.

O sexto equipamento, o Cbers-4A, tem o seu lançamento previsto para o próximo ano, na cidade de Taiyuan.

Coordenado pela Agência Espacial Brasileira e pela Administração Nacional Espacial da China, o programa permitiu o desenvolvimento de um sistema completo para o fornecimento de imagens gratuitas a ambos os países e a mais de 20 nações da América do Sul, do sul de África e do sudeste asiático.

Para José Raimundo Coelho, esta parceria duradoura não podia ter melhores frutos: “Os resultados são excepcionais. Os brasileiros e os chineses já conversavam sobre a possibilidade de colaboração desde o ano de 1984, só que num outro segmento da área espacial”, disse.

No início, “os chineses já estavam um pouco avançados em relação ao Brasil, mas não muito, e isso foi óptimo, porque se estivessem muito avançados, essa união de esforços e competências não daria os resultados que acabou por dar”, afirmou o diretor da AEB.

Ao longos das últimas três décadas, foram lançados com sucesso o Cbers-1 (1999), Cbers-2 (2003) e Cbers-2B (2007). O Cbers-3 teve uma falha ocorrida no lançamento em Dezembro de 2013. O Cbers-4 foi lançado em Dezembro de 2014 e continua em operação.

O sexto satélite está em fase de testes e é desenvolvido em conjunto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial.

Um dos pontos mais importantes do programa Cbers é a distribuição das imagens geradas pelos satélites, cobrindo as áreas ambientais e agrícolas. A distribuição das imagens é gratuita e, actualmente, mais de 20 mil instituições brasileiras já receberam o material.

O Cbers-4A irá garantir a continuidade do fornecimento de imagens para monitorizar o meio ambiente, a expansão da agricultura e das cidades.

“Todas as pessoas do mundo podem precisar de usar (estas imagens). Por exemplo, se precisar de melhorar alguma infraestrutura, o governo (brasileiro) exige que se apresente imagens de satélite. Para se fazer uma escritura de um terreno, eles pedem imagens de satélite”, garantiu José Raimundo Coelho, assegurando que a distribuição dessas imagens é totalmente gratuita.

Estando o Brasil a atravessar um atípico período eleitoral, o director da Agência Espacial Brasileira assumiu que espera que o novo Presidente da República brasileiro apoie o desenvolvimento espacial no país.

“Essa é uma esperança constante nossa, de que todos os governos apoiem e reconheçam a importância que essa área tem para o país. Isso não quer dizer que esse apoio já tenha ocorrido no nível que devia. Nós temos muitas queixas a esse nível”, explicou.

“Tentamos usar exemplos de países que dão a devida importância à área espacial para sensibilizar o nosso governo. Às vezes conseguimos, outras vezes não”, lamentou.

15 Out 2018

Economia | Investimento directo externo caiu 79,9 por cento

[dropcap]O[/dropcap] investimento directo do exterior em Macau sofreu uma queda de 79,9 por cento em 2017, atingindo 3,01 mil milhões de patacas. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a descida ficou a dever-se à redução do montante reservado para o reinvestimento, causada pela acentuada distribuição de dividendos por parte das empresas concessionárias do jogo, e ao reembolso de empréstimos junto dos investidores directos do exterior e das sociedades parceiras externas.

Em termos de fluxos por actividade económica, os sectores financeiros e da construção registaram em 2017 valores de 5,37 mil milhões e de 1,13 mil milhões de patacas, respectivamente, enquanto o jogo teve um valor negativo (-3,05 mil milhões de patacas).

A maior parte do investimento directo do exterior em Macau chegou das Ilhas Virgens Britânicas (6,11 mil milhões), da China (3,56 mil milhões) e de Hong Kong (3,33 mil milhões). O rendimento do investimento directo do exterior cifrou-se em 58,65 mil milhões de patacas, traduzindo uma subida de 20,4 por cento face a 2016.

15 Out 2018

Grande Baía | Agnes Lam participa em palestra organizada pela Associação de Ciência Política de Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap]gnes Lam, deputada à Assembleia Legislativa, participa, no próximo dia 3 de Novembro, numa palestra sobre a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau organizada pela Associação de Ciência Política de Hong Kong. Além de Agnes Lam, participam Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM), o jornalista José Carlos Matias e os académicos Sonny Lo e Ming K. Chan.

De acordo com o programa do fórum, os quatro participantes vão “delinear as ligações humanas, as vantagens sócio-culturais e as fortes raízes históricas que vão levar à fundação do soft-power que irá facilitar a integração regional na zona do Delta do Rio das Pérolas através de diversos projectos transfronteiriços no contexto da Grande Baía”.

Será também estabelecido um quadro comparativo quanto à cooperação entre Macau, China e os países lusófonos e a baía de São Francisco, nos Estados Unidos, tendo em conta o investimento que aqui se fez na área da alta tecnologia.

Destaque local

A conferência organizada pela Associação de Ciência Política de Hong Kong irá também abordar vários ângulos da política local. Albert Wong, que se apresenta como académico independente, vai falar da temática “Um País, Dois Sistemas na prática de Macau: alguns casos de estudo”.

De acordo com o programa, Albert Wong vai referir alguns casos ocorridos após a transição de soberania de Macau que revelam uma mudança de paradigma. “Macau, um território que depende em larga medida dos turistas do continente, vivenciou recentemente reacções inesperadas no que diz respeito às políticas ligadas ao continente”, lê-se no comunicado que apresenta o evento. O autor dá como exemplo, entre outros, a aposta que o Governo quer fazer na implementação da educação patriótica nas escolas.

Jean A. Berlie, da Universidade de Educação de Hong Kong, vai falar da questão “Macau e Timor-Leste: Local e Global”, enquanto Bruce Kwong, professor da Universidade de Macau (UM), apresenta um estudo sobre “Legislação bilingue no sistema trilingue da RAEM”.

Brian Ho, também professor universitário na UM, vai abordar a “Gestão de crises e melhoria da governação: os casos dos tufões Hato e Mangkhut em Hong Kong e Macau”.

15 Out 2018

Difamação | Wong Sio Chak sem comentários sobre Au Kam San

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, escusou-se no sábado a comentar a possibilidade de ser instaurado um processo por difamação contra o deputado Au Kam San que acusou as autoridades de realizarem escutas ilegais.

Wong Sio Chak afirmou não ser adequado falar neste momento, dado que a PJ está a analisar a situação, acreditando que muito em breve serão divulgadas informações relativas ao caso.

Na semana passada, Au Kam San afirmou que não vai pedir desculpa pelas declarações que proferiu, tal como exigiu a PJ sob pena de avançar com um processo contra o deputado.

15 Out 2018

Escutas | Levantamento de sigilo das comunicações em crescendo

[dropcap]N/dropcap]o ano judicial 2016/2017, o Juízo de Instrução Criminal (JIC) recebeu 572 processos relativos a escutas ou acesso a outros registos de comunicação protegidos por lei, mais 74 por cento, comparativamente a 2014/2015 noticiou a Rádio Macau.

A tendência de aumento não tem, contudo, sido acompanhada por um maior número de investigações, de acordo com a emissora, que cita relatórios do ano judiciário, editados pelo gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância.

15 Out 2018

Saúde | Alexis quer lei para combater alcoolismo jovem

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, está a equacionar uma lei para evitar o aumento do consumo de álcool entre os jovens.

Segundo Tam, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser feito de forma moderada, mas entre os mais novos é necessário mais cautela, uma vez que pode resultar em casos de alcoolismo. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o secretário abordou igualmente o tabagismo e defendeu que devido à introdução de leis mais restritivas, nos últimos anos, tem vindo a diminuir entre os mais jovens.

Contudo, Alexis Tam diz que todo este combate contra o tabagismo não pode ser feito de uma única vez e que vai levar mais tempo.

15 Out 2018

Secretário dos Transportes de Hong Kong desconhece data de abertura da ponte HZM

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Transportes de Hong Kong afirmou desconhecer quando a ponte que liga a cidade a Macau e a Zhuhai vai abrir à circulação, desmentindo que a abertura ocorra no final deste mês.

“[Sobre a abertura] da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau no final deste mês, devo dizer que, para mim, isto é uma novidade. Não tenho qualquer ideia de quando a ponte vai abrir” à circulação, declarou Frank Chan Fan, no final de um programa de rádio em que participou no sábado, de acordo com o jornal South China Morning Post.

O secretário para os Transportes e Habitação da antiga colónia britânica afirmou que as três cidades continuam à espera que o Governo central dê “luz verde” para a inauguração.

Há 15 dias, à margem da cerimónia do 69.º aniversário da implantação da República Popular da China, também o chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, admitiu aos jornalistas desconhecer a data de abertura e indicou que a mesma será divulgada “em tempo oportuno”.

As autoridades de Hong Kong, Macau e Zhuhai realizaram, no final do mês passado, três dias de testes na ponte. Os resultados destes testes foram enviados para Pequim e deverão determinar a data de abertura, indicou o diário.

Considerada a maior travessia marítima do mundo, a ponte é um marco do projeto de integração regional da Grande Baía, que visa criar uma metrópole mundial a partir dos territórios de Hong Kong, Macau e nove localidades da província chinesa de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing).

A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros.

A construção começou em 2011 e previa-se a abertura para 2016, mas vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais obrigaram a um adiamento da inauguração.

14 Out 2018

Conferência ministerial do Fórum Macau adiada para 2020

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] sexta conferência ministerial do Fórum Macau, prevista para o próximo ano, foi adiada para 2020, foi anunciado na sexta-feira em comunicado do Gabinete de Comunicação Social.

A decisão foi avançada na reunião de quinta-feira da comissão para o desenvolvimento da plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, presidida pelo chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On.

Em declarações à Rádio Macau, a secretária-geral do Fórum Macau, Glória Batalha, indicou que a reunião “vai ser adiada para não coincidir com eventos de alto nível, como a próxima eleição para o cargo do chefe do Executivo”.

Além da eleição do chefe do Executivo, assinalam-se em 2019 “os 20 anos da transição de Macau para a China”, acrescentou a responsável do Fórum Macau.

Glória Batalha adiantou que “a data de 2020 já teve o aval da China”.

O Fórum Macau, criado em 2003 por Pequim, reúne-se a nível ministerial a cada três anos, tendo o último encontro decorrido em em outubro de 2016.

Em 2017, as trocas comerciais entre a China e a Lusofonia fixaram-se em 117.588 milhões de dólares (cerca de 96 mil milhões de euros), verificando-se um crescimento de 29,4%.

14 Out 2018

Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, sagra-se campeão europeu de Fórmula 3

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto alemão Mick Schumacher, filho do antigo heptacampeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher, sagrou-se este sábado campeão europeu de Fórmula 3, no circuito de Hockenheim, na Alemanha.

Mick Schumacher, de 19 anos, foi segundo classificado na segunda corrida da 10.ª e última ronda da temporada e assegurou o título, igualando o feito do seu pai, que venceu o troféu em 1990.

O piloto alemão, que iniciou a sua carreira em 2008 com o nome de Mick Betsch (nome de solteira da mãe), teve um início de época discreto, mas acabou por vencer oito das últimas 15 corridas.

Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, encontra-se em estado vegetativo desde dezembro de 2013, devido a um grave acidente de esqui, ocorrido nos Alpes franceses.

14 Out 2018