Pequim | Assinados dez acordos de cooperação com Japão

A visita do primeiro ministro japonês Shinzo Abe a Pequim, acompanhado por uma extensa delegação de empresários, com o intuito de relançar as relações entre os dois gigantes asiáticos, resultou na assinatura de dez acordos nas áreas financeira e comercial

 

[dropcap]A[/dropcap] China e o Japão assinaram sexta-feira, em Pequim, dez acordos nas áreas financeira e comércio, e reafirmaram o compromisso de trabalharem pela estabilidade da região, após anos de tensão em torno de disputas territoriais.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, reuniu sexta-feira com o seu homólogo chinês, Li Keqiang, no Grande Palácio do Povo, na primeira visita bilateral de um líder japonês a Pequim em quase sete anos, no âmbito da qual os acordos foram assinados.

O Banco do Povo Chinês (banco central) e o Banco do Japão assinaram um acordo para fortalecer a cooperação e melhorar a estabilidade financeira em ambos os países.
O documento prevê que, até 2021, as duas instituições realizem trocas nas respectivas moedas locais, num valor máximo de 200.000 milhões de yuan.

Cerca de 500 líderes empresariais japoneses acompanham Abe na visita a Pequim, que inclui a organização de um fórum China-Japão para cooperação em terceiros países, “à luz da crescente influência internacional da China e da ida de empresas chinesas para o exterior”, segundo explicou fonte do governo japonês aos jornalistas, na passada semana, na embaixada japonesa em Pequim.
Desporto, inovação ou comércio são as outras áreas abrangidas pelos acordos agora assinados.

Coreia nuclear

Os dois líderes abordaram ainda a desnuclearização da Coreia do Norte, com Li Keqiang a manifestar a disposição de Pequim para manter relações de longo prazo com Tóquio, visando manter a estabilidade regional.

“Temos objectivos e responsabilidades comuns”, sublinhou Abe, por sua vez, numa conferência de imprensa conjunta com Li.
O primeiro-ministro japonês assegurou ainda que o seu governo deseja “normalizar” as relações diplomáticas com Pyongyang. Abe reuniu ainda com o Presidente chinês, Xi Jinping.

As visitas de alto nível entre os dois países estavam suspensas desde 2012, quando o Japão nacionalizou as ilhas Senkaku (Diaoyu para os chineses), no mar do Leste da China, levando a protestos violentos na China e a uma queda do investimento japonês no país vizinho.

As relações entre Pequim e Tóquio continuam marcadas pelo persistente ressentimento da China face à invasão e ocupação pelo Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, e uma rivalidade por influência política, militar e económica na Ásia.

No entanto, as trocas comerciais entre o Japão e a China atingiram cerca de 300.000 milhões de dólares, no ano passado. Desde fabricantes de automóveis a processadores de alimentos, os grupos japoneses são importantes actores no mercado chinês.

29 Out 2018

China | Pelo menos 13 mortos em mina de carvão

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos num acidente numa mina de carvão no norte da China subiu para 13 informou, ontem a agência oficial Xinhua em novo balanço. O anterior balanço, na sexta-feira, apontava para 11 mortos.
O acidente ocorreu no sábado passado e desde então a operação de resgate prossegue, apesar de, até ao momento, ter sido encontrado apenas um mineiro com vida.

As autoridades continuam a remover as pedras e a tentar resgatar os oito mineiros que ainda se encontram presos no subsolo.
As causas do acidente estão ainda a serem investigadas, mas as autoridades consideram que acidente deveu-se ao rompimento de uma rocha, que destroçou uma secção do túnel e bloqueou a saída a parte dos 334 trabalhadores nas minas. As equipas de resgate conseguiram evacuar 312.

As minas de carvão na China, consideradas na última década as mais perigosas do mundo, registaram o ano passado 219 acidentes, dos quais resultaram 375 mortos, uma descida de 28,7% face a 2016 e 20 vezes menos do que os registados há uma década.

O pior ano deste século foi 2003, quando se contabilizaram 6.990 mortes nas minas do país. O encerramento de minas ilegais, muitas delas de pequena dimensão, e o aumento das ações de fiscalização contribuíram para a queda no número de vítimas mortais. Cerca de dois terços da energia consumida na China continuam a assentar no carvão.

29 Out 2018

Reportagem | Pequim seduz jornalistas de países emergentes para contrariar narrativa ocidental

Por João Pimenta, da agência Lusa 

 

[dropcap]O[/dropcap] brasileiro Thiago Copetti é um de milhares de jornalistas estrangeiros que, nos últimos anos, participaram em “intercâmbios” na China, suportados pelo Governo chinês, num esforço para desafiar a narrativa ocidental no mundo emergente.

“Eles precisam que alguém fale por eles”, explica à agência Lusa o repórter do Jornal do Comércio, com sede no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. “E somos nós, que estamos aqui, a fazê-lo”, descreve.
Durante seis meses, Copetti viveu num condomínio de luxo em Pequim e viajou por toda a China, com outros sessenta jornalistas oriundos da América Latina, Ásia e África, num programa organizado pela agência noticiosa chinesa Xinhua, cujo presidente, Cai Mingzhao, é membro do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC).

Também o Diário do Povo, jornal oficial do PCC, ou as publicações estatais Global Times e China Daily, têm promovido programas do género, que, nos últimos anos, trouxeram à China milhares de jornalistas estrangeiros, sobretudo oriundos dos países em desenvolvimento.
Estes “intercâmbios” são parte de uma ambição mais ampla de Pequim, que há muito se queixa que a empresa ocidental domina o discurso global e alimenta preconceitos contra a China.

Muda a táctica

O regime chinês tem investido milhares de milhões de dólares para convencer o mundo de que o país é um sucesso político e cultural.

A Xinhua ou a televisão estatal CGTN contam já com centenas de delegações e estúdios no exterior e têm agressivamente procurado parcerias em todo o mundo, visando publicar conteúdo aprovado pelo PCC sob o selo de órgãos de comunicação independentes.

O retorno desse investimento, no entanto, estará aquém das expectativas, face às dificuldades dos órgãos oficiais chineses em escolher ângulos e uma linguagem apelativos para audiências estrangeiras, levando a uma nova estratégia: moldar a visão dos jornalistas estrangeiros sobre o país.
Só em África, as autoridades de Pequim “treinaram”, nos últimos três anos, 3.000 profissionais de órgãos locais, incluindo dezenas de jornalistas oriundos de Angola e Moçambique.
Copetti admite que a China tem um “problema” com a comunicação: “Ela fala e não é entendida ou, quando é entendida, não difunde bem”.

“Mas quando nós falamos pela China, as pessoas vão ver de forma diferente, porque eu vou falar com a dona de casa também. Não vou ser um político falando com outro político”, acrescenta.
No programa em que Copetti participa, a selecção dos jornais e repórteres passa pela Xinhua e pela embaixada chinesa.

“A Xinhua selecciona os veículos que acha interessantes, o veículo escolhe o repórter, que depois tem que ser aprovado pela embaixada”, descreve.

Outros olhos

O brasileiro admite que as autoridades chinesas “sentem desgosto pelo trabalho [dos jornalistas] europeus e norte-americanos”.

Três décadas de trepidante crescimento económico e modernização converteram a China numa potência capaz de disputar a liderança global com os Estados Unidos. Centenas de milhões de chineses saíram da pobreza, enquanto as cidades do país estão hoje dotadas de infraestruturas de última geração.

As percepções sobre o país asiático continuam, no entanto, dominadas pela degradação ambiental, censura, desrespeito pelos direitos humanos ou produção manufatureira barata.
No caso do Brasil, Copetti concorda que existe uma visão da China “completamente distorcida da realidade”.”Acha-se que é só produto ruim, que não há tecnologia, e que o trabalho ainda é escravo”, descreve. “Já não é assim: eu vejo mais classe média, e quem é pobre não é tão pobre”.

Thiago Copetti observa que os esforços da imprensa estatal chinesa estão a começar a dar frutos.
“Dentro da imprensa brasileira está a começar a tendência de pegar a matéria das agências norte-americanas ou europeias e fazer o contraponto com o que a Xinhua escreve”, explica.
“Há pessoas da Xinhua que visitam os jornais para divulgar o trabalho da agência. A Xinhua está a tentar penetrar nos nossos jornais”, diz.

29 Out 2018

Avião indonésio caiu no mar, afirmam autoridades

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Indonésia acabam de confirmar que o voo da Lion Air que voava esta madrugada de Jakarta, capital do país, para a cidade de Pangkal Pinang, na ilha de Sumatra, caiu no mar. “Confirma-se que o avião caiu no mar”, disse Yusuf Latif, porta-voz da agência indonésia responsável pelas investigações e buscas neste tipo de incidentes, citado pelo jornal South China Morning Post. A bordo viajavam 188 pessoas, sendo que o avião Boeing 737-800 partiu de Jacarta por volta das 06h20 de hoje.

O avião da Lion Air, uma companhia de aviação ‘low cost’ indonésia desapareceu do radar poucos minutos depois de descolar do aeroporto de Jacarta, segundo a mesma fonte.

A página de internet da Flightradar, que regista o percurso dos voos, mostra num mapa a trajetória da aeronave em direção a sudoeste, um desvio para sul e depois para nordeste antes de desaparecer repentinamente sobre o mar de Java, não muito longe da costa.

A Indonésia, um arquipélago do sudeste asiático de 17.000 ilhas e ilhotas, é altamente dependente de ligações aéreas, sendo que os acidentes são comuns.

Em Agosto, uma criança de 12 anos foi a única sobrevivente de um acidente aéreo que matou oito pessoas numa área montanhosa da remota província da Papua.

Em Dezembro de 2016, 13 pessoas morreram quando um avião militar se despenhou perto de Timika, outra região montanhosa da Papua.

Em Agosto de 2015, um ATR 42-300 da companhia aérea indonésia Trigana Air, que transportava 49 passageiros e cinco tripulantes, todos indonésios, caiu nas montanhas Bintang. Nenhum sobrevivente foi encontrado.

29 Out 2018

Jair Bolsonaro eleito Presidente do Brasil com 55,15% dos votos

[dropcap]O[/dropcap] candidato da extrema-direita às eleições presidenciais brasileiras Jair Bolsonaro (PSL) venceu a segunda volta da votação, domingo, com 55,15%, quando o apuramento está praticamente fechado (99,99% das urnas apuradas), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com os dados oficiais, Jair Messias Bolsonaro foi eleito 38.º Presidente da República Federativa do Brasil com 57.765.131 votos (55,15%), enquanto Fernando Haddad (PT, esquerda), conquistou nesta segunda volta 46.969.763 votos (44,85%).

Os resultados praticamente finais foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral cerca das 21h00 locais, duas horas após o fecho das últimas urnas. Jair Bolsonaro sucede a Michel Temer como Presidente da República.

Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar – regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, Jair Messias Bolsonaro nasceu a 21 de março de 1955 (63 anos) e iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.

Chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, Jair Bolsonaro está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.

Bolsonaro ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.

As promessas

Jair Bolsonaro anunciou que a intenção de “reduzir a estrutura e burocracia” do Governo e comprometeu-se a “respeitar a federação” brasileira, transferindo os recursos federais diretamente para os estados.

Numa declaração à porta de sua casa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, o candidato do Partido Social Liberal (extrema-direita) declarou-se empenhado em “construir um futuro melhor”, que disse passar por um Governo que “crie condições para que todos cresçam”. “Isso significa que o Governo federal dará um passo atrás, reduzindo a sua estrutura e a burocracia, cortando desperdícios e privilégios, para que as pessoas possam dar muitos passos à frente”, afirmou.

Bolsonaro adiantou que o seu executivo “vai quebrar paradigmas”. “Vamos confiar nas pessoas, vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão e o empreendedor tenha mais liberdade para criar e construir o seu futuro. Vamos desamarrar o Brasil”, declarou. O 38.º Presidente brasileiro referiu, como “outro paradigma a quebrar”, que o executivo que irá liderar “respeitará, de verdade, a federação”. “As pessoas vivem nos municípios, portanto os recursos federais irão diretamente do Governo central para os estados e municípios. Colocaremos de pé a federação brasileira”, declarou.

Além disso, prometeu também que o seu Governo “será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”. “Faço de vocês minhas testemunhas de que este Governo será um defensor da Constituição, da democracia, e da liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido, não é uma palavra vã de um homem, é um juramento a Deus”, afirmou o candidato (Partido Social Liberal, extrema-direita) às eleições presidenciais do Brasil, numa declaração à imprensa à porta da sua casa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Haddad apela à “coragem” dos brasileiros nos próximos quatro anos

O candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda) Fernando Haddad afirmou que os mais de 45 milhões de eleitores que votaram na sua candidatura presidencial, derrotada nas urnas, “têm outro projeto de Brasil na cabeça” e apelou à “coragem” do povo nos próximos quatro anos.

Fernando Haddad falava em São Paulo, minutos depois de Jair Bolsonaro, o candidato da extrema-direita (PSL), ter feito o discurso da vitória, como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, eleito este domingo na segunda volta da eleição presidencial, com mais 11 milhões de votos que o candidato do PT.

“Talvez o Brasil nunca tenha precisado mais do exercício da cidadania do que agora. Eu coloco a minha vida à disposição deste país, tenho a certeza que falo por milhões de pessoas”, afirmou Haddad, numa intervenção de cerca de oito minutos, durante a qual nunca se referiu Jair Bolsonaro.

“A soberania nacional e a democracia como nós a entendemos é um valor que está acima de todos nós. Nós temos uma nação, nós temos que defendê-la daqueles que de forma desrespeitosa pretendem usurpar o nosso património, o património do povo brasileiro”, disse ainda Fernando Haddad.

 

Michel Temer convicto de que Bolsonaro fará um Governo de “paz e harmonia”

O Presidente brasileiro, Michel Temer, mostrou-se convicto de que o seu sucessor, Jair Bolsonaro, “fará um governo de paz e harmonia” que o Brasil precisa. “Tenho a convicção de que o presidente eleito fará um governo de muita paz e harmonia que é o que o nosso país necessita”, disse Temer numa conferência de imprensa no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República.

Temer afirmou já ter cumprimentado o Presidente eleito e que percebeu, através do seu entusiasmo e das declarações que Bolsonaro já fez ao país que “busca a unidade, a pacificação e harmonia do país que seguramente todos desejam”.

Assinalou ainda que as “eleições são o momento adequado para o povo exercitar o seu poder”, o que se deu “com tranquilidade e harmonia”. Temer acrescentou que a “transição vai iniciar-se já a partir de amanhã” e disse que espera continuidade das políticas já em curso no plano económico, bem como das políticas de natureza ambiental, educacional e na saúde.

29 Out 2018

Pequim e Moscovo desmentem ter telemóvel de Trump sob escuta

[dropcap]A[/dropcap] China e a Rússia desmentiram hoje um artigo do jornal The New York Times que avançou que os serviços de informações destes dois países tinham sob escuta o telemóvel pessoal do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O diário norte-americano, que citou antigos e actuais responsáveis norte-americanos que falaram sob anonimato, noticiou na quarta-feira que os serviços de informações chineses e russos escutam as ligações telefónicas que Trump faz a partir do seu telemóvel pessoal e que utilizam o conteúdo das conversas do Presidente para ajustar as suas políticas e ganhar vantagem em relação aos Estados Unidos.

Questionada hoje pela comunicação social sobre este assunto, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, decidiu responder à pergunta com ironia, afirmando que algumas pessoas não conseguem resistir à tentação “de ganharem o Óscar para o melhor argumento”.

Recorrendo às mesmas acusações que Donald Trump faz frequentemente contra este diário norte-americano, a porta-voz da diplomacia chinesa considerou que o artigo em questão “é uma nova falsa notícia” do The New York Times.

A representante de Pequim sugeriu ainda a Washington, e uma vez que a administração norte-americana receia que o telemóvel de Trump (de uma marca norte-americana) esteja sob escuta, que substitua o telemóvel do Presidente por um aparelho de fabrico chinês.

Em nome da segurança nacional, a utilização de telemóveis de fabrico chinês por militares e funcionários dos serviços públicos norte-americanos está proibida.

Se os Estados Unidos querem uma segurança total “deviam parar de usar meios de comunicação modernos e cortar todos os contactos com o mundo exterior”, concluiu a porta-voz chinesa.

Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin (sede da Presidência russa), Dmitri Peskov, também colocou em causa a credibilidade do diário The New York Times, afirmando que a publicação de tais informações representa “um declínio das normas jornalísticas”.

O jornal The New York Times não forneceu muitos pormenores sobre as alegadas ações de espionagem dos serviços de informações de Pequim e Moscovo, mas referiu que Trump tem sido alertado frequentemente, tanto pelos serviços de informações norte-americanos como por vários assessores, que não é seguro utilizar o seu telemóvel pessoal para conversas sobre determinados assuntos, nomeadamente questões políticas e económicas.

Hoje de manhã, o Presidente norte-americano reagiu na rede social Twitter, afirmando que “os chamados especialistas em Trump no The New York Times” tinham escrito “um artigo longo e aborrecido” e “muito errado” sobre o uso do seu telemóvel.

“Está tão incorrecto que não tenho tempo para o corrigir. (…)”, escreveu Trump, garantindo ainda que só usa telemóveis governamentais e que raramente usa tais aparelhos.

26 Out 2018

China pede aos Estados Unidos que não politizem cambio de divisas

[dropcap]A[/dropcap] China pediu aos Estados Unidos que não politizem o cambio das divisas, após o departamento de Tesouro norte-americano revelar que está aberto a alterar a forma como determina se um país manipula a sua moeda.

“É um consenso internacional o facto de que a China não manipula a taxa de cambio da sua moeda”, afirmou o porta-voz do ministério chinês do Comércio, Gao Feng, citado hoje pela agência oficial Xinhua.

Apesar de o Departamento do Tesouro norte-americano não ter incluído a China na lista de “manipuladores de moeda”, no seu último relatório, publicado na semana passada, confirmou que o país asiático vai continuar sob análise.

Para a China, isto aumenta as possibilidades de os EUA acusarem formalmente o país de manipulação da moeda, o que, apesar de não supor a imposição de sanções ou outras represálias, agravaria as tensões entre as duas maiores economias do planeta.

“O Fundo Monetário Internacional já tem um método autorizado para avaliar se um país manipula ou não a sua moeda e se a taxa de cambio é razoável, e recentemente concluiu que a taxa de cambio do rmb [a moeda chinesa] está de acordo com os princípios económicos básicos”, afirmou Gao.

O ministro chinês disse que os EUA não devem politizar este assunto, nem impor os seus padrões sobre as regras internacionais, e reafirmou que a China “não utilizará” a taxa de cambio como ferramenta para contornar as taxas alfandegárias impostas por Washington sobre cerca de metade das importações oriundas do país asiático.

“A China vai continuar a melhorar o sistema de flutuação da taxa de cambio, com base na oferta e na procura, em referência com um cesto de divisas, e trabalhará para assegurar que a taxa de cambio da sua moeda é estável, razoável e equilibrada”, acrescentou.

O yuan caiu quase 10%, face ao dólar norte-americano, ao longo deste ano, o que gerou receios de que Pequim está a desvalorizar a sua moeda para impulsionar as exportações.

26 Out 2018

Ataque com faca em jardim de infância na China deixa 14 crianças feridas

[dropcap]U[/dropcap]m ataque com faca por uma mulher de 39 anos, num jardim de infância no centro da China, resultou hoje em catorze crianças feridas, informaram as autoridades chinesas, enquanto os motivos do ataque continuam por esclarecer.

O ataque ocorreu hoje de manhã no jardim de infância Xinshiji, nos subúrbios do município de Chongqing, quando as crianças regressavam às salas de aula. A mulher, identificada pelas autoridades como Liu, já foi detida pela polícia e as crianças estão a receber tratamento hospitalar, detalharam as autoridades.

Imagens difundidas nas redes sociais chinesas mostram as crianças feridas a entrarem para ambulâncias junto à entrada da escola, algumas transportadas em macas.

A China tem registado vários incidentes do género, normalmente ligados a pessoas com problemas psicológicos ou ressentimentos com vizinhos ou a sociedade em geral.

Em junho passado, um homem atacou três rapazes e a mãe destes, com uma faca de cozinha, perto de uma escola em Xangai. Dois dos rapazes morreram. A polícia revelou que o homem estava desempregado e executou o ataque “como vingança contra a sociedade”.

No mesmo mês, uma pessoa morreu e dez ficaram feridas quando um homem conduziu uma empilhadora contra peões numa cidade do leste da China, e acabou por ser abatido pela polícia.

Em abril, um homem armado com uma faca matou sete estudantes e feriu 19, quando os jovens regressavam a casa, no norte do país.

A lei chinesa proíbe rigorosamente a venda e posse de armas de fogo, pelo que os ataques são geralmente feitos com facas, explosivos de fabrico artesanal ou por atropelamento.

26 Out 2018

Ponte HZM | Universidade de Macau ajuda na manutenção

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) vai apostar em projectos de inovação tecnológica e ajudar na manutenção da nova ponte que liga ao território a Hong Kong e a Zhuhai. Num comunicado, divulgado ontem, a instituição de ensino revela que assinou com a autoridade que gere a ponte um acordo de “colaboração estratégica” que prevê a realização, em conjunto, de projectos de investigação dedicados ao avanço da tecnologia de transportes.

“A colaboração vai permitir que ambas as partes combinem os pontos fortes (…) para promover a manutenção da ponte e o avanço da tecnologia de transportes”, lê-se na mesma nota. De acordo com a UM, as duas partes planeiam criar, em conjunto, um centro de investigação de engenharia.

“Ambas as partes vão aprofundar a colaboração na operação e manutenção de infra-estruturas de transportes de larga escala e aumentar o intercâmbio de dados e pesquisas (…) a fim de promover avanços tecnológicos nas infra-estruturas de transporte”, refere o comunicado. A nova ponte, a maior travessia sobre o mar do mundo, foi inaugurada na terça-feira.

26 Out 2018

Trânsito | 15 mil casos de excesso de velocidade

[dropcap]E[/dropcap]ntre Janeiro e Setembro, as autoridades registaram 15.288 casos de excesso de velocidade por parte dos condutores. Os número foram avançados ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, e são citados pelo canal chinês da Rádio Macau.

De acordo com as informações disponibilizadas, 633 acidentes, ou seja 6,2 por cento, foram causados devido à velocidade excessiva e ao facto de não ter sido respeitada a distância de segurança para o veículo da frente.

A PSP encontra-se neste momento a realizar uma acção intensa de fiscalização do trânsito com a duração de duas semanas e só ontem foram passadas duas multas por excesso de velocidade e três devido à utilização do telemóvel ao volante.

26 Out 2018

Tufão Yutu | Baixa probabilidade até segunda-feira

[dropcap]A[/dropcap] probabilidade do super tufão Yutu chegar ao Mar do Sul da China antes de segunda-feira é considerada “baixa”, de acordo com o comunicado de ontem dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos.

“As previsões actuais revelam que a probabilidade do super tufão entrar no Mar do Sul da China, antes do dia 29, é baixa”, pode ler-se no comunicado.

“O super tufão “YUTU” localizado no Oceano Pacífico está a mover-se de oeste para noroeste. Nos próximo dias, vai dirigir-se, genericamente, para a área marítima entre “Taiwan” e o leste das Filipinas”, é sublinhado.

26 Out 2018

Forbes | Crise bolsista e fricções comerciais atingem os mais ricos na China

A guerra comercial declarada por Donald Trump atinge também os bolsos dos bilionários chineses. Segundo a revista Forbes, um terço dos 400 mais ricos da China sofreram perdas de 20 por cento ou mais

 

[dropcap]A[/dropcap]s fortunas dos mais ricos da China caíram este ano, face às disputas comerciais entre Pequim e Washington, desvalorização do yuan e abrandamento do ritmo de crescimento da economia chinesa, informou ontem a revista Forbes.

A lista dos bilionários chineses, elaborada pela Forbes, revela que o património líquido total dos maiores empresários chineses caiu de 1,19 biliões de dólares, em 2017, para 1,06 biliões de dólares, este ano.
Em média, o património dos 400 chineses mais ricos caiu de 1.700 milhões de dólares, no ano passado, para 1.400 milhões de dólares, em 2018.

“O mundo habituou-se a associar a China à criação de riqueza e está alarmado por ver a dimensão da destruição de riqueza este ano”, escreveu Russell Flannery, delegado da Forbes em Xangai, a “capital” económica da China.

As fortunas de 229 dos 400 mais ricos que constam na lista recuaram este ano, face a 2017. Um terço sofreu perdas de 20 por cento ou mais.

O sector manufactureiro foi o mais afectado este ano, sugerindo o efeito da guerra comercial com Washington, que levou o Presidente norte-americano, Donald Trump, a impor taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de bens chineses.
No ano passado, 79 bilionários chineses do sector manufactureiro constavam na lista. Este ano, o número recuou para 72.

Conta gotas

Segundo a publicação, Jack Ma, o fundador do gigante de comércio electrónico Alibaba, voltou a ser o mais rico da China, com um património líquido avaliado em 34.600 milhões de dólares, quatro milhões a menos do que em 2017.

Em segundo na lista está o fundador do gigante da Internet Tencent, que detém a aplicação Wechat.
A fortuna de Pony Ma caiu 6.200 milhões de dólares, para 32.800 milhões de dólares.
As acções da Tencent registaram perdas acentuadas este ano.

Hui Ka Yan, que figurava como o mais rico da China no ano passado, caiu para terceiro, após um recuo de 28% na sua fortuna, para 30.800 milhões de dólares. Hui é o presidente do grupo imobiliário Evergrande, que enfrenta uma crise de dívida que levou as acções do grupo a cair.

No terceiro trimestre do ano, o crescimento económico da China abrandou para 6,5%, em termos homólogos, o ritmo mais lento desde o primeiro trimestre de 2009, segundo dados publicados na semana passada.
O investimento em activos fixos, motor fundamental do crescimento chinês, abrandou para 5,4%, nos primeiros nove meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.

A bolsa de Xangai, principal praça financeira do país, caiu mais de 20%, desde o início do ano, enquanto a moeda chinesa, o yuan, caiu quase 10%, face ao dólar norte-americano.

26 Out 2018

FIMM | Festival encerra com obras de Schumann

[dropcap]O[/dropcap] XXXII Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), apresenta nos dias 27 e 28 de Outubro, pelas 20h00, o concerto “Christian Thielemann e a Staatskapelle Dresden”. Os concertos têm lugar no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau e marcam o final de mais uma edição do FIMM.

“A Staatskapelle Dresden é uma das orquestras mais antigas e tradicionais do mundo e uma das principais na interpretação da música alemã”, refere o Instituto Cultural em comunicado. Dirigida por Christian Thielemann, a orquestra apresentará, em dois concertos, as sinfonias completas de Schumann.

A organização promove uma conversa pré-espectáculo no dia do concerto, entre as 19h00 e as 19h45, na Sala de Conferências do Centro Cultural de Macau em que o director musical e maestro do Coro da Universidade Chinesa de Hong Kong, Leon Chu vai explicar os conteúdos do espectáculo. Nos dias 26 e 27, o quarteto de guitarras Los Romero, conhecido como “A Família Real da Guitarra”, apresenta-se no Teatro Dom Pedro V, pelas 20h00.

26 Out 2018

Bullying | Alexis Tam espera perdão entre alunas

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, deixou o desejo que as alunas envolvidas no caso de bullying na Escola Luso-Chinesa Técnico Profissional consigam ultrapassar a situação e perdoarem-se.

“Esperamos que as alunas se consigam entender, devem dar-se melhor, e esperamos que as agressoras peçam desculpa à vítima. Por outro lado, também esperamos que a estudante agredida consiga perdoar às agressoras”, disse Alexis Tam, ontem, de citado pelo Canal Macau.

26 Out 2018

Galaxy | Receitas líquidas aumentam 6 por cento

[dropcap]T[/dropcap]ambém ontem a concessionária Galaxy Entertainemnt Group apresentou os resultados para o terceiro trimestre, com as receitas líquidas a aumentarem para 13 mil milhões de dólares de Hong Kong, ou seja 6 por cento face ao período homólogo do ano passado.

No que diz respeito ao EBITDA ajustado (ou seja lucros antes de impostos, amortizações e depreciações) houve um aumento de 10 por cento face ao ano passado para os 3,9 mil milhões de dólares Hong Kong.

26 Out 2018

Sands | Equacionada construção de mais um pavilhão de grande dimensão

[dropcap]A[/dropcap] operadora Sands China está a equacionar construir uma segunda arena de grande dimensão em Macau. A revelação foi feita, ontem, por Sheldon Adelson, presidente da empresa, durante a apresentação dos resultados financeiros da empresa no terceiro trimestre do ano.

“Talvez venhamos a construir outra arena. Colocámos alguma parte dos nossos terrenos de lado para construir uma piscina com ondas, mas agora já houve alguém [Galaxy] que construiu uma piscina deste género, o que faz com que não seja uma oferta única. Por isso, acho que podemos utilizar a terra para construir uma arena”, afirmou Sheldon Adelson.

A operado do jogo está neste momento a renovar o hotel Sands Cotai Central e a transformá-lo no hotel “Londrino”, que imita a cidade inglesa. Inicialmente estava previsto um investimento de cerca de 8,2 mil milhões de dólares de Hong Kong, mas a empresa anunciou que o valor vai ser aumentado para 17,2 mil milhões. Parte do montante vai ser igualmente gasto em melhoramentos nos hotéis Four Seasons e St. Regis.

Em relação ao terceiro trimestre do ano, os lucros da Sands China aumentaram 13 por cento para cerca de 3,56 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando no período homólogo tinham sido de 3,16 mil milhões. Já quanto aos resultados da empresa-mãe, Las Vegas Sands, que inclui as operações nos Estados Unidos e Singapura, os lucros foram de 4,47 mil milhões de dólares, um aumento de 1,4 por cento face ao período homólogo, quando o lucro tinha atingido os 4,46 mil milhões de dólares de Hong Kong.

26 Out 2018

Coutinho questiona medidas sobre residência no interior da China

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho entregou uma interpelação escrita ao Governo onde questiona quais são as medidas que Macau está a tomar para a residência de portadores do BIR permanente no interior da China.

“Que medidas efectivas vão ser implementadas para que os residentes permanentes da RAEM que se encontrem no interior do continente disponham, em tempo útil, das necessárias plataformas oficiais do Governo da RAEM?”, questionou.

Coutinho pretende também saber “que medidas vão ser implementadas pelo Governo da RAEM no sentido de esclarecer os seus residentes permanentes interessados em requerer ou que tenham requerido a residência no interior do continente quanto às diferenças dos sistemas político, económico e legal entre a RAEM e o interior do continente?”, inquiriu.

26 Out 2018

EUA | China escutou chamadas entre Steve Wynn e Donald Trump

Steve Wynn é uma das personalidades a quem o Presidente norte-americano liga com frequência. Os serviços secretos chineses sabem disso e escutam as conversas entre Trump e o antigo CEO da Wynn Resorts. De acordo com o The New York Times, as secretas norte-americanas conhecem o esquema de espionagem de Pequim. O Governo chinês reagiu ao artigo e categorizou-o como notícia falsa e aconselhou Trump a comprar um Huawei

 

[dropcap]Q[/dropcap]uando o telefone de Steve Wynn toca e do outro lado está Donald Trump, as probabilidades de agentes das secretas chinesas estarem à escuta são consideráveis. O esquema montado por Pequim para interceptar chamadas que o Presidente norte-americano faz para os amigos mais próximos, onde está incluído o antigo CEO e fundador da Wynn Resorts, que detém a Wynn Resorts Macau, foi descoberto pelos serviços secretos norte-americanos.

A notícia dada pelo The New York Times (NYT) adianta que quando Donald Trump utiliza um dos seus iPhones, as secretas chinesas ouve as conversas. Muitas vezes, o teor do que se fala é insignificante, mas com frequência o Presidente norte-americano discute com amigos próximos, onde se inclui Steve Wynn, decisões políticas. Este tipo de informação possibilita a Pequim, e a quem mais estiver à escuta, ter acesso ao processo decisório da Admnistração Trump e é uma ferramenta para apurar quais as melhores formas de influenciar as políticas de Washington. A informação, obtida pelo NYT, assenta em depoimentos de antigos e actuais oficiais dos serviços de informação norte-americanos.

“Se Trump está preocupado com a segurança do iPhone, devia comprar um telefone Huawei”. Foi assim que a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês respondeu à notícia do esquema de escutas. De qualquer das formas, Pequim reagiu à notícia do NYT ao modo de Trump: “fake news”.

Altas patentes da Casa Branca, próximas do Presidente repetidas vezes o alertaram para o facto dos seus telemóveis não serem seguros o suficiente para usado para conversas sensíveis. Trump foi avisado explicitamente para a elevada probabilidade de operacionais do Kremlin também estarem à escuta. Outra recomendação que caiu em saco roto foi a necessidade do Presidente norte-americano usar a linha fixa da Casa Branca com mais frequência. No entanto, e para a frustração de quem o aconselha, Donald Trump não abdica dos seus iPhones. Fontes da Casa Branca referiram ao NYT que só podem acalentar a esperança que o Presidente não discuta informação classificada em telefones não seguros. Aliás, a matéria foi discutida várias vezes em briefings de forma a contornar aquilo que pode ser descrito como a “abordagem casual à segurança electrónica” de Trump.

Alunos atentos

Os agentes norte-americanos que falaram com o NYT, em condição de anonimato, referiram que as entidades chinesas têm como objectivo aprender com as chamadas interceptadas. A forma como Trump pensa, que tipo de argumentos o costumam convencer e a quem o Presidente dá crédito são informações valiosas para, por exemplo, prevenir a escalada da guerra comercial entre Pequim e Washington que tem abalado os mercados do mundo inteiro.

No fundo, a campanha dos serviços chineses é uma simbiose entre lobbying e espionagem, com base num pequeno grupo de pessoas com quem Trump fala com alguma regularidade e na esperança desses contactos serem usados para tentar influenciar as políticas de Administração norte-americana.
Além de Steve Wynn, Stephen Schwarzman, director executivo do Blackstone Group, é uma das pessoas incluídas na lista. É de salientar que o dirigente da companhia de investimentos financiou um programa de mestrado na prestigiada Universidade de Tsinghua, em Pequim.

De acordo com o NYT, as secretas chinesas identificaram amigos de ambos os homens, assim como de amizades de outros contactos regulares de Donald Trump. Num segundo plano, a China conta com a ajuda de empresários chineses, assim como outras personalidades ligadas ao regime de Xi Jinping, para fornecer argumentos pró-chineses aos amigos dos amigos próximos de Trump. O objectivo é que a agenda da Casa Branca seja influenciada, indirectamente, por algumas das pessoas em que Donald Trump mais confia. Fontes citadas por jornal sediado em Nova Iorque acrescentam que é muito provável que os amigos do Presidente não estejam cientes das intenções do Governo liderado por Xi Jinping.

Reforma silenciosa

Quando o NYT contactou o advogado de Steve Wynn para saber se o magnata queria esclarecer a sua posição nesta matéria, o representante referiu que o seu cliente estava aposentado e que não faria qualquer comentário. Uma porta-voz da Blackstone recusou comentar os esforços chineses para influenciar Schwarzman, mas referiu que este “se sente feliz com a possibilidade de servir de intermediário em matérias críticas entre os dois países, sempre que requisitado pelos seus líderes”.

Fontes ouvidas pelo jornal sediado em Nova Iorque revelaram descrédito perante a hipótese de Moscovo estar a montar uma operação com o mesmo grau de sofisticação da de Pequim, principalmente tendo em conta a afinidade aparente entre Trump e Putin.

Ainda assim, este tipo de manobras de contra-informação não são anormais por parte de Pequim que, durante décadas, tentou influenciar líderes norte-americanos através de redes informais constituídas por importantes homens de negócios e académicos capazes de “vender” ideias e políticas que cheguem à Casa Branca. A diferença é que desta vez, com o esquema de escutas montado, as secretas chinesas têm acesso a conversas que lhes permitem ter uma ideia bem mais clara dos argumentos que resultam com Donald Trump.

Aliás, é de referir que o próprio Stephen Schwarzman, uma das presenças proeminentes na primeira reunião entre Trump e Xi, que ocorreu no resort da Florida Mar-a-Lago, não esconde as visões alinhadas com a China e que tendem a ser a favor do comércio livre. Uma linha que tem perdido fôlego para as forças isolacionistas na Casa Branca.

Um dos agentes ouvidos pelo NYT afirmou que uma das tácticas das autoridades de Pequim era tentar convencer Trump a marcar reuniões com Xi com a maior frequência possível. O motivo é a convicção de que o Presidente norte-americano dá grande valor às relações pessoais, e que, como tal, as reuniões a dois poderiam levar a significativos avanços na relação entre as duas maiores economias mundiais.

Amigo do seu amigo

A questão que se levanta com a revelação do esquema de escutas é se as amizades mais próximas de Donald Trump, nomeadamente Steve Wynn, conseguem atenuar a guerra comercial empurrada pela ala isolacionista que continua a ter um forte capital de persuasão, mesmo depois da saída de Steve Bannon da Casa Branca.

Fontes ouvidas pelo NYT revelam que Trump tem dois iPhones que foram alterados pela NSA, de forma a limitar as suas capacidades e vulnerabilidades, e um terceiro telefone igual ao qualquer outro iPhone. Apesar das insistências de oficiais de segurança, o Presidente continua a usar o seu telemóvel pessoal porque, ao contrário dos aparelhos seguros, pode guardar contactos.
A intercepção de chamadas não é algo que necessite de um enorme aparato tecnológico. À medida que as chamadas “viajam” entre torres de telecomunicações e redes de cabos, a intercepção torna-se relativamente fácil para chamadas feitas tanto por iPhone, Androido e velhos telefones anterior ao smart-phone, que são vulneráveis.

É de salientar que o tópico da segurança de comunicações foi algo amplamente discutido por Trump durante a sua campanha na corrida à Casa Branca. Aliás, até hoje, em comícios políticos que continua a fazer, Donald Trump menciona o servidor de correio electrónico pouco seguro de Hillary Clinton enquanto esta era secretária de Estado. Um discurso que costuma ser acompanhado pela audiência a entoar “Prendam-na!”.
Barack Obama estava bem ciente dos riscos de usar um telefone não seguro, uma prática que nos dias que correm é natural em líderes mundiais, como Vladimir Putin e Xi Jinping.

26 Out 2018

Jornalista japonês libertado relata “inferno” do seu cativeiro na Síria

[dropcap]U[/dropcap]m jornalista japonês detido na Síria por mais de três anos, libertado esta semana, descreveu os seus anos de cativeiro como um “inferno” antes de partir para o Japão, onde é esperado na noite de hoje.

“Foi um inferno”, disse Jumpei Yasuda numa entrevista transmitida pela televisão pública japonesa NHK.

O jornalista disse que este “inferno” não foi só físico, mas também mental. “Todos os dias, eu dizia a mim mesmo ‘não é hoje que serei libertado’ e perdia o controlo de mim mesmo, pouco a pouco”, afirmou.

O jornalista freelancer, de 44 anos, pareceu empolgado, aliviado e tenso ao mesmo tempo, descreve a agência France-Presse. “Por cerca de 40 meses, eu não falei japonês, então as palavras não me vêm facilmente”, disse.

“Estou feliz por voltar ao Japão, mas ao mesmo tempo, não tenho ideia do que vai acontecer agora e de que maneira eu devo comportar-me. Não sei o que pensar”, disse Yasuda, que pediu desculpas pelo “problema causado”.

Ex-reféns japoneses já foram vítimas de insultos por parte dos seus compatriotas, que consideram que a situação em que se envolveram ocorreu devido a sua imprudência.

Jumpei Yasuda detalhou em outro canal as suas condições de detenção, explicando que não se pôde lavar por oito meses e foi forçado a permanecer imóvel por longas horas.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), baseado no Reino Unido, o jornalista japonês foi libertado no quadro de um acordo entre a Turquia e o Qatar.

Yasuda foi levado para a Turquia após ser entregue pelos seus raptores a um grupo armado “não-sírio”, segundo a OSDH.

Jumpei Yasuda foi sequestrado em junho de 2015 e apareceu em agosto passado num vídeo divulgado por um grupo jihadista.

Neste vídeo, vestindo um macacão laranja, Yasuda estava sob a ameaça de homens armados e mascarado. Outro refém, o italiano Alessandro Sandrini, também apareceu nas imagens.

No início de 2015, militantes do grupo Estado Islâmico (EI) haviam decapitado dois japoneses, o correspondente de guerra Kenji Goto e o seu amigo Haruna Yukawa.

O Governo japonês foi então criticado por, alegadamente, perder a oportunidade de salvar os dois homens.

25 Out 2018

Muçulmanos rohingya continuam a ser vítimas de genocídio na budista Myanmar, diz ONU

[dropcap]O[/dropcap]s muçulmanos rohingya continuam a ser vítimas de genocídio em Myanmar, cujo Governo demonstra de forma crescente a falta de interesse no estabelecimento de uma verdadeira democracia, afirmaram na quarta-feira investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU).

Marzuki Darusman, presidente da missão de investigação da ONU em Myanmar, afirmou que milhares de rohingya continuam a fugir para o Bangladesh e que, entre 250 mil e 400 mil que permaneceram, depois da brutal campanha militar no país de maioria budista, “continuam a sofrer as mais severas” restrições e repressão.

“Neste momento está a decorrer um genocídio”, sintetizou, durante uma conferência de imprensa, na quarta-feira.

Yanghee Lee, a investigadora especial da ONU sobre direitos humanos em Myanmar, afirmou que ele e muitos outros na comunidade internacional esperavam que a situação sob a liderança de Aung San Suu Kyi “seria muito diferente da do passado, mas, na realidade, não é muito diferente da do passado”.

Acrescentou que Suu Kyi, laureada com o Prémio Nobel da Paz e antiga presa política que agora lidera o Governo civil do Estado de Myanmar, “está em negação total” sobre as acusações feitas aos militares deste país de maioria budista de violarem, assassinarem e torturarem os rohingya e incendiarem as suas vilas, levando cerca de 700 mil a fugirem para o Bangladesh desde agosto do ano passado.

25 Out 2018

Trump defende que não há lugar para “violência política”

[dropcap]O[/dropcap] presidente norte-americano, Donald Trump, emitiu hoje um apelo para a unidade, após a intercepção de pacotes com engenhos explosivos endereçados a Hillary Clinton e Barack Obama, defendendo que “a violência política” não é tolerável nos Estados Unidos. “Em momentos como este, devemos unir-nos”, declarou Trump a partir da Casa Branca.

“Não há, nos Estados Unidos, lugar para actos e ameaças de violência política de qualquer natureza”, frisou o presidente, que tem recorrido, em campanha, a uma retórica extremamente agressiva em relação aos seus adversários políticos.

“Estamos muito zangados”, acrescentou, prometendo esclarecer totalmente este caso do envio para diversas personalidades políticas, e também para a redacção de Nova Iorque da estação televisiva CNN, de encomendas armadilhadas.

Embora sem referir o seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, ou a sua adversária democrata nas eleições presidenciais de 2016, Hillary Clinton, Trump sublinhou que serão utilizados todos os meios necessários para levar a bom porto a investigação da polícia federal (FBI).

Também a primeira-dama, Melania Trump, se pronunciou sobre os ataques de hoje, que classificou como “ataques cobardes”. “Condeno vigorosamente todos aqueles que optam pela violência” declarou.

25 Out 2018

Empresário chinês condenado por falsificar robô japonês

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal da cidade chinesa de Xangai condenou um homem a três anos e meio de prisão por fabricar e vender mais de 34 mil modelos falsificados do robô japonês Gundam, noticiou hoje a imprensa local.

O homem, de 33 anos, era director de uma fábrica de brinquedos na cidade de Shantou, na província de Guangdong, no sul da China, quando entre 2016 e Setembro de 2017, pediu aos trabalhadores para fazerem cópias com base nos modelos do robô japonês Gundam.

Os robôs falsificados foram depois vendidos a um homem chamado Lin Hong, sob a marca Dragon Peach, com um valor total de mercado de 3,8 milhões de yuans.

O tribunal ordenou ainda o pagamento de uma multa de 1,9 milhões de yuans, dado que o condenado não tinha a aprovação do fabricante japonês para fazer cópias do robô.

A empresa dinamarquesa Lego tem registado também vários casos de falsificações dos seus brinquedos por diversos fabricantes por parte de empresas chinesas.

25 Out 2018

Filme de João Botelho candidato a mais uma nomeação para os Goya

[dropcap]O[/dropcap] filme “Peregrinação”, de João Botelho, é candidato a uma nomeação para os prémios espanhóis de cinema, os Goya, na categoria de melhor filme iberoamericano, anunciou a organização.

A Academia de Cinema de Espanha revelou hoje os 16 filmes pré-selecionados para o Goya de melhor produção ibero-americana e, entre eles, está “Peregrinação”, obra de João Botelho inspirada no relato de viagens, homónimo, de Fernão Mendes Pinto.

Entre os pré-selecionados estão, por exemplo, “Benzinho”, de Gustavo Pizzi (Brasil), “Los perros”, de Marcela Said (Chile), e “Roma”, de Alfonso Cuarón (México).

O filme de João Botelho é ainda candidato a uma nomeação para o Goya de melhor filme estrangeiro – e a outra para os Óscares, na mesma categoria -, como foi proposto em setembro pela Academia Portuguesa de Cinema.

A longa-metragem transpõe para cinema episódios do livro “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto, impresso pela primeira vez em 1614, que relata a presença dos portugueses no Oriente e se apresenta como uma crónica de viagens de duas décadas de vivência do autor.

O filme é protagonizado por Cláudio da Silva, à frente de um elenco que inclui ainda, entre outros, Catarina Wallenstein, Pedro Inês, Maya Booth, Cassiano Carneiro, Rui Morisson, Jani Zhao e Zia Soares.

Do filme faz também parte “Por este rio acima”, do músico Fausto Bordalo Dias, interpretado por um coro masculino. A 33.ª cerimónia dos Goya decorrerá a 2 de Fevereiro em Sevilha.

25 Out 2018

Kashima Antlers apura-se para a final da ‘Champions’ asiática pela primeira vez

[dropcap]O[/dropcap]s japoneses do Kashima Antlers apuraram-se ontem para a final da Liga dos Campeões asiática de futebol, ao empatarem 3-3 no campo dos sul-coreanos do Suwon Bluewings, prevalecendo o triunfo por 3-2 da primeira mão.

O Kashima chegou ao intervalo em vantagem, com um golo de Yamamoto, aos 25 minutos, mas apanhou um grande susto na segunda parte, quando a equipa da casa, subitamente, deu a volta ao marcador e colocou-se na frente da eliminatória, com golos de Lim Sang-Hyub (52), Cho Sung-Jin (53) e do montenegrino Damjanovic (60).

Nishi, aos 64 minutos, voltou a deixar empatada a eliminatória e o brasileiro Serginho, aos 82, garantiu o apuramento do clube japonês, que está pela primeira vez na final da ‘Champions’ asiática.

Nos jogos decisivos da prova (a final é disputada em duas ‘mãos’), o Kashima Antlers vai defrontar os iranianos do Persépolis, que também se vão estrear nesta fase da competição.

Na outra meia-final, o Persépolis eliminou o Al Sadd, do Qatar, orientado pelo português Jesualdo Ferreira, depois de uma vitória por 1-0 e um empate 1-1.

25 Out 2018