Hoje Macau PolíticaFunção pública | Deputado alerta para presença de portugueses e macaenses O deputado Leong Sun Iok defendeu, segundo a TDM Rádio Macau, que o novo estatuto dos funcionários públicos deve ter em conta a existência de trabalhadores portugueses e macaenses, visto que as alterações prevêem a obrigatoriedade de prestação de juramento, respeito pelas decisões da Assembleia Popular Nacional e proibição de contactos com figuras ou entidades consideradas “anti-China”. Para o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários, a proposta de lei inclui “conceitos pouco específicos” no tocante aos deveres dos trabalhadores em matéria de segurança nacional. Enquanto isso, Pang Kung Hou, presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa, disse que o juramento não é a parte mais importante da revisão do Estatuto. “Todos aceitamos muito bem esta alteração na questão do juramento. Fidelidade à República Popular da China e à RAEM é essencial. Acho que é mais importante a parte de optimização do mecanismo de fiscalização de faltas devido a doença. Defendo que deve ser mais flexível”, rematou.
Hoje Macau PolíticaTUI | Song Man Lei toma hoje posse como presidente Song Man Lei toma hoje posse no cargo de Presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), por um período de três anos que começou a contar na passada segunda-feira, numa cerimónia que está marcada para as 15h30 na sala de audiência n.º 1 do Edifício dos Tribunais de Segunda e Última Instâncias. A magistrada toma assim oficialmente o lugar do Chefe do Executivo eleito, Sam Hou Fai, chegando ao topo da hierarquia judicial da RAEM, atingindo mais um marco depois de, em 2012, ter sido a primeira mulher a ser nomeada para o TUI. Em 1996, foi também a primeira mulher a exercer o cargo de delegada do Procurador do Ministério Público. Nascida em 1966, Song Man Lei completou a licenciatura e mestrado em Direito na Universidade de Pequim, tendo frequentado posteriormente um curso de língua portuguesa na Universidade de Coimbra. Este ano, foi a presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo, que organizou a selecção de Sam Hou Fai como líder do próximo Governo.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição apresenta moção de destituição do Presidente da Coreia do Sul Seis partidos da oposição na Coreia do Sul apresentaram ontem uma moção para a destituição do Presidente Yoon Suk-yeol, depois de este ter visto revogada a lei marcial que decretou na véspera. O Partido Democrático (PD) e cinco outros partidos iniciaram assim o processo parlamentar que poderá levar à suspensão do poder do Presidente sul-coreano, cujo partido governa em minoria. Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para “erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional” das actividades “anti-estatais”, tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD). Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul, a Assembleia Nacional, ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul. A apresentação da moção de destituição foi anunciada à comunicação social na Assembleia Nacional pelos 192 deputados dos seis partidos. Os promotores indicaram que tencionam votar a proposta na sexta-feira ou no sábado, dentro do prazo legal de 72 horas para a tramitação deste tipo de iniciativas, uma vez apresentadas. Para que a proposta seja aprovada, será necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 lugares que compõem o parlamento da Coreia do Sul. O PD e outras forças tinham obtido 190 votos na véspera para revogar a lei marcial, o que significa que só precisariam de mais dez votos para afastar Yoon. Cerco de críticas O Partido do Poder Popular, do próprio Yoon, criticou a decisão de aplicar a lei marcial, com o líder do partido, Han Dong-hoon, a prometer trabalhar para “acabar com ela juntamente com o povo”, tendo alguns dos seus deputados votado a favor da revogação. Se a moção for aprovada, Yoon Suk-yeol será destituído das funções até que o Tribunal Constitucional delibere, durante um período máximo de 180 dias, sobre uma eventual violação da Constituição. Ministro demite-se O ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, pediu ontem desculpa ao país e apresentou a demissão após a tentativa falhada do Presidente Yoon Suk-yeol de impor a lei marcial. “Peço desculpa por ter causado confusão e preocupação ao público relativamente à lei marcial”, afirmou Kim num comunicado, segundo a agência sul-coreana Yonhap. “Assumo a responsabilidade por todos os assuntos relacionados com a lei marcial e apresentei a minha demissão ao Presidente”, anunciou, também citado pela agência francesa AFP. Kim ilibou os soldados que desempenharam funções relacionadas com a lei marcial, referindo que estavam a cumprir as suas ordens como ministro da Defesa. Milhares na rua Milhares de manifestantes a manifestaram-se ontem no centro de Seul exigindo a destituição do Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, cuja tentativa de impor a lei marcial na noite de terça-feira mergulhou o país no caos político. Segurando cartazes com frases como “Yoon Suk-yeol deve-se demitir”, os manifestantes marcharam pela avenida principal da capital coreana em direcção ao parlamento para se encontrarem com outro protesto organizado pelos partidos da oposição, disseram os jornalistas da agência de notícias AFP. Os sul-coreanos saíram às ruas para demonstrar a sua insatisfação com o Yoon Suk-yeol, cuja tentativa de impor a lei marcial no país, na terça-feira, chocou os cidadãos desta jovem democracia. Ao longo do dia, as ruas da capital Seul foram atravessadas por pequenos grupos de manifestantes e polícias, enquanto os sindicatos convocavam uma greve geral e a oposição exigia a demissão do presidente, acusando-o de rebelião.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Novo confronto com embarcações filipinas As Filipinas afirmaram ontem que a guarda costeira chinesa utilizou canhões de água e embateu contra um navio no mar do Sul da China, enquanto Pequim disse que se limitou a “exercer controlo”. Pequim disse que os navios chineses apenas “exerceram controlo (…) em conformidade com a lei”. “No dia 4 de Dezembro, vários navios filipinos, incluindo navios da Guarda Costeira, tentaram entrar nas águas territoriais chinesas em torno da ilha de Huangyan”, declarou Liu Dejun, porta-voz da Guarda Costeira chinesa, utilizando o nome chinês do recife de Scarborough. Os navios filipinos “aproximaram-se perigosamente das patrulhas regulares da Guarda Costeira chinesa”, acrescentou. Na quinta-feira passada, o Exército chinês anunciou que ia enviar uma patrulha para perto do recife de Scarborough para “defender firmemente” a soberania, num contexto de tensões bilaterais recorrentes. Um vídeo publicado pelo Grupo de Trabalho Nacional de Manila para o Mar do Sul da China mostra uma embarcação da Guarda Costeira chinesa a embater contra um barco do Gabinete de Pescas e Recursos Aquáticos, uma agência governamental filipina. A embarcação chinesa “disparou um canhão de água contra o BRP Datu Pagbuaya [nome do navio], apontando directamente para as antenas de navegação”, afirmou, em comunicado, o porta-voz da Guarda Costeira das Filipinas para o mar do Sul da China, comodoro Jay Tarriela. A guarda costeira “embateu intencionalmente” contra o navio filipino, antes de disparar uma segunda salva de canhões de água, acrescentou Tarriela. Situado numa zona rica em recursos piscatórios, o recife é reivindicado pela China, que assumiu o controlo em 2012, e pelas Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaJustiça | Pequim quer juízes focados na resolução de conflitos Os últimos ataques sangrentos no país levaram um responsável político a apelar à maior consciencialização da justiça na resolução dos conflitos para evitar a escalada de casos e manter a estabilidade social A justiça chinesa deve prestar mais atenção à resolução de conflitos, em vez de se limitar a encerrar casos, afirmou ontem um responsável judicial do país, após uma série de ataques indiscriminados que fizeram dezenas de mortos. Wang Chengguo, secretário da Comissão de Assuntos Políticos e Jurídicos da província de Zhejiang, escreveu no Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, que o sistema judicial chinês deve concentrar-se na manutenção da estabilidade social como a “principal tarefa”. A China enfrenta “um número crescente de factores incertos e imprevisíveis”, e a aplicação da lei e o trabalho judicial servem para “alcançar a justiça em casos individuais, reparar relações sociais e fazer avançar a governação social”, afirmou. Se os funcionários se concentrarem nos procedimentos judiciais e tiverem como único objectivo encerrar rapidamente os casos, ignorando a justiça individual, ou se aplicarem as leis de forma mecânica, para simplificar os casos sem resolver problemas reais, poderão “intensificar os conflitos entre as partes envolvidas”, escreveu Wang. Apelou para a resolução dos problemas e ao reforço da governação “na raiz” para evitar “a escalada de vários riscos sociais”. O comentário surgiu depois de uma série de assassínios em massa. Série de desastres A 11 de Novembro, um homem conduziu deliberadamente contra uma multidão de pessoas que faziam exercício em Zhuhai, na província de Guangdong, vizinha de Macau, causando 35 mortos e 43 feridos. A 16 de Novembro, numa escola profissional em Wuxi, na província de Jiangsu, um antigo estudante matou oito pessoas e feriu 17 num ataque com faca. Três dias depois, um homem atropelou um grupo de pais e filhos à porta de uma escola primária em Changde, na província central de Hunan. A polícia local informou que várias crianças ficaram feridas e necessitaram de tratamento hospitalar, mas não se registaram mortes. A polícia local indicou que o suspeito do ataque em Zhuhai, um homem de 62 anos, estava descontente com as decisões do tribunal relativas à divisão dos bens no âmbito do divórcio. Wang afirmou que, para promover a harmonia social no trabalho judicial, devem existir leis e regulamentos, bem como um mecanismo de resolução de conflitos para incentivar a comunicação entre as partes e procurar um compromisso que satisfaça todos os envolvidos. O responsável pediu aos voluntários das comunidades residenciais para participarem na resolução de conflitos e apelou para a utilização de grandes volumes de dados e de outras medidas técnicas para promover a eficiência. Os funcionários devem melhorar as capacidades e “actuar como uma ponte de comunicação” para equilibrar os interesses de todas as partes e resolver os problemas de forma criativa, escreveu. No mês passado, o Ministério da Justiça da China organizou uma reunião para discutir medidas específicas para a resolução de conflitos e pediu aos funcionários locais para que analisassem “questões matrimoniais, relações de vizinhança, heranças, disputas de propriedade e de terras e salários em atraso”, numa tentativa de “eliminar os problemas pela raiz”.
Hoje Macau Via do MeioO jardim do Oriente em Zhenzhou (Zhenzhou Dongyuan ji) Por Ouyang Liu* Zhenzhou situa-se na confluência de vários rios do sudeste e controla o transporte no Grande Rio (Yangzi), no Huai, nos dois rios Zhe e no Jinghu. O Secretário Shi Zhengchen e o Censor Xu Zichun estão aí colocados, tendo como assistente o Censor Ma Zhongtu. Os três homens, satisfeitos com as suas boas relações, passaram os seus tempos livres a transformar um local militar abandonado no Jardim Oriental que visitam todos os dias. Neste outono, na oitava lua, Zichun veio em missão à capital. Trazia consigo um quadro que tinha feito do seu jardim, que me mostrou, dizendo: “Este jardim cobre uma superfície de cem mu (6,5 hectares). Um rio corta-o à frente, um lago de água pura irriga-o a oeste e um terraço alto ergue-se a norte. No terraço, temos um quiosque que se esgueira pelas nuvens para contemplar o céu longínquo; na margem do lago, um pavilhão aéreo onde nos podemos debruçar sobre a água límpida; no rio, um barco com dossel pintado para passear. No centro, abrimos um espaço onde construímos um salão para receber e tratar os nossos amigos, com um campo atrás para atirar setas. Onde antes havia um campo de silvas afogado numa névoa cinzenta e fria, a frescura dos lótus e da macer, o perfume das orquídeas e da angélica alternam com as sombras misturadas das belas árvores alinhadas ao lado destas flores requintadas. Onde antes havia um terreno baldio de muros em ruínas e valas alagadas, os telhados altos suportados por longas vigas reflectem a sua imagem na água iluminada pelo sol, dançando, mergulhando e subindo; a descontração e a calma ecoam os sons da distância e atraem um vento curativo. Onde outrora os gritos das doninhas e de outros animais selvagens se erguiam na escuridão das tempestades, os habitantes da cidade, homens e mulheres, passeiam em dias de sol ou de festa ao som de canções e de música. “Não nos poupámos a esforços. Mas o que vêem neste quadro dá apenas uma ideia ténue deste jardim. Quando subimos ao terraço para contemplar o rio e as montanhas próximas ou distantes, quando nos divertimos no rio seguindo os voos e os mergulhos dos peixes e das aves, a sedução do que anima à nossa volta, a alegria de contemplar a paisagem são sentimentos que só o caminhante conhece. Tudo o que a pintura não consegue representar, já não sou capaz de exprimir por palavras. Talvez pudesse escrever algumas palavras sobre o nosso jardim”. E acrescentou: “Zhenzhou é uma encruzilhada por onde passam viajantes dos quatro cantos do império; convidamo-los a partilhar os nossos prazeres, porque havemos de ser os únicos a desfrutá-los? O lago e o terraço são cada vez mais elegantes, as flores e as árvores são cada vez mais abundantes. Não passa um dia sem que haja visitantes de todo o lado. Não seria de partir o coração para nós os três se tivéssemos de deixar este sítio? E se não escrevermos sobre o nosso jardim, quem saberá mais tarde que é obra de nós os três? As grandes qualidades destes três homens permitiram-lhes trabalhar em conjunto e ser úteis nos seus empregos. Eles sabem o que é preciso fazer. Asseguram a prosperidade da Corte e da população do país, onde não se ouvem queixas, e só então relaxam, partilhando os seus prazeres com a boa gente de todo o império. Tudo isto é admirável e merece ser relatado.” Trad. Miguel Lenoir *Ouyang Xiu (1007-1072) foi um “funcionário letrado” exemplar, tão respeitado pela sua carreira (embora duas vezes desonrado) como pela sua obra literária, tão preocupado com o bem público como com o lazer refinado da reforma. O ideal de harmonia que apaga o conflito pode ser visto no jardim não muito longe de Nanjing, que ele provavelmente nunca viu.
Hoje Macau Via do MeioJunto à lagoa (Chishang pian xu) Por Bai Juyi A forma do terreno, a água e a vegetação contribuem para que a parte sudeste de Luoyang 1 seja a mais bela da cidade, e o bairro mais bonito é o de Caminho des Socques, cujo canto noroeste é o mais belo. A primeira casa, junto à muralha a norte do portão oeste, é o local onde o velho Bai Letian se reformou. Tem uma superfície de dezassete mu2, dos quais um terço é ocupado pela habitação, um quinto pela água e um nono pelos bambus, com um lago, ilhas, pontes e caminhos. Quando Letian se tornou seu senhor, disse para si próprio, no meio da sua alegria: “Eu tenho um jardim com um lago, mas não se pode sobreviver lá sem um abastecimento de cereais.” Por isso, construiu um celeiro a leste do lago. Depois disse para si próprio: “Tenho discípulos, mas não tenho livros para ensinar”. E construiu uma biblioteca a norte da lagoa. Depois disse para si próprio: “Tenho visitas e amigos, mas não tenho cítara nem vinho para os entreter”. E construiu um quiosque a oeste da lagoa para tocar a cítara e servir os jarros. Quando Letian deixou o seu cargo de prefeito de Hangzhou, trouxe para Luoyang uma pedra do monte Tianzhu e dois guindastes de Huating. Foi nessa altura que construiu a ponte recta do lado oeste do lago e o passadiço à sua volta.Quando deixou o cargo de prefeito de Suzhou3 , trouxe uma pedra do Lago Taihu, lótus brancos, dois chifres de macer e um barco verde. Em seguida, construiu a ponte em arco no centro do lago que liga as três ilhas. Quando deixou o seu cargo de Vice-Ministro da Justiça, regressou a casa com cinco mil alqueires de cereais, uma carroça cheia de livros e dez pequenos músicos. Antes disso, Chen Xiaoshan, de Yingchuan, tinha-lhe dado uma receita para destilar um vinho delicioso; Cui Huishu, de Boling, tinha-lhe dado uma cítara com um som muito puro; Jiang Fa, de Shu, tinha-lhe ensinado a melodia etérea Pensamento de outono; Yang Zhen, de Hongnong, tinha-lhe dado três pedras de granito polido e uniforme onde se sentar ou deitar. No verão do terceiro ano da era Dahe (829), Letian foi nomeado Conselheiro do Príncipe Herdeiro; este cargo, sem responsabilidades, permitia-lhe ficar em Luoyang e descansar junto ao lago. Tudo o que adquiri durante as três funções importantes que exerci, tudo o que estes quatro amigos me deram, todas estas coisas preciosas caíram nas mãos do meu eu inepto, como se fossem para o fundo do lago. Quer a água seja enrugada pelo vento na primavera ou reflicta a lua no outono, quer de manhã exale o perfume dos lótus que se abrem, quer à noite os grous estalem sob o orvalho puro, acaricio as pedras de Yang, bebo o vinho de Chen, pego na cítara de Cui para tocar a ária de Jiang, tão tomado de felicidade que esqueço tudo o resto. Bêbado, largo a cítara e peço aos pequenos músicos para irem ao coreto da ilha do meio tocar a ária O vestido arco-íris; a melodia flutua, levada pelo vento, ora concentrada, ora dispersa, e sobe e desce entre os bambus envoltos em névoa e a água enluarada. A canção ainda não tinha acabado quando Bai Letian, felizmente embriagado, adormece numa pedra. E quando um dia acordou, improvisou algo que rimava e não rimava, que Agui, o seu sobrinho, transcreveu com o seu pincel. Quando viu este grande pedaço de escrita, chamou-lhe À beira da lagoa : Uma casa de dez mu, um jardim de cinco, um lago, mil bambus. Não digam que é pequena, longe de tudo. É suficiente para dormir e descansar. Há várias salas, um quiosque, uma ponte, um barco, livros, vinho, comida, canções e uma cítara. E, no meio, um velho de barbas brancas que sabe apreciar o que tem sem procurar algo melhor lá fora, como um pássaro que escolhe galhos para o seu ninho, como uma rã no fundo de um poço que desconhece o vasto mar. Grous maravilhosos, pedras raras, lótus brancos, tudo o que amo está ali diante dos meus olhos. Por vezes, levanto a minha chávena ou recito um poema. A minha mulher e os meus filhos alegram-se, os galos e os cães estão calmos. Sinto-me tão bem, é aqui que quero envelhecer! Trad. Miguel Lenoir 1. Anteriormente conhecida como a capital “oriental”, a capital Tang era Chang’an (Xian). As cidades estavam divididas em bairros rectangulares separados por muralhas. 2. O mu, que tem variado ao longo dos tempos, equivale a cerca de um décimo quinto de um hectare. Dezassete mu são, portanto, pouco mais de um hectare. 3. Suzhou continua a ser famosa pelos seus jardins. As pedras do lago Taihu, situado nas proximidades, eram as mais procuradas em todo o lado.
Hoje Macau EventosLiteratura | Maria Teresa Horta na lista da BBC das 100 mulheres mais influentes A escritora portuguesa Maria Teresa Horta foi incluída numa lista elaborada pela estação pública britânica BBC de 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo, que inclui artistas, activistas, advogadas ou cientistas. A escritora e jornalista portuguesa é descrita como “uma das feministas mais proeminentes de Portugal e autora de muitos livros premiados” destacando as “Novas Cartas Portuguesas”, escrito em co-autoria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. O livro no qual as autoras denunciavam as opressões a que as mulheres eram sujeitas, no contexto da ditadura, da violência fascista, da guerra colonial, da emigração e da pobreza que dominava o país, foi banido e censurado pelo regime. A proibição daquela obra pelo governo autoritário no ano da publicação, em 1972, e o julgamento do processo conhecido por “Três Marias”, por alegada ofensa à moral pública, segundo os padrões da censura, “fez manchetes e inspirou protestos em todo o mundo”, escreve a BBC. O impacto internacional da obra deu-se logo pouco depois da sua divulgação em França pela escritora Simone de Beauvoir, e pelo conhecimento público do processo de que as “Três Marias” estavam a ser alvo, com a cobertura do julgamento feita por meios de comunicação internacionais (entre os quais Le Monde, Time, The New York Times, Nouvel Observateur e televisões norte-americanas), manifestações feministas em várias embaixadas de Portugal no estrangeiro e a defesa pública da obra e das autoras por várias personalidades internacionais, como Marguerite Duras, Doris Lessing, Iris Murdoch e Delphine Seyrig. Estas acções fizeram com que o caso fosse votado, em Junho de 1973, numa conferência da National Organization for Women (NOW), em Boston, como a primeira causa feminista internacional. O caso foi simbólico na queda do regime pela Revolução de 25 de Abril de 1974, a qual celebrou este ano o 50.º aniversário, recorda a BBC. A lista “BBC 100 Women” deste ano inclui nomes de pessoas mais conhecidas, como a actriz norte-americana Sharon Stone, a artista britânica Tracey Emin, a sobrevivente do caso de violação em França Gisèle Pelicot e a iraquiana Nadia Murad, vencedora do Prémio Nobel da Paz. As brasileiras Lourdes Barreto, activista pelos direitos das prostitutas, e a ginasta Rebeca Andrade e a bióloga Silvana Santos também estão na lista, que teve em conta a imparcialidade e a representação regional. Percurso de peso Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube, militante activa nos movimentos de emancipação feminina, jornalista do jornal A Capital e dirigente da revista Mulheres. Como escritora, estreou-se no campo da poesia em 1960, mas construiu um percurso literário composto também por romance e conto. Com livros editados no Brasil, em França e Itália, Maria Teresa Horta foi a primeira mulher a exercer funções dirigentes no cineclubismo em Portugal e é considerada um dos expoentes do feminismo da lusofonia.
Hoje Macau EventosNova edição de Festival Internacional da Creative até terça-feira Decorre até à próxima terça-feira, 10, a nova edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau, um evento organizado pela Creative Macau e que mostra o que de melhor se faz no género curta, documentário ou animação a nível mundial. Mais uma vez, as sessões decorrem no Teatro Capitol, bem no centro da cidade. Destaque para a sessão de hoje que começa às 14h com a secção “Shorts Fiction”, com a exibição de “Son”, de Saman Hosseinpuor, da Suíça e Irão, e “Spiritum”, do México, do realizador Adolfo Margullis. Da China chegam-nos as produções “One More Chance”, de Wu Hanmo; “Growing Pains”, de Shengwen Ruan; ou ainda “Where Does the Bird Fly”, de Dorji Gyaltsen. Destaque ainda para a secção deste festival dedicada às produções cinematográficas da Grande Baía. Hoje exibe-se “Wena”, inserida na secção “Expanded Cinema – Greater Bay Area – Fiction”, da autoria de Natalie Kung, de Hong Kong. De Macau apresentam-se, nestes dias, películas como “A Long Journey to Farewell”, de Chen Meng Hang Yangpei; “One Night Legends”, de Jenny Wan; “Change”, de Sherwin Hng ou ainda “Finding You Ying in…What is it?”, da aclamada realizadora local Tracy Choi e Xu Wei. Em nome de Portugal Esta sexta-feira será a vez de exibir uma película portuguesa. “O Estado de Alma”, de Sara Naves, é uma curta-metragem de animação que conta a história de Alma, uma menina que “acorda todos os dias com uma nova condição, sofrendo as mais variadas transformações físicas que reflectem os seus sentimentos de inadequação e a impedem de seguir uma rotina diária normal”. Neste filme, Alma sente-se, a cada dia que passa, “gradualmente mais só e afastada de todos”. Ainda nas curtas de ficção apresenta-se “Sonido: Ivans & Tobis”, de Diogo Baldaia; ou ainda “As Gaivotas Cortam o Céu”, de Mariana Bártolo e Guillermo García López. Destaque também para a realização de algumas masterclasses, nomeadamente no sábado. Uma delas, que começa às 17h, intitula-se “Narrative Odyssey: A Journey Through Storytelling Mediums” e conta com Soumitra Ranade como oradora. Às 19h é a vez de Lúcia Lemos, ex-directora da Creative Macau, fazer um balanço dos filmes de ficção mais poderosos que passaram pelo festival entre os anos de 2015 e 2023. Na segunda-feira, serão ainda exibidos mais documentários a partir das 14h, nomeadamente “Chri$stine”, de Christine Seow, de Singapura; ou “O que nos espera”, de Chico Bahia e Bruxo Xavier, do Brasil. O festival encerra com uma gala de atribuição de prémios e concertos a partir das 17h30. A organização sublinhou que recebeu “um número final impressionante de 5.836 candidaturas de mais de 130 países de regiões”. Na edição de 2023, a primeira com a presença de realizadores estrangeiros após a pandemia de covid-19, o festival tinha recebido 4.051 trabalhos para a selecção oficial, sendo que a lista de finalistas incluiu obras oriundas de 51 países. O vencedor do festival pode receber um prémio de até 20 mil patacas. A audiência poderá votar nos favoritos nas categorias de Ficção, Documentário e Animação, podendo participar também na escolha do Melhor Filme do Público. “O cinema é um entretenimento para narrar acontecimentos, documentários, comédia e histórias. Este é particularmente o caso das tecnologias actuais que servem para proporcionar um pódio para os cineastas transportarem as suas histórias para o público”, afirmou a directora do festival, Margarida Cheung Vieira. O evento vai ainda acolher três masterclasses ministradas por profissionais e cineastas sobre como “chamar a atenção em festivais de cinema, explorar personagens para actores e transformar a inspiração em material cinematográfico cativante”, indicou a organização. Lançado em 2010, o Festival Internacional de Curtas Metragens de Macau apresenta produções independentes de reduzido orçamento.
Hoje Macau SociedadeTuristas | Previstos números acima dos 33 milhões Cheng Wai Tong, subdirector dos Serviços de Turismo, declarou que Macau pode receber mais turistas até ao final do ano do que os 33 milhões de visitantes esperados. Segundo a TDM Rádio Macau, o responsável falou na possibilidade de Macau receber 34 milhões, tratando-se de um número importante no pós-pandemia, tendo em conta que, em 2019, o território recebeu 39,4 milhões de turistas. Cheng Wai Tong declarou que “ainda não há dados sobre as reservas hoteleiras relativas às férias de Natal”, mas disse que “os dados são optimistas” quanto às metas para os números de turistas. Para o subdirector da DST, os meses de Agosto e Dezembro são os que mais turistas geram, daí que as expectativas para este ano possam ser 1 milhão de visitantes acima dos 33 milhões de visitantes inicialmente previstos.
Hoje Macau SociedadeBurla | Detido por dar a penhorar relógio falso Um cidadão chinês foi detido na terça-feira no Posto Fronteiriço de Hengqin suspeito de burlar uma mulher em 100 mil dólares de Hong Kong ao emprestar-lhe, para penhora, um falso relógio de luxo. Segundo o jornal Ou Mun, no passado dia 16 de Novembro os dois intervenientes conheceram-se num casino. No dia seguinte, o homem pediu à mulher 50 mil dólares de Hong Kong para apostar. Depois de perder o dinheiro ao jogo, entregou um relógio à mulher com o intuito de que esta o penhorasse, alegando que valia 100 mil dólares de Hong Kong. A partir daqui homem ficou incontactável, enquanto a mulher foi a uma casa de penhores onde foi informada que o relógio não valeria mais do que algumas centenas de dólares de Hong Kong. Sentindo-se defraudada, a mulher denunciou então o caso às autoridades. O caso já está no Ministério Público, sendo que o homem é suspeito da prática do crime de burla de valor elevado.
Hoje Macau SociedadeEscarlatina | Lançado alerta face a aumento do número de casos Os Serviços de Saúde de Macau emitiram ontem um comunicado onde dão conta que “a situação da escarlatina está mais activa”, fazendo um apelo a encarregados de educação, creches e escolas para “estarem alerta”. Nos últimos dias, e conforme os dados de monitorização de doenças infecciosas de declaração obrigatória, “o número de casos declarados [de escarlatina] subiu de cinco na primeira semana de Outubro para 22 casos detectados na semana passada”. Para os SS, “este é o número mais alto registado em comparação com Outubro, dando uma média de dez casos por semana”, e também maior face ao período homólogo do ano passado. Até terça-feira desta semana, foram registados 1.654 casos de escarlatina no território, sendo que 93 por cento dos casos ocorreu em crianças com idades compreendidas entre 1 e 9 anos de idade. Os SS esclarecem ainda que “54 casos necessitaram de internamento hospitalar, tendo tido alta após recuperação”, não tendo sido registados casos graves ou mortais. Este ano foram registados, até ao momento, dois casos colectivos de escarlatina. A escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes).
Hoje Macau PolíticaDSEDT | Mais de 30 empresas locais certificadas Já existem 33 empresas locais certificadas pela Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), certificação essa atribuída no contexto do “Programa de Certificação de Empresas Tecnológicas”, criado no ano passado. Segundo uma nota, tratam-se de empresas nos ramos das tecnologias de informação, inteligência intelectual e medicina tradicional chinesa, empregando 1.300 trabalhadores com receitais anuais de cerca de 3 mil milhões de patacas. Uma das novidades passa pela inclusão de empresas com ligação a Hengqin a este programa de certificação, sendo que o Governo está a lançar “medidas complementares de apoio específico, incluindo plano de apoio financeiro, bolsas de contacto e articulação com as políticas e medidas do Interior da China, no sentido de fomentar o crescimento das respectivas empresas”. Em 2021, por exemplo, foi criado o plano de actualização digital destinada às PME que apoiou mais de 1.600 empresas.
Hoje Macau PolíticaIPIM | Macau na Exposição Alimentar Ásia-Pacífico Macau vai ter um pavilhão próprio na Exposição Alimentar Ásia-Pacífico (Asia Pacific Food Expo” que decorre em Singapura entre amanhã e segunda-feira. Segundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), este organismo, em parceria com a Associação Industrial de Macau, organiza um grupo de 24 pequenas e médias empresas (PME) para exibirem mais de 250 produtos “Made in Macau”, bem como as “marcas de Macau”. A feira, a ter lugar no Centro de Convenções e Exposições de Singapura, terá um total de 300 mil comerciantes profissionais e visitantes de todo o mundo, sendo organizada pela Singapore Food Manufacturers Association. O IPIM explica que o Pavilhão de Macau nesta feira estará dividido em três zonas, com stands de empresas, stands de promoção da Plataforma Sino-Lusófona e das convenções e exposições de natureza económica e comercial de Macau e Hengqin, entre outros serviços e políticas, além de incluir elementos dos países de língua portuguesa.
Hoje Macau China / ÁsiaAssembleia Nacional sul-coreana aprova levantamento de lei marcial A Assembleia Nacional sul-coreana votou na madrugada de quarta-feira (hora local) a favor do levantamento da lei marcial de emergência decretada pelo Presidente Yoon Suk Yeol visando proteger a “ordem democrática constitucional”, De acordo com a Constituição do país, a lei marcial deve ser levantada quando uma maioria parlamentar o exigir. De um total de 300 deputados, 190 estavam presentes e todos votaram a favor da moção, pelo que, segundo o gabinete do presidente do parlamento, a declaração da lei marcial fica sem efeito. Milhares de pessoas concentraram-se em frente à Assembleia Nacional para protestar contra a declaração da lei marcial, enquanto as tropas sul-coreanas tentavam tomar a sede do poder legislativo ao abrigo desta medida de emergência. De acordo com a agência EFE, não se registaram incidentes graves até o momento. A declaração da lei marcial foi feita depois de o Partido Democrático, na oposição, ter apresentado um projeto de lei orçamental reduzido na comissão parlamentar do orçamento e de ter apresentado moções de impugnação contra um auditor estatal e o procurador-geral. A imprensa local refere que um comando militar, lançado com a declaração da lei marcial, anunciou um decreto para probir todas as atividades políticas, incluindo protestos e ações partidárias. O decreto foi emitido pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Park An-su, e entrou em vigor às 23:00 locais. “Todas as atividades políticas, incluindo as relacionadas com a Assembleia Nacional, as assembleias regionais, os partidos políticos, a formação de organizações políticas, as manifestações e os protestos são proibidos”, declarou Park, informando que o decreto foi proclamado a nível nacional para “defender a democracia livre e a segurança do povo contra as forças anti-estatais que ameaçam derrubar o país”. O decreto também coloca sob controlo todos os meios de comunicação social, além de ordenar aos médicos estagiários em greve que regressem imediatamente ao trabalho no prazo de 48 horas. De acordo com o decreto, as pessoas que violarem a lei marcial podem ser detidas ou alvo de rusgas sem mandado. O acesso à Assembleia Nacional sul-coreana foi bloqueado por guardas parlamentares e pela polícia, depois da declaração da lei marcial. Segundo uma televisão local, helicópteros sobrevoavam o parlamento. Yoon Suk Yeol declarou hoje “lei marcial de emergência” para proteger a “ordem democrática constitucional”, acusando a oposição de controlar o parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte. Durante uma comunicação transmitida pela televisão, Yoon prometeu “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional”. O Ministério da Defesa convocou uma reunião dos “principais comandantes e apelou a uma vigilância reforçada”, segundo a agência noticiosa local Yonhap. Enfrentando uma diminuição na sua aprovação, Yoon tem-se esforçado por aplicar a sua agenda desde que assumiu o cargo em 2022, contra um parlamento controlado pela oposição. O partido conservador Poder Popular de Yoon regista um impasse com o Partido Democrático, da oposição liberal, sobre o projeto de lei orçamental para 2025. Yoon tem também rejeitado os apelos a investigações independentes sobre os escândalos que envolvem a sua mulher e altos funcionários, o que tem levado a fortes críticas dos seus rivais políticos. Partido Democrático já considerou a declaração de lei marcial de Yoon como “inconstitucional e contra o povo”, segundo a agência sul-coreana.
Hoje Macau DesportoTaekwondo poomsae | Eduarda Costa Ferraz bicampeã do mundo em mais de 65 anos A portuguesa Eduarda Costa Ferraz sagrou-se bicampeã do mundo de taekwondo poomsae, na categoria de mais de 65 anos, no mundial que está a decorrer na região chinesa de Hong Kong. Na segunda-feira, Ferraz conquistou a medalha de ouro, batendo a austríaca Bronwyn Butterworth, que levou a prata, e a alemã Iris Hitzemann e a japonesa Yukiko Takizawa, com o bronze. Como tricampeã europeia, a portuguesa “veio com o estatuto de uma das favoritas, mas foi uma disputa muito renhida, porque havia também adversárias com um bom nível”, disse à Lusa o chefe da delegação portuguesa, Pedro Valentim. Ferraz já se tinha sagrado campeã mundial em Taiwan, em 2018, mas no último campeonato do mundo, em 2022, na Coreia do Sul, “não esteve presente devido ao covid–19”, lamentou Valentim. O resultado conseguido por Ferraz foi o ponto alto da participação portuguesa nos Mundiais de Hong Kong da vertente de poomsae, uma disciplina não olímpica de taekwondo. Portugal logrou ainda um quinto lugar na categoria de sub50, por Sérgio Ramos, também na segunda-feira. Já ontem, José Manuel Gradil conseguiu um quinto lugar na categoria de mais de 65 anos. A delegação portuguesa nesta competição em Hong Kong, que arrancou no sábado e termina hoje, contou com 20 atletas nas variadas provas. “Infelizmente alguns atletas, mesmo estando convocados, não puderam participar”, por não terem capacidade financeira para pagar a deslocação até ao sul da China, lamentou Valentim. A Federação Portugal Taekwondo “não consegue suportar toda a selecção, apenas os que já têm vindo a alcançar melhores resultados”, explicou o chefe da delegação. “Infelizmente o taekwondo e outras modalidades em Portugal não são apoiadas como em outros países”, disse Valentim.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Nova linha telefónica sobre riscos de viajar para China, Macau e Hong Kong Taiwan anunciou ontem a criação de linhas telefónicas directas para informar os seus cidadãos de riscos para a sua “segurança pessoal” quando viajam para a China continental, Macau e Hong Kong. O Conselho dos Assuntos Continentais (MAC), o principal órgão político de Taiwan responsável pelas relações com a China continental e as suas duas regiões administrativas especiais, anunciou ainda a elevação do seu aviso aos viajantes para a China para o segundo nível de alerta mais elevado. Estas linhas directas ajudarão a “responder a questões sobre o funcionamento do sistema ou sobre os riscos de segurança pessoal associados às viagens” para a China, Hong Kong ou Macau, declarou o MAC, em comunicado. Embora os taiwaneses não sejam obrigados a registar as suas viagens para a China, o número dos que o fizeram este ano disparou, de acordo com os dados divulgados pelo MAC. Entre Janeiro e Outubro, o número de pessoas que se registaram antes de viajar para a China continental aumentou cerca de 14 vezes, em relação ao ano passado, segundo o MAC. Os registos para Hong Kong e Macau “ultrapassaram cinco vezes o total do mesmo período do ano passado”.
Hoje Macau EventosFRC | Halftone volta a exibir imagens de membros da associação A Fundação Rui Cunha (FRC) volta a ser palco de mais uma exposição de fotografia da Halftone – Associação de Fotografia. A mostra, que abriu ontem portas ao público, intitula-se “Halftone Exposição’24”, acolhendo imagens de 24 membros desta associação sem fins lucrativos que pretende mostrar o que de melhor se faz na área da fotografia em Macau, tanto a nível profissional como amador. Participam, assim, neste projecto nomes como André Ritchie, Cecília Ho, José das Neves, José Sales Marques, Nuno Calçada Bastos, António Mil-Homens, fotógrafo, Elói Scarva ou Francisco Ricarte, entre outros. Esta exposição “é ilustrativa da vitalidade da prática fotográfica dos seus participantes”, revela uma nota oficial, sendo também exemplificativa da “diversidade das várias abordagens estéticas e temáticas que a prática fotográfica permite”, seja documental, fotografia de rua, paisagem, conceptual ou de estúdio. Tal demonstra “o papel decisivo [da Halftone] na prática artística e visual contemporânea, designadamente na RAEM”.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | Jason Wordie apresenta segunda edição de livro sobre Macau Depois de uma primeira sessão, Jason Wordie, jornalista e historiador de Hong Kong, estará hoje novamente na Livraria Portuguesa para apresentar a segunda edição do livro “Macao, People and Places, Past and Present”, lançado há 11 anos. Eis a oportunidade para rever uma obra em inglês sobre o território e partilhar experiências de leitura com o autor Jason Wordie lançou há 11 anos uma obra que explora a essência de Macau, intitulada “Macao, People and Places, Past and Present”. Agora, numa altura em que acaba de ser lançada uma segunda edição, o autor está em Macau para falar hoje do projecto na Livraria Portuguesa, a partir das 15h, depois de uma primeira sessão que decorreu ontem no mesmo local. Esta obra é descrita como um guia sobre o território, mas, ao mesmo tempo, “um trabalho académico, acompanhado de uma bibliografia exaustiva”. Todos os recantos e segredos de Macau são aqui contados em mais de 400 páginas de textos e fotos, onde, num denso livro de consulta, se incluem diversas narrativas sobre a península e ilhas, que remontam aos primórdios da chegada dos portugueses a Macau, em meados do século XVI. Segundo um artigo da Revista Macau de 2014, Jason Wordie visitou Macau pela primeira vez em 1988, tendo voltado sempre para revisitar memórias e lugares. O livro que agora ganha uma segunda edição começa nas Portas do Cerco, e segue pelos bairros, que o autor descreve como sendo “aparentemente semelhantes, mas na verdade muito diversos”. Há ainda passos dados por lugares classificados pela UNESCO, nomeadamente o Centro Histórico, ou ainda bairros que são menos explorados por turistas, nomeadamente o Fai Chi Kei, Ilha Verde ou Areia Preta. Sobre este livro, o crítico Nigel Collett escreveu que a sua leitura foi “um prazer absoluto”, tendo ficado “encantado” em todo o tempo de leitura, passando das Portas do Cerco a Coloane, devorando páginas. Nigel Collett, também ele autor, descreveu esta obra como um “livro soberbo”, com imagens do professor Anthony Headley e edição de Colin Day. Referiu ainda que “a história e as culturas chinesa e portuguesa predominam naturalmente neste livro, tal como em Macau”. “Quer se trate de igrejas, templos, fortalezas, edifícios governamentais, praças e jardins públicos, bibliotecas e a mais antiga casa de luz da costa chinesa, Jason Wordie acompanha-o a vê-los a todos”, descreveu Collett na mesma recensão crítica. Cantos da casa Logo no primeiro capítulo do livro, com o nome “Portas do Cerco – Barrier Gate, Amaral and Other ‘Border Incidents’ – and Cross-Boundary Trade”, Jason Wordie descreve como a zona norte da península era um espaço bastante longínquo em termos culturais da restante zona da cidade, onde grande parte dos macaenses e portugueses viviam. “Até meados do século XIX, grande parte da zona norte de Macau, além das zonas muralhadas, não era mais do que uma série de terrenos meio baldios, remotos, com casas isoladas e aldeias com zonas de cultivo. Desde Mong Há até à fronteira chinesa das Portas do Cerco, (…) esta zona de Macau era uma zona remonta e assombrada de vagabundos e fugitivos da cidade”, escreve Wordie. Segue-se depois o segundo capítulo dedicado à Ilha Verde e bairro de Toi San, com descrições das antigas fábricas e presença religiosa. Jason Wordie é um historiador e escritor consagrado de Hong Kong. Licenciado em História pela Universidade de Hong Kong, criou reputação na criação de percursos pedonais onde se vão contando estórias de Macau, Hong Kong e Cantão. Escreve também em jornais, nomeadamente no South China Morning Post, vivendo na zona dos Novos Territórios há mais de duas décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaNepal | PM inicia em Pequim a sua primeira deslocação ao exterior O primeiro-ministro do Nepal, Khadga Prasad Sharma Oli, chegou a Pequim para uma visita oficial que quebra a tradição diplomática nepalesa segundo a qual o novo líder realiza na Índia a sua primeira deslocação ao exterior. Khadga Prasad Sharma Oli, que regressou ao poder em Julho após dois mandatos como primeiro-ministro, aterrou em Pequim na segunda-feira à noite, de acordo com imagens transmitidas pela televisão estatal CCTV. Durante a sua estadia de quatro dias, Oli deve encontrar-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Qiang, proferir um discurso na prestigiada Universidade de Pequim e participar num fórum económico bilateral. O objectivo destes intercâmbios é “reforçar a amizade de longa data” entre os dois países, nomeadamente no que diz respeito à Iniciativa Faixa e Rota, segundo uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Lançada por Pequim em 2013, a Faixa e Rota tem como objectivo criar novas vias comerciais entre a China e o resto do mundo, através da construção de infra-estruturas, incluindo portos, autoestradas ou linhas ferroviárias. As discussões entre os dois líderes centrar-se-ão em acordos de investimento anteriores, em particular o aeroporto recentemente concluído na cidade turística central de Pokhara, segundo as autoridades nepalesas. A escolha da China para a sua primeira viagem ao estrangeiro deveu-se à ausência de um convite oficial de Nova Deli, apontou a imprensa nepalesa. O Nepal, situado entre a China e a Índia, procura manter um equilíbrio entre estas duas potências vizinhas. Khadga Prasad Sharma Oli, um dos principais dirigentes do Partido Comunista do Nepal – Marxista-Leninista Unificado, tem procurado frequentemente Pequim para reduzir a dependência histórica de Katmandu em relação a Nova Deli.
Hoje Macau China / ÁsiaCamberra anuncia que Pequim levantou as últimas sanções contra os seus produtos O Governo australiano anunciou ontem que a China concordou em levantar as medidas punitivas sobre a sua carne de bovino, a última de uma série de proibições e taxas impostas por Pequim aos produtos do país desde 2020. O levantamento afecta as exportações de dois matadouros australianos, depois de a China ter retomado a compra de produtos de carne de outros oito matadouros do país, em Maio passado, marcando “um regresso à normalidade para as exportações de carne de bovino”, referiu um comunicado do Executivo de Camberra. As exportações de carne bovina para a China – o segundo maior mercado de carne bovina da Austrália depois dos Estados Unidos – ultrapassaram o equivalente a 1.357 milhões de euros, entre 1 de Julho de 2023 e 30 de Junho de 2024, com vendas recorde esperadas no próximo ano, acrescentou o comunicado. O anúncio de ontem significa que a China concordou em levantar todas as medidas restritivas impostas aos produtos australianos desde 2020 e que começou a relaxar progressivamente desde que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, do Partido Trabalhista, chegou ao poder em Maio de 2022. No entanto, isso não significa que o comércio bilateral tenha voltado ao normal porque a retoma das exportações australianas de lagosta, anunciada em Outubro passado, ainda não é efectiva na prática. “Estamos perto do ponto de remover todos os impedimentos comerciais da China que afectam 20 mil milhões de dólares de exportações australianas”, sublinhou o ministro australiano do Comércio, Don Farrell, na declaração de ontem. Tempos difíceis A China impôs em 2020 restrições comerciais sobre uma série de produtos da Austrália – país com o qual assinou um acordo de comércio livre em 2015 -, incluindo carvão, cevada, vinho, carne de vaca, lagosta, entre outros, depois de o anterior Governo do conservador Scott Morrison ter insistido numa investigação independente sobre a origem da covid-19. A medida deteriorou ainda mais as relações entre Pequim e Camberra, que começaram a piorar depois de a Austrália ter aprovado, em 2017, várias leis para fazer face à alegada interferência chinesa na sua política interna e ter proibido, em 2018, a implantação de serviços 5G das empresas chinesas Huawei e ZTE, por razões de segurança.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / EUA | Pequim anuncia restrições às exportações de metais essenciais A troca de medidas restritivas entre as duas potências conheceu ontem novos desenvolvimentos que deverão afectar a cadeia de produção tecnológica ao nível civil e militar A China anunciou ontem que vai restringir as exportações para os Estados Unidos de gálio, germânio, antimónio e grafite, metais essenciais para o fabrico de semicondutores ou baterias, tanto para uso civil como militar. A medida, que entrou em vigor ontem, surge depois de Washington ter anunciado novas restrições tecnológicas contra a China para limitar a sua capacidade de desenvolver semicondutores avançados, o que Pequim denunciou como “um acto de coerção económica”. O ministério do Comércio declarou em comunicado que vai proibir a exportação de gálio, germânio ou antimónio com “dupla utilização civil e militar”, ao mesmo tempo que será “mais rigoroso” na exportação de grafite. A pasta argumentou que tomou esta medida “a fim de proteger a segurança e os interesses da China” e “cumprir as obrigações internacionais como a não-proliferação”. “Qualquer organização ou indivíduo de qualquer país ou região que viole as disposições acima referidas e transfira ou forneça artigos de dupla utilização originários da República Popular da China a organizações ou indivíduos nos Estados Unidos será responsabilizado nos termos da lei”, advertiu a nota. Um porta-voz do ministério disse que, nos últimos anos, os EUA “politizaram a utilização de conceitos como o de segurança nacional para restringir a exportação de bens para a China”, e “colocaram empresas chinesas na lista de sanções para as reprimir”. “Os EUA prejudicaram seriamente os direitos e interesses legítimos destas empresas, bem como a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”, afirmou. Segurança primeiro Em Julho passado, a China anunciou restrições gerais à exportação de gálio e germânio, dois metais essenciais para o fabrico de semicondutores, um produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre Pequim e Washington. A China é o maior produtor mundial destes dois elementos, sendo responsável pela produção de mais de 95 por cento do gálio e 67 por cento do germânio. Em Agosto, Pequim anunciou a imposição de restrições à exportação de antimónio, um metal utilizado em vários sectores industriais, como o fabrico de baterias e de retardadores de chama, e de outros elementos estratégicos. Em Outubro, adoptou ajustamentos nas suas políticas de controlo das exportações relacionadas com produtos de grafite, em nome da “segurança nacional”. O país asiático, principal produtor mundial de grafite, controla uma parte significativa do mercado mundial. Estas novas restrições vêm juntar-se a uma série de medidas semelhantes aplicadas por Pequim nos últimos meses, como a proibição das exportações de tecnologia de fabrico de ímanes de terras raras.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Identificado caso suspeito e violência doméstica Um homem com 50 anos terá alegadamente atacado com uma faca a mãe, de 70 anos, na madrugada de ontem. A informação foi divulgada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e citada pelo canal chinês da Rádio Macau. De acordo com o relato apresentado, devido aos ataques, a mulher ficou com cortes na cabeça. No entanto, quando foi transportada para o Centro Hospitalar Conde São Januário estava consciente e o seu estado de saúde era estável. O caso acontece num edifício da Areia Preta, junto à Avenida Norte do Hipódromo. O crime de violência doméstica implica uma pena de prisão de 1 a 5 anos, mas a sanção pode ser agravada 8 anos de prisão, caso seja considerado que o crime foi cometido em “em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade”.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Detido por dormir dentro de carro ligado Um homem com cerca de 30 anos foi detido, depois de ter sido encontrado a dormir no carro, com a viatura ligada. O caso foi relatado ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), e terá acontecido na madrugada de terça-feira, na Avenida de Sun Yat-sen. De acordo com a versão das autoridades, quando os agentes faziam o patrulhamento das ruas, verificaram que estava um carro ligado à entrada de um edifício, com uma pessoa a dormir no interior. Quando acordaram o homem, sentiram um cheiro a álcool intenso, pelo que lhe pediram para soprar o balão, o que gerou um resultado de 1,59 gramas por litro de sangue. Por sua vez, o homem admitiu que tinha conduzido alcoolizado, depois de ter estado a jantar na Taipa, e que conduziu para casa. No entanto, adormeceu antes de conseguir desligar a viatura.