20 Anos | Fogo-de-artifício entre Macau e Zhuhai a 22 de Dezembro

[dropcap]M[/dropcap]ais de 160 mil disparos de fogo-de-artifício e efeitos especiais com desenhos das famosas Ruínas de São Paulo vão compor o espectáculo entre Macau e Zhuhai para celebrar o 20.º aniversário do território.

“Um total de 160 mil disparos de fogo-de-artifício durante 30 minutos, lançados de quatro barcaças e 16 plataformas de efeitos especiais, e envolvendo também pela primeira vez barcos não tripulados e drones, para apresentar uma noite de exibição pirotécnica festiva de grande impacto”, anunciou o Governo, em comunicado.

O espectáculo que vai acontecer no dia 22 de Dezembro, dois dias depois da data que assinala o 20.º aniversário da passagem da administração de Macau de Portugal para a China, vai ter ainda 56 barcos não tripulados e 600 drones que através de efeitos especiais vão “formar as palavras ‘Macau e Zhuhai Unidos em Família’ (em caracteres chineses), o número 20, o desenho das Ruínas de São Paulo, da Ponte HKZM, entre outras imagens”, lê-se na mesma nota.

Em conferência de imprensa, o director do Conselho de Gestão da Nova Zona de Hengqin em Zhuhai, Yang Chuan, sublinhou que esta “cooperação assume-se de um profundo significado”. O objectivo é “construir uma ponte amigável entre os residentes dos dois locais e comemorar em conjunto o 20.º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria”, enfatizou o responsável chinês.

3 Dez 2019

20 Anos | Fogo-de-artifício entre Macau e Zhuhai a 22 de Dezembro

[dropcap]M[/dropcap]ais de 160 mil disparos de fogo-de-artifício e efeitos especiais com desenhos das famosas Ruínas de São Paulo vão compor o espectáculo entre Macau e Zhuhai para celebrar o 20.º aniversário do território.
“Um total de 160 mil disparos de fogo-de-artifício durante 30 minutos, lançados de quatro barcaças e 16 plataformas de efeitos especiais, e envolvendo também pela primeira vez barcos não tripulados e drones, para apresentar uma noite de exibição pirotécnica festiva de grande impacto”, anunciou o Governo, em comunicado.
O espectáculo que vai acontecer no dia 22 de Dezembro, dois dias depois da data que assinala o 20.º aniversário da passagem da administração de Macau de Portugal para a China, vai ter ainda 56 barcos não tripulados e 600 drones que através de efeitos especiais vão “formar as palavras ‘Macau e Zhuhai Unidos em Família’ (em caracteres chineses), o número 20, o desenho das Ruínas de São Paulo, da Ponte HKZM, entre outras imagens”, lê-se na mesma nota.
Em conferência de imprensa, o director do Conselho de Gestão da Nova Zona de Hengqin em Zhuhai, Yang Chuan, sublinhou que esta “cooperação assume-se de um profundo significado”. O objectivo é “construir uma ponte amigável entre os residentes dos dois locais e comemorar em conjunto o 20.º Aniversário do Retorno de Macau à Pátria”, enfatizou o responsável chinês.

3 Dez 2019

Turismo | Festival de Luz começou este domingo e conta Histórias de Macau 

[dropcap]O[/dropcap] Festival de Luz, que vai decorrer este mês, vai “contar histórias” da cidade através “da interação da luz com o público”, disse este domingo, na inauguração, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes. “Nos últimos cinco anos, o festival foi continuamente melhorado, procurando inovar o conteúdo do programa, integrando a arte da iluminação não só com a tecnologia, como com construções características, história e cultura, indústrias culturais e criativas, Macau enquanto Cidade Criativa da Gastronomia, entre outros elementos”, afirmou.

O objectivo é potencializar “a criatividade interdisciplinar, para em cada edição renovar o Festival de Luz de Macau”, acrescentou a responsável, na cerimónia que decorreu, ao fim da tarde, junto ao lago Nam Van, no centro da cidade.

O espectáculo de ‘vídeo mapping’ da equipa portuguesa Ocubo é a primeira exibição do festival. Intitulado “Jornada de Luz de Macau”, aborda momentos históricos do território e vai ser exibido até à próxima terça-feira na igreja do seminário de São José.

As restantes exibições de ‘vídeo mapping’ das equipas de Espanha, do Japão, de Shenzhen (cidade adjacente a Hong Kong) e de duas do território vão ser feitas nas ruínas de São Paulo e na igreja do seminário de São José. Os espectáculos concebidos pelas duas equipas de Macau vão também ser mostrados na zona norte da cidade, pela primeira vez incluída no roteiro do festival.

Instalações luminosas e jogos interactivos, entre outras actividades, vão celebrar, em 15 locais da cidade, ao longo deste mês e até à meia noite do dia 1 de Janeiro de 2020, os 20 anos do estabelecimento da RAEM. O Festival de Luz é organizado pela Direção dos Serviços de Turismo, Instituto Cultural, Instituto para os Assuntos Municipais e Instituto do Desporto.

3 Dez 2019

Turismo | Festival de Luz começou este domingo e conta Histórias de Macau 

[dropcap]O[/dropcap] Festival de Luz, que vai decorrer este mês, vai “contar histórias” da cidade através “da interação da luz com o público”, disse este domingo, na inauguração, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes. “Nos últimos cinco anos, o festival foi continuamente melhorado, procurando inovar o conteúdo do programa, integrando a arte da iluminação não só com a tecnologia, como com construções características, história e cultura, indústrias culturais e criativas, Macau enquanto Cidade Criativa da Gastronomia, entre outros elementos”, afirmou.
O objectivo é potencializar “a criatividade interdisciplinar, para em cada edição renovar o Festival de Luz de Macau”, acrescentou a responsável, na cerimónia que decorreu, ao fim da tarde, junto ao lago Nam Van, no centro da cidade.
O espectáculo de ‘vídeo mapping’ da equipa portuguesa Ocubo é a primeira exibição do festival. Intitulado “Jornada de Luz de Macau”, aborda momentos históricos do território e vai ser exibido até à próxima terça-feira na igreja do seminário de São José.
As restantes exibições de ‘vídeo mapping’ das equipas de Espanha, do Japão, de Shenzhen (cidade adjacente a Hong Kong) e de duas do território vão ser feitas nas ruínas de São Paulo e na igreja do seminário de São José. Os espectáculos concebidos pelas duas equipas de Macau vão também ser mostrados na zona norte da cidade, pela primeira vez incluída no roteiro do festival.
Instalações luminosas e jogos interactivos, entre outras actividades, vão celebrar, em 15 locais da cidade, ao longo deste mês e até à meia noite do dia 1 de Janeiro de 2020, os 20 anos do estabelecimento da RAEM. O Festival de Luz é organizado pela Direção dos Serviços de Turismo, Instituto Cultural, Instituto para os Assuntos Municipais e Instituto do Desporto.

3 Dez 2019

Rosa Mota vence mini-maratona de Macau pelo segundo ano consecutivo

[dropcap]A[/dropcap] portuguesa Rosa Mota venceu ontem, pelo segundo ano consecutivo, a mini-maratona de Macau, ao correr 5.200 metros em 19:31 minutos, melhorando a marca do ano passado. “Estava em melhor forma do que estava no ano passado”, afirmou à Lusa, sorridente, a maratonista de 61 anos, depois de ter batido em 02:31 minutos o tempo alcançado em 2018.

“O ano passado ainda tive uma atleta atrás de mim, este ano não, competi comigo própria e a tentar apanhar alguns jovens masculinos que estavam à minha frente”, sublinhou a ex-campeã do mundo e da Europa.

A ex-campeã olímpica, que foi convidada pela organização da 38.ª Maratona Internacional para ser ‘embaixadora’ anti-doping, afirmou que ainda que tem vontade para continuar a correr e que não perdeu o gosto pela competição.

“É o gosto e o prazer que sempre tive pela corrida, continuo a mexer-me e adoro correr e gosto muito de competir também”, frisou. A mini-maratona, assim como a meia-maratona, integraram o programa da 38.ª Maratona Internacional de Macau.

Da lusofonia

A atleta portuguesa Joana Fonseca terminou a maratona na 14.ª posição. Na meia-maratona, Vítor Oliveira garantiu o 5.º posto e a atleta Carla Martinho terminou a prova pelo segundo ano consecutivo em 3.º lugar.

“Macau, por acaso, tem-me corrido bem, tenho sido muito feliz em Macau”, disse à Lusa Carla Martinho.
“Este ano ainda por cima com melhor tempo do que no ano em que ganhei cá (2015), ou seja, tenho de estar muito satisfeita. Muito feliz”, sublinhou a atleta portuguesa.

Na meia-maratona, destaque ainda para atleta de Angola Adelaide Machado que terminou o 3.º lugar, para a moçambicana Zeferina Lundo que concluiu a prova no 5.º lugar e para a cabo-verdiana Sandra Teixeira que alcançou a 8.ª posição.

Já nos masculinos, o cabo-verdiano Samuel Freire e o moçambicano Donaldo Machado terminaram a meia-maratona no 4.º e 8.º lugar, respectivamente.

O atleta da Etiópia Tafese Abebe e a queniana Esther Karami venceram as provas masculinas e femininas da maratona.

2 Dez 2019

ONU | Alta Comissária acusada de interferência em assuntos internos do país

[dropcap]A[/dropcap] China acusou sábado a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, de interferência “inadequada” nos seus assuntos internos, por causa da situação em Hong Kong.

A acusação surge depois de Michelle Bachelet ter apelado à realização de uma investigação sobre o eventual uso excessivo da força por parte da polícia em Hong Kong. Na coluna que escreveu sobre o assunto, no South China Morning Post, Michelle Bachelet foi “incorrecta” e “violou os objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas”, disse, em comunicado, a missão chinesa junto da ONU em Genebra.

O artigo inclui “comentários inadequados sobre a situação na Região Administrativa Especial de Hong Kong…(e) interfere nos assuntos internos da China”, de acordo com o comunicado de Pequim.

A China expressa “fortes críticas” ao escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Genebra.
Num artigo publicado sábado, Michelle Bachelet pediu às autoridades de Hong Kong que conduzissem uma “investigação verdadeiramente independente e imparcial, por parte de um juiz, sobre os relatos de uso excessivo da força pela polícia” chinesa.

Hong Kong vive há meses uma situação de grande instabilidade, com vários protestos nas ruas contra o que é considerado como um controlo crescente por parte de Pequim das liberdades da região semi-autónoma.
Houve confrontos violentos entre os manifestantes e a polícia. Os manifestantes exigem que a polícia seja responsabilizada pelas suas acções e pedem eleições completamente livres.

A China nega querer atropelar a liberdade em Hong Kong e acusa as manifestações de serem “revoluções coloridas” de inspiração estrangeira para desestabilizar o regime de Pequim.

2 Dez 2019

ONU | Alta Comissária acusada de interferência em assuntos internos do país

[dropcap]A[/dropcap] China acusou sábado a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, de interferência “inadequada” nos seus assuntos internos, por causa da situação em Hong Kong.
A acusação surge depois de Michelle Bachelet ter apelado à realização de uma investigação sobre o eventual uso excessivo da força por parte da polícia em Hong Kong. Na coluna que escreveu sobre o assunto, no South China Morning Post, Michelle Bachelet foi “incorrecta” e “violou os objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas”, disse, em comunicado, a missão chinesa junto da ONU em Genebra.
O artigo inclui “comentários inadequados sobre a situação na Região Administrativa Especial de Hong Kong…(e) interfere nos assuntos internos da China”, de acordo com o comunicado de Pequim.
A China expressa “fortes críticas” ao escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Genebra.
Num artigo publicado sábado, Michelle Bachelet pediu às autoridades de Hong Kong que conduzissem uma “investigação verdadeiramente independente e imparcial, por parte de um juiz, sobre os relatos de uso excessivo da força pela polícia” chinesa.
Hong Kong vive há meses uma situação de grande instabilidade, com vários protestos nas ruas contra o que é considerado como um controlo crescente por parte de Pequim das liberdades da região semi-autónoma.
Houve confrontos violentos entre os manifestantes e a polícia. Os manifestantes exigem que a polícia seja responsabilizada pelas suas acções e pedem eleições completamente livres.
A China nega querer atropelar a liberdade em Hong Kong e acusa as manifestações de serem “revoluções coloridas” de inspiração estrangeira para desestabilizar o regime de Pequim.

2 Dez 2019

Hong Kong | Terminado bloqueio à Universidade Politécnica

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong anunciou sexta-feira o fim do bloqueio a um campus universitário, que cercou durante 12 dias para travar manifestações contra o Governo, onde diz ter encontrado milhares de bombas incendiárias e armas.

Segundo as autoridades, foram encontradas quase 4.000 bombas incendiárias deixadas pelos manifestantes, que há cerca de duas semanas entraram em confronto com a polícia de intervenção nas ruas circundantes.

A polícia cercou durante quase duas semanas a Universidade Politécnica, tendo recorrido a balas de borracha, granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água para conter os manifestantes, que responderam com bombas incendiárias de fabrico caseiro, tijolos e flechas.

Na quinta-feira, depois de centenas de detenções e do abandono do campus por alguns estudantes, cerca de 100 polícias entraram, pela primeira vez, no campus para recolher provas e remover objectos perigosos.
Em comunicado, a polícia indicou que, durante dois dias de buscas, apreendeu 3.989 bombas incendiárias, 1.339 outros objectos explosivos, 601 garrafas de líquidos corrosivos e 573 armas.

As autoridades indicaram que detiveram ao longo dos dias de cerco 810 pessoas dentro do campus e identificaram 300 outras, menores, que podem vir a ser acusados posteriormente. Outras 567 pessoas foram detidas nas imediações da universidade.

Um responsável da universidade considerou que serão necessários cinco a seis meses para reparar os danos no campus.

Novas acções

A Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU), localizada na Península de Kowloon, foi palco em 16 e 17 de Novembro do mais longo confronto entre polícias e manifestantes radicais desde o início da mobilização pró-democracia em Junho.

Sexta-feira, activistas pró-democracia apelaram a uma grande manifestação no domingo e a uma greve na segunda-feira com o objectivo de perturbar os transportes públicos.

“Se o Governo comunista de Hong Kong ignorar a opinião pública, haverá cinco ou seis dias seguidos de uma eclosão generalizada… Temos que estabelecer um prazo”, pode ler-se no ‘site’ de fórum LIHKG.

A “eclosão generalizada” é o nome dado pelos manifestantes ao seu novo ‘modus operandi’ adotado em Novembro, que consiste em realizar acções de pequena escala para testar forças policiais e paralisar o tráfego.

2 Dez 2019

Hong Kong | Terminado bloqueio à Universidade Politécnica

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong anunciou sexta-feira o fim do bloqueio a um campus universitário, que cercou durante 12 dias para travar manifestações contra o Governo, onde diz ter encontrado milhares de bombas incendiárias e armas.
Segundo as autoridades, foram encontradas quase 4.000 bombas incendiárias deixadas pelos manifestantes, que há cerca de duas semanas entraram em confronto com a polícia de intervenção nas ruas circundantes.
A polícia cercou durante quase duas semanas a Universidade Politécnica, tendo recorrido a balas de borracha, granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água para conter os manifestantes, que responderam com bombas incendiárias de fabrico caseiro, tijolos e flechas.
Na quinta-feira, depois de centenas de detenções e do abandono do campus por alguns estudantes, cerca de 100 polícias entraram, pela primeira vez, no campus para recolher provas e remover objectos perigosos.
Em comunicado, a polícia indicou que, durante dois dias de buscas, apreendeu 3.989 bombas incendiárias, 1.339 outros objectos explosivos, 601 garrafas de líquidos corrosivos e 573 armas.
As autoridades indicaram que detiveram ao longo dos dias de cerco 810 pessoas dentro do campus e identificaram 300 outras, menores, que podem vir a ser acusados posteriormente. Outras 567 pessoas foram detidas nas imediações da universidade.
Um responsável da universidade considerou que serão necessários cinco a seis meses para reparar os danos no campus.

Novas acções

A Universidade Politécnica de Hong Kong (PolyU), localizada na Península de Kowloon, foi palco em 16 e 17 de Novembro do mais longo confronto entre polícias e manifestantes radicais desde o início da mobilização pró-democracia em Junho.
Sexta-feira, activistas pró-democracia apelaram a uma grande manifestação no domingo e a uma greve na segunda-feira com o objectivo de perturbar os transportes públicos.
“Se o Governo comunista de Hong Kong ignorar a opinião pública, haverá cinco ou seis dias seguidos de uma eclosão generalizada… Temos que estabelecer um prazo”, pode ler-se no ‘site’ de fórum LIHKG.
A “eclosão generalizada” é o nome dado pelos manifestantes ao seu novo ‘modus operandi’ adotado em Novembro, que consiste em realizar acções de pequena escala para testar forças policiais e paralisar o tráfego.

2 Dez 2019

Nova exposição de José Estorninho para visitar no Largo do Senado 

[dropcap]I[/dropcap]naugurou no passado dia 23 mais uma exposição da autoria do macaense José Luís Estorninho, intitulada “Abstraccionismo & (+)”, no âmbito das actividades comemorativas do terceiro aniversário da Associação para a Promoção e Desenvolvimento dos Circuito da Guia de Macau (APDCGM), e que está patente na Galeria Ritz, no Largo do Senado.

O público poderá contemplar 18 quadros, 14 dos quais telas, cujas obras se inserem na corrente do Expressionismo abstracto. Destaque para as obras “Traçado”, “Time Machine I” e “Time Machine II”, de maior dimensão, bem como um quadro mural intitulado “Puzzle 65 Years”. Esta última obra é feita com tela de madeira, “cuja técnica se baseia no trabalho de montagem de várias imagens de fotografias, representando as diferentes épocas de corridas” do Grande Prémio de Macau, aponta um comunicado.

“No conjunto dessas imagens, destaca-se a cena do desembarque do piloto ao volante do seu carro de cor encarnada, aquele que viria a ser o primeiro carro vencedor do primeiro Grande Prémio de Macau em 1954. Um efeito especial obtido pela sobreposição de duas imagens de fotografia, uma antiga e outra recente”, acrescenta a mesma nota de imprensa.

As duas telas gémeas, com os nomes “Time Machine I e II”, “apesar de obedecerem à mesma técnica de composição e enquadramento, são distintas pelas próprias cores e tons, ou pela luminosidade e perspectiva, assim como a geometria dos traços e das cores em manchas”, descreve o autor em comunicado.

Já na obra “Traçado”, José Estorninho afirma ter-se pautado pelo “background, as manchas de cores quentes esbatidas e fluidas”, enquanto que no primeiro plano “a tela é sobreposta e rematada por traços fortes e firmes de cores diversas com alguns tons fluorescentes, sobressaindo o branco, para dar o equilíbrio e contraste necessário”.

Tributos

Alguns trabalhos presentes nesta exposição fazem também uma homenagem aos pilotos que habitualmente correm no Grande Prémio de Macau, tal como Stuart Easton. Nesta obra, com o mesmo nome, “foi utilizada uma técnica collage, a sobrepôr numa pintura abstracta, cuja combinação das duas técnicas foi fundamental e decisiva, através das cores escolhidas com objecto representado, sendo por isso essencial para toda a sua composição final”.

Em “Homenagem ao André Couto” o artista assume ter usado “técnicas mistas em acrílico e a óleo, tendo por base o transfer dos elementos escolhidos e da própria composição, o essencial para todo o enquadramento”.

2 Dez 2019

Jogo | Receitas dos casinos desceram 8,5% em Novembro

[dropcap]O[/dropcap]s casinos de Macau fecharam o mês de Novembro com receitas de 22,88 mil milhões de patacas, uma queda de 8,5 por cento face a igual período do ano passado, anunciaram ontem as autoridades. De acordo com os dados publicados na página ‘online’ da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas provenientes do jogo registaram no último mês a segunda queda mais acentuada do ano, depois de Agosto, quando caíram 8,6 por cento.

As receitas brutas acumuladas de Janeiro a Novembro totalizaram 269,62 mil milhões de patacas, menos 2,4 por cento do que no ano anterior, indicou a DICJ. No mesmo período de 2018, as receitas brutas acumuladas foram de 276,38 mil milhões de patacas. Em relação ao mês passado, as receitas dos casinos registaram uma descida de 3,57 mil milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos na capital mundial do jogo cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas.

2 Dez 2019

Jogo | Receitas dos casinos desceram 8,5% em Novembro

[dropcap]O[/dropcap]s casinos de Macau fecharam o mês de Novembro com receitas de 22,88 mil milhões de patacas, uma queda de 8,5 por cento face a igual período do ano passado, anunciaram ontem as autoridades. De acordo com os dados publicados na página ‘online’ da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), as receitas provenientes do jogo registaram no último mês a segunda queda mais acentuada do ano, depois de Agosto, quando caíram 8,6 por cento.
As receitas brutas acumuladas de Janeiro a Novembro totalizaram 269,62 mil milhões de patacas, menos 2,4 por cento do que no ano anterior, indicou a DICJ. No mesmo período de 2018, as receitas brutas acumuladas foram de 276,38 mil milhões de patacas. Em relação ao mês passado, as receitas dos casinos registaram uma descida de 3,57 mil milhões de patacas. Em 2018, as receitas dos casinos na capital mundial do jogo cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas.

2 Dez 2019

SPU  | Dados de reconhecimento facial não serão enviados para o Interior da China

[dropcap]M[/dropcap]i San Meng, adjunto do comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), disse no debate televisivo TDM Fórum Macau, exibido na sexta-feira, que todos os dados registados no âmbito do sistema de videovigilância com reconhecimento facial não serão partilhados com as autoridades do Interior da China, servindo apenas para acções de investigação levados a cabo pelas autoridades de Macau.

De acordo com o Jornal do Cidadão, Mui San Meng salientou que esses dados visam proteger a população, sendo que a maior parte dos equipamentos com reconhecimento facial serão instalados em zonas de Macau com elevados índices de criminalidade, terminais marítimos, aeroporto e postos fronteiriços. O responsável dos SPU também frisou que os dados só serão usados pelas autoridades de Macau em caso de necessidade, mediante autorização do comandante-geral dos SPU e cumprindo as leis em vigor.

Sobre o sistema de reconhecimento facial, Chan Kin Hong, sub-director da Polícia Judiciária (PJ) explicou que as autoridades policiais têm de cumprir uma série de requisitos burocráticos para ter acesso às imagens e informações, necessitando apresentar um relatório aos seus superiores depois de concluída a investigação. Caso se verifiquem situações irregulares, a PJ irá levar a cabo processos disciplinares.

2 Dez 2019

SPU  | Dados de reconhecimento facial não serão enviados para o Interior da China

[dropcap]M[/dropcap]i San Meng, adjunto do comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), disse no debate televisivo TDM Fórum Macau, exibido na sexta-feira, que todos os dados registados no âmbito do sistema de videovigilância com reconhecimento facial não serão partilhados com as autoridades do Interior da China, servindo apenas para acções de investigação levados a cabo pelas autoridades de Macau.
De acordo com o Jornal do Cidadão, Mui San Meng salientou que esses dados visam proteger a população, sendo que a maior parte dos equipamentos com reconhecimento facial serão instalados em zonas de Macau com elevados índices de criminalidade, terminais marítimos, aeroporto e postos fronteiriços. O responsável dos SPU também frisou que os dados só serão usados pelas autoridades de Macau em caso de necessidade, mediante autorização do comandante-geral dos SPU e cumprindo as leis em vigor.
Sobre o sistema de reconhecimento facial, Chan Kin Hong, sub-director da Polícia Judiciária (PJ) explicou que as autoridades policiais têm de cumprir uma série de requisitos burocráticos para ter acesso às imagens e informações, necessitando apresentar um relatório aos seus superiores depois de concluída a investigação. Caso se verifiquem situações irregulares, a PJ irá levar a cabo processos disciplinares.

2 Dez 2019

Turismo | Confrontos em Hong Kong originam quebra nos mercados internacionais

A turbulência política e social vivida em Hong Kong, que descambou em violência nas ruas, causou uma descida de cerca de 17 por cento dos turistas oriundos de mercados internacionais que visitam Macau. Portugal não foi excepção

 

[dropcap]O[/dropcap]s confrontos em Hong Kong provocaram uma quebra de cerca de 17 por cento nos turistas dos mercados internacionais que visitam Macau, disse à agência Lusa a coordenadora do Turismo de Macau em Portugal, Paula Machado. Portugal inclui-se nesta cifra, precisou a responsável, acrescentando que o número de portugueses que visitam Macau oscila entre 15.000 e 16.000 desde 2013. No ano passado situou-se em 15.594, contra 16.259 em 2017.

Portugal é o mercado turístico europeu com mais tempo médio de permanência em Macau, com uma média de seis dias em 2018, referiu. “As pessoas que visitam Macau, normalmente, ou vão incluídas numa excursão ou vão visitar familiares. Nunca ficam menos de quatro noites”, disse, especificando que os dados são relativos à taxa de ocupação de hotéis, não reflectindo as dormidas em casas particulares.

Em declarações à Lusa, Paula Machado admitiu que a situação de conflito em Hong Kong, desencadeada com a oposição da população à lei da extradição para a China, pode provocar receio nos visitantes que habitualmente compram um pacote de viagem que inclui a visita aos dois territórios.

Rota alternativa

Há quem decida manter a viagem, mas também há agências a solicitarem alterações ao programa, por forma a evitar Hong Kong, ou procurar uma forma de sair do território sem passar por zonas de conflito entre os manifestantes e a polícia: “Essa parte é completamente pacífica, não tem havido qualquer espécie de problema”.

“Era comum vender-se o pacote Hong Kong-Macau ou China-Hong Kong-Macau ou Xangai – Hong Kong-Macau. Hong Kong fazia parte do pacote, porque normalmente as pessoas que viajam de Portugal passam pelo aeroporto terminal de Hong Kong”, indicou.

De acordo com a mesma responsável, o património classificado pela UNESCO e que resulta de uma convivência de 400 anos entre as culturas oriental e ocidental continua a atrair os turistas portugueses.

O objectivo do departamento que coordena é atingir os 17.000 visitantes de Portugal para Macau nos próximos anos. Entre os factores que dificultam a promoção, os responsáveis do turismo identificam “a grande distância” entre Portugal e Macau, o “custo elevado dos voos” e o “baixo salário de uma grande parte da população activa portuguesa”.

Em 2018, entraram em Macau quase 36 milhões de visitantes, mais 10 por cento do que em 2017.
Macau é apresentado como um dos destinos com maior crescimento turístico e económico do mundo. De acordo com dados oficiais, a região cresceu 211 por cento entre 1999 e 2018, passando de 11,5 para 35,8 milhões de visitantes.

2 Dez 2019

Turismo | Confrontos em Hong Kong originam quebra nos mercados internacionais

A turbulência política e social vivida em Hong Kong, que descambou em violência nas ruas, causou uma descida de cerca de 17 por cento dos turistas oriundos de mercados internacionais que visitam Macau. Portugal não foi excepção

 
[dropcap]O[/dropcap]s confrontos em Hong Kong provocaram uma quebra de cerca de 17 por cento nos turistas dos mercados internacionais que visitam Macau, disse à agência Lusa a coordenadora do Turismo de Macau em Portugal, Paula Machado. Portugal inclui-se nesta cifra, precisou a responsável, acrescentando que o número de portugueses que visitam Macau oscila entre 15.000 e 16.000 desde 2013. No ano passado situou-se em 15.594, contra 16.259 em 2017.
Portugal é o mercado turístico europeu com mais tempo médio de permanência em Macau, com uma média de seis dias em 2018, referiu. “As pessoas que visitam Macau, normalmente, ou vão incluídas numa excursão ou vão visitar familiares. Nunca ficam menos de quatro noites”, disse, especificando que os dados são relativos à taxa de ocupação de hotéis, não reflectindo as dormidas em casas particulares.
Em declarações à Lusa, Paula Machado admitiu que a situação de conflito em Hong Kong, desencadeada com a oposição da população à lei da extradição para a China, pode provocar receio nos visitantes que habitualmente compram um pacote de viagem que inclui a visita aos dois territórios.

Rota alternativa

Há quem decida manter a viagem, mas também há agências a solicitarem alterações ao programa, por forma a evitar Hong Kong, ou procurar uma forma de sair do território sem passar por zonas de conflito entre os manifestantes e a polícia: “Essa parte é completamente pacífica, não tem havido qualquer espécie de problema”.
“Era comum vender-se o pacote Hong Kong-Macau ou China-Hong Kong-Macau ou Xangai – Hong Kong-Macau. Hong Kong fazia parte do pacote, porque normalmente as pessoas que viajam de Portugal passam pelo aeroporto terminal de Hong Kong”, indicou.
De acordo com a mesma responsável, o património classificado pela UNESCO e que resulta de uma convivência de 400 anos entre as culturas oriental e ocidental continua a atrair os turistas portugueses.
O objectivo do departamento que coordena é atingir os 17.000 visitantes de Portugal para Macau nos próximos anos. Entre os factores que dificultam a promoção, os responsáveis do turismo identificam “a grande distância” entre Portugal e Macau, o “custo elevado dos voos” e o “baixo salário de uma grande parte da população activa portuguesa”.
Em 2018, entraram em Macau quase 36 milhões de visitantes, mais 10 por cento do que em 2017.
Macau é apresentado como um dos destinos com maior crescimento turístico e económico do mundo. De acordo com dados oficiais, a região cresceu 211 por cento entre 1999 e 2018, passando de 11,5 para 35,8 milhões de visitantes.

2 Dez 2019

Lei Básica | Chui Sai On a caminho de Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, e o presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai, vão hoje para Pequim para participarem num “Seminário Comemorativo do 20.º Aniversário da Implementação da Lei Básica” de Macau.

Além dos representantes máximos dos poderes executivo, legislativo e judicial vão integrar igualmente a comitiva a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan e o procurador-geral da RAEM, Ip Son Sang. A delegação regressa a Macau na terça-feira e durante a ausência de Chui Sai On, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, exercerá as funções de Chefe do Executivo.

2 Dez 2019

Lei Básica | Chui Sai On a caminho de Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, e o presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai, vão hoje para Pequim para participarem num “Seminário Comemorativo do 20.º Aniversário da Implementação da Lei Básica” de Macau.
Além dos representantes máximos dos poderes executivo, legislativo e judicial vão integrar igualmente a comitiva a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan e o procurador-geral da RAEM, Ip Son Sang. A delegação regressa a Macau na terça-feira e durante a ausência de Chui Sai On, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, exercerá as funções de Chefe do Executivo.

2 Dez 2019

Conselho Executivo | Luz verde para a criação de instituições de arbitragem

[dropcap]O[/dropcap] Conselho Executivo aprovou na passada sexta-feira, o regulamento administrativo intitulado “Regime de criação e funcionamento das instituições de arbitragem”, que estabelece as condições em que podem ser criados centros de arbitragem em Macau. 
O diploma define que os pedidos para criação de instituições de arbitragem devem ser feitos junto da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), a quem compete emitir parecer, sendo que, no entanto, a decisão final estará sempre a cargo do Chefe do Executivo.

Para que a autorização seja concedida, o regulamento define assim que devem ser respeitados critérios como “a necessidade e a pertinência da criação da instituição de arbitragem em Macau, a representatividade e a idoneidade para a prossecução da actividade que se propõe realizar”, pode ler-se no texto do diploma.

Além disso, o regulamento administrativo estabelece que os centros de arbitragem devem ser constituídos “por um conselho directivo, um conselho executivo e um secretariado”.

Também presente na conferência de imprensa que teve lugar na sede do Governo, esteve o director da DSAJ. Liu Dexue afirmou que as novas regras que ditam a criação de instituições de arbitragem estão ao nível daquilo que melhor se faz a nível internacional.

Em Macau existem actualmente cinco instituições de arbitragem em funcionamento: Centro de arbitragem do World Trade Center, Associação dos Advogados de Macau, Conselho de Consumidores, Instituto de Habitação e ainda sobre os Fundos Privativos.

Segundo o regulamento administrativo, as entidades que realizem arbitragens sem autorização arriscam-se uma multa entre 100 mil e 500 mil patacas.

2 Dez 2019

Conselho Executivo | Luz verde para a criação de instituições de arbitragem

[dropcap]O[/dropcap] Conselho Executivo aprovou na passada sexta-feira, o regulamento administrativo intitulado “Regime de criação e funcionamento das instituições de arbitragem”, que estabelece as condições em que podem ser criados centros de arbitragem em Macau. 
O diploma define que os pedidos para criação de instituições de arbitragem devem ser feitos junto da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), a quem compete emitir parecer, sendo que, no entanto, a decisão final estará sempre a cargo do Chefe do Executivo.
Para que a autorização seja concedida, o regulamento define assim que devem ser respeitados critérios como “a necessidade e a pertinência da criação da instituição de arbitragem em Macau, a representatividade e a idoneidade para a prossecução da actividade que se propõe realizar”, pode ler-se no texto do diploma.
Além disso, o regulamento administrativo estabelece que os centros de arbitragem devem ser constituídos “por um conselho directivo, um conselho executivo e um secretariado”.
Também presente na conferência de imprensa que teve lugar na sede do Governo, esteve o director da DSAJ. Liu Dexue afirmou que as novas regras que ditam a criação de instituições de arbitragem estão ao nível daquilo que melhor se faz a nível internacional.
Em Macau existem actualmente cinco instituições de arbitragem em funcionamento: Centro de arbitragem do World Trade Center, Associação dos Advogados de Macau, Conselho de Consumidores, Instituto de Habitação e ainda sobre os Fundos Privativos.
Segundo o regulamento administrativo, as entidades que realizem arbitragens sem autorização arriscam-se uma multa entre 100 mil e 500 mil patacas.

2 Dez 2019

China | Ensino do português dispara no continente e arrisca saturar mercado

Com o investimento entre a China e os países da lusofonia a crescer a um ritmo acelerado, também o estudo do português tem sido uma aposta cada vez mais forte do ensino chinês. Sem contar com Macau e Hong Kong, existem na China 25 universidades que ensinam a língua de Camões, a alunos que têm à espera um mercado de trabalho cada vez mais competitivo

 

[dropcap]N[/dropcap]um dos edifícios da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai), quase cem alunos e ex-alunos, oriundos de toda a China, aguardam por um exame de português, um projecto de vida que atrai cada vez mais chineses.

“Espero conseguir com este certificado [CAPLE, Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira] ter mais oportunidades de emprego”, explica à agência Lusa Zelma, que viajou deste Tianjin, cidade portuária a 120 quilómetros de Pequim, ilustrando a crescente competitividade no mercado de trabalho para licenciados em português, língua que, até há pouco, significava emprego certo na China.

A mais antiga licenciatura em língua portuguesa da República Popular da China foi criada em 1961, precisamente na Beiwai. Durante quase vinte anos, aquele curso foi o único do género no país e, até ao final da década de 1990, surgiu apenas mais um, em Xangai.

No entanto, o ensino do português no continente chinês registou um crescimento acelerado nos últimos 20 anos, coincidindo com o retorno de Macau à soberania de Pequim, que confiou à região o papel de plataforma comercial com os países lusófonos.

A evolução das trocas comerciais entre a China e a lusofonia, que só em 2018 se cifraram em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos, geraram uma crescente necessidade em formar quadros para trabalhar com os países de língua portuguesa

Hoje, não contando com Macau e Hong Kong, há 25 universidades chinesas que ensinam português, abrangendo mais de 1.500 estudantes. No entanto, o rápido aumento da oferta está a dificultar a vida aos profissionais da área, habituados outrora a receberem propostas de trabalho mesmo antes de terminarem o curso.

“Para quem tem apenas licenciatura, encontrar emprego na China tornou-se difícil”, diz Isabel, que entrou em 2008 para o curso de português da Universidade Normal de Harbin, no nordeste da China, e tirou depois uma pós-graduação na Universidade de Macau. “Optei por estudar português porque na altura havia escassez de profissionais com conhecimentos da língua”, recorda. “Mas, nos últimos anos, o mercado tornou-se mais competitivo”.

Novas oportunidades

Para os recém-licenciados que rumam a Pequim ou Xangai, as duas principais metrópoles do país, e que estão entre as cidades com mais alto custo de vida do mundo, o salário inicial varia entre 7.000 e 8.000 yuan.
Um intérprete simultâneo chinês – português e vice-versa pode receber até 10.000 yuan por dia de trabalho, geralmente a acompanhar delegações de empresários ou visitas oficiais, mas trata-se de uma tarefa ocasional e executada apenas pelos profissionais mais experientes.

Já quem está disposto a rumar a África “continua a ter muitas oportunidades”, conta Isabel.
Em Angola ou Moçambique um intérprete e tradutor numa das centenas de empresas chinesas que ali operam na construção de infra-estruturas, sector energético ou mineração, recebe por ano entre 200.000 e 400.000 yuan, segundo estimativas da agência Lusa, com base em ofertas de emprego difundidas em portais chineses.

A maior exigência no mercado de trabalho levou a Beiwai a elevar este ano o seu departamento de estudos de língua portuguesa ao estatuto de faculdade, visando complementar o ensino da língua com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lusófonos e “aumentar o intercâmbio internacional”, diz à agência Lusa a directora, Patrícia Jin.

“É um passo natural, que nos permite ter mais recursos, mais possibilidades e mais alunos e professores”, explica. “Com esta evolução, abriremos mais cadeiras, em cinco área de estudo: linguística, tradução, literatura, ciência política, economia e comércio”, detalha.

Entre os licenciados há também quem opte por reforçar o seu curriculum com um mestrado em Portugal ou no Brasil. Zelma, por exemplo, vai em breve começar um mestrado na Universidade de Lisboa, permitindo-lhe também conhecer melhor um país cuja História aprendeu ainda no ensino secundário. “Fui sempre aluna da área das Humanidades e sempre gostei muito de História, conheço bem o período dos Descobrimentos”, conta.

Aposta inaugural

A primeira faculdade dedicada ao português na China continental, a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai), vai complementar o ensino da língua com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lusófonos e “aumentar o intercâmbio internacional”, revelou à agência Lusa a diretora antes do final do anterior ano lectivo.

“É um passo natural, que nos permitirá ter mais recursos, mais possibilidades e mais alunos e professores”, explicou a directora do departamento de português da recém-formada Faculdade de Estudos Hispânicos e Portugueses, de Beiwai.

A nova instituição vai ter como génese a elevação do estatuto do mais antigo departamento de ensino do português na China continental, aberto em 1961, implicando um aumento do orçamento para contratação de corpo docente e organização de actividades e palestras. Até 1999, apenas a Beiwai e a Universidade de Estudos Internacionais de Xangai ofereciam licenciaturas em português.

O estabelecimento de uma faculdade permitirá, no entanto, “construir um sistema de conhecimento mais aprofundado, mais sistemático”, sobre a lusofonia, detalhou à altura Patrícia Jin. “Com esta evolução, abriremos mais cadeiras, em cinco área de estudo: linguística, tradução, literatura, ciência política, economia e comércio”, explicou. “Os alunos terão uma parte obrigatória e central, ensinada em português, mas também acesso aos cursos de outras faculdades”, disse.

A expansão

A instituição abarcará quatro centros, incluindo o Centro Beiwai – Universidade de Lisboa -Instituto Camões; uma fundação e uma editora de manuais de ensino da língua.

O aumento do orçamento permitirá ainda alargar o corpo docente, actualmente composto por oito professores chineses, uma leitora portuguesa e um leitor brasileiro, e organizar palestras. “Só neste semestre realizamos seis palestras académicas, com a participação de professores chineses, portugueses e brasileiros, de diferentes disciplinas”, sintetizou Jin.

A aposta da ‘beiwai’ reflecte a crescente necessidade da China em formar melhores quadros para trabalhar com os países de língua portuguesa, face à evolução das trocas comerciais, que só em 2018 se cifraram em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos. O destaque vai sobretudo para Angola e Brasil, cujas trocas com a China compõem a maioria deste comércio.

Porém, a chegada ao mercado de trabalho de um número cada vez maior de quadros qualificados especializados em português está a aumentar a pressão na busca por um emprego, que antes era uma garantia.

 

Porto | Alunos de Macau com acesso facilitado a áreas científicas

Os estudantes de Macau que queiram prosseguir os estudos em Portugal vão ter acesso facilitado às áreas científicas da Universidade do Porto (UP), nomeadamente um contingente especial de vagas.

A medida está prevista num protocolo que a Universidade do Porto, o Instituto Português do Oriente (IPOR) e a Direcção dos Serviços do Ensino Superior de Macau (DSES) vão assinar amanhã, em Macau, de acordo com um comunicado enviado à Lusa. O acordo de cooperação entre estas três entidades prevê “a criação de um contingente especial de vagas para oferta formativa nas várias unidades orgânicas da UP, “valorizando (…) o exame unificado em vigor”, referiu a nota.

Os cursos em questão vão desde medicina veterinária a “vários ramos da engenharia”, passando pelas ciências do meio aquático, medicina dentária e ciências da linguagem, antecipou o IPOR.

Os estudantes de Macau podem, desde 2018, candidatar-se a várias instituições de ensino superior do Interior da China e de Portugal com os resultados de um exame unificado de acesso. Em Portugal, são 15 as instituições parceiras deste programa, incluindo, além da UP, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Lisboa e a Universidade Católica Portuguesa.

Este protocolo prevê ainda a criação de uma oferta formativa “altamente especializada em língua portuguesa”, de forma a assegurar a formação de estudantes de Macau com competências nesta língua, indicou. O acordo pretende também incentivar acções de mobilidade e de intercâmbio científico com vista à formação de profissionais qualificados.

2 Dez 2019

China | Ensino do português dispara no continente e arrisca saturar mercado

Com o investimento entre a China e os países da lusofonia a crescer a um ritmo acelerado, também o estudo do português tem sido uma aposta cada vez mais forte do ensino chinês. Sem contar com Macau e Hong Kong, existem na China 25 universidades que ensinam a língua de Camões, a alunos que têm à espera um mercado de trabalho cada vez mais competitivo

 
[dropcap]N[/dropcap]um dos edifícios da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai), quase cem alunos e ex-alunos, oriundos de toda a China, aguardam por um exame de português, um projecto de vida que atrai cada vez mais chineses.
“Espero conseguir com este certificado [CAPLE, Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira] ter mais oportunidades de emprego”, explica à agência Lusa Zelma, que viajou deste Tianjin, cidade portuária a 120 quilómetros de Pequim, ilustrando a crescente competitividade no mercado de trabalho para licenciados em português, língua que, até há pouco, significava emprego certo na China.
A mais antiga licenciatura em língua portuguesa da República Popular da China foi criada em 1961, precisamente na Beiwai. Durante quase vinte anos, aquele curso foi o único do género no país e, até ao final da década de 1990, surgiu apenas mais um, em Xangai.
No entanto, o ensino do português no continente chinês registou um crescimento acelerado nos últimos 20 anos, coincidindo com o retorno de Macau à soberania de Pequim, que confiou à região o papel de plataforma comercial com os países lusófonos.
A evolução das trocas comerciais entre a China e a lusofonia, que só em 2018 se cifraram em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos, geraram uma crescente necessidade em formar quadros para trabalhar com os países de língua portuguesa
Hoje, não contando com Macau e Hong Kong, há 25 universidades chinesas que ensinam português, abrangendo mais de 1.500 estudantes. No entanto, o rápido aumento da oferta está a dificultar a vida aos profissionais da área, habituados outrora a receberem propostas de trabalho mesmo antes de terminarem o curso.
“Para quem tem apenas licenciatura, encontrar emprego na China tornou-se difícil”, diz Isabel, que entrou em 2008 para o curso de português da Universidade Normal de Harbin, no nordeste da China, e tirou depois uma pós-graduação na Universidade de Macau. “Optei por estudar português porque na altura havia escassez de profissionais com conhecimentos da língua”, recorda. “Mas, nos últimos anos, o mercado tornou-se mais competitivo”.

Novas oportunidades

Para os recém-licenciados que rumam a Pequim ou Xangai, as duas principais metrópoles do país, e que estão entre as cidades com mais alto custo de vida do mundo, o salário inicial varia entre 7.000 e 8.000 yuan.
Um intérprete simultâneo chinês – português e vice-versa pode receber até 10.000 yuan por dia de trabalho, geralmente a acompanhar delegações de empresários ou visitas oficiais, mas trata-se de uma tarefa ocasional e executada apenas pelos profissionais mais experientes.
Já quem está disposto a rumar a África “continua a ter muitas oportunidades”, conta Isabel.
Em Angola ou Moçambique um intérprete e tradutor numa das centenas de empresas chinesas que ali operam na construção de infra-estruturas, sector energético ou mineração, recebe por ano entre 200.000 e 400.000 yuan, segundo estimativas da agência Lusa, com base em ofertas de emprego difundidas em portais chineses.
A maior exigência no mercado de trabalho levou a Beiwai a elevar este ano o seu departamento de estudos de língua portuguesa ao estatuto de faculdade, visando complementar o ensino da língua com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lusófonos e “aumentar o intercâmbio internacional”, diz à agência Lusa a directora, Patrícia Jin.
“É um passo natural, que nos permite ter mais recursos, mais possibilidades e mais alunos e professores”, explica. “Com esta evolução, abriremos mais cadeiras, em cinco área de estudo: linguística, tradução, literatura, ciência política, economia e comércio”, detalha.
Entre os licenciados há também quem opte por reforçar o seu curriculum com um mestrado em Portugal ou no Brasil. Zelma, por exemplo, vai em breve começar um mestrado na Universidade de Lisboa, permitindo-lhe também conhecer melhor um país cuja História aprendeu ainda no ensino secundário. “Fui sempre aluna da área das Humanidades e sempre gostei muito de História, conheço bem o período dos Descobrimentos”, conta.

Aposta inaugural

A primeira faculdade dedicada ao português na China continental, a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai), vai complementar o ensino da língua com conhecimentos “mais aprofundados” sobre os países lusófonos e “aumentar o intercâmbio internacional”, revelou à agência Lusa a diretora antes do final do anterior ano lectivo.
“É um passo natural, que nos permitirá ter mais recursos, mais possibilidades e mais alunos e professores”, explicou a directora do departamento de português da recém-formada Faculdade de Estudos Hispânicos e Portugueses, de Beiwai.
A nova instituição vai ter como génese a elevação do estatuto do mais antigo departamento de ensino do português na China continental, aberto em 1961, implicando um aumento do orçamento para contratação de corpo docente e organização de actividades e palestras. Até 1999, apenas a Beiwai e a Universidade de Estudos Internacionais de Xangai ofereciam licenciaturas em português.
O estabelecimento de uma faculdade permitirá, no entanto, “construir um sistema de conhecimento mais aprofundado, mais sistemático”, sobre a lusofonia, detalhou à altura Patrícia Jin. “Com esta evolução, abriremos mais cadeiras, em cinco área de estudo: linguística, tradução, literatura, ciência política, economia e comércio”, explicou. “Os alunos terão uma parte obrigatória e central, ensinada em português, mas também acesso aos cursos de outras faculdades”, disse.

A expansão

A instituição abarcará quatro centros, incluindo o Centro Beiwai – Universidade de Lisboa -Instituto Camões; uma fundação e uma editora de manuais de ensino da língua.
O aumento do orçamento permitirá ainda alargar o corpo docente, actualmente composto por oito professores chineses, uma leitora portuguesa e um leitor brasileiro, e organizar palestras. “Só neste semestre realizamos seis palestras académicas, com a participação de professores chineses, portugueses e brasileiros, de diferentes disciplinas”, sintetizou Jin.
A aposta da ‘beiwai’ reflecte a crescente necessidade da China em formar melhores quadros para trabalhar com os países de língua portuguesa, face à evolução das trocas comerciais, que só em 2018 se cifraram em 147.354 milhões de dólares, um aumento de 25,31 por cento, em termos homólogos. O destaque vai sobretudo para Angola e Brasil, cujas trocas com a China compõem a maioria deste comércio.
Porém, a chegada ao mercado de trabalho de um número cada vez maior de quadros qualificados especializados em português está a aumentar a pressão na busca por um emprego, que antes era uma garantia.
 

Porto | Alunos de Macau com acesso facilitado a áreas científicas

Os estudantes de Macau que queiram prosseguir os estudos em Portugal vão ter acesso facilitado às áreas científicas da Universidade do Porto (UP), nomeadamente um contingente especial de vagas.
A medida está prevista num protocolo que a Universidade do Porto, o Instituto Português do Oriente (IPOR) e a Direcção dos Serviços do Ensino Superior de Macau (DSES) vão assinar amanhã, em Macau, de acordo com um comunicado enviado à Lusa. O acordo de cooperação entre estas três entidades prevê “a criação de um contingente especial de vagas para oferta formativa nas várias unidades orgânicas da UP, “valorizando (…) o exame unificado em vigor”, referiu a nota.
Os cursos em questão vão desde medicina veterinária a “vários ramos da engenharia”, passando pelas ciências do meio aquático, medicina dentária e ciências da linguagem, antecipou o IPOR.
Os estudantes de Macau podem, desde 2018, candidatar-se a várias instituições de ensino superior do Interior da China e de Portugal com os resultados de um exame unificado de acesso. Em Portugal, são 15 as instituições parceiras deste programa, incluindo, além da UP, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Lisboa e a Universidade Católica Portuguesa.
Este protocolo prevê ainda a criação de uma oferta formativa “altamente especializada em língua portuguesa”, de forma a assegurar a formação de estudantes de Macau com competências nesta língua, indicou. O acordo pretende também incentivar acções de mobilidade e de intercâmbio científico com vista à formação de profissionais qualificados.

2 Dez 2019

Hong Kong | Apresentada queixa no Reino Unido contra canal chinês

[dropcap]U[/dropcap]m ex-funcionário do Consulado Britânico em Hong Kong que diz ter sido torturado pela polícia chinesa à procura de informação sobre manifestantes na região apresentou ontem queixa aos reguladores do Reino Unido contra a televisão estatal chinesa.

Simon Cheng apresentou queixa à Ofcom, a reguladora do Reino Unido para transmissões de rádio e televisão, contra a China Global Television Network, ou CGTN, por violação das regras de justiça, privacidade e precisão, ao ter transmitido uma confissão sua alegadamente forçada.

Cheng alega ter sido torturado pela polícia secreta no continente chinês, para obter informações sobre os protestos antigovernamentais que há seis meses assolam Hong Kong.

A polícia chinesa admitiu que ele ficou detido durante 15 dias, em Agosto, mas não revelou os motivos.
O jornal oficial do Partido Comunista, o Diário do Povo, negou que Simon Cheng tenha sido torturado, e divulgou imagens de vigilância que diz comprovarem a sua culpa e confissão voluntárias, após ter solicitado prostitutas na cidade de Shenzhen, que faz fronteira com Hong Kong.
Cheng contou este mês, pela primeira vez, a sua versão dos acontecimentos, numa entrevista à cadeia televisiva BBC.

Logo a seguir, a CGTN, o braço internacional da CCTV, transmitiu imagens da sua confissão. O canal está disponível no Reino Unido.

Sob tortura

Cheng, que trabalhava numa câmara do comércio e investimento para atrair investimentos chineses para a Escócia, estava a regressar a Hong Kong, de uma viagem de negócios à China continental, quando foi detido.

Na queixa de 14 páginas, tornada ontem pública, Cheng diz que foi transportado entre centros de detenção e salas de interrogatório, mantido encapuzado e algemado, e que foi preso a uma cadeira tigre, um assento de metal que prende os braços e pernas, durante os interrogatórios.

Alega ainda ter sido algemado na posição de águia durante horas e forçado a assumir posições de stress por longos períodos.

Cheng diz que concordou em confessar o crime menor de solicitar prostituição para evitar um tratamento mais severo e uma sentença pesada por acusações de ameaça à segurança nacional.
Disse ainda que os polícias repetiram várias vezes as filmagens da confissão feita com base num roteiro que lhe deram.

“A CGTN sabia muito bem que a gravação que usou na sua transmissão foi extraída sob extrema pressão e angústia”, acusou Cheng, acrescentando que a emissora disse falsamente que ele foi a julgamento, quando, na verdade, foi mantido sob “detenção administrativa extrajudicial”.

Cheng é o terceiro caso de queixa às autoridades regulatórias no Reino Unido contra a televisão estatal chinesa, por transmissão de confissões forçadas.

Peter Humphrey, um consultor britânico, que esteve dois anos preso na China, apresentou também queixa à Ofcom, assim como Angela Gui, cujo pai livreiro desapareceu na Tailândia e apareceu depois na China sob detenção. O Ofcom, que pode emitir multas ou revogar licenças de transmissão, está a avaliar os dois casos.

29 Nov 2019

Hong Kong | Apresentada queixa no Reino Unido contra canal chinês

[dropcap]U[/dropcap]m ex-funcionário do Consulado Britânico em Hong Kong que diz ter sido torturado pela polícia chinesa à procura de informação sobre manifestantes na região apresentou ontem queixa aos reguladores do Reino Unido contra a televisão estatal chinesa.
Simon Cheng apresentou queixa à Ofcom, a reguladora do Reino Unido para transmissões de rádio e televisão, contra a China Global Television Network, ou CGTN, por violação das regras de justiça, privacidade e precisão, ao ter transmitido uma confissão sua alegadamente forçada.
Cheng alega ter sido torturado pela polícia secreta no continente chinês, para obter informações sobre os protestos antigovernamentais que há seis meses assolam Hong Kong.
A polícia chinesa admitiu que ele ficou detido durante 15 dias, em Agosto, mas não revelou os motivos.
O jornal oficial do Partido Comunista, o Diário do Povo, negou que Simon Cheng tenha sido torturado, e divulgou imagens de vigilância que diz comprovarem a sua culpa e confissão voluntárias, após ter solicitado prostitutas na cidade de Shenzhen, que faz fronteira com Hong Kong.
Cheng contou este mês, pela primeira vez, a sua versão dos acontecimentos, numa entrevista à cadeia televisiva BBC.
Logo a seguir, a CGTN, o braço internacional da CCTV, transmitiu imagens da sua confissão. O canal está disponível no Reino Unido.

Sob tortura

Cheng, que trabalhava numa câmara do comércio e investimento para atrair investimentos chineses para a Escócia, estava a regressar a Hong Kong, de uma viagem de negócios à China continental, quando foi detido.
Na queixa de 14 páginas, tornada ontem pública, Cheng diz que foi transportado entre centros de detenção e salas de interrogatório, mantido encapuzado e algemado, e que foi preso a uma cadeira tigre, um assento de metal que prende os braços e pernas, durante os interrogatórios.
Alega ainda ter sido algemado na posição de águia durante horas e forçado a assumir posições de stress por longos períodos.
Cheng diz que concordou em confessar o crime menor de solicitar prostituição para evitar um tratamento mais severo e uma sentença pesada por acusações de ameaça à segurança nacional.
Disse ainda que os polícias repetiram várias vezes as filmagens da confissão feita com base num roteiro que lhe deram.
“A CGTN sabia muito bem que a gravação que usou na sua transmissão foi extraída sob extrema pressão e angústia”, acusou Cheng, acrescentando que a emissora disse falsamente que ele foi a julgamento, quando, na verdade, foi mantido sob “detenção administrativa extrajudicial”.
Cheng é o terceiro caso de queixa às autoridades regulatórias no Reino Unido contra a televisão estatal chinesa, por transmissão de confissões forçadas.
Peter Humphrey, um consultor britânico, que esteve dois anos preso na China, apresentou também queixa à Ofcom, assim como Angela Gui, cujo pai livreiro desapareceu na Tailândia e apareceu depois na China sob detenção. O Ofcom, que pode emitir multas ou revogar licenças de transmissão, está a avaliar os dois casos.

29 Nov 2019