IPM | Apresentado novo livro sobre Camilo Pessanha

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) lançou um livro sobre o poeta português Camilo Pessanha intitulado “Camilo Pessanha: Novas Interrogações (150 anos do nascimento)”. O lançamento da obra decorreu no âmbito das comemorações do 20.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal e do 70.º aniversário da fundação da República Popular da China.
“Camilo Pessanha é considerado um promotor do intercâmbio cultural entre o Oriente e o Ocidente e um dos seus testemunhos mais significativos, assim atravessando as fronteiras nacionais”, justificou o IPM numa nota oficial.
A instituição sublinhou que Macau “tem uma responsabilidade acrescida enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial” entre a China e os países lusófonos”, até porque “desde o século XVI que (…) ocupa um lugar de destaque na Rota da Seda Marítima”.
Por outro lado, estas iniciativas devem ser compreendidas a partir do papel de Macau “como base de formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português”, acrescentou o politécnico, que destacou ainda Camilo Pessanha como “o grande escritor do simbolismo português (…) mantendo-se até hoje como referência na literatura portuguesa”.

25 Nov 2019

Museu Memorial de Xian Xinghai abriu portas este domingo 

[dropcap]F[/dropcap]oi oficialmente inaugurado este sábado o Museu Memorial de Xian Xinghai, dedicado à vida e obra do músico natural de Macau. O novo espaço museológico conta com um total de 36 peças ou conjuntos de manuscritos, bem como outros pertences de Xian Xinghai, oriundos das colecções da Biblioteca da Academia Nacional de Arte da China, e que estarão expostos pelo período de três meses.

Estas obras consistem em “documentos de identidade, manuscritos, um violino, um diário, cartas, uma caneta-tinteiro, e um fato de concerto”, aponta um comunicado oficial. Os destaques da exposição incluem também o documento de identidade francês de Xian Xinghai, com a indicação do local de nascimento e dos nomes dos seus pais, bem como dois manuscritos autênticos da Cantata do Rio Amarelo, um escrito em Yan’an em 1939 e o outro revisto em Moscovo em 1941. O público poderá também conhecer o violino que o compositor usou durante as suas apresentações e as suas notas composicionais entre 1940 e 1945.

Além da sala de exposições, o Museu Memorial “também oferece aos visitantes a oportunidade de experimentarem a diversão de dirigirem uma orquestra na Visita Virtual”, possuindo ainda “uma Zona de Conhecimento para as crianças aprenderem alguns factos divertidos sobre música e orquestra”.

Obras a caminho

O Museu Memorial de Xian Xinghai está situado numa das moradias verdes restauradas na avenida Coronel Mesquita, prometido pelo Governo como um núcleo museológico. De acordo com o mesmo comunicado, o IC “irá também restaurar a moradia adjacente onde o Museu Memorial de Xian Xinghai – Galeria 2 será estabelecido”, cujo espaço irá focar-se “na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa e mostrar as contribuições da cidade para o país durante a guerra, promovendo ainda mais o patriotismo com efeitos sinérgicos”.

Xian Xinghai é considerado como o “músico do povo”, sendo famoso pelas suas grandes realizações na história da música contemporânea da China. Nascido no seio de uma família de pescadores em Macau, procurou meticulosamente a excelência musical, integrando engenhosamente técnicas musicais chinesas e ocidentais e criando muitas obras conhecidas nos seus breves 40 anos de vida, todas exibindo a inclusão cultural de Macau. Uma das peças da sua autoria mais conhecidas, intitulada “Cantata do Rio Amarelo”, foi amplamente cantada durante a Guerra de Resistência Anti-Japonesa.

25 Nov 2019

Riqueza está mal distribuída em Macau, apesar do elevado PIB, diz Paul Pun

Numa entrevista concedida à agência Lusa, a propósito dos 20 anos da RAEM, o secretário-geral da Cáritas lembrou as enormes desigualdades sócio-económicas que persistem apesar de Macau ter um dos maiores Produtos Internos Brutos do mundo. Paul Pun falou ainda das dificuldades para manter a Cáritas a funcionar

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário-geral da Cáritas Macau defende que o território possui um dos maiores Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ do mundo, mas que a riqueza está mal distribuída. “Somos muitos ricos ‘per capita’ mas a riqueza não está distribuída de acordo com o nosso desenvolvimento”, lamentou Paul Pun, responsável da instituição desde 1991, primeiro enquanto assistente do director, depois de 2000 na qualidade de secretário-geral.

Para ilustrar a disparidade, Paul Pun deu o seguinte exemplo que respeita à evolução do território desde a passagem da administração para a China: “O Governo aumentou em 14 vezes, desde 1999, [a despesa] na área social, mas o preço da habitação cresceu 21 vezes”. Ou seja, concluiu, “não se conseguiu acompanhar a inflação, por isso não conseguimos alcançar o progresso”.

Contudo, ressalvou, “hoje temos menos gente pobre porque com as políticas do Governo tem-se feito um esforço imenso para reduzir a pobreza e aqueles que têm menores rendimentos, e não apenas aqueles que mal podem sobreviver”. Isto porque “foram estendidos os limites a quem poderia beneficiar de apoio e hoje mais pessoas podem ser ajudadas”.

O responsável da Cáritas Macau afirmou não defender um aumento dos impostos para garantir mais e melhor apoio social à população, especialmente um que incidisse sobre a exploração do jogo. “Aumentar os impostos podia ser uma forma, mas também poderia desencorajar o investimento. Acho que a situação actual está bem. Não estou a falar em nome da indústria do jogo”, ressalvou, com um sorriso. É que, frisou, “ao receber um terço do jogo, Macau já é o segundo território mais rico ‘per capita’ do mundo”.

“Não devemos ser gananciosos”, disse, preferindo outra aposta: “Temos de saber como podemos usar melhor o dinheiro, isso é importante. Temos de planear como gastar dinheiro e construir infra-estruturas, estabelecer prioridades para não ter de suportar um fardo no futuro”.

Dificuldades de gestão

A Cáritas Macau providencia serviços sociais que abrangem os mais idosos e deficientes, passando pelo apoio dos mais jovens e menores, até às vítimas de violência doméstica. Com um orçamento anual na ordem dos 400 milhões de patacas, a instituição conta com 1.300 colaboradores. Destes, 90 são enfermeiros, 200 são assistentes sociais, sete são médicos e 20 têm funções como fisioterapeutas, terapeutas da fala e ocupacionais.

Dos utentes, cerca de 800 são idosos que se encontram em lares e 500 pessoas portadoras de deficiência, sendo proporcionado cuidados ao domicílio a mais de 200 pessoas. Outros 600 idosos que vivem sozinhos, que mantêm alguma autonomia, são apoiados pela instituição, que providencia ainda um serviço de refeições ao domicílio a 500 pessoas na Taipa, Coloane e na zona norte da cidade.

Perante estes números, Paul Pun disse faltar pessoal à instituição para enfrentar os futuros desafios e para garantir a expansão dos serviços de apoio social no território. O responsável sublinhou que a maior carência é ao nível do pessoal médico, nomeadamente de enfermeiras.

“Não temos enfermeiras suficientes para enfrentarmos os desafios do futuro, pelo que não podemos expandir os nossos serviços. Precisamos de quem se dedique a servir as pessoas no âmbito da missão da Cáritas, seja remunerada [a prestação do serviço] ou em regime de voluntariado”, acrescentou.

Paul Pun explicou que essa foi a razão pela qual a Cáritas já fez um apelo à comunidade das enfermeiras “para que se voluntariassem ou fizessem parte do pessoal em regime parcial”.

O secretário-geral explicou que a expansão dos serviços passa não só pela admissão de mais utentes, mas em reforçar a resposta aos que já se encontram na instituição, com um foco, por exemplo, nos mais idosos e naqueles que apresentam constrangimentos ao nível da mobilidade.

“O envelhecimento da população é uma realidade, mas não temos tempo para nos preocuparmos, temos que nos preparar e ensinar a nova geração a cuidar dos mais velhos, como o estamos a fazer”, frisou.

Contudo, o maior desafio estrutural para o secretário-geral da Cáritas Macau passa pela capacidade de a instituição definir e reforçar a sua missão que integre “diferentes fés e etnicidades”.

Se no passado a Cáritas era maioritariamente constituída por portugueses e chineses e respondia às suas necessidades, “agora há que contar com os migrantes, porque há cerca de 190 mil em Macau”, observou.

25 Nov 2019

AL | Pereira Coutinho fala de alegada censura numa interpelação

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho disse, em entrevista à agência Lusa, que foi vítima de censura na Assembleia Legislativa relativamente ao conteúdo de uma interpelação oral. Pereira Coutinho diz que recebeu uma chamada telefónica onde lhe foi pedido para cortar um parágrafo onde abordava “escândalos de corrupção”. Em entrevista, o deputado diz que o Governo “tem medo” do que se passa em Hong Kong e denuncia discriminação em relação às associações africanas nos apoios financeiros concedidos

José Pereira Coutinho denunciou, em entrevista à agência Lusa, actos de censura às suas intervenções no plenário da Assembleia Legislativa (AL), com a última tentativa a visar um parágrafo no qual abordava “escândalos de corrupção”. “Na semana passada, na intervenção antes da ordem do dia, quiseram censurar a minha intervenção na AL”, acusou José Pereira Coutinho.

Em causa está o seguinte parágrafo: “Decorridos quase vinte anos após o estabelecimento da RAEM, não podemos deixar de lamentar a incapacidade e falta de coragem do Governo de apresentar propostas de leis relativas à aquisição de bens e serviços, concursos de empreitadas e construções que têm sido foco dos maiores escândalos de corrupção nos últimos tempos”.

Tal como acontece com as perguntas que são dirigidas ao Chefe do Executivo, as intervenções em plenário têm de ser remetidas com antecedência. As primeiras uma semana antes, as segundas com um mínimo de 48 horas “com o argumento de que precisam de ser traduzidas”, explicou o deputado, na AL desde 2005.

“O que acontece é que eles recebem as nossas intervenções antes da ordem do dia com 48 horas de antecedência, depois ligam-me, para pedir para cortar determinado parágrafo inteiro”, acusou aquele que é também conselheiro das comunidades portuguesas e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau.

O deputado afirmou que os pedidos são realizados pelos serviços da AL, sem que seja adiantada qualquer justificação. “Mas da minha parte sempre recusei”, salientou, destacando que “sempre que se toca em questões como a corrupção, como a situação do Chefe do Executivo ou qualquer outro assunto de melindre, é-lhes inconveniente e pedem”.

Esta situação já foi vivida no passado com mais gravidade, nomeadamente em 2018, já que depois da recusa do deputado em eliminar o parágrafo, a versão chinesa do texto surgia sem conter a frase em questão, de acordo com Pereira Coutinho.

“O que tem ocorrido no passado, uma ou outra vez, sem repetição, é que a versão chinesa está censurada, não obstante [manter-se] a minha versão portuguesa. Mas depois de eu ter chamado a atenção, deixaram de fazer isso”, ressalvou.

“Nunca senti quaisquer constrangimentos ou pressões ou ameaças nos últimos 20 anos em Macau. Sempre tive margem de manobra para fazer tudo. Mas (…) por interpostas pessoas já me convenceram a refrear-me um bocadinho em determinados assuntos. Mas eu acho isso muito natural. Isto acontece também em Portugal, nos Estados Unidos, em qualquer país ocidental”, referiu Pereira Coutinho.
A agência Lusa pediu na quinta-feira, por email, uma reacção ao presidente da AL de Macau, sem que tenha obtido resposta até ao momento.

“O dado mais negativo”

Nem de propósito, o deputado assegurou na mesma entrevista que, nos 20 anos de estabelecimento da RAEM, a corrupção tem sido o fenómeno mais negativo no território, enquanto que a segurança foi uma das conquistas mais importantes.

“Nos últimos anos não houve um combate efectivo à corrupção em Macau”, afirmou, dando o exemplo da “falta de coragem para modernizar a legislação referente à aquisição de bens e serviços, empreitadas e construções por parte das entidades públicas”.

“A corrupção vai ser o desafio de Macau. Macau é muito permeável à corrupção. E a AL é completamente ineficaz no combate à corrupção.” O deputado admitiu ainda que o hemiciclo não tem capacidade para contrariar o fenómeno: “Não temos poderes para fiscalizar o orçamento do Governo. Não temos. Aquilo é uma paródia. O plenário para o debate orçamental é uma paródia. Não dá para fazer nada. Não dá para fiscalizar”.

Já o dado positivo desde 1999 é a segurança. “Nos últimos 20 anos acho que a cidade de Macau é das mais seguras de toda a República Popular da China.” Para isso contribuiu em muito o investimento que tem sido feito ao nível da videovigilância, sublinhou, ainda que se tenha de pagar um preço: “Diria que tem o seu custo, que é a privacidade. Nós somos visionados, escutados, em tudo. Já nem estamos seguros em casa”.

25 Nov 2019

AL | Pereira Coutinho fala de alegada censura numa interpelação

[dropcap]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho disse, em entrevista à agência Lusa, que foi vítima de censura na Assembleia Legislativa relativamente ao conteúdo de uma interpelação oral. Pereira Coutinho diz que recebeu uma chamada telefónica onde lhe foi pedido para cortar um parágrafo onde abordava “escândalos de corrupção”. Em entrevista, o deputado diz que o Governo “tem medo” do que se passa em Hong Kong e denuncia discriminação em relação às associações africanas nos apoios financeiros concedidos
José Pereira Coutinho denunciou, em entrevista à agência Lusa, actos de censura às suas intervenções no plenário da Assembleia Legislativa (AL), com a última tentativa a visar um parágrafo no qual abordava “escândalos de corrupção”. “Na semana passada, na intervenção antes da ordem do dia, quiseram censurar a minha intervenção na AL”, acusou José Pereira Coutinho.
Em causa está o seguinte parágrafo: “Decorridos quase vinte anos após o estabelecimento da RAEM, não podemos deixar de lamentar a incapacidade e falta de coragem do Governo de apresentar propostas de leis relativas à aquisição de bens e serviços, concursos de empreitadas e construções que têm sido foco dos maiores escândalos de corrupção nos últimos tempos”.
Tal como acontece com as perguntas que são dirigidas ao Chefe do Executivo, as intervenções em plenário têm de ser remetidas com antecedência. As primeiras uma semana antes, as segundas com um mínimo de 48 horas “com o argumento de que precisam de ser traduzidas”, explicou o deputado, na AL desde 2005.
“O que acontece é que eles recebem as nossas intervenções antes da ordem do dia com 48 horas de antecedência, depois ligam-me, para pedir para cortar determinado parágrafo inteiro”, acusou aquele que é também conselheiro das comunidades portuguesas e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau.
O deputado afirmou que os pedidos são realizados pelos serviços da AL, sem que seja adiantada qualquer justificação. “Mas da minha parte sempre recusei”, salientou, destacando que “sempre que se toca em questões como a corrupção, como a situação do Chefe do Executivo ou qualquer outro assunto de melindre, é-lhes inconveniente e pedem”.
Esta situação já foi vivida no passado com mais gravidade, nomeadamente em 2018, já que depois da recusa do deputado em eliminar o parágrafo, a versão chinesa do texto surgia sem conter a frase em questão, de acordo com Pereira Coutinho.
“O que tem ocorrido no passado, uma ou outra vez, sem repetição, é que a versão chinesa está censurada, não obstante [manter-se] a minha versão portuguesa. Mas depois de eu ter chamado a atenção, deixaram de fazer isso”, ressalvou.
“Nunca senti quaisquer constrangimentos ou pressões ou ameaças nos últimos 20 anos em Macau. Sempre tive margem de manobra para fazer tudo. Mas (…) por interpostas pessoas já me convenceram a refrear-me um bocadinho em determinados assuntos. Mas eu acho isso muito natural. Isto acontece também em Portugal, nos Estados Unidos, em qualquer país ocidental”, referiu Pereira Coutinho.
A agência Lusa pediu na quinta-feira, por email, uma reacção ao presidente da AL de Macau, sem que tenha obtido resposta até ao momento.

“O dado mais negativo”

Nem de propósito, o deputado assegurou na mesma entrevista que, nos 20 anos de estabelecimento da RAEM, a corrupção tem sido o fenómeno mais negativo no território, enquanto que a segurança foi uma das conquistas mais importantes.
“Nos últimos anos não houve um combate efectivo à corrupção em Macau”, afirmou, dando o exemplo da “falta de coragem para modernizar a legislação referente à aquisição de bens e serviços, empreitadas e construções por parte das entidades públicas”.
“A corrupção vai ser o desafio de Macau. Macau é muito permeável à corrupção. E a AL é completamente ineficaz no combate à corrupção.” O deputado admitiu ainda que o hemiciclo não tem capacidade para contrariar o fenómeno: “Não temos poderes para fiscalizar o orçamento do Governo. Não temos. Aquilo é uma paródia. O plenário para o debate orçamental é uma paródia. Não dá para fazer nada. Não dá para fiscalizar”.
Já o dado positivo desde 1999 é a segurança. “Nos últimos 20 anos acho que a cidade de Macau é das mais seguras de toda a República Popular da China.” Para isso contribuiu em muito o investimento que tem sido feito ao nível da videovigilância, sublinhou, ainda que se tenha de pagar um preço: “Diria que tem o seu custo, que é a privacidade. Nós somos visionados, escutados, em tudo. Já nem estamos seguros em casa”.

25 Nov 2019

Pereira Coutinho diz que governo tem medo que situação de Hong Kong alastre para Macau

[dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho disse, em entrevista à Lusa, que o Governo tem medo que a situação de Hong Kong alastre para o território, mas garantiu que não há ‘mercado’ para a mobilização. “O Governo tem muito medo daquilo que está a acontecer em Hong Kong (…) possa alastrar para Macau. [Mas] Macau não tem mercado para o que está a acontecer em Hong Kong. Em primeiro lugar porque os nossos jovens são diferentes, quer em termos de educação, quer em termos de conhecimentos políticos, quer em termos daquilo que está a acontecer de uma maneira geral na sociedade”, explicou.

Em “segundo lugar, o Governo de Macau comporta-se de uma maneira diferente do Governo de Hong Kong em termos de concessão de subsídios. Nós temos subsídios de toda a espécie e para todos os efeitos”, acrescentou o deputado.

Pereira Coutinho defendeu que os jovens de Macau e de Hong Kong partilham o mesmo problema da habitação, mas que, depois, há muitas diferenças que os separam. Enquanto em Hong Kong é visível ainda “a penetração e influência do modelo ocidental de democracia, de educação, de visão e de maior internacionalização, Macau nunca foi uma cidade internacional”, apontou.

“Em Macau há antibióticos, há anestésicos que fazem com que eles esqueçam de uma forma curta o sofrimento que têm”, recordando que existem “28 fundos a conceder subsídios todos os anos para todas as associações e entidades particulares”, algo que, frisou, “Hong Kong não tem”.

“Basta invocar um slogan da Grande Baía ou sessões de esclarecimento de como ser mais patriota para ter subsídios”, sustentou.

Ruas difíceis

O deputado lembrou também o facto de já ter organizado muitas manifestações e que “não é qualquer assunto que consegue convencer as pessoas a irem para a rua”.

“Não é fácil pôr 100 pessoas na rua. Nós já conseguimos pôr 20 mil numa mega manifestação contra um projecto de lei que concedia imunidade aos governantes em processos criminais e que concedia pensões de aposentação para uma dúzia de elites de governantes. O projecto foi retirado”, recordou.

Contudo, tendo em conta o tema sensível que é Hong Kong, o deputado da AL destacou o que considera ser uma evidência hoje: “As pessoas vão para a rua são identificadas, são referenciadas, [porque] nós temos câmaras em todos os lados. Pode não ter consequências imediatas, mas ah!, eu garanto que terão retaliações indirectas e directas no médio prazo”.

25 Nov 2019

Subsídios | Associações africanas discriminadas face às portuguesas, diz Pereira Coutinho

[dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho alertou, em entrevista à agência Lusa, para o facto de as associações lusófonas africanas serem discriminadas nos subsídios concedidos pelas autoridades do território, ao contrário do que acontece com as portuguesas. “A comunidade portuguesa está bem porque o Governo de Macau tem olhado com carinho a comunidade, subsidiando a maior parte das actividades organizadas pelas associações”, começou por explicar.

“Só que, aí, também tenho recebido queixas de que alguns são filhos e outros enteados”, ressalvou o deputado. “Há muitas associações de países de língua portuguesa que são tratadas de uma forma desigual porque eles são africanos e os outros são portugueses. Isso tem de ser dito cá fora. Tenho recebido queixas nesse sentido”, reforçou aquele que é também conselheiro das comunidades portuguesas.

Para Pereira Coutinho, “faz falta em Macau o que existe em Hong Kong: por exemplo, um serviço independente que só aceite, por exemplo, queixas por discriminação”. “Como deputado, recebo queixas por discriminação étnica”, afirmou, enumerando casos em que macaenses e portugueses concorrem para a Função Pública, mas que se deparam com provas apenas em chinês.

A entrada de portugueses na Função Pública é praticamente impossível após o estabelecimento da região Administrativa Especial de Macau, assinalou: “a comunidade portuguesa sabe que não tem lugar (…), só entram aqueles que têm relação de amizade ou que caem de pára-quedas e que vêm cá fazer serviços”.
Isto porque, acusou o também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, “hoje em dia para trabalhar na Função Pública é preciso mostrar que se é patriota, caso contrário o cargo pode não estar garantido pelos anos fora”. Se no privado, esclareceu, o cenário é completamente diferente, na Função Pública há uma outra realidade: “Se [o português] tiver cunhas é evidente que toca guitarra. É evidente que continua a funcionar assim”.

25 Nov 2019

AL | Deputados Sulu Sou e Pereira Coutinho apresentam proposta de audição sobre contratos dos autocarros

[dropcap]O[/dropcap]s deputados Sulu Sou e José Pereira Coutinho entregaram na Assembleia Legislativa (AL) uma proposta conjunta de audição relativa à renovação, por apenas 14 meses, dos contratos com as concessionárias dos autocarros públicos. Os deputados pretendem que o Governo esclareça no hemiciclo o teor das negociações e os conteúdos discutidos, bem como quais as partes em que não se atingiu um consenso.

O pedido de audição versa sobre o facto de os contratos terem sido prorrogados por um curto período de tempo. “Será difícil garantir a qualidade e a estabilidade do serviço de autocarros, sendo que as vítimas são os passageiros. Tanto cidadãos como deputados pediram a realização de um concurso público para a concessão do serviço de autocarros, então houve ou não um debate sobre essa questão? Quais são as opiniões apresentadas pelo Governo e pelas duas empresas de autocarros?”, questionam.

José Pereira Coutinho e Sulu Sou pedem que a audição tenha presentes Chui Sai On, Chefe do Executivo, Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, e Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, bem como os responsáveis das empresas de autocarros, entre outros titulares de cargos públicos relacionados com esta matéria. Os dois deputados pediram também que sejam apresentados os documentos relativos às discussões sobre os contratos levadas a cabo nos últimos 15 meses, bem como a documentação relativa aos novos contratos celebrados.

25 Nov 2019

AL | Deputados Sulu Sou e Pereira Coutinho apresentam proposta de audição sobre contratos dos autocarros

[dropcap]O[/dropcap]s deputados Sulu Sou e José Pereira Coutinho entregaram na Assembleia Legislativa (AL) uma proposta conjunta de audição relativa à renovação, por apenas 14 meses, dos contratos com as concessionárias dos autocarros públicos. Os deputados pretendem que o Governo esclareça no hemiciclo o teor das negociações e os conteúdos discutidos, bem como quais as partes em que não se atingiu um consenso.
O pedido de audição versa sobre o facto de os contratos terem sido prorrogados por um curto período de tempo. “Será difícil garantir a qualidade e a estabilidade do serviço de autocarros, sendo que as vítimas são os passageiros. Tanto cidadãos como deputados pediram a realização de um concurso público para a concessão do serviço de autocarros, então houve ou não um debate sobre essa questão? Quais são as opiniões apresentadas pelo Governo e pelas duas empresas de autocarros?”, questionam.
José Pereira Coutinho e Sulu Sou pedem que a audição tenha presentes Chui Sai On, Chefe do Executivo, Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, e Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, bem como os responsáveis das empresas de autocarros, entre outros titulares de cargos públicos relacionados com esta matéria. Os dois deputados pediram também que sejam apresentados os documentos relativos às discussões sobre os contratos levadas a cabo nos últimos 15 meses, bem como a documentação relativa aos novos contratos celebrados.

25 Nov 2019

Bolsa de Nova Iorque mista com Pequim a propor nova reunião com Washington

[dropcap]A[/dropcap] bolsa de Nova Iorque esteve ontem a negociar mista, depois de a China ter dito que quer voltar a encontrar-se com os negociadores norte-americanos, em 28 de novembro, dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Pelas 14:50 em Lisboa, o índice Dow Jones Industrial recuava 0,17% para 27.776,22 pontos, enquanto o Standard & Poor’s subia 0,05% para 3.110,10 pontos. O índice tecnológico Nasdaq, por sua vez, caía 0,14% para 8.518,59 pontos.

A China convidou os negociadores dos Estados Unidos para se reunirem em Pequim, visando ultrapassar o impasse nas negociações entre os dois gigantes económicos, segundo disseram à agência informação financeira Bloomberg fontes próximas do processo.

As mesmas fontes referiram que o vice primeiro ministro da China, Liu He, e o responsável pelas negociações comerciais, alargou o convite ao representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, bem como ao secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, para que estejam nesta nova ronda de negociações.

Os negociadores norte-americanos manifestaram disponibilidade para viajarem até Pequim, disseram as mesmas fontes, mas condicionaram a sua ida a uma declaração clara por parte da China que fará compromissos, nomeadamente, no domínio da proteção dos direitos de propriedade.

Se Donald Trump assinar a legislação que passou no Congresso norte-americano, em que os Estados Unidos manifestam apoio aos protestos em Hong Kong, este ato poderá por em causa as negociações do acordo comercial entre os dois gigantes económicos mundiais.

A influenciar a bolsa de Nova Iorque está hoje ainda, segundo os analistas, está também o facto de a OCDE ter descido ligeiramente a previsão de crescimento da economia mundial para 2,9% em 2020, mantendo, no entanto, a anterior previsão para o ritmo da expansão este ano, e ter alertado que a crise económica está a “entrincheirar-se”.

No relatório com as previsões económicas mundiais divulgado hoje (‘Economic Outlook’), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipa que a economia mundial cresça 2,9% este ano, a mesma previsão constante nas Perspectivas Económicas Intercalares, divulgadas em setembro, e depois do crescimento de 3,5% registado em 2018.

Para 2020, a entidade desceu em uma décima, para 2,9%, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global.

22 Nov 2019

Associação de jornalistas recebe prémio dos Macau Business Awards

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) foi ontem distinguida com o prémio de ouro na categoria de organizações sem fins lucrativos da sétima edição dos Macau Business Awards. Para o presidente da AIPIM, José Carlos Matias, o prémio “surge numa altura de grandes desafios para o jornalismo a nível global e também aqui, na região” e “servirá como incentivo para os desafios futuros”.

“Encaramos esta distinção com humildade e como um reconhecimento aos sócios presentes e passados da AIPIM e ao jornalismo em língua portuguesa e inglesa de Macau em geral”, disse.

Por outro lado, “encoraja e estimula o comprometimento da associação com a defesa da liberdade de imprensa, acesso à informação, transparência, fortalecimento de uma cultura ética e deontológica e um maior envolvimento com a comunidade local”, acrescentou.

Na cerimónia de entrega dos 48 prémios, de ouro e de excelência em 11 categorias, a presidente executiva da Sociedade de Jogos de Macau, Daisy Ho, destacou a importância do reconhecimento dado a “organizações e indivíduos que contribuíram de forma extraordinária para a economia e sociedade” do território.

Este ano, o Grande Prémio de Macau, que cumpriu no passado fim de semana a 66.ª edição, recebeu o prémio de mérito como maior evento desportivo do território, que se disputou pela primeira vez no traçado citadino da Guia, em 1954.

A operadora de casinos Melco Resorts, na categoria de Desempenho Social, o Banco Industrial e Comercial da China (Macau) e a operadora de casinos Galaxy Entertainment Grupo, ex-aequo, na categoria de Responabilidade Social, o Banco da China-Sucursal de Macau, na categoria Marca Mais Valiosa e a Pousada de Coloane Boutique Hotel & Restaurant, na categoria Pequena e Média Empresa foram alguns dos vencedores dos prémios de ouro da edição 2019.

Os Macau Business Awards são organizados pela De Ficção Projetos Multimédia e Charity Association of Macau Business Readers, e atribuídos por um júri de 30 elementos.

22 Nov 2019

Seul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana.

O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul.

De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite.

Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas.

O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

22 Nov 2019

Seul| Kim Jong Un recusa convite para visitar Coreia do Sul

[dropcap]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte recusou ontem um convite de Seul para visitar a Coreia do Sul na próxima semana, noticia a agência de notícias norte-coreana.
O convite a Kim Jong Un, feito pelo chefe de Estado da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tinha como objectivo garantir a presença do líder norte-coreano na cimeira dos países do sudeste asiático, que se realiza na cidade portuária de Busan, Coreia do Sul.
De acordo com fontes oficiais citadas pela KCNA, o líder da Coreia do Norte recebeu a carta pessoal do chefe de Estado sul-coreano no dia 5 de Novembro, mas acabou por rejeitar o convite.
Na notícia sobre a rejeição do convite, a agência oficial da Coreia do Norte comenta as posições considerando que Seul não está a cumprir os acordos estabelecidos entre os dois Estados e que está a ceder às pressões norte-americanas.
O Presidente da Coreia do Sul, que continua a tentar promover mais um encontro ao mais alto nível, já se reuniu três vezes com Kim Jong Un desde 2018, tendo conseguido abrir os canais que permitiram os contactos directos entre o líder norte coreano e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nos últimos meses, Pyongyang tem criticado Seul devido à realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

22 Nov 2019

Festival de Luz | Transferência celebrada com ‘vídeo mapping’ português

[dropcap]O[/dropcap] Festival de Luz em Macau arranca em Dezembro com instalações luminosas, jogos interactivos e espectáculos de ‘vídeo mapping’, um deles criado por uma equipa portuguesa, para celebrar o 20.º aniversário do território.

A quinta edição do festival, que decorre durante todo o mês de Dezembro, tem como tema “À Descoberta da Luz” e vai realizar-se um pouco por toda a cidade, em 15 locais, afirmou ontem em conferência de imprensa a directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes.

Além das instalações luminosas, que vão estar patentes em vários pontos da cidade até às 00:10 do dia 1 de janeiro de 2020, seis equipas de Portugal, Espanha, Japão, Shenzhen e ainda duas equipas locais, “vão realizar espetáculos de ‘vídeo mapping’, subordinados ao tema de celebração do 20.º aniversário da passagem da administração do território de Portugal para a China, nas Ruínas de São Paulo e na Igreja de Seminário de São José, explicou a responsável.

A equipa portuguesa, Ocubo, vai apresentar o seu vídeo mapping “Jornada de Luz de Macau”, entre os dias 1 e 10 de Dezembro, no qual “transportará o público para momentos históricos de Macau, apresentando a cultura oriental e ocidental da cidade, o património mundial, a gastronomia, festividades e eventos diversificados, entre outros aspectos, através duma demonstração colorida e diversificada”, apontaram as autoridades em comunicado.

O orçamento da quinta edição do Festival de Luz em Macau é de 18 milhões de patacas, disse Maria Helena de Senna Fernandes aos jornalistas.

22 Nov 2019

Festival de Luz | Transferência celebrada com ‘vídeo mapping’ português

[dropcap]O[/dropcap] Festival de Luz em Macau arranca em Dezembro com instalações luminosas, jogos interactivos e espectáculos de ‘vídeo mapping’, um deles criado por uma equipa portuguesa, para celebrar o 20.º aniversário do território.
A quinta edição do festival, que decorre durante todo o mês de Dezembro, tem como tema “À Descoberta da Luz” e vai realizar-se um pouco por toda a cidade, em 15 locais, afirmou ontem em conferência de imprensa a directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes.
Além das instalações luminosas, que vão estar patentes em vários pontos da cidade até às 00:10 do dia 1 de janeiro de 2020, seis equipas de Portugal, Espanha, Japão, Shenzhen e ainda duas equipas locais, “vão realizar espetáculos de ‘vídeo mapping’, subordinados ao tema de celebração do 20.º aniversário da passagem da administração do território de Portugal para a China, nas Ruínas de São Paulo e na Igreja de Seminário de São José, explicou a responsável.
A equipa portuguesa, Ocubo, vai apresentar o seu vídeo mapping “Jornada de Luz de Macau”, entre os dias 1 e 10 de Dezembro, no qual “transportará o público para momentos históricos de Macau, apresentando a cultura oriental e ocidental da cidade, o património mundial, a gastronomia, festividades e eventos diversificados, entre outros aspectos, através duma demonstração colorida e diversificada”, apontaram as autoridades em comunicado.
O orçamento da quinta edição do Festival de Luz em Macau é de 18 milhões de patacas, disse Maria Helena de Senna Fernandes aos jornalistas.

22 Nov 2019

Tailândia | Papa apela à protecção de mulheres e crianças

[dropcap]O[/dropcap] Papa apelou ontem para que as mulheres e crianças sejam protegidas da exploração, abuso e escravatura, no início de dois dias de reuniões na Tailândia, onde o tráfico humano e a prostituição forçada alimentam a indústria de turismo sexual.

Francisco pediu acção contra um dos maiores flagelos da região, no início de uma visita de uma semana à Ásia. O Papa elogiou os esforços do governo tailandês para combater o tráfico humano, num discurso proferido no gabinete do primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, mas apelou para um comprometimento maior da comunidade internacional para proteger as mulheres e crianças que são “violadas e expostas a todas as formas de exploração, escravatura, violência e abuso”.

Apelou para formas de “desenraizar este mal e promover formas de restaurar a dignidade”.
“O futuro dos nossos povos está ligado, em larga medida, à forma como garantimos um futuro digno às nossas crianças”, afirmou.

As Nações Unidas consideram a Tailândia um ponto chave no destino do tráfico e também uma fonte de trabalho forçado e de escravos sexuais, traficados dentro e fora do país.

A agência da ONU para a droga e o crime revelou no Verão que o tráfico para exploração sexual representou 79 por cento dos casos de tráfico na Tailândia entre 2014 e 2017. Entre 1.248 vítimas detetadas, 70 por cento eram raparigas menores, de acordo com o documento, que cita dados das autoridades tailandesas.

22 Nov 2019

Tailândia | Papa apela à protecção de mulheres e crianças

[dropcap]O[/dropcap] Papa apelou ontem para que as mulheres e crianças sejam protegidas da exploração, abuso e escravatura, no início de dois dias de reuniões na Tailândia, onde o tráfico humano e a prostituição forçada alimentam a indústria de turismo sexual.
Francisco pediu acção contra um dos maiores flagelos da região, no início de uma visita de uma semana à Ásia. O Papa elogiou os esforços do governo tailandês para combater o tráfico humano, num discurso proferido no gabinete do primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, mas apelou para um comprometimento maior da comunidade internacional para proteger as mulheres e crianças que são “violadas e expostas a todas as formas de exploração, escravatura, violência e abuso”.
Apelou para formas de “desenraizar este mal e promover formas de restaurar a dignidade”.
“O futuro dos nossos povos está ligado, em larga medida, à forma como garantimos um futuro digno às nossas crianças”, afirmou.
As Nações Unidas consideram a Tailândia um ponto chave no destino do tráfico e também uma fonte de trabalho forçado e de escravos sexuais, traficados dentro e fora do país.
A agência da ONU para a droga e o crime revelou no Verão que o tráfico para exploração sexual representou 79 por cento dos casos de tráfico na Tailândia entre 2014 e 2017. Entre 1.248 vítimas detetadas, 70 por cento eram raparigas menores, de acordo com o documento, que cita dados das autoridades tailandesas.

22 Nov 2019

Hong Kong | Tribunal adia a decisão de manter ou suspender lei anti-máscara

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong decidirá mais tarde se suspenderá a sua decisão de declarar inconstitucional a lei anti-máscara do governo após a solicitação da Secretaria de Justiça que argumentou a necessidade de conter a agitação na quinta-feira.

Os juízes do Tribunal de Primeira Instância, Anderson Chow Ka-ming e Godfrey Lam Wan-ho, disseram que tomariam sua decisão – vista como altamente carregada politicamente após a decisão anterior ter fomentado a ira de Pequim – posteriormente, isto depois do Governo tentar manter lei em vigor por enquanto, justificando que está a dar resultados.

A Secretaria de Justiça revelou que o departamento resolveu interpor um recurso mal o tribunal tomou sua decisão sobre a suspensão da lei. Por vezes os tribunais de Hong Kong revêem as suas decisões imediatamente após ouvir os argumentos das partes, mas os dois juízes decidiram levar um tempo para deliberar antes de proferirem a tão esperada decisão.

O acordo para que dois juízes presidam ao caso – em oposição a apenas um, como é habitual – também destaca a importância do assunto em questão.

Os dois juízes disseram que informariam o governo, os 25 parlamentares pró-democracia e o activista “Long Hair” Leung Kwok-hung, que apresentou o caso, quando tiverem decidido.

Na segunda-feira, os dois juízes decidiram que a lei anti-máscara do governo, implementada em outubro pela líder de Hong Kong, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor, havia ido além do necessário para alcançar o objectivo das autoridades de impedir que as pessoas participassem da crescente violentos protestos contra o governo.

Os juízes também determinaram que o uso, por parte de Lam, de uma Portaria de Regulamentação de Emergência da era colonial, invocada por motivos de perigo público, para promulgar a proibição de máscara, inconstitucional.

22 Nov 2019

Hong Kong | Tribunal adia a decisão de manter ou suspender lei anti-máscara

[dropcap]U[/dropcap]m tribunal de Hong Kong decidirá mais tarde se suspenderá a sua decisão de declarar inconstitucional a lei anti-máscara do governo após a solicitação da Secretaria de Justiça que argumentou a necessidade de conter a agitação na quinta-feira.
Os juízes do Tribunal de Primeira Instância, Anderson Chow Ka-ming e Godfrey Lam Wan-ho, disseram que tomariam sua decisão – vista como altamente carregada politicamente após a decisão anterior ter fomentado a ira de Pequim – posteriormente, isto depois do Governo tentar manter lei em vigor por enquanto, justificando que está a dar resultados.
A Secretaria de Justiça revelou que o departamento resolveu interpor um recurso mal o tribunal tomou sua decisão sobre a suspensão da lei. Por vezes os tribunais de Hong Kong revêem as suas decisões imediatamente após ouvir os argumentos das partes, mas os dois juízes decidiram levar um tempo para deliberar antes de proferirem a tão esperada decisão.
O acordo para que dois juízes presidam ao caso – em oposição a apenas um, como é habitual – também destaca a importância do assunto em questão.
Os dois juízes disseram que informariam o governo, os 25 parlamentares pró-democracia e o activista “Long Hair” Leung Kwok-hung, que apresentou o caso, quando tiverem decidido.
Na segunda-feira, os dois juízes decidiram que a lei anti-máscara do governo, implementada em outubro pela líder de Hong Kong, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor, havia ido além do necessário para alcançar o objectivo das autoridades de impedir que as pessoas participassem da crescente violentos protestos contra o governo.
Os juízes também determinaram que o uso, por parte de Lam, de uma Portaria de Regulamentação de Emergência da era colonial, invocada por motivos de perigo público, para promulgar a proibição de máscara, inconstitucional.

22 Nov 2019

MNE | Apoio dos EUA aos protestos é “incentivo a criminosos”

O MNE chinês Wang Yi considerou que objectivo da legislação aprovada pelos EUA é “causar estragos ou até destruir Hong Kong”. “O Congresso dos Estados Unidos promulgou várias leis para interferir nos assuntos internos da China, violando as normas básicas das relações internacionais. Esta é mais uma”, concluiu Wang

 

[dropcap]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, considerou ontem a aprovação pelo Congresso norte-americano de uma lei de apoio à democracia e aos direitos humanos em Hong Kong como um “incentivo a criminosos violentos”. O objectivo deste texto é “causar estragos ou até destruir Hong Kong”, acusou Wang Yi, num comunicado divulgado pelo seu ministério.

O ministro do Exterior da China, Wang Yi, descreveu a aprovação pelo Congresso da legislação dos EUA visando a China como “loucura” que prejudicará o relacionamento entre os dois países.

Em reunião com o ex-secretário de defesa dos EUA William Cohen em Pequim na quinta-feira, Wang disse que essa legislação abalou a confiança mútua entre as duas nações. “No momento, o relacionamento China-EUA atingiu uma encruzilhada crítica”, disse Wang. “Mas lamentamos ver que alguns políticos nos Estados Unidos estão agora a manchar, atacar e difamar a China a um nível próximo da loucura”.
Wang mencionou que a aprovação da legislação enviou um “sinal errado aos criminosos violentos de Hong Kong” e que vai causar danos à cidade.

Além desta legislação, existem dezenas de projectos de lei norte-americanos pendentes que visam combater a China em várias frentes.

“O Congresso dos Estados Unidos promulgou várias leis para interferir nos assuntos internos da China, violando as normas básicas das relações internacionais”, continuou Wang. “Essas práticas envenenaram seriamente a atmosfera das relações sino-americanas e destruíram a confiança mútua que construímos ao longo dos anos”, concluiu.

Trump pode vetar

Também o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou ontem que a China está pronta a “reagir com determinação” e exigiu ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que vete a legislação.

“Nós condenamos e opomo-nos veementemente” a esta iniciativa, que “mina os interesses da China e dos EUA”, na região semiautónoma chinesa, disse Geng Shuang. “Se os EUA continuarem a tomar medidas erradas, a China de certeza tomará fortes contramedidas”, avisou Geng.

Questionado sobre o risco de aquela votação prejudicar as negociações, o porta-voz chinês disse esperar que Washington “trabalhe com o lado chinês para encontrar soluções”.

“Ninguém deve subestimar a determinação da China em salvaguardar a sua soberania nacional, segurança e interesses de desenvolvimento”, apontou Geng.

O Congresso aprovou a resolução com 417 votos a favor e um contra, após a adoção unânime pelo Senado, na terça-feira passada. A votação levou a China a ameaçar com retaliação.

As duas câmaras do Congresso também aprovaram uma medida que prevê a proibição da venda de granadas de gás lacrimogéneo, balas de borracha e outros equipamentos antimotim utilizados pela polícia de Hong Kong para reprimir manifestações.

22 Nov 2019

MNE | Apoio dos EUA aos protestos é “incentivo a criminosos”

O MNE chinês Wang Yi considerou que objectivo da legislação aprovada pelos EUA é “causar estragos ou até destruir Hong Kong”. “O Congresso dos Estados Unidos promulgou várias leis para interferir nos assuntos internos da China, violando as normas básicas das relações internacionais. Esta é mais uma”, concluiu Wang

 
[dropcap]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, considerou ontem a aprovação pelo Congresso norte-americano de uma lei de apoio à democracia e aos direitos humanos em Hong Kong como um “incentivo a criminosos violentos”. O objectivo deste texto é “causar estragos ou até destruir Hong Kong”, acusou Wang Yi, num comunicado divulgado pelo seu ministério.
O ministro do Exterior da China, Wang Yi, descreveu a aprovação pelo Congresso da legislação dos EUA visando a China como “loucura” que prejudicará o relacionamento entre os dois países.
Em reunião com o ex-secretário de defesa dos EUA William Cohen em Pequim na quinta-feira, Wang disse que essa legislação abalou a confiança mútua entre as duas nações. “No momento, o relacionamento China-EUA atingiu uma encruzilhada crítica”, disse Wang. “Mas lamentamos ver que alguns políticos nos Estados Unidos estão agora a manchar, atacar e difamar a China a um nível próximo da loucura”.
Wang mencionou que a aprovação da legislação enviou um “sinal errado aos criminosos violentos de Hong Kong” e que vai causar danos à cidade.
Além desta legislação, existem dezenas de projectos de lei norte-americanos pendentes que visam combater a China em várias frentes.
“O Congresso dos Estados Unidos promulgou várias leis para interferir nos assuntos internos da China, violando as normas básicas das relações internacionais”, continuou Wang. “Essas práticas envenenaram seriamente a atmosfera das relações sino-americanas e destruíram a confiança mútua que construímos ao longo dos anos”, concluiu.

Trump pode vetar

Também o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou ontem que a China está pronta a “reagir com determinação” e exigiu ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que vete a legislação.
“Nós condenamos e opomo-nos veementemente” a esta iniciativa, que “mina os interesses da China e dos EUA”, na região semiautónoma chinesa, disse Geng Shuang. “Se os EUA continuarem a tomar medidas erradas, a China de certeza tomará fortes contramedidas”, avisou Geng.
Questionado sobre o risco de aquela votação prejudicar as negociações, o porta-voz chinês disse esperar que Washington “trabalhe com o lado chinês para encontrar soluções”.
“Ninguém deve subestimar a determinação da China em salvaguardar a sua soberania nacional, segurança e interesses de desenvolvimento”, apontou Geng.
O Congresso aprovou a resolução com 417 votos a favor e um contra, após a adoção unânime pelo Senado, na terça-feira passada. A votação levou a China a ameaçar com retaliação.
As duas câmaras do Congresso também aprovaram uma medida que prevê a proibição da venda de granadas de gás lacrimogéneo, balas de borracha e outros equipamentos antimotim utilizados pela polícia de Hong Kong para reprimir manifestações.

22 Nov 2019

Macau pode ultrapassar os 40 milhões de visitantes este ano

[dropcap]A[/dropcap] responsável pelo turismo de Macau disse ontem que o número de visitantes pode ascender aos 40 milhões em 2019, apesar da diminuição dos turistas internacionais devido à grave crise social e política da cidade vizinha de Hong Kong. “Este ano o número vai ser próximo dos 40 milhões, senão maior que 40 milhões”, disse a directora dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, à margem da conferência de apresentação do Festival de Luz de Macau 2019.

As afirmações da responsável pelo turismo de Macau foram feitas horas antes do Governo ter anunciado que mais de 33,4 milhões de pessoas visitaram Macau nos primeiros 10 meses do ano, um aumento de 15,3 por cento face a igual período do ano passado.

Depois do número recorde em 2018 (35,8 milhões de turistas), Macau prepara-se para atingir a marca ‘redonda’ dos 40 milhões, seis anos antes das previsões governamentais de 2017, patentes no Plano Geral de Desenvolvimento da Indústria do Turismo.

“Estamos muito contentes com o facto de termos muitos visitantes”, reforçou Maria Helena de Senna Fernandes, admitindo que o foco agora é aumentar o número de visitantes internacionais e garantir que o período de permanência dos turistas aumente.

Em Macau, o período médio de permanência dos visitantes é de 1,2 dias e até ao final de Outubro mais de 23,7 milhões, dos mais de 33,4 milhões de turistas que visitaram o território nos 10 primeiros meses do ano, foram provenientes da China continental.

Menos internacionais

Apesar das previsões que dão o número recorde de 40 milhões de visitantes até ao fim do ano, a responsável pelo turismo de Macau admitiu que os turistas internacionais têm diminuído por causa das manifestações pró-democracia em Hong Kong. “Este ano diminuímos os visitantes internacionais por causa dos recentes acontecimentos perto de nós”, afirmou.

Para o ano, para combater esta diminuição de turistas internacionais, o objectivo passa por trabalhar com as cidades vizinhas e desenvolver novos produtos turísticos, de forma a atenuar “a dependência dos turistas da China continental e de Hong Kong”, adiantou.

Quanto à possibilidade de uma taxa turística no território, Maria Helena de Senna Fernandes disse que o relatório, a ser apresentado ao Governo, “está quase completo”. “Temos feito muitas comparações com o que as outras cidades estão a fazer para atacar o problema da gestão do excesso de turistas”, salientou, acrescentando que as autoridades estão atentas às indicações da Organização Mundial do Turismo (OMT) sobre esta matéria. “Vamos apresentar o relatório ao Governo para decidirem”, concluiu.

22 Nov 2019

Economia | Agências de rating estimam recuperação económica em 2020

A Moody’s prevê uma recessão de 2 por cento este ano, alertando que o risco de o abrandamento económico previsto na China pode levar à diminuição do número de turistas. Já a Standard & Poor’s reviu em baixa a previsão de receitas brutas do jogo este ano para entre -2 e 2 por cento, esperando uma recuperação para até 5 por cento em 2020

 

[dropcap]E[/dropcap]speramos que o PIB real de Macau contraia 2 por cento em 2019, recuperando para um crescimento de 3 por cento em 2020, já que o efeito negativo da redução do investimento público se irá desvanecer no próximo ano”, escrevem os analistas da Moody’s numa referência a 2020.

Numa nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, a Moody’s aponta que “os riscos desta previsão são negativos, já que os turistas da China representam cerca de dois terços de todas as chegadas de visitantes, e o abrandamento no crescimento económico da China para além das nossas estimativas vai influenciar o número de turistas e as receitas do jogo e exportações de serviços, no geral”.

Na primeira metade deste ano a economia de Macau enfrentou uma recessão de 2,5 por cento, que se seguiu a um crescimento de 2 por cento nos primeiros seis meses de 2018 face ao período homólogo, devido “à redução do investimento público e privado e à descida das receitas do jogo VIP, motivados pela redução do crescimento da economia chinesa”.

A conclusão da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau levou a uma queda abrupta dos níveis de investimento, “e os operadores de jogo parecem estar a cortar nos investimentos já que as licenças expiram em 2022”, acrescenta a Moody’s.

Apesar disto, as exportações de serviços e o consumo privado continuaram a expandir-se e a chegada de turistas manteve-se robusta, “apesar dos protestos em Hong Kong, possivelmente porque a ponte liga directamente o aeroporto de Hong Kong a Macau, permitindo aos visitantes da China chegarem directamente a Macau através de Zhuhai”.

A estabilidade

Na análise à economia de Macau, a Moody’s, que atribui uma nota de A3 com Perspectiva de Evolução Estável, diz que o perfil de crédito do território é sustentado pela ausência de dívida pública e por grandes almofadas fiscais que dão a esta região uma “significativa capacidade” de contrariar choques futuros. “Sendo uma economia pequena e concentrada, o crescimento do PIB de Macau permanece volátil”, mas os analistas notam, ainda assim, que “havendo mais progressos na diversificação para actividades não relacionadas com o jogo isso vai, com o tempo, sustentar um crescimento do PIB mais estável”.

A indústria do jogo é responsável por mais de 80 por cento das receitas do Governo, que deverá terminar o ano com um excedente orçamental de 12,5 por cento, e com reservas suficientes para sustentar sete anos de despesa pública. O novo chefe do Governo, Ho Iat Seng, deverá “manter as principais opções políticas e continuar a focar-se na diversificação económica a longo prazo, para além do jogo VIP, promovendo o jogo de massas e o turismo não relacionado com esta actividade”, concluem os analistas.

Padrão de riqueza

A agência de notação financeira Standard & Poor’s reviu ontem em baixa a previsão de receitas brutas do jogo em Macau este ano para entre -2 e 2 por cento, esperando uma recuperação até 5 por cento em 2020.
“Prevemos que as receitas brutas do jogo em Macau vão recuperar ligeiramente em 2020 para um crescimento entre 0 e 5 por cento, de um patamar que vai dos -2 a 2 por cento este ano, abaixo das nossas estimativas anteriores, que apontavam para um crescimento entre 0 e 4 por cento em 2019”, escrevem os analistas da S&P.

Numa nota enviada aos clientes sobre a evolução do jogo a nível mundial, e a que a Lusa teve acesso, explica-se que esta previsão de crescimento para 2020 é alicerçada no jogo do segmento médio e baixo, “que pode compensar a contínua fraqueza e volatilidade dos jogadores de alto nível”, ou jogadores VIP, como são normalmente designados. “Também acreditamos que a vontade do Governo chinês de limitar a saída de fundos para o jogo em Macau pode igualmente prejudicar o crescimento”, acrescentam. Na nota, os analistas escrevem que Macau não deverá ser negativamente influenciada pela onda de violência que se vive em Hong Kong. “Não esperamos que os protestos em Hong Kong tenham um impacto significativo nas receitas brutas do jogo, uma vez que Macau atrai apenas um número limitado de clientes de Hong Kong e assenta principalmente em visitantes da China continental”, argumentam os analistas.

Nas previsões para 2020, a S&P estima que o crescimento das receitas do jogo VIP fique num intervalo entre os -5 e os 5 por cento: “Ao contrário dos jogadores em massa, os clientes VIP são mais afectados pelo sentimento macroeconómico na China e, até certo ponto, pela competição na Ásia”.

Por outro lado, concluem, o jogo mais popular “assenta na classe média crescente chinesa, e em melhoramentos nos transportes e nas infra-estruturas que melhoram a acessibilidade de Macau para os chineses”, e daí a previsão de um abrandamento para um crescimento entre 4 e 6 por cento, que compara com a expansão de 15 a 20 por cento que se deve registar este ano.

Dependência do norte

A agência de notação financeira Fitch Ratings considera que o turismo de jogo em Macau está a passar por um forte abrandamento, mas isso não afecta o perfil de crédito do território, o único sem dívida pública. “O sector do jogo está a passar por um suave abrandamento, apesar de o número de turistas ser ainda robusto; as receitas do jogo até Julho caíram cerca de 1 por cento face aos primeiros sete meses de 2018, o que compara com um crescimento de 14 por cento no total do ano passado”, lê-se na mais recente análise da agência de ‘rating’ ao território.

No relatório, os analistas escrevem que o ‘rating’ de Macau, avaliado em duplo A, bem confortável na escala de investimento, “está sedeado nas finanças públicas e externas excepcionalmente fortes e no compromisso com a prudência orçamental em tempos de abrandamento das receitas do jogo e de choques negativos nas receitas”.

Entre os factores que mais afectam a avaliação da qualidade do crédito de Macau está a China, não só pela exposição dos bancos ao país, mas também devido á dependência da volatilidade da evolução do PIB, à concentração da economia no setor do jogo e turismo vindos do gigante asiático. “Qualquer mudança inesperada que limite a capacidade de os turistas do continente viajarem para Macau ou que termine o monopólio do jogo na China pode ser negativo para o perfil de crédito do território, alerta a Fitch.

22 Nov 2019

Economia | Agências de rating estimam recuperação económica em 2020

A Moody’s prevê uma recessão de 2 por cento este ano, alertando que o risco de o abrandamento económico previsto na China pode levar à diminuição do número de turistas. Já a Standard & Poor’s reviu em baixa a previsão de receitas brutas do jogo este ano para entre -2 e 2 por cento, esperando uma recuperação para até 5 por cento em 2020

 
[dropcap]E[/dropcap]speramos que o PIB real de Macau contraia 2 por cento em 2019, recuperando para um crescimento de 3 por cento em 2020, já que o efeito negativo da redução do investimento público se irá desvanecer no próximo ano”, escrevem os analistas da Moody’s numa referência a 2020.
Numa nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, a Moody’s aponta que “os riscos desta previsão são negativos, já que os turistas da China representam cerca de dois terços de todas as chegadas de visitantes, e o abrandamento no crescimento económico da China para além das nossas estimativas vai influenciar o número de turistas e as receitas do jogo e exportações de serviços, no geral”.
Na primeira metade deste ano a economia de Macau enfrentou uma recessão de 2,5 por cento, que se seguiu a um crescimento de 2 por cento nos primeiros seis meses de 2018 face ao período homólogo, devido “à redução do investimento público e privado e à descida das receitas do jogo VIP, motivados pela redução do crescimento da economia chinesa”.
A conclusão da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau levou a uma queda abrupta dos níveis de investimento, “e os operadores de jogo parecem estar a cortar nos investimentos já que as licenças expiram em 2022”, acrescenta a Moody’s.
Apesar disto, as exportações de serviços e o consumo privado continuaram a expandir-se e a chegada de turistas manteve-se robusta, “apesar dos protestos em Hong Kong, possivelmente porque a ponte liga directamente o aeroporto de Hong Kong a Macau, permitindo aos visitantes da China chegarem directamente a Macau através de Zhuhai”.

A estabilidade

Na análise à economia de Macau, a Moody’s, que atribui uma nota de A3 com Perspectiva de Evolução Estável, diz que o perfil de crédito do território é sustentado pela ausência de dívida pública e por grandes almofadas fiscais que dão a esta região uma “significativa capacidade” de contrariar choques futuros. “Sendo uma economia pequena e concentrada, o crescimento do PIB de Macau permanece volátil”, mas os analistas notam, ainda assim, que “havendo mais progressos na diversificação para actividades não relacionadas com o jogo isso vai, com o tempo, sustentar um crescimento do PIB mais estável”.
A indústria do jogo é responsável por mais de 80 por cento das receitas do Governo, que deverá terminar o ano com um excedente orçamental de 12,5 por cento, e com reservas suficientes para sustentar sete anos de despesa pública. O novo chefe do Governo, Ho Iat Seng, deverá “manter as principais opções políticas e continuar a focar-se na diversificação económica a longo prazo, para além do jogo VIP, promovendo o jogo de massas e o turismo não relacionado com esta actividade”, concluem os analistas.

Padrão de riqueza

A agência de notação financeira Standard & Poor’s reviu ontem em baixa a previsão de receitas brutas do jogo em Macau este ano para entre -2 e 2 por cento, esperando uma recuperação até 5 por cento em 2020.
“Prevemos que as receitas brutas do jogo em Macau vão recuperar ligeiramente em 2020 para um crescimento entre 0 e 5 por cento, de um patamar que vai dos -2 a 2 por cento este ano, abaixo das nossas estimativas anteriores, que apontavam para um crescimento entre 0 e 4 por cento em 2019”, escrevem os analistas da S&P.
Numa nota enviada aos clientes sobre a evolução do jogo a nível mundial, e a que a Lusa teve acesso, explica-se que esta previsão de crescimento para 2020 é alicerçada no jogo do segmento médio e baixo, “que pode compensar a contínua fraqueza e volatilidade dos jogadores de alto nível”, ou jogadores VIP, como são normalmente designados. “Também acreditamos que a vontade do Governo chinês de limitar a saída de fundos para o jogo em Macau pode igualmente prejudicar o crescimento”, acrescentam. Na nota, os analistas escrevem que Macau não deverá ser negativamente influenciada pela onda de violência que se vive em Hong Kong. “Não esperamos que os protestos em Hong Kong tenham um impacto significativo nas receitas brutas do jogo, uma vez que Macau atrai apenas um número limitado de clientes de Hong Kong e assenta principalmente em visitantes da China continental”, argumentam os analistas.
Nas previsões para 2020, a S&P estima que o crescimento das receitas do jogo VIP fique num intervalo entre os -5 e os 5 por cento: “Ao contrário dos jogadores em massa, os clientes VIP são mais afectados pelo sentimento macroeconómico na China e, até certo ponto, pela competição na Ásia”.
Por outro lado, concluem, o jogo mais popular “assenta na classe média crescente chinesa, e em melhoramentos nos transportes e nas infra-estruturas que melhoram a acessibilidade de Macau para os chineses”, e daí a previsão de um abrandamento para um crescimento entre 4 e 6 por cento, que compara com a expansão de 15 a 20 por cento que se deve registar este ano.

Dependência do norte

A agência de notação financeira Fitch Ratings considera que o turismo de jogo em Macau está a passar por um forte abrandamento, mas isso não afecta o perfil de crédito do território, o único sem dívida pública. “O sector do jogo está a passar por um suave abrandamento, apesar de o número de turistas ser ainda robusto; as receitas do jogo até Julho caíram cerca de 1 por cento face aos primeiros sete meses de 2018, o que compara com um crescimento de 14 por cento no total do ano passado”, lê-se na mais recente análise da agência de ‘rating’ ao território.
No relatório, os analistas escrevem que o ‘rating’ de Macau, avaliado em duplo A, bem confortável na escala de investimento, “está sedeado nas finanças públicas e externas excepcionalmente fortes e no compromisso com a prudência orçamental em tempos de abrandamento das receitas do jogo e de choques negativos nas receitas”.
Entre os factores que mais afectam a avaliação da qualidade do crédito de Macau está a China, não só pela exposição dos bancos ao país, mas também devido á dependência da volatilidade da evolução do PIB, à concentração da economia no setor do jogo e turismo vindos do gigante asiático. “Qualquer mudança inesperada que limite a capacidade de os turistas do continente viajarem para Macau ou que termine o monopólio do jogo na China pode ser negativo para o perfil de crédito do território, alerta a Fitch.

22 Nov 2019