Hoje Macau DesportoEuro 2020 | Grupo B fecha hoje Após a conclusão do Grupo A, é a vez do Grupo B. Num Euro que parece correr como o vento, é hora de colocar os pontos nos is e perceber quem vai passar à fase seguinte. No segundo grupo da competição está a Bélgica, a nova “favorita” a precisar de juntar o seu talentoso grupo de jogadores a troféus de primeira instância. Mas pelo caminho há uma Dinamarca motivada, uma Finlândia com garra e uma Rússia capaz de dificultar a vida a qualquer equipa Por Martim Silva Não há elogios suficientes para a selecção da Bélgica, dotada de um talento de outro mundo. Os diabos vermelhos têm a melhor geração de jogadores de que há memória. Apenas 5 dos 26 jogadores convocados por Roberto Martínez jogam fora dos 5 principais campeonatos da Europa. Em todas as facetas do desporto-rei, jogar contra a Bélgica parece injusto e complexo. A capacidade de jogo é tremenda, havendo poucas nações capazes de a derrotar. Com a ascensão de um conjunto de jogadores que está capacitado para ombrear com Alemanha, França, Itália, Espanha e outros, os seus adversários de grupo podem, e devem, tomar todos os cuidados necessários. Mas o Grupo B do Euro 2020 é talvez o mais resiliente. Começando com a Dinamarca. A equipa nórdica parece adversa à desistência. Mesmo depois do colapso repentino de Christian Eriksen, os dinamarqueses deram uma resposta com cabeça, mãos e pés. Apesar da derrota por 2-1 contra os belgas, a Dinamarca foi competente e competitiva até ao apito final. De hoje para amanhã (00:00) os dinamarqueses vão defrontar a Rússia, outra selecção convicta da sua competência. Os pupilos do seleccionador da Dinamarca, Kasper Hjulmand, completarão os três jogos em Copenhaga, trazendo desta maneira uma ligeira vantagem para o confronto frente à equipa treinada por Stanislav Cherchesov. A Rússia demonstrou muito mais na vitória frente à Finlândia (1-0) do que tinha mostrado quando foi goleada frente à Bélgica (3-0), estando a chave desse triunfo nos pés de Aleksey Miranchuk, médio da Atalanta, que além de marcar o golo da vitória fez uma exibição de encher o olho. Do lado dinamarquês desponta Yussuf Poulsen. Frente à Bélgica, o avançado do RB Leipzig foi uma dor de cabeça para a defesa liderada por Jan Vertonghen, tendo marcado o primeiro e único golo da Dinamarca neste Euro. Pierre-Emile Højbjerg, médio do Tottenham, coroou um bom desempenho com a assistência para o golo nórdico. Há ainda Simon Kjær e Martin Braithwaite na equipa de Hjulmand, jogadores com habilidade suficiente para vencer uma partida. Do lado russo, os desempenhos de Miranchuk, Aleksandr Golovin e Igor Diveev frente aos finlandeses pintam um ataque robusto e solidez defensiva. Os treinadores de ambas as equipas, acreditam que a chave da vitória está na capacidade de trabalho. Para Cherchesov, o factor casa dos dinamarqueses não incomoda. “Este vai ser o nosso primeiro jogo fora em dois torneios seguidos e sem os nossos adeptos. No entanto, isso não é um problema. Não usámos a palavra ‘problema’ nos últimos cinco anos. É apenas uma contingência e sabemos como lidar com ela.”. Já o seleccionador da Dinamarca acredita na dificuldade da tarefa pela frente. “Aconteça o que acontecer, vamos tentar ganhar o jogo. Vai ser um duelo incrivelmente difícil frente à Rússia. Eles têm uma boa equipa. Não temos de forçar nada.” rematou o seleccionador da Dinamarca. Produto do talento A Finlândia tem pela frente jogadores como Romelu Lukaku, Eden Hazard e o regressado Kevin De Bruyne, que no jogo frente à Dinamarca marcou e fez uma assistência, trunfos que vai tentar contrariar com a vontade de disfrutar o último jogo da fase de grupos. “Criámos mais contra a Rússia, mas o último passe ainda não foi o ideal. Precisamos de melhorar este aspecto. Os jogadores estão bem-dispostos e faremos tudo para tirar proveito do último jogo da fase de grupos. Todos conhecemos a qualidade da selecção belga e estamos bem cientes de que vamos ter uma tarefa difícil.” sublinhou o seleccionador da Finlândia, Markku Kanerva. Do lado da equipa orientada por Roberto Martínez a conquista do Grupo B é um objectivo mínimo, com as ambições dos belgas a estar na conquista do troféu de campeão europeu devido à aglomeração de tantos jogadores acima da média. Com o favoritismo em mente, a Bélgica não deverá olhar para o jogo com a Finlândia como um mero amigável. O objectivo belga passa por assegurar a conquista do grupo o mais depressa possível para o foco se alargar para a final, onde uma equipa como a Bélgica pertence. As contas que vão definir o Grupo D É no Grupo D do Euro 2020 que reside a maior esperança futebolística. A selecção de Inglaterra, com todo o aparelho mediático desportivo implícito, tem a distinta tarefa de validar todos os elogios direccionados à equipa de Gareth Southgate. Luka Modrić, médio croata, já tinha deixado claro estes sentimentos quando referiu que a arrogância dos ingleses provinha dos seus jornalistas e comentadores, inflacionando as capacidades colectivas e individuais das tropas de Sua Majestade. A equipa de Southgate não tem estado ao melhor nível e jogadores como Jack Grealish têm ficado de fora do onze inicial. O jogador do Aston Villa em apenas 20 minutos de jogo contra a Escócia sofreu quatro faltas – o recorde de maior número de faltas sofridas por um suplente num Euro pertence a Éder, que frente a França em 2016 sofreu cinco. O nível exibicional tem sido fraco e não há jogadores a destacar-se. O empate contra a Escócia (0-0) com poucas oportunidades de golo deu azo à urgência inglesa de acabar com esta fase menos positiva. Pela frente está a República Checa que tem no seu plantel um dos melhores marcadores do torneio, Patrik Schick. Os checos têm uma selecção que gira à volta do atacante do Bayer Leverkusen, muito devido à sua qualidade e características físicas notáveis. Além de Schick há jogadores como Tomáš Souček e Vladimir Coufal, ambos representam o West Ham e trazem para a equipa uma dinâmica mais combativa e defensiva. O jogo será apitado pelo português Artur Soares Dias. Na outra partida do Grupo D, defrontam-se Escócia e Croácia. Modrić tem carregado a selecção de Zlatko Dalić nas suas costas, não se esperando nada de diferente frente a uma selecção escocesa que com bola não é perigosa e sem ela tem algumas limitações. Itália sai invicta da fase de grupos Entre as características mais vezes apontadas a Itália, a organização defensiva está no topo. Esta tradição faz parte da presente equipa, orientada por Roberto Mancini. Com o triunfo frente ao País de Gales (1-0), os azzurri igualaram o recorde da selecção italiana de Vittorio Pozzo entre 1935 e 1939 quando estiveram 30 jogos sem qualquer derrota. Para Mancini e os seus pupilos, a chave tem sido o incansável meio-campo e a capacidade atacante de Domenico Berardi, Lorenzo Insigne e Leonardo Spinazzola mas é na defesa que está a resposta para tanto triunfo. Além da marca histórica de jogos sem perder, a Itália segue para os oitavos de final do Euro 2020. A vitória sobre o País de Gales foi clara e evidente, apesar de alguns sustos pelo caminho, nomeadamente, o falhanço de Gareth Bale em frente à baliza de Gianluigi Donnarumma, por volta do minuto 75. Mas a chave esteve sempre na defesa com Leonardo Bonucci a ser um maestro de passes progressivos. O central da Juventus iniciou várias ligações ofensivas desde trás, ajudando Marco Verratti, que se estreou oficialmente no Euro, Jorginho e Matteo Pessina. O médio da Atalanta, que fez o único golo do encontro aos 39 minutos após passe de Verratti, fez um pouco de todo dentro de campo. Atacou a profundidade, movimentou-se como um avançado e funcionou como um ala. Depois da humilhação de não se qualificar para o Mundial de 2018, a Itália assume cada vez mais o papel de candidato a vencer o Euro 2020. No outro jogo do Grupo A, a Suíça derrotou a Turquia por 3-1. Os golos helvéticos foram marcados por Xherdan Shaqiri (2) e Haris Seferović. O único tento turco da competição foi marcado por Irfan Kahveci. A Suíça fica com 4 pontos, tendo a possibilidade de passar à próxima fase, se estiver entre os quatro melhores terceiros classificados.
Hoje Macau Manchete SociedadeSondagem | 37,7% da população hesitante ou negativa em relação à vacina contra a covid-19 Uma sondagem da Universidade de Macau revelou que 37,7% dos inquiridos estão hesitantes ou negativos em relação à vacina contra a covid-19 no território que tem uma taxa de vacinação reduzida apesar dos vários incentivos dados pelas autoridades. Segundo o inquérito realizado por investigadores do Instituto de Ciências Médicas Chinesas (ICMS), referente a Maio de 2021 e divulgado hoje, entre aqueles que não têm planos de sair de Macau, 49,5% estão hesitantes ou negativos quanto à vacina e “cerca de 35% dos inquiridos estão preocupados com a possibilidade de ocorrerem reacções adversas graves após a vacinação”. A conclusão dos investigadores, feita através de 552 questionários válidos, é de que as preocupações sobre reações adversas graves após a vacinação e o facto das pessoas confiarem em fontes de informação que estão na internet são os fatores negativos para a não vacinação. Por outro lado, “o aumento da conveniência da vacinação, a promoção da responsabilidade social e a existência de incentivos adequados são factores positivos que influenciam a intenção de receber a vacina”, lê-se no comunicado. Com estes resultados, os investigadores propõem quatro recomendações: “otimizar a conveniência da vacinação, aumentando a capacidade, acessibilidade, e mobilidade dos locais de vacinação (…) fomentar parcerias com organizações apropriadas para divulgar informação sobre vacinação ao público através da utilização de múltiplos canais (…) envolver profissionais de saúde para fornecer proactivamente informação científica sobre vacinação ao público para dissipar dúvidas e rumores (…) encorajar o público a identificar objectivamente o risco e os benefícios de ser vacinado, a fim de tomar medidas preventivas de forma atempada e assumir responsabilidade social”. O programa de vacinação começou em 9 de Fevereiro, é gratuito, os residentes podem escolher entre duas vacinas, não faltam doses disponíveis, contudo, os resultados têm sido muito pouco animadores e até o Governo já admitiu que Macau pode ficar numa “situação embaraçosa”. Com uma população composta por cerca de 700.000 pessoas, desde o início da campanha de vacinação foram vacinadas 291.995 pessoas, tendo 118.266 tomado a primeira dose e apenas 87.506 as duas, segundo os últimos dados oficiais. Macau tem capacidade para inocular mais de 8.000 pessoas diariamente. Desde o final de Maio, e para contrariar a inação dos residentes, os casinos de Macau prometeram dinheiro, dias de férias extra e sorteios para quem se vacinar. Uma das operadoras de jogo, a Melco, avançou mesmo com uma campanha ‘milionária para a qual destinou 16 milhões de patacas e que contempla a organização de seminários, pagar mil patacas a cada funcionário “plenamente vacinado” e promover ainda sorteios que podem valer seis prémios de um milhão de patacas. Estes incentivos coincidiram com o surgimento de casos na província vizinha chinesa de Guangdong, de onde provem a maioria de turistas para Macau e parte substancial da força de trabalho de Macau. Guangdong detetou dezenas de infeções locais desde 21 de maio, situação que levou as autoridades locais a impor, esta semana, restrições à circulação interna de pessoas, ao ditar que quem quiser sair da província deve fazer um teste à covid-19, e a isolar bairros inteiros. Macau identificou até agora 53 casos de covid-19, mas não registou qualquer morte desde o início da pandemia. Nenhum profissional de saúde foi infetado e não foi detetado qualquer surto comunitário.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | José Ramos-Horta critica abstenção de Timor-Leste em voto na ONU O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta considerou hoje “totalmente incompreensível” que Timor-Leste se tenha abstido numa resolução da Assembleia Geral da ONU que condena o golpe militar em Myanmar e pede o embargo de armas ao país. “Imagina a vergonha, a tristeza que sinto com isto. É totalmente incompreensível”, disse à Lusa Ramos-Horta, referindo-se à resolução aprovada com 119 votos a favor, a abstenção de 36 países (entre eles Timor-Leste) e um voto contra da Bielorrússia. “Um golpe militar, matança de civis, bombardeamento de helicóptero de populações civis, matanças com ‘snipers’ de jovens, e Timor-Leste abstém-se? A propósito de quê?, questionou. Numa publicação que fez na sua página no Facebook, José Ramos-Horta considera a votação de Timor-Leste “um voto de vergonha”, pedindo desculpa “ao povo de Myanmar” e a “kyal Sin, o jovem de 19 anos morto a 03 de março de 2021 em manifestações pacificas em Mandalay”. À Lusa, José Ramos-Horta sublinha que Timor-Leste ficou “isolado” dos seus principais parceiros, notando que “toda a CPLP e vários países da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático], incluindo Indonésia, Malásia, Singapura” apoiaram a resolução. “Eu procurei saber, junto do primeiro-ministro, e o primeiro-ministro não foi consultado. Soube que o PR não foi consultado. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros não foi consultado. A decisão foi feita pela ministra, com dois ou três elementos do MNE”, frisou. Até ao momento, e apesar de várias tentativas, não foi possível à Lusa obter um comentário da ministra dos Negócios Estrangeiros timorense, Adaljiza Magno. O também ex-chefe da diplomacia timorense disse que a resolução é um texto “politicamente sensível” e que resultou de amplas negociações com a ASEAN, com a União Europeia e com os Estados Unidos. “Nessas circunstâncias, em qualquer país minimamente organizado, a MNE faria um ‘briefing’ honesto ao primeiro-ministro e ao Presidente da República. Nada disso aconteceu e Timor-Leste ficou isolado na CPLP, na ASEAN e em geral na ONU”, disse. Ramos-Horta disse que a ministra deveria ter procurado consultas com a ASEAN, a CPLP e outros sobre a tendência de voto, acertando a posição de Timor-Leste sobre o texto. “Em tenros de diplomacia internacional, Timor-Leste está numa situação de inatividade. E esta votação na AG isolou Timor-Leste ainda mais”, considerou. “A MNE não tem experiência e tem assessores responsáveis da adesão de Timor-Leste à ASEAN, que aconselharam a ministra neste sentido, mesmo quando vários países da ASEAN votaram a favor. Só revela a miséria do estado atual da nossa diplomacia”, considerou. Aprovada no final da semana passada, a resolução mostra ampla oposição à junta militar e exige a restauração da transição democrática no país. A resolução foi o resultado de longas negociações por um denominado Grupo Central, incluindo a União Europeia e muitas nações ocidentais, e a Associação de Nações do Sudeste Asiático, que inclui Myanmar. Um diplomata da ONU disse que havia um acordo com a ASEAN para um consenso, mas na votação os seus membros dividiram-se, com alguns, incluindo a Indonésia e Vietname, a votar “sim” e outros, incluindo Tailândia e Laos, a optarem pela abstenção. A resolução não obteve o apoio esmagador que os seus apoiantes desejavam, mas a ação da Assembleia Geral da ONU, embora não seja legalmente vinculativa, reflete a condenação internacional do golpe de fevereiro que tirou o partido de Aung San Suu Kyi do poder, colocando-a na prisão, tal como muitos líderes do governo e políticos. Em meados de maio, uma primeira tentativa de fazer aprovar um texto abortou, tendo os países ocidentais preferido ter tempo para negociar com os membros da ASEAN, para obter a maior adesão possível a um texto de resolução. Na altura, o projeto previa “uma suspensão imediata do fornecimento, da venda ou da transferência direta e indireta de todas as armas, munições e outros equipamentos militares a Myanmar”. O novo texto, obtido pela agência noticiosa francesa AFP, é mais vago, exigindo que “seja impedido o afluxo de armas” a Myanmar. Numa carta recente à ONU, o embaixador birmanês junto das Nações Unidas, Kyaw Moe Tun, expulso após o golpe de Estado de fevereiro, mas ainda em funções, exigiu a tomada de “medidas eficazes” contra a junta, unindo a sua voz à de várias organizações não-governamentais em favor da imposição de um embargo às armas para autoridades birmanesas. Entre outros aspetos, o texto, copatrocinado por mais de 50 Estados, solicita ainda o acordo da junta para uma visita ao terreno da enviada da ONU Christine Schraner Burgener e acesso humanitário sem entraves a todo o país. Mais de 860 civis foram mortos em Myanmar desde a tomada do poder pelos militares, em 01 de fevereiro, segundo a ONU e a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP).
Hoje Macau DesportoMédio brasileiro Paulinho deixa o Guangzhou FC por não poder entrar na China O futebolista brasileiro José Paulo Bezerra, conhecido como Paulinho, anunciou hoje a sua saída do clube chinês Guangzhou FC, face à impossibilidade de voltar à China, que encerrou as fronteiras, como medida de prevenção contra a covid-19. Na sua conta oficial no Instagram, o médio, que jogou também no Barcelona e Tottenham, afirmou que se trata de uma “despedida precoce”, mas que, “infelizmente, a pandemia alterou profundamente a dinâmica mundial”. “Devido à pandemia, eu e o clube pensamos ser melhor chegar a um acordo. Então, o meu ciclo como jogador do Guangzhou termina aqui”, explicou Paulinho, numa mensagem filmada. O futebolista relembrou a passagem pelo Guangzhou FC – anteriormente conhecido como Guangzhou Evergrande -, com o qual disputou 172 jogos, marcou 74 golos e conquistou oito títulos. A imprensa chinesa referiu a tristeza dos adeptos do clube, mas apontou que também é um “grande alívio financeiro” para o Guangzhou FC, após as últimas regras aprovadas pela Associação Chinesa de Futebol, que estipulam em 600 milhões de yuan o orçamento máximo do clube. Paulinho, de 33 anos, junta-se assim ao seu compatriota Talisca, que deixou o Guangzhou FC no mês passado e foi contratado pelo Saudi Al-Nassr. O jogador está por enquanto sem clube. Os primeiros casos do novo coronavírus foram detetados pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, em dezembro passado, mas, com exceção de surtos esporádicos e localizados, a vida regressou ao normal no país asiático. Perante a propagação da doença por todo o mundo, a China praticamente fechou as fronteiras, em 26 de março de 2020, permitindo a entrada de estrangeiros no país só em casos considerados essenciais.
Hoje Macau China / ÁsiaRetomado voo entre Portugal e a China após duas semanas de suspensão A ligação aérea entre Portugal e a China foi retomada este fim de semana após ter estado suspensa por duas semanas, por terem sido detectados sete casos de covid-19, em Maio, num voo oriundo de Lisboa. Fonte da companhia aérea Beijing Capital Airlines confirmou à agência Lusa que o voo foi retomado, após ter cumprido o período de suspensão, imposto pela Administração de Aviação Civil da China. O voo entre Lisboa e a cidade de Xi’an, no centro da China, esteve suspenso entre 31 de Maio e 19 de Junho. A operação foi retomada com a frequência de um voo por semana, revelou a mesma fonte. O país asiático, onde a covid-19 surgiu em Dezembro de 2019, foi o primeiro a conter o surto, pelo que passou a temer uma ressurgência devido aos casos oriundos do exterior, sobretudo chineses que tentam regressar ao país. As autoridades chinesas reduziram as ligações aéreas com o exterior, no final de Março do ano passado, à medida que o novo coronavírus se alastrou pelo mundo. A Beijing Capital Airlines retomou, no final de Agosto passado, o voo entre Portugal e a China.
Hoje Macau DesportoEuro 2020 | Selecção portuguesa goleada em Munique Bastava sair da ilusão do passado lusitano para perceber a ingenuidade de Portugal. A Alemanha estava debilitada, vinha de um jogo menos conseguido frente à França e parecia presa fácil para as tropas de Fernando Santos. Mesmo com todos os défices, a Mannschaft dominou e goleou o campeão europeu em título por 4-2. Sem grande surpresa, devido ao desempenho luso, a presença da selecção das quinas pode ter os dias contados Por Martim Silva Há uma certa bênção no início, quando tudo o que faz parte do jogo é um presente. A paixão é pura e o futuro é limpo. O caminho é claro. Mas todos sabemos que isto nem sempre acontece. O jogo contra a Hungria trouxe todo um percurso ideal, que visto de fora não tinha como correr mal. Uma vitória clara sobre um não candidato promoveu exaltações desnecessárias e Coca-Colas a menos. Foi com este espírito que Portugal foi a jogo contra a campeã mundial de 2014, no segundo encontro a contar para o Grupo F do Euro 2020. Os alemães riram-se perante a atitude portuguesa de equipa pequena. Foi assim quase o jogo todo. A Alemanha com bola e Portugal sem ela. Não se demorou muito a perceber que esta nova versão germânica não foi a mesma que defrontou os gauleses. O adversário era diferente, também. Portugal não se compara com a França. Perante tanta bola e perigo do adversário, a equipa orientada por Fernando Santos após um contra-ataque bem trabalhado conseguiu colocar-se em vantagem no marcador. Logo aos 15 minutos de jogo e após passe de Bernardo Silva a isolar Diogo Jota, o avançado do Liverpool recebe de peito e assiste para o golo de Cristiano Ronaldo. O caminho parecia claro, a estrelinha do seleccionador português voltava a brilhar. Mas cada conquista portuguesa é seguida de desastre e de Adamastores. Com aquilo que Portugal tinha feito no primeiro quarto de hora da partida, o resultado parecia injusto. No futebol não há certezas e nem sempre ganha quem se espera. Contudo, quem trabalha e se sente confortável na adversidade é capaz de mundos e fundos. No meio da incompetência portuguesa de não conseguir retirar o esférico ao adversário, os alemães marcaram dois golos em 4 minutos, ambos auto-golos: um de Rúben Dias aos 35 minutos e outro de Raphaël Guerreiro aos 39 minutos. A ingenuidade conquistada após o triunfo sobre a Hungria, desaparecia. Já não existiam mais bengalas para apoiar as costas decrépitas da selecção das quinas. A nação portuguesa perdia fé e os alemães continuavam hirtos, confiantes e sem medo dos pontos fortes do campeão europeu de 2016. O onze inicial e as dinâmicas ofensivas portuguesas foram iguais às do jogo frente à Hungria. Bruno Fernandes continuava distante da bola, Bernardo Silva colado à direita e Cristiano Ronaldo livre em todo o campo. Danilo Pereira e William Carvalho foram titulares, novamente, jogando um ao lado do outro. Não se conhece nenhuma equipa do topo europeu que jogue com dois trincos puros como titulares e tenha sucesso. Mas Fernando Santos vê um jogo completamente diferente. Seguindo o mesmo guião da primeira parte, Portugal continuou idêntico na segunda. A única luz da selecção das quinas apareceu com a entrada de Renato Sanches após o intervalo. O médio do Lille deu capacidade de progressão com bola e solidez defensiva nos duelos. Mas o futebol é um desporto colectivo. Sem bola e a ver os alemães a trocá-la, Portugal procurava o jogo directo, não estando capacitado para fazer três passes certos. Por volta dos 51 minutos, Kai Havertz marca o terceiro golo germânico. Robin Gosens fez o quarto tento alemão 9 minutos depois. Diogo Jota marcou o segundo golo lusitano aos 67 minutos após assistência de Ronaldo. Esquecer o passado No fim da partida, e ainda dentro do calor do jogo, Fernando Santos apelidou a Alemanha como “uma das melhores equipas do mundo” não admitindo fazer alterações no jogo derradeiro frente à França. “Vamos ter de olhar para o jogo e falar com os jogadores. Eles tentaram. Agora é limpar a cabeça que temos um jogo muito importante com França. Quero é seguir em frente (…). Querer a lua como já queríamos para este jogo é um bocadinho perigoso para os meus jogadores”. Para o seleccionador português, a pressão deitada em cima das costas dos seus jogadores é infundada e desnecessária. Para Fernando Santos, o caminho é este. Portugal foi campeão europeu e vencedor da Liga das Nações desta maneira. Porquê duvidar? Mas o treinador português parece não entender o elementar. Um campeão tem sempre pressão e só a consegue pôr de lado quando se comportar como tal. O jogo de Portugal contra a Alemanha mostrou uma equipa sem rumo ou ideias para fazer mais do que aquilo que fez. Conquistar um Euro desta maneira, só indo a Meca. França evita susto com empate – Gauleses estiveram a perder frente à Hungria Talvez com algum excesso de confiança à mistura, a selecção francesa entrou em campo com a certeza da conquista dos três pontos. Com os húngaros a não mostrarem muito frente a Portugal, as favas pareciam contadas. Apesar do favoritismo francês, a Hungria continuava com solidez defensiva, já o tinha mostrado no jogo anterior, e a criar mais perigo do que se esperava. Sendo o adversário um autêntico osso duro de roer, a França acartou a tarefa de construir o jogo, ter a posse de bola e tentar encostar a Hungria às cordas. Os campeões mundiais não foram regulares neste momento do jogo. Quando tiveram a iniciativa da partida, não deixaram fluir o seu talento natural. A bola tardava a ir de um lado para o outro, os três médios Adrien Rabiot, Paul Pogba e N’Golo Kanté pouca influência exerceram dentro de campo. Com capacidade suficiente para ganhar o jogo, faltou engenho. A Hungria, porém, castigou a passividade da França, chegando ao golo aos 46 minutos. O 1-0 para os húngaros chega com um remate do defesa Attila Fiola que ficou isolado frente a Hugo Lloris, guarda-redes francês, depois de um belo passe do seu compatriota Roland Sallai. Os franceses iam para intervalo com um sabor amargo na boca. A segunda parte trouxe mais algum desperdício francês em frente da baliza. Na primeira parte, a baliza do guardião da Hungria, Peter Gulascsi, já tinha sido incomodada. Aos 58 minutos de jogo, Ousmane Dembélé, que entrou para substituir Rabiot, rematou ao poste após uma bela jogada individual. Mas aos 66 minutos, a França evitou um mal maior. Após sucessivos erros da defesa húngara, Griezmann marca o golo francês. Com este empate, a última jornada deste Grupo F é cada vez mais crucial. Paulo Sousa complica contas espanholas A missão parecia quase idêntica. Com a Polónia a perder com a Eslováquia e a Suécia a arrancar um nulo frente à Espanha, o palco estava montado para polacos e espanhóis deixarem de remar contra a maré. Em jogo que colocou frente a frente Paulo Sousa e Luis Enrique, foi Robert Lewandowski quem mandou em campo. O embate entre ambos foi jogado em Sevilha e desencadeou-se como qualquer jogo com toque de nuestros hermanos. Muita bola e agressividade na recuperação da mesma, tendo por base as tabelas curtas e possível ataque à profundidade com variações de flancos para apanhar os polacos em desvantagem numérica. Apesar de várias oportunidades espanholas, a Polónia conseguiu criar mais perigo que a Suécia criou no jogo anterior, muito devido a Lewandowski, o avançado do Bayern de Munique. Com as limitações da exibição do craque polaco no jogo frente à Eslováquia, não havia maior palco para mostrar a qualidade de um dos possíveis nomeados para a Bola de Ouro deste ano. Com o golo espanhol marcado por Álvaro Morata aos 25 minutos, a segunda parte não parecia prometedora para o conjunto orientado pelo ex-internacional português. Mas da cabeça de Lewandowski saiu o golo polaco, marcado aos 54 minutos. A Polónia foi capaz de criar ainda mais perigo e tendo em conta o típico domínio espanhol, o resultado foi justo. Os principais elogios à exibição de Lewandowski e à capacidade mental polaca, vieram do próprio Paulo Sousa. “A nossa mentalidade foi o ponto chave. Estamos a tentar mudar isso, para sermos mais ambiciosos no nosso jogo e isso foi algo que se viu na segunda parte. (…) Ao ter um líder como o Robert, que luta por todas as bolas e consegue ganhá-las, que leva pancada de todos, que liga com todos os colegas, a marcar, a cruzar, que está em todo o lado. A energia e determinação dele foram cruciais, porque o jogo pedia isso mesmo.” rematou o seleccionador da Polónia.
Hoje Macau SociedadeInquérito | Mais de 50% de trabalhadores com quebra de rendimentos De acordo com um estudo feito pela Federação das Associações dos Operários (FAOM), os rendimentos de cerca de metade dos trabalhadores locais diminuíram em comparação com o período anterior à pandemia, noticiou o departamento chinês da TDM – Rádio Macau. Nas indústrias de convenções e exposições, transporte, manufactura, jogo e turismo, as quedas das receitas foram superiores a 50 por cento. O mesmo se verificou-se com hotéis, restaurantes e construção. O inquérito foi realizado pela FAOM e a Sociedade de Economia, em Março deste ano. Foram questionadas 6.730 pessoas empregadas com mais de 16 anos. Mais de 60 por cento dos inquiridos responderam estar preocupados com a manutenção dos seus trabalhos. Uma proporção idêntica dos participantes considerou que falta estipular a prioridade para contratação de residentes. Assim, a FAOM recomenda ao Governo que inclua termos para o emprego preferencial de residentes nos contratos para projectos de construção pública.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Número de visitantes sobe 9% em Maio Macau recebeu em maio 866.063 visitantes, mais 9 por cento que no mês anterior e mais 5.268 por cento em termos anuais, anunciaram as autoridades. De acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no mês passado chegaram a Macau 473.808 turistas e 392.255 excursionistas. A maioria era oriunda do interior da China (795.389), tendo 336.314 visitantes vistos individuais, cuja emissão, suspensa desde o início da pandemia, foi retomada em meados de Agosto do ano passado. Mais de 429 mil visitantes eram oriundos das nove cidades do Delta do Rio das Pérolas da Grande Baía, sendo quase metade destes (46,7 por cento) provenientes da cidade vizinha de Zhuhai. De Hong Kong chegaram 64.265 visitantes e de Taiwan 6.363, segundo a nota. As restrições às viagens, instauradas para combater a pandemia de covid-19, tiveram impacto igualmente na diminuição do número de visitantes chegados de avião, com apenas 75.244 pessoas a entrarem no território por via aérea e 26.272 por via marítima. A esmagadora maioria das entradas fizeram-se por via terrestre (764.547). Entre Janeiro e Maio chegaram a Macau 3.399.310 visitantes, mais 4,7 por cento que no período homólogo do ano passado. O número de turistas aumentou 20 por cento no mesmo período.
Hoje Macau Grande Plano MancheteCovid-19 | Europa sugeriu levantar restrições a Macau, mas RAEM mantém política O Conselho da União Europeia sugeriu o levantamento gradual de restrições a Macau no âmbito do controlo da propagação da pandemia, mas pediu reciprocidade. As autoridades locais não foram na “cantiga”, e reiteraram que continuam a considerar o espaço europeu como uma zona de alto risco. Relativamente ao 53.º caso confirmado de covid-19, as autoridades adiantaram que o paciente omitiu ter estado na Índia entre Fevereiro e Maio Ainda não é desta que as restrições fronteiriças entre Macau e a Europa vão ser aliviadas. Na passada sexta-feira, o Conselho da União Europeia (UE) acrescentou os Estados Unidos à lista de países e territórios cujos cidadãos podem fazer viagens não-essenciais para território comunitário e anunciou a possibilidade de levantar gradualmente as restrições a Macau, no âmbito das medidas anti-covid-19. Segundo um comunicado, o Conselho, ao abrigo da revisão periódica da lista de países e territórios cujos cidadãos têm luz verde para entrar na UE, foram acrescentados os Estados Unidos da América, a Macedónia do Norte, a Sérvia, a Albânia, o Líbano e Taiwan. Foi ainda decidido o levantamento gradual das restrições imposta às regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, mantendo-se o princípio da proporcionalidade para a China, ou seja, só serão autorizadas viagens não essenciais da China para a UE quando Pequim permitir também viagens de lazer de cidadãos comunitários. O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 da RAEM, Tai Wa Hou, sublinhou que de acordo com “a política actual de entrada em Macau com excepção das regiões de baixo risco do Interior da China, todos os países, incluindo os da União Europeia, ainda são considerados como áreas de alto risco”. Ou seja, a entrada de estrangeiros em Macau continua a não ser permitida, “mantendo-se esta política inalterada”. Tai Wa Hou acrescentou que “presentemente, não há condições para negociar com outros países isenção parcial das medidas de restrições à entrada, após a vacinação, pelo que é aplicável a todos os estrangeiros as medidas e exigências de controlo sanitário para a entrada em Macau”. Trocado por miúdos, a obrigação de quarentena mantém-se. Vacinas contam A lista de países e territórios cujos cidadãos têm luz verde para entrar no espaço europeu já incluía Austrália, Israel, Japão, Nova Zelândia, Ruanda, Coreia do Sul, Tailândia e Singapura. Os residentes de Andorra, Mónaco, São Marino e Vaticano devem ser considerados como residentes da UE para efeitos da presente recomendação. Recorde-se que devido à pandemia da covid-19, a UE fechou as suas fronteiras externas em Março de 2020 a viagens não essenciais. Entretanto, foi elaborada uma lista restrita, revista a cada duas semanas e actualizada quando se justifica, dos países terceiros cujos residentes são autorizados a viajar para a UE, com base em critérios epidemiológicos, testes realizados, e agora tendo também em conta a campanha de vacinação. Em 20 de Maio, o Conselho adoptou uma recomendação de alteração para responder às campanhas de vacinação em curso, introduzindo certas derrogações para as pessoas vacinadas e flexibilizando os critérios de levantamento das restrições para os países terceiros. Ao mesmo tempo, as alterações têm em conta os possíveis riscos colocados pelas novas variantes, estabelecendo um mecanismo de travagem de emergência para reagir rapidamente ao aparecimento de uma mutação preocupante num país terceiro. Último caso O 53.º caso confirmado de covid-19, que entrou em Macau na passada quinta-feira, terá omitido o facto de ter trabalhado na Índia entre Fevereiro e Maio deste ano. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus afirmou ontem que, “inicialmente, o paciente admitiu que apenas tinha estado a trabalhar no Vietname entre Outubro de 2020 e Janeiro de 2021. Mas, depois de ter sido questionado, de forma repetida, acabou por afirmar que tinha trabalho na Índia entre Fevereiro e Maio de 2021”. Apesar de o teste realizado em Maio em Taiwan ter dado negativo, aquando da entrada em Macau, o paciente apresentava “sintomas respiratórios ligeiros, como corrimento nasal, entre outros”. As autoridades de saúde lamentaram o facto de o paciente não ter prestado informação verdadeira sobre o seu historial de viagens ao entrar em Macau e reiteraram as consequências legais de violar a lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis. “As pessoas infectadas, suspeitas de terem contraído ou em risco de contraírem doença transmissível têm o dever de prestar as informações necessárias sobre o seu estado de saúde, os locais onde estiveram ou os contactos que mantiveram”, alertas as autoridades. Quem não cumprir a lei, “propagar doença contagiosa, e criar deste modo perigo para a vida ou perigo grave para a integridade física de outrem, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.” O centro de coordenação afirmou mesmo que “o paciente não levou a sério a ameaça à segurança da saúde pública e à vida de terceiros”. Vacinas a caminho Na passada sexta-feira chegaram a Macau as previstas 10 mil doses de vacinas de mRNA da BioNTech e o coordenador do plano de vacinação anunciou que no outro lote chegará até ao fim do mês. No entanto, “a quantidade concreta e a data específica de entrega estão por acordar”, afirmou Tai Wa Hou. No cômputo geral, até às 16h de sexta-feira (os dados mais recentes até ao fecho da edição), havia sido administradas 279.931 vacinas a um total de 196.744 pessoas. Até à tarde de sexta-feira, apenas 84.461 pessoas completaram as duas doses, o que corresponde a uma taxa de vacinação de 12,37 por cento. Uma questão de residência O Certificado Digital da Covid-19 da União Europeia começa a poder ser usado a 1 de Julho. O objectivo é permitir a circulação de cidadãos do bloco comunitário sem restrições associadas à pandemia, se estiverem vacinados, nos Estados-Membros e alguns outros países, como a Suíça. Portugal definiu que a emissão do certificado pode ser solicitada por cidadãos nacionais e estrangeiros, mas precisam de ter residência em Portugal e ser titulares do número de utente do Serviço Nacional de Saúde. “Questão distinta será saber que decisão será tomada, em termos de mobilidade, sobre a utilização destes certificados por Portugal: quais as medidas que serão dispensadas em função dos certificados, que vacinas, que informação necessária, que prazos. Os trabalhos estão em curso, em linha com as recomendações da UE sobre circulação interna e para a UE. Teremos de aguardar por novos desenvolvimentos”, respondeu o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong ao HM. Negado rumor O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus alerta que, ao contrário do que circulou nas redes sociais, não está em Macau uma pessoa infectada com covid-19 proveniente de Cantão. “Está a ser veiculada na rede social uma notícia que alude a informações de que um novo paciente diagnosticado com covid-19, proveniente da cidade de Cantão (Guangzhou), tinha entrado em Macau. Esta situação não corresponde à verdade”, pode ler-se na nota emitida na sexta-feira. O Centro explica ainda que existe um mecanismo de cooperação com Cantão e que, “caso ocorra alguma situação epidémica, as informações serão disponibilizadas de forma imediata”. É também feito um apelo para que não sejam divulgadas ou criadas informações falsas, “pois estas podem causar confusão e pânico no seio da sociedade”, além de serem actos que podem ser “alvo de responsabilização criminal”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China ultrapassa as 1.000 milhões de doses de vacina administradas O Ministério da Saúde da China garantiu este domingo ter ultrapassado a administração de 1.000 milhões de doses de vacina contra a covid-19, sem adiantar, contudo, qual o número de pessoas já vacinadas com as duas doses. O número de doses injectadas representa mais de um terço do total em todo o mundo, que ultrapassou na sexta-feira os 2.500 milhões de vacinações, segundo uma contagem feita pela agência noticiosa France-Presse (AFP), com base em fontes oficiais. Inicialmente, as autoridades sanitárias chinesas não se apressaram com a vacinação, já que o vírus foi virtualmente erradicado do país por mais de um ano, graças a quarentenas obrigatórias, exames massivos ou aplicativos de controle móvel de viagens. A falta de dados inicialmente disponíveis sobre vacinas chinesas e os escândalos anteriores de doses adulteradas na China também ajudaram a refrear a campanha de vacinação. No entanto, o Governo e as empresas adotaram uma abordagem mais pró-activa, pressionando fortemente os residentes e os funcionários para se vacinarem, enfatizando a solidariedade nacional e o seu dever como cidadãos. Às vezes, as autoridades também oferecem ‘vouchers’ para incentivar a vacinação. O surgimento nas últimas semanas de alguns casos locais na densamente povoada província de Guangdong também serviu como um lembrete diante do risco de uma retoma da epidemia. No total, já foram administradas 1.010 milhões de doses, segundo o Ministério da Saúde chinês, que reportou também hoje que foram detetados nas últimas 24 horas mais 23 novos casos de covid-19, todos importados, que foram imediatamente postos em quarentena, sem contacto com o resto da população. A China espera imunizar pelo menos 70% de sua população até o final do ano, ou cerca de um 1.000 milhões de pessoas. Quatro vacinas, todas chinesas, estão atualmente autorizadas: a do laboratório privado Sinovac, duas da gigante pública Sinopharm e uma da farmacêutica CanSino Biologics. A vacina da empresa alemã BioNTech também poderá receber “luz verde” nos próximos meses, principalmente graças a um acordo com um parceiro local. Nos últimos 13 meses, segundo os dados oficiais chineses, apenas foram contabilizadas duas mortes associadas à covid-19 na China Lojas, restaurantes e bares reabriram na primavera de 2020 e a opinião pública está geralmente muito satisfeita com a gestão da crise pelo governo. A mesma entidade adiantou que o número total atual de casos ativos é de 510, entre os quais 18 em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.587 casos da doença e 4.636 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Filipinas adquirem 40 milhões de vacinas da Pfizer O Governo das Filipinas assinou um acordo para adquirir 40 milhões de doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, a sua maior compra de vacinas até domingo, informaram fontes oficiais. O responsável pela gestão das vacinas no país, Carlito Gálvez, assegurou em comunicado que as doses vão começar a chegar em agosto e explicou que a aquisição só foi possível graças à quebra na procura “por muitos países grandes e ricos”. “A maioria (desses países) já adquiriu vacinas mais do que suficientes para sua população e já vacinou muitos dos seus cidadãos. Isso permitiu que o fabricante se comprometesse connosco para a entrega”, acrescentou Gálvez. Com o acordo, as Filipinas garantem o fornecimento de 113 milhões de doses de vacinas, entre as quais 26 milhões da chinesa Sinovac, 20 milhões da americana Moderna, 17 milhões da anglo-sueca AstraZeneca e 10 milhões da russa Sputnik. As Filipinas esperam obter também 44 milhões de doses através do Covax, o mecanismo acionado pela Organização Mundial de Saúde para os países com menores recursos. As Filipinas iniciaram na semana passada um programa para vacinar 33 milhões de pessoas que trabalham foram de casa e continuam a vacinar trabalhadores de setores prioritários, como a saúde, e idosos, com o objetivo de alcançar a imunidade de grupo este ano. As Filipinas foram um dos países mais afetados pela pandemia no sudeste asiático, com mais de 1,3 milhões de casos confirmados e 23.621 mortes por covid-19 até agora. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.853.859 mortos no mundo, resultantes de mais de 177,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaAeroporto em Shenzhen cancela voos após caso positivo de covid-19 O aeroporto de Shenzhen cancelou centenas de voos e aumentou, hoje, o controlo, depois de um funcionário de um restaurante ter testado positivo para a variante delta do coronavírus. Em comunicado publicado na conta oficial na rede social WeChat, o aeroporto informou que, para entrarem no espaço, as pessoas devem apresentar um teste negativo, realizado nas últimas 48 horas. De acordo com a informação, as restrições entraram em vigor às 13:00 e as passagens serão totalmente reembolsadas. Segundo as autoridades locais de saúde, o caso foi detectado na quinta-feira, numa pessoa de 21 anos, no âmbito da testagem de rotina a trabalhadores do aeroporto. De acordo com o ‘site’ VariFlight, foram cancelados quase 400 voos na sexta-feira, assim como dezenas de voos programados para hoje. Shenzhen acolhe grandes empresas asiáticas de tecnologia como a Huawei e a Tencent. A China registou 30 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, seis deles por contágio local na província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. A mesma entidade adiantou que o número total de casos activos é de 503, entre os quais 21 em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.564 casos da doença e 4.636 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Nave chinesa com três astronautas acopla na nova estação espacial O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, enviou, ontem, ao Governo Popular Central, uma mensagem de felicitações a congratular o sucesso do lançamento da nave espacial tripulada Shenzhou-12. «Foi com enorme alegria que tomámos conhecimento do lançamento bem-sucedido da nave espacial Shenzhou-12. Eu, em nome do Governo da Região Administrativa Especial de Macau, endereço os maiores votos de felicitações, pela indústria espacial da nossa pátria que regista novo auge, no âmbito da engenharia espacial tripulada, concretizando a primeira missão de voo espacial tripulado durante a construção da estação espacial, que abre uma nova era da estação espacial da China, bem como aos três astronautas e a todos os investigadores científicos”, pode ler-se na mensagem enviada por Ho Iat Seng. A nave espacial chinesa que partiu ao início do dia de ontem com uma tripulação de três pessoas já acoplou na nova estação espacial da China, para uma missão de três meses, noticia a imprensa estatal chinesa. A nave Shenzhou-12 acoplou no módulo residencial da estação espacial Tianhe cerca de seis horas após ter descolado. A tripulação chinesa vai realizar experiências científicas, trabalhos de manutenção, caminhadas espaciais e preparar a instalação de dois módulos adicionais. “Perante isso, os compatriotas de Macau, como o povo do país inteiro, sentem-se bastante encorajados e entusiasmados por esta experiência espacial e o seu resultado! O Governo da Região Administrativa Especial de Macau e toda a população continuarão a apoiar com todo o empenho o desenvolvimento da indústria nacional do voo espacial tripulado, contribuindo devidamente para a prosperidade e fortalecimento da pátria e para a construção de um país forte no âmbito aeroespacial. Uma vez mais, desejamos que a tecnologia aeroespacial do nosso país e os nossos astronautas obtenham resultados mais frutíferos», acrescenta Ho Iat Seng na mensagem do Governo da RAEM. A crescer Embora a China admita que chegou tarde à corrida das estações espaciais, o país assegura que as suas instalações são de ponta e podem durar mais que a Estação Espacial Internacional, que está a chegar ao fim do seu período útil. O lançamento de ontem também relança o programa espacial tripulado da China após um hiato de cinco anos. Com a tripulação de ontem, a China aumenta para 14 o número de astronautas que lançou para o espaço, desde que alcançou o feito pela primeira vez, em 2003, tornando-se o terceiro país a fazê-lo, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos. À medida que a economia chinesa começou a ganhar força, no início dos anos 1990, a China formulou um plano para a exploração espacial, que executou numa cadência constante e cautelosa. Na quarta-feira, o director-assistente da Agência Espacial Tripulada da China, Ji Qiming, disse aos jornalistas, no centro de lançamento de Jiuquan, que a construção e operação da estação espacial elevarão as tecnologias da China e “acumularão experiências úteis para todas as pessoas”. O programa espacial é parte de um esforço geral para colocar a China no caminho para missões ainda mais ambiciosas e fornecer oportunidades de cooperação com a Rússia e outros países, principalmente europeus, juntamente com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral. O programa espacial da China tem sido grande fonte de orgulho nacional, ilustrando a ascensão desde a pobreza até se tornar segunda maior economia do mundo, nas últimas quatro décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaEstaleiro de Dalian constrói maior plataforma petrolífera do mundo O estaleiro chinês Dalian Shipbuilding Industry Corporation (DSIC) anunciou o assentamento da quilha da maior plataforma de exploração de petróleo ‘offshore’ do mundo, encomendada pela petrolífera estatal brasileira Petrobras. Após o assentamento, marcado por uma cerimónia realizada na terça-feira num estaleiro em Dalian, no norte da China, a plataforma FPSO-8 será transferida para as docas, onde irão decorrer os restantes trabalhos, avançou num comunicado a subsidiária da construtora estatal China State Shipbuilding. A plataforma, também conhecida por Bacalhau, será instalada em Búzios, no litoral da Bacia de Santos, litoral dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde estão as maiores reservas já descobertas a grande profundidade, abaixo da camada de sal do subsolo marinho. A Petrobras tinha entregado o contrato de construção da plataforma a um consórcio formado pela petrolífera estatal norueguesa Equinor e à construtora japonesa Mitsui Ocean Development & Engineering. A Equinor disse em Outubro de 2020 que a plataforma deverá começar a produzir em 2024. Esta será a maior plataforma de exploração de petróleo ‘offshore’ já construída no mundo, com um comprimento de quase 340 metros, permitindo a extração em simultâneo de crude e de gás natural, avançou o DSIC. Búzios a bombar A Petrobras anunciou na sexta-feira a assinatura de um contrato no valor de 2,3 mil milhões de dólares para a aquisição de uma outra plataforma de exploração de petróleo ‘offshore’. A plataforma P-79, com capacidade de extração de 180 mil barris de óleo e 7,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, deverá ser entregue em 2025 e será a oitava a ser instalada em Búzios. O campo de Búzios conta actualmente com quatro plataformas, que respondem por quase 20 por cento dos quase 2,2 milhões de barris de petróleo que a Petrobras produz por dia. O plano estratégico da Petrobras prevê a instalação de 12 plataformas nesta área até 2030, quando a sua produção pode chegar a 2 milhões de barris por dia.
Hoje Macau EventosArquitectura | Exposição sobre Bienal de Veneza inaugurada hoje É hoje inaugurada, nas Casas Museu da Taipa, às 18h30, a exposição sobre a presença de Macau na Bienal de Arquitectura de Veneza, intitulada “17.ª Exposição Internacional de Arquitectura, La Biennale di Venezia – Trabalhos do Evento Colateral Macau China”. Esta exposição tem curadoria do arquitecto Carlos Marreiros e dos arquitectos e urbanistas Chan Ka Tat, Che Chi Hong, Ho Ting Fong e Lao Man Si. A mostra é composta por quatro obras intituladas “Via de Acesso”, “Conectividade de um ponto a outro”, “Verticalização de Fronteiras – a Colisão de Dois Sistemas Urbanos Diferentes” e “Coexistência”, as quais “interpretam a arquitectura, os terras, a memória colectiva e a vida urbana a partir de múltiplas perspectivas”. A mostra está também patente em Veneza, Itália, tendo sido inaugurada no passado dia 22 de Maio. Em Macau, a exposição está aberta ao público até ao dia 24 de Setembro na Galeria de Exposições e Casa de Nostalgia das Casas da Taipa.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasTentativas de dessemantização da língua e de vocalização da escrita – Aude Locatelli Tradução de Emanuel Cameira Para Mallarmé, que pedia que «não puséssemos Música ao pé dos seus versos», a poesia é, na essência, a própria Música: «não é das sonoridades elementares dos metais, cordas, madeiras, mas, sem dúvida, do ápice da palavra intelectual, que a Música, em toda a sua plenitude e evidência, enquanto conjunto das relações existentes em tudo, deve resultar.» Se é inadequado, segundo essa perspectiva, falar de «musicalização» da linguagem poética, podemos dizer que toda uma parte da poesia experimental se empenhou, à sua maneira, em retomar o seu «contributo» para a música, valorizando a dimensão fónica da linguagem. A este respeito, J.-M. Gleize distingue dois pólos, não deixando de especificar que a polarização «admite todas as práticas intemédias»: por um lado, um «pólo a-semântico ou infra-semântico: poesia fonética (sons, onomatopeias), talvez ruidosa» e, por outro, um «pólo semântico: um texto numa “língua” classificada ou não, mas cujo significado parcial (porventura o essencial, em certos casos) depende da sua realização acústica através da activação dos parâmetros musicais da linguagem falada (timbre, potência, tempo…), com ou sem adjuvantes técnicos (microfones, amplificadores, gravadores, vídeos, etc…)». Ao primeiro pólo correspondem diversas tentativas de dessemantização da língua: a poesia fonética (H. Ball, K. Schwitters) e o movimento letrista de I. Isou são dois exemplos de experimentações que levam assim a uma saturação sonora da escrita, que se transforma numa «música» onomatopaica. Isou usa precisamente, para os seus poemas, indicações de tempo (andante, allegro, lento…), de silêncio (uma pausa de um segundo), de tom (tom selvagem, rouco, patético…). Como destaca F. Escal, «a primazia dada ao aspecto sonoro do texto confere então à língua o mesmo funcionamento simbólico (o simbólico é o que resiste à “degradação” em signos ou em imagens) da música: o seu sentido, não formulável, é a sua forma». O facto de esta música ser capaz de integrar todos os tipos de sons, incluindo os não fonéticos (inspiração, expiração, respiração ofegante, espirro, estalido de língua, crepitação, escarro…) aproxima-nos, segundo ele, do segundo pólo, que nasce de um desejo de vocalizar a escrita. Essa preocupação com a vocalização é ainda mais significativa nas diferentes formas de poesia sonora, se se pensar nos «poemas para gritar e dançar» do precursor P.-A. Birot, nas «permutações» de B. Gysin, nos «grito-ritmos» de F. Dufrêne, nos «audio-poemas» de H. Chopin, na «poesia-acção» de B. Heidsieck ou nos poemas elementares de J. Blaine. A poesia sonora, que nem sempre se empenha no processo de dessemantização da linguagem, mesmo se perde muitas vezes as suas referências semânticas, aspira, antes de mais, à vocalização do poema. B. Heidsieck, que opta por uma «propulsão directa» da poesia durante as leituras públicas e que mobiliza recursos electro-acústicos para multiplicar a sua voz e criar, a partir dela, efeitos de polifonia, afirma que o dever do poeta sonoro é o de «ARRANCAR o texto da página, [de] o descolar do papel, desse suporte que carrega o peso de tantos séculos, para o projectar para uma audiência no momento certo e ao vivo». O poema também não é concebido como um simples objecto sonoro mas como um facto que envolve todo o corpo. Neste sentido, tomando em consideração o corpo e a violênca que pode ser detectada na palavra poética viva, junta-se à poesia sonora (pense-se na vociferação do texto poético a que se presta, por exemplo, J. Blaine) alguém como A. Artaud, proferindo, após mais de vinte anos de censura, o seu poema radiofónico intitulado «Para acabar [de vez] com o juízo de Deus». A problemática da vocalização da escrita convida, por outro lado, a sublinhar a influência do blues, contraparte profana dos espirituais negros que M. Yourcenar se esforçou por traduzir, sobre a literatura americana do século XX, e em particular sobre os poetas da geração beat, conforme testemunha o carácter sincopado dos Mexico City Blues de Kerouac. Se temos criticado o carácter arbitrário dos paralelismos estabelecidos por C. Elsen, «para quem o jazz está para a música o que a poesia está para a literatura e que associa Ellington a Verlaine, Miles a Milosz e Monte a Péret», ou por P.-L. Rossi, que faz corresponder «Monte a Ponge, Parker a Mallarmé, o movimento bop ao movimento dada, o scat ao letrismo, Coltrane a Artaud, Ellington a Reverdy, Mingus a Michaux, O. Coleman a A. Césaire, Rollins a Tzara, a improvisação do jazz à escrita automática», existem muitas relações efectivas entre o jazz e a poesia, de que são prova não só os poemas inspirados pelo jazz, como a recolha Carte noire, de F. Valorbe, mas também experiências poético-musicais originais: por exemplo, quando J. Cocteau, em 1929, recita poemas da sua colectânea Opéra acompanhado pela orquestra de jazz de D. Parrish, ou quando, em 1937, P. Reverdy grava com o trompetista P. Brun e o guitarrista D. Reinhardt um poema intitulado «Fonds secrets». Tradução de: Locatelli, Aude, Littérature et Musique au XXe siècle, Paris, Presses Universitaires de France, 2001, pp. 96-99.
Hoje Macau EventosCasa Garden | Exposição de Ernest Wong inaugura este sábado A galeria principal da Casa Garden recebe, a partir deste sábado e até ao dia 20 de Agosto, a exposição “Em Algum Lugar Ainda Selvagem”, de Ernest Wong Weng Cheong, e que se insere nas celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. A mostra inclui seis instalações e quatro fotos que espelham “um mundo selvagem surreal”. Segundo palavras do próprio artista, citadas por uma nota da Fundação Oriente, o público poderá ver trabalhos onde “‘criaturas’ parecidas com ovelhas abandonaram a sua necessidade básica de sobrevivência e que se afastaram da superfície terrestre sem quaisquer reservas”. Estas “criaturas”, à medida que as suas pernas cresciam, “apartavam-se da erva que sustentava a sua vida” e, mesmo enfrentando a fome, “os seus genes não permitem mais que se curvem”. Desta forma, e conforme explicou Ernest Wong, estas “criaturas” continuam a crescer e são capazes de observar tudo o que se passa no mundo. “Apesar da vulnerabilidade da sua posição, não têm predadores neste lugar selvagem. Ironicamente, ao abandonarem a proximidade ao chão e à erva que as alimentava, estes seres podem-se ter tornado o seu único inimigo natural. Por isso, neste mundo selvagem, ao olhar a superfície terrestre, poder-se-á observar o epitáfio final destas criaturas escrito no seu sangue”, adiantou o artista. Ernest Wong estudou no Reino Unido, no London Goldsmith College of Art, de onde regressou “silencioso como antes, realmente como aquelas ovelhas longilíneas do seu país surreal”, descreve James Wong, coordenador da mostra. Desta forma, com esta exposição, “tudo se reflecte a partir do interior”. “Solitário, o resto do mundo provavelmente seria indiferente ao que se apresenta nesta exposição”, descreve James Wong, que não é mais do que “uma onda calma pairando sob o céu cinza, algumas casas de estacas altas à beira da água, que espelha o rebanho de ovelhas vagueando pelas encostas relvadas do vale do rio, poucas imagens de vida, duas aparições vivas”.
Hoje Macau DesportoEuro 2020 | Selecção lusa defronta Alemanha no primeiro teste de fogo Há rivalidades históricas que fazem o coração luso bater mais rápido. Seja contra Inglaterra, França ou Alemanha, o orgulho português torna-se gigante e imbatível. Em termos práticos, os confrontos contra os alemães são como o Evereste. Desde o ano 2000 que Portugal não sorri contra os germânicos. Mas cada Evereste terá um Sir Edmund Hillary, alguém capaz de o escalar Por Martim Silva Nuno Mendes ainda não tinha nascido. João Félix tinha um ano de idade e Cristiano Ronaldo ainda estava nas camadas jovens do Sporting Clube de Portugal. O ano dava início ao milénio e Portugal vencia a Alemanha pela terceira e última vez em 21 anos. Estávamos em território francês e em pleno Euro 2000 quando Sérgio Conceição marcava três golos à Mannschaft no terceiro jogo da fase de grupos da competição. Volvidas duas décadas, Portugal é campeão europeu e a Alemanha campeão mundial de 2014. Parece existir menos desequilíbrio entre ambas as equipas, algo que não concorda com o histórico de confrontos. O grupo F do Euro 2020 é um autêntico grupo da morte. Portugal já passou o primeiro teste com menção de excelência, com a vitória frente à Hungria por 3-0. Já a Alemanha, não parecia a selecção que tantas noites em branco deu aos portugueses quando perdeu por 1-0 frente à França. Os dois jogos são ilustrativos do momento de forma das equipas. Esta selecção germânica não impressiona. Não tem nomes sonantes e já está na calha um novo seleccionador, o ex-treinador do Bayern de Munique, Hans Flick, que tomará conta da equipa depois deste Euro. Contra a França, a Alemanha foi uma nulidade ofensiva, tendo tido bastantes dificuldades em ultrapassar a barreira gaulesa. Não foi um jogo anormal, porque a França não perde em competições oficiais desde Junho de 2019 frente à Turquia. Apesar de qualquer inferioridade alemã, continua a existir poderio do lado do adversário da selecção das quinas, pelo menos no lado mental. Portugal terá uma certa desvantagem por ter de lidar com esse historial negativo de confrontos. Ter de passar esta barreira poderá desbloquear a tal “ansiedade” que Fernando Santos atribuiu à sua equipa no início da segunda parte contra a Hungria. Com isto em mente, Portugal irá defrontar o teste mais difícil desde 2016 quando derrotou a França, conquistando o Euro. Não ter um adversário à altura desde 2016 pode ser problemático para a equipa lusa, mas não há nada melhor que ter logo um embate contra um gigante no segundo jogo da competição de maneira a preparar uma possível reconquista. Chave da experiência Com o teste mais difícil à porta desde que o Euro de Portugal teve início, não há necessidade para o medo se interiorizar no seio desta equipa porque o conjunto luso já mostrou que consegue alcançar grandes conquistas. Sem defrontar a Alemanha desde 2014, e com a consciência da dificuldade da tarefa, jogadores como Pepe, Ronaldo e João Moutinho podem liderar os mais jovens e estreantes jogadores a não pensarem nos aspectos negativos do embate entre os dois gigantes europeus. Os três craques acima nomeados já experimentaram todas as surpresas, todos os sentimentos e todos os ensinamentos que o desporto rei lhes atirou à cara. Ter vozes destas ajudará o balneário português a ficar calmo e a entender que o seu lugar é a batalhar contra os melhores deste mundo. A montanha é grande, e em termos teóricos pode parecer um trajecto impossível, mas para Bruno Fernandes, médio do Manchester United, a confiança é um dado adquirido. “Espero uma selecção a tentar ganhar e o que espero de nós é uma equipa a tentar ganhar. É difícil prever porque o jogo tem vários momentos, decisões tomadas ao segundo e o nosso objectivo passa por ter bola e ganhar”. Ter jogadores a pensar desta maneira só trará indícios positivos ao jogo de sábado para domingo (00:00). Nuno Mendes falhou o treino de quinta-feira devido a uma mialgia na perna esquerda. Com esta baixa, Raphaël Guerreiro irá assumir, novamente, a titularidade na lateral esquerda. A Alemanha só será um adversário complicado se a selecção lusa acreditar que sim. Com confiança e motivação em ser, novamente, campeão europeu, Portugal é capaz de mover mundos e fundos até ao objectivo final. Dia 11 de Julho é o dia mais importante e onde o foco deverá permanecer sempre. Contra os alemães marchar! Itália vence Suíça com dois golos de Locatelli Como a identidade histórica dos azzurri reside quase sempre nos processos defensivos, fica claro que a selecção de Roberto Mancini é muito mais que uma equipa a praticar o catenaccio de Helenio Herrera. Por fim a dizer presente no lote dos favoritos a conquistar o Euro, Itália venceu a Suíça por 3-0 numa exibição completa e premiada pelo puro talento ofensivo. O jogo começou de forma intensa, aliás se existe característica apontada às diversas equipas italianas é a garra, com a Suíça incapaz de sair do seu meio-campo devido à pressão alta que os médios Manuel Locatelli, Nicolò Barella e Jorginho exerceram em Remo Freuler e especialmente Granit Xhaka, os médios helvéticos. Apesar da dificuldade na 1.ª fase de construção, com médios e laterais italianos a pressionarem o lado onde estava a bola, a Suíça não era capaz de ocupar o espaço deixado nas costas de Barella e Locatelli, havendo uma grande distância entre estes dois e o médio mais recuado, Jorginho. Esperava-se mais desta selecção orientada por Vladimir Petkovic mas a noite pertenceu mesmo aos italianos, e, concretamente, a Locatelli. O médio do Sassuolo, cobiçado pela Juventus, marcou dois golos. O primeiro foi logo aos 26 minutos a concluir uma boa jogada iniciada pelo próprio, finalizando após assistência de Domenico Berardi. O segundo, aos 52 minutos, foi através de um remate com o pé esquerdo à entrada da área suíça. O terceiro e último golo foi marcado por Ciro Immobile aos 89 minutos. Mesmo com a vitória expressiva em mente, Mancini desvaloriza o favoritismo “No Euro há França, Portugal e Bélgica. Um destes é campeão mundial, outro é campeão europeu e o último é a melhor selecção no ranking. Estas equipas foram construídas ao longo de anos sendo normal estarem mais à frente que nós, mas tudo acontece no futebol (…)” concluiu o seleccionador italiano. No reino da previsibilidade, venceu a Rússia Depois de a Finlândia ter surpreendido a Dinamarca no jogo de abertura do Grupo B, expectava-se que o mesmo poderia acontecer frente à Rússia. Após a goleada por 3-0 contra a Bélgica, o conjunto russo quis dar outra resposta e o seleccionador Stanislav Cherchesov mexeu no onze procurando dar nova vida à sua equipa. Substituiu o experiente guarda-redes Anton Shunin pelo jovem Matvei Safonov e tirou do onze Yuri Zhirkov e Andrey Semyonov, tendo colocado o médio da Atalanta Aleksey Miranchuk e o defesa Igor Diveev. A Finlândia apenas alterou uma peça no seu onze inicial, trocando Tim Sparv por Rasmus Schüller. As mudanças não melhoraram a estética do encontro. Ambas as equipas tinham processos ofensivos semelhantes, não mostrando grande variedade ou surpresa no ataque à baliza adversária. A organização ofensiva tinha sempre o mesmo tipo de jogada e finalidade, especialmente da parte da Rússia. Os processos ofensivos eram mais colectivos que individuais, no entanto os russos mostravam alguma incapacidade em chegar a zonas de finalização e a criar oportunidades de golo. Quanto à Finlândia, os processos criativos passavam mais pela individualidade de Glen Kamara, Teemu Pukki e Joel Pohjanpalo, também estes incapazes de incomodar a baliza de Safonov. Apesar da falta de poderio ofensivo, Miranchuk acabou por decidir o encontro ainda antes do intervalo. Lançado pelo seu seleccionador, o médio ofensivo concluiu uma jogada de combinação com o avançado Artem Dzyuba dentro da grande área com um belíssimo golo ao canto superior esquerdo da baliza finlandesa. Foi-lhe atribuído o prémio de melhor em campo de forma justa. O médio russo teve uma óptima exibição e um golo ainda melhor.
Hoje Macau Manchete SociedadeTDM | AIPIM preocupada com conteúdos apagados do “Contraponto” A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) manifestou ontem “preocupação” com a eliminação de comentários sobre Tiananmen num debate da Teledifusão de Macau (TDM), que levou dois comentadores a abandonarem o programa. “Estas situações e o que veio a público são motivo de atenção e preocupação por parte dos nossos associados”, escreveu a AIPIM, numa declaração enviada ontem à Agência Lusa. Em causa está um caso avançado na terça-feira pelo jornal Expresso, e confirmado ontem à Lusa por um dos comentadores do painel do programa de debate em língua portuguesa “Contraponto”, emitido pela TDM. “Objectivamente não vislumbramos motivo que impeça comentadores de se pronunciarem sobre processos em curso nos tribunais, independentemente da natureza dos mesmos e desde que se respeitem as regras e os princípios aplicáveis, como o segredo de justiça ou a presunção de inocência (…), como aliás tem sido prática”, criticou a associação. “Esta situação, sendo ao que sabemos inédita no referido espaço de opinião e análise, suscita natural surpresa e preocupação”, acrescentou. Nos comentários eliminados, Frederico Rato defendia que a proibição da vigília violava a Lei Básica e que esta “corria o risco de passar a letra morta”, prenunciando “o princípio do fim da [sua] aplicação”. O jurista, que considerou o incidente “completamente inédito”, contestou ainda as justificações da estação. “Eu não fiz qualquer comentário à decisão de qualquer tribunal, fosse ele qual fosse”, disse, criticando ainda a alegação da TDM de que “não é conveniente” comentar processos judiciais em curso. “Para já, pode-se falar [sobre processos em curso], os advogados [nas causas] é que não podem, mas eu não estava lá na condição de advogado, e além disso não falei nem um segundo na gravação sobre qualquer decisão de qualquer tribunal”, acrescentou o jurista, há 37 anos em Macau.
Hoje Macau PolíticaWong Kit Cheng quer medidas para combater transferências de capitais A deputada Wong Kit Cheng quer saber que medidas estão a ser adoptadas pelo Governo para fazer face ao aumento da criminalidade relacionada com o jogo. As questões surgem numa interpelação escrita divulgada ontem pela legisladora ligada à Associação das Mulheres de Macau, e que deverá ter resposta dos responsáveis da pasta da segurança. “Em resposta ao aumento das trocas ilegais de moeda causadas pela recuperação da indústria do jogo e do aumento da criminalidade, será que as autoridades já começaram os trabalhos de prevenção e combate a este tipo de crimes, para evitar que entre nas comunidades?”, questiona. Segundo a deputada, o problema tem as raízes no Interior e na transferência de capitais para Macau. Por isso, Wong pergunta também se há mecanismos de combate na “fonte” para limitar as actividades das redes criminosas envolvidas. Finalmente, a legisladora menciona a necessidade de ser desenvolvida uma campanha, com os hotéis e casinos, para explicar aos residentes e turistas os perigos que correm quando participam nas actividades de troca ilegal de dinheiro. Wong Kit Cheng apontou também baterias às medidas adoptadas pelas forças de segurança face à prática destes crimes e considera que a proibição de entrada para pessoas do Interior, sem pena de prisão, é insuficiente para fazer face ao fenómeno.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Província de Guangdong detecta quatro casos locais A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, detectou quatro casos locais de covid-19, nas últimas 24 horas, anunciou hoje a Comissão de Saúde da China. O país asiático registou ainda 15 casos positivos, entre viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Fujian (sudeste), Yunnan (sudoeste), Jiangsu (leste), Hubei (centro) e Sichuan (centro). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 491, entre os quais 16 em estado grave. Desde o início da pandemia de covid-19, o país registou 91.511 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.824.885 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau EventosLançada em Macau primeira obra em português sobre a História da Literatura Chinesa Foi ontem lançada, pela editora Livros do Meio, na Fundação Rui Cunha “A Literatura Chinesa Antiga e Clássica”, de André Lévy, numa tradução para língua portuguesa de Raul Pissarra. Trata-se da primeira que uma obra que abrange a literatura do País do Meio, das suas origens até ao início do século XX, surge na língua de Camões. “Esta tradução para português é um passo muito importante, um marco, para o conhecimento da nossa literatura. Não só para leitores mas também para tradutores para conhecerem as obras de qualidade que existem na nossa literatura”, disse o professor e poeta Yao Jingming, que falou aos presentes durante a apresentação da obra. De facto, o livro apresenta aos leitores um vasto panorama da literatura chinesa. Como se pode ler na contracapa do volume, “A literatura chinesa mergulha fundo no tempo as suas origens. Este livro parte dessa remota época e percorre um longo percurso até aos primeiros anos do século XX, momento em que se considera o advento da modernidade. Pelo caminho, encontramos alguns dos mais belos textos que a humanidade produziu, pela pena de escritores de excelência, reflexos de uma civilização complexa, de uma História acidentada e de uma cultura caracterizada pela sua profundidade e erudição. Este livro de André Lévy proporciona-nos uma fundamental introdução a uma literatura cuja influência é patente no Oriente e que urge ser descoberta e entendida pelos falantes de língua portuguesa.” Ainda segundo Yao JIngming, “A literatura chinesa é bastante complexa. É muito arriscado traduzir uma obra destas quando não se domina a língua e a cultura chinesas, mas este trabalho é bem conseguido pelo que posso avaliar das traduções dos originais chineses. Pessoalmente, gostei imenso desta obra de André Lévy, que não segue uma abordagem cronológica e tem uma linguagem muito sintética e também viva.” Grosso modo, o livro apresenta-se dividido entre a literatura antiga, ou seja, das suas origens há mais de 3000 anos até ao advento da dinastia Qin (220 a.E.C.), e a literatura clássica, que abrange o longo período do império até ao início do século XX. Carlos Morais José explicou que no primeiro período considerado não tinha ainda sido efectuada uma uniformização dos caracteres e que, estando a China dividida em vários reinos, cada um usava caracteres a seu bel-prazer. Segundo o editor, é com a dinastia Qin que se efectua a referida uniformização o que tem consequências drásticas para a escrita. Depois, graças ao movimento de Maio de 1919, que pugnava pela modernização da China, inicia-se a fase “moderna”, com a simplificação de caracteres e o aparecimento de uma escrita mais simples e directa que virá até aos nossos dias. O livro queda-se nesse momento, não abrangendo a contemporaneidade. A primeira parte da obra, além da literatura propriamente dita, inclui também extensas referências ao pensamento chinês, na medida em que refere os trabalhos de Lao Zi, Confúcio, Mozi e Zhuang Zi, entre outros, todos eles pensadores cuja importância se estende até aos nossos dias e de influência crucial na mentalidade chinesa. Na era clássica, o livro começa por abordar a prosa clássica, fundamentalmente ensaística, que aborda temas variados da História à crítica literária, passando pelos chamados “ensaios fúteis”. Depois passa para a poesia que, geralmente, se considera ter atingido a sua Idade de Ouro durante a dinastia Tang, com nomes como Li Bai, Wang Wei, Du Fu a Bai Juyi. Finalmente, o volume descreve o que chama de “literatura de entretenimento”, na qual inclui o teatro, o romance, a literatura oral e os contos. O tradutor da obra, Raul Pissarra, formado em Filologia Clássica, falou da sua admiração pela “cultura antiga” europeia; “talvez por isso”, acrescentou, uma das coisas que mais o fascinou na China foi “a antiguidade da cultura chinesa”. “Estar a viver num sítio que foi testemunha de milénios de uma cultura tão antiga, sempre me deixou calado, no sentido do respeito. Foi isso que me aproximou da cultura chinesa, a sua antiguidade”. Também o facto desta literatura “não ter sido contaminada por uma cultura exterior”, ser uma expressão pura de um povo, sempre fascinaram Raul Pissarra. Logo, confessou ter iniciado este trabalho devido ao “fascínio” que este “diamante puro” lhe causara. Seguidamente, o tradutor fez leituras esparsas da obra. Os presentes tiveram então a oportunidade de ouvir trechos variados de literatura chinesa de diferentes géneros, da poesia ao conto, separados por extensas fatias temporais. André Levy, sinólogo e tradutor Figura maior da sinologia francesa, nasceu em Tianjin, em 1925, tendo crescido na concessão francesa desta cidade do Norte da China. Foi tradutor de várias obras de ficção chinesas, entre elas as traduções de dois dos quatro grandes ciclos novelísticos, a Peregrinação a Oeste (Xi you ji) e o Lótus de ouro (Jin Ping Mei). André Lévy foi também autor de diversas obras de sinologia, entre elas a que aqui se traduz. Depois de se formar na Escola de Línguas Orientais da Universidade da Sorbonne, seguiu uma vida de investigador e professor em Hanói, Kyoto e Hong Kong. Em 1969 foi nomeado director de Estudos Chineses da Universidade de Bordéus. Em 1974 defendeu a tese de Doutorado de Estado sobre contos chineses em língua falada no século XVII. Entre 1981 e 1984, foi director do Departamento da Ásia Oriental na Universidade de Paris VII. Em 1995 tornou-se Professor Emérito da Universidade de Bordéus III. André Lévy recebeu várias distinções, entre elas, em 1998, a de comendador das Palmas Académicas. Faleceu em 2017.
Hoje Macau SociedadeDST | Encerrado Centro de Promoção e Informação Turística em Lisboa O Governo de Macau decidiu encerrar o Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Lisboa “tendo em conta a racionalização de quadros e simplificação administrativa”, disse ontem a directora dos Serviços de Turismo. O Centro é um projecto do Executivo “cuja intenção original foi estabelecida para o curto prazo, mas que foi prolongada por muito anos”, afirmou à Lusa Maria Helena de Senna Fernandes. “Tendo em conta a racionalização de quadros e simplificação administrativa do Governo da RAEM e a existência da Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa” foi decidido agora extinguir o Centro, acrescentou a responsável, à margem da conferência de imprensa sobre a segunda fase do programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”. O Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal foi estabelecido em 2005, de acordo com o despacho do primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho. A Direcção dos Serviços de Turismo de Macau mantém uma representação em Londres, sendo “uma delegação para promover turismo, mas não um órgão do Governo da RAEM como [era] o Centro de Promoção em Portugal”, explicou. Londres “é como as delegações em Hong Kong, Malásia, Japão”, entre outras, em que são contratadas empresas locais ou são adquiridos serviços destas empresas “através de concursos públicos, a nível internacional, para fazer promoção no país, pelo que não são um órgão externo do Governo da RAEM”, indicou.
Hoje Macau SociedadeMacau Water | Volume de água consumida baixou 25 por cento em 2020 A pandemia da covid-19 e a consequente quebra no número de turistas no território levou a uma redução do volume de água consumida na ordem dos 25 por cento o ano passado, aponta o relatório e contas da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (Macau Water) publicado ontem em Boletim Oficial (BO). Este número representa uma “redução anual de 8 por cento ou 93 milhões de metros cúbicos de bombagem anual” em relação a 2019, o que constituiu “um desafio imprevisto”. Ainda assim, a concessionária acredita que conseguiu “cumprir as obrigações ao longo do ano passado ao assegurar a estabilidade no abastecimento de água, mesmo sob a conjuntura adversa da pandemia”. Em 2020 foi também concluída a construção da Estação de Tratamento de Água de Seac Pai Van “com sucesso”. Esta infra-estrutura “irá permitir uma distribuição de água ainda mais abrangente em Macau baseada na complementaridade entre os sistemas do Norte e Sul, contribuindo para garantia e reforço da segurança no abastecimento de água na região”, aponta a empresa.