Hoje Macau SociedadeColoane | Cobra gigante encontrada em Ká Hó Uma cobra gigante foi encontrada na tarde de ontem em Ká Hó, durante obras de escavação. As autoridades foram chamadas ao local, e um trabalhador do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) removeu o animal. Depois de ter sido encontrada, a cobra manteve-se imobilizada durante vários minutos. Porém, segundo o jornal Ou Mun, na altura em que os trabalhadores avançaram para remover o animal, a cobra deu sinal de vida e ainda tentou fugir. Contudo, acabou mesmo por ser apanhada, sem que se tenham registados feridos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China investiga Turkish Airlines por cobrar preços exorbitantes A China está a investigar a companhia aérea Turkish Airlines por alegadamente cobrar mais de 200.000 yuans em viagens entre Istambul e Guangzhou (sul) em classe económica, noticiou hoje um portal de notícias empresariais chinês. De acordo com o portal Yicai, a Administração da Aviação Civil da China (CAAC, na sigla em inglês) vai atentar determinar se a companhia de bandeira da Turquia violou as leis chinesas e os acordos bilaterais. O valor dos preços dos bilhetes de avião entre a China e a Turquia tem de ser aprovado por ambos os governos, em conformidade com um acordo assinado entre os dois países, segundo a CAAC. O Yicai noticiou também que a companhia turca está a cobrar mais de 250.000 yuans por bilhetes em classe executiva nas ligações entre Istambul e Guangzhou, a capital da província de Guangdong, adjacente a Macau. Antes da pandemia de covid-19, a Turkish Airlines cobrava cerca de 13.000 yuan pelos voos entre Londres e Xangai, refere o portal chinês, citado pela agência de notícias espanhola EFE. A China fechou quase por completo as suas fronteiras em março de 2020, face à propagação internacional do vírus da covid-19, e, desde então, reduziu significativamente o número de licenças para voos internacionais para o país. A CAAC anunciou em outubro que, até março de 2022, permitirá apenas 408 voos do estrangeiro por semana, um decréscimo de mais de 36% em relação à época de verão. Neste momento, de acordo com dados oficiais, a China só autoriza cerca de 2,2% do número total de voos internacionais com origem ou destino no país antes da pandemia. Estas restrições traduziram-se em aumentos significativos nos preços dos bilhetes, o que, somado a uma quarentena obrigatória de cerca de três semanas – oito em algumas cidades – significou grandes dificuldades para a chegada à China de pessoas vindas do estrangeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaBalanço da passagem do tufão Rai nas Filipinas aumenta para quase 400 mortos As autoridades das Filipinas atualizaram hoje para 397 mortos e 83 desaparecidos o balanço de vítimas do tufão Rai, que atingiu o país asiático há 15 dias, deixando um rasto de destruição. A entidade nacional que verifica os dados das diferentes agências de socorro no terreno disse que a tempestade provocou também 1.147 feridos e 561.500 desalojados, noticiou a agência espanhola EFE. Mais de metade dos desalojados encontram-se num dos 1.200 centros de acolhimento criados pelas autoridades, onde se receia que a sobrelotação possa levar a grandes surtos de covid-19. O balanço anterior, divulgado na segunda-feira, era de 388 mortos, 1.146 feridos e cerca de 542.000 desalojados. Considerado um supertufão, o Rai atingiu nove ilhas das Filipinas no dia 16 de dezembro, com rajadas de vento que atingiram 240 quilómetros por hora, e afetou mais de 4,2 milhões de pessoas, de acordo com números oficiais. O tufão deixou um rasto de destruição e causou danos em habitações, infraestruturas e culturas agrícolas avaliados em 22 mil milhões de pesos filipinos. O Governo filipino declarou o estado de calamidade em seis regiões afetadas pelo tufão, conhecido como Odette no país. O Rai foi o 15.º tufão a atingir as Filipinas este ano, e chegou num momento delicado devido a receios sobre a nova variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19. Este tufão é particularmente tardio para a época, dado que a maioria das tempestades tropicais no Oceano Pacífico se formam entre julho e outubro. Há já algum tempo que os cientistas alertam que os tufões se estão a tornar cada mais poderosos, à medida que aumenta o aquecimento global causado pelo homem. As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam vítimas e danos em infraestruturas. Em novembro de 2013, o supertufão Hayan, o mais devastador da história recente do país, causou mais de 7.300 mortos ou desaparecidos e deixou 200.000 famílias desalojadas nas ilhas de Samar e de Leyte. As Filipinas são um dos países mais vulneráveis à crise climática devido a catástrofes naturais. O país situa-se no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma área onde se regista cerca de 90% da atividade sísmica e vulcânica do planeta.
Hoje Macau China / ÁsiaSeis pessoas morreram quando procuravam ouro em mina abandonada na China Seis pessoas morreram na província de Shanxi, no centro da China, quando tentavam encontrar ouro numa mina abandonada, noticiou hoje a cadeia de televisão estatal CCTV. Depois de várias horas de busca, seis corpos foram encontrados na segunda-feira à tarde a uma profundidade de 2.700 metros na mina abandonada e fechada em 2018. As vítimas acederam ao local através de buracos, indicou. Residentes locais disseram que a prática de “limpar o ouro”, com o uso de cianeto de sódio e outros químicos para dissolver o ouro em pequenas proporções e separá-lo da rocha, é comum, apesar do risco de envenenamento que implica e tem causado numerosas baixas em áreas mineiras nos últimos anos. As minas ilegais são frequentemente mal ventiladas, o que multiplica as hipóteses de tais acidentes. Segundo a CCTV, a área, onde nasce o rio Sushui, é rica em recursos minerais como o cobre, ouro e prata, tornando a mineração ilegal um fenómeno comum apesar dos esforços governamentais para a erradicar. A província de Shanxi é um dos centros mineiros da China, sendo o maior produtor de carvão (27% do total) do país, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatística chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia restringe financiamento estrangeiro de organização criada por Madre Teresa A Índia cortou o financiamento estrangeiro a uma instituição de caridade fundada por Madre Teresa, numa medida que críticos disseram mostrar o assédio que os cristãos enfrentam sob o Governo nacionalista hindu. No sábado, foi recusada à instituição de caridade a renovação da licença para receber financiamento estrangeiro, de acordo com o Ministério do Interior indiano. Na decisão é declarado que as Missionárias da Caridade já não preenchem os requisitos de elegibilidade, sem qualquer pormenor. As Missionárias da Caridade é uma ordem católica fundada em 1950 por Madre Teresa, uma freira católica que viveu e trabalhou na Índia durante a maior parte da vida, ajudando os pobres de Calcutá. Madre Teresa foi Prémio Nobel da Paz em 1979 e declarada santa pouco tempo depois. A organização gere abrigos em toda a Índia. De acordo com o diário Hindu, obteve cerca de 750 milhões de dólares em financiamento estrangeiro no ano financeiro de 2020-21. O vigário-geral da Arquidiocese de Calcutá, Dominic Gomes, disse que o anúncio era “um cruel presente de Natal para os mais pobres”. As Missionárias da Caridade garantiram já, numa declaração, que não vão usar moeda estrangeira “até que a questão esteja resolvida”. O anúncio chega duas semanas depois de a polícia de Gujarat, estado natal do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ter começado a investigar missões de caridade por “conversões forçadas” de hindus ao cristianismo, uma acusação recorrente de membros da “linha dura” da religião maioritária da Índia. Ativistas dos direitos humanos tem manifestado preocupações relativamente ao aumento de discriminação e violência contra minorias religiosas, desde que Modi chegou ao poder, em 2014, depois de terem registado mais de 300 incidentes anticristãos este ano. Pela primeira vez desde 2004, a Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos listou, no ano passado, a Índia como um “país de particular preocupação”. O Governo de Modi nega qualquer “Hindutva”, um projeto de hegemonia hindu, e insiste na igualdade de direitos para todas as religiões.
Hoje Macau China / ÁsiaTribunal chinês condena à morte pai que matou dois filhos Um tribunal na cidade central chinesa de Chongqing condenou um homem à morte por matar os dois filhos, que atirou de um 15.º andar em colaboração com uma nova parceira, também condenada à pena capital, foi hoje noticiado. O tribunal disse que o duplo homicídio intencional, perpetrado em 02 de novembro de 2020, foi “extremamente cruel” e ultrapassou “todas as linhas da lei e da moral”, de acordo com o portal de notícias local Sohu. Os dois irmãos, uma menina de dois anos e um menino de um, tiveram morte imediata na queda, que inicialmente pareceu ser acidental. No entanto, durante a investigação, a polícia concluiu que as crianças foram atiradas e o principal suspeito era o pai, Zhang Bo. Zhang tinha começado uma relação com a segunda arguida, Ye Chengduan, em abril de 2019, pouco depois de se ter divorciado da mãe das vítimas. Ye pressionou Zhang a livrar-se das crianças porque nem ela, nem a família podiam aceitar uma relação com um homem que já tinha descendência, indicaram os meios de comunicação locais. O tribunal considerou que o duplo homicídio resultou de uma conspiração entre Zhang e Ye.
Hoje Macau EventosFundação Macau premeia 250 fotografias no âmbito do projecto “Memória de Macau” A Fundação Macau (FM) premiou 250 fotografias no âmbito do projecto “Memória de Macau”, incluindo 30 prémios de excelência destinados a fotografias tão diversas como a que retrata uma publicidade do antigo Hotel Boa Vista do início do século XX, bem como outras imagens de colecções privadas. Deste grupo de imagens, 20 ganharam o prémio do público. Estas distinções surgem após a FM ter dado início a um concurso de recolha de documentação digital com o tema de lojas e espaços comerciais fundados no território antes de 1990. Este processo de recolha decorreu entre Maio e Dezembro, tendo a FM acolhido 1400 imagens e fotografias, segundo um comunicado. Jorge Veiga Alves, que residiu em Macau entre 1986 e 1994, tem o número mais elevado de fotografias premiadas na categoria de “excelência”. São nove fotografias, feitas entre 1987 e 2016, e que retratam várias actividades comerciais locais. De entre os criadores das 200 imagens distinguidas com menções, Jorge Veiga Alves foi também o fotógrafo que teve maior número de fotografias incluídas nesta categoria, um total de 42 fotografias feitas entre 1987 e 2016. Antigos negócios Também o coleccionador Hon In Ng disponibilizou três fotografias antigas, uma das quais uma foto de um autocarro da extinta “Companhia de Auto-Omnibus da Taipa”, dos anos 60, uma da “Farmácia Shanghai” nos anos 50, hoje já desaparecida, antigamente situada na avenida de Almeida Ribeiro. Consta também uma outra imagem de Hon In Ng, nomeadamente sobre a Fábrica de Vinho Chinês ‘Tai Cheong, fundada nos anos 40 e que fechou portas em 2019. A designer e artista local Venus Chan recebeu também um prémio de “excelência” com uma fotografia da sua colecção, datada de 1936, do antigo edifício da Associação Comercial de Macau, na Rua do Pagode. Também a gelataria “Lai Kei Sorvetes”, a única loja distinguida de “excelência” como participante no concurso, apresentou duas fotografias das suas antigas actividades comerciais. Ambas as fotografias mostram o fundador do comércio, Kuok Lai Keng, e uma está datada de 1933. O projecto “Memória de Macau” vai estar disponível para receber mais imagens, sendo que as fotografias premiadas estarão disponíveis na colecção digital da FM.
Hoje Macau SociedadeNúmero de visitantes sobe 144% em Novembro O número de visitantes em Macau subiu 144,1% em Novembro, comparativamente ao mês anterior, devido à realização do Grande Prémio e do Festival de Gastronomia, foi anunciado. Em Novembro, 801.300 pessoas entraram na região administrativa especial chinesa, o que representa também um aumento de 25,9% em relação a igual mês do ano passado, de acordo com um comunicado da Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). O número de visitantes da China fixou-se em 741.226, mais 25,9%, em termos anuais. Os números de visitantes de Hong Kong e de Taiwan corresponderam a 54.655 e 5.297, respetivamente, indicou a DSEC. Nos 11 primeiros meses deste ano entraram em Macau 6.885.073 visitantes, mais 31,5%, relativamente ao período homólogo do ano passado, tendo os excursionistas (3.582.584) e os turistas (3.302.489) aumentado 27,7% e 35,8%, respetivamente.
Hoje Macau VozesMacau é central no diálogo entre Portugal, a China e os países lusófonos Por Rui Lourido, historiador Macau está de parabéns pelos 21 anos de criação da sua Região Administrativa especial (RAEM). Este regresso de Macau à administração chinesa concluiu um intenso processo negocial, que decorreu de forma empenhada e responsável entre o governo de Portugal e o governo da República Popular da China (RPC), no quadro constitucional de “Um País Dois Sistemas”. O espírito de confiança de ambas as partes, alicerçado no decorrer dos mais de quatro séculos de coexistência pacifica e de respeito de Portugal para com a China, permitiu uma transição pacífica exemplar e a concentração de energias das diferentes comunidades no desenvolvimento de Macau. O Governo do Partido Comunista da China quis privilegiar o desenvolvimento de Macau, e também de Hong Kong, ao integrá-las no projeto da Grande Baia de Guangdong, com mais 9 cidades. Esta é a maior oportunidade deste século para estas duas regiões especiais potenciarem um desenvolvimento sustentável. Macau foi homenageada na III Conferência de Cooperação Portugal China, organizada pelo Observatório da China, com a Câmara de Cooperação e Desenvolvimento Portugal-China, em parceira com a União das Associações de Cooperação e Amizade Portugal-China. A conferência decorreu nos dias 14 e 15 deste mês de dezembro de 2021, em Lisboa, nas instalações da UCCLA. Gostaria de destacar algumas intervenções desta conferência que analisaram o papel de Macau: O Secretário-Geral da UCCLA, Dr. Vítor Ramalho, na sua intervenção de boas vindas destacou o facto de a Cidade de Macau, para além de ter sido uma das 8 cidades fundadoras da UCCLA, preside, atualmente, à Comissão Administrativa da UCCLA (eleita em 2019). Macau designou a sua Delegação Económica e Comercial em Lisboa (DECMACAU), para ser a sua representante na UCCLA. O Doutor Alexis Tam, atual Chefe da DECMACAU, afirmou que o Governo da RAEM continuará empenhado em contribuir para a cooperação bilateral e multilateral entre a China, Portugal e os países lusófonos, em especial, nas áreas do turismo, comércio, investimento e educação (no âmbito do ensino do português). O Diretor do grupo de média Macau Business, José Carlos Matias, referiu que o Projeto da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, em Hengqin, vai permitir a médio prazo (2035) a diversificação económica: a cooperação científica e tecnológica, o investimento em indústrias de valor acrescentado, desenvolver a Marca industrial de Macau, e o setor de serviços financeiros, turismo e medicina tradicional chinesa. O Presidente da Associação dos Comerciantes e Industriais Chineses em Portugal e representante da RAEM no Conselho de Estado, Dr. Choi Manhin, bem como o Eng. Ilídio Serôdio, Vice-Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, consideraram Macau como porta fundamental e facilitadora da entrada das pequenas e médias empresas Portuguesas e dos Países de Língua Portuguesa na China. O Diretor do Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa, Prof. João Barreiros, recorda que, “para quem teve o privilégio de conhecer Macau”, era previsível a “sábia suavidade” com que se deu a sua integração na RPC. Já a Presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, Profª. Maria Fernanda Ilhéu, sugeriu que Macau poderia ter um papel mais ativo na Cooperação científica Portugal-China-Países de Língua Portuguesa e alargá-la a instituições homólogas na China Continental, com uma coordenação em rede de programas de mestrados e doutoramentos e de linhas de financiamento para projetos de investigação conjunta, mobilidade de investigadores e bolsas para alunos de mestrado e doutoramento. O CEO do Bison Bank referiu que Macau será central no mercado offshore de compensação em RMB – o que implicará grande desenvolvimento dos serviços financeiros em Macau. A Diretora da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, a Profª Manuela Pintado, destacou alguns projetos levados a cabo com Macau nas áreas da biotecnologia (“Research Program Portugal-Macau” desde 2017), que considera ser uma oportunidade não só para o desenvolvimento da cooperação do conhecimento científico entre os estados, mas também uma oportunidade económica. O Presidente do Observatório da China dedicou a sua comunicação às relações de Macau/China com os países de Língua Portuguesa, no âmbito da iniciativa Uma Faixa e Uma Rota. Tendo destacado a urgência de Portugal modernizar a ligação ferroviária transeuropeia, de forma a ligar, por um lado, o porto de águas profundas de Sines à Rota Marítima da seda que atravessa o Atlântico e, por outro lado, a ligar à rede ferroviária Madrid-China. A III Conferência de Cooperação Portugal China foi encerrada pelo Secretário de Estado da Internacionalização, do governo de Portugal, Eurico Brilhante Dias, o qual destacou o importante papel de Macau nas relações presentes e futuras entre Portugal e a China. A centralidade de Macau/China no diálogo com Portugal e os outros países lusófonos vem-se fortalecendo ao longo dos 21 anos de criação da RAEM.
Hoje Macau Eventos MancheteFaleceu João Paulo Cotrim, escritor, editor, colaborador do Hoje Macau Aos 56 anos, cala-se uma das vozes mais importantes da cultura portuguesa contemporânea. Mas as suas palavras e os seus actos ficarão para sempre Nome incontornável do panorama editorial português, João Paulo Cotrim – jornalista, poeta, escritor e editor, fundador da editora Abysmo e diretor da Bedeteca de Lisboa – morreu este domingo com covid-19, enfraquecido que estava depois de um período de intensa quimioterapia com que tentava superar um linfoma. Tinha 56 anos. Natural de Lisboa, João Paulo Cotrim começou a trabalhar como jornalista aos 20 anos, na ANOP. Depois, passou pelo Expresso, O Independente, a Cosmopolitan, a Revista Ler, a Elle, a Máxima, a Marie Claire, a Oceanos, a Visão, a Grande Reportagem, a Colóquio-Letras, o diário alemão “Der Spiegel”, o “Le Monde” e o suplemento “DNA”. Colaborou também com a RTP, a SIC e a TSF. Fundou a revista Lua Cheia e as editoras Abysmo, com quase cem livros publicados (com autores como Valério Romão, Sérgio Godinho, António Araújo, Ferreira Fernandes ou Adolfo Luxúria Canibal), e Arranha-Céus, mais dedicada às artes visuais e à banda desenhada. “Temos uma tradição muito forte, com nomes como Stuart de Carvalhais, Almada Negreiros e Bordallo Pinheiro, que em determinada altura não era valorizada. Depois houve uma geração que se afirmou nos anos 1960 e 1970, na era dourada dos quadradinhos. Mas deparei-me com uma nova geração de autores que não tinha onde publicar e foi aí que comecei a sonhar em montar uma editora”, afirmou, em 2018, à “Notícias Magazine”, para justificar o impulso definitivo que deu a uma nova geração de autores. Dirigiu a Bedeteca de Lisboa desde a sua abertura, em 1996 – o mesmo ano em que criou a revista LX Comics – , até 2002. Durante esse período organizou várias iniciativas e exposições. Foi diretor do Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada durante quatro edições e responsável pela sua programação e os catálogos Geral e da mostra Ilustração Portuguesa. Guionista para filmes de animação («Algo importante», com João Fazenda; «Um degrau pode ser um mundo», com Daniel Lima; «Diário de Uma Inspetora do Livro dos Recordes», com Tiago Albuquerque), escreveu novelas gráficas (“Salazar – Agora, na Hora da Sua Morte”), ensaios (“O Branco das Sombras Chinesas”, com António Cabrita), poesia (“Má Raça”, com Alex Gozblau) e histórias para crianças (“Querer Muito”, com André da Loba) e adultos (“O Branco das Sombras Chinesas”, com António Cabrita). João Paulo Cotrim foi ainda professor no Ar Co, no departamento de Ilustração e BD, bem como no IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação, e colaborou no Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB). No seguimento do confinamento imposto pela pandemia de covid-19, João Paulo Cotrim criou, em 2020, “Torpor. Passos de voluptuosa dança na travagem brusca”, uma revista digital gratuita criada e disponibilizada pela editora Abysmo. A edição procura captar o efeito que a crise pandémica e o confinamento tiveram “tanto nas artes como na vida”, uma iniciativa que não foi planeada previamente, “resultou de sucessivos diletantes passeios pelas redes”, nas quais João Paulo Cotrim descobriu um mundo que palpitava criação artística, contou o editor à Lusa, em Maio do ano passado. O romance “O Plantador de Abóboras”, do escritor timorense Luís Cardoso, que venceu o Prémio Oceanos 2021, que anualmente destaca as melhores obras publicadas em língua portuguesa, foi um dos livros editados pela Abismo. A 8 de dezembro, o escritor, que reside em Lisboa, dedicou o galardão ao seu editor, João Paulo Cotrim, assinalando já então que se encontrava doente. A despedida será na quarta-feira, dia 29 de Dezembro, na Igreja S. João de Deus, na Praça de Londres. Velório a partir das 10h, missa de corpo presente às 14h30 e partida para o cemitério do Alto de S. João às 15h30 e cremação às 16h. As reacções Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República A morte precoce de João Paulo Cotrim é uma notícia triste para a cultura portuguesa, e antes de mais para as artes das quais foi durante décadas um activíssimo criativo e um incansável dinamizador. (…) Era uma daquelas figuras sem as quais nenhuma cultura saudável vive: o fazedor talentoso que cuida da sua obra mas promove sobretudo a obra dos outros. (…) Graça Fonseca, ministra da Cultura “João Paulo Cotrim era figura emblemática da edição independente e da divulgação de banda desenhada em Portugal. A cultura portuguesa perde, hoje, um editor exemplar e modelar, que com rigor, profissionalismo e uma boa disposição permanente, deixou uma marca inapagável na edição independente em Portugal e na divulgação da banda desenhada e da ilustração entre nós. (…) Numa carreira multifacetada, (…) importa também realçar o seu compromisso profundo com a programação literária e com a promoção da leitura”. (…) André Carrilho, cartunista e ilustrador Até à vista João Paulo. Olhando outra vez para a caricatura que te fiz, reparo que te desenhei quase como coruja sábia. Não foi intencional, mas acho bem. A minha filha ainda tem o urso gigante que lhe ofereceste quando nasceu. Foi das primeiras prendas que recebeu, e há-de sempre estar connosco. Quanto a mim, foste um dos que criaste uma geração inteira de pelintras artistas como eu. Editaste-me os livros mais pessoais e expuseste os meus desenhos desde tenra idade, assim como de tantos outros que só em ti encontravam interlocutor atento e curioso. Em almoços falámos dos cartoons do futuro, em conversas que deram origem ao Spam Cartoon. Por vezes, com sorriso malandro, brincavas que querias comer até te tornares incontornável. Já o eras há muito tempo, basta encarar o vazio que nos deixas. Só mesmo tu para nos deixares obra feita em forma de Abysmo. Obrigado por tudo, mestre. António Cabrita Fomos amigos muito próximos cerca de quinze anos e encetámos inúmeros projectos juntos. Devo-lhe vários dos livros que a Íman editou e que a Bedeteca apoiou. Escrevemos a meias um folhetim policial para o Diário de Notícias, “O Branco das Sombras Chinesas”, que seria depois o primeiro livro da Abysmo, onde publiquei mais três livros. Tentámos vender, como dupla, vários projectos às televisões e até na Bola, a cuja reunião com o atónito director chegámos tão magnificamente alterados pelo scotch que começámos a discutir se haveria mais vantagem em a bola ser quadrada ou triangular, encontro que se tornou uma das tardes mais divertidas da minha vida. (…) Deus não joga aos dados mas é cego, a única merda que a Covid nos ensina. Nuno Miguel Guedes Já te estás a rir, não é, miserável? Das minhas certezas, “não, o luto pede pudor e silêncio e não o ruído das redes” e mais não sei quê. E olha o que me obrigaste a fazer, meu amado sacana. E logo contigo, irmão desde o acne mais impetuoso. Já irei chorar, já estou a chorar. Tanto que um gajo brinca com a Ceifeira e depois… De tanto levar frechada do teu olhar, este hino com que nos saudávamos será sempre nosso. Eu preferia ter-te por aqui mais uns tempitos. Agora não sei o que fazer de mim. O meu Bushmills sem gelo que já aí vou, irmão grande. Inês Fonseca Santos Todas as pessoas são insubstituíveis, mas umas são mais insubstituíveis do que outras. O João é um universo inteiro de amor, amizade, humor, inteligência, sensibilidade, companheirismo. É o meu amigo precioso, o meu amigo de todas as horas, de todas as conversas, de todos os poemas, de todos os livros, de todos os gatos, de todos os lugares onde pouso a cabeça. Multiplicou-me a imaginação, a bondade, a alegria, as palavras. (…) Amo-o como se ama um irmão. Falo com ele sem precisarmos de estar juntos. Fotografei todos os céus desde que foi internado. Guardei-os para ele, para lhos poder mostrar e contar que naquele dia estava assim e eu disse-lhe isto e aquilo e que no outro dia fazia sol e eu pensei nos abraços dele, nos disparates dele, naquele ouvido sábio que me escutava em silêncio e me amparava e me desafiava e me dizia sempre a verdade, a nossa verdade. (…) Anabela Canas Morreu João Paulo Cotrim, (…) camarada de armas por momentos neste grande vazio cósmico, senão com a espada, seguramente com a pena, no Jornal Hoje Macau. Gostava de o ler. 56 anos. Pois. Não devia ser idade para isso… Fernando Pinto Amaral Ainda não acredito, João Paulo. Até já João Romão (…) Fomo-nos encontrando nas margens da política possível, na margem esquerda, aliás, nesses terrenos mais férteis onde as utopias sempre prevalecem. A primeira vez que trabalhei com o João Paulo foi no início dos anos 1990, quando co-editámos o Combate, o jornal do PSR. A última foi 30 anos depois, quando participei no ano passado na revista digital “Torpor, Passos de voluptuosa dança na travagem brusca”, editado pela Abysmo. Pelo meio ficaram repastos muitos, desencontros vários, garrafas vazias e projectos por fazer. João Soares Morreu hoje o meu querido amigo João Paulo Cotrim. (…) Homem bom, de carácter, bem com os outros e a vida. Culto, inteligente, de bom humor. Um dos grandes conhecedores e apaixonados de BD. Foi o grande obreiro e director da BDeteca de Lisboa. A sua editora, a Abysmo, deixa em poucos anos uma marca impressiva. Estivemos juntos em muitos combates, foi sempre um privilégio e também um prazer. (…) Honra à memória de João Paulo Cotrim. José Teófilo Duarte Ainda me parece mentira. Ainda não me imagino sem o ter por perto. Qualquer encontro com o João Paulo Cotrim era um acontecimento. As ideias fervilhavam. Inesperadas. Brilhantes. O humor e a cultura tropeçavam em alegre convívio. Tanto projecto interrompido. Tanta conversa por continuar. Tanto livro por fazer. Tanto trabalho por encetar. Somos gente de palavra e de palavras. Continuaremos a conversar recordando o João Paulo. Uma vida assim não acaba assim. Não tenho irmãos biológicos. Mas tenho irmãos. O João Paulo é meu irmão. Faltam-me as palavras para descrever o que sinto, mas sei que vamos recordá-lo como ele gostaria. Com muitas palavras. Muita conversa saborosa. Tenho a certeza. Estas palavras saem-me em lágrimas.
Hoje Macau SociedadeIC | Ainda não foi criada empresa que vai gerir orquestras Decorre ainda o processo de alteração do modelo de gestão da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau, que vão deixar de ser geridas pelo Instituto Cultural (IC) para passar a ser geridas por uma empresa com capitais públicos. Segundo o All About Macau, a presidente do IC, Mok Ian Ian, garantiu que esse trabalho deverá estar concluído a 1 de Fevereiro do próximo ano. Em finais de Novembro foi anunciado que a partir do dia 1 de Janeiro as orquestras deixarão de estar sob alçada do IC. O IC promete ainda manter a comunicação com as orquestras após a transferência de gestão para uma empresa de capitais públicos. Por outro lado, os músicos vão estar habilitados a dar aulas no Conservatório de Macau, conforme as necessidades. A mesma publicação adianta que alguns músicos se queixam do facto de faltar apenas um mês para a alteração e terem poucas informações sobre salários e outras questões contratuais com o novo modelo de gestão. Além disso, pretendem saber se as questões disciplinares serão tratadas segundo o sistema da Função Pública, existindo também a preocupação sobre eventuais despedimentos. Dados divulgados pelo IC revelam que 66 professores dão aulas no Conservatório de Macau, dos quais 52 são provenientes das orquestras.
Hoje Macau SociedadeRecluso morre depois de ataque cardíaco Um recluso do Estabelecimento Prisional de Coloane morreu após ter sofrido um ataque cardíaco na noite de 25 de Dezembro, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços Correccionais (DSC). O homem de 52 anos foi transportado para o Centro Hospitalar Conde S. Januário, onde foi tratado de emergência e declarado morto. O ataque foi antecedido por uma discussão que não envolveu o sinistrado: “Por volta das 19h10 do dia 25 de Dezembro, dois reclusos companheiros da cela entraram em discussão e o recluso Chan aproximou-se deles para os dissuadir e, de repente, desmaiou”, foi relatado. “A equipa médica da prisão chegou imediatamente ao local para aplicar as manobras de reanimação e chamou a ambulância para levá-lo ao CHCSJ, onde foi confirmada a morte às 20h24, após os infrutíferos tratamentos de emergência”, foi acrescentado.
Hoje Macau PolíticaGrande Baía | Auditoria critica Macau Investimento A empresa de capitais públicos Macau Investimento e Desenvolvimento arrendou quatro andares no Centro Internacional de Conferências Torch, em Zhongshan, apesar de o prédio não ter certificado predial, o que impediu a sua rentabilização. O caso foi relatado pelo Comissariado de Auditoria, que explicou que face à falta de certificado predial, não foi possível arrendar os espaços e gerar rendimentos, nem garantir um seguro, porque, por motivos legais, os bombeiros recusaram fazer uma análise dos riscos contra incêndio. O Comissariado de Auditoria deixou também críticas ao investimento de 8.074 milhões de patacas no Parque Industrial em Hengqin, por considerar que o montante foi investido sem análises de riscos, o que levou a que nenhum dos objectivos fosse concretizado.
Hoje Macau PolíticaEscolas | Governo promete melhorar concessão de apoios Melhorar a fiscalização e optimizar as candidaturas a apoios são duas das promessas feitas pela Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) após a divulgação de um relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) sobre subsídios do Fundo de Desenvolvimento Educativo no âmbito do Plano de Desenvolvimento das Escolas. Em resposta ao documento, a DSEDJ assegura que dá “importância e aceita as opiniões emitidas”, prometendo também “rever com humildade [as medidas] e empenhar-se no aperfeiçoamento dos trabalhos de atribuição de subsídios”. Fica a promessa de adopção de “um conjunto de medidas para colmatar as lacunas e melhorar os diversos procedimentos” na atribuição dos apoios financeiros às escolas, para que o dinheiro “seja utilizado de forma razoável e eficaz no futuro”.
Hoje Macau Manchete PolíticaJogo | Consulta pública revela vontade de atribuir seis concessões A maioria das opiniões expressas na consulta pública sobre a revisão do jogo foi a favor do estabelecimento de seis concessões e do fim das subconcessões. Por outro lado, os participantes na consulta mostraram-se contra o mecanismo de controlo da distribuição de lucros A maioria das opiniões expressas na consulta pública sobre a revisão da lei do jogo defende um total de seis concessões, o fim das subconcessões, e contratos com duração inferior a 20 anos. Foram estas algumas das principais conclusões publicadas pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, sobre a consulta que decorreu entre 15 de Setembro e 29 de Outubro. Actualmente, há um limite de três concessões para a exploração de jogos em casino, mas são permitidas subconcessões. A maioria dos participantes na consulta quer o fim do sistema: “Constata-se, a partir das opiniões recolhidas, que a sociedade se manifesta em geral a favor da proposta do Governo da RAEM, apresentada no documento de consulta, sobre a proibição da exploração sob a forma de subconcessões”, indica o relatório sobre a consulta. “A maioria das opiniões entende que o número de concessões deve ser de seis, com a estipulação expressa da proibição da subconcessão”, foi sublinhado. Quanto ao prazo de concessão, a maioria foi favorável a um período inferior a 20 anos, contra o regime em vigor que não pode ser superior a 20 anos, mas pode ser prolongado, uma ou mais vezes, sem exceder, no total, cinco anos. Por outro lado, a maioria apontou a necessidade de aumentar o capital social, actualmente em 200 milhões de patacas, das operadoras para que disponham de “fundos suficientes para o funcionamento e desenvolvimento saudável e estável do sector”, sobretudo em relação “à garantia dos trabalhadores, da capacidade financeira” para responder “a situações imprevistas, reduzindo riscos indeterminados”, de acordo com o documento. Todavia, o aumento do capital foi divergente, e o Governo diz que vai ponderar como “vai ser decidido de acordo com o “ambiente socioeconómico de Macau, a situação real” e “as necessidades do futuro desenvolvimento do sector do jogo”. Contra controlo dos lucros Uma das propostas que não reúne o apoio da maioria das opiniões recolhidas é o controlo da distribuição dos dividendos pelo Governo. A maioria considerou tratar-se de uma decisão comercial, que deve ter autonomia relativa, defendendo que as autoridades devem desempenhar um “papel de fiscalização e não intervir directamente na decisão”. Quanto à introdução de um representante do Governo nos corpos gerentes da administração das concessionárias, não houve uma maioria clara. Cerca de 28,4 por cento das opiniões foi contra a proposta e 29,1 por cento foram classificadas pelo Governo como opiniões “neutras/pouco claras”, ou seja 57,5 por cento. Neste sentido, a proposta foi apoiada por 42,5 por cento, o que levou a DICJ a considerar “a maioria”. A consulta pública contou com 359 participantes, entre cidadãos, representantes das operadoras e trabalhadores do sector, que emprega mais de 80 mil pessoas. A DICJ indicou que, ao longo do período de consulta de 45 dias, “foram realizadas uma sessão de consulta para sectores e oito sessões de consulta pública, com um total de 359 participações”, tendo usado da palavra “73 pessoas individuais e representantes de associações”. As actuais licenças em vigor terminam a 26 de Junho do próximo ano, mas podem ser renovadas, a tempo de ser feita a nova lei e um novo concurso.
Hoje Macau China / ÁsiaQueda de neve perturba redes de transportes e de energia no Japão A queda de neve atingiu ontem níveis recordes em várias regiões ocidentais do Japão, onde mais de mil casas ficaram sem eletricidade e as autoridades registaram perturbações no transporte aéreo, ferroviário e rodoviário. A Agência Meteorológica Japonesa (JMA) anunciou que foram atingidos máximos de precipitação nas cidades de Amori, com 190 centímetros de neve acumulada, Asago, com 71 centímetros, e Hikone, com 68. A JMA instou as pessoas a permanecerem dentro de casa nas áreas afetadas, devido ao risco de avalanches, segundo a agência de notícias espanhola EFE. A precipitação, que começou durante o fim de semana, deixou até agora quatro pessoas feridas em acidentes durante a limpeza da neve, de acordo com a agência noticiosa japonesa Kyodo. A tempestade levou ao cancelamento de pelo menos 40 voos, principalmente entre a região e a ilha norte de Hokkaido. Também causou perturbações nas redes de comboio, incluindo a suspensão de mais de 50 comboios expresso e abrandamentos no tráfego de alta velocidade. Os media japoneses mostraram imagens de engarrafamentos de trânsito e de vários acidentes rodoviários ao longo do dia. A neve obrigou ao encerramento parcial de algumas estradas, incluindo uma autoestrada que liga Nagoya e Kobe, embora o tráfego estivesse a fluir normalmente ao final da tarde (hora local). A agência meteorológica advertiu que a forte queda de neve, bem como o risco de placas de gelo nas estradas, poderá durar até terça-feira. A JMA alertou ainda para a possibilidade de se registarem trovoadas e fortes rajadas de vento devido a condições meteorológicas instáveis em algumas áreas do arquipélago asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaPeritos alertam para falta de preparação para enfrentar um tsunami no sudeste da Ásia Um grupo de especialistas em prevenção de desastres naturais alertou este domingo para a falta de preparação para lidar com catástrofes naturais em alguns países do sudeste asiático, quando se assinalam 17 anos do tsunami que afetou esta região. Num simpósio, o professor Pennueng Wanichchai, chefe do departamento de mitigação do Ministério da Ciência da Tailândia, afirmou que existe a possibilidade de outro tsunami acontecer na região devido à carga acumulada nas placas tectónicas do Mar de Andaman, na costa da Tailândia. Perante um cenário de um novo tsnunami, o especialista sublinhou ter dúvidas se toda a população que vive na zona costeira possa ser retirada a tempo devido à falta de planos de emergência e poucos exercícios de preparação para outro desastre natural. Há alguns anos, um alerta de tsunami na ilha tailandesa de Phuket, que foi posteriormente desativado, mostrou que muitas bóias de alerta pararam de funcionar tal como aconteceu no tsunami de 26 de dezembro de 2004, quando uma onda gigante varreu a costa leste da Tailândia e provocou mais de 8.000 mortos. A onda gigantesca de há 17 anos foi causada por um terremoto de magnitude 9,1 com epicentro ao norte da ilha indonésia de Sumatra. Este tsunami causou cerca de 230.000 mortes numa dúzia de países no Oceano Índico, sendo a maioria deles na parte norte da ilha indonésia de Sumatra, onde cerca de 170.000 pessoas morreram. Os habitantes da província de Aceh, a mais afetada pelo tsunami de 2004, realizaram hoje uma cerimónia religiosa em memória das vítimas. O especialista tailandês frisou também que 17 anos depois da tragédia, que praticamente apagou as populações da costa tailandesa, hotéis e cidades densamente habitadas recuperaram o seu espaço original. No entanto, o professor tailandês Pasakorn Panon, da Universidade de Kasetsart, destacou que a não deteção de um hipotético tsunami na Tailândia ou em outro país da região colocaria em risco toda a zona.
Hoje Macau China / ÁsiaTufão Rai | Novo balanço traça 388 mortos e 60 desaparecidos nas Filipinas Pelo menos 388 pessoas morreram e 60 continuam desaparecidas nas Filipinas, na sequência da passagem do tufão Rai pelo arquipélago há 15 dias, de acordo com dados oficiais hoje atualizados. O conselho de gestão e redução de risco de desastres filipino, que verifica e confirma dados de diferentes agências no terreno, indicou que 1.146 pessoas ficaram feridas e cerca de 542 mil deslocadas. O Rai, que tocou terra no dia 16 com rajadas de vento até 240 quilómetros por hora, atravessou de leste a oeste cerca de nove ilhas no país e afetou mais de quatro de pessoas, de acordo com números oficiais. O tufão deixou um rasto de destruição na passagem pelas Filipinas e causou danos em habitações, infraestruturas e culturas agrícolas avaliados em 20,54 mil milhões de pesos filipinos. O Governo filipino declarou o estado de calamidade em seis regiões afetadas pelo tufão. O impacto do tufão, identificado como Odette no país e o 15.º a atingir as Filipinas este ano, chegou num momento delicado devido a receios sobre a nova variante ómicron do novo coronavírus. Uma média de 20 tufões atinge as Filipinas todos os anos e o mais destrutivo foi o supertufão Haiyan, que em novembro de 2013 atingiu as ilhas Samar e Leyte, deixando sete mil mortos 200 mil famílias desalojadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Cuba concretizam aliança no âmbito da Nova Rota da Seda China e Cuba assinaram um plano de expansão da cooperação bilateral para o desenvolvimento da Nova Rota da Seda e pode também ajudar à recuperação económica da ilha, que atravessa a pior crise em quase três décadas. O acordo foi assinado pelo diretor da Comissão de Desenvolvimento e Reforma, principal órgão de planeamento económico chinês, He Lifeng, e pelo vice-primeiro-ministro cubano, Ricardo Cabrisas, de acordo com a imprensa oficial. Embora Cuba tenha aderido à iniciativa Nova Rota da Seda, em 2018, através de um memorando, trata-se agora de concretizar um calendário e um roteiro para projetos bilaterais, como iniciativas em infraestruturas, tecnologia, cultura, educação, turismo, energia, comunicações e biotecnologia. Um investigador na área dos estudos latino-americanos na Academia Chinesa de Ciências Sociais Zhou Zhiwei disse ao jornal estatal Global Times que a assinatura do plano ilustra o novo impulso nas relações entre os dois países comunistas. Para Zhou, o acordo vai ajudar a economia cubana a recuperar e a melhorar as condições de vida da população local, e, ao mesmo tempo, promover a cooperação entre a China e a América Latina nos domínios do turismo e da energia. O perito salientou o potencial desta aliança na área da energia, um dos problemas mais prementes do país das Caraíbas, que tem registado problemas de abastecimento nos últimos dois anos, agravados pelas sanções dos Estados Unidos e pela redução dos carregamentos de petróleo bruto subsidiado da Venezuela. A China e Cuba já têm projetos energéticos em curso na ilha, incluindo vários relacionados com a utilização de energias eólicas e fotovoltaicas renováveis, uma vez que Havana pretende que 24% do fornecimento de energia provenha destas fontes até 2030. O país asiático é atualmente um dos principais aliados políticos da ilha das Caraíbas e o seu segundo maior parceiro comercial.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Detectado primeiro caso da variante Ómicron em Macau Foi hoje diagnosticado o primeiro caso da variante Ómicron do novo coronavírus num residente de 23 anos regressado dos EUA. Este é o 78.º caso confirmado de covid-19 registado no território desde o início da pandemia, indicou o Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “O caso foi diagnosticado num homem de 23 anos, residente de Macau, que partiu dos Estados Unidos no dia 23 de dezembro e chegou a Macau via Singapura” no dia de Natal, indicaram os serviços, em comunicado. O Laboratório de Saúde Pública “sequenciou o genoma do vírus, cujo resultado mostrou que o doente foi infetado com a variante Ómicron do vírus”, esclareceram. À chegada ao território o jovem testou positivo mas não tinha sintomas de covid-19, tendo sido classificado como um caso assintomático. No entanto, hoje o doente começou a manifestar os primeiros sintomas da doença, como tosse e expectoração. Neste momento o doente encontra-se no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane. No mesmo comunicado, o Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus adiantou que “a variante Ómicron do novo tipo de coronavírus é mais infecciosa do que a variante delta e apelou aos residentes de Macau no exterior para seguirem o princípio de ‘viajar só se for estritamente necessário’, de forma a minimizar as viagens desnecessárias”.
Hoje Macau China / ÁsiaNúmero de mortos pelo tufão Rai nas Filipinas sobe para 375 A passagem do tufão Rai pelas Filipinas, o mais forte a atingir o país este ano, provocou pelo menos 375 mortos e 56 desaparecidos, segundo um novo balanço divulgado pela polícia nacional. Os ventos fortes e chuvas intensas provocaram ainda 500 feridos, de acordo com os números oficiais, citados pelas agências de notícias France-Presse (AFP) e Associated Press (AP). As autoridades admitiram que o balanço de vítimas pode aumentar, porque várias cidades e aldeias continuavam hoje isoladas devido a falhas de comunicações e cortes de energia, embora estivessem em curso esforços de limpeza e reparação. O tufão devastou áreas inteiras onde os sobreviventes precisam urgentemente de água limpa e alimentos, disseram as autoridades. Mais de 400.000 pessoas foram deslocadas para abrigos, depois de terem sido obrigadas a fugir das suas casas e áreas costeiras quando o Rai passou no arquipélago, entre quinta e sexta-feira. No seu ponto mais forte ao passar pelas Filipinas, o Rai apresentou ventos constantes de 195 quilómetros por hora (km/h), com rajadas de até 270 km/h, sendo considerado um “supertufão”. Muitas das vítimas foram mortas pela queda de árvores e desmoronamento de muros, inundações repentinas e deslizamentos de terras. Mais de 700.000 pessoas foram afetadas nas províncias das ilhas centrais, e milhares de residentes foram resgatados de cidades e aldeias inundadas, muitos dos quais se refugiram nos telhados para não serem arrastadas pelas águas. Os navios da guarda costeira transportaram 29 turistas norte-americanos, britânicos, canadianos, suíços, russos e chineses que ficaram retidos na ilha de Siargao, um destino de surf popular que foi devastado pelo tufão, disseram as autoridades. As equipas de emergência estavam a tentar retomar o fornecimento de eletricidade em 227 cidades e vilas, mas a energia só tinha sido restaurada hoje em apenas 21 áreas, informaram as autoridades. Os sistemas de comunicações via telemóveis em mais de 130 cidades e vilas foram cortados pelo tufão, mas pelo menos 106 tinham sido reativados até hoje. Dois aeroportos locais continuavam fechados hoje, exceto para voos de emergência, mas reabriram os outros que tinham sido afetados, disse a agência de aviação civil. Depois de passar nas Filipinas, o Rai entrou no Mar do Sul da China e perdeu força, passando de “supertufão” a um “ciclone tropical severo”, segundo os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau, que içaram hoje o sinal 1 de alerta de tempestade tropical. Esta é a primeira vez desde 1974 que é içado um sinal de tempestade tropical em Macau em dezembro. O Rai ocorreu particularmente tarde para a habitual época de tufões, em que a maioria das tempestades tropicais se formam no Oceano Pacífico entre julho e outubro. Os SMG de Macau admitiram a possibilidade de vir a ser içado o sinal 3 de alerta.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Candidatos pró-Pequim dominaram eleições legislativas A Chefe do Executivo, Carrie Lam, mostrou-se satisfeita com o processo eleitoral, afirmando que a cidade retomou o rumo correcto de ‘um país, dois sistemas'” Os candidatos pró-Pequim dominaram as eleições legislativas de Hong Kong, derrotando moderados e independentes na primeira eleição depois de Pequim ter aprovado uma resolução para alterar as leis eleitorais no território. Os candidatos leais a Pequim ganharam a maioria dos lugares nas eleições de domingo depois de as leis terem sido alteradas para garantir que apenas “patriotas” pudessem dirigir a cidade. A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse durante uma conferência de imprensa ontem que estava “satisfeita” com as eleições, apesar de uma participação de 30,2 por cento dos eleitores – a mais baixa desde que os britânicos entregaram Hong Kong à China em 1997. A responsável disse que o número de eleitores registados atingiu 92,5 por cento, um recorde em comparação com as eleições de 2012 e 2016, quando cerca de 70 por cento dos eleitores se tinham registado. “Para os eleitores recenseados, decidirem se querem exercer os seus direitos de voto numa determinada eleição é inteiramente uma questão para eles próprios”, disse. Trabalho “excitante” Ao abrigo das novas leis, o número de legisladores eleitos directamente foi reduzido de 35 para 20, mas a legislatura foi alargada de 70 para 90 assentos. A maioria dos legisladores foi nomeada por órgãos em grande parte pró-Pequim, assegurando que estes constituíssem a maioria da legislatura. Todos os candidatos foram também avaliados por uma comissão antes de poderem ser nomeados. O campo da oposição criticou as eleições, com o maior partido pró-democracia, o Partido Democrata, a não apresentar candidatos pela primeira vez desde a transferência de soberania de 1997. Lam disse que espera que o trabalho com os 90 legisladores continue a ser “muito excitante” porque eles têm opiniões diferentes sobre muitas questões sociais. Espera-se que Lam viaje para Pequim para fornecer um relato completo sobre a mais recente situação política e económica em Hong Kong. “Espero cobrir uma vasta gama de questões sobre esta visita de serviço particular, porque através de dois actos muito decisivos das autoridades centrais, Hong Kong está agora de volta ao caminho certo de ‘um país, dois sistemas'”, afirmou.
Hoje Macau SociedadePJ | Cúmplice de furto milionário detido ao regressar a Macau A Polícia Judiciária (PJ) anunciou no domingo a detenção de um residente de Macau suspeito de envolvimento no roubo de um armazém na zona norte da península, de onde foram subtraídas 900 caixas de cosméticos avaliadas em 920 mil patacas, noticiou ontem o jornal Ou Mun. As autoridades policiais receberam no dia 13 de Dezembro queixa de um funcionário que acabara de chegar ao armazém, indicando que, além da avultada perda de mercadoria, quatro câmaras de videovigilância foram destruídas, dano a que se juntou uma porta arrombada. O suspeito, um funcionário de relações públicas de um casino, foi detido na quinta-feira passada, quando tentava atravessar a fronteira de regresso a Macau depois de, alegadamente, ter fugido na sequência do furto. O homem de 31 anos, de apelido Wong, confessou o crime e contou que os dois restantes suspeitos que não foram detidos (de uma quadrilha de quatro elementos), lhe disseram que o armazém em questão tinha muitas mercadorias de elevado valor e que Wong seria bem pago pela sua participação. Assim sendo, na madrugada de 12 de Dezembro, o residente e outro suspeito arrombaram a porta do armazém e retiraram a mercadoria usando um carrinho de transporte de carga. De acordo com as autoridades, Wong contactou vários contrabandistas para transportarem os cosméticos para o Interior da China, aos poucos, para não alertar as autoridades. Logo na manhã de dia 12 de Dezembro, a PJ indicou que a mercadoria subtraída foi entregue do outro lado da fronteira. Dois dias depois, a polícia deteve um suspeito de 26 anos, que terá sido o outro elemento que roubou o armazém. Os residentes são suspeitos da prática do crime de furto qualificado. As autoridades acrescentam que Wong foi encaminhado para o Ministério Público, à semelhança do que já havia acontecido com o outro suspeito. Os dois restantes suspeitos continuam a monte e são procurados pelas autoridades.
Hoje Macau Sociedade2022: Da dúvida sobre o concurso do jogo à aposta certa no funeral dos ‘junkets’ As previsões para 2022 em Macau parecem assombradas por uma inquietação existencial e um consenso: duvida-se que se avance com o concurso para exploração do jogo, dá-se como seguro o funeral dos ‘junkets’ e do mercado VIP. O Governo da capital mundial dos casinos continua a marcar no calendário de 2022 um dia para o concurso público de atribuição de novas licenças do jogo, mas analistas ouvidos pela agência Lusa suspeitam que falta tempo e que a conjuntura não é a melhor. Basta olhar para os últimos dois anos. A covid-19 praticamente acabou com os turistas, infectou as contas dos casinos e gripou a economia da capital mundial do jogo. E esse cenário aconselha a um adiamento do concurso e consequente extensão das actuais licenças, por um ano, estimam. O jurista Carlos Lobo, que foi assessor do Governo de Macau, participou na elaboração da lei do jogo e integrou em 2001-2002 a comissão do primeiro concurso público de concessão dos casinos, resume assim a probabilidade: “Será quase impossível”. Mas a acontecer, ressalva, “será, sem dúvida, o evento do ano”, até porque, “tal como em 2001-2002”, o concurso “vai determinar o que será Macau nas próximas duas décadas”. Uma coisa parece certa: “Em 2022, será mais que provável a erradicação do sistema dos ‘junkets’”, as empresas de angariação de grandes apostadores. Razões não faltam, sublinha, exemplificando: o facto de a concessão de crédito aos apostadores ter os dias contados em Macau e os constrangimentos que recaem sobre as operadoras devido à “nuvem negra que paira sobre esse sistema em relação ao cumprimento das obrigações jurídicas”. Afinal, nenhum casino “pode dar-se ao luxo de operar num sistema que o próprio Governo central chinês veio dizer que actua de forma ilegal”, sendo que “o maior deles está alegadamente envolvido em actividades criminosas”. No mesmo tom Tal como Carlos Lobo, o economista José Sales Marques duvida também que o concurso avance no próximo ano, até porque “uma extensão permitiria lançá-lo numa conjuntura diferente” daquela que a pandemia criou, de crise económica geral e de perdas sem precedentes para os casinos. Mas, a acontecer, há uma convicção que destaca: “O modelo em que assentava o jogo, de dependência em relação ao mercado VIP, vai mudar de certeza”, o que se traduz “na necessidade de atrair o mercado de massas, (…) um mercado mais híbrido, cujo perfil não será a 100 por cento de jogo”. A questão do crédito aos jogadores, enfatiza, é mais uma mensagem clara de Pequim, em sintonia com a grande motivação da China, “que está a apertar com o jogo para controlar a saída de capitais”. “É um problema cada vez mais claro, sendo que o descontrolo sobre o movimento de capitais é visto não só como uma questão económica, mas de segurança de Estado”, acrescenta. A necessidade de diversificação tem tanto de discurso motivacional dos governos local e central, como de aviso à navegação, têm apontado analistas como Albano Martins, que chega a admitir a ideia de que Pequim quer mesmo acabar com o jogo em Macau. Tempo para Hengqin Contudo, a prometida regeneração económica com a aposta em Hengqin, a ilha vizinha da China continental para onde Macau deverá crescer nas próximas décadas, numa parceria com a província de Guangdong, ainda vai demorar, ressalva Sales Marques. As autoridades afirmam que o projecto é essencial para combater a dependência da indústria do jogo, que actualmente representa 55,5 por cento do PIB e 80 por cento das receitas do território, e prometem apostar no desenvolvimento de indústrias em áreas como saúde, financeira, tecnologia de ponta e turismo. Mas isso “leva algum tempo para ganhar suficiente dimensão, para crescer”, reitera. A haver tempo, o concurso público poderá dissipar algumas das dúvidas já em 2022. Sendo certo que não haverá lugar para mais operadores na indústria do jogo, fica por perceber se é mesmo para ‘emagrecer’ o número de casinos, de cujas receitas depende o orçamento do Governo e é hoje refém a economia da Las Vegas da Ásia.