Zhaoqing | Tranquilidade e beleza natural são trunfos para atrair pensionistas

Com uma área que cobre mais de 25 por cento da Grande Baía, Zhaoqing tem os atributos naturais e vontade de investir em infraestruturas que atraiam reformados das cidades vizinhas. Para tal, a cidade mais ocidental da região aposta na integração na rede de transportes, aumentando a proximidade com Macau e Hong Kong

 

Se olharmos para o mapa da Grande Baía, na lado noroeste vemos uma região que abarca quase um terço de todo o seu território. Com uma dimensão geográfica de 15.056 km2, Zhaoqing representa 27 por cento da área territorial do projecto nacional de integração. O território de Zhaoqing equivale a 456 “Macaus” e 13 “Hong Kongs”, porém, no plano económico o cenário é o inverso, com a cidade a não atingir sequer 10 por cento do Produto Interno Bruto de Shenzhen. A conjugação desses factores transforma Zhaoqing num local com grande potencial de crescimento, com rendas baixas, e com custo de vida e custos operacionais de negócios relativamente baratos, comparados com as restantes cidades da Grande Baía.

Não é por acaso que Zhaoqing tem atraído nos últimos anos a fixação de startups e empresas de grandes dimensões, mas também residentes das cidades vizinhas, como Hong Kong, para aí viverem uma reforma tranquila, numa zona com cenários naturais deslumbrantes e um ritmo de vida mais pausado.

A intenção de transformar a cidade numa zona atractiva para o desenvolvimento do turismo de saúde e cuidados séniores foi assumida pelas autoridades políticas da cidade, que criaram um comité especial para os assuntos relativos ao projecto da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau. Um dos elos de ligação entre os responsáveis de Zhaoqing e as regiões administrativas especiais tem sido mantido com as respectivas Câmaras de Comércio de Macau e Hong Kong, esta última que chegou mesmo a fazer uma visita de prospecção à região conhecida como o “Jardim do Delta do Rio das Pérolas”.

Neste aspecto, importa salientar o esforço feito por Zhaoqing para atrair residentes das regiões administrativas especiais, com particular acutilância para Hong Kong, onde, antes da pandemia, foram feitos contactos com associações profissionais para promover a venda de apartamentos em instalações de cuidados para a terceira idade. Representantes de uma grande construtora sediada em Guangzhou reuniram com representantes das forças policiais e funcionários públicos de Hong Kong e, inclusive, Carrie Lam chegou a visitar a cidade com esse tópico na agenda.

Asfalto e carril

Além da natural paralisia a que a pandemia obrigou, a distância a que fica Zhaoqing vinha sendo um entrave à concretização destes objectivos.

Porém, uma série de obras redefiniram a posição geográfica da cidade no contexto da Grande Baía e até na ligação à província vizinha de Guangxi.

Um dos grandes projectos de integração viária foi a abertura da autoestrada Guangzhou-Foshan-Zhaoqing, encurtando a viagem para a capital da província para 40 minutos. No total, a autoestrada cobre uma distância de 258 quilómetros.

Outra via foi construída com o intuito de tornar Zhaoqing no ponto de contacto entre Guangdong e as zonas mais turísticas de Guangxi. O asfalto acabou materializar uma parte da conexão estabelecida entre as autoridades de Zhaoqing e de Guilin e Hezhou na província de Guangxi, firmada no âmbito de um acordo para acelerar a integração turística das três cidades. Um dos pontos elementares da cooperação assentou na criação de instalações dedicadas ao turismo de saúde, com particular incidência no segmento populacional mais idoso das cidades da Grande Baía.

Antes da pandemia mudar o mundo, as autoridades previam que o número de visitantes ultrapassasse os 358 milhões até 2025, correspondendo a receitas que quase alcançariam 500 mil milhões de renminbis.

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