Myanmar | Quatro enforcados, primeiras execuções em 30 anos

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch disse ontem que a execução pela junta militar de Myanmar (antiga Birmânia) de quatro prisioneiros, dois deles políticos da oposição, é “um acto da maior crueldade”. “A União Europeia, os Estados Unidos e outros governos devem mostrar à junta que será responsabilizada pelos seus crimes”, disse a directora para a Ásia da ONG.

A junta militar executou quatro prisioneiros, dois deles políticos da oposição, a primeira aplicação da pena de morte em mais de três décadas, informou ontem a imprensa oficial.

Numa breve nota publicada pela Agência Nacional de Myanmar, controlada pelos militares, as autoridades militares confirmam que “a punição foi executada” por enforcamento, sem especificar quando.

Entre os executados incluem-se a antiga deputada Phyo Zeyar Thaw, da Liga Nacional para a Democracia, e o activista Ko Jimmy, condenado em Janeiro por acusações de terrorismo na sequência de actividades contra a junta.

Os outros dois são Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw, acusados de matar uma mulher por, alegadamente, ser uma informadora dos militares.

“Extremamente chocado e triste ao ler a notícia da execução de quatro activistas pró-democracia”, escreveu na rede social Twitter o autodenominado Governo de Unidade Nacional, que se opõe aos militares, apelando às Nações Unidas, à União Europeia e ao bloco de países do sudeste asiático para “punir a junta militar pela sua crueldade e assassínios”.

O regime militar, que assumiu o controlo do país num golpe de Estado a 1 de Fevereiro de 2021, anunciou no início de Junho que iria retomar a pena capital.

25 Jul 2022

Hong Kong | Estudantes devem aprender com discurso de Xi Jinping

A secretária para a Educação do Governo de Hong Kong entende que os estudantes da região vizinha devem aprender com o discurso que Xi Jinping proferiu durante a visita à RAEHK. Christine Choi afirmou que os jovens devem interiorizar a ideia de que os seus sonhos e objectivos estão interligados com o futuro do país

 

“Todos os jovens devem compreender a importância dos conceitos proferidos no discurso [de Xi Jinping] e perceber que os seus objectivos e sonhos de vida devem estar intimamente interligados com o futuro do país”, afirmou ontem Christine Choi, secretária para a Educação do Executivo de John Lee, no Conselho Legislativo de Hong Kong.

A governante destacou a importância do discurso do Presidente Xi Jinping de 1 de Julho, durante as celebrações do 25º da RAEHK, na sequência de questões colocadas por dois deputados numa comissão parlamentar sobre educação patriótica e o ângulo pedagógico do discurso de Xi Jinping.

Com o objectivo de pôr em prática os ensinamentos curriculares das palavras do Presidente da República Popular da China, a secretária para a Educação afirmou que serão organizadas sessões com docentes, reitores e directores de escolas para extrair lições do discurso.

De acordo com a emissora RTHK, o deputado Tang Fei, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores do Sector da Educação, perguntou como pode o Governo aferir da eficácia da educação patriótica. Christine Choi respondeu que se os estudantes demonstrarem bom comportamento durante as cerimónias de içar da bandeira, ou em excursões ao Interior da China, de uma forma visível para os docentes, isso quer dizer que os objectivos foram alcançados.

As outras vozes

Entretanto, alguns legisladores questionaram a eficácia da promoção da educação patriótica e das visitas de estudo ao Interior da China. “Na realidade, muitos estudantes regressam destas visitas e dizem que não acreditam no que viram, argumentando que tudo pareceu encenado”, afirmou a deputada Priscilla Leung.

Representantes do Executivo de John Lee garantiram que durante as visitas de estudo, os alunos de Hong Kong têm acesso a locais que não estão disponíveis ao público geral, e que o Governo recebeu garantias das autoridades do Interior da China de que os estudantes aprendem algo importante nos sítios que visitam.

Finalmente, Christine Choi esclareceu que as visitas à China não têm como objectivo classificação curricular, mas fazer com que os estudantes aprendam algo sobre o país.

25 Jul 2022

DSAL | TNR com salários em atraso em acompanhamento

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) diz estar a acompanhar o caso de 29 trabalhadores não-residentes (TNR) empregados numa empresa do sector da limpeza que reclamam o pagamento de salários em atraso.

Segundo uma nota de imprensa, a DSAL diz ter explicado aos trabalhadores os seus direitos e instaurado um processo para acompanhar o caso. Além disso, já foi contactada a empresa em causa e exigidas “informações para conhecer a situação de atribuição de salários”. Na mesma nota, a DSAL afirma que “vai continuar a acompanhar o caso, investigando-o nos termos da lei, sendo certo que aplicará sanções, caso venha a verificar a existência de qualquer acto que viole a lei, a fim de garantir os direitos e interesses legítimos dos trabalhadores”.

25 Jul 2022

Análise | Indústria do jogo vai ter de se habituar a lucros menores

Especialistas do sector disseram à Lusa que a indústria do jogo em Macau vai ter de se habituar a viver com menos lucros, mesmo num futuro sem as restrições e impacto causado pela pandemia de covid-19

 

O director executivo da empresa especializada em jogo 2NT8, Alidad Tash, estimou que os lucros dos casinos caíram para cerca de metade do que se registava antes da pandemia, mas ressalvou que também terão pela frente menos riscos.

“Penso que o negócio dos casinos continuará a ser rentável. Não tanto como antes, mas ainda assim, um lucro saudável. E a boa notícia para os casinos é que eles gastaram milhares de milhões de dólares a construir luxuosas estâncias integradas. No futuro, não estarão a gastar tanto em novas infra-estruturas. Portanto, o risco é menor. Dito de outra forma, terão menos lucro do que antes, mas também com menos risco”, sintetizou.

Apesar do desaparecimento dos ‘junkets’, “Macau continuará a ser o melhor destino para os jogadores chineses”, sustentou. “Isto porque Macau é chinês. Eles não se encontram numa terra estrangeira. Os restaurantes são autênticos, os comerciantes falam cantonês, como a sua língua materna, e também podem falar mandarim. Este não é o caso quando os jogadores chineses vão para a Coreia, Filipinas, Vietname”, explicou, quando questionado sobre uma possível aposta da indústria do jogo em outros países asiáticos.

Contudo, Alidad Tash prevê que os grandes apostadores chineses “não poderão vir com a mesma frequência”, confrontados com “maiores dificuldades em trazer grandes quantidades de dinheiro para Macau ou qualquer outro destino”. A questão é que, fundamentou, “os ‘junkets’ costumavam ser um dos maiores facilitadores para levar dinheiro ilegalmente para fora da China” continental, porque Pequim “limita quanto dinheiro por cidadão pode sair das suas fronteiras”.

Resumindo, com os ‘junkets’ fora de circulação, “os grandes apostadores vão visitar e jogar menos vezes em Macau, e com menos dinheiro por viagem”.

Planear o amanhã

Ben Lee, analista da consultora de jogo IGamix, sublinhou o impacto do desaparecimento do mercado VIP devido a uma repressão sobre o ‘marketing’ que lhe era dirigido e saída de capitais, a par de uma nova política mais restritiva na passagem de vistos por parte de Pequim, visível no último ano.

Factos que indiciam que os potenciais retornos futuros “serão mais desafiantes e menos lucrativos”. Até porque, explicou, “os custos de ‘marketing’ e promoção destinados aos segmentos de massa sempre atraíram baixos retornos em relação ao que era desembolsado”.

Dito isto, frisou, Macau “tem de avançar para a atracção de turistas de outras jurisdições que não a China”, mas para o fazer “é necessário mais do que meras palavras por parte das autoridades locais”, salientando que “o défice de especialização está a aumentar, à medida que cada vez mais competências estrangeiras estão a ser empurradas para fora de Macau”.

Ben Lee lamentou que isso aconteça, sobretudo quando “é preciso agora planear o futuro” e em que a indústria do jogo vive o seu pior momento em Macau, uma vez que “é provável” que as receitas brutas de Julho “sejam ainda mais baixas do que o mínimo anterior de 716 milhões de patacas em Junho de 2020”.

As concessionárias têm acumulado desde 2020 prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.

25 Jul 2022

Biden condiciona baixar taxas às importações chinesas ao impacto para os trabalhadores

O Presidente dos EUA, Joe Biden, continua a considerar reduzir as taxas sobre produtos importados da China que o o seu antecessor, Donald Trump, implementou, mas condiciona a decisão ao impacto que pode ter para os trabalhadores.

“Há potenciais implicações laborais. [Joe Biden] não fará nada que acredite que possa prejudicar os trabalhadores nos Estados Unidos”, disse hoje a secretária de Comércio, Gina Raimondo à CBS.

O Presidente norte-americano quer reduzir a inflação e beneficiar os consumidores, também “para ter certeza de que quando fizermos, se o fizermos, não haverá impacto sobre os trabalhadores americanos”, disse Raimondo no programa “Face the Nation”.

Donald Trump subiu significativamente as taxas sobre as importações da China durante a guerra comercial com aquele país, e o atual governo manteve-as, considerando que algumas são importantes para garantir a segurança nacional dos Estados Unidos.

Sindicatos e alguns altos funcionários norte-americanos, como a representante de Comércio Estrangeiro, Katherine Tai, apoiam a manutenção das tarifas, considerando que dá vantagem aos EUA nas negociações com a China.

Outros, como a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, afirmam que “certas reduções poderiam ser justificadas” para ajudar a baixar a inflação, que em junho ficou em 9,1%, a taxa mais alta desde 1981.

25 Jul 2022

China lança com sucesso segundo módulo da estação espacial

A China lançou ontem com “sucesso” o segundo de três módulos da sua estação espacial em construção no espaço, um passo crucial para a conclusão da instalação, noticiou ontem a AFP.

A nave espacial Wentian, que pesa cerca de 20 toneladas e não tem astronautas a bordo, foi impulsionada às 14h22 em Macau por um foguete Long March 5B a partir do centro de lançamento Wenchang na ilha de Hainan.
Um quarto de hora mais tarde, um funcionário da agência espacial responsável pelos voos tripulados (CMSA) anunciou o “sucesso” do lançamento.

Este módulo de laboratório, que tem quase 18 metros de comprimento e 4,2 metros de diâmetro, deve atracar com Tianhe, o primeiro módulo da estação, que está em órbita desde Abril de 2021. A operação de acoplagem é um desafio para a tripulação, uma vez que requer várias manipulações sucessivas e de alta precisão, nomeadamente com um braço robótico.

“Esta é a primeira vez que a China tem de atracar veículos tão grandes em conjunto”, e “é uma operação delicada”, disse à AFP Jonathan McDowell, astrónomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, nos EUA. Uma manipulação que terá de ser repetida com a chegada de um novo módulo de laboratório mais tarde.

Em última análise, “isto permitirá que a estação seja muito mais eficaz, com o espaço e o poder para realizar mais experiências científicas”, diz McDowell.

Equipado com três áreas de dormir, uma sanita e uma cozinha, Wentian servirá como plataforma de apoio para controlar a estação em caso de falha.

O módulo também tem espaços para experiências científicas e inclui uma câmara de ar que se tornará a passagem preferida para passeios espaciais.

A próxima missão

Chamada Tiangong (Palácio Celestial) mas também conhecida pela sua sigla CSS (Chinese Space Station em inglês), a estação espacial chinesa deverá estar totalmente operacional até ao final do ano.

Depois de Wentian este fim-de-semana, os três astronautas da missão Shenzhou-14, actualmente na estação espacial, acolherão o terceiro e último módulo, Mengtian, em Outubro.

A estação terá então a sua forma final em forma de T. O seu tamanho será semelhante ao da extinta estação russo-soviética Mir. Espera-se que a sua vida útil seja de pelo menos 10 anos e possivelmente 15 anos.

“A CSS terá então concluído a sua construção em apenas um ano e meio, o ritmo mais rápido da história para uma estação espacial modular”, diz Chen Lan, um analista do website Go Taikonauts.com, especializado no programa espacial chinês. “Em comparação, a construção da Mir e da Estação Espacial Internacional (ISS) levou 10 e 12 anos, respectivamente”, disse.

A conclusão do Tiangong permitirá também à China realizar, pela primeira vez, um revezamento da tripulação em órbita. A substituição deverá ter lugar em Dezembro, quando os astronautas da Shenzhou-14, actualmente na estação espacial, derem lugar aos da Shenzhou-15. Tiangong acolherá então os seis membros da tripulação durante vários dias.

25 Jul 2022

Economia | Incerteza na China leva classe média a preparar “plano de fuga”

‘Runxue’, ou “planear a fuga”, é o novo termo em voga entre a classe média chinesa, numa altura em que a crise no imobiliário e a política ‘zero covid’ geram crescente insegurança face ao futuro

 

Nos restaurantes e cafés de Pequim ou Xangai, tornaram-se comuns trocas de conselhos entre grupos de amigos e familiares sobre os melhores países para emigrar ou como obter passaporte e visto, numa altura em que as autoridades chinesas estão a dificultar a saída do país.

O fenómeno não é novo: em Portugal, por exemplo, os chineses são tradicionalmente os principais investidores no programa vistos ‘gold’.

A novidade é a vontade expressa pelos chineses em estabelecerem-se de forma definitiva além-fronteiras. O termo ‘Runxue’, que une a palavra inglesa ‘Run’ (“fugir”, em português), e a palavra chinesa ‘Xue’ (“estudar ou analisar”, em português), tornou-se viral nas redes sociais do país.

Apesar de as famílias abastadas chinesas terem sempre almejado obter residência no exterior, a maioria optou, até à data, por permanecer na China, face às oportunidades económicas que o país tradicionalmente oferece. “Mais de 90 por cento dos clientes [dos ‘vistos gold’] não vivem em Portugal”, explicou à Lusa fonte do sector.

André Zhou, natural de Braga e dono de dois restaurantes portugueses em Xangai, contou à Lusa que “cada vez mais amigos chineses” lhe perguntam “sobre o preço das casas, a qualidade do ensino e como se vive em Portugal”. “São pessoas que nasceram e cresceram [em Xangai] e que não reconhecem mais a cidade”, disse.

Entre Abril e Junho, a população da mais cosmopolita cidade da China foi abalada por um bloqueio de dois meses, marcado por cenas de violência, falta de acesso a alimentos ou cuidados de saúde, e a aplicação implacável e caótica de medidas de prevenção epidémica, no âmbito da estratégia chinesa de ‘zero casos’ de covid-19.

Icey Chang, uma consultora de imigração para o Canadá a residir em Pequim, explicou à Lusa que o número de pedidos “mais do que triplicou”, nos últimos meses, à medida que a “insegurança relativamente ao futuro” aumentou entre a população do país.

Andaime até ao céu

Outro factor com fortes implicações para a classe média chinesa é a crise no imobiliário. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas – cerca de 70 por cento, segundo algumas estimativas.

Uma campanha lançada por Pequim para aumentar o rácio de liquidez no sector suscitou uma vaga de incumprimentos entre algumas das principais construtoras do país. O caso mais emblemático envolve o grupo Evergrande, cujo passivo supera o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal.

A crise ameaça contagiar o sistema financeiro, à medida que proprietários de habitações na China, cuja obra ficou inacabada devido à situação precária das construtoras, recusam pagar as prestações dos imóveis. O sector imobiliário e a construção pesam mais de um quarto no PIB (Produto Interno Bruto) da China e foram um importante motor do crescimento económico do país nas duas últimas décadas.

Este período parece ter chegado ao fim. “Houve muito crescimento fictício na China”, descreveu à agência Lusa Michael Pettis, professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim. “O excesso de investimento em todo o tipo de projectos de construção inflaccionou o crescimento durante muitos anos”, disse.

Pettis apontou para o exemplo de Espanha antes da crise financeira internacional de 2008. “O período de rápido crescimento da economia espanhola foi impulsionado pelos fundamentos errados: a construção de imóveis, nos quais ainda hoje ninguém mora, e uma enorme quantidade de infraestruturas, que foi além daquilo que o país necessitava”, comparou.

“Enquanto isto dura é óptimo, mas quando o aumento da dívida é incapaz de gerar retorno, o modelo torna-se insustentável, suscitando uma desaceleração económica e potencial aumento do desemprego”, descreveu Pettis, prevendo um cenário semelhante na China.

25 Jul 2022

Parto | Infectada com covid-19 dá à luz no hospital público

Uma mulher de 26 anos, infectada com covid-19 e a cumprir quarentena no Hotel Sheraton, deu à luz na sexta-feira, um bebé do sexo masculino que testou negativo à doença. Em comunicado, os Serviços de Saúde relatam que a mulher, com um período de gestação superior a 40 semanas, apresentou sinais de parto e “precisou de ser imediatamente encaminhada para o hospital”, onde foram tomadas as previdências necessárias.

O bebé viria a nascer por volta das 05h50 de sexta-feira. Perante as questões levantas acerca da utilização de máscara durante o parto ou se o recém-nascido teria sido separado da mãe após o nascimento, o médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário esclareceu, segundo a TDM-Canal Macau, que os dois estão juntos no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane e que durante o parto, as mulheres não estão obrigadas a usar máscaras do tipo KN95.

25 Jul 2022

Reserva Financeira | Quebra de 100 mil milhões em ano e meio

A Reserva Financeira da RAEM registou uma quebra de 100 mil milhões de patacas ao longo de um ano e meio, atingindo o máximo de 663 mil milhões de patacas em Fevereiro do ano passado. Segundo a TDM – Rádio Macau, desde Janeiro a quebra foi superior a dez por cento.

Além da injecção de 72 mil milhões de patacas no Orçamento deste ano para apoios económicos, a Reserva Financeira sofreu também flutuações devido ao panorama dos mercados mundiais. Nos primeiros quatro meses deste ano, a Reserva Financeira teve um prejuízo de quase 50 mil milhões de patacas, com alguma recuperação a registar-se no mês de Junho graças às alterações das taxas de juro.

Em finais de Abril, o montante global fixou-se em 613 mil milhões de patacas, valor que cresceu até 624 mil milhões de patacas a 31 de Maio, mas as mobilizações de verbas para o orçamento justificam a queda para 557 mil milhões de patacas na semana passada.

24 Jul 2022

Varíola dos macacos na lista de doenças transmissíveis. Deputados questionam prevenção

A Assembleia Legislativa aprovou na sexta-feira, com caráter de urgência, a inclusão da varíola dos macacos na lista de doenças transmissíveis de Macau, com os deputados a questionarem o Governo sobre as medidas que estão a ser tomadas ao nível da prevenção.

“Apesar de não ter sido detectado nenhum caso confirmado em Macau e, tendo em conta o risco que o vírus da varíola dos macacos acarreta para a saúde dos residentes, a detecção precoce e a adopção de medidas adequadas de prevenção e controlo são essenciais para controlar esta doença, assim como impedir eficazmente a importação e propagação”, disse a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, durante a sessão plenária.

Até 20 de Julho de 2022, contextualizou, “a varíola dos macacos atingiu mais de 70 países, tendo registado cerca de 14 mil casos confirmados e até algumas mortes”, com a Coreia de Sul e Singapura, na Ásia, a registarem infecções. “Por outro lado, dois casos importados foram registados recentemente em Taiwan, o que revela que o risco é cada vez maior”, acrescentou.

Pensar mais à frente

Do lado dos deputados, Lo Choi In questionou o Governo sobre o que está a ser feito para controlar a doença, caso sejam detectados casos em Macau. “Quais as medidas e planos de contingência [de Macau]? E em termos de medicamentos e tratamentos, com o que é que podemos contar no futuro”, questionou Lo Choi In.

Por seu turno, Elsie Ao Ieong disse estar em contacto com farmacêuticas para “quando houver medicamentos ou vacinas”, Macau poder proceder à sua aquisição. “Também já demos instruções aos médicos e, em caso de se verificar a doença em Macau, devem comunicar aos Serviços de Saúde”, apontou.

Já o deputado Ron Lam chamou a atenção para a necessidade de actualizar a lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, de 2004, de forma a permitir à região “enfrentar os novos desafios das situações epidémicas”. “Espero que o Governo, depois da passagem desta epidemia pondere a revisão da respectiva lei, tendo em conta sanções e critérios, a situação e a realidade, introduzindo multas com um montante fixo, porque na lei actual só estão previstas sanções penais, por isso, espero que o Governo inclua sanções administrativas”, sugeriu o presidente da Associação da Sinergia de Macau.

A lei “tem produzido grande efeito para a prevenção da covid-19”, constituindo uma “base legal para a prevenção desta pandemia”, respondeu Elsie Ao Ieong, admitindo, no entanto, a possibilidade de uma revisão “quando a pandemia estiver bem controlada”.

24 Jul 2022

AL | Aprovada lei das escutas, uma das “mais rigorosas” do mundo

Foi aprovada a lei que concede à polícia o direito de pedir às operadoras de telecomunicações todos os dados dos utilizadores durante uma investigação criminal. Wong Sio Chak sublinhou que a intercepção de comunicações só acontece com autorização de um juiz e que a lei é uma das “mais rigorosas” do mundo. Coutinho admitiu reservas e votou contra alguns artigos, juntamente com Che Sai Wang

 

A Assembleia Legislativa (AL) aprovou na sexta-feira, na especialidade, o regime jurídico de intercepção e protecção de comunicações. A nova lei passa a prever que as autoridades tenham o direito de pedir às operadoras de telecomunicações, todos os dados dos utilizadores no decorrer da investigação criminal, à excepção do conteúdo das comunicações.

Naquela que foi a segunda sessão plenária realizada por videoconferência, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apontou que a nova lei das escutas é uma dos mais rigorosas do mundo, apesar de admitir que há espaço para melhorias. Sobre as reservas apontadas por alguns deputados ao nível da privacidade dos dados dos cidadãos, o secretário vincou que, à luz do novo diploma, existem garantias suficientes e que os dados só podem ser requisitados pelas autoridades, com a autorização de um juiz. No entanto, admitiu que há sempre espaço para introduzir melhorias. “Há sempre margem de melhoria em todos os regimes. Não há nenhum regime perfeito a 100 por cento, mas esta proposta de lei é uma das mais rigorosas a nível mundial”, disse segundo a TDM-Rádio Macau.

Recorde-se que, quando o “Regime jurídico da intercepção e protecção de comunicações” foi anunciado pela primeira vez, Wong Sio Chak justificou a importância da lei com o facto de a “segurança do Estado estar a tornar-se cada vez mais urgente” e ainda com a necessidade de “acompanhar a evolução dos tempos”. Para o Governo, o actual regime, que vigorava há mais de 24 anos, estava desactualizado, havendo necessidade de responder ao desenvolvimento tecnológico das comunicações e à complexidade crescente da actividade criminosa.

Limites e garantias

Durante o plenário da passada sexta-feira, o novo regime despertou, segundo a agência Lusa, “muitas reservas” ao deputado José Pereira Coutinho, que apelou à “tolerância zero em intercepções abusivas”.

“Com muitas reservas e muitas dúvidas” quanto à aplicação futura da nova lei das escutas, José Pereira Coutinho votou contra “alguns artigos”, à semelhança do companheiro de bancada Che Sai Wang. Os dois deputados da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) votaram contra, por exemplo, o artigo que estabelece uma excepção à notificação de pessoas prejudicadas pela intercepção de comunicações, se isso perturbar as finalidades do inquérito ou da instrução.

Também recebeu luz vermelha dos dois deputados a cláusula que define que “os órgãos de polícia criminal podem pedir aos operadores de telecomunicações e aos prestadores de serviços de comunicações em rede” determinados registos de comunicações “sem prévia autorização judiciária”, no caso de haver razões para crer que “os registos de comunicações relacionados com o crime são susceptíveis de servirem de prova e a demora possa representar grande perigo para bens jurídicos de valor relevante”.

“Igualmente votámos contra (…) por considerar que Macau é um meio muito pequeno, os meios de comunicação são excelentes. Nunca houve problemas e dificuldades no contacto com os magistrados judiciais pelo que não se justifica tal urgência”, justificou.

Do lado do secretário para a Segurança, foi ainda justificada a excepção de proibir a intercepção de comunicações entre o arguido e o seu defensor, com o facto de tal ser prática comum a nível mundial.

“Não sei o que posso esclarecer mais sobre esta matéria. Isto é um princípio básico a nível mundial. A maior parte dos países também procede desta maneira. Caso a norma seja violada, a proposta de lei prevê sanções disciplinares”, disse segundo a TDM-Canal Macau.

Durante a declaração de voto, Coutinho relembrou o artigo 32.º da Lei Básica, que estabelece que “a liberdade e o sigilo dos meios de comunicação dos residentes de Macau são protegidos pela lei”. “No futuro, resta-nos depositar a esperança e a confiança nos magistrados judiciais, para que haja um rigoroso e integral controlo judicial neste novo regime, prevenindo-se e impondo-se tolerância zero em intercepções abusivas”, concluiu.

24 Jul 2022

Há imigrantes em Macau a sobreviver da doação de alimentos, dizem associações

Associações de Macau disseram à Lusa que há trabalhadores imigrantes com graves carências de bens de primeira necessidade que sobrevivem apenas da doação de alimentos, devido à perda de salários.

“Na verdade, não sei como vamos sobreviver, mas pedimos comida uns aos outros, cada grupo [comunitários filipino] dá assistência alimentar”, disse a presidente do Sindicato Progressivo dos Trabalhadores Domésticos em Macau, Jassy Santos, na semana em que os trabalhadores se encontram sob licença sem vencimento, situação que deverá terminar amanhã.

Outra associação filipina, a Aliança Comunitária Filipina, disse que os trabalhadores receiam não ter salário suficiente para pagar as despesas de subsistência até ao próximo mês. “Precisamos de pagar o arrendamento da casa e contas de eletricidade”, para além da alimentação, disse o presidente, Hazhel C. Mamamngon, que recebeu mais de 200 pedidos de ajuda durante o confinamento parcial, além do apoio a mais de 60 imigrantes isolados num hotel, a cumprirem quarentena obrigatória.

Hazhel C. Mamamngon revelou também que os trabalhadores filipinos estão igualmente a pedir ajuda financeira e alimentar através de organizações governamentais, tais como o Consulado Geral das Filipinas, a Oficina do Trabalho Estrangeiro das Filipinas e a Administração do Bem-Estar dos Trabalhadores Estrangeiros (OWWA) ao longo do confinamento.

De acordo com a OWWA, os trabalhadores filipinos que apresentam sintomas à covid-19 e que necessitam de hospitalização ou isolamento podem beneficiar da assistência financeira da agência Covid After Care no valor de 200 dólares.

Contudo, Jassy Santos disse que a assistência das autoridades filipinas é insuficiente, e criticou a OWWA por nem todos poderem receber os benefícios. “Não é suficiente. (…) Eles não deram a comida suficiente. (…) “Sim, há uma ajuda de 200 dólares, mas só para os mais afectados”, sublinhou.

Ambas as associações filipinas receberam queixas de que alguns empregadores não estão a fornecer alimentos a empregados domésticos que vivem nas suas casas e alguns são obrigados a trabalhar horas extraordinárias sem pagamento.

Pobres e mal pagos

Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores Migrantes Indonésios (UTMI) indicou que está a recolher donativos para ajudar pessoas em necessidades da sua comunidade.

“Os nossos principais doadores são os nossos amigos, que ainda têm emprego, alguns indonésios que vivem aqui, organização muçulmana indonésia, alguns amigos e associações locais”, disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Migrantes Indonésios, Yosa Wari Yanti, observando que o Governo indonésio ainda não prestou ajuda: “Telefonei para o consulado indonésio em Hong Kong, mas, até agora, ainda nenhuma acção”.

Uma associação que representa a comunidade muçulmana também se organizou para prestar apoio. “Há alguns que são afectados por este bloqueio parcial (…) e nós organizamos comida para eles em restaurantes seleccionados, que tenham comida ‘halal’, sendo que os números de não-residentes que precisam de ajuda devido à ausência de pagamento do ordenado está a aumentar”, observou um membro da comunidade muçulmana, Bilal Khalil. “Estamos a tentar o nosso melhor para ajudar todas as comunidades, mesmo (…) não-muçulmanas”, esclareceu Bilal Khalil.

Segundo dados da UTMI, um trabalhador doméstico recebia entre 3.000 e 5.000 patacas por mês.
Com a actual escassez de mão-de-obra, o salário mensal terá aumentado para valores entre 4.000 e 6.000 patacas, quando o rendimento mensal médio da população empregada é 16.000 patacas.

22 Jul 2022

Biden diz que Exército considera “má ideia” líder do Congresso visitar Taiwan

O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse na quarta-feira achar que o Exército dos Estados Unidos considera “não ser boa ideia” a líder do Congresso do país, Nancy Pelosi, visitar Taiwan neste momento.

Os comentários de Biden surgem um dia depois de o ministério dos Negócios Estrangeiros da China ter advertido que o país vai adotar “medidas resolutas e fortes”, caso Pelosi visite a ilha, que é reivindicada por Pequim, apesar de funcionar como uma entidade política soberana.

“Acho que os militares consideram que não é boa ideia neste momento”, disse Biden, em conferência de imprensa, em resposta a uma pergunta sobre a viagem de Pelosi. “Mas não sei qual é a situação atual”, apontou.

O jornal Financial Times avançou, esta semana, que a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos irá visitar Taiwan, em agosto, numa altura em que Taipé enfrenta crescente pressão por parte da China.

A confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano a Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para abril, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé. O gabinete de Pelosi não negou, nem confirmou, a visita.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijiang, disse que a viagem “minaria gravemente a soberania e a integridade territorial da China, teria grave impacto na base política da relação China-EUA e enviaria um sinal muito errado às forças independentistas de Taiwan”.

Os Estados Unidos têm um compromisso de longa data com a política “uma só China”, que implica o reconhecimento de Pequim como o único governo da China, mas permite relações informais e laços de Defesa com Taipé.

Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana.

No entanto, Pequim considera Taiwan uma província sua e ameaça usar a força caso a ilha declare independência. Biden também disse que espera reunir por videoconferência com o Presidente chinês, Xi Jinping, nos próximos 10 dias.

Os assessores económicos e de segurança nacional de Biden estão a concluir uma revisão da política tarifária dos EUA e a elaborar recomendações para o Presidente.

O seu antecessor, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias punitivas sobre centenas de milhares de milhões de dólares de importações oriundas da China, visando reduzir o défice comercial norte-americano e forçar a China a adotar práticas comerciais mais justas.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, pediu a eliminação de algumas dessas taxas como forma de ajudar a combater a inflação nos Estados Unidos. Outros membros do governo Biden, incluindo a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, levantaram preocupações sobre a flexibilização das taxas, já que a China não cumpriu o compromisso de aumentar as importações de produtos dos EUA.

Biden evitou uma pergunta sobre o que terá a dizer a Xi sobre as taxas. “Vou-lhe dizer que tenha um bom dia”, respondeu o chefe de Estado norte-americano.

21 Jul 2022

Aumento do preço do petróleo agrava défice da balança comercial do Japão

O Japão registou um défice comercial de quase 8 biliões de ienes na primeira metade deste ano, devido ao aumento dos preços do petróleo e à desvalorização da moeda japonesa. De acordo com dados oficiais divulgados hoje pelo Ministério das Finanças japonês, o país registou o segundo semestre consecutivo de défice comercial.

Apesar do défice as exportações cresceram 15%, para 45,94 biliões de ienes e as importações caíram quase 38%, para 53,86 biliões de ienes.

Em junho, as importações aumentaram 46%, enquanto as exportações cresceram 19%, em comparação com igual período de 2021, resultando num défice comercial de 1,38 biliões de ienes, o maior para o mês de junho desde 2014.

As importações japonesas da China aumentaram 33% em junho, em relação ao ano anterior, enquanto as exportações aumentaram 8%.

As importações dos Estados Unidos cresceram 25%, enquanto as exportações aumentaram 15%, por sua vez as importações do Médio Oriente, fonte de grande parte do abastecimento energético do Japão, aumentaram 125%.

Junichi Makino, economista-chefe da consultora SMBC Nikko Securities, disse que as exportações aumentaram em junho, apoiadas pela procura global por carros e chips de computador japoneses. O iene vale hoje cerca de 138 ienes por dólar, abaixo dos cerca de 110 ienes de um ano atrás.

O Banco do Japão optou hoje por manter inalteradas as taxas de juro de curto prazo em -0,1% e o programa de compras de fundos negociados em bolsa para manter a curva de rendimento das obrigações de longo prazo em cerca de 0%.

Pelo contrário, outros países, incluindo os Estados Unidos estão a subir as taxas para combater a inflação. Os preços do petróleo subiram no mercado mundial desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro, e agora estão a ser negociados a cerca de 100 dólares o barril.

21 Jul 2022

Empresa de transporte Didi multada em mais de oito mil milhões de yuan

As autoridades chinesas multaram hoje a empresa de serviços de transporte partilhado Didi, o ‘Uber chinês’, em mais de oito mil milhões de yuans, por violar leis de segurança do ciberespaço.

A investigação apurou que a empresa violou a lei de segurança da rede da China, a lei de segurança dos dados e uma lei que protege informações pessoais, disse a Administração do Ciberespaço da China, em comunicado.

Um outro comunicado apontou que as “operações ilegais” do grupo geraram riscos “sérios” para a segurança nacional, afetando a infraestrutura de informação e a segurança de dados do país.

O presidente do Conselho de Administração do Didi, Cheng Wei, e o presidente Jean Liu, foram multados em um milhão de yuans cada, pois foram responsabilizados pelas violações da empresa, disseram os reguladores.

O Didi armazenou ilegalmente quase 12 milhões de capturas de tela e 107 milhões de dados de reconhecimento facial dos passageiros e mais de 167 milhões de registos de dados de localização, entre outras informações, disseram os reguladores. As violações da empresa começaram em junho de 2015. A empresa disse, em comunicado, que aceitou “sinceramente” a decisão.

“Tomaremos isto como um aviso e persistiremos em prestar igual atenção à segurança e ao desenvolvimento”, disse o grupo Didi, acrescentando que trabalhará para um desenvolvimento “seguro, saudável e sustentável” dos seus negócios.

A decisão ocorre mais de um ano depois de o Didi ter estreado na Bolsa de Nova Iorque. Os reguladores, que alegadamente não aprovaram a entrada em bolsa, iniciaram a investigação dois dias depois, levando a que as ações do grupo afundassem.

A empresa está entre uma série de grupos tecnológicos que enfrentaram escrutínio minucioso durante uma campanha regulatória, que começou em 2020, quando os reguladores interromperam a entrada em bolsa da empresa de tecnologia financeira Ant Group, afiliada ao grupo de comércio eletrónico Alibaba.

21 Jul 2022

Arrancou Feira do Livro de Hong Kong, mas com menos publicações políticas

A feira anual do livro de Hong Kong começou esta quarta-feira, com várias editoras de obras políticas impedidas de participar no evento e outras a admitirem cautela no tipo de publicações divulgadas.

O principal organizador da feira, o Hong Kong Trade Development Council, disse que não fez uma avaliação prévia das obras à venda. Contudo, o organismo admitiu que, após o reforço do controlo da liberdade de expressão e a detenção de ativistas pró-democracia, na sequência da aprovação de uma dura lei de segurança nacional, em 2020, os participantes devem cumprir a lei.

A editora independente Hillway Culture, que publica livros sobre Hong Kong e eventos políticos, estava na lista das entidades proibidas de participarem no evento. O mesmo aconteceu à One of a Kind, com obra publicada sobre os protestos antigovernamentais de 2019.

Kaying Wong, curador convidado da The House of Hong Kong Literature, a maior organização literária da cidade, referiu que as editoras estão a passar por um período difícil, devido ao impacto da pandemia e às preocupações com a censura.

“Não é certamente um trabalho fácil montarmos um expositor na feira do livro e sermos selecionados” para expor, disse.

Em 2020, devido à pandemia, a região administrativa chinesa adiou por várias vezes, o evento, que acabou por ser cancelado. A feira voltou a abrir portas em junho de 2021. A edição deste ano decorre até terça-feira, 26 de julho.

Citado pela agência Associated Press, o romancista Gabriel Tsang, que trabalha com a editora Spicy Fish Cultural Production Limited, realçou que, na conjuntura atual, os autores devem considerar se podem ou não ser publicados. Os escritores “podem recorrer a alguma alegoria ou fazer uso de habilidades retóricas, em vez de expressarem diretamente o que querem dizer”, explicou.

No ano passado, foram apresentadas queixas contra a Hillway Culture, uma das editoras que não foi autorizada a participar este ano, por disponibilizar obras politicamente sensíveis e passíveis de violarem os termos da polémica lei de segurança nacional.

As autoridades deveriam ser mais claras e transparentes sobre o tipo de atividades permitidas, disse, por sua vez, Hui Ching, diretor do ‘think tank’ sobre política Hong Kong Zhi Ming Institute. “Se não houver transparência, é razoável que o cidadão suspeite que os seus direitos estão a ser privados”, notou Hui.

21 Jul 2022

Governo da RAEM repudia relatório dos EUA sobre tráfico humano

A inclusão de Macau na lista negra do relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre tráfico humano, motivou o Gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak a emitir uma nota onde considera “inaceitável” a tomada de posição norte-americana.

Segundo o secretário para a Segurança, as críticas feitas por Washington são “presunçosas” e “preconceituosas” e não reflectem com veracidade a situação real de Macau. Isto, tendo em conta que, apesar do impacto da pandemia de covid-19, Macau tem seguido a lei do “combate ao crime de tráfico de pessoas” e as estratégias internacionais nos últimos dois anos, tendo conseguido manter o número de ocorrências “num nível baixo o nulo”.

“A situação de Macau nunca foi fielmente retratada ao longo dos anos, nos relatórios dos EUA. O lado americano continua a fazer julgamentos presunçosos e preconceituosos sobre a aplicação das leis e do sistema judicial de Macau, com a sua habitual falta de conhecimento sobre a situação real de Macau. Isto é lamentável e enfurecedor”, pode ler-se na nota.

Além disso, Wong Sio Chak apontou ainda que, através das suas observações acerca da situação de prevenção e controlo do tráfico humano em Macau, o Governo norte-americano procura “confundir a comunidade internacional”, através de “pressupostos subjectivos e interpretações tendenciosas” que pretendem “obliterar os esforços feitos por Macau”.

Continuar a trabalhar

Ainda assim, pode ler-se no comunicado, o Governo assegura que “irá continuar a trabalhar com todos os sectores da comunidade para prevenir e controlar o tráfico humano e proteger os legítimos interesses dos seus residentes” e reforçar os mecanismos de cooperação internacional.

Segundo o portal France 24, o relatório do Departamento de Estado da Casa Branca aponta que Macau não providenciou, pelo terceiro ano consecutivo, “qualquer serviço ou apoio a vítimas de tráfico humano”. Além de Macau, também o Vietname, Camboja, Brunei e Bielorrússia fazem agora parte da lista negra do tráfico humano que consta no relatório, juntando-se à repetente Malásia.

21 Jul 2022

Protestos marcam 75.º aniversário da morte do fundador de Myanmar

Protestos pró-democracia, dispersos pelo Myanmar (antiga Birmânia), marcaram o 75.º aniversário da morte do general Aung San, herói da independência do país, cuja filha continua detida pela junta militar que assumiu o poder em fevereiro de 2021.

Em vários bairros de Rangum, a maior cidade do país, ouviram-se sirenes e buzinas de automóveis durante um minuto, às 10h37, hora do ataque de 1947 que também vitimou seis membros do gabinete de Aung San e dois outros funcionários.

Fotos e vídeos publicados nas redes sociais mostram manifestantes com faixas a entoar cânticos em Rangum. Os protestos dispersaram em pouco tempo para evitar confrontos com as forças de segurança.

Após assumir o poder, o exército birmanês iniciou uma campanha de pressão que incluiu a detenção da Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi e de milhares de opositores, resultando ainda na morte de 2.091 civis, incluindo poetas, ativistas e políticos, segundo a Associação de Assistência a Presos Políticos.

O chamado Governo de Unidade Nacional, criado por parlamentares eleitos, que diz ser a administração legítima do país, transmitiu nas redes sociais, em direto, a cerimónia de comemoração.

Mahn Winn Khaing Thann, o primeiro-ministro sombra do Governo de Unidade Nacional, que os militares no poder consideram uma organização terrorista, prometeu lutar até que a liberdade seja restaurada em Myanmar.

“Gostaria de reiterar que toda a população, incluindo monges, estudantes e jovens, só poderá exercer sua liberdade de escolha e gozar plenamente de seus direitos após o fim da ditadura militar” e a restauração da democracia, disse.

O general Aung San tinha 32 anos quando foi morto a tiros por um grupo de homens armados uniformizados em Rangum.

Um rival político, o ex-primeiro-ministro U Saw, foi julgado e enforcado por planear o homicídio, menos de seis meses antes do país conquistar a independência do domínio colonial britânico.

Uma cerimónia oficial foi realizada no Mausoléu dos Mártires em Rangum, sem a presença de Aung San Suu Kyi.

Suu Kyi, de 77 anos, não é vista em público desde que foi detida, com exceção de uma foto, divulgada pela televisão estatal em maio de 2021, tirada numa audiência judicial.

A antiga líder foi condenada a 11 anos de prisão e colocada em isolamento numa prisão na capital, Naypyidaw, em junho. As numerosas condenações e críticas aos abusos perpetrados pelos militares deixaram mais uma vez o país praticamente isolado a nível internacional.

Num relatório divulgado hoje, a Amnistia Internacional acusou o regime birmanês de cometer crimes de guerra ao colocar minas antipessoais “de forma maciça” em aldeias do estado de Kayah (leste), mergulhado em violência desde o golpe de fevereiro de 2021.

A utilização de minas antipessoais é proibida por uma convenção internacional, ratificada em 1997 por mais de 160 países, mas não pela Birmânia.

20 Jul 2022

China ameaça tomar “medidas fortes e determinadas” se Pelosi visitar Taiwan

A China afirmou ontem que vai tomar medidas “fortes e determinadas” caso a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visite Taiwan.

A visita “minaria gravemente a soberania e a integridade territorial da China e teria grave impacto na base política da relação entre China e Estados Unidos, ao enviar um sinal muito errado às forças independentistas de Taiwan”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijiang, em conferência de imprensa. “Caso os EUA insistam em seguir o caminho errado, a China vai tomar medidas fortes e decididas, visando salvaguardar a sua soberania e integridade territoriais”, acrescentou.

O jornal britânico Financial Times avançou ontem que Pelosi está a planear visitar Taiwan no próximo mês. A confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano ao território nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para Abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.

Questões bélicas

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único Governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.

No entanto, os Estados Unidos continuam a ser o maior aliado e fornecedor de armas de Taiwan.
Nos últimos dias, Pequim também aumentou a retórica sobre as vendas de armas feitas pelos Estados Unidos a Taiwan e exigiu o cancelamento de um acordo no valor de cerca de 108 milhões de dólares.

A China tem o maior exército permanente do mundo, com uma marinha cada vez mais sofisticada e milhares de mísseis apontados para os 180 quilómetros de largura do Estreito de Taiwan.

“O Exército de Libertação Popular [as Forças Armadas chinesas] impedirá resolutamente qualquer forma de interferência de forças externas e conspirações separatistas de Taiwan”, disse o ministério da Defesa, num comunicado divulgado ontem.

20 Jul 2022

Autoridades chinesas pedem desculpa pelo método usado para detetar infetados

As autoridades de saúde da cidade de Cantão, no sudeste da China, pediram hoje desculpa por terem forçado a entrada em casas particulares, à procura de contactos diretos de pacientes de covid-19 que pudessem estar escondidos.

Os trabalhadores comunitários e os funcionários de saúde do distrito de Liwan arrombaram as fechaduras e entraram em 84 casas no dia 10 de julho, depois de contactos próximos de pacientes com covid-19 terem sido encontrados escondidos em casa, alguns dos quais testaram positivo mais tarde, de acordo com o jornal oficial Global Times.

Em comunicado, as autoridades distritais admitiram que a ação foi “rude” e “insensível” e prometeram recompensar aos moradores afetados.

“A prática de investigação domiciliar de emergência é muito simples e grosseira e ignora os sentimentos dos moradores”, disse em comunicado a sede distrital da comissão de prevenção e controlo de epidemias.

Uma equipa de investigação foi montada para punir os envolvidos, acrescentou.

As autoridades chinesas estão a impor medidas cada vez mais extremas, para salvaguardar a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19.

A estratégia inclui o isolamento de todos os casos positivos e contactos próximos, o bloqueio de bairros ou cidades inteiras e a realização de testes em massa, quando são detetados surtos.

As medidas reforçaram também os poderes dos comités de bairro, em quem o Partido Comunista Chinês confia para difundir diretrizes e propaganda a nível local, e até mesmo para a resolução de disputas pessoais.

Vários casos de agentes da polícia e funcionários dos comités a invadir casas na China foram documentados nas redes sociais. Em alguns casos, as portas foram arrombadas e os moradores ameaçados com punição, mesmo depois de testarem negativo para o vírus. Os comités montam também frequentemente barreiras de chapa metálica nas entradas dos bairros e edifícios e bloqueiam as portas de apartamentos com barras de aço, para evitar que os moradores saiam de casa ou do complexo residencial.

Os líderes comunistas da China exercem um controlo rigoroso sobre o governo, a polícia e vários instrumentos de controlo social. A maioria dos cidadãos está acostumada com a falta de privacidade e restrições à liberdade de expressão e ao direito de reunião.

No entanto, as rigorosas medidas de prevenção epidémica testaram essa tolerância, principalmente em Xangai, onde um bloqueio implacável e muitas vezes caótico resultou em protestos nas redes sociais e em confrontos entre moradores e funcionários, devido à falta de acesso a alimentos, cuidados de saúde e outros bens básicos.

As autoridades de Pequim adotaram uma abordagem mais suave, preocupadas em provocar distúrbios na capital antes de uma importante reunião do Partido Comunista, que se realiza no outono, e na qual o Presidente e líder do Partido, Xi Jinping, deve receber um terceiro mandato de cinco anos.

A estratégia de tolerância zero à doença foi apontada como necessária, para evitar um surto mais amplo entre uma população que tem menos imunidade natural. Embora a taxa de vacinação da China ronde os 90%, é consideravelmente menor entre os idosos. Foram também levantadas questões sobre a eficácia das vacinas produzidas internamente na China.

Embora o grupo chinês Fosun tenha chegado a acordo para distribuir e, eventualmente, fabricar a vacina de RNA mensageiro desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, esta não foi aprovada para uso na China continental.

Estudos têm demonstrado consistentemente que a inoculação com vacinas de RNA mensageiro oferece melhor proteção contra hospitalização e morte pela covid-19. As vacinas chinesas feitas com tecnologia mais antiga mostraram-se bastante eficazes contra a cepa original do vírus, mas muito menos contra as novas variantes.

19 Jul 2022

Alex Rins na equipa satélite da Honda no Mundial de MotoGP de 2023

O espanhol Alex Rins, atual piloto da Suzuki, vai integrar a Honda-LCR a partir de 2023, anunciou hoje o construtor japonês, que participa no campeonato do mundo de motociclismo de velocidade.

“A equipa Honda-LCR tem o prazer de anunciar a assinatura de um contrato com a duração de dois anos com Alex Rins”, informou a equipa satélite da Honda, em comunicado.

Rins, de 26 anos, arriscava-se a ficar sem moto no fim do Mundial de 2022, uma vez que a Suzuki anunciou em maio a intenção de abandonar o campeonato após a conclusão desta temporada, tendo confirmado essa posição na semana passada.

“Estou muito feliz por juntar-me à Honda-LCR. Mudar de equipa e de moto é sempre um desafio, mas estou pronto para dar 100% e pôr em prática tudo o que aprendi durante os anos em que disputei o Mundial de MotoGP”, assinalou Rins.

O colega de equipa do piloto espanhol, que vai substituir na equipa satélite da Honda o compatriota Alex Marquez – de saída para a Ducati-Gresini -, poderá ser Takaaki Nakagami, caso o piloto japonês prolongue o contrato com a Honda-LCR.

19 Jul 2022

Líder de Congresso dos Estados Unidos prepara visita a Taiwan, escreve Financial Times

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vai visitar Taiwan, em agosto, avançou hoje o jornal Financial Times.

A confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano a Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.

A informação sobre a viagem surge numa altura em que o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, se preparam para reunir, por videochamada, nas próximas semanas. Citadas pelo Financial Times, três pessoas familiarizadas com a situação disseram que a Casa Branca expressou preocupação com a viagem.

A questão também é delicada para Pequim, porque o Partido Comunista Chinês vai realizar o seu XX congresso ainda este ano – uma reunião na qual Xi deve garantir um terceiro mandato como secretário-geral, algo sem precedentes na história recente da República Popular da China.

Nos últimos anos, as incursões de aviões militares chineses na zona de defesa aérea da ilha intensificaram-se. No fórum de Defesa Shangri-La, que se realizou em Singapura, em junho, o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, disse que os seus militares “esmagariam” qualquer tentativa de Taiwan de tornar-se independente, e advertiu os EUA para pararem de tentar conter a China.

“Se alguém forçar uma guerra contra a China, o Exército de Libertação Popular [as Forças Armadas chinesas] não recuará”, acrescentou Wei.

Pelosi e a sua delegação vão também visitar Japão, Singapura, Indonésia e Malásia. Ela vai ainda visitar o Havai, onde se encontra a sede do comando do Indo-Pacífico dos EUA.

A embaixada chinesa nos EUA disse que a China “opõe-se resolutamente a todas as formas de contacto oficial entre os EUA e Taiwan”.

O porta-voz Liu Pengyu disse que a visita de Pelosi a Taiwan “teria grave impacto na base política das relações China-EUA e enviaria um sinal muito errado às forças separatistas de Taiwan”.

19 Jul 2022

ONG pede libertação de ativistas em greve de fome há mais de um mês na Tailândia

As autoridades tailandesas devem libertar e retirar imediatamente as acusações de lesa-majestade contra duas ativistas pró-democracia, em greve de fome há mais de um mês, disse hoje a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW).

Num comunicado, a HRW disse que Netiporn “Bung” Sanesangkhom e Nutthanit “Bai Por” Duangmusit estão em greve de fome desde 02 de junho, em protesto contra a detenção preventiva a que estão sujeitas, numa prisão da capital tailandesa.

A organização defendeu que as duas ativistas, que desmaiaram durante uma audiência num tribunal de Banguecoque, na segunda-feira, devido a fortes dores de estômago e fadiga, devem ser imediatamente transferidas para um hospital onde possam receber cuidados médicos adequados.

“As autoridades tailandesas deveriam abandonar os casos, cuja motivação é política, contra Netiporn, Nutthanit e outros, acusados devido a protestos pacíficos para reformar a monarquia”, disse John Sifton, diretor da HRW para a Ásia.

“O governo tailandês está a punir de forma severa estes ativistas, mantendo-os desnecessariamente em prisão preventiva prolongada em vez de libertá-los antes do julgamento”, acrescentou Sifton.

As autoridades acusaram as duas ativistas de vários crimes, incluindo lesa-majestade (insultos à monarquia), por terem lançado uma sondagem de opinião pública, em 08 de fevereiro, sobre as comitivas reais.

Netiporn, 26, e Nutthanit, 20, membros do grupo pró-democracia Thalu Wang, estão desde 03 de maio em prisão preventiva, detenção que tem sido sucessivamente prolongada.

Desde novembro de 2020 que as autoridades tailandesas acusaram mais de 200 pessoas de lesa-majestade, crime punível com até 15 anos de prisão na Tailândia, disse a HRW.

“O governo tailandês deve permitir a expressão pacífica de todos os pontos de vista, incluindo questões sobre a monarquia”, disse Sifton.

“As autoridades da Tailândia devem dialogar com especialistas das Nações Unidas e outros para alterar a lei de lesa-majestade, tornando-a compatível com os padrões internacionais de direitos humanos”, acrescentou.

Na segunda-feira, os grupos de investigação sobre segurança cibernética Citizen Lab e iLaw anunciaram terem descoberto que ativistas envolvidos em protestos pró-democracia na Tailândia tiveram os seus telemóveis e outros dispositivos infetados e atacados pelo programa informático de espionagem Pegasus, possivelmente utilizado pelo governo tailandês.

Os indivíduos cujos dispositivos foram atacados estavam envolvidos nos protestos pró-democracia que ocorreram entre 2020 e 2021 ou criticavam publicamente a monarquia tailandesa. Os dois grupos disseram que os advogados que defenderam os ativistas também estavam sob vigilância digital.

19 Jul 2022

Inundações na China fazem pelo menos doze mortos

Pelo menos doze pessoas morreram este fim de semana devido às inundações e chuvas torrenciais registadas nas províncias chinesas de Sichuan (sudoeste) e Gansu (noroeste), informou a imprensa estatal.

Em Sichuan, pelo menos seis pessoas morreram no domingo e outras 12 estão desaparecidas, depois de as chuvas terem provocado “inundações repentinas” que deixaram ainda cerca de 1.300 pessoas desalojadas, segundo a televisão estatal CGTN.

Na cidade de Longnan, pertencente à província de Gansu, registaram-se mais seis mortes e 3.000 pessoas foram retiradas, indicou o mesmo meio de comunicação. Nas últimas semanas, outras partes da China, como a província de Hunan, sofreram inundações que deixaram dezenas de mortos e mais de um milhão de desabrigados.

No verão passado, inundações na província central de Henan, causadas por chuvas de intensidade inédita em décadas, submergiram bairros inteiros e estações do metro, causando mais de 300 mortes.

O governo da cidade de Zhengzhou, capital de Henan, e outras agências locais foram considerados pelas autoridades centrais “culpados de negligência e abandono do dever” e acusados de terem “ocultado ou atrasado informações sobre os mortos e desaparecidos no desastre”, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.

Song Lianchun, meteorologista do Centro Meteorológico Nacional, afirmou: “Não podemos dizer que um evento climático extremo seja causado diretamente pelas alterações climáticas, mas, a longo prazo, o aquecimento global causa um aumento na intensidade e na frequência de tais eventos”.

19 Jul 2022