Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Pelo menos 29 mortos em ataque a campo de deslocados As vítimas do ataque no estado de Kachin incluem crianças, segundo os meios de comunicação social e activistas locais. O alegado ataque da junta militar resultou na morte de, pelo menos, 29 pessoas no estado de Kachin, junto à fronteira com a China Pelo menos 29 pessoas, incluindo crianças, foram mortas num ataque a um campo de deslocados no estado de Kachin, no Myanmar, segundo a imprensa e dois activistas locais. O ataque terá acontecido por volta das 23h30 de segunda-feira à em Kachin, o estado mais à norte. Imagens não verificadas nas redes sociais mostram homens a transportar vítimas, incluindo uma criança pequena, dos escombros na escuridão. A Organização Nacional Kachin (KIO), um grupo político que há muito procura uma maior autonomia para a minoria étnica de Kachin, afirmou que 29 pessoas foram mortas e 57 ficaram feridas. Entre elas, 11 crianças com menos de 16 anos. O ataque foi efectuado por artilharia pesada e não por um ataque aéreo, como alguns tinham sugerido anteriormente. As estimativas do número de mortos têm variado. Um activista Kachin baseado em Laiza, que falou sob anonimato, disse anteriormente ao jornal The Guardian que 33 pessoas tinham sido mortas, incluindo 13 crianças. Um bebé de três meses estava entre as vítimas, disse ela. Acrescentou que o número de mortos poderia aumentar ainda mais porque o campo cobria uma grande área e os voluntários ainda estavam a recuperar corpos. As casas dos campos foram construídas nas montanhas, acrescentou, e por isso ficaram enterradas debaixo do solo. “As casas do campo estão muito próximas umas das outras, pelo que a situação está totalmente desorganizada”, disse, acrescentando que o ataque foi apenas o último dos “actos desumanos” dos militares.”Há muitos casos como este. Este não é o único caso”, afirmou. O ataque teve lugar no campo de deslocados internos de Mung Lai Hkyet, a poucos quilómetros de uma base militar gerida pelo Exército da Independência de Kachin (KIA), a ala militar da KIO e um dos muitos grupos que lutam contra a junta militar de Myanmar, que tomou o poder em 2021 Impossível encarar A zona, perto da fronteira com a China, tem sido palco de frequentes confrontos armados nos últimos meses. A ONU alertou para o acesso limitado da ajuda humanitária no estado de Kachin e em muitas outras zonas do país, descrevendo um nível de necessidade terrível. Um segundo activista Kachin baseado em Laiza, que falou com o The Guardian a partir de um hospital que trata os feridos, disse: “Todo o quarteirão do campo desapareceu. É como se um grande buraco tivesse sido deixado na terra e as casas tivessem sido destruídas. A minha casa fica a cerca de seis quilómetros do campo de deslocados internos de Mung Lai Hkyet. Mas a minha casa também estava a tremer. Os tectos e as portas das casas em Laiza desabaram”. Na altura em que deu o seu testemunho, o activista estava no hospital a ajudar os médicos com a logística, mas disse que não conseguia olhar para as vítimas. “Não me posso emocionar porque tenho de continuar a trabalhar”, disse. “Vi três crianças pequenas que perderam as mães. Não me atrevo a olhar para as crianças”. Mistérios da vida O general Zaw Min Tun, porta-voz da junta, negou a responsabilidade dos militares. Disse à televisão controlada pelos militares que a junta tinha analisado o incidente e acreditava que a explosão tinha sido causada por bombas que tinham sido armazenadas pelo KIA. Os militares têm sido frequentemente acusados de atacar sítios civis, incluindo hospitais, escolas, locais religiosos e casas de civis. No ano passado, os militares mataram 60 pessoas, incluindo músicos e crianças, num ataque aéreo que teve como alvo um concerto em Kachin. O ataque ocorreu no mesmo dia em que o embaixador de Myanmar nas Nações Unidas, Kyaw Moe Tun, disse a uma comissão da ONU que, desde o golpe, os militares importaram mais de mil milhões de dólares em armas e matérias-primas para uma “política de terra queimada que assassinou mais de 4.000 civis, incluindo mulheres e crianças, deslocou à força cerca de 2 milhões de pessoas e destruiu ou queimou mais de 75.000 casas”. Kyaw Moe Tun – que se manteve leal ao governo civil e não representa a junta – citou dados de investigadores que indicam que houve uma média de 30 ataques aéreos por mês em Myanmar de Janeiro a Junho deste ano, e instou os Estados-Membros e o Conselho de Segurança a imporem embargos de armas abrangentes contra os militares. Desde que tomaram o poder em Fevereiro de 2021, os militares têm enfrentado a oposição determinada de uma resistência armada, que inclui tanto grupos armados que se formaram após o golpe, como grupos armados maiores e estabelecidos, como o KIA. O KIA ofereceu refúgio a manifestantes, políticos e outras pessoas que fugiam dos abusos militares e treinou combatentes de grupos mais recentes que se opõem ao golpe. O campo de deslocados internos de Mung Lai Hkyet foi criado em 2011, quando o acordo de cessar-fogo entre o KIA e os militares se desmoronou. No entanto, desde o golpe de Estado, o campo tem aumentado à medida que um número crescente de pessoas tem sido deslocado e alberga cerca de 850 pessoas. O conflito obrigou 2 milhões de pessoas a fugir das suas casas, um número sem precedentes no país, segundo a ONU, provocou o aumento da pobreza e o colapso dos serviços de educação e de saúde. Segundo um relatório da ONU publicado no início deste ano, a Rússia e a China são os principais fornecedores de sistemas de armamento avançados aos militares de Myanmar.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Country Garden admite que pode entrar em incumprimento A Country Garden, uma das maiores construtoras da China, anunciou ontem que poderá não conseguir pagar todos os empréstimos que contraiu, numa altura em que o sector imobiliário chinês enfrenta uma grave crise de liquidez A construtora, até há pouco considerada financeiramente saudável, foi apanhada nos últimos meses pela crise no imobiliário na China, que ameaça agora a sobrevivência de várias empresas do sector. Uma entrada em incumprimento seria catastrófica para este sector-chave da economia chinesa, que representa um quarto do produto interno bruto (PIB) do país. A empresa, que já esteve formalmente em risco de incumprimento em Setembro, acabou por conseguir reembolsar 22,5 milhões de dólares referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais (‘offshore’), no limite de uma prorrogação de 30 dias. O grupo, que negociou então com os credores novos prazos para o pagamento de vários empréstimos, devia ter efectuado um reembolso referente a uma obrigação na segunda-feira, mas não conseguiu efectuar o pagamento, no valor de 470 milhões de dólares de Hong Kong. O grupo dispõe agora de um período de carência de 30 dias para evitar entrar em incumprimento. No entanto, a Country Garden admitiu “não poder honrar todos os reembolsos das suas obrigações junto dos investidores estrangeiros”. “Um incumprimento podia levar os credores em causa a exigir uma aceleração” dos reembolsos que lhes são devidos ou a iniciar um processo judicial, advertiu o grupo. A empresa pediu paciência aos investidores e disse que está a “avaliar as dificuldades actuais”. Do majongue ao dominó A Country Garden disse ter contratado consultores financeiros “para avaliar a estrutura de capital e a liquidez” das filiais. “A empresa pretende continuar a cooperar e a dialogar com todos os credores para chegar a uma solução realista o mais rapidamente possível”, referiu o comunicado. Um eventual incumprimento ia provocar ondas de choque nos mercados e agravar a crise no sector imobiliário chinês e o abrandamento da economia da China. No final de 2022, a Country Garden tinha uma dívida avaliada em 180 mil milhões de euros. No final de Junho, a empresa dispunha de 147,9 mil milhões de yuan em caixa, destinados sobretudo a concluir habitações já pagas pelos proprietários antes mesmo de serem construídas. A Country Garden “não dispõe de fontes de tesouraria suficientes” para fazer face aos pagamentos futuros, afirmou, no mês passado, a agência de notação financeira Moody’s. A agência baixou o ‘rating’ do grupo em três níveis, para “Ca”, sinónimo de “em incumprimento, com alguma esperança de recuperação”. Há muito que os grupos imobiliários chineses recorrem a pré-vendas como modelo de financiamento. Em 2021, no entanto, os reguladores chineses restringiram o acesso do sector ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, não resistiu. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das dívidas. A Country Garden tem quatro vezes mais terrenos para construção do que o grupo Evergrande, cujo incumprimento em 2021 provocou protestos dos compradores, alguns dos quais se recusaram posteriormente a pagar as prestações mensais. Na terça-feira da semana passada, a Country Garden afirmou que a “prioridade operacional (…) é assegurar a entrega” de casas. Qualquer paragem na construção pode suscitar instabilidade social. A China tem já um grande número de construções inacabadas. Outro construtor chinês sobre-endividado, o grupo Kaisa, admitiu ontem numa audiência em Hong Kong que está “insolvente em termos de liquidez”, depois de não ter conseguido pagar as dívidas em 2021.
Hoje Macau China / ÁsiaFaixa e Rota | Iniciativa apontada como modelo alternativo de desenvolvimento O Governo chinês enalteceu ontem a Iniciativa Faixa e Rota, que celebra este mês dez anos, como um modelo alternativo de desenvolvimento económico que foge “à velha mentalidade dos jogos geopolíticos” “Nos últimos 10 anos, os resultados frutíferos e o crescente círculo de amigos que integram a Faixa e Rota provam plenamente que a iniciativa não se envolve num círculo fechado e estreito, transcende a velha mentalidade dos jogos geopolíticos e cria um novo paradigma de cooperação internacional”, disse Li Kexin, director do ministério dos Negócios Estrangeiros para os assuntos económicos internacionais, na apresentação de um relatório sobre o programa. Designado pelo líder chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa. Segundo dados da AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o seu lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares (79,3 mil milhões de euros) por ano em projectos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança do país como principal financiador internacional. O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares (21,7 mil milhões de euros) por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017. A Faixa e Rota foi acompanhada também pela fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional. Desde que foi lançada, a iniciativa apoiou projectos desenvolvidos principalmente por empresas de construção chinesas e financiados por empréstimos concedidos por bancos de desenvolvimento chineses. O objectivo oficial é impulsionar o comércio e o investimento e melhorar as ligações entre a China e o resto do mundo. Os analistas atribuem ao programa o mérito de ter canalizado fundos necessários para os países pobres, mas dizem que houve efeitos negativos. Estado líquido Um estudo divulgado na segunda-feira pelo Centro de Políticas de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston observou que a China “adicionou um Banco Mundial ao mundo em desenvolvimento”. “Isso não é pouca coisa e é muito apreciado pelos países em desenvolvimento”, disse Kevin Gallagher, diretor do centro. Mas o mesmo estudo referiu que muitos beneficiários de empréstimos chineses estão agora a sofrer com excesso de endividamento e falta de liquidez. Além disso, centrais eléctricas financiadas pela China estão a emitir cerca de 245 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, aumentando as emissões de gases com efeito de estufa que alteram o clima. Gallagher notou que a iniciativa mudou para um novo paradigma, apelidado de “pequeno e belo”, que favorece projectos mais pequenos e energias renováveis. O volume dos empréstimos chineses para o desenvolvimento diminuiu nos últimos anos, em parte porque a China aprendeu com as crises de dívida em vários países e também porque tem menos dinheiro para emprestar à medida que a sua própria economia abranda. Cong Liang, um alto funcionário da principal agência de planeamento da China, disse durante a divulgação do relatório sobre a iniciativa que o país vai aderir ao “princípio da dívida sustentável” e trabalhar com os países endividados para criar um “sistema de financiamento e investimento sustentável e controlável pelo risco”. Outra via A iniciativa faz também parte dos esforços da China para elevar o seu estatuto internacional e contrapor-se às críticas dos Estados Unidos ao seu regime comunista e histórico de violações dos Direitos Humanos. Os líderes chineses acusam os EUA de tentar impor os seus princípios a todos os países e defendem que o seu sistema oferece uma abordagem diferente, que não interfere nos assuntos internos de outros Estados soberanos. “Já não é aceitável que apenas alguns países dominem o desenvolvimento económico mundial, controlem as regras económicas e usufruam dos frutos do desenvolvimento”, lê-se no documento. A terceira edição do fórum dedicado ao principal programa da política externa de Pequim realiza-se entre os dias 17 e 18 de Outubro. Cerca de 90 países confirmaram já a sua participação, segundo fontes do Governo chinês.
Hoje Macau EventosFogo Artifício | Últimos espectáculos acontecem hoje Os dois últimos espectáculos da 31ª edição do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, com as apresentações das equipas de Inglaterra e Alemanha, decorrem hoje às 21h e 21h40. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Turismo, estão marcados também para hoje dois eventos relacionados com os espectáculos, nomeadamente o Arraial do Fogo-de-Artifício e as duas Feiras do Festival de Fogo-de-Artifício. Serão conhecidos hoje os três primeiros classificados desta edição. A empresa pirotécnica oriunda de Inglaterra, “MLE Pyrotechnics Limited”, e a companhia vinda da Alemanha, “Feuerwerk Vertriebs GMbH”, irão apresentar exibições dedicadas aos temas “Sinfonia Harmónica: Acendendo o Poder da Música” e “Uma Jornada pela Música Clássica”, respectivamente.
Hoje Macau SociedadeZona A | Recebidas 12 propostas para habitação pública Foram apresentadas 12 propostas no âmbito do concurso público para a atribuição da empreitada de concepção e construção de habitação pública no lote B5 da Nova Zona de Aterro A. O objectivo é que os trabalhos de construção arranquem até ao final de Março do próximo ano. A habitação pública vai ser erigida num terreno com uma área de 9.682 metros quadrados, destinado a habitação, estacionamento público, instalações comerciais e sociais, bem como um centro modal de transportes públicos. Espera-se que após a construção dos respectivos edifícios, seja possível fornecer cerca de 1.003 fracções de habitação pública. O prazo máximo de concepção e construção era de 1.150 dias de trabalho. Como parte das exigências do concurso, foi pedido às interessadas que adoptem um “método de construção amigo do ambiente” e que sejam utilizados “elementos pré-fabricados e cofragens metálicas para a construção”.
Hoje Macau SociedadePortas do Cerco | Mais escadas rolantes substituídas Começa hoje a última fase de substituição das escadas rolantes do Edifício do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM). Os trabalhos estão a ser feitos de forma faseada e começaram em 2019. Desde essa altura, foram mudadas escadas rolantes ascendentes e descendentes, do lado esquerdo, do átrio de partida, e os DSFSM apontam que “têm estado a funcionar com normalidade após as obras de renovação”. Nesta fase vão ser “substituídas as três escadas rolantes descendentes, do lado direito, do átrio de partida” O prazo para acabar os trabalhos é de um mês. Durante a execução das obras, o Corpo de Polícia de Segurança Pública promete “reforçar a acção de patrulha para manter a ordem das redondezas e, quando necessário, alterar as duas vias de trânsito de partida para canal manual temporário a fim de evitar aglomerações”.
Hoje Macau PolíticaHabitação | Lo Choi In defende apoios à compra A deputada Lo Choi In defende que o Governo deve alargar os apoios à aquisição de imóveis no próximo ano. Em declarações à Rádio Macau, a legisladora considerou que esta é uma forma de “inverter a queda da taxa de natalidade registada nos últimos anos”. Na antevisão das Linhas de Acção Governativa para o próximo ano, a deputada defendeu também que o programa de apoio financeiro à aquisição de imóveis por parte de jovens seja alargado. Ou seja, as famílias que já beneficiaram deste apoio deviam poder concorrer a novos subsídios para a aquisição de apartamentos maiores. Sobre a recuperação dos negócios das pequenas e médias empresas, a legisladora entende que a política de pagamento dos juros apenas com suspensão da amortização do respectivo capital deve ser prolongada por mais um ano. Lo Choi In considera que o Governo deve lançar mais apoios e subsídios para ajudar as empresas a integrarem o mercado da Grande Baía.
Hoje Macau PolíticaLazer | Nick Lei questiona qualidade equipamentos infantis O deputado Nick Lei está preocupado com os riscos para a segurança das crianças criados por um escorrega deformado na Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam. Segundo uma interpelação escrita divulgada pelo jornal Ou Mun, o legislador recebeu várias queixas sobre as instalações para as crianças, e suspeita-se que o escorrega tenha ficado deformado devido à exposição ao sol, o que levanta dúvidas sobre a qualidade das instalações públicas. Face às queixas recebidas de pais de crianças que utilizam o espaço, Nick Lei quer que o Executivo explique os critérios adoptados para a compra dos equipamentos infantis, padrões de segurança e os procedimentos de manutenção. O deputado ligado à associação de conterrâneos de Fujian também destacou que a maior parte das instalações recreativas públicas de Macau está localizada ao ar livre, pelo que os materiais do equipamento recreativo devem ter um certo grau de resistência ao calor e de durabilidade, caso contrário, avisa, “terão um impacto grave na segurança das crianças quando estas brincam”. Nick Lei também apelou às autoridades a procederem a uma inspecção pormenorizada das outras áreas de diversão para crianças, a fim de eliminar potenciais riscos de segurança. Na interpelação escrita é também pedido às autoridades que expliquem ao público as causas da deformação das instalações de diversão, e que se substituam os equipamentos. Por outro lado, pedem-se explicações sobre as medidas que vão ser adoptadas para que estes problemas não se repitam.
Hoje Macau China / ÁsiaChina Everbright | Ex-chefe expulso do Partido Comunista Chinês O antigo presidente do grupo estatal de gestão de activos China Everbright foi expulso do Partido Comunista Chinês (PCC) e demitido por “graves violações da disciplina e da lei”, informou ontem a imprensa estatal. Segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, Li Xiaopeng, que era também o mais alto representante do PCC na Everbright, foi acusado de aceitar presentes e dinheiro, desafiar políticas do Partido Comunista e “tentar obstruir a investigação disciplinar” contra ele. “Li procurou obter vantagens para terceiros na selecção e nomeação de funcionários e utilizou o seu poder para garantir lucros para os seus familiares nas suas actividades comerciais”, afirmou a agência. Economista de formação, Li passou a maior parte da sua carreira no sector financeiro. Ocupou altos cargos em vários bancos chineses, antes de abandonar o cargo de presidente da China Everbright, em Março de 2022. Na última década, a China puniu centenas de altos quadros do regime, parte da mais ampla campanha anticorrupção na História da República Popular, lançada há seis anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Críticos afirmam que a campanha constitui também um instrumento político, concebido para derrubar rivais políticos do líder chinês. Em Setembro, Wang Bin, o antigo patrão da maior seguradora chinesa, a China Life, que era também o mais alto representante do PCC nesta empresa estatal, foi condenado a “pena de morte suspensa”, que deve ser comutada em prisão perpétua. Wang Bin foi considerado culpado de aceitar subornos e de esconder dinheiro em contas bancárias no estrangeiro.
Hoje Macau EventosEconomia | Nobel para Claudia Goldin, a terceira mulher premiada O Prémio Nobel da Economia foi atribuído ontem à norte-americana Claudia Goldin da Harvard University “por ter contribuído para a compreensão dos resultados das mulheres no mercado de trabalho”, foi ontem anunciado. A vencedora do Nobel deste ano é a terceira mulher a ser galardoada dos 93 laureados em economia. A laureada de 77 anos e professora da Harvard University “fez avançar a nossa compreensão da situação das mulheres no mercado de trabalho”, anunciou o júri do Nobel. “A investigação de Claudia Goldin deu-nos novas e muitas vezes surpreendentes perspectivas sobre o papel histórico e contemporâneo das mulheres no mercado de trabalho”, afirmou a academia sueca. As mulheres estão muito sub-representadas no mercado de trabalho mundial e, quando trabalham, ganham menos do que os homens, recordou a academia sueca. Goldin pesquisou os arquivos e compilou mais de 200 anos de dados dos Estados Unidos, “o que lhe permitiu mostrar como e porquê as diferenças de género nos rendimentos e nas taxas de emprego mudaram ao longo do tempo”. A academia recordou que, “apesar da modernização, do crescimento económico e do aumento da proporção de mulheres empregadas no século XX, durante um longo período de tempo a diferença salarial entre homens e mulheres quase não diminuiu”.
Hoje Macau China / ÁsiaDeclínio acentuado do número de estrangeiros na China é preocupante, diz intelectual e colunista Um reputado intelectual e colunista afirma que a China não deve dar prioridade à segurança e, nesse processo, asfixiar o desenvolvimento ou os intercâmbios internacionais. Como grande nação, a percentagem de estrangeiros é estranhamente pequena. Ou talvez não Wang Wen, Director-Executivo do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade Renmin da China, num discurso a propósito do Pensamento de Xi Jinping sobre Diplomacia e a sua relevância para a “comunidade internacional que nos rodeia”, advertiu contra o declínio acentuado dos estrangeiros na China e apelou, nas suas palavras, a que, no meio do apelo contínuo do Secretário-Geral Xi Jinping a uma “abertura abrangente ao mundo exterior” e da ênfase do governo central na abertura, se reflicta e recorde ao governo chinês, a todos os níveis, que deve prestar atenção às especificidades das suas políticas em matéria de intercâmbios internacionais. Wang, um editor do Global Times que se tornou líder de opinião na China, afirma que “embora a expressão ‘comunidade internacional’ possa parecer sofisticada, ela existe no seio da nossa própria sociedade. Através de plataformas de redes sociais como o WeChat, os chineses podem interagir com uma grande variedade de estrangeiros, incluindo diplomatas, jornalistas estrangeiros, empresários, estudantes internacionais e chineses no estrangeiro. Estas interacções diárias, como os gostos, os comentários e as conversas, contribuem para a formação de uma ‘comunidade internacional à nossa volta’. Esta comunidade tem uma influência significativa no número de elites estrangeiras que residem na China há muito tempo e na sua integração na sociedade chinesa. Além disso, desempenha um papel vital na definição das relações da China com o resto do mundo, nomeadamente com os países desenvolvidos, e pode contribuir para a resolução das tensões existentes”. Para Wang, a China enfrenta sofre de uma insuficiência de infra-estruturas para aproveitar plenamente o potencial da “comunidade internacional que nos rodeia”. Além disso, existe uma disparidade significativa entre “o estatuto de potência global da China e a actual quantidade e qualidade dos residentes e talentos estrangeiros no país”. Tal disparidade preocupa Wang. Por um lado, “as estatísticas indicam um aumento global do número de estrangeiros na China, mas registou-se um decréscimo notável de indivíduos provenientes de países desenvolvidos”. De acordo com o sétimo censo nacional, o número de residentes de longa duração de países desenvolvidos na China registou um declínio variável de 2010 a 2020. Por exemplo, o número de cidadãos franceses a residir na China continental diminuiu cerca de 40%, de 15087 para 9196. O número de americanos diminuiu 23%, passando de 71000 para 55000. O número de cidadãos alemães, italianos e japoneses a residir na China também diminuiu. Sendo a cidade mais internacionalizada da China, Xangai registou uma diminuição do número de estrangeiros de 208000 em 2011 para 163000 em 2021. Há dez anos, cerca de 100000 coreanos viviam em Wangjing (Xangai), mas actualmente esse número poderá ser de apenas 20000. A proporção de residentes estrangeiros na China é de aproximadamente 0,05%, o que é significativamente baixo para a segunda maior economia do mundo. Fica atrás das percentagens do Japão e da Coreia do Sul, que têm ambos mais de 2% de residentes estrangeiros. É ainda mais baixa do que a de países como o Laos (cerca de 0,8%) e o Camboja (cerca de 0,5%). Em geral, os talentos de topo tendem a vir de países desenvolvidos, mas o segmento de residentes estrangeiros que regista o crescimento mais rápido na China é constituído por indivíduos de países em desenvolvimento. O declínio do número de residentes de países desenvolvidos na China nos últimos anos pode ser atribuído a vários factores, como o impacto da pandemia de COVID-19 e a intensificação da concorrência sino-americana. No entanto, para Wang, há outro factor importante que muitas vezes não é mencionado: “a aplicação efectiva das políticas chinesas e o ambiente sociocultural ainda podem ser melhorados para acolher eficazmente os estrangeiros”. Wang elabora quatro sugestões para atrair um maior número de talentos estrangeiros. “Em primeiro lugar, devem continuar a ser envidados esforços para atrair o investimento estrangeiro e melhorar o ambiente empresarial, assegurando um rápido afluxo de capital estrangeiro. O rápido aumento do investimento estrangeiro é crucial para as perspectivas de desenvolvimento interno e para contrariar a contenção ocidental. Os governos centrais e locais devem abordar o acesso ao investimento estrangeiro em domínios como as barreiras pautais, a banca e as finanças, os serviços postais, os valores mobiliários e os seguros, a construção e o turismo, a educação e as telecomunicações. “Em segundo lugar, é essencial promover a aceitação social e a inclusão cultural dos estrangeiros. Lamentavelmente, é possível encontrar comentários depreciativos sobre os estrangeiros no discurso público chinês, o que contradiz os valores tradicionais de inclusão da China e não demonstra a confiança de uma grande nação. Particularmente no contexto da escalada da concorrência entre a China e o Ocidente, é crucial abordar os indivíduos estrangeiros, especialmente os dos países ocidentais, com uma mentalidade justa e equilibrada. Tratar os estrangeiros de forma equitativa, com base na lei e não em preconceitos culturais ou sociais, é um valor fundamental para os cidadãos de uma grande nação moderna. “Em terceiro lugar, é fundamental garantir procedimentos rápidos e convenientes para os estrangeiros em vários domínios, como as finanças e a fiscalidade, a residência, o turismo e a vida quotidiana. Os estudantes, trabalhadores e residentes de longa duração estrangeiros que venham para a China devem receber tratamento igual ao dos cidadãos chineses, incluindo processos simplificados de registo de contas WeChat e Alipay, obtenção de cartões de crédito e acesso à segurança social, seguro médico e pensão. Estes procedimentos devem ser simplificados para garantir comodidade e eficiência aos estrangeiros que se instalam na China. A chave para “coordenar a segurança e o desenvolvimento” é promover o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, garantir a segurança geral. É fundamental manter a segurança geral e, ao mesmo tempo, promover um desenvolvimento rápido e contínuo. Um critério importante para testar a governação local é o de saber se esta não dá prioridade à segurança e, nesse processo, não asfixia o desenvolvimento ou os intercâmbios internacionais. “Por último, podem ser promovidas reformas e inovações no processo de aprovação da China para intercâmbios intelectuais com países estrangeiros. A exploração das interacções entre a comunidade intelectual da China e académicos, empresas, embaixadas, meios de comunicação social e indivíduos estrangeiros pode passar de um sistema de pré-aprovação para um sistema de pós-registo. Exigir a pré-aprovação para cada interação pode impedir as actividades académicas e de intercâmbio, manchando potencialmente a imagem internacional da China. Tendo como pano de fundo o apelo contínuo do Secretário-Geral Xi Jinping a uma “abertura global ao mundo exterior” e a ênfase do governo central na abertura, é necessário reflectir e recordar ao governo chinês, a todos os níveis, que deve prestar atenção às especificidades das suas políticas em matéria de intercâmbios internacionais. O diabo está nos pormenores, pois são eles que determinam o sucesso ou o fracasso e o resultado real das interacções da China com os países estrangeiros e a construção da “comunidade internacional à nossa volta”. “No meio de relatos contínuos na opinião pública estrangeira que sugerem uma diminuição do número de residentes de longa duração de países desenvolvidos na China e de alegações de falta de acolhimento por parte da China em relação aos estrangeiros ou de inconvenientes nas deslocações dentro do país, é essencial reflectir sobre estas questões e garantir que a implementação de políticas está em conformidade com os objectivos de abertura e promove interacções internacionais positivas.”
Hoje Macau China / ÁsiaPensamento de Xi Jinping sobre cultura apresentado em reunião nacional O pensamento de Xi Jinping sobre a cultura foi formalmente apresentado numa reunião nacional de dois dias sobre o trabalho de comunicação pública e cultura, realizada em Pequim no sábado e no domingo. De acordo com a reunião, desde o 18.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC), foram “alcançadas conquistas históricas nos domínios da comunicação pública e da cultura”, atribuindo-as à liderança do Presidente Xi Jinping. “As novas ideias e opiniões sobre o desenvolvimento cultural na nova era apresentadas por Xi enriqueceram e desenvolveram as teorias culturais marxistas e formaram o Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura”, observou a reunião. Durante a reunião, foram transmitidas as recomendações de Xi. Entre elas, o presidente sublinhou a necessidade de “reforçar a confiança cultural, de seguir a abordagem de abertura e inclusão e de defender os princípios fundamentais, abrindo novos caminhos para proporcionar uma forte garantia ideológica, força espiritual e condições culturais favoráveis para a construção de um país socialista moderno em todos os aspectos e para fazer avançar o grande rejuvenescimento da nação chinesa em todas as frentes”. Observando que o trabalho de comunicação pública e cultura é “extremamente importante”, Xi disse que, desde o 18.º Congresso Nacional do PCC, o Comité Central do Partido tem feito um planeamento sistemático e arranjos a este respeito numa perspectiva global e estratégica, assegurando “realizações históricas nesta causa”. Xi referiu as mudanças abrangentes e fundamentais que se verificaram na paisagem ideológica do país, acrescentando que existe “um sentimento notavelmente mais forte de confiança cultural e um nível mais elevado de moral em todo o Partido e na nação”. Xi afirmou que estão a ocorrer em todo o mundo mudanças importantes que não se viam há um século e que o trabalho da comunicação pública e da cultura está a enfrentar novas circunstâncias e novas missões. “O trabalho relacionado deve ser feito com foco na nova missão cultural, que é fazer avançar ainda mais a prosperidade cultural, construir um país líder em cultura e promover a moderna civilização chinesa num novo ponto de partida histórico”, disse Xi. O presidente sublinhou a necessidade de “envidar esforços sólidos para reforçar a liderança do Partido no trabalho de comunicação pública e cultura, desenvolver uma ideologia socialista que tenha o poder de unir e inspirar o povo e cultivar e aplicar os valores socialistas fundamentais, entre outros”. Xi apelou ainda a esforços para “consolidar continuamente a base intelectual comum para que todo o Partido e todo o povo chinês se esforcem em unidade e aumentem o poder cultural da China e o apelo da cultura chinesa”. Finalmente, a reunião concluiu que “o Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura mostrou que a compreensão do Partido sobre as leis subjacentes ao desenvolvimento da cultura socialista com características chinesas atingiu um novo patamar, assim como a confiança do Partido na história e na cultura”. “O Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura é um sistema de pensamento aberto e em evolução que será enriquecido e desenvolvido à medida que a prática for progredindo”, disse a reunião, apelando a mais esforços no estudo, investigação e interpretação do pensamento. Assim sendo, a reunião apelou “aos esforços no sentido de estudar e aplicar seriamente o Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura e promover o progresso sólido do trabalho relacionado em todas as frentes, sublinhando a necessidade de cimentar e expandir os pensamentos dominantes que inspiram o trabalho árduo na nova era e de aplicar extensivamente os valores socialistas fundamentais, entre outros. A reunião acrescentou que devem ser envidados esforços para promover a protecção e a herança da cultura tradicional chinesa e alargar o alcance e a atracção da civilização chinesa, apelando igualmente “a esforços para prevenir e neutralizar os riscos ideológicos de uma forma resoluta e eficaz, e a reunir a coragem de tomar uma posição e uma luta inequívocas”. Foi também pedido “um novo olhar e progresso no esforço para transformar a China num país com uma forte cultura socialista e construir a moderna civilização chinesa”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim apela a Washington para “gerir disputas de forma mais racional” Uma delegação de senadores dos EUA está de visita à China. Trazem um baú de críticas que os chineses refutam na maior parte dos casos, argumentando que os EUA pouco fazem para que alguns consensos sejam encontrados. Wang Yi, MNE chinês, pede “racionalidade”. Uma delegação norte-americana de senadores, liderada pelo líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, prosseguiu a sua visita a Xangai no domingo, tendo os analistas afirmado que se tratava de “testar as águas” relativamente à posição da China em questões como o fentanil e o “tratamento justo” das empresas norte-americanas. Mas o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, apelou ontem aos Estados Unidos para “gerirem as diferenças [com a China] de forma mais racional”, durante um encontro com senadores norte-americanos, no âmbito da reaproximação diplomática entre as duas potências. “Esperamos que esta visita ajude os Estados Unidos a compreenderem melhor a China, a ver as relações China-EUA de forma mais objectiva e a lidar de forma mais racional com as diferenças existentes”, disse Wang Yi, durante uma reunião com a delegação liderada pelo democrata Chuck Schumer. Schumer e a competição China e Estados Unidos renovaram o diálogo nos últimos meses com uma sucessão de visitas de altos funcionários norte-americanos a Pequim. “Devemos gerir as nossas relações de forma responsável”, disse Chuck Schumer, insistindo que os Estados Unidos “não procuram entrar em conflito” com o país asiático. No entanto, o senador disse ser “natural que duas grandes potências compitam em áreas como o comércio, tecnologia e diplomacia, entre outras”. Schumer citou como “objectivo número um” alcançar “condições equitativas para as empresas e trabalhadores norte-americanos”. No que diz respeito ao tratamento justo das empresas americanas, como a capacidade da Micron Technology de realizar negócios na China, Li disse que a China tratou as questões relacionadas com a Micron em conformidade com a legislação chinesa. “Ao falar sobre os problemas com a Micron, Schumer não mencionou que os EUA acrescentaram 42 empresas chinesas à sua lista de controlo das exportações”, salientou Li. A guerra do fentanil O líder democrata no senado apontou ainda como objectivos “responsabilizar as empresas sediadas na China que fornecem produtos químicos mortais que alimentam a crise do fentanil na América” e “garantir que a China não apoia o comportamento imoral da Rússia” na invasão da Ucrânia. “Promover o [respeito pelos] Direitos Humanos é outra prioridade”, acrescentou. Refutando as observações de Schumer sobre o fentanil, Li Yong, investigador sénior da Associação Chinesa de Comércio Internacional, afirmou que a China já tomou várias medidas relativamente à questão do fentanil e que os EUA não podem simplesmente fechar os olhos aos grandes esforços que a China tem feito. O consumo de fentanil tornou-se uma questão social importante nos EUA, que, no entanto, não pode ser associada à China. Embora os dois governos tenham efectuado várias comunicações, os EUA consideram a questão “numa perspectiva de difamação da China”, disse Li. A viagem à China dos senadores norte-americanos ocorre numa altura em que está prevista uma reunião entre os líderes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping. Biden mencionou na sexta-feira a “possibilidade” de se encontrar com Xi Jinping durante a cimeira da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), marcada para meados de novembro, em São Francisco. Críticas e mais críticas Chuck Schumer também criticou ontem a posição da China, que apelou à “contenção”, após os confrontos entre o movimento islâmico palestiniano Hamas e Israel. “Para ser honesto, fiquei muito decepcionado com a declaração (…) que não demonstrou nenhuma compaixão ou apoio a Israel nestes tempos difíceis e conturbados”, disse. A China disse no domingo que estava “profundamente preocupada” com os confrontos, que já deixaram mais de mil mortos entre israelitas e palestinianos. Na segunda-feira, Wang Yi sublinhou que o “mundo atravessa atualmente um período de turbulência e mudanças […] . A crise na Ucrânia ainda não foi resolvida e a guerra está de volta ao Médio Oriente”. Citou também o terramoto no Afeganistão, que deixou mais de 2.000 mortos, segundo as informações mais recentes. “Todos estes desafios devem ser enfrentados pela comunidade internacional e a China e os Estados Unidos devem desempenhar os seus papéis de forma apropriada”, disse Wang. A diplomacia chinesa, que no início deste ano mediou a aproximação entre o Irão e a Arábia Saudita, afirma regularmente que quer dar o seu contributo para o processo de paz israelo-palestiniano, que está paralisado desde 2014. Até recentemente pouco envolvida na questão israelo-palestiniana, em comparação com os Estados Unidos, a China, que mantém boas relações com Israel, está agora a realçar mais a sua posição sobre o assunto.
Hoje Macau PolíticaMercados Municipais | Ron Lam critica falta de vendedores Ron Lam questionou o sistema de selecção de vendedores nos mercados municipais. Numa interpelação escrita, o deputado apontou que com as alterações mais recentes à legislação, que entraram em vigor em 2022, o sistema de sorteio para a atribuição das bancas foi substituído por um procedimento de concurso público. Contudo, desde essa altura nunca mais houve novos procedimentos para a escolha de mais vendedores. Sobre este aspecto, Lam aponta culpas às “elevadas taxas” de bancas desocupadas em mercados como os que ficam na Taipa, Coloane, mas também na Península, e que é necessário criar uma nova dinâmica para atrair mais comerciantes. O deputado quer assim saber se a reabertura de alguns mercados icónicos, como o Mercado Vermelho que está encerrado para obras, vai ser aproveitada para lançar um concurso público para a escolha de novos vendedores. Por outro lado, Ron Lam questiona se serão construídos mercados na Zona A dos Novos Aterros, e quando vão ser realizados os procedimentos de selecção de vendedores.
Hoje Macau PolíticaDST | Governo desaconselha viagens para Israel O Governo aconselhou ontem os residentes do território a não viajarem para Israel, na sequência da ofensiva do Hamas que desencadeou um conflito que já fez cerca de milhar de mortos. Para quem já se encontra em viagem, é sugerido o acompanhamento atento da evolução da situação e vigilância para garantir a segurança pessoal, disse, em comunicado, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau. Macau emitiu o nível 2 de alerta de viagem – de um total de três escalões – para Israel. De acordo com o ‘site’ da DST, este nível sugere que sejam reconsideradas “viagens não-essenciais”. “Representa um aumento da ameaça à segurança pessoal”, lê-se. No domingo, a DST disse estar “atenta à situação em Israel e na Palestina, não tendo, até ao momento, recebido qualquer pedido de informação ou assistência”. O departamento governamental da região administrativa disse ainda estar em contacto com o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau e com operadores turísticos.
Hoje Macau SociedadeJudiciária de Macau detém directora de segundo maior jornal chinês do território A Polícia Judiciária (PJ) disse no passado dia 29 ter detido a directora e proprietária do diário Hou Kong, o segundo mais popular jornal chinês de Macau, Bobo Ng. “O caso não tem nada a ver com a carreira nos meios de comunicação social”, indicou a PJ, em comunicado, acrescentando que a empresária ficou em prisão preventiva. “O caso ainda está a ser investigado e será anunciado em devido tempo, de acordo com a lei”, salientou a PJ. O seminário Plataforma avançou que a detenção está “relacionada com suspeitas de fraude financeira”, citando “fontes conhecedoras do processo”. Por seu lado, a TDM-Rádio Macau avançou, citando fontes não identificadas, que o caso envolve ainda outros detidos, nomeadamente dois quadros superiores de um banco local e outra empresária, também em prisão preventiva. Bobo Ng dirige desde 2022 o diário Hou Kong Daily, que foi formalmente criado em março de 2008.
Hoje Macau Grande PlanoNegócios confiantes na parceria entre Governo e jogo na revitalização de zona antiga de Macau Reportagem de Catarina Domingues, da agência Lusa O plano de revitalização da tradicional rua da Felicidade, uma parceria entre o Governo de Macau e a operadora de jogo Wynn que arrancou dia 29, é visto com expectativa por comerciantes afectados pela pandemia da covid-19. “As lojas não sabiam como gerir os negócios quando a pandemia se alastrou pelo mundo inteiro, por isso vamos ver como é que estas actividades vão impulsionar o comércio”, disse à Lusa a proprietária da Pa Ka Cheong, que vende chás medicinais. “Claro que tenho [esperança], disso não há dúvidas”, admitiu Chen Pek Chun, enquanto, lá fora, um rancho folclórico actuava para membros das autoridades e da Wynn Macau, que percorriam a passo lento a rua da Felicidade, seguidos de jornalistas e convidados. Pelo caminho, ainda instalações de coelhos e lanternas em celebração do festival do Bolo Lunar, que arrancou dia 29; actuações de marionetistas e grupos de teatro; jovens a fazerem directos para as redes sociais ou a posar para fotografias. “Uma boa experiência” para Ana Manhão, do restaurante de comida macaense “Belos Tempos”. “Já ando aqui há mais de 10 anos, então acho que é uma boa iniciativa, porque é sempre uma coisa nova, não sabemos qual vai ser o resultado, mas vamos ver”, disse a chefe de cozinha, para quem a pedonalização do bairro também tem um lado negativo, já que as viaturas deixam de poder parar à porta para as entregas durante o dia. “Mas, em vez de estar sempre a dizer mal, vamos ver o que podemos [fazer para] recuperar”, notou a macaense, afirmando que o impacto da covid-19 foi “muito mau” para o negócio de restauração. A rua da Felicidade, que nos tempos antigos foi uma zona de prostituição, com bordéis, casas chá e de ópio, e que é actualmente um dos pontos mais turísticos da região, esteve dia 29 fechada ao trânsito, a título experimental, entre as 11:00 e a 01:00. A iniciativa, que se estendeu a algumas ruas adjacentes, é o primeiro projeto de uma operadora de jogo em Macau no âmbito do programa de revitalização dos bairros antigos. Com vista à diversificação da economia local, fortemente dependente das receitas dos casinos, a aposta em elementos não jogo foi uma das exigências das autoridades da região administrativa especial para a atribuição das seis concessões de jogo em Janeiro. Uma imposição que visa apoiar uma das políticas que o Governo determinou como prioritária, a de revitalizar as zonas antigas do território. “A Wynn vai continuar a cooperar com a estratégia de desenvolvimento diversificado moderado” de Macau e “com diferentes partes interessadas da comunidade, contribuindo para o desenvolvimento ordenado do turismo comunitário e não relacionado com o jogo”, notou a empresa norte-americana em comunicado. Ao longo das últimas semanas, as seis operadoras apresentaram as estratégias para a cidade, com a Sands China a anunciar hoje, entre outros projetos, um plano de incubação para pequenas e médias empresas na rua das Estalagens, centro histórico de Macau, e a transformação das Casas-Museu da Taipa num destino para fotografias de casamento. No caso da MGM China Holdings Limited, a operadora assinou com o Governo um programa de revitalização para a área da Barra e à volta da Doca D. Carlos I, para criar um parque cultural e criativo. O Galaxy Entertainment Group projectou para os antigos estaleiros navais de Lai Chi Vun, em Coloane, um salão de exposições, uma pista de gelo e uma quinta urbana. Nos planos da SJM Resorts está a revitalização e conservação das pontes-cais n.º 14 e 16 e do antigo casino flutuante Palácio de Macau, no Porto Interior. Já as pontes-cais n.º 23 e 25 vão integrar elementos culturais e artísticos, num projeto da Melco Resorts, que, em conjunto com o Governo, vai ainda revitalizar a zona da Fortaleza do Monte. Ainda não são conhecidos os valores totais que as operadoras vão desembolsar, embora estas se tenham comprometido a aplicar mais de 100 mil milhões de patacas em elementos não relacionados com o jogo.
Hoje Macau Grande PlanoChina ainda pouco recetiva a autores lusófonos contemporâneos, dizem especialistas Especialistas na área da tradução disseram à Lusa que a literatura contemporânea em língua portuguesa gera pouco interesse na China comparativamente com os clássicos e, no caso de Portugal, a solução pode passar por mais investimento de Lisboa. Fernando Pessoa, Eça de Queirós e José Saramago estão entre os autores portugueses mais traduzidos na China continental, de acordo com um catálogo elaborado pela Embaixada de Portugal em Pequim. Excluindo nomes da literatura infantojuvenil portuguesa, com presença bastante expressiva na China, Pessoa é o escritor com mais trabalho passado para o chinês, estando presente em 9% (22 obras) de toda a bibliografia (246) traduzida ou que estava prevista traduzir na China até 2022. Min Xuefei assinou em 2013 um desses trabalhos, a primeira tradução chinesa dos poemas e ensaios de Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Pessoa. A académica, professora na Universidade de Pequim, com doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa na Universidade de Coimbra, observa o desinteresse por nomes da atualidade: “Recomendei Dulce Maria Cardoso a vários editores e também tradutores”. Até ao momento, porém, a autora de romances como “Retorno” e “Eliete” ainda não chegou às livrarias do país asiático. No restante universo lusófono, o cenário é idêntico. A maioria dos títulos traduzidos por esta natural de Shenyang, no norte chinês, “são todos clássicos”, isto é, de “autores que já morreram”, diz à Lusa, quando se assinala o Dia Internacional da Tradução. Além de José Saramago (“O Silêncio da Água”), Min também converteu para a língua materna os brasileiros Machado de Assis (“Contos Selecionados”) e Clarice Lispector (“A Hora da Estrela” e “Felicidade Clandestina”). A exceção é o moçambicano Mia Couto (“Terra Sonâmbula”). “A literatura contemporânea também é muito importante, mas é muito difícil de introduzir no mercado chinês”, nota Min. Jovens autores “ainda sem reconhecimento internacional” convencem menos leitores, justifica. Ao longo dos dois anos que lecionou na Universidade Normal de Fujian, no leste chinês, Nuno Rocha, especialista em tradução chinês-português, identificou esta mesma tendência. O entusiasmo da população por clássicos chineses, analisa agora, motiva a “entrada mais fácil” deste tipo de literatura em língua portuguesa. “Lembro-me de encontrar facilmente os grandes clássicos da literatura europeia, em versões bilingues, quando estudei na China em 2010”, lembra Rocha, atualmente professor na Universidade de São José, em Macau. Por outro lado, sublinha, não se sabe “até que ponto os autores contemporâneos também são dados a conhecer aos alunos” pelos próprios educadores no país asiático. Rocha avança que um “plano específico de divulgação da literatura contemporânea portuguesa na China” podia solucionar o impasse, embora isso implicasse “um investimento elevado”. “E no caso português especificamente, infelizmente, a cultura nunca é prioridade”, lamentou. A intervenção por parte de Lisboa na promoção autoral, em colaboração com revistas literárias e editoras chinesas, é uma das propostas deixadas por Min Xuefei: “Podemos, por exemplo, traduzir um conto ou um excerto de um capítulo do romance dos autores e publicar numa revista literária chinesa”. Já no sentido inverso, “a literatura chinesa moderna e contemporânea ainda é relativamente nova no mercado de livros em língua portuguesa”, aponta, por sua vez, a académica Lidia Zhou Mengyuan, do departamento de Tradução da Universidade Chinesa de Hong Kong. “As pessoas estão cada vez mais abertas a explorar novos sabores literários”, constata a professora, com investigação na área da tradução e receção da literatura chinesa contemporânea nos países de língua portuguesa desde 2000, notando ainda que, em geral, a diversidade da oferta literária portuguesa na China “é mais ampla do que a sua contraparte”. “Apesar do progresso feito nas últimas duas décadas em termos de diversidade de autores, géneros e livros traduzidos para português, ainda há espaço significativo para desenvolvimento adicional”, ressalva. Foi a partir de 2008 que contemporâneos chineses, incluindo Su Tong, Yu Hua e Yan Lianke, chegaram ao mercado livreiro em língua portuguesa, tanto em Portugal quanto no Brasil, explica Zhou Mengyuan, notando que “é provável que o seu reconhecimento internacional tenha contribuído” para isso acontecer. Os “estereótipos em relação à China no Ocidente” podem ainda estar a condicionar a vida das letras chinesas na lusofonia, admite Zhou, para quem um intercâmbio “mais frequente e direto é a chave para superar esses estereótipos”.
Hoje Macau EntrevistaThor Pedersen viajou por todos os países por terra e mar, sem aviões, e apaixonou-se por São Tomé Por Cecília Malheiro, da agência Lusa O dinamarquês Thor Pedersen, 44 anos, é o primeiro homem a conseguir viajar por todos os países do mundo sem usar avião, sem interromper o percurso e sem regressar a casa, durante os dez anos em que atravessou oceanos e continentes. O feito revelou-se uma epopeia, e trouxe-lhe a paixão por São Tomé e Príncipe, que confessa em entrevista à agência Lusa. Thor Pedersen, que esteve em Portugal no último fim de semana de setembro, conta que chegou há 60 dias da sua maior aventura. Durante a viagem, sofreu de malária cerebral, em estado limite, no Gana, teve armas apontadas à cabeça no Gabão, e foi apanhado pela pandemia da covid-19 em Hong Kong, na China, o que o reteve ali durante dois anos. Ainda sem os pés bem assentes na Dinamarca, Pedersen explica que o projeto da sua viagem foi batizado de “Once Upon a Saga”, inspirado na frase “Once Upon a Time” (era uma vez), com que o escritor Hans Christian Andersen iniciava as histórias para crianças, dando como exemplo “A Pequena Sereia”. Saga, porém, é a designação tradicional das histórias da mitologia escandinava. Questionado sobre se sentiu discriminado pela cor branca da sua pele quando esteve na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Pedersen garantiu que nunca teve qualquer problema de racismo ou xenofobia quando passou pelas antigas colónias portuguesas. Thor tem hoje 44 anos, mas iniciou a volta do mundo aos 34 anos, com as premissas de nunca usar avião, não regressar a casa durante o projeto e estar no mínimo 24 horas em cada um dos 203 países do mundo. Iniciou a aventura em outubro de 2013, o ano em que esteve em Portugal, chegando a 28 de outubro e ficando durante três dias. Thor escreveu, na altura, que Portugal era “mais pobre que Espanha” e que Lisboa precisava de uma “boa pintura”. “É uma cidade realmente encantadora que foi quase completamente destruída em 1755 pelo talvez maior terremoto de todos os tempos na Europa”. Pedersen lamentou, todavia, os traficantes nas ruas que lhe tentaram vender drogas. Chegou a São Tomé e Príncipe em novembro de 2015 e ali ficou exatamente 36 dias, transformando aquela estadia na mais longa de todos os países da CPLP que Thor visitou na viagem da volta ao mundo. Depois de sair de Libreville (Gabão), embarcado no navio Spínola Carneiro, Thor desembarcou na Ilha de São Tomé, o 99.º país do seu percurso. Avistou a Cruz Vermelha e conheceu Julião, o homem que o ajudou a encontrar uma loja para comprar um cartão SIM para telefonar. “Algo havia mudado. Não consigo identificar exatamente o porquê. Mas eu sabia que estava num sítio especial”, lê-se na sua página da Internet “Once Upon a Saga”. O lema da viagem de Thor é que “um estranho é um amigo que tu nunca tinhas conhecido antes” e Julião foi uma prova de que um estranho pode bem ser um amigo para a vida. Thor classifica São Tomé e Príncipe como um país “mágico”. “Não posso deixar de sublinhar o quão maravilhoso é São Tomé. Já vi muitos países e sou tratado com gentileza e respeito onde quer que vá. Mas em São Tomé sinto-me bem-vindo. E esse é um sentimento diferente. Tive essa sensação desde o início e ela persiste onde quer que vá. São Tomé é um lugar super seguro. Pode-se dormir diretamente na praia ou dar um passeio no parque no meio da noite sem problemas. A ilha produz chocolate. Pelo amor de Deus, o que mais é preciso saber?” Antes de se apaixonar por São Tomé, Thor chegou ao Brasil em setembro de 2014 e ficou 20 dias, naquele que seria o 59.º país em 12 meses, desde o início da epopeia. Visitar a Favela Parada de Lucas, no Rio de Janeiro, protegido pelas insígnias da Cruz Vermelha, não sentiu “hostilidade” ou “medo”. Pedersen visitou Brasília, Porto Velho e Manaus, na Amazónia. Em África, num pequeno barco à vela, Thor seguiu do Senegal até Cabo Verde, país onde chega em 2015, visitando apenas a Ilha de Santiago, destacando a Igreja da Nossa Senhora do Rosário, o edifício mais antigo do arquipélago. “Cabo Verde não é um país financeiramente rico, mas possui uma grande riqueza de gentileza, paisagens espetaculares, terras férteis, atum incrivelmente bem preparado, música, amor ao futebol. É uma terra que se estende dos muito ricos aos muito pobres e podemos ver ambos ao caminhar pelas ruas”. À Guiné-Bissau chegou em maio de 2015 e ficou quatro dias em regime de ‘couch-surfing’ (sofá para dormir), em casa de uma brasileira de ascendência japonesa que trabalhava na delegação da Organização das Nações Unidas em Bissau. Thor recorda uma “capital simples”, de “clima húmido”, com construção a acontecer por toda a parte e destaca a natureza “selvagem e espetacular” e a castanha de caju, a grande área de negócio. Depois de sair de Kinshasa (Congo), atingiu Angola em março de 2016, o país 102.º da sua rota, onde ficou seis dias. Angola é um país “lindo de morrer”, “grande”, com pessoas “gentis em todos os lugares”, com uma comida “ótima” e uma música “imbatível”. Segundo Pedersen, Angola estava marcada pela guerra civil, que terminou em 2002, com o tema ainda a surgir em conversas com pessoas diferentes. Um mês após Angola, em abril de 2016, chegou a Moçambique onde ficou em casa de uma família dinamarquesa, em Maputo. Pedersen conta que “infelizmente” teve de alterar o roteiro inicial por Moçambique devido aos ataques terroristas de grupos armados, já patentes na altura e que atingem maior dimensão em outubro do ano seguinte, no Norte do país. Thor planeou viajar pela costa de Maputo (capital, no Sul), até à cidade da Beira (mais a Norte), mas achou perigoso e regressou a África do Sul, para alcançar o Zimbabué. Apesar do conflito, o aventureiro dinamarquês destaca a “boa” gastronomia e a cultura, a história “alucinante” e a natureza com “potencial extraordinário” do país de língua portuguesa da costa oriental de África. “Moçambique poderia facilmente tornar-se o próximo destino turístico badalado (…) Mas parece que continuará por um tempo como um segredo bem guardado”. O viajante chegou a Timor-Leste em setembro de 2019, onde ficou 10 dias, conseguindo reencontra-se pela 21.ª vez com a namorada desde que havia começado o projeto. Timor estava pouco desenvolvido turisticamente, mas tinha muito para oferecer. Um país “extraordinariamente amigável” e “completamente seguro”. Depois de Timor, o seu 187º país, faltavam outros 16 para Thor terminar a viagem aos 203 países do mundo, e poder regressar a casa. Regressou há pouco mais de 60 dias são e salvo. A 24 de maio deste ano, atingiu as Maldivas, o seu 203.º país, regressando à Dinamarca a bordo de um cargueiro, via Malásia e Sri Lanka. Pedersen, que viajou como embaixador de boa vontade da Cruz Vermelha dinamarquesa, atingiu o porto de Asrhus, na Dinamarca, no passado dia 26 de julho. O facto de ter viajado por todos os países do mundo – os 195 Estados soberanos reconhecidos pelas Nações Unidas, mais oito parcialmente reconhecidos – sem voar e sem interromper o percurso, transforma-o num caso único, ultrapassando o britânico Graham Hughes, reconhecido pelo Guiness Book of Records, que esteve em 201 países, sem voar, numa viagem que durou cerca de quatro anos (2010-2014), mas que interrompeu por duas vezes, por motivos pessoais. Agora, Thor Pedersen planeia escrever um livro sobre a viagem e produzir um documentário, com o realizador e produtor canadiano Mike Douglas. Thor esteve em Portugal no passado fim de semana, para participar no festival de viagens, organizado pela Associação de Bloggers Portugueses (ABVP), em Guimarães.
Hoje Macau PolíticaHo Iat Seng felicita a delegação de Macau pelos resultados nos Jogos Asiáticos O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, enviou ontem uma mensagem de felicitações à delegação desportiva de Macau à 19.a edição dos Jogos Asiáticos de Hangzhou, que terminaram ontem. O líder do Governo da RAEM apontou que a delegação desportiva de Macau terminou a competição com um balanço positivo no “evento multidesportivo de maior dimensão da Ásia, demonstrando o espírito desportivo chinês, a perseverança e a coragem, conquistando o melhor resultado de sempre dos Jogos Asiáticos para Macau”. A delegação de Macau traz para o território seis medalhas, uma de ouro, três de prata e duas de bronze na sequência das prestações das “equipas de artes marciais e de karaté, o que não só desperta o entusiasmo de toda a população como honra o nome da RAEM”. Ho Iat Seng argumenta que “os resultados extraordinários da delegação desportiva de Macau devem-se à atenção e apoio prestados, ao longo dos anos, pelo país à RAEM, aos esforços conjuntos do Governo da RAEM e do sector desportivo, bem como à dedicação e persistência dos atletas nos treinos árduos”. O Chefe do Executivo prometeu que o seu Governo irá continuar a desenvolver o desporto de alto rendimento de Macau em várias frentes, “incluindo a aposta em recursos, a melhoria das instalações de treino, entre outras, apoiando os atletas locais na sua preparação para participarem em mais eventos desportivos de grande dimensão e competições internacionais”. Um dos objectivos é aproveitar o potencial para tornar Macau num “cidade desportiva”, afirmou o governante, sem explicar o conceito de cidade desportiva. O futuro aqui Face aos resultados e esforços dos atletas, Ho Iat Seng dirigiu, “em nome do Governo da RAEM e da população de Macau (…), as mais calorosas felicitações a todos os atletas, treinadores e equipas técnicas da delegação desportiva de Macau, China”. Ho Iat Seng recordou ainda que os Jogos Nacionais de 2025 serão coorganizados pela província de Guangdong, Hong Kong e Macau, numa iniciativa que considera como uma “medida importante do país para reforçar o impulso da construção da Grande Baía”.
Hoje Macau China / ÁsiaIndonésia | Incêndios florestais afectam qualidade do ar em Singapura A qualidade do ar em Singapura caiu para um nível insalubre no sábado, segundo as autoridades locais, uma vez que o aumento dos incêndios florestais na vizinha Indonésia trouxe neblina para a cidade-estado. Às 14 horas, o Índice de Poluentes Normalizados de 24 horas na parte oriental e central de Singapura era superior a 100, níveis a partir dos quais as pessoas são aconselhadas a reduzir as actividades físicas ao ar-livre. A neblina transfronteiriça é um problema recorrente no Sudeste Asiático, uma vez que as lacunas regulamentares dificultam às autoridades a eliminação das práticas indonésias de limpeza de terrenos com queimadas. A Agência Nacional do Ambiente de Singapura afirmou que foram detectados 212 pontos quentes na ilha indonésia de Sumatra, na sexta-feira, em comparação com 65 na quinta-feira e 15 no dia anterior. Segundo a Agência Nacional do Ambiente, uma breve mudança na direcção do vento, na tarde de sexta-feira, soprou parte da névoa mais leve em direcção a Singapura, piorando a qualidade do ar no país insular. Os métodos tradicionais de desbravamento são utilizados quase todos os anos na Indonésia para a plantação de óleo de palma e de pasta de papel, que, segundo os registos públicos, são propriedade de empresas nacionais, estrangeiras ou cotadas no estrangeiro. A Indonésia está a apagar os incêndios florestais com água pulverizada por helicópteros e indução de nuvens, afirmou o ministro do Ambiente na sexta-feira, negando que a neblina perigosa esteja a atravessar as fronteiras.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Supremo Tribunal recusou recursos de Aung San Suu Kyi O Supremo Tribunal de Myanmar recusou ouvir os recursos especiais da líder deposta do país, Aung San Suu Kyi, contra condenações em seis casos de corrupção em que foi considerada culpada. O somatório de todas as penas a que foi condenada implica que Aung San Suu Kyi fique o resto da vida atrás das grades A ex-líder do Myanmar, Aung San Suu Kyi, viu recusada na sexta-feira a possibilidade do Supremo Tribunal do Myanmar ouvir os recursos que apresentou para refutar as sentenças que a condenaram a 27 anos de prisão na sequência de seis casos de corrupção. Aung San Suu Kyi foi condenada por abusar da autoridade e por aceitar subornos, acrescentou um funcionário judicial. Suu Kyi, de 78 anos, que foi presa quando o exército derrubou o seu Governo eleito em Fevereiro de 2021, está a cumprir penas de prisão que totalizam 27 anos, depois de ter sido condenada por uma série de acusações criminais, na sua maioria apresentadas pelos militares. Os seus apoiantes e analistas independentes afirmam que as acusações, todas elas contestadas por Suu Kyi e pelos seus advogados, são falsas e constituem uma tentativa de a desacreditar e legitimar a tomada do poder pelos militares. Inicialmente, Suu Kyi foi condenada a um total de 33 anos, mas o general Min Aung Hlaing, chefe do governo militar, concedeu-lhe clemência em cinco casos e reduziu a pena em seis anos, no âmbito de uma amnistia mais ampla para mais de 7.000 prisioneiros, por ocasião de um feriado religioso budista em Agosto. O funcionário judicial, que está familiarizado com os processos judiciais de Suu Kyi, disse que os recursos que o tribunal da capital, Naypyitaw, se recusou a ouvir incluíam quatro processos em que Suu Kyi foi condenada por abusar da sua posição para arrendar parcelas de terreno e propriedades em Naypyitaw e Yangon, a maior cidade do país. Os processos alegavam que ela tinha obtido os terrenos a preços inferiores aos do mercado para uma fundação de beneficência a que presidia e que tinha construído uma residência para si própria num dos terrenos com dinheiro doado para a fundação. O funcionário judicial falou sob condição de anonimato porque não está autorizado a divulgar informações. Os advogados de Suu Kyi, que tinham sido uma fonte de informação sobre o processo, foram notificados com ordens para não se pronunciarem no final de 2021. O funcionário judicial acrescentou ainda que os outros casos de recurso estavam relacionados com duas acusações de corrupção em que Suu Kyi foi considerada culpada de receber um total de 550.000 dólares entre 2018 e 2020 de Maung Weik, um magnata que em 2008 foi condenado por tráfico de drogas. Os recursos especiais são normalmente a fase final do processo judicial em Myanmar. Todavia, podem ser reexaminados pelo Tribunal de Recursos Especiais ou pelo Tribunal Plenário se o Presidente do Supremo Tribunal considerar que são do interesse público. Os recursos das condenações de Suu Kyi por acusações que incluem fraude eleitoral, violação da lei dos segredos oficiais e seis outros casos de corrupção ainda estão a ser processados, disseram vários funcionários judiciais. Barreiras intransponíveis A equipa jurídica de Suu Kyi tem enfrentado vários obstáculos, incluindo a impossibilidade de se encontrar com ela para receber instruções enquanto preparam os recursos. Desde a última vez que a viram pessoalmente, em Dezembro, solicitaram, pelo menos cinco vezes, autorização para se encontrarem com Suu Kyi, mas não obtiveram qualquer resposta, informaram os funcionários judiciais. Em Setembro, houve relatos de que Suu Kyi estava a sofrer de sintomas de tensão arterial baixa, incluindo tonturas e perda de apetite, mas que lhe tinha sido negado tratamento em instalações qualificadas fora do sistema prisional. Os relatos não puderam ser confirmados de forma independente, mas Kim Aris, o filho mais novo de Suu Kyi, disse em entrevistas que tinha ouvido dizer que a sua mãe estava extremamente doente e que sofria de problemas nas gengivas e não conseguia comer. Aris, que vive em Inglaterra, apelou para que o governo militar de Myanmar fosse pressionado a libertar a mãe e outros presos políticos.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Cheias no norte do país causam pelo menos 77 mortos O número de mortos devido às inundações no norte da Índia aumentou ontem para 77, enquanto mais de 100 pessoas estão desaparecidas, adiantaram as autoridades indianas. De acordo com as autoridades de Sikkim, mais de 2.400 pessoas foram retiradas de casas na consequência da subida das águas que destruiu mais de uma dúzia de pontes e enterrou veículos e casas à medida que passavam rio abaixo. As operações de resgate foram dificultadas por bloqueios de estradas e condições climatéricas adversas, que impediram o envio de helicópteros militares. As inundações repentinas, uma das piores da história desta região que faz fronteira com o Nepal, a China e o Butão, ocorreram no início desta semana, após o transbordamento do lago glaciar Lhonak. Juntamente com uma semana de chuvas intensas na região, o rompimento deste lago destruiu casas e estradas e transbordou a barragem hidroeléctrica de Chungthang, provocando uma inundação entre quatro e seis metros de altura. O rompimento desta barragem, com capacidade de gerar 1.200 megawatts e uma das maiores do tipo no país asiático, amplificou a inundação repentina. As chuvas intensas causam perdas humanas e materiais significativas nos países do sul da Ásia todos os anos, especialmente durante o período das monções, entre Maio e Setembro. Além disso, o aumento das temperaturas globais causado pelas alterações climáticas ameaça multiplicar os incidentes de explosões glaciais.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Parceria com Embraer quer produzir carros voadores em 2026 A japonesa Nidec e a brasileira Embraer formaram uma parceria com o objectivo de começar a construir em massa automóveis voadores em 2026. A ‘joint venture’, apresentada na 54.ª edição do Paris Air Show, já tem o primeiro cliente: a Eve Air Mobility, uma subsidiária da brasileira Embraer Uma parceria entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a fabricante japonesa de motores eléctricos Nidec pretende iniciar a produção em massa de carros voadores em 2026, foi anunciado na sexta-feira. Num comunicado conjunto, as duas empresas revelaram que a nova ‘joint venture’, chamada Nidec Aerospace, pretende investir mais de 77 milhões de dólares nos próximos anos. O objectivo é desenvolver “sistemas eléctricos de propulsão para o sector aeroespacial”, incluindo para aeronaves eléctricas de descolagem e aterragem horizontal (eVTOL, na sigla em inglês), denominados de carros voadores. O comunicado confirmou a aprovação, por parte dos reguladores, do estabelecimento da Nidec Aerospace, com um capital inicial de 12 milhões de dólares, em que a Nidec detém uma participação de 51 por cento e a Embraer 49 por cento. O documento revelou ainda que Vincent Braley, até agora líder das operações para veículos eléctricos da Nidec Motor Corp, uma subsidiária da fabricante japonesa nos Estados Unidos, foi nomeado presidente executivo da parceria. “Juntas, as nossas extraordinárias equipas poderão desenvolver soluções avançadas para colaborar com o futuro da aviação sustentável”, disse o vice-presidente sénior de Estratégia Corporativa, Digital e Inovação da Embraer, Dimas Tomelin. No mesmo comunicado, o vice-presidente sénior da Nidec, Michael Briggs, disse que a aposta em aeronaves eléctricas parte de uma “visão conjunta de avançar e electrificar a maneira como o mundo se move”. Ligação lusa A Nidec Aerospace será localizada em Saint Louis, no centro-oeste dos EUA, na sede da Nidec Motor Corp, e irá contar com o suporte das fábricas da Nidec e da Embraer no Brasil e no México, revelaram as duas empresas em Junho. A ‘joint venture’, apresentada na 54.ª edição do Paris Air Show, em Junho, já tem o primeiro cliente para o sistema eléctrico para os eVTOL, a Eve Air Mobility, uma subsidiária da brasileira Embraer. A Eve pretende desenvolver e construir um ecossistema de mobilidade urbana sustentável, que inclua o eVTOL e a respectiva rede de serviço e apoio, bem como toda a infra-estrutura que vai apoiar esta nova forma de transporte, incluindo os aeroportos de aterragem e descolagem verticais. A Eve assinou em Junho de 2022 uma carta de intenção para entregar até 35 aeronaves eléctricas à Falcon Aviation Services, que opera na região do Médio Oriente e África, a partir de 2026. No final de Abril, a Embraer, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, assinou um memorando de entendimento com várias empresas aeroespaciais portuguesas para desenvolver a Base Tecnológica e Industrial de Defesa de Portugal. A empresa brasileira opera duas fábricas no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora e é também accionista da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, com 65 por cento do capital, em Alverca.