Hoje Macau PolíticaTrânsito | Estudada circulação em Guangdong através Hengqin As autoridades de Zhuhai estão a estudar a possibilidade de o posto fronteiriço da Ilha da Montanha ser utilizado para permitir a entrada de veículos de Macau na província de Guangdong, no âmbito do programa “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong”. A novidade foi revelada ontem pelo vice-secretário-geral do Governo Municipal de Zhuhai, Peng Su, durante um seminário sobre o desenvolvimento industrial da cidade vizinha integrado na Feira Internacional de Macau, que decorre até domingo no The Venetian. “Actualmente, os veículos de Macau viajam para Zhuhai apenas através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No entanto, estamos a explorar a possibilidade de o ponto fronteiriço de Hengqin também abrir as portas a estes veículos, o que aumentaria a conveniência das viagens entre Macau e Zhuhai”, afirmou Peng Su, de acordo com o portal Macau News Agency. O projecto tem sido muito popular entre a população de Macau, mas tem encontrado alguns desafios face à procura, e dado que a circulação está limitada a duas mil quotas diárias, apesar de vários pedidos para haver um aumento. Anteriormente, Ho Iat Seng justificou o limite com a falta de capacidade dos acessos para a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, mas, posteriormente, mudou de versão e deu a entender que o aumento das quotas diárias teria de partir da decisão das autoridades do Interior.
Hoje Macau PolíticaIAM | Afastada revisão de normas para utilização de espaços públicos O Instituto dos Assuntos Municipais (IAM) afasta a revisão do Regulamento Geral dos Espaços Púbicos, por considerar que o conteúdo é “abrangente”. Foi desta forma que O Lam, vice-presidente do IAM, respondeu a uma interpelação do deputado Lam Lon Wai. No documento, Lam Lon Wai questiona o tipo de medida que está a ser adoptado para garantir que os espaços públicos são mantidos em boas condições de utilização e limpos. A resposta de O Lam garante que a utilização dos espaços em condições de higiene é promovida junto de não-residentes e turistas de fora: “Com o aumento do número de trabalhadores não-residentes e de turistas após a epidemia, o IAM, através da impressão e distribuição de materiais de divulgação em várias línguas, da iniciativa do “Plano de Divulgação da Campanha de Limpeza da Cidade de Macau”, em conjunto com vários grupos estrangeiros em Macau, e do reforço da sensibilização nos postos fronteiriços e nas zonas turísticas, entre outros meios diversificados, eleva a consciência sobre a higiene ambiental dos respectivos indivíduos”, foi respondido. Além disso, o IAM considera que as multas para quem cospe ou deixa lixo no chão são aplicadas sempre que necessário. “O Instituto para os Assuntos Municipais tem vindo a prestar atenção ao estado de higiene ambiental dos bairros de Macau, enviando regularmente pessoal para inspeccionar ruas de diferentes zonas”, foi sublinhado. “Em caso de detecção de infracções ao Regulamento Geral dos Espaços Públicos, proceder-se-á de imediato à autuação”, foi garantido.
Hoje Macau PolíticaZhuhai lança campanha para atrair jovens de Macau e de todo o mundo A campanha de atracção de talentos de Zhuhai para 2023, um esforço de colaboração entre Zhuhai e a Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin, teve início na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau no dia 14 de Outubro, avançou na quarta-feira o Governo da cidade vizinha. O evento deste ano, com a duração de três meses, irá abranger mais de 70 faculdades e universidades em mais de 20 cidades nacionais e estrangeiras. Tanto o número de rotas de recrutamento como o de universidades no estrangeiro atingiram um número recorde. Mais de 100 empresas líderes em Zhuhai disponibilizarão mais de 5.000 postos de trabalho, dos quais o salário anual mais elevado é de 1,35 milhões de yuan, enquanto mais de 200 postos de ensino em 16 escolas estarão também disponíveis, bem como 258 postos em 12 hospitais. Nos próximos cinco anos, as autoridades de Zhuhai prometem introduzir 100 titulares de doutoramentos de universidades de renome no país e no estrangeiro e formar um grupo de quadros superiores e pessoal técnico que se encontram em falta. O Projecto de Prática para Jovens Talentos Excepcionais de Faculdades e Universidades de Prestígio Mundial levará a cabo uma actividade de duas semanas que combina a sensibilização para as cidades transfronteiriças e a prática profissional de alta qualidade. Além disso, será concedido um subsídio de até 100 milhões de yuans a equipas e projectos de inovação e empreendedorismo de alto nível que sejam introduzidos em Zhuhai, juntamente com serviços de cadeia completa como a disponibilização de espaços para a indústria 5.0 e um fundo de desenvolvimento industrial de 30 mil milhões de yuans. Alto nível e calibre Para os talentos de alto calibre, será recompensado um máximo de 8 milhões de yuans, bem como um desconto de 50 por cento na compra de uma casa bem mobilada até 200 metros quadrados. Os titulares de um doutoramento podem receber até 250 000 yuan de subsídio de subsistência, um desconto de 50 por cento na compra de uma casa e um desconto de 40 por cento no aluguer de uma casa bem mobilada até 120 m2. Os titulares de um mestrado ou de uma licenciatura podem beneficiar de um subsídio de subsistência máximo de 38 000 yuan. Além disso, os talentos que se instalam em Zhuhai podem usufruir de conveniências na educação dos filhos, no emprego do cônjuge.
Hoje Macau China / ÁsiaPalestina | Solução de dois Estados é “muito urgente”, diz UE A presidência espanhola da União Europeia (UE) defendeu ontem que é “muito urgente” trabalhar na solução dos dois Estados, Israel e Palestina, para terminar o ciclo de violência no Médio Oriente. “Só conseguiremos pôr termo a uma tragédia que já foi repetida demasiadas vezes se conseguirmos materializar de uma vez por todas a solução dos dois Estados, vivendo um ao lado do outro em paz e segurança. Isto passa por um acordo definitivo”, disse o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Albares, intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em nome da presidência espanhola do Conselho da UE. A UE, sustentou Albares, deve agir com “clareza e firmeza”, mostrando “um compromisso firme contra o terrorismo e violência, com a paz, a justiça e a humanidade”. A UE deve demonstrar “solidariedade para com as vítimas, sem distinção de religião ou nacionalidade” e agir “de forma unida para impedir que esta tragédia se repita”, declarou.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Pelo menos 471 mortos no ataque a hospital em Gaza Pelo menos 471 pessoas foram mortas no ataque que atingiu um hospital na Faixa de Gaza, indicou ontem um novo balanço emitido pelo Ministério da Saúde do Governo Hamas, que controla o enclave palestiniano. Na noite de terça-feira, e na sequência do ataque, o ministério tinha-se referido a pelo menos 200 mortos, com o Hamas a acusar Israel de responsabilidade por este mortífero ataque ao hospital Al Ahli da cidade de Gaza. Israel atribuiu a responsabilidade à Jihad islâmica, uma outra organização islamita armada de Gaza, que desmentiu categoricamente. O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano também actualizou o número de vítimas, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos. A mesma fonte não esclareceu se estavam já incluídas no balanço as centenas de pessoas mortas ao início da noite de terça-feira no hospital de Gaza. Marcelo em choque O presidente da República de Portugal declarou-se ontem chocado com o bombardeamento de um hospital em Gaza, tenha sido intencional ou não, mas escusou-se a apontar responsáveis, recomendando mais silêncio e diplomacia perante o conflito entre Israel e Hamas. “Não me vou pronunciar sobre essa matéria, primeiro, porque não tenho elementos, segundo, porque não devo pronunciar-me sobre essa matéria. Há instâncias diversas internacionais e depois há diligências nacionais múltiplas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em reposta aos jornalistas, em Namur, durante a sua visita de Estado à Bélgica. Sobre a explosão de terça-feira no Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, o Presidente da República considerou que “chocou a todos, e provavelmente foi um choque universal”, lamentando as numerosas vítimas civis. “O nosso primeiro pensamento vai para as vítimas daquilo que ocorreu, como foi, por exemplo, quando também aconteceram bombardeamentos a estabelecimentos de saúde com vítimas civis na Ucrânia”, referiu. O chefe de Estado defendeu que “este é o momento de fazer tudo para que verdadeiramente haja futuro numa situação e numa região que tem sofrido muito ao longo do tempo” e que “isso ganha com o silêncio, com a diplomacia, se possível, mais do que com o falar publicamente na matéria”. Interrogado sobre o apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para que haja um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que compreende a posição de António Guterres, sem a subscrever. “Eu queria dizer só sobre isso é que compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral das Nações Unidas, porque está, no exercício do seu mandato, preocupado com a situação”, respondeu, acrescentando: “É um apelo perfeitamente compreensível, porque corresponde ao que tem sido a linha orientadora da sua actuação em diversas situações no mundo”.
Hoje Macau VozesCooperação Faixa e Rota: Zarpar novamente após 10 anos de Sucesso e Glória Por Liu Xianfa * Em 18 de Outubro de 2023, o terceiro Fórum Faixa e Rota para a Cooperação Internacional foi inaugurado em Pequim, com representantes de mais de 140 países e mais de 30 organizações internacionais participando neste grande evento. Na cerimónia de abertura, o presidente chinês, Xi Jinping, analisou a grande jornada de 10 anos da cooperação Faixa e Rota, resumiu as suas realizações e experiência notáveis, e delineou solenemente oito medidas principais para apoiar a cooperação de alta qualidade da Faixa e Rota, dando início a um novo capítulo da cooperação Faixa e Rota na próxima década de ouro. A cooperação Faixa e Rota é uma sinfonia magnífica de história e realidade. A Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), enraizada na história, responde a questões levantadas pela realidade. Na história, os nossos antepassados criaram uma Rota da Seda terrestre ligando a Ásia, a Europa e a África, e abriram uma Rota da Seda marítima ligando o Oriente e o Ocidente, iniciando uma nova fase de intercâmbios amigáveis entre os povos e moldando o espírito da Rota da Seda que caracteriza por paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizagem mútua e benefício mútuo. Em 2013, o presidente Xi Jinping revelou a BRI e revigorou as antigas rotas da seda na nova era. Actualmente, o mundo está a passar por grandes mudanças nunca vistas num século. A globalização económica enfrenta contracorrentes e a economia mundial enfrenta o risco de recessão. Cerca de 90% dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas “descarrilaram” e quase um terço dos objectivos estagnou ou até regrediu. A atenção do mundo está focada em Pequim, esperando que a China lidere o caminho. Neste momento crítico, o Presidente Xi Jinping, no seu discurso de abertura, declarou que a China dará oito passos importantes, incluindo a construção de uma rede multidimensional de conectividade rodoviária e de cintura, o apoio a uma economia mundial aberta, a realização de cooperação prática para apoiar uma Faixa e Rota de alta qualidade, promoção do desenvolvimento verde, avanço da inovação científica e tecnológica, apoio ao intercâmbio entre pessoas, promoção da cooperação baseada na integridade do Cinturão e Rota e fortalecimento da construção institucional para a cooperação internacional Faixa e Rota, injectando assim um forte impulso na cooperação Faixa e Rota de alta qualidade e modernização mundial. A cooperação Cinturão e Rota é uma convergência perfeita de conceitos e práticas. É excelente tanto em ideias quanto em resultados reais. A BRI está alinhada com o conceito de uma comunidade global de futuro partilhado e foi bem recebida pela comunidade internacional como um bem público e uma plataforma de cooperação, e alcançou resultados sólidos. Mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais assinaram documentos de cooperação Faixa e Rota com a China, estabelecendo mais de 3.000 projectos de cooperação, gerando quase um bilião de dólares americanos em investimentos e registrando conquistas frutíferas na conectividade física, institucional e interpessoal: foi lançado um grande número de projectos emblemáticos e programas “pequenos mas inteligentes”; a cooperação na Rota da Seda da Saúde, na Rota da Seda Verde, na Rota da Seda Digital e na Rota da Seda da Inovação registou progressos constantes; foram criadas mais de 20 plataformas especializadas de cooperação multilateral; os intercâmbios e a conectividade entre pessoas foram aprofundados. Foram estabelecidos importantes princípios orientadores para a cooperação de alta qualidade Faixa e Rota, que incluem o princípio de “planear juntos, construir juntos e beneficiar juntos”, a filosofia da cooperação aberta, verde e limpa, e o objectivo de procurar cooperações de alto-padrão, centrada nas pessoas e sustentável. Todas estas conquistas florescentes compuseram uma sinfonia inspiradora na nova era. A cooperação Cinturão e Rota beneficia tanto a China como o mundo. A BRI, proposta pela China, pertence ao mundo inteiro. Sob a orientação da BRI, a China está a abrir ainda mais as suas portas ao mundo, com as suas regiões do interior a transformarem-se de “laterais” em “avançados”, e as regiões costeiras a atingirem novos patamares na sua abertura. O mercado da China tornou-se ainda mais integrado com o mercado global. A BRI injectou um novo impulso na economia global, criou novas oportunidades para o desenvolvimento global e melhorou a capacidade de desenvolvimento e o bem-estar das pessoas das partes interessadas. As pesquisas mostram que, devido à BRI, o custo do comércio global foi reduzido em 1,8%, o comércio entre os países participantes aumentou entre 2,8% e 9,7%, o comércio global aumentou entre 1,7% e 6,2% e o rendimento global aumentou 0,7 % e 2,9%. Até 2030, os projetos de transportes da BRI poderão ajudar a retirar 7,6 milhões de pessoas da pobreza extrema e 32 milhões de pessoas da pobreza moderada. O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o facto de a BRI ter trazido esperança e progresso a milhares de milhões de pessoas no mundo. Dez anos é apenas o prólogo. Enfrentando mudanças que têm consequências para o mundo, para os nossos tempos e para a história, a BRI, zarpando novamente a partir de um novo ponto histórico, abrirá definitivamente uma nova janela de oportunidade para a China e o mundo com produtos de maior qualidade e desenvolvimento de maior nível, e tornará realidade o desejo das pessoas por uma vida feliz em um ritmo mais rápido. * Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China na Região Administrativa Especial de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaXi pede a Putin esforços para salvaguardar justiça internacional O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem ao homólogo russo, Vladimir Putin, para que faça “esforços” no sentido de “salvaguardar a justiça internacional”, durante um encontro à margem do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota. Citado pela agência Xinhua, o líder chinês elogiou o estado das relações entre os dois países e sublinhou que a “confiança política está a aprofundar-se de forma constante”, com uma “coordenação estratégica estreita e eficaz e o comércio bilateral em máximos históricos”. Xi e Putin reuniram após a cerimónia de abertura do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota, que está a decorrer em Pequim. “Encontrámo-nos 42 vezes nos últimos dez anos. Desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda amizade”, afirmou. Durante a reunião, Xi congratulou-se com o facto de os governos dos dois países “estarem a pôr em prática os importantes consensos” a que os dois líderes chegaram nas reuniões anteriores. “A confiança política mútua está a aprofundar-se de forma constante e a cooperação estratégica é eficaz e estreita. O comércio bilateral atingiu máximos históricos, caminhando firmemente para o objetivo que estabelecemos de 200 mil milhões de dólares por ano”, acrescentou o líder chinês. Recordando que no próximo ano se assinala o 75.º aniversário desde o estabelecimento das relações entre os dois países, Xi disse que a China quer trabalhar com a Rússia para “compreender a tendência histórica do desenvolvimento global com base nos interesses dos nossos dois povos”. “Temos de enriquecer ainda mais a cooperação bilateral, refletindo a nossa responsabilidade enquanto potências, e continuar a contribuir para a modernização dos nossos dois países”, afirmou o líder chinês. “Temos de fazer esforços para salvaguardar conjuntamente a justiça internacional” e “promover o desenvolvimento global”, acrescentou. Citado pela Xinhua, Putin afirmou durante a reunião que a Iniciativa Faixa e Rota “deve ser reconhecida como um bem público global” e que espera que mais países adiram ao projecto chinês no futuro. O líder russo viajou para a China com uma grande delegação de altos funcionários, incluindo dois vice-primeiros-ministros e responsáveis pelos negócios estrangeiros, desenvolvimento económico, transportes ou finanças.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePIB chinês cresceu 5,2% no terceiro trimestre, o que promete realização da meta anual de 5% “A China está altamente confiante em cumprir sua meta de crescimento para 2023”, disse nesta quarta-feira Sheng Laiyun, vice-chefe do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE). “O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% nos primeiros três trimestres deste ano, pavimentando uma base sólida para o país atingir sua meta de crescimento anual do PIB de cerca de 5% em 2023”, revelou Sheng. “Para cumprir a meta de crescimento anual, o PIB da China precisa cumprir uma meta de crescimento de pelo menos 4,4% no quarto trimestre”, acrescentou. “O ímpeto crescente no processo da recuperação económica, uma série de políticas pró-crescimento e uma base relativamente baixa em relação ao mesmo período do ano passado contribuirão para o crescimento económico do país no quarto trimestre”, de acordo com Sheng. “Houve uma recuperação positiva e melhoria na oferta e procura durante os primeiros nove meses. Além disso, as expectativas e a situação operacional do sector da economia real também mostraram sinais positivos”, disse Sheng, acrescentando que a operação económica continuará seu bom ímpeto no quarto trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% em termos anuais nos primeiros três trimestres de 2023, atingindo mais de 91,3 biliões de yuans nos primeiros três trimestres. No terceiro trimestre de 2023, o PIB chinês registrou uma expansão anual de 4,9%. “Nos primeiros três trimestres deste ano, diante de um ambiente internacional severo e complexo e as árduas tarefas de reforma, desenvolvimento e estabilidade internas, todas as regiões e departamentos fizeram grandes esforços para impulsionar o desenvolvimento de alta qualidade e estabilizar o emprego e os preços”, disse o DNE. As vendas de bens de consumo da China aumentaram 6,8% nos primeiros três trimestres, para mais de 34,2 biliões de yuans, acrescentou o órgão. A produção industrial de valor agregado do país, um importante indicador económico, subiu 4,0% nos três primeiros trimestres, segundo DNE. O investimento em activos fixos subiu 3,1% nos primeiros três trimestres, para 37,5 biliões de yuans, enquanto a produção de serviços de valor agregado do país aumentou 6,0% ano a ano no mesmo período, indicaram os dados. A taxa de desemprego urbano pesquisada na China ficou em 5,3% nos três primeiros trimestres de 2023. O rendimento per capita da China foi de 29.398 yuans nos primeiros três trimestres, alta anual de 6,3%, de acordo com os dados. Descontando os factores de preço, o rendimento disponível per capita subiu 5,9% em relação ao ano passado. “Este crescimento económico nos primeiros três trimestres de 2023 estabeleceu uma base sólida para a China cumprir sua meta de crescimento para o ano inteiro”, segundo o DNE. A meta de crescimento para o ano inteiro de 2023 foi fixada em cerca de 5%.
Hoje Macau China / ÁsiaBaidu apresenta Ernie 4.0 que diz rivalizar com ChatGPT A tecnológica chinesa Baidu anunciou ontem uma nova versão do seu modelo de inteligência artificial (IA), o Ernie 4.0, que diz rivalizar com a norte-americana ChatGPT, nomeadamente o GPT-4. O presidente executivo (CEO) da Baidu, Robin Li, apresentou o Ernie 4.0 na conferência anual da tecnológica, em Pequim. O executivo referiu que o modelo alcançou compreensão, raciocínio, memória e produz, através de algoritmos, e cria novos conteúdos. “Não é inferior em nenhum aspecto ao GPT-4”, acrescentou o responsável, salientando que o modelo mais recente foi “significamente melhorado” em comparação com o ‘bot’ Ernie original. A Baidu é pioneira entre uma série de empresas chinesas que concorreram na criação de modelos de IA, depois do ChatGPT, da Open AI, ter impulsionado a corrida a modelos de inteligência artificial generativa, no final do ano passado. Pequim vê a inteligência artificial como uma indústria chave para concorrer com os EUA e pretende tornar-se um líder global até 2030. A Baidu, sediada em Pequim, começou como uma empresa de motores de busca e, ao longo da última década, investiu fortemente em tecnologia de inteligência artificial, como a condução autónoma e, mais recentemente, IA generativa para se manter competitiva. O Ernie Bot foi lançado em março pela Baidu e, em agosto, foi disponibilizado ao público. O Ernie 4.0 ainda não está disponível ao público em geral.
Hoje Macau China / ÁsiaFórum “Uma Faixa, Uma Rota” | Presidente Xi condensou dez anos de experiências da iniciativa O presidente chinês, Xi Jinping, falou nesta quarta-feira no seu discurso de abertura do terceiro Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional sobre as experiências extraídas da cooperação da iniciativa na última década. “Aprendemos que a humanidade é uma comunidade com um futuro partilhado”, explicou Xi. “A China só pode se sair bem quando o mundo está indo bem. Quando a China vai bem, o mundo vai ficar ainda melhor.” “A China tornou-se no parceiro comercial importante de mais de 140 países e regiões e uma fonte primária de investimento para mais nações. Tanto o investimento chinês no exterior quanto o investimento estrangeiro na China aumentaram a amizade, a cooperação, a confiança e a esperança”, disse o presidente. “A cooperação de benefício comum é o caminho certo para o sucesso no lançamento de grandes iniciativas que beneficiam todos. Quando os países adoptam a cooperação e agem em conjunto, um abismo profundo pode ser transformado numa via, os países sem litoral podem ser ligados por terra e um lugar de subdesenvolvimento pode ser transformado numa terra de prosperidade”, acrescentou. Segundo o presidente chinês, “os países que tomam a liderança no desenvolvimento económico devem dar a mão aos seus parceiros que ainda não o alcançaram. Devemos todos tratar-nos como amigos e parceiros, respeitar-nos, apoiar reciprocamente e ajudarmos uns aos outros a termos sucesso. Como diz o ditado, quando se dá rosas aos outros, a fragrância permanece na nossa mão. Em outras palavras, ajudar os outros também é ajudar a si mesmo. Ver o desenvolvimento dos outros como uma ameaça ou tratar a interdependência económica como um risco não tornarão a sua própria vida melhor nem acelerarão o seu próprio desenvolvimento”, concluiu o presidente chinês. Xi apontou ainda que o espírito da Rota da Seda de paz e cooperação, abertura e inclusividade, aprendizagem e benefício mútuo é “a fonte de força mais importante para a cooperação da Iniciativa Faixa e Rota”. “Certa vez, eu disse que os pioneiros das antigas rotas da seda conquistaram seu lugar na história não como conquistadores com navios de guerra, armas, cavalos ou espadas. Em vez disso, eles são lembrados como emissários amigáveis liderando caravanas de camelos e navios à vela carregados de mercadorias”, assinalou Xi. “A cooperação da Iniciativa Faixa e Rota baseia-se na crença de que a chama aumenta quando todos colocam lenha na fogueira e que o apoio mútuo permite que possamos ir longe”, acrescentou. “Essa cooperação busca proporcionar uma boa vida não apenas para as pessoas de apenas um país, mas também para as pessoas de outros países. Promove conectividade, benefício mútuo, desenvolvimento comum, cooperação e resultados vantajosos para todos”, disse ainda Xi que não deixou de apontar os obstáculos: “a confrontação ideológica, a rivalidade geopolítica e a política de blocos não são escolhas para nós. Somos contra as sanções unilaterais, a coerção económica, a dissociação e a interrupção da cadeia de suprimentos”, sublinhou. “O que foi alcançado nos últimos 10 anos demonstra que a cooperação Iniciativa Faixa e Rota está do lado certo da história. Representa o avanço de nossos tempos e é o caminho certo para frente”, concluiu Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaUma Faixa, Uma Rota | Líderes mundiais encontram-se em Pequim e comentam iniciativa O Presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com os líderes mundiais que vieram para o terceiro Fórum Faixa e Rota para a Cooperação Internacional em Pequim, na terça-feira, à medida que mais chefes de Estado, líderes governamentais e funcionários, bem como líderes de organizações internacionais chegavam à capital da China. Na terça-feira, Xi reuniu-se com líderes como o Presidente da Indonésia, Joko Widodo, o Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orban, o Presidente do Chile, Gabriel Boric, o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, o Presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, o Primeiro-Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o Primeiro-Ministro da Papua-Nova Guiné, James Marape. No mesmo dia, chegaram mais dirigentes de diferentes países e organizações internacionais, incluindo o Presidente russo Vladimir Putin, o Secretário-Geral da ONU António Guterres, o Presidente argentino Alberto Fernandez, o Presidente vietnamita Vo Van Thuong, o Presidente da Mongólia Ukhnaa Khurelsukh e o Primeiro-Ministro de Moçambique Adriano Maleiane. Chegaram também dirigentes de outros países, nomeadamente o Primeiro-Ministro do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, o Primeiro-Ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, o Presidente do Quénia, William Ruto, o Primeiro-Ministro do Camboja, Hun Manet, o Presidente do Laos, Thongloun Sisoulith, o Presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, e o Presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, alguns dos quais se reuniram com dirigentes chineses. Para além dos líderes em exercício, muitos antigos líderes e figuras não governamentais também vieram ao Fórum este ano, incluindo uma delegação de peritos franceses que também veio a Pequim e se reuniu com altos funcionários chineses. Durante as conversações com o presidente chinês, todos os líderes estrangeiros mencionaram as realizações que tinham criado com a China no âmbito da IFR na última década e apreciaram a contribuição e a ajuda da China para o desenvolvimento dos seus países, segundo a Xinhua. Também se opuseram ao acto de “dissociação” e ao chamado “de-risking”, que visa conter a China e servir um objetivo hegemónico, e alguns deles, que estão profundamente preocupados com as questões actuais, como a crise da Ucrânia e o conflito israelo-palestiniano, também prometeram manter a comunicação e a coordenação com a China para promover a resolução política e a mediação. “Para compreender corretamente a natureza da IFR, temos de começar por reconhecer que os membros do Sul Global, ou os países em desenvolvimento, são os principais participantes, representando o futuro pólo de crescimento do mercado mundial. A IFR está em linha com a tendência de crescimento do Sul Global”, disse Huang Renwei, director-geral executivo do Instituto Fudan para a Iniciativa Faixa e Rota e Governação Global, ao Global Times. “A IFR fornece a base económica para o Sul Global, ligando países relacionados e formando novos e maiores mercados”, disse Huang. “Alguns países querem separar a China do Sul Global, mas o facto é que os países do Sul não se vão separar da China, mas sim cooperar mais estreitamente com a China”, observou. O Sul Global também fala Os países do Sul Global são os principais participantes, bem como os que mais beneficiaram da IFR, e os convidados do Sul Global que vieram a Pequim, expressaram a sua confiança e grandes expectativas na IFR. Muhammad Zamir Assadi, investigador em diplomacia e membro do Centro de Imprensa China-Sul da Ásia e Sudeste Asiático, disse que “o fórum é de grande importância, uma vez que dezenas de líderes internacionais vieram à China para participar nele e também transmite uma mensagem à comunidade internacional de que os desenvolvimentos de alta qualidade alcançados no âmbito da IFR na última década são notáveis e satisfatórios. Mostra-nos também que a cooperação vantajosa para todos com a consulta mútua está a obter resultados benéficos para todos”. “O Corredor Económico China-Paquistão foi anunciado como um projecto emblemático da IFR, e tem mostrado resultados tangíveis. O investimento no projecto também ajudou a impulsionar vários sectores no Paquistão”, afirmou Assadi, que também espera que haja mais intercâmbios nos domínios da educação e da medicina entre a China e o Paquistão. “O Paquistão tem muita confiança no projeto IFR e essa confiança não será afetada por qualquer outra situação. A confiança estará sempre presente, uma vez que a IFR fez um excelente trabalho na transformação de vários sectores no Paquistão, e acreditamos que o BRI trará resultados duradouros e mais tangíveis para o mundo”, afirmou o especialista paquistanês. Yahya Nawanda, Comissário Regional de Simiyu, na Tanzânia, disse que “temos muitos projectos na Tanzânia que foram construídos por empresas chinesas e o mais influente, que todos os tanzanianos conhecem, é o projecto ferroviário Tanzânia-Zâmbia”. “Também queremos estabelecer ligações com outros países como o Ruanda e o Burundi”, disse Nawanda. “Temos de levar para casa tudo o que estamos a estudar e a testemunhar aqui na China, para podermos ajudar o nosso povo e as nossas nações.” Gan Tiam Loo, vice-presidente da Associação de Interação Malásia-China, disse que “uma ligação de corações entre pessoas de diferentes culturas sempre foi significativa para uma operação bem-sucedida da IFR. Com a proposta da iniciativa, a sociedade local na Malásia demonstrou uma atitude acolhedora e de apoio à iniciativa. Tal pode ser comprovado pela participação activa dos dirigentes estatais e do público em geral no estudo e no intercâmbio com a China”. Espero que, no futuro, a IFR possa continuar a partilhar a “solução chinesa” e a “sabedoria chinesa” com outros países e que, através desta nova forma de cooperação internacional, seja possível manter a paz regional e alcançar um desenvolvimento rápido. “Espero que os povos do mundo transformem a sua busca por uma vida melhor em realidade dentro da comunidade do futuro partilhado, e alcancem um mundo de grande harmonia com a ICR”, disse Gan. O brinde de Xi No banquete de boas-vindas, o presidente chinês, Xi Jinping fez um brinde, durante o qual, entre outras, proferiu as seguintes afirmações: “A primavera é das flores e o outono é da colheita. Desde a proposta da Iniciativa Faixa e Rota há uma década, a China e os parceiros têm trabalhado de mãos dadas e advogado o espírito da Rota da Seda, caracterizado por paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizagem mútua e benefícios mútuos. “Juntos, temos contribuído para a conectividade global e temos criado plataformas para a cooperação económica internacional. Juntos, somos uma força motriz para o crescimento global. Juntos, temos realizado milhares de projectos de cooperação com resultados sólidos. Juntos, temos escrito um capítulo magnífico da promoção de um mundo conectado e temos trilhado um caminho em busca da prosperidade individual e colectiva para todos. Nenhuma das conquistas caiu do céu ou foi concedida por outros. Elas só são possíveis com trabalho árduo, sabedoria e coragem dos governos, empresas e povos dos parceiros. Gostaria de propor que saudemos todos que têm participado e contribuído para a cooperação Faixa e Rota. “A cooperação Cinturão e Rota busca desenvolvimento, promove resultados de ganhos partilhados e inspira esperança. Da história humana sabemos que uma colheita abundante não seria possível sem espírito diligente e esforços incessantes, os quais garantem resultados sustentáveis que beneficiam gerações futuras. É a responsabilidade que cabe a nós, líderes políticos desta geração, cumprir para as pessoas de hoje e as futuras gerações. “O mundo de hoje está longe de ser tranquilo. A economia mundial enfrenta uma maior pressão descendente, enquanto o desenvolvimento global enfrenta múltiplos desafios. Entretanto, estamos convictos de que é irresistível a corrente histórica de paz, desenvolvimento, cooperação e benefícios mútuos, é irresistível a aspiração dos nossos povos por uma vida melhor, e é irresistível o desejo dos países de alcançar desenvolvimento e prosperidade comuns. Desde que nos mantenhamos firmes no nosso compromisso com cooperação e desenvolvimento comuns, alcançaremos os novos êxitos na cooperação Faixa e Rota, a qual reflecte o espírito dos nossos tempos. E dessa maneira, criaremos com esforços conjuntos um futuro melhor para a humanidade.”
Hoje Macau EventosPianista e compositora de jazz Carla Bley morreu aos 87 anos A compositora e pianista de jazz Carla Bley morreu terça-feira, em casa, em Willow, no estado de Nova de Nova Iorque, anunciou o seu companheiro, o baixista Steve Swallow. “Depois de uma carreira de mais de 70 anos e de quase 60 álbuns, a compositora e pianista Carla Bley deixou-nos na manhã desta terça-feira aos 87 anos”, lê-se na mensagem divulgada pelo músico, citada pelo jornal The New York Times. Carla Bley, criadora “irrepreensivelmente original”, foi “responsável por mais de 60 anos de provocações astutas no jazz e em torno dele”, escreve o jornal norte-americano. De acordo com Steve Swallow, citado pelo The New York Times, Carla Bley morreu na sequência de um tumor cerebral. Lovella May Borg, de nome de baptismo, nasceu em Oakland, Califórnia, em 11 de Maio de 1936. Estudou música com o pai, o músico Emil Carl Borg, professor de piano e organista de igreja. Bley, porém, fez quase toda a formação por si mesma. Descobriu o jazz aos 12 anos, através do vibrafonista Lionel Hampton, o que a levaria a Nova Iorque, o centro da cena jazz da época, quando tinha ainda 17 anos. Aí se cruzavam músicos como Miles Davis e John Coltrane, Dizzy Gillespie e Count Basie, o músico residente do clube Birdland, onde Carla Bley começou por vender cigarros, só para poder ouvir os seus heróis. Não tardou a ser notada. Primeiro, o pianista canadiano Paul Bley, com quem se casou em 1957 e que a encorajou a compor. Depois o também pianista George Russell, que a desafiou a escrever para o seu sexteto, e o saxofonista Jimmy Giuffre, que gravou peças suas como “Ictus” e “Jesus Maria”. Beat e Grândola Na década de 1960, fundou a Jazz Composers Guild, que se batia por melhores condições de trabalho para os músicos. A associação acabaria por se transformar na Jazz Composer’s Orchestra, que Carla Bley fundou com o trompetista austríaco Michael Mantler, o seu segundo marido. Em 1969, começou a compor para a Liberation Music Orchestra, do contrabaixista Charlie Haden, à qual viria a associar-se, e com a qual gravou “Grândola, vila morena”, de José Afonso, no álbum “The Ballad of the Fallen”, de 1983. O nome de Carla Bley tornou-se conhecido e regular em Portugal, na viragem dos anos de 1980 para os anos de 1990, primeiro com festivais como o Jazz em Agosto, da Fundação Calouste Gulbenkian, depois, um pouco por todo o lado, tendo actuado em Lisboa, no Porto, em Coimbra, em Espinho, nos principais festivais de jazz do país, nas principais salas, da Gulbenkian à Casa da Música, onde actuou com a Orquestra Jazz de Matosinhos.
Hoje Macau EventosFRC | Música clássica hoje em destaque nas “Soirées Musicales” A Fundação Rui Cunha apresenta hoje uma sessão de música clássica intitulada “Soirées Musicales”, inserida no ciclo “Os Sons da Praia Grande”. A partir das 18h30, os pianistas Peggy Lau e Chi-Kit Lam, a flautista Kubi Kou e a violetista Kati Ho Weatherly vão interpretar Chopin, Liszt, Dvořák e Rachmaninoff Os amantes de música clássica podem hoje ouvir um painel de músicos na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, num concerto intitulado “Soirées Musicales”, evento inserido no ciclo “Os Sons da Praia Grande”. Segundo um comunicado da FRC, o evento é gratuito e traz a Macau o reconhecido pianista e professor de Hong Kong, Chi-Kit Lam, que vai tocar com alguns músicos de Macau, nomeadamente a pianista Peggy Lau, a flautista Kubi Kou e a violetista Kati Ho Weatherly. O concerto do fim de tarde de hoje é “uma oportunidade única de assistir a uma viagem pelo mundo da música clássica” através de uma “tapeçaria sonora” dos mais conhecidos compositores deste género musical a nível mundial, indica a FRC em comunicado. O programa inclui composições para piano, flauta e viola de arco, de compositores como o polaco Frédéric Chopin, o húngaro Franz Liszt, o checo Antonín Dvořák e o aclamado compositor russo Sergei Rachmaninoff. Vão constar ainda no repertório interpretações composições do dinamarquês Joachim Andersen, o suíço, naturalizado norte-americano, Ernest Bloch, e ainda o argentino Astor Piazzolla. Virtuosidades musicais Segundo o mesmo comunicado, Chi-Kit Lam é um “pianista virtuoso, conhecido pelas suas proezas técnicas e profunda expressão musical”, apresentando composições como Scherzo nº 2 de Chopin e os restantes nocturnos bem conhecidos deste compositor. O público poderá ainda ouvir o conjunto de músicos nos “ritmos vibrantes das ‘Danças Eslavas’ de Dvořák, nas variações fascinantes das ‘Rapsódia sobre um Tema de Paganini’, de Rachmaninoff, ou na ‘Balada e Dança dos Silfos’, de Andersen, com as suas harmonias que enchem o ar e transportam para um mundo de imaginação e maravilha”, descreve a FRC. As composições evocativas de Piazzolla, incluindo “Oblivion” e “Libertango”, juntamente com o “Concertino para Flauta, Viola e Piano”, de Bloch, revelam uma “rara combinação de instrumentos que marca uma estreia em Macau e realça a interacção harmoniosa entre eles”. Chi-Kit Lam iniciou a formação musical na Academia de Artes Performativas de Hong Kong e concluiu o doutoramento em Artes Musicais na Universidade de Kansas. Além disso, estudou piano com Jack Winerock e Pedagogia do Piano com o pioneiro Scott McBride Smith. Foi professor na Oklahoma Panhandle State University e na Universidade do Kansas, nos EUA, e mais recentemente na Faculdade de Piano da Universidade de Hainan, na China. O músico de Hong Kong já se apresentou pelo mundo inteiro como solista, em importantes concertos e festivais de música, e também como orador e professor, em conferências e masterclasses sobre música e pedagogia, indica a FRC.
Hoje Macau SociedadeJustiça | Kong Chi negou receber subornos Kong Chi disse ontem em tribunal que nunca recebeu subornos, em mais uma sessão de julgamento no processo em que o procurador-adjunto do Ministério Público (MP) está acusado de crimes de corrupção passiva para acto ilícito, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, violação de segredo de justiça e prevaricação. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a resposta foi dada quando o juiz questionou sobre o facto de, no escritório de Kong Chi, terem sido descobertas folhas com notas que continham nomes das pessoas envolvidas nos casos em investigação, bem como o número dos processos. O arguido explicou que, quando assumiu o cargo de procurador-adjunto do MP, muitas pessoas o procuravam para saber em que fase estavam os processos de investigação ou lhe pediam ajuda. Desta forma, Kong Chi considerou “normal” ter estas notas no seu escritório, ainda que muitos fossem nomes de amigos, frisando que não se tratava de pagamento de subornos. O juiz confrontou ainda Kong Chi sobre a oferta de um apartamento por parte de outra arguida que serviu para criar uma associação. O responsável disse que desconhecia a morada da casa em questão, e que sempre considerou que era a moradia permanente da arguida. Kong Chi foi também acusado de trocar renminbis frequentemente com essa arguida, mas explicou ontem que sempre foram trocadas pequenas quantias, entendendo não ser um problema de índole criminal ou com gravidade.
Hoje Macau PolíticaSaúde | Portugal pode ajudar na diversificação O secretário de Estado da Economia de Portugal, Pedro Cilínio, considera que a indústria farmacêutica portuguesa pode dar uma ajuda a Macau, na concretização do objectivo de diversificar a economia, através da saúde. As declarações foram prestadas ontem de manhã por Cilínio, em declarações ao Canal Macau, depois de uma visita às empresas Hovione e Globalmed. “Essa cooperação [com Macau] é possível porque Portugal tem centros de investigação clínica e empresas na área da farmacêutica de topo, a nível mundial, aliás como a Hovione é um filial da Hovione em Portugal, uma empresa bandeira”, começou por explicar. “Esse know-how pode ser transposto para as várias áreas de especialidade clínica, que vão desde a produção dos princípios activos, dos medicamentos em si. […] Portugal tem um know-how muito grande na produção desse tipo de dispositivo e pode ser um bom elo de ligação para desenvolver esse sector em Macau e ajudar a diversificar a economia”, acrescentou. O secretário de Estado da Economia considerou igualmente que “Macau tem sido extremamente importante” na consolidação da ligação “entre Portugal e a China” e a fazer com que várias actividades chinesas de desenvolvimento económico elevado entrassem em Portugal. Em relação a este aspecto, Pedro Cilínio destacou que “os fluxos de investimento têm mostrado a importância da China na dinamização dos investimentos privados em Portugal”.
Hoje Macau PolíticaDST | Helena de Senna Fernandes renova por dois anos A comissão de serviço de Maria Helena de Senna Fernandes como directora dos Serviços de Turismo (DST) foi renovada por mais dois anos, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Segundo a informação apresentada, o mandato passa a terminar em Dezembro de 2025, uma vez que a renovação só produz efeitos a partir de 20 de Dezembro deste ano. Maria Helena de Senna Fernandes subiu à posição de directora da DST em Dezembro de 2012. A macaense é licenciada em Gestão Empresarial e entrou na Função Pública em 1988, tendo desempenhado entre 1994 e 1998 o cargo de chefe do Departamento de Promoção da DST. A partir de 1998, e até ser promovida a directora, foi subdirectora da DST. Também desempenhou funções como parte da Comissão de Designação de Medalhas e Títulos Honoríficos.
Hoje Macau PolíticaPJ | Dois chefes de departamento tomaram posse Tomaram ontem posse dois chefes de departamento da Polícia Judiciária (PJ). Segundo um comunicado da PJ, assumiram funções Tang Kam Va, que passa a ser chefe de departamento de investigação de crimes económicos e relacionados com o jogo e Vong Chi Hou, que será chefe de divisão de investigação dos crimes relacionados com o jogo, com ligação à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos. Tang Kam Va é licenciado em Direito e entrou para a PJ em 1987, tendo sido, entre 2006 e 2003, chefe funcional da secção de operação de combate aos crimes relacionados com o jogo. Por sua vez, Vong Chi Hou é licenciado em Comércio e entrou para a PJ em 2002, onde desempenhou o cargo de chefe funcional da secção de operação de combate aos crimes relacionados com jogo em 2013. A PJ diz estar “atenta a vários factores de incerteza que afectam o desenvolvimento do sector do jogo e o ambiente da segurança, combatendo com firmeza os crimes do jogo e actividades ilegais relacionadas”.
Hoje Macau PolíticaHabitação idosos | Candidatos devem ser autónomos Hon Wai, presidente do Instituto de Acção Social (IAS), disse ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, que os residentes elegíveis para o programa de habitação para idosos devem ter mais de 65 anos e ser autónomos. Contam-se entre os critérios a capacidade financeira do candidato, se é proprietário ou morador de uma fracção num prédio sem elevador e se não cumprir as exigências para concorrer a habitação pública. Hon Wai frisou que os contratos de arrendamentos na habitação para idosos se renovam automaticamente e que o programa pretende corresponder às mais diversas necessidades dos residentes mais velhos. O presidente do IAS destacou que não é possível ao Governo continuar a oferecer apenas benefícios sociais ou económicos tendo em conta a baixa taxa de natalidade em Macau e o crescente envelhecimento da população. Relativamente à oferta dos lares de idosos, Hon Wai revelou que não existem suficientes quartos individuais para a procura verificada, com muitos idosos a não aceitarem ficar em quartos partilhados. As candidaturas para o acesso à habitação para idosos começam a 6 de Novembro, esperando-se que a apreciação e aprovação das mesmas terminem no segundo trimestre do próximo ano. O IAS espera que os primeiros utentes possam habitar nas novas casas a partir do quarto trimestre de 2024.
Hoje Macau EventosRede social X vai começar a cobrar taxa de um dólar na Nova Zelândia e Filipinas A rede social X (ex-Twitter) informou hoje que vai começar a cobrar uma taxa de um dólar por ano aos novos utilizadores na Nova Zelândia e nas Filipinas para realizar qualquer ação básica, exceto ler e seguir outras contas. Em comunicado, a rede social de Elon Musk informou que a medida, em fase experimental, visa “reduzir as mensagens indesejadas, a manipulação na plataforma e a atividade de ‘bots'”, que se traduz numa aplicação de software concebido para simular ações humanas. A partir de hoje, os serviços incluídos na taxa incluem publicar, republicar, responder e gostar, enquanto os utilizadores que não pagam só poderão seguir outras contas, ler e ver fotos e vídeos. “Isto permitir-nos-á avaliar uma medida potencialmente poderosa para nos ajudar a combater os ‘bots’ e as contas inúteis na X, mantendo o acesso à plataforma em troca de uma taxa reduzida”, argumentou a rede social. Os novos utilizadores da Nova Zelândia e das Filipinas terão primeiro de verificar a conta com o número de telefone e pagar o equivalente a um dólar: 1,43 dólares neozelandeses e 42,51 pesos filipinos. A X afirmou que vai partilhar os resultados desta medida experimental logo que possível. O empresário Elon Musk, que adquiriu o Twitter em 2022 e o rebatizou de X em julho, tem procurado formas de aumentar as receitas da plataforma, incluindo uma taxa para assinantes ‘premium’ em todo o mundo, bem como para combater os ‘bots’. No entanto, Musk também fez despedimentos em massa e eliminou equipas de monitorização da desinformação, o que levou a um aumento das notícias falsas e das mensagens de ódio na rede e à consequente fuga de muitos dos seus anunciantes.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Guterres condena ataque a hospital de Gaza e apela a cessar-fogo humanitário imediato O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou hoje o ataque a um hospital no norte da Faixa de Gaza, no qual se registaram centenas de mortos e feridos, num bombardeamento cuja responsabilidade nem o Hamas nem Israel reconhecem. “Estou chocado com as centenas de pessoas mortas no ataque ao hospital al-Ahli em Gaza, que condeno, e apelo a um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar o sofrimento humano a que estamos a assistir. Muitas vidas e o destino da região estão em jogo”, disse Guterres, num fórum internacional em Pequim. O secretário-geral da ONU afirmou que, apesar de compreender o profundo sofrimento histórico dos palestinianos, “tal não pode justificar atos de terror”. Também “o castigo coletivo” contra o povo palestiniano “não pode ser justificado”. António Guterres tem sido uma das vozes mais proeminentes a pedir a Israel que abra a Faixa de Gaza para permitir a passagem de ajuda humanitária. “Fiz dois apelos, e cada um deles é válido por si só. Não devem tornar-se moeda de troca e devem ser implementados por si só, porque é a coisa certa a fazer. A minha mensagem é dirigida tanto ao Hamas como a Israel, para que o primeiro liberte os reféns que mantém em cativeiro e para que o segundo permita a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza”, afirmou. O enclave, que alberga mais de dois milhões de pessoas, está sob um bloqueio total desde 07 de outubro, sob bombardeamento constante das forças israelitas e no limite da possibilidade de uma invasão terrestre por parte de Israel, que se recusou a permitir a entrada de ajuda humanitária até que os reféns do Hamas sejam libertados. “As necessidades mais básicas da população de Gaza, incluindo a maioria das mulheres e crianças, têm de ser satisfeitas”, afirmou. Guterres descreveu a situação como “uma catástrofe”, afirmando que a região está “à beira de um precipício”.
Hoje Macau EventosWeb Summit | Cosgrave pede desculpas sobre o conflito com Hamas e espera que paz seja alcançada O cofundador da Web Summit Paddy Cosgrave pediu hoje desculpas sobre as suas declarações relativas ao conflito entre Israel e o Hamas, lamentando não ter transmitido “compaixão”, e disse esperar que a paz seja alcançada. A posição do Paddy Cosgrave, que é irlandês, acontece um dia depois de o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, ter anunciado que o país tinha cancelado a sua participação na cimeira tecnológica de Lisboa devido às declarações do cofundador da Web Summit, que classificou de “ultrajantes”. “Para reiterar o que disse na semana passada: condeno sem reservas o mau, repugnante e monstruoso ataque do Hamas em 07 de outubro” e “apelo também à libertação incondicional de todos os reféns. Como pai, simpatizo profundamente com as famílias das vítimas deste ato terrível e lamento por todas as vidas inocentes perdidas nesta e noutras guerras”, começa por dizer Paddy Cosgrave, no blogue da Web Summit. “Apoio inequivocamente o direito de Israel existir e de se defender, apoio inequivocamente uma solução de dois Estados”, mas “compreendo que o que disse, o momento em que disse e a forma como foi apresentado causou profunda dor a muitos”, prossegue o cofundador daquela que é considerada uma das maiores cimeiras tecnológicas do mundo. “Para qualquer pessoa que ficou magoada com minhas palavras, peço profundamente desculpas. O que é necessário neste momento é compaixão, e eu não transmiti isso. O meu objetivo é e sempre foi lutar pela paz” e, “em última análise, espero de todo o coração que isso possa ser alcançado”, afirma Cosgrave. Na sua mensagem, recorda que, “tal como tantas figuras a nível mundial”, também acredita “que, ao defender-se, Israel deveria aderir ao direito internacional e às convenções de Genebra – ou seja, não cometer crimes de guerra”. Ora, esta posição “aplica-se igualmente a qualquer Estado em qualquer guerra, nenhum país deve violar estas leis, mesmo que tenham sido cometidas atrocidades contra ele”, afirma, recordando que “sempre” foi anti-guerra e pró-lei internacional. “É precisamente nos nossos momentos mais sombrios que devemos tentar defender os princípios que nos tornam civilizados”, defende. Lembra que o secretário de Estado dos EUA Anthony Blinken disse, na semana passada, juntamente com os parceiros regionais da América no Qatar que “Israel tem o direito e até a obrigação de defender o seu povo e de fazer tudo o que puder para garantir que o que aconteceu no sábado passado nunca mais aconteça”, mas “ao mesmo tempo, a forma como Israel faz isto é importante. A forma como qualquer democracia deve lidar com tal situação é importante”. Para esse fim, “discutimos com os israelitas – instámos os israelitas – a usarem todas as precauções possíveis para evitar” danos nos civis, disse Blinken, citado por Cosgrave. “Nos meus comentários, tentei fazer exatamente o mesmo que o secretário Blinken e tantos outros a nível mundial: exortar Israel, na sua resposta às atrocidades do Hamas, a não ultrapassar as fronteiras do direito internacional”, explica. Destaca ainda, a propósito da Web Summit no Qatar em 2024, “o agradecimento público do secretário Blinken” a Doha “pelo seu apoio nesta crise e em questões mais amplas que afetam a região”, em que referiu que os EUA e o Qatar “partilham o objetivo de impedir que este conflito se espalhe”. Neste sentido, “tal como o governo dos EUA, a Web Summit acredita no trabalho com parceiros regionais e globais – incluindo o Qatar – para encorajar o diálogo e a comunicação dos quais depende a paz, e para lutar por uma solução justa e duradoura para as questões subjacentes que a região enfrenta. Como disse o secretário Blinken: ‘Uma coisa é certa: não podemos voltar ao status quo que permitiu que isto acontecesse em primeiro lugar'”, adianta. “A Web Summit tem uma longa história de parceria com Israel e as suas empresas tecnológicas e lamento profundamente que esses amigos tenham ficado magoados com tudo o que eu disse”, reiterando esperar que a paz seja alcançada. “Dezenas de empresas já cancelaram a sua participação nesta conferência e encorajamos outras a fazê-lo”, disse Dor Shapira, na segunda-feira, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter), depois de em 13 de outubro Cosgrave ter feito uma publicação, na mesma plataforma, que resultou numa onda de críticas entre várias responsáveis de tecnológicas israelitas. “Estou impressionado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com a exceção particular do Governo da Irlanda, que pela primeira vez estão a fazer a coisa certa. Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são”, destacou Paddy Cosgrave. Em reação, o embaixador israelita defendeu que, “mesmo nestes tempos difíceis”, Cosgrave “é incapaz de deixar de lado as suas opiniões políticas extremistas e denunciar as atividades terroristas do Hamas contra pessoas inocentes”. “Devemos ter tolerância zero em relação aos atos terroristas e de terror”, sublinhou ainda Dor Shapira. Também muitos utilizadores da rede social X reagiram às publicações do cofundador da Web Summit com críticas, partilhado a ‘hashtag’ #cancelwebsummit. A Web Summit foi fundada em 2009 e decorreu em Dublin até 2016, altura em que se mudou para Lisboa, onde no ano passado acolheu mais de 71 mil pessoas de 160 países. A próxima edição será realizada entre os dias 13 e 16 de novembro. Além disso, a empresa também organiza as conferências Collision, em Toronto, e Rise, em Hong Kong, além de eventos Web Summit no Rio de Janeiro e Doha. O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar. Em resposta, Israel tem vindo a bombardear várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Hoje Macau DesportoEmpate com Myanmar na corrida ao Mundial 2026 deixa treinador de Macau orgulhoso O selecionador de futebol de Macau, o luso-angolano Lázaro Oliveira, disse ontem estar “orgulhoso dos jogadores”, após um empate a zero em casa com Myanmar (antiga Birmânia), na qualificação asiática para o Mundial 2026. Na conferência de imprensa após a partida, o treinador defendeu que os jogadores da região administrativa especial chinesa, número 185 do ranking mundial, “estiveram muito bem defensivamente” e que o ataque melhorou na segunda parte. “Tentámos ganhar. Não foi possível vencer, mas era muito importante mudar a imagem da primeira mão”, disse Lázaro Oliveira, referindo-se à derrota por 5-1 na capital birmanesa, Rangum, a 12 de outubro. “Demos o nosso melhor, tentamos sempre lutar por Macau. Hoje acho que merecíamos [a vitória], mas o empate dá uma boa imagem”, disse o central de origem portuguesa Vítor Almeida, também na conferência de imprensa. O selecionador disse que “o primeiro jogo não foi assim tão mau” e lembrou que Myanmar marcou três golos nos últimos dez minutos. “[Até ali] eles tiveram muitas dificuldades em quebrar a nossa organização defensiva”, acrescentou. Lázaro Oliveira admitiu que também no encontro de ontem vários jogadores tiveram “problemas musculares”, porque a eliminatória calhou na pré-época, em que apenas o atual campeão, o Chao Pak Kei, está a treinar, para competir na Taça AFC, o equivalente asiático à Liga Europa. O antigo treinador do Estrela da Amadora recordou que todos os jogadores de Macau são amadores: “Não é fácil, uma equipa que trabalha o dia interior, às vezes não podem treinar devido ao trabalho ou às aulas”. A partida de hoje marcou ainda a despedida do defesa central Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal. “É uma grande perda para a seleção de Macau”, disse Lázaro Oliveira. Com a vitória na eliminatória preliminar, Myanmar qualificou-se para a fase de grupos do apuramento da Ásia para o Mundial2026, onde irá defrontar o Japão, a Síria e a Coreia do Norte, no Grupo B. O selecionador Michael Feichtenbeiner admitiu na conferência de imprensa que Myanmar, número 161 do ranking da FIFA, será à partida a equipa mais fraca do grupo. “Temos muitos jogadores jovens que poderão aprender, por exemplo com o Japão, atualmente uma das melhores equipas do mundo”, acrescentou o alemão. Apesar de admitir que Myanmar, que conta com nove jogadores a atuar no estrangeiro, tem de “ser realista”, o treinador não afastou a possibilidade de “talvez nas partidas em casa criar uma ou duas surpresas”. Feichtenbeiner disse ainda estar surpreendido pelo apoio de mais de uma centena de birmaneses no estádio: “Nunca esperava um tão grande número de adeptos. Foi uma alegria para os jogadores”. De acordo com dados oficiais do Corpo de Polícia de Segurança Pública de Macau, no final de agosto trabalhavam no território quase 3.100 cidadãos de Myanmar sem estatuto de residente.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Países MENA devem liderar processo de desanuviamento do conflito, defende analista Uma analista da Chatham House defendeu que os países do Médio Oriente e Norte de África devem liderar o processo de desanuviamento da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada há 10 dias com o ataque do movimento islamita. Num artigo publicado ontem no portal da Chatham House, Sanam Vakil, diretora do Programa para o Médio Oriente e Norte de África (MENAP) da instituição, lembra que os atores regionais passaram os últimos cinco anos a tentar encontrar soluções pragmáticas para pôr fim aos conflitos e estabelecer ligações. “Agora, têm de abordar a questão que procuraram evitar”, salientou Vakil, defendendo que os abalos provocados pelo ataque do Hamas a Israel e a resposta militar israelita “estão a ser sentidos muito para além das suas fronteiras, onde os combates se concentram atualmente”. “O Médio Oriente receia claramente que a região se envolva numa guerra mais vasta, que poderá envolver os palestinianos da Cisjordânia e da Jordânia, o Egito [que faz fronteira com Gaza], o Hezbollah do Líbano e o seu patrono, o Irão. Os países do Golfo Árabe também receiam que a sua segurança interna seja afetada pela violência em cascata”, adverte a analista de política internacional. Vakil destacou que a guerra eclodiu após um período prolongado de esforços de desanuviamento e reconciliação liderados pela região e relembrou que, desde 2019, os países, incluindo Israel, têm estado cada vez mais dispostos a encontrar compromissos pragmáticos e viáveis com base em interesses partilhados, “fenómeno por vezes referido como a construção de um “novo Médio Oriente”. “Os progressos não foram completos ou perfeitos, mas o contexto regional da guerra entre Israel e o Hamas é muito diferente do de há dez anos. A nova guerra constituirá o teste mais severo possível a esta cooperação regional. Mas os países do Médio Oriente não devem encolher-se perante o desafio. Este é o momento para os atores regionais colaborarem num esforço para encontrar novas soluções para desanuviar a guerra”, argumentou. Vakil realçou que os países do Médio Oriente “embarcaram num período prolongado de diplomacia regional realista”, impulsionado pela diminuição do envolvimento dos EUA, pelas mudanças geopolíticas decorrentes da guerra na Ucrânia e por uma redefinição regional das prioridades das necessidades económicas internas. Nesse sentido, prosseguiu, assistiu-se à normalização das relações entre Israel, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos nos Acordos de Abraão, de 2020, ao fim do bloqueio ao Qatar, em 2021, a uma redefinição das relações entre o Golfo e a Turquia em 2023 e ao restabelecimento dos laços entre o Irão e a Arábia Saudita, com a mediação da China. As negociações com o Iémen também estão em curso, tal como a reabilitação do regime sírio de Bashar al-Assad após uma década de guerra civil e de guerra patrocinada pelo exterior. Segundo Vakil, as recentes negociações entre Israel, a Arábia Saudita e os Estados Unidos tinham como objetivo uma nova ronda de normalização, “embora, com a eclosão do conflito armado, isso esteja agora quase certamente fora de questão”. “Mas, como a guerra do Hamas demonstrou, este recomeço regional continua a ser inerentemente frágil. A concorrência ainda não desapareceu: os Estados do Golfo, especialmente Riade e Abu Dhabi, têm visões distintas para o Iémen. O Iraque e o Kuwait estão a viver novas tensões sobre as suas fronteiras marítimas. A desconfiança persiste entre a Arábia Saudita e o Irão, apesar da recente normalização e do papel dos Estados Unidos estar a diminuir e a influência de potências externas estar a ser posta em causa”, sustentou a analista. “Há duas questões cruciais: a israelo-palestiniana e o apoio desestabilizador do Irão a atores como o Hamas e o Hezbollah, que ficaram em suspenso e por resolver, uma vez que os atores regionais procuraram acordos de normalização e novas oportunidades económicas”, acrescentou. Para Vakil, no rescaldo imediato do conflito, “surgiram claramente divisões nas perceções regionais”, com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein a criticarem o Hamas, a lamentarem a perda de vidas de ambos os lados e a encorajarem o apoio ao diálogo. “A Arábia Saudita sublinhou a ocupação israelita do território palestiniano, mas também encorajou o desanuviamento e a proteção da vida civil. O Qatar, o Kuwait e Omã criticaram Israel pelas violações do direito internacional e dos direitos dos palestinianos. O Egito, que já viveu situações de instabilidade na sua fronteira com Gaza, manifestou o seu apoio a uma paz justa e a um Estado palestiniano”, sustentou. Para Vakil, contudo, há também já “sinais encorajadores”. “O Qatar está a mediar a libertação dos reféns, o Egito está a trabalhar para evitar uma nova escalada e a Turquia ofereceu-se para arbitrar”, sublinhou a analista da Chatham House, salientando que os países da região têm hoje uma “oportunidade real” de tirar partido das suas recentes conquistas e de criar um esforço unido e credível para desanuviar o conflito. “Os últimos cinco anos demonstraram o seu verdadeiro desejo de normalizar as relações com Israel e de resolver os conflitos na prossecução de interesses mútuos. Os ataques do Hamas, por sua vez, ilustram que esses esforços não podem avançar sem que sejam abordadas as disputas ainda não resolvidas que os anteriores esforços de normalização procuraram contornar”, acrescentou. Vakil defende também que os Estados do Golfo, que têm a capacidade de apelar tanto a Israel como aos palestinianos, mas também de se envolverem com o Irão no seu papel de desestabilizador regional, serão “fundamentais” para quaisquer esforços de desanuviamento e para uma gestão mais ampla dos conflitos. “O papel desempenhado pelos Estados Unidos, pela China e por outros atores internacionais pode continuar a ser significativo. Mas os países do Médio Oriente e Norte de África devem liderar a criação de uma via realista e exequível para a paz, assente nos conhecimentos e capacidades locais”, terminou.
Hoje Macau EventosGuiné Equatorial pela primeira vez em mostra gastronómica lusófona de Macau A Guiné Equatorial está presente pela primeira vez na Mostra Gastronómica Lusófona da Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, apresentada ontem no restaurante Tromba Rija de Macau com a presença de seis chefs. Marcial Mangue nunca pensou que a Guiné Equatorial se pudesse reconhecer nos sabores de outros territórios da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Até chegar a Macau, onde, em conjunto com chefs de Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal, está a participar na mostra gastronómica da 15.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa (PLP), que começa amanhã, e termina a 25 de Outubro, no restaurante Tromba Rija. “Diria que não haveria ingredientes semelhantes, mas partilhámos ingredientes, como a mandioca e o óleo de palma”, disse aos jornalistas, durante uma apresentação culinária. Especialista em pratos tradicionais da África Central, coube ao jovem chef inaugurar a primeira presença da Guiné Equatorial na mostra gastronómica em Macau – o país aderiu oficialmente em 2014 à CPLP e apenas no ano passado foi aprovado como membro do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os PLP (Fórum Macau), responsável pela organização da Semana Cultural. Sobre a cozinha equato-guineense, estranha para os pares dos países presentes, Marcial Mangue salientou que “tudo é natural” e que “todos os ingredientes se vão buscar à terra directamente para a panela”. Entre os pratos apresentados ontem, Mangue optou por homenagear “várias culturas”: a pepesup, sopa de peixe picante originária “de uma parte costeira do país”, e o bambucha, guisado do grupo étnico Fang, “que habita a floresta”. Para a chef Cláudia Neves, de Cabo Verde, o contacto com a Guiné Equatorial é uma “descoberta de novos sabores” e que vai resultar em “mais bagagem”. Há pontos em comum, sublinhou: “Ele utiliza o milho, a nossa gastronomia é à base do milho, utilizou o marisco que é o búzio, nós também temos, a mandioca, a batata doce”, notou, salientando que “talvez o que muda é a forma de confeccionar e os condimentos”. Afectos no prato Sobre o evento que reúne culinárias do universo lusófono, a docente da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde quer trazer para cima da mesa a cultura e as raízes do arquipélago “através da gastronomia, da cachupa, do modje de São Nicolau, da djagacida, um prato típico da Ilha do Fogo”. Além da língua, acrescentou, os seis países representados nesta mostra ligam-se “pelos temperos, raízes e produtos”. “Depois é uma ligação afectiva e a comida é a melhor forma de afecto”. Afectos confecionados com ingredientes que chegaram, em parte, de avião com esta especialista em pratos crioulos: “A sopa [de peixe e atum], em Cabo Verde, fazemos com cabeça de atum, mas aqui como não havia, trouxe lata de atum, porque tem um tempero diferente, porque o nosso atum é de água salgada, então é diferente, mas na cozinha temos que reinventar, temos de saber reaproveitar e reutilizar”. Já Caco Marinho, do Brasil, quer servir comida “o mais fresca possível”. Depois de ter encerrado dois restaurantes durante a pandemia da covid-19, o chef e empresário da Baía é hoje presidente do Instituto Ori, que “tem o alimento como transformador sócio ambiental”. “Trabalho directamente com agricultores e agricultoras, pescadores artesanais. Esses são os ingredientes que me interessam, não me interessa super processados, não me interessa comida sem alma”, explicou. Marinho, que serviu durante a apresentação de ontem, entre outros pratos, moqueca de camarão acompanhada de farofa de dendê e molho lambão, resumiu o encontro em Macau das seis culinárias como uma “cozinha alegre, colorida, de temperos e pimentas”. “O sentimento, apesar da distância geográfica, é de irmandade, é como se tivéssemos irmãos em outro lugar com ligações de afecto, de memórias, de aromas, que apesar da distância geográfica são parecidos”, disse. Para o curador do evento e actual chef do Tromba Rija de Macau, houve surpresas nestas culinárias com “500 anos de história”. “Não conhecia a malanga”, declarou aos jornalistas Telmo Gongó, referindo-se a uma raiz cultivada sobretudo na América do Sul. “As pessoas que visitam o restaurante conseguem perceber que a cozinha portuguesa não é só de Portugal e Macau, mas podem perceber que a cozinha portuguesa, dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], a de Macau, veio de fusão por barco. Em Macau, temos especiarias da Índia, de África, e tudo o que está aqui demonstrado são os países por onde o barco passava antes de aqui chegar e que trazia as especiarias para Macau”, concluiu.