Hoje Macau Grande Plano MancheteMorte de Li Keqiang enluta nação chinesa | “A prioridade deve ser as pessoas” Talvez por ter proferido frases como estas, Li Keqiang está a ser celebrado pelo povo chinês que reconhece as qualidades que exibiu enquanto governante, nomeadamente a sua capacidade de trabalho, defesa das reformas económicas e extraordinária aposta no desenvolvimento científico, que terá valido à China o seu primeiro Nobel da Medicina O ex-primeiro-ministro chinês Li Keqiang morreu na sexta-feira passada, aos 68 anos, de ataque cardíaco. Li, que ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2012 e Março deste ano, sofreu um ataque cardíaco na quinta-feira e, “apesar de todos os esforços para o salvar, morreu às 00:10 de 27 de outubro “, informou a emissora CCTV. O Governo chinês expressou as suas “profundas condolências”. “Expressamos as nossas profundas condolências pela morte do camarada Li Keqiang na sequência de um ataque cardíaco súbito”, declarou Mao Ning, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa regular. Nas redes sociais chinesas, as palavras-chave relacionadas com a morte de Li só na Weibo tiveram mais de mil milhões de visualizações em apenas algumas horas. Nas partilhas sobre Li, o ícone para “gosto” foi transformado numa margarida, uma flor comum nos funerais chineses, e muitos internautas escreveram “descansa em paz”. Outros consideraram a sua morte uma perda, afirmando que Li trabalhou arduamente e contribuiu muito para o país. Likonomics em acção Nenhum primeiro-ministro chinês antes dele apresentara no currículo uma licenciatura em Direito e um doutoramento em Economia, ambos pela Universidade de Pequim. Li começou por assumir a missão de corrigir o desequilíbrio económico causado pela implementação de um pacote de estímulo de 4 biliões de yuans (572 mil milhões de dólares) em 2008, utilizado pelo seu antecessor numa tentativa de gerir a crise financeira mundial. Também por isso, Li Keqiang tem sido recordado positivamente pelas suas tácticas económicas, conhecidas como “Likonomics”, que incluíam esforços de desalavancagem, reformas estruturais e estímulos moderados. Enquanto primeiro-ministro, de 2013 a 2013, Li enfrentou muito mais desafios do que os seus antecessores, incluindo um ambiente externo hostil, a resistência de grupos de interesses e condições político-sociais complexas. Abordável e pragmático, Li conduziu a segunda maior economia do mundo através de um período difícil durante a sua década como primeiro-ministro, fazendo um esforço incansável para reformas orientadas para o mercado, procedimentos governamentais simplificados e um melhor ambiente de negócios para empresas privadas e estrangeiras. No ano em que Li tomou posse como primeiro-ministro, Pequim aprovou o histórico documento de reforma, que prometia deixar o mercado desempenhar um papel decisivo na afectação de recursos e que descrevia em pormenor o roteiro da reforma. A economia continuou a expandir-se, apesar de um ritmo mais lento de uma média de 5 a 6 por cento na última década, aproximando-se do limiar de um país de elevado rendimento. No seu discurso no Congresso Nacional do Povo, em Março de 2022, prometeu que “a política de abertura da China não mudaria, tal como o curso dos rios Yangtze e Amarelo não será invertido”. Segundo a Xinhua, “Li tomou medidas para manter o crescimento económico estável, realizar reformas, promover o ajustamento estrutural, melhorar os meios de subsistência das pessoas, prevenir riscos e manter a estabilidade. Esforçou-se activamente para expandir a procura interna efectiva, manter os principais indicadores económicos dentro de um intervalo adequado e basear-se na inovação para optimizar e melhorar as estruturas industriais”. Além disso, ainda segundo a Xinhua, “avançou sistematicamente com reformas para desenvolver a economia socialista de mercado, estabelecendo um equilíbrio adequado entre o governo e o mercado. Isto permitiu que o mercado desempenhasse um papel decisivo na afectação dos recursos e que o governo desempenhasse melhor o seu papel, promovendo assim um mercado eficiente e um governo funcional”. Tempos difíceis No entanto, algumas das suas políticas foram abandonadas à medida que a segunda maior economia do mundo tem vindo a inclinar-se mais para a segurança desde o início do segundo mandato de Xi em 2018, uma vez que o presidente deu prioridade à luta contra a corrupção, à protecção do ambiente, à segurança nacional e ao controlo do coronavírus, por vezes em detrimento do desenvolvimento económico. Pequim também teve de lidar com a guerra comercial lançada pela administração Trump, que levou a China a adoptar a chamada estratégia de dupla circulação, confiando mais no mercado interno e na tecnologia para o crescimento, sob restrições dos EUA. “Os acontecimentos fizeram descarrilar parte da agenda [de Li] nos últimos 10 anos, mas o seu pensamento ainda é muito relevante hoje”, disse Bert Hofman, director do Instituto da Ásia Oriental da Universidade Nacional de Singapura. “Li sempre me pareceu muito empenhado no desenvolvimento da China, intelectualmente curioso, com um conhecimento muito sofisticado da economia chinesa e da forma como a China poderia aprender com as boas práticas internacionais em matéria de gestão económica”. Victor Gao, vice-presidente do Centro para a China e Globalização em Pequim, disse que Li também pressionou “muito” pela inovação tecnológica e “enfatizou” o crescimento da fintech, permitindo que as empresas utilizassem toda a extensão da lei. “A sua ênfase no Estado de Direito foi muito importante”, afirmou. “Penso que continuaremos a avançar na direcção que ele definiu para toda a nação”. A importância de ser sincero Li também se dedicou a delegar mais poderes de Pequim, reduzindo as aprovações governamentais e reforçando o ambiente empresarial. O fundador da Mei KTV, Wu Hai, escreveu uma carta aberta em 2015 criticando o ambiente empresarial da China, acabando por receber uma resposta directa de Li. “A carta que escrevi foi impressa e estudada dentro do governo e amplamente discutida nos meios de comunicação estatais, o que desencadeou um clímax de melhoria do ambiente empresarial na altura”, disse Wu, que descreveu Li como um “líder muito admirável” com um “grande coração”. Antes de se tornar primeiro-ministro, Li era conhecido pelo seu chamado índice Li Keqiang, que adoptava uma combinação de indicadores – incluindo o volume de carga dos caminhos-de-ferro, o consumo de eletricidade e os empréstimos bancários – para medir o pulso à economia chinesa. Durante a pandemia do coronavírus, Li fez várias avaliações honestas da situação económica que ressoaram junto do público em geral, ao mesmo tempo que se comprometeu a estabilizar a economia. Em Maio de 2020, afirmou que a China tinha 600 milhões de pessoas com um rendimento mensal de 1000 yuan (137 dólares), uma afirmação surpreendente que divergia dos dados oficiais publicados anteriormente. “É apenas o suficiente para cobrir a renda mensal numa cidade chinesa de média dimensão. Agora estamos a enfrentar uma pandemia. Depois da pandemia, a prioridade deve ser a subsistência das pessoas”, disse Li em Pequim, na altura. Segundo a Xinhua, “para melhorar o bem-estar da população, Li dedicou esforços para resolver questões importantes no domínio do emprego, da educação, da habitação, dos cuidados de saúde e dos cuidados aos idosos”. A ciência como factor de desenvolvimento Li Keqiang ficou também conhecido pelo seu apoio à investigação científica, para apoiar o crescimento nacional. No final de Fevereiro, semanas antes de se reformar, Li discutia a importância da investigação com o matemático chinês de renome mundial Yau Shing-Tung, que se reformou de Harvard no ano passado para ensinar a tempo inteiro na Universidade de Tsinghua, com “o objectivo de ajudar a China a tornar-se uma potência matemática dentro de uma década”. “Li acreditava que a inovação e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia requerem o apoio fundamental da ciência básica, cuja base é a matemática, a que chamou a coroa da ciência natural”, segundo a Xinhua. O apoio de Li à comunidade científica remonta ao seu tempo de vice-primeiro-ministro, de 2008 a 2013. Liu Dunyi, director fundador do Centro de Micro Sondas de Iões Sensíveis de Alta Resolução (SHRIMP) de Pequim, especializado na datação de rochas, incluindo o solo lunar, recordou a visita de Li ao laboratório em Agosto de 2009. “Li foi o único líder nacional que o nosso laboratório tinha recebido. Fui incumbido de lhe apresentar o nosso laboratório. Ele ouviu-me e fez muitas perguntas aos outros colegas”, disse Liu, acrescentando que Li também falou com cientistas de topo sobre as alterações climáticas. “Antes de se ir embora, encorajou-nos a trabalhar arduamente para fazer avançar a ciência e a tecnologia no nosso país e reconheceu os nossos esforços”. “Foi o antigo primeiro-ministro que impulsionou o aumento do financiamento, do espaço no campus e do recrutamento para a Academia Chinesa de Ciências Geológicas”, disse ainda Liu. Mais dinheiro para o saber Durante o mandato de uma década de Li como primeiro-ministro, a partir de 2013, as despesas de investigação e desenvolvimento da China aumentaram de 1 bilião de yuan, ou seja, menos de 2 por cento do seu produto interno bruto (PIB) de 2012, para mais de 3,08 biliões de yuan ou 2,54 por cento do PIB em 2022. A China também gastou um recorde de 202 mil milhões de yuans em investigação fundamental no ano passado, ocupando o segundo lugar a nível mundial, a seguir aos Estados Unidos. Um ano depois de assumir o cargo de primeiro-ministro e principal responsável económico da China, Li convidou Marcia McNutt, na altura editora-chefe da revista Science, para uma reunião em Pequim. “O facto do primeiro-ministro chinês querer reunir-se comigo enviou fortes sinais de como a China está a encarar a ciência como fundamental para o seu bem-estar futuro”, escreveu McNutt, geofísica, num editorial para a Science intitulado “Li and Me”, contando o encontro que tiveram em 2014. O encontro de meia-hora acabou por durar 70 minutos e abordou questões que vão desde o programa espacial chinês, as alterações climáticas e a protecção ambiental, até à educação e à cooperação científica internacional, disse McNutt, que é actualmente presidente da Academia Nacional das Ciências dos EUA. “A investigação científica atingiu o estatuto de estrela de rock na China”, escreveu. “Se o resultado a longo prazo for que os jovens mais talentosos da China se tornem investigadores para encontrar soluções ambientais, todos ganharemos”. Numa nota de acompanhamento, também publicada na mesma edição da Science, Li afirmou que “o desenvolvimento das energias renováveis e a conservação da energia e dos recursos podem contribuir para o crescimento do PIB, preservando o ambiente”. McNutt disse que ficou “muito impressionada com o seu domínio do inglês, ao ponto de corrigir o tradutor, e com o seu fascínio pela ciência”, disse. “Admirava a relação estreita que o Primeiro-Ministro Li mantinha com Bai Chunli, o presidente da Academia Chinesa das Ciências (CAS). Foi essa relação que fez com que a ciência chinesa se tornasse o sistema de classe mundial que é hoje”. Li afirmou em 2015 que “a profundidade da investigação científica fundamental determina a vitalidade da inovação de um país”. Durante uma visita ao Instituto de Física do CAS nesse ano, Li encorajou os cientistas a prosseguirem uma investigação mais original, apelando a que transformassem “Made in China” em “Created in China”. Em 2016, disse numa conferência nacional que, apesar das pressões financeiras, o investimento público em investigação científica não podia ser reduzido, apelando a que fosse aumentado. No Fórum Económico Mundial de 2014, em Tianjin, Li promoveu pela primeira vez a sua campanha de empreendedorismo e inovação em massa. Os governos locais a todos os níveis aderiram – subsidiando incubadoras e parques de inovação, e criando fundos de capital de risco para permitir que as “microempresas” prosperassem na sua jurisdição. “Li desempenhou um papel fundamental na promoção da transferência de tecnologia e no fomento do empreendedorismo. Políticas como a de permitir que os cientistas lancem uma start-up abriram caminho para o rápido desenvolvimento da China nos últimos anos”, disse o cientista. Nobel no topo do bolo Li sublinhou repetidamente a importância de dar mais autonomia aos investigadores e de reduzir a burocracia administrativa, especialmente no que diz respeito ao financiamento. “Li concentrou-se mais na forma como a ciência e a tecnologia poderiam servir o desenvolvimento económico e social”, disse outro cientista do CAS. Enquanto primeiro-ministro chinês, Li partilhou a emoção da comunidade científica quando Tu Youyou ganhou o primeiro Prémio Nobel da Medicina da China, em 2015, pelo seu trabalho sobre o medicamento anti-malária artemisinina, baseado na antiga medicina herbal chinesa. “O prémio de Tu é um reflexo do progresso da China em ciência e tecnologia e da enorme contribuição da medicina tradicional chinesa para a saúde humana, mostrando o crescente poder nacional e a influência internacional da China”, escreveu Li numa carta de felicitações à Academia de Ciências Médicas Chinesas, onde trabalha Tu Youyou. O partido e a glória Segundo a Xinhua, uma nota fúnebre, emitida conjuntamente pelo Comité Central do PCC, pela Comissão Permanente do Congresso Nacional do Povo (CNP), pelo Conselho de Estado e pela Comissão Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, refere que “Li foi um excelente membro do Partido Comunista Chinês, um soldado comunista leal e de longa data e um revolucionário proletário excepcional, estadista e líder do Partido e do Estado”. Depois de se reformar do cargo de liderança, “Li continuou a defender firmemente a liderança do Comité Central do PCC, o papel central do camarada Xi Jinping, a preocupar-se com o avanço da causa do Partido e do país, e a defender firmemente os esforços do Partido para melhorar a conduta, construir a integridade e combater a corrupção. A vida de Li foi uma vida revolucionária, laboriosa e gloriosa, dedicada a servir de todo o coração o povo e a causa comunista”, refere a nota obituária, acrescentando que a sua morte é uma grande perda para o Partido e o Estado. “Glória eterna ao camarada Li Keqiang!”, conclui a nota obituária. Uma vida… Julho de 1955 Li Keqiang nasce em Dingyuan, província de Anhui, no leste da China. Março de 1974 Entra parta a Brigada de Dongling, comuna de Damiao, condado de Fengyang, em Anhui, como jovem instrutor. Maio de 1976 Torna-se membro do PCC. 1976-1978 Chefe do Partido na Brigada Damiao. Março de 1978 e Fevereiro de 1982 Li estuda no Departamento de Direito da Universidade de Pequim entre, onde foi director da União dos Estudantes. Após Fevereiro de 1982 Li foi sucessivamente secretário do Comité da Universidade de Pequim da Liga da Juventude Comunista da China (CYLC), membro do Comité Permanente do Comité Central da CYLC, director do Departamento Escolar do Comité Central da CYLC e secretário-geral da Federação dos Estudantes de Toda a China, membro suplente do Secretariado do Comité Central da CYLC, membro do Secretariado do Comité Central da CYLC e vice-presidente da Federação da Juventude de Toda a China, e chefe do Comité de Trabalho Nacional dos Jovens Pioneiros Chineses. Março de 1993 Desempenha as funções de primeiro membro do Secretariado do Comité Central do CYLC, presidente da Universidade Juvenil de Estudos Políticos da China e membro do Comité Permanente do 8º CNP. Após Junho de 1998 Li foi sucessivamente secretário-adjunto do Comité Provincial de Henan do PCC, governador interino de Henan e, mais tarde, governador de Henan; secretário do Comité Provincial de Henan do PCC e governador de Henan; e secretário do Comité Provincial de Henan do PCC e presidente do comité permanente do Congresso Popular Provincial de Henan. Dezembro de 2004 Secretário do Comité Provincial de Liaoning do PCC e, mais tarde, simultaneamente, presidente do comité permanente do Congresso Popular Provincial de Liaoning. Outubro de 2007 Eleito membro do Bureau Político do Comité Central do PCC e da sua comissão permanente. Março de 2008 Nomeado Vice-Primeiro-Ministro do Conselho de Estado e desempenhou as funções de Secretário-Adjunto do seu Grupo de Líderes do Partido. Foi responsável pelo trabalho quotidiano do Conselho de Estado. Ajudou a responder à crise financeira internacional, a acelerar a reestruturação económica, a aprofundar a aplicação da estratégia de desenvolvimento regional coordenado, a promover a conservação de energia, a redução das emissões e a protecção do ambiente, e a promover a reforma dos sistemas médico e de saúde. Novembro de 2012 Reeleito membro do Bureau Político do Comité Central do PCC e da sua comissão permanente. Março de 2013 Nomeado Primeiro-Ministro do Conselho de Estado. Outubro de 2017 Reeleito membro do Bureau Político do Comité Central do PCC e da sua comissão permanente. Março de 2018 Reconduzido no cargo de primeiro-ministro do Conselho de Estado. Março de 2023 Li deixa de ser o primeiro-ministro. 27 de Outubro Li Keqiang morre devido a um súbito ataque cardíaco.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | ONU alerta que “nenhum lugar é seguro A coordenadora dos assuntos humanitários da ONU para os territórios palestinianos alertou ontem que “nenhum lugar é seguro em Gaza” devido aos bombardeamentos israelitas no território desde o início da guerra com o Hamas. Lynn Hastings afirmou em comunicado que os “avisos prévios” emitidos pelo exército israelita para que as pessoas se retirem das zonas que pretende atingir “não fazem qualquer diferença”. “Nenhum sítio é seguro em Gaza”, afirmou Hastings, citada pela agência francesa AFP. A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 07 de Outubro, que as autoridades israelitas dizem ter causado mais de 1.400 mortos. Israel prometeu aniquilar o grupo islamita palestiniano e, desde então, tem bombardeado a Faixa de Gaza, com um saldo de mais de 6.500 mortos, segundo o Hamas. Hasting disse que o exército israelita “continua a avisar os habitantes da cidade de Gaza de que aqueles que permanecem em casa estão a colocar-se em perigo”. Referiu que, em alguns casos, a notificação do exército israelita] “encoraja as pessoas a irem para uma zona humanitária em Al-Mawasi”, situada a oeste da cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. “Para as pessoas que não podem fugir, porque não têm para onde ir ou não podem deslocar-se, os avisos precoces não fazem qualquer diferença”, disse a coordenadora da ONU. Hastings lamentou que as pessoas tenham de enfrentar escolhas impossíveis “quando as rotas de evacuação são bombardeadas, (…) quando faltam os bens essenciais à sobrevivência e quando não há garantias de regresso”.
Hoje Macau PolíticaTráfico humano | Governo expressa indignação após ser alvo de sanções dos EUA O Governo de Macau expressou ontem “forte indignação e firme oposição” após os Estados Unidos terem decretado sanções por falhas na luta contra o tráfico humano. “A respectiva determinação por parte dos EUA foi emitida sem o conhecimento total das informações, à luz de dados irreais e com base em informações incorretas sobre Macau do dito Relatório sobre o Tráfico de Pessoas, (…) numa tentativa de desencadear confusão na sociedade internacional, postergar os esforços envidados e os contributos desde sempre dados no âmbito da prevenção e do combate ao tráfico de pessoas”, defendeu em comunicado divulgado pelo gabinete do secretário para a Segurança. Na mesma nota salienta-se que “o trabalho de prevenção e combate ao crime de tráfico de pessoas em Macau tem sido eficazmente realizado com o apoio das autoridades centrais, (…) nunca tendo havido lugar à dependência e ajuda, nem sido recebido financiamento relevante ou qualquer forma de apoio por parte dos EUA”. O Governo de Macau sustentou ainda que “o crime do tráfico de pessoas tem mantido sempre uma baixa percentagem ou uma percentagem quase nula na sociedade”, que tem adoptado estratégias internacionais e realizado com sucesso “trabalhos relacionados com a prevenção e combate ao tráfico de pessoas e com a prestação de apoio às vítimas, (…) empenhando todos os esforços na eliminação deste perigo público mundial”. Anúncio americano Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira sanções a vários territórios, entre os quais Macau, com as sanções por incumprimento com os padrões da Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico Humano a entrarem em vigor no próximo ano, de acordo com um decreto assinado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, datado de 29 de Setembro. As sanções dos Estados Unidos a Macau aplicam-se à “ajuda não humanitária e não relacionada com o comércio”, mas também não permitem financiamento para a participação em programas de intercâmbio educativo e cultural, a não ser que promova a luta contra o tráfico de pessoas ou seja do interesse nacional norte-americano. Determina-se, contudo, que as sanções vão vigorar até que esses governos “cumpram as normas mínimas (…) ou envidem esforços significativos”, pode ler-se no decreto. No caso de Macau, Joe Biden deu ainda instruções aos responsáveis norte-americanos nos bancos de desenvolvimento e no Fundo Monetário Internacional (FMI) a “votar contra e a envidar todos os esforços para recusar qualquer empréstimo ou outra utilização dos fundos da respectiva instituição”. A determinação, contudo, elenca excepções. Por um lado, quando estiver em causa ajuda humanitária ou relacionada com o comércio, bem como à assistência ao desenvolvimento que responda diretamente às necessidades humanas básicas, desde que não seja administrada ou beneficie o governo de Macau. Por outro, quando essa ajuda possuir, também aqui, potencial para promover a luta contra o tráfico humano ou for do interesse nacional dos Estados Unidos. Macau encontra-se na ‘lista negra’ dos EUA de territórios com medidas insuficientes para travar o tráfico de pessoas, situando-se no nível três, numa avaliação em que o nível quatro é o mais baixo. Os EUA calculam que cerca de 27 milhões de pessoas no mundo são vítimas de tráfico humano e trabalhos forçados, um fenómeno que atinge sobretudo mulheres, pessoas da comunidade LGBT (sigla para lésbicas, ‘gays’, bissexuais e transgénero) e minorias étnicas e religiosas.
Hoje Macau EventosHalloween | Festas no Wynn e Albergue SCM este fim-de-semana Macau prepara-se para celebrar o Halloween com diversos eventos espalhados pela cidade já a partir deste fim-de-semana. Um deles decorre no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM) amanhã e domingo, intitulando-se “The 9th Halloween Albergue SCM”, festa que decorre no pátio do Albergue do SCM entre as 17h30 e as 21h30. No mesmo local, e nos mesmos dias, mas entre as 16h e as 19h, acontece o evento “Albergue SCM – Let’s Trick or Treat” (“Uma travessura ou um doce”) destinado aos mais pequenos e respectivas famílias. Ambas as iniciativas têm entrada gratuita e são organizadas pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau, tendo ainda o apoio da Fundação Macau. Por sua vez, a operadora de jogo Wynn apresenta também uma festa de piscina para celebrar esta data festiva. Hoje e amanhã, entre as 19h e as 22h30, decorre a “Hallo Wynn Party” junto à piscina do Wynn Macau, com bilhetes que começam nas 488 patacas. Segundo um comunicado, espera-se um buffet com iguarias típicas do Halloween, ou seja, com muitas abóboras e imagens assustadoras, podendo o público integrar-se num ambiente com uma “decoração assombrosa inspirada nos castelos europeus” e com “bruxas malvadas, abóboras carnudas, morcegos assustadores e rosas negras”. Espera-se ainda uma festa com “espectáculos de dança com fogo e outros divertidos espectáculos teatrais, com personagens vestidas com fatos horripilantes que se vão misturar no meio da multidão”, descreve a Wynn, em comunicado.
Hoje Macau EventosFIMM | Fadista Gisela João actua amanhã É já amanhã que actua no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) a fadista portuguesa Gisela João, apresentando o concerto “AuRora”, onde se explorará “a essência do Fado, permitindo ao público desfrutar de uma experiência vocal repleta dos mais diversos sabores da vida”, descreve o Instituto Cultural (IC). O espectáculo integra o cartaz do XXXV Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), que está prestes a chegar ao fim. Hoje, com repetição amanhã, acontece o espectáculo com Teodor Currentzis e a sua orquestra “musicAeterna” no grande auditório do CCM. Serão tocadas as composições clássicas de Rimsky-Korsakov, Rachmaninoff e Prokofiev. Amanhã e domingo acontece, na Casa do Mandarim, o espectáculo de fusão “Canção do Ch’in”, com o intérprete de guqin, Chen Leiji, que se une a um grupo de músicos da Câmara da Orquestra do CNAC da China, apresentando-se instrumentos de corda chineses e ocidentais. O FIMM termina segunda-feira com “Ecos da Vida”, um espectáculo criado pela jovem pianista germano-nipónica Alice Sara Ott e pelo arquitecto internacionalmente premiado Hakan Demirel, que acontece no grande auditório do CCM. Apresenta-se um recital de Alice Sara Ott e instalações de vídeo concebidas por Hakan Demirel em torno dos 24 prelúdios de Chopin.
Hoje Macau EventosConcerto de guitarrista Kris Nandharaj amanhã na FRC Acontece amanhã, a partir das 21h, na Fundação Rui Cunha (FRC), o concerto com o guitarrista tailandês Kris Nandharaj, que integra o ciclo “Meet the Masters” da iniciativa “Saturday Night Jazz”, que a FRC apresenta regularmente aos sábados. Segundo um comunicado da FRC, Kris Nandharaj é também compositor e professor de música no Departamento de Jazz da Universidade Silpakorn em Banguecoque, actuando em Macau ao lado da banda residente da Associação de Promoção do Jazz de Macau (MJPA). O guitarrista é especializado em jazz moderno, tendo uma sólida formação em jazz tradicional. Kris Nandharaj começou a estudar guitarra aos 15 anos por influência do rock, formando-se em Jazz pela Universidade Silpakorn de Banguecoque em 2004. Depois da formação académica trabalhou como professor e começou a tocar em diversas bandas na Tailândia. Em 2006, o músico mudou-se para Nova Iorque, tendo estudado, a partir de 2008, Música e Artes Performativas na New York Steinhardt University. Aí “teve a oportunidade de praticar guitarra jazz com muitos artistas famosos de classe mundial”, revela um comunicado da FRC. O guitarrista fez ainda um mestrado em Música e Performance de Jazz em 2010, ano em que se tornou instrutor de guitarra na Universidade de Nova Iorque (NYU) e passou a tocar em espectáculos e festivais de Nova Iorque, Boston e Washington D.C. Percurso de sucesso O artista regressou à Tailândia em 2012, onde tem feito um percurso profissional de sucesso, como professor e artista. Além de ter publicado um álbum instrumental de jazz em 2020, intitulado “Kris Nandharaj Quartet Plus One: West Side Story”, tocou e gravou com diversas bandas como os Mellow Motif, um grupo de jazz tailandês, os Bomi’s Homies, uma banda de jazz coreana, os The Begins Grand, a banda de apoio nos programas televisivos The Voice Tailândia e The Voice Kids, Big to the Future, uma banda holandesa de swing jazz. Kris Nandharaj teve ainda participações pontuais em bandas de jazz, pop-funk e ska-reggae tailandesas. O ciclo de espectáculos “Meet the Masters” é promovida anualmente pela MJPA, apresentando músicos profissionais radicados ou de passagem pelo território. Realiza-se desde 2014 e é uma das actividades de longo prazo da MJPA, tendo já sido convidados inúmeros músicos profissionais a Macau para ensaiar com os membros e actuar em conjunto para o público local. A MJPA, co-organizadora do Saturday Night Jazz com a FRC desde 2014, é uma associação artística local sem fins lucrativos, criada em 2010. O objectivo da MJPA é promover a música jazz junto do público de Macau e proporcionar oportunidades aos músicos locais, realçando assim a característica multicultural do território.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim quer reforçar cooperação com a Califórnia na questão do clima O ministro do Ambiente chinês, Huang Runqiu, afirmou ontem que a China pretende reforçar a cooperação com os Estados Unidos na luta contra as alterações climáticas, durante uma reunião com o governador da Califórnia, Gavin Newsom. Newsom está a fazer uma visita de uma semana à China, visando promover a cooperação no âmbito da luta contra as alterações climáticas. A viagem de Newsom como governador, outrora considerada rotineira, ganhou maior relevo no âmbito das tensões crescentes entre EUA e China. O clima é uma das poucas questões em que os dois países concordaram em trabalhar juntos. As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China. Huang disse que o seu ministério vai continuar a cumprir os acordos ao abrigo de um memorando de entendimento assinado no ano passado entre China e Califórnia, que inclui “investimentos no mercado do carbono, adaptação climática, implementação da lei ambiental e intercâmbio entre pessoas para reforçar a cooperação e ter um efeito positivo na cooperação ambiental China – EUA”. A Califórnia é líder na regulação da poluição atmosférica e outras questões relacionadas com o clima, disse Newsom, durante o encontro. “Mas reconhecemos os limites da liderança subnacional. Precisamos de mais parceiros. E estou aqui com esse espírito de parceria e também de humildade, reconhecendo que não temos todas as respostas”, disse o governador. Ambas as partes falaram sobre o aumento de fenómenos de clima extremo nos seus países. Objectivo comum Califórnia e China emitiram uma declaração na quarta-feira na qual se comprometem a trabalhar em conjunto para combater as alterações climáticas, incluindo promover o uso de energia eólica, tecnologias avançadas de armazenamento de energia e veículos com emissões zero. Newsom foi recebido em Pequim com uma cordialidade e simpatia raramente vistas entre autoridades norte-americanas e chinesas. Na quarta-feira, reuniu-se com o líder chinês, Xi Jinping, e outros líderes de topo, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e o vice-presidente, Han Zheng. Newsom destacou o clima como um domínio em que ambas as partes precisam de cooperar, uma vez que está em causa a sobrevivência e o futuro da população humana. Reuniu-se ainda com o chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planeamento económico do Governo chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaTiangong | Pequim envia tripulação mais jovem de sempre para estação espacial A política chinesa de desenvolvimento espacial conheceu ontem um novo capítulo com a colocação em órbita dos astronautas mais jovens de sempre. O objectivo é ter um astronauta chinês na lua até 2030 A China lançou ontem a tripulação mais jovem de sempre para a sua estação espacial Tiangong, em órbita, no âmbito da estratégia de enviar um astronauta chinês à Lua até 2030. A missão tripulada Shenzhou-17 partiu a bordo de um foguetão às 11:14 do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi, no noroeste do país, segundo a agência espacial chinesa responsável pelos voos espaciais tripulados (CMSA). De acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, a idade média dos três membros da tripulação, 38 anos, é a mais baixa desde o lançamento da missão inicial de construção da estação espacial, que ficou concluída no final de 2022. O trio de ‘taikonautas’ (o nome chinês para astronautas) Tang Hongbo (40 anos), Tang Shengjie (33 anos) e Jiang Xinlin (35 anos) deverá chegar à Tiangong dentro de seis ou sete horas, para substituir uma tripulação que está na estação há seis meses. A agência anunciou também ontem planos para enviar um novo telescópio para sondar as profundezas do universo. A CCTV disse que o telescópio permitiria mapear o céu, mas nenhum prazo foi dado para a instalação. A viagem de ontem insere-se na estratégia de enviar um astronauta chinês à Lua até 2030, um dos principais objectivos de um programa espacial no qual o país já investiu milhares de milhões de euros. Por todo o espaço A China tem actualmente projectos de cooperação com a Agência Espacial Europeia e o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Espaciais Exteriores, que podem vir a aumentar, tendo em conta que a Tiangong pode em 2024 tornar-se a única estação espacial operacional. A Estação Espacial Internacional, iniciativa liderada pelos Estados Unidos e à qual a China está proibida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, deverá ser abandonada em 2024. Em 2019, a China pousou uma nave espacial no lado mais distante da Lua, tornando-se a primeira nação do mundo a fazê-lo, e em 2020, trouxe de volta amostras lunares e finalizou o Beidou, sistema de navegação por satélite. Em 2021, a China fez aterrar um pequeno robô em Marte, e o próximo passo é garantir o lançamento de duas missões espaciais tripuladas por ano, segundo a CMSA. O país quer ainda lançar em 2030 a missão espacial Tianwen-3, para recolher e trazer de volta para a Terra amostras do solo de Marte, disse à Lusa no início do mês o cientista português André Antunes, responsável pela unidade de astrobiologia do Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).
Hoje Macau SociedadeExcursões | Guia pediu grupo para transportar perfumes Os serviços de alfândega de Gongbei descobriram um caso de contrabando no qual está envolvido um grupo de excursionistas e o seu guia turístico. Segundo um comunicado enviado às redacções, o caso ocorreu no passado dia 19, tendo o guia incitado o grupo de turistas a contrabandear um total de 485 perfumes e produtos de higiene pessoal, colocados nas suas malas e bagagens. Todos estes produtos acabaram por ser detectados nas máquinas de raio-x dispostas no posto fronteiriço da ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau numa altura em que os turistas se dirigiam para o interior da China. Após uma investigação das autoridades, foi confirmado que os produtos pertenciam ao guia turístico, que pediu aos turistas para os colocarem nas suas malas e bagagens antes de passarem a fronteira.
Hoje Macau SociedadeWhatsApp | Desmentido boato sobre falso esquema A Polícia Judiciária (PJ) emitiu ontem um comunicado a desmentir um boato que circulou nas redes sociais sobre a opção “bloquear” da aplicação WhatsApp. Segundo a informação não-factual que foi partilhada, o falso esquema partiria de uma mensagem enviada por uma pessoa desconhecida e quando o receptor clicava em “bloquear” a sua conta na aplicação de conversação era “invadida imediatamente”. A PJ explicitou que “o referido botão de “bloquear” é o verdadeiro recurso de “ferramenta de segurança” do WhatsApp. Quando o utilizador de WhatsApp receber uma mensagem de uma pessoa que não é dos seus contactos, aparece automaticamente esta alerta”. Além disso, o Centro de Coordenação de Combate às Burlas da PJ revelou “que até ao presente não foi recebida qualquer denúncia em relação à invasão da conta de WhatsApp e que tenha havido prejuízo por causa de clicar o botão ‘bloquear’”.
Hoje Macau SociedadePJ | Desempregada presa por burla Uma residente com 47 anos foi presa, por estar envolvida num esquema de burlas relacionada com a oferta de empregos. Segundo a Polícia Judiciária (PJ), a suspeita encontrou-se com uma mulher num casino de Macau, e prometeu arranja-lhe emprego para a filha, assim como uma autorização de residência, a troco de um pagamento de 130 mil dólares de Hong Kong. O trabalho prometido era na empresa de construção do marido da mulher. Com a promessa foi ainda informado que o todo o processo seria terminado dentro de 20 dias, o que nunca aconteceu. No entanto, como a residente ficou incontactável depois de receber o pagamento, a vítima apresentou queixa junto das autoridades. A mulher residente foi detida a 22 de Outubro, quando se preparava para deixar Macau e ir para o Interior.
Hoje Macau SociedadeLei da Educação Patriótica elogiada em Macau A Assembleia Popular Nacional aprovou na terça-feira a Lei de Educação Patriótica, que entrará em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano. A legislação foi anunciada como um instrumento que irá reforçar a educação patriótica e promover o espírito do patriotismo. Segundo o Ministério da Justiça da República Popular da China, “a lei destaca a educação patriótica para jovens e crianças e estabelece disposições relativas à educação patriótica para vários grupos de pessoas, tais como funcionários de departamentos governamentais, empresas e instituições públicas, residentes de zonas urbanas e rurais, bem como compatriotas de Hong Kong, Macau e Taiwan e chineses ultramarinos”. Apesar de não estipular directamente obrigações práticas que mexam com o sistema de ensino de Macau, a lei nacional mereceu elogios vários dirigentes políticos. O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma Chi Ngai, foi um dos dirigentes que elogiou a Lei de Educação Patriótica. “A maioria dos residentes de Macau tem uma tradição patriótica e um forte sentimento de identidade nacional, de pertença e de orgulho nacional. A aplicação desta lei no futuro desempenhará um importante papel de orientação na educação patriótica de Macau na nova era”. Frederico Ma Chi Ngai, que também é membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, indicou em declarações ao jornal Ou Mun que, enquanto “defensor e praticante dos valores fundamentais do patriotismo e amor a Macau”, organiza todos os anos uma visita à Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional com membros da Associação Comercial de Macau. O dirigente sublinhou ainda que as escolas afiliadas à associação comercial (Escola Secundária da Ilha Verde e Escola Seong Fan) “cooperam activamente com as políticas do Governo da RAEM de educação patriótica e esforçam-se para inculcar nos estudantes o espírito patriótico”. A história correcta O deputado e presidente da Associação dos Jovens do Povo Nick Lei considera que o Governo da RAEM deve “reforçar o trabalho de educação patriótica para a sociedade, especialmente para promover a compreensão profunda da história e da cultura da pátria”. O jovem deputado realça ainda que a “educação patriótica é uma parte vital da estabilidade e do desenvolvimento social”. “Apelo aos residentes de Macau, especialmente aos jovens, para que tenham uma compreensão profunda do desenvolvimento nacional, da conotação da educação patriótica, que salvaguardem conscientemente a soberania nacional, a unidade e a integridade territorial, e se oponham resolutamente a quaisquer forças externas”, afirma Nick Lei.
Hoje Macau PolíticaIdosos | IAS insiste que habitação é para pessoas independentes Os apartamentos para idosos foram concebidos a pensar nas pessoas que têm mobilidade total e são independentes. O esclarecimento foi feito ontem por Hoi Va Pou, vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS), depois das críticas contra o projecto do Governo, face à inexistência de instalações com cuidados de saúde. Hoi Va Pou explicou que há quartos com equipamentos de assistência de mobilidade, acessos facilitados, mas que não há um centro de cuidados, porque desde o início o projecto foi concebido para pessoas independentes. Contudo, Hoi indicou que existe uma clubhouse no prédio, com salas para cantar, jogar cartas, assistir a ópera cantonense, biblioteca, e outros espaços com equipamentos que permitem aos moradores socializar, receber familiares e amigos. Além disso, o IAS admite que vão ser organizados diferentes festivais e celebridade nos espaços comuns do prédio, em conjunto com a empresa que vai gerir o condomínio, para haver mais actividades para idosos. Hoi Va Pou deixou também a esperança que naquela zona, na Areia Preta, abram vários restaurantes de grande dimensão, de forma a proporcionar mais oportunidades de convívio e corresponder à necessidade dos mais velhos. As candidaturas para os apartamentos para idosos podem ser apresentadas a partir de 6 de Novembro, e até ontem tinham sido realizadas sete sessões de explicações, que contaram com a participação de mais de 300 pessoas.
Hoje Macau EventosRaphael Alves vence concurso fotográfico da “Somos!” Raphael Alves venceu a quarta edição do Somos Imagens da Lusofonia, que teve como tema a solidão vivida em tempos de covid-19, com uma fotografia captada num cemitério em Manaus, Brasil, anunciou hoje a organização. A imagem “Insulae”, premiada com 10 mil patacas retrata desigualdades socioeconómicas, sendo que a “falta de políticas para a região mostraram a fragilidade do maior estado brasileiro, o Amazonas”, escreveu o participante do Brasil na memória descritiva, segundo um comunicado da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP), de Macau, que organizou o concurso. “Durante a pandemia de covid-19, apenas três familiares de cada vítima podiam comparecer aos enterros nos cemitérios de Manaus. Uma morte isolada”, continuou Alves. O painel de jurados, composto por um grupo de fotojornalistas de Macau, Brasil e Portugal, atribuiu o segundo prémio – cinco mil patacas – ao trabalho de Jorge Meira, “Safe Distance”, uma imagem tirada “em Vila Praia de Âncora, depois do plano de desconfinamento do Governo português que previa um distanciamento de 1,5 metros entre veraneantes”, referiu a mesma nota. Dário Paraíso, que ficou em terceiro – 3.500 patacas -, concorreu com “Espera”, uma imagem captada no mercado de Bobo Forro, em São Tomé, e que, segundo a organização, “descreve a paragem no tempo há muito conhecida de São Tomé e Príncipe”. “Um sentimento transversal” Apesar da pandemia ter sido vivida de forma diferente em todo o mundo, os trabalhos recebidos revelam que “a solidão foi, entre outros, um sentimento transversal a todos os países concorrentes”, declarou à Lusa a presidente da Somos – ACLP, Marta Pereira. “A pandemia da covid-19 marcou o nosso quotidiano nos últimos anos, agravando a solidão e o isolamento social, em todo o mundo, o que inevitavelmente distanciou povos, nomeadamente dos países de língua portuguesa [PLP]”, referiu. O concurso, aberto a todos os cidadãos dos países de língua portuguesa e residentes de Macau, atribuiu ainda três menções honrosas aos portugueses Bruno Taveira, com a fotografia “Em busca do essencial”, e Rodrigo Cabrita, com “Solidão Coletiva”, e ao moçambicano Marcos Júnior, que apresentou “distância”. Com mais de 200 trabalhos recebidos, Marta Pereira notou ainda que a participação na competição tem vindo a aumentar e que a iniciativa Somos Imagens da Lusofonia “reúne todas as condições para vir a figurar entre os grandes concursos mundiais dedicados à fotografia”. A exposição Somos Imagens da Lusofonia 2022 – Na Solidão dos Dias irá ser inaugurada a 12 de Janeiro do próximo ano, na Casa Garden – Fundação Oriente.
Hoje Macau EventosIC | Feira de livros em chinês e português junta mais de 30 livrarias e editoras A Exposição de Obras Ilustradas em Chinês e Português em Macau, com a participação de mais de 30 livrarias e editoras, integra este ano palestras, oficinas e sessões de leitura em família, anunciou ontem o Instituto Cultural (IC). A feira, que se realiza entre sexta-feira e 05 de Novembro, no Auditório do Carmo, na zona da Taipa, quer contribuir para que “residentes e turistas tenham um conhecimento mais aprofundado sobre as publicações da China e dos países de língua portuguesa” (PLP) e para “a promoção do desenvolvimento de Macau como ‘cidade de leitura'”, escreveu o IC num comunicado. Com o objectivo de “incentivar as crianças e jovens a desenvolver bons hábitos de leitura”, o evento, integrado no 5.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os PLP, vai contar com a presença de mais de 30 livrarias e editoras, incluindo de Portugal, e incluir “mais de 500 livros ilustrados e livros infantis em várias línguas, principalmente em chinês e português”. Além disso, o IC vai organizar duas sessões diárias de leitura familiar. Ainda segundo o comunicado, entre sexta-feira e 29 de Dezembro, a Casa da Literatura de Macau vai receber a exposição “Amor entre Páginas”, com a apresentação de 50 conjuntos de “ilustrações originais fantásticas e de estilos variados, de nove autores [grupos] de livros ilustrados do interior da China, de Portugal e de Macau”.
Hoje Macau Desporto MancheteCartaz do Grande Prémio com “gigantes do desporto automóvel” A organização do 70.º Grande Prémio de Macau, que arranca em 11 de Novembro, prometeu ontem a participação de “jovens estrelas do mundo” e de “gigantes do desporto automóvel”, num evento marcado pelo regresso das provas internacionais. Numa conferência de imprensa em que o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Mohammed Bem Sulayem, salientou a importância do acordo para o regresso a Macau das Taças do Mundo de Fórmula 3 e GT da FIA nos próximos três ano, a organização sublinhou também que, após os constrangimentos devido à pandemia de covid-19, o território “volta uma vez mais a centrar a atenção do mundo, reforçando a sua imagem e reputação internacional”. Nesta edição do Grande Prémio de Macau, que vai custar 260 milhões de patacas e realizar-se em seis dias, em vez dos habituais quatro, as primeiras corridas estão marcadas para 11 e 12 de Novembro, com as restantes agendadas de 16 a 19 de Novembro. Verschoor de regresso Para a corrida da Fórmula 3 há a registar “uma lista de inscritos com jovens estrelas do mundo das categorias juniores do automobilismo”. Richard Verschoor, dos Países Baixos, vencedor da corrida em 2019, regressa à categoria vindo do campeonato de F2, para defender o título. Para além de ser realçado o regresso de Dan Ticktum, que se pode tornar no único triplo vencedor na história desta corrida, há outros que regressam à F3 oriundos da F2, e que importa destacar, segundo a organização: “o promissor piloto checo Roman Stanek” e os pilotos da Red Bull Júnior Team, Zane Maloney e Isack Hadjar. Na Taça GT há um outro sublinhado para o grupo de pilotos que procuram a sua primeira vitória em Macau. Jules Gounon, que venceu as últimas três 12 Horas de Bathurst, actual vencedor das 24 Horas de Daytona e bicampeão das 24 Horas de Spa. Mas há mais: o ex-campeão do DTM Sheldon van der Linde, pela BMW, Kevin Ester e Thomas Preining, pela Porsche, e o brasileiro Daniel Serra a tentar dar a primeira vitória da Ferrari na Taça do Mundo de GT da FIA este ano. Contudo, estes terão de se bater com antigos vencedores da corrida: Laurens Vanthoor, Augusto Farfus e Raffaele Marciello, Maro Engel e Eduardo Mortara. Uma palavra ainda para a participação na Taça de carros de Turismo de Macau de dois pilotos locais: o vencedor em 2000 do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, André Couto, num Honda, e o vencedor da Corrida da Guia Macau do ano passado, Filipe Sousa, num Audi. As duas corridas da FIA terão lugar de 16 a 19 de Novembro, com o formato a incluir duas sessões de treinos livres de 40 minutos e duas sessões de qualificação para a Fórmula 3, bem como duas sessões de treinos de 30 minutos seguidas de uma única qualificação com a mesma duração para os carros GT. As corridas terão 10 e 15 voltas para a F3 e 12 e 16 para os carros GT. O vencedor do Grande Prémio de Macau será designado também como o vencedor da Taça do Mundo de F3. Venham mais cinco São cinco as corridas programadas para 11 e 12 de Novembro: Macau Asia Fórmula 4, Taça GT – Corrida da Grande Baía, TCR Asia Challenge, Macau Roadsport Challenge e uma outra que se encontra ainda em processo de negociação. De 16 a 19 de Novembro vão realizar-se seis corridas: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 da FIA, Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA, Corrida da Guia Macau – TCR World Tour Final, Grande Prémio de Motos de Macau – 55.ª Edição, Taça de Carros de Turismo de Macau e Desafio do 70.º Aniversário de Macau. Cada uma das seis operadoras de casinos em Macau concedeu um patrocínio de 20 milhões de patacas.
Hoje Macau EventosGPMacau | Actividades no museu para celebrar 70.º aniversário O Museu do Grande Prémio de Macau (GPM) promove uma série de actividades em Novembro que visam celebrar os 70 anos do maior evento desportivo de Macau. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), as actividades incluem a projecção na fachada do museu, em todas as noites do mês, às 19h e 22h, um novo espectáculo de vídeo mapping, com o nome “Crónicas do Museu do Grande Prémio de Macau: 70 Anos Lendários”. Foi ainda produzido o vídeo intitulado “70 Anos Lendários do Grande Prémio de Macau”, que regista “os momentos marcantes das várias décadas de história do evento”, e que será exibido na sala de projecção do museu na próxima quarta-feira, dia 1 de Novembro. Também no mesmo dia, será lançada no museu uma nova atracção que permite aos visitantes assistir à corrida de carros com recurso à realidade virtual. O público “precisa apenas de colocar os óculos de realidade virtual disponíveis no museu para poder rever a prova do China Touring Car Championship do Grande Prémio de Macau de 2022 e experienciar o ambiente da corrida de forma imersiva e multidimensional”. Outra das actividades organizadas para celebrar os 70 anos do GPM, é a exposição da equipa de topo mundial Oracle Red Bull Racing, que decorre na cave do museu a partir de amanhã e até 19 de Novembro. A mostra promete revelar “a história, equipamentos dos pilotos e vídeos promocionais da equipa”. Será ainda organizado o evento pop-up “Red Bull Pit Stop Challenge” no Galaxy Macau. Nos seis dias de corridas do 70.º GPM, nos dias 11, 12, 16, 17, 18 e 19 de Novembro, o Museu do Grande Prémio de Macau irá prolongar o horário de funcionamento até às 21h30. Nesses dias serão acrescentadas duas visitas guiadas ao público, bem como duas sessões na sala de projecção, às 18h30 e às 20h30. Além disso, a partir da próxima quarta-feira, serão oferecidos dois tipos de descontos na aquisição de bilhetes de entrada no museu.
Hoje Macau EventosAcadémicos defendem maior divulgação de Henrique de Senna Fernandes Estudiosos de Henrique de Senna Fernandes defenderam à Lusa que há ainda muito a fazer na divulgação do trabalho do macaense no meio académico em língua portuguesa, notando o difícil acesso às obras do autor fora de Macau. “O interesse cresceu [no Brasil] nos últimos anos, mas temos muito por fazer, as pesquisas são ainda esporádicas”, notou Mônica Simas, académica brasileira que participa na conferência “Lembrando Henrique de Senna Fernandes: Jornadas em torno da identidade macaense”. A conferência termina hoje na Universidade de Macau. “Acho que, em parte, se deve ao facto de os estudos portugueses se concentrarem nos domínios Atlânticos, e os interesses sobre a China se concentrarem na cultura chinesa continental”, justificou a docente da Universidade Ca’ Foscari de Veneza, para quem, “apesar disso, os lugares periféricos encontram sempre pesquisadores interessados”: “Portanto, há já uma tradição nesses estudos, mas ela é estreita”. A contribuir para a dormência académica relativa ao estudo da literatura do escritor de Macau está ainda “a questão da circulação” dos livros – uma “grande dificuldade” nas palavras de Simas, que sugere a possibilidade de criar versões eletrónicas. Outras “formas efectivas” de ampliar o público e a crítica seria, de acordo com a brasileira, a tradução dos livros para outros idiomas, além de professores e investigadores incentivarem a realização de trabalhos comparados, no âmbito das literaturas de língua portuguesa ou de outras línguas. O autor macaense dividiu a profissão de advogado com a de professor e escritor, tendo deixado quatro livros publicados, com dois dos romances, “Amor e Dedinhos de Pé” (1993) e “Trança Feiticeira” (1996), a chegarem ao cinema. Uma “pioneira” Com uma “parte grande” dedicada à literatura de Henrique de Senna Fernandes na tese de doutoramento (2001), Simas lembrou que, ao integrar o corpo docente na Universidade de São Paulo, em 2003, foi encontrar “um meio propício para a recepção do estudo da literatura de Macau”, com a académica Benilde Justo Caniato “a motivar os alunos a fazer teses”. “Ela é uma espécie de pioneira, que eu saiba, no Brasil, que teria motivado os primeiros estudos sobre a obra de Henrique de Senna Fernandes”, acrescentou. No caso de Portugal, onde os livros do escritor-advogado são igualmente de “difícil acesso”, há também ainda muito caminho a percorrer para dar a conhecer a literatura macaense, salienta o professor da Universidade Nova de Lisboa, Rogério Miguel Puga, sugerindo que estas sejam disponibilizadas ‘online’ e gratuitamente, para ajudar “estudantes portugueses a analisar a obra”. O professor garante estar “bem acompanhado” na academia portuguesa, com “inúmeras pessoas a ler e a estudar Henrique de Senna Fernandes”. Análise realista Importa conhecer o autor, analisa ainda Puga, na medida em que este, enquanto voz macaense, descreve, “de forma realista, o território durante a administração portuguesa”, as “comunidades portuguesa, chinesa e macaense, bem com a diáspora macaense e as relações de poder, étnicas e de género no território”. “A caracterização da Macau do século XX é um aspecto muito relevante da obra, as diferenças do Bazar chinês e da cidadela cristã, os lares macaenses, dos reinóis, bem como a crítica (por vezes) encoberta à comunidade cristã que se esconde atrás de fachadas e contrai infecções venéreas tratadas por personagens dos romances. Esse retrato crítico é muito interessante”, disse. Também para Mónica Simas há “um interesse óbvio” na bibliografia de Senna Fernandes, sendo “fundamental à compreensão mais vasta do Império português”. “No caso específico dos romances, interessa ver a tensão entre os valores locais e universais; acompanhar a representação de processos de integração ou de fricção e ostracismo social”, referiu.
Hoje Macau China / ÁsiaSupremo Tribunal do Japão considera inconstitucional requisitos para mudança de género O Supremo Tribunal do Japão considerou ontem inconstitucional a lei que exige que as pessoas transexuais tenham de remover os seus órgãos reprodutivos para poderem mudar oficialmente de género. A decisão dos 15 juízes foi a primeira sobre a constitucionalidade da lei japonesa de 2003 que exige a remoção dos genitais para a mudança de género, reconhecida pelo Estado, uma prática criticada por grupos médicos e de direitos humanos internacionais. O caso foi movido por uma japonesa cujo pedido de mudança de género no registo familiar – de homem para mulher – foi rejeitado pelos tribunais inferiores. A queixosa, identificada apenas como residente no oeste do Japão, apresentou originalmente o pedido em 2000, dizendo que a exigência de uma cirurgia impõe um enorme fardo económico e físico e que viola as protecções de direitos iguais da Constituição. No início do mês, um tribunal de família local tinha aceitado o pedido de um homem transgénero para uma mudança de género sem a cirurgia obrigatória, dizendo que a regra é inconstitucional, numa decisão sem precedentes. Uma decisão que tinha dado esperança aos grupos de direitos humanos e à comunidade LGBTQ+ no Japão numa eventual mudança na lei. Regras e excepções Mais de 10 mil japoneses mudaram oficialmente de género desde 2003, de acordo com documentos judiciais ligados à decisão do tribunal, datada de 11 de Outubro. Em 2019, o Supremo Tribunal do Japão, num outro caso movido por um homem transgénero que pretendia uma mudança de registo de género sem a necessária remoção de órgãos sexuais e cirurgia de esterilização, tinha considerado a lei em vigor constitucional. Nessa decisão, o tribunal superior disse que a lei se destinava a reduzir a confusão nas famílias e na sociedade, embora reconhecesse que restringe a liberdade e poderia ficar desactualizada face à mudança dos valores sociais. Em Junho, um tribunal distrital de Fukuoka, no sul do Japão, decidiu que a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo é constitucional, mas defendeu que a falta de protecção legal para pessoas LGBTQ+ parece ser inconstitucional. A decisão, ainda longe das expectativas dos activistas, foi vista como um avanço no sentido de pressionar o país a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O Japão é o único membro do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) sem protecções legais LGTBQ+. O apoio à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo cresceu entre a população do país, mas o governante do Partido Liberal Democrático, conhecido pelos seus valores conservadores e relutância em promover a igualdade de género e a diversidade sexual, é a principal oposição aos direitos do casamento e outros reconhecimentos da igualdade LGTBQ+. A decisão envolveu o último dos cinco processos judiciais movidos por 14 casais do mesmo sexo em 2019 que acusavam o governo de violar a igualdade.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim acusa EUA de ser o maior perturbador da paz no mundo A China acusou ontem os Estados Unidos de serem o “maior elemento perturbador da paz e da estabilidade” no mundo, numa reação a um relatório do Pentágono sobre a crescente expansão militar do país asiático. O relatório anual, exigido pelo Congresso norte-americano, é uma forma de o Pentágono avaliar as capacidades militares da China, que o governo dos Estados Unidos considera como a principal ameaça na região Ásia-Pacífico e o maior desafio de segurança a longo prazo. Em comunicado, o ministério da Defesa chinês qualificou as conclusões do relatório do Pentágono como “falsas” e atacou as recentes acções dos EUA em apoio a Israel e à Ucrânia, assim como a construção de instalações militares em todo o mundo. “Os EUA enviaram munições de urânio empobrecido e bombas de fragmentação para a Ucrânia, enviaram porta-aviões de combate para o Mediterrâneo e armas e munições para Israel. É este o ‘evangelho’ que o ‘defensor dos Direitos Humanos’ está a trazer para a região?”, questionou Wu Qian, porta-voz do ministério da Defesa chinês. O relatório do Pentágono indicou que a China está a expandir rapidamente a sua força nuclear, em consonância com o crescimento geral das Forças Armadas. Num aviso emitido anteriormente, o Pentágono indicou que Pequim deve quadruplicar o número de ogivas que possui, para 1.500, até 2035. O principal diplomata da China, Wang Yi, vai visitar os Estados Unidos esta semana, antes de um possível encontro entre os líderes dos dois países, Joe Biden e Xi Jinping, em Novembro.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong vai elaborar a sua própria lei de segurança nacional em 2024 O chefe do governo de Hong Kong anunciou ontem que o território vai elaborar a sua própria lei de segurança nacional em 2024. “Alguns países estão a minar a China e a implementação do [princípio] ‘Um país, dois sistemas’ em Hong Kong para seu próprio benefício. As forças externas continuam a imiscuir-se nos assuntos de Hong Kong”, acusou John Lee, no seu discurso político anual. “Devemos manter-nos vigilantes contra o possível ressurgimento da violência nas ruas, estar conscientes das rebeliões encobertas através de uma ‘resistência branda’ e estar atentos aos movimentos antigovernamentais no estrangeiro que regressam a Hong Kong. Devemos prestar especial atenção às actividades anti-China e desestabilizadoras, camufladas em nome dos direitos humanos, da liberdade, da democracia e dos meios de subsistência”, contextualizou o chefe do Executivo. Razão pela qual “o governo está a avançar com a elaboração de opções legislativas eficazes e vai concluir o exercício legislativo em 2024” para cumprir o seu “dever constitucional”, como se encontra estipulado na miniconstituição do território, prevendo que o Governo da região administrativa especial chinesa “deve completar, o mais rapidamente possível, a legislação relativa à protecção da segurança nacional, tal como estipulado na lei fundamental, e aperfeiçoar a legislação pertinente”. Por cumprir Em 2019, Hong Kong foi palco de grandes protestos, espoletados por uma lei que previa a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, mas as reivindicações evoluíram para a exigência de mais liberdades e autonomia em relação a Pequim. Em resposta, Pequim impôs uma Lei de Segurança Nacional que pune a secessão, a subversão, o terrorismo e a conivência com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua. Nos termos da Lei Básica, que constitui a Constituição da Região Administrativa Especial chinesa, Hong Kong é obrigada a elaborar a sua própria legislação sobre sete crimes de segurança, incluindo a traição e a espionagem. Esta tarefa, também designada pelo governo do território como uma “responsabilidade constitucional”, ainda não foi cumprida, mais de 25 anos depois de a antiga colónia britânica ter sido devolvida à China. De acordo com o Gabinete de Segurança de Hong Kong, um total de 280 pessoas foram detidas até ao final de Setembro e 30 foram condenadas ao abrigo da Lei de Segurança Nacional, em vigor desde que Pequim a promulgou em 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Governador da Califórnia reúne com Wang Yi em Pequim Gavin Newsom está na China, numa visita de uma semana, para promover a colaboração do Estado californiano com a s autoridades chinesas no combate às alterações climáticas O governador do Estado norte-americano da Califórnia, Gavin Newsom, reuniu-se ontem com o chefe da diplomacia da China, Wang Yi, num breve momento de simpatia que contrasta com a tensão na relação bilateral. Gavin Newsom está a fazer uma visita de uma semana à China, visando promover a cooperação no âmbito da luta contra as alterações climáticas. A viagem de Newsom como governador, outrora considerada rotineira, ganhou maior relevo no âmbito das tensões crescentes entre os EUA e a China. “Estou aqui na expectativa de virar a página, de renovar a nossa amizade e de voltar a envolver-nos em questões fundamentais que determinarão a nossa fé colectiva no futuro”, disse Newsom num breve discurso de abertura antes do seu encontro com Wang. Newsom está a visitar Hong Kong, Pequim, Xangai e as províncias de Guangdong e Jiangsu. Num discurso proferido na Universidade de Hong Kong, na segunda-feira, prometeu continuar a cooperar no domínio das alterações climáticas, independentemente do resultado das próximas eleições presidenciais nos EUA. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, também utilizou um tom optimista: “O Presidente [chinês], Xi [Jinping] afirmou que a base das relações entre a China e os EUA está no contacto entre as pessoas. Penso que a sua visita à China estabelece uma base sólida, dá esperanças e abre possibilidades para o futuro”. Wang disse também saber que a viagem de Newsom atraiu muitas críticas, mas que a encara de forma positiva. “Penso que o tempo e os factos vão certamente provar que a sua visita à China está de acordo com os desejos do povo da Califórnia e com os interesses do povo norte-americano e as expectativas da sociedade global”, frisou. Outros tempos, mesmas vontades Newsom reuniu ainda com o chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planeamento económico do Governo chinês. Os governadores da Califórnia, que têm uma economia maior do que a da maioria dos países, têm uma longa história de colaboração climática com a China. O democrata Jerry Brown e o republicano Arnold Schwarzenegger também viajaram para a China para trocar conhecimentos sobre a redução da poluição atmosférica e das emissões e, desde que deixou o cargo, Brown lançou o Instituto Climático Califórnia-China na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Hoje Macau SociedadeJogo | JP Morgan aponta a “normalização” do sector de massas Analistas da consultora JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd referem que houve uma “normalização” das receitas brutas diárias do segmento do jogo de massas na semana passada face a uma “desaceleração pós-feriado” na semana anterior. Segundo a nota da consultora, citada pelo portal GGR Asia, a JP Morgan acredita que as receitas dos casinos deste mês deverão ser de 18,5 mil milhões de patacas, um resultado que, a acontecer, será o melhor desempenho mensal desde Janeiro de 2020, início da pandemia, quando as receitas brutas mensais do jogo de massas foram de 22,13 mil milhões de patacas. Nos primeiros 23 dias de Outubro, as receitas brutas do jogo de massas foram de 14,6 mil milhões de patacas, ou seja, 635 milhões de patacas por dia. Recorde-se que neste mês decorreram os feriados da semana dourada que celebraram a implantação da República Popular da China e Festival da Lua. Os analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li adiantaram ainda que estes valores significam “que a taxa de execução da semana passada normalizou para 575 milhões de patacas por dia, um aumento de 20 por cento em relação à semana anterior, depois do abrandamento registado após as férias”.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Agente encontrado embriagado a dormir na rua Um subchefe do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) foi encontrado a dormir embriagado à beira da estrada, ainda com o capacete da mota colocado, na noite de terça-feira. O caso foi divulgado pelo CPSP ontem. O subchefe, com 53 anos, estava de folga quando foi encontrado na zona do Lam Mau. Segundo os pormenores divulgados, o alerta para a situação foi recebido pelo CPSP por volta das 23h40, quando houve uma denúncia para o facto de um homem estar praticamente inconsciente e com capacete na borda da estrada. Ao chegarem ao local os agentes verificaram que o motor da mota ainda estava ligado. Mais tarde, confirmaram a identidade do homem e perceberam que se tratava de um subchefe do CPSP, que tinha entrado para o corpo em 1998. O homem recusou fazer o teste do balão, pelo que o CPSP decidiu instaurar um processo disciplinar e prosseguir com os demais procedimentos criminais.