Hoje Macau SociedadeAcidente | Jogador da selecção de futebol entre as vítimas mortais O extremo direito da selecção de futebol de Macau, Leon Ng Lai Teng, com apenas 20 anos, morreu na segunda-feira num acidente de automóvel, de acordo com o clube em que jogava, Cheng Fung, que expressou pesar e condolências. Leong foi a quarta vítima mortal a ser confirmada pelas autoridades. “Em nome de todos os jogadores e funcionários [no Cheng Fung], gostaríamos de expressar as nossas mais sinceras condolências à família de Leon Ng Lai Teng”, avançou o clube no Facebook, manifestando-se disponível para fazer o “melhor para prestar toda a assistência e apoio necessários à família”. O acidente ocorreu por volta das 06h da manhã de segunda-feira, quando um veículo de cinco passageiros transportando sete pessoas, conduzido por uma jovem com 20 anos, se despistou e embateu contra barreiras de betão na margem da estrada. Os três dos ocupantes que sobreviveram ao trágico acidente continuavam ontem hospitalizados, de acordo com a polícia. “Ao tomarmos conhecimento desta trágica notícia, todos no clube ficaram tomados por uma tristeza infinita e um profundo pesar”, revelou o Cheng Fung nas redes sociais.
Hoje Macau PolíticaTrânsito | Conselheiro pede prudência na circulação para o norte Depois de o Executivo de Hong Kong ter anunciado que, a partir de Setembro, irá eliminar o requisito de marcação para condutores da RAEHK levarem o automóvel para Guangdong, Ip Wai Keong, membro do Conselho Consultivo do Trânsito, pediu ponderação ao Governo da RAEM antes de adoptar uma medida semelhante. O conselheiro argumentou, em declarações ao jornal Exmoo, que existe uma contradição entre a economia dos bairros residenciais e a procura de consumo dos residentes. Apesar da recuperação do Produto Interno Bruto para níveis a rondar 90 por cento do verificado antes da pandemia, se for ainda mais fácil aos residentes de Macau atravessarem a fronteira de carro, a economia local irá sofrer ainda mais, sobretudo na zona norte da península, também ao nível do emprego. Além disso, Ip Wai Keong manifestou dúvidas de que o Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau tenha capacidade para dar resposta ao aumento do tráfego produzido pela isenção da necessidade de marcação para atravessar a fronteira em automóveis privados.
Hoje Macau PolíticaRéplicas de assembleias de voto para residentes “experimentarem votar” A comissão eleitoral de Macau vai disponibilizar duas réplicas de assembleias de voto para os residentes “experimentarem votar” e saberem “como podem votar correctamente” a 14 de Setembro, foi ontem anunciado. As duas réplicas – mais uma do que nas legislativas de 2021 – vão permitir aos residentes “experimentarem votar” e “aprofundarem o conhecimento sobre a votação e também os trabalhos de eleição”, disse ontem aos jornalistas o presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), após uma reunião do órgão. “Esperamos que o público, através da visita à réplica da assembleia de voto, possa conhecer mais sobre o funcionamento da assembleia e, através da simulação, possa também conhecer como é que pode votar correctamente e também [sobre] a confidencialidade da votação”, afirmou. Ainda de acordo com o responsável, escolas vão levar estudantes a estes dois recintos – instalados no Pavilhão Polidesportivo Tap Seac e nas instalações do Fórum de Macau, entre 6 até 12 de Setembro – “no sentido de reforçar a consciência cívica dos estudantes”, para, no futuro, estarem “preparados para serem eleitores”. Para os portadores de deficiência visual, acrescentou Seng Ioi Man, estão ainda disponíveis no local boletins de voto em braille. Tradição de voto Questionado pela Lusa sobre se a instalação destas réplicas é sinal de que a população do território tem ainda pouco conhecimento sobre o acto de ir às urnas, sem responder directamente, Seng Ioi Man notou que esta “é uma tradição” em Macau e que se dirige aos futuros eleitores, “que ainda não podem ir votar e [que] podem sentir o procedimento da votação” e aos que agora se estreiam no escrutínio. Mas não só. “Para aqueles que já tinham votado, os antigos eleitores, podem também – passando tantos anos – experimentar [o acto de votar]”, acrescentou. Instado ontem também fazer um balanço sobre o processo eleitoral e questionado sobre se a CAEAL tem recebido reacções da população, Seng disse apenas que “há cada vez mais eleitores ou cidadãos” a acompanhar os trabalhos e a informação divulgada pela CAEAL, “permitindo que aquelas pessoas que não têm informação suficiente possam participar” no acto eleitoral. A campanha eleitoral arranca no dia 30 de Agosto e termina a 12 de Setembro.
Hoje Macau PolíticaChe pede controlo de temperatura para evitar febre Chikungunya O deputado Che Sai Wang defende que o Governo deve adoptar medidas mais rigorosas de controlo das fronteiras, para evitar a propagação da febre Chikungunya. A posição surge numa interpelação escrita, com a data de 29 de Julho, ainda antes de serem conhecidos os dois casos locais. No documento, divulgado pela Assembleia Legislativa ontem, Che alerta para a situação das regiões vizinhas, principalmente em Foshan, onde o número de casos de febre de Chikungunya tem crescido de forma progressiva. Por isso, o legislador considera que “os laços estreitos entre Macau e a região do Delta do Rio das Pérolas dificultaram o trabalho de prevenção e controlo” da doença e que “o movimento frequente de pessoas através da fronteira coloca maiores exigências à prevenção e ao controlo”. “A prevenção e o controlo da epidemia não dependem apenas de medidas locais, mas exigem também uma colaboração reforçada com as regiões vizinhas, especialmente no que se refere ao rastreio e à avaliação dos riscos do pessoal transfronteiriço”, aponta. O deputado questiona o Executivo sobre a existência de planos para rastrear as pessoas que atravessam a fronteira, através da instalação de dispositivos de controlo da temperatura. Desta forma, Che defende que é possível evitar uma rede de transmissão indirecta. Mais fiscalização Ao mesmo tempo, Che Sai Wang pede às autoridades que promovam campanhas de informação sobre a forma como os mosquitos se propagam e as medidas que devem adoptadas para evitar o contágio. Além disso, o deputado pretende que o Governo explique se vai fazer uma maior inspecção das águas paradas junto das “atracções turísticas e as zonas de grande concentração de pessoas”, além de “intensificar a desinfestação e o controlo dos vectores dos mosquitos de forma orientada”. O deputado da ATFPM propõe ainda ao Executivo que siga o exemplo de Singapura, onde existem estações para monitorizar os “vectores dos mosquitos em zonas-chave”, para que as pessoas estejam conscientes do risco de propagação.
Hoje Macau Grande Plano MancheteChuva | Alertas em HK e mais de 80 mil residentes de Pequim retirados de casa China e Hong Kong têm enfrentado nos últimos dias períodos de chuva forte que obrigaram a cuidados redobrados e deslocação de moradores. Na capital chinesa 82 mil pessoas tiveram que deixar as suas casas, enquanto que em Hong Kong ruas e um hospital sofreram inundações e algumas estações de metro foram encerradas As chuvas fortes continuam a não dar tréguas, não só em Macau (ver página 7), como em Hong Kong e no interior do país. No caso da China, as autoridades de Pequim deslocaram mais de 82 mil pessoas de casa devido a chuvas torrenciais, uma semana após inundações mortais que levaram os responsáveis locais a reconhecer falhas na resposta, noticiou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. Assim, dezenas de milhares de residentes foram retirados das zonas mais afectadas pelas chuvas até às 21h de segunda-feira, hora local, segundo o centro municipal de resposta a inundações. O centro alertou para o risco elevado de cheias nos distritos de Miyun (noroeste), Fangshan (sudoeste), Mentougou (oeste) e Huairou (norte). A capital chinesa manteve em vigor o alerta vermelho – o mais elevado – até à manhã de ontem, perante previsões de chuvas intensas entre segunda-feira ao meio-dia e a manhã desta terça-feira. Na semana passada, estes mesmos distritos rurais a norte de Pequim foram os mais afectados pelas intempéries que causaram 44 mortos e nove desaparecidos, de acordo com os dados oficiais. A maioria das vítimas mortais foi registada num lar de idosos em Miyun. Novas medidas na agricultura A gravidade da catástrofe levou as autoridades municipais a reconhecerem “lacunas” na preparação dos serviços de emergência. Desastres naturais são frequentes na China durante o Verão, com algumas regiões sujeitas a chuvas torrenciais e outras a secas severas. Entretanto, as autoridades chinesas reforçaram o dispositivo de resposta aos efeitos adversos das chuvas intensas e ondas de calor sobre as culturas agrícolas em várias regiões do país, numa altura crucial para a colheita de Outono. Desde o início da época das chuvas, zonas do leste e norte da China registaram episódios de precipitação extrema, enquanto províncias como Henan (centro) e Anhui (leste) enfrentam períodos prolongados de seca e temperaturas elevadas. Esta combinação de fenómenos meteorológicos representa um desafio para os agricultores, sobretudo quando faltam cerca de dois meses para a colheita dos principais cereais de Outono, assinalou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. Na província de Shaanxi (centro), onde a precipitação ultrapassou recentemente os 100 milímetros em menos de 24 horas, as autoridades locais adoptaram medidas preventivas, como a limpeza de canais e o reforço de diques, o que permitiu proteger grande parte das terras cultivadas. Entretanto, cooperativas agrícolas em Henan afectadas pela seca optaram por sistemas de rega gota a gota e pela aplicação localizada de fertilizantes para conservar a humidade e minimizar as perdas. As autoridades têm dado prioridade à reabilitação de infra-estruturas hídricas e a divulgação de técnicas de gestão eficiente da água, perante a ausência de precipitação em algumas zonas. A campanha de Outono representa uma componente fundamental da produção anual de cereais da China. Num comunicado divulgado ontem, o Ministério da Agricultura e dos Assuntos Rurais alertou que as condições meteorológicas nas próximas semanas serão determinantes e apelou a “todos os esforços para proteger a colheita e dar um forte apoio à segurança alimentar do país”. O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou em 2023 que, apesar de “1.400 milhões de chineses comerem bem” actualmente, “a questão alimentar não deve ser descuidada”, sublinhando que o fornecimento de comida “não é um assunto insignificante”. A China tem menos de nove por cento da terra arável do planeta, embora represente cerca de 18 por cento da população mundial. Nos últimos Verões, desastres meteorológicos causaram estragos significativos no país: os meses estivais de 2023 foram marcados por inundações em Pequim, que causaram mais de 30 mortos, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremo e secas atingiram o centro e leste da China. Hong Kong em alerta No que diz respeito ao panorama das chuvas fortes no território vizinho, estas também não têm dado tréguas. Segundo a emissora pública RTHK, algumas estações de metro em Hong Kong estiveram encerradas ontem devido ao risco de inundações, tendo em conta que o Observatório de Hong Kong manteve o sinal preto de tempestade [Black Rainstorm Warning Signal] até cerca das 17 horas. Registaram-se ventos de cerca de 110 quilómetros por hora em algumas zonas do território, tendo-se registado também trovoadas. O canal RTHK revela também que se contaram mais de 10.800 relâmpagos no território entre a meia-noite e as 10 horas de ontem, sendo que metade deles ocorreu na ilha de Lantau. Até às 11 horas de ontem as autoridades responsáveis pelos sistemas de drenagem registaram 21 episódios de inundações, tendo sido feitas 180 respostas de emergências em 240 localizações diferentes. Destaque para a ocorrência de um episódio no Hospital Queen Mary esta terça-feira, nomeadamente “em algumas estradas” de acesso do hospital, em Pok Fu Lam, tendo os pacientes sido deslocados pelos bombeiros para o hospital Ruttonjee, na zona de Wanchai. Em algumas zonas do hospital a água chegou aos joelhos, tendo sido colocados sacos de areia para estancar o fluxo das chuvas. Por volta das 11 horas da manhã de ontem este cenário foi resolvido, com a normalidade a voltar ao hospital Queen Mary perto do meio-dia. As chuvas levaram também ao grande aumento do nível da água no Reservatório Lower Shing Mun, na zona de Sha Tin, o que levou à notificação dos residentes de complexos habitacionais nas proximidades, como Mei Lam Estate, May Shing Court, Mei Chung Court e Granville Garden. Apesar das fortes chuvas, algumas pessoas deslocaram-se ao trabalho normalmente fazendo percursos alternativos. Foi o caso de Mak, uma mulher que, ao canal RTHK, disse que teve de fazer um desvio para chegar ao escritório. “Não consegui ir directamente para lá e tive de fazer um percurso mais longo. O metro [MTR] fez alguns avisos [sobre a tempestade e encerramentos], mas gostaria que os fizessem também dentro das carruagens, pois só percebi que o acesso estava encerrado quando cheguei à saída”, descreveu. Vem aí o sol Informações disponibilizadas pelo Observatório de Hong Kong falam na passagem de uma “monção de sudoeste activa e perturbações em alta altitude que estão a trazer chuvas fortes e trovoadas violentas para a costa sul da China e a parte norte do Mar da China Meridional”. Ontem foi mesmo quebrado o recorde de precipitação diária mais alta para Agosto desde 1884, ao registarem-se, até às 14h, 355,7 milímetros de precipitação na sede do Observatório. Para hoje o tempo deverá manter-se instável em Hong Kong, com “chuvas fortes no início” do dia. Porém, estas “deverão diminuir gradualmente” amanhã, esperando-se “muito calor com períodos de sol nos próximos dois dias”. Também os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) deixam um alerta de chuva forte até hoje com “aguaceiros frequentes, por vezes intensos, acompanhados de trovoadas”. O sol deverá começar a aparecer na RAEM a partir de amanhã, ainda com algumas nuvens, prolongando-se este cenário meteorológico até à próxima segunda-feira. As temperaturas deverão chegar aos 33 graus.
Hoje Macau China / ÁsiaKremlin | Rússia adverte EUA contra efeitos de guerra nuclear A Rússia advertiu ontem que não há vencedores numa guerra atómica, depois de o Presidente dos Estados Unidos ter anunciado a mobilização de dois submarinos nucleares em resposta a uma alegada ameaça russa. “Numa guerra nuclear não há vencedores”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitry Peskov na conferência de imprensa telefónica diária, citado pela agência de notícias espanhola EFE. Peskov pediu cautela nas declarações sobre arsenais nucleares. “Pensamos que toda a gente deve ter muito cuidado com o que diz sobre a questão nuclear”, afirmou Peskov, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). Peskov disse ainda que os dois submarinos norte-americanos anunciados por Trump “já estão em serviço” de forma permanente. “Não queremos ser arrastados para uma tal polémica”, acrescentou. Donald Trump anunciou na sexta-feira a deslocação de dois submarinos nucleares para “zonas apropriadas”, que não especificou, em resposta a comentários que considerou provocatórios do ex-presidente russo, Dmitri Medvedev (2008-2012). A ordem de Trump foi dada um dia depois de Medvedev o ter criticado por ter feito um ultimato a Moscovo para acabar com a guerra contra a Ucrânia, iniciada em Fevereiro de 2023. Medvedev considerou o ultimato como “uma ameaça e um passo para a guerra” com os Estados Unidos e advertiu Washington de que a Rússia “não era Israel, nem tão pouco o Irão”.
Hoje Macau China / ÁsiaChikungunya | Guangdong aplica medidas decisivas à medida que casos de febre alastram A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau, registou na última semana milhares de novos casos de febre de chikungunya, com as autoridades locais a prometerem “medidas decisivas e vigorosas” para travar a propagação da doença. Segundo a televisão estatal CCTV, foram detectados 2.892 novos casos na semana terminada no sábado, sem registo de infecções graves ou fatais. A maioria – 2.770 – ocorreu em Foshan, enquanto Cantão, a capital provincial, contabilizou 65 casos. Num encontro do governo provincial no sábado, o governador Wang Weizhong apelou a medidas “mais resolutas” para “vencer a difícil batalha contra o surto no mais curto espaço de tempo possível”, noticiou o órgão estatal southcn.com. No mesmo dia, Shen Hongbing, director do Centro Nacional de Controlo e Prevenção de Doenças, visitou Foshan, apelando a esforços rápidos para “eliminar o surto no mais curto prazo e salvaguardar a saúde pública e a estabilidade social”. A febre de chikungunya é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes, que provoca febre alta súbita, dores intensas nas articulações, erupções cutâneas e fadiga. Não é transmissível por contacto directo entre pessoas. Embora raramente seja fatal, a doença pode causar sintomas debilitantes durante semanas. Guangdong é, até agora, a província mais afectada da China, com Foshan – um centro industrial com 10 milhões de habitantes – a representar mais de metade dos casos reportados. Durante a visita a Foshan, Shen sublinhou ainda a necessidade de uniformizar o tratamento. Na sexta-feira, o Centro de Protecção da Saúde de Hong Kong indicou que todos os casos registados em Foshan eram ligeiros, sem infecções graves ou fatais. No sábado, a região anunciou o primeiro caso de chikungunya desde 2019. Na reunião provincial em Guangdong, Foshan foi instada a concentrar esforços em áreas-chave e intensificar medidas de controlo direccionadas, criando condições favoráveis para “um ponto de viragem precoce no surto”.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Registados recordes de calor em 17 localidades O Japão registou ontem recordes de calor em 17 localidades, depois de Junho e Julho terem sido os meses mais quentes de sempre no arquipélago, anunciou a Agência Meteorológica Japonesa (JMA, na sigla em inglês). A cidade de Komatsu, na região central de Ishikawa, registou um novo recorde de 40,3 °C, disse a JMA, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP). Na mesma região, Toyama registou 39,8 °C, uma temperatura que não ocorria desde o início dos registos, há 126 anos, segundo a agência meteorológica japonesa. Quinze outras localidades atingiram novos máximos entre 35,7 °C e 39,8 °C, acrescentou a JMA, que monitoriza mais de 900 pontos no arquipélago da Ásia Oriental. No final de Julho, o Japão registou a temperatura mais elevada de sempre, com 41,2 °C em Tamba, na região ocidental de Hyogo. Os cientistas demonstraram que as alterações climáticas provocadas pelo homem estão a tornar as ondas de calor mais intensas, mais frequentes e mais generalizadas, referiu a AFP. Os meteorologistas japoneses têm advertido contra uma ligação directa entre condições meteorológicas específicas, como o calor elevado num determinado período, e as alterações climáticas a longo prazo. No entanto, observaram que o aquecimento global tem vindo a alimentar fenómenos meteorológicos imprevisíveis nos últimos anos. Em brasa O Verão de 2024 foi o mais quente alguma vez registado no arquipélago, a par do recorde estabelecido em 2023, seguido do Outono mais quente desde o início dos registos. Este ano, a estação das chuvas terminou na região ocidental cerca de três semanas mais cedo do que o habitual. Com a fraca pluviosidade e o calor intenso, várias barragens do norte ficaram quase vazias, indicou o Ministério do Território japonês. Os agricultores receiam que a falta de água e o calor extremo causem uma quebra de colheitas. Outro sinal do aquecimento global tem a ver com as emblemáticas cerejeiras, que estão a florescer mais cedo ou a não florescer porque os Outonos e Invernos não são suficientemente frios para desencadear a floração. O icónico manto de neve do Monte Fuji só apareceu no início de Novembro de 2024, quase um mês mais tarde do que tem sido normal. Entre os continentes, a Europa registou o aquecimento mais rápido desde 1990, seguida de perto pela Ásia, de acordo com dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
Hoje Macau Via do MeioLágrimas e crocodilos – Chega de moralismo e lamentos pela «armadilha» industrial chinesa Por Wang Zichen Imagem: Wang Qingsong, Can I cooperate with you, fotografia120x200cm,2000 Recentemente, os comentários norte-americanos pintaram um quadro em que a China executa um plano calculado, há muito arduamente elaborado, para atrair empresas estrangeiras para o seu mercado, apenas para extrair a sua tecnologia e estimular os concorrentes nacionais – acabando por descartar as empresas estrangeiras depois de terem cumprido o seu objetivo. Nesta narrativa, uma empresa americana após outra é vítima da suposta armadilha da “tecnologia para o mercado” de Pequim: primeiro a Motorola, depois a Apple e agora a Tesla. Dois artigos recentes do Wall Street Journal sobre a China (8 de julho e 15 de julho, 2025) resumiram este ponto de vista, contando como a Motorola ajudou a alimentar a indústria de telecomunicações da China apenas para ser ultrapassada, e como a estrela da Tesla na China se desvaneceu à medida que os fabricantes locais de veículos eléctricos cresceram. Cada artigo levava os leitores a uma conclusão precipitada – por exemplo, um terminava com a pergunta: “Como acha que as empresas americanas devem abordar a China actualmente?”, e o seguinte com a pergunta: “Acha que os EUA devem apertar ainda mais as suas restrições tecnológicas à China?” Estas perguntas reforçam o ângulo de que as empresas estrangeiras foram vítimas ingénuas e a China a beneficiária astuta, em vez de convidarem a um debate aberto. Esta perspectiva unidimensional ganhou ainda mais força com vozes como a do antigo estratega da Casa Branca, Steve Bannon, que foi citado no Financial Times esta semana, troçando a propósito de “as empresas americanas terem passado décadas a ser enganadas, a ser ludibriadas pelo Partido Comunista Chinês, a transferir as jóias da coroa da nossa tecnologia. E, por isso, não receberam nada”. Segundo Bannon, as empresas ocidentais foram essencialmente enganadas – seduzidas pelo mercado chinês, despojadas do seu know-how e deixadas com os bolsos vazios. (Não importa que Bannon tenha forrado o seu próprio bolso com o dinheiro de um vigarista chinês fugitivo.) Este tipo de narrativa é cativante, sim, mas é também profundamente enganadora. Assenta num tom moralizador e condescendente que simplifica demasiado uma realidade muito mais complexa. Implícita nestas narrativas está a presunção de que a hierarquia global de domínio tecnológico – há muito liderada por empresas ocidentais – deve permanecer fixa para sempre. O tom subjacente é que as empresas ocidentais têm um direito natural à sua liderança e que, se as empresas chinesas as alcançarem ou ultrapassarem, deve haver algo de malicioso em jogo. Há um sentimento quase palpável de indignação pelo facto de um “arrivista” do mundo em desenvolvimento se atrever a desafiar a ordem estabelecida. Esta mentalidade trata o sucesso anterior das empresas ocidentais como legítimo e o avanço das outras como uma violação, ignora a realidade histórica de que todas as grandes potências industriais se ergueram aprendendo com os outros. No passado, o próprio Ocidente tomava emprestada ou roubava tecnologia livremente: como disse uma análise da Associated Press: “A nação emergente era um antro de pirataria intelectual” – no final do século XVIII e início do século XIX, essa “nação pária” eram os Estados Unidos, cujo Secretário do Tesouro Alexander Hamilton apoiou o roubo de segredos industriais britânicos. Os primeiros americanos pirateavam projectos de máquinas têxteis e atraíam artesãos britânicos; na verdade, os EUA eram “a China do século XIX”, nas palavras de um artigo da Foreign Policy de um vencedor do prémio Loeb. Só depois de se tornarem líderes industriais é que os Estados Unidos defenderam protecções rigorosas da Propriedade Intelectual. Ao recriar os processos de desenvolvimento industrial e de difusão do conhecimento como sendo exclusivamente nefastos quando a China o faz, a narrativa actual associa o avanço nacional à ilegitimidade. Confunde a perda de um monopólio ocidental com a perda de justiça. O tom moralizador faz mais do que provocar cepticismo intelectual – gera uma espécie de ressentimento. É como se o domínio ocidental na inovação fosse considerado a ordem natural e qualquer desafio fosse automaticamente suspeito. Estas narrativas, envoltas na linguagem da justiça e da “batota”, soam muitas vezes a lamentos velados pela perda de privilégios. Dizem aos leitores o que devem pensar – a China é má, o Ocidente foi enganado – em vez de encorajar uma análise genuína do modo como a tecnologia e o poder funcionam efectivamente numa economia globalizada. O resultado é menos jornalismo do que ideologia, alimentando uma espécie de ansiedade tecno-nacionalista que substitui a indignação moral pela clareza analítica. Durante décadas, a estratégia industrial da China assentou no princípio da troca de acesso ao mercado por tecnologia – algo explicitamente articulado por Deng Xiaoping já na década de 1980. Longe de ser uma armadilha, tratou-se de um negócio deliberado e transparente que permitiu que ambas as partes beneficiassem. Tomemos como exemplo a General Motors (GM). A GM entrou na China na década de 1990 através de uma empresa comum e, em 2010, a GM estava a vender mais carros na China do que nos Estados Unidos. A procura de automóveis na China constituía uma enorme oportunidade de mercado, e o sucesso da GM, outrora, tornou-se uma parte vital do seu negócio global. As vendas da GM na China atingiram um pico de 4 milhões de veículos por ano no final da década de 2010, o que a tornou no maior mercado automóvel do mundo. Era uma relação mutuamente benéfica – a China dava acesso a um mercado enorme e em rápido crescimento, enquanto a GM ganhava um elevado volume de vendas e eficiência de fabrico. Agora, considere a Apple. Ao longo da última década, a Apple obteve cerca de 227 mil milhões de dólares em lucros operacionais provenientes da China, o que representa mais de um quarto dos seus lucros totais durante esse período. Os lucros da Apple foram reforçados pela montagem dos seus iPhones na China, onde os custos de mão de obra eram mais baratos e fabricantes como a Foxconn tratavam da produção em massa. Esta parceria permitiu à Apple obter enormes poupanças de custos, ao mesmo tempo que construía uma cadeia de abastecimento de classe mundial na China. Este não é um caso isolado. Nos primeiros anos de atividade da Tesla na China, a empresa recebeu um apoio substancial do governo chinês, incluindo a primeira fábrica estrangeira detida a 100% em Xangai, que também facilitou terrenos e empréstimos. As vendas do Modelo 3 da Tesla dispararam na China e a empresa tornou-se um dos veículos eléctricos mais vendidos no país. A ascensão dos fabricantes chineses de veículos eléctricos, como a BYD e a NIO, pode ter diminuído a quota de mercado da Tesla, mas trata-se de concorrência em ação. A política da China para atrair actores estrangeiros como a Tesla não consistiu em roubar a tecnologia da Tesla, mas sim em introduzir um “catfish” [firma que vem agitar o mercado] e criar um ambiente competitivo que levasse os fabricantes nacionais a inovar. De facto, a Tesla beneficiou muito com a sua presença na China e o mercado local de veículos eléctricos explodiu devido a essa presença. É essa a natureza dos mercados competitivos: surgem novos actores e mesmo as empresas dominantes enfrentam a concorrência, o que leva todos a fazer melhor. A história da Motorola também foi contada com um toque de nostalgia, que, por exemplo, referia que “a entrada da Motorola não se limitou a construir um mercado; ajudou a construir uma China moderna”. Esta versão, devidamente apimentada com citações de um antigo executivo da Motorola, lamenta a forma como a Motorola se arruinou a si própria devido à generosidade forçada para com a China, omitindo convenientemente algum contexto fundamental. A empresa também perdeu a sua liderança devido a erros estratégicos. Não conseguiu antecipar a revolução dos smartphones e ficou irremediavelmente atrás da Apple e da Samsung, incapaz de igualar a inovação do iPhone ou o boom do Android que se seguiu. E para terminar a ironia, considere este conto pouco conhecido: no final de 2003, a Huawei tentou vender-se à Motorola. A relação comercial entre os EUA e a China nunca foi um caso em que um lado foi enganado e o outro planeou um grande roubo. As empresas ocidentais tomaram decisões calculadas para entrar na China e, em troca de acesso ao mercado, partilharam alguma da sua tecnologia. A narrativa de que a ascensão da China é um “longo golpe” ignora as contrapartidas legítimas e calculadas feitas por todas as partes. A China não “enganou” estas empresas; ofereceu-lhes acesso ao seu mercado em crescimento em troca de conhecimentos, que a China utilizou para construir a sua própria base industrial. Em última análise, a história da ascensão da China tem a ver com concorrência – tal como o Japão e a Coreia do Sul competiram outrora com as empresas americanas, a ascensão da China no domínio da tecnologia faz parte de um padrão global de concorrência industrial. Isto não torna as acções da China “maliciosas”; é apenas a forma como o mundo funciona. O Ocidente não tem direito ao domínio eterno da tecnologia e a ascensão da China não deve ser vista como um “roubo”, mas como um desafio competitivo que obriga todos a inovar e a adaptar-se. De facto, os monopólios do conhecimento e a protecção da propriedade intelectual por parte de poderosas empresas transnacionais sediadas em países de elevado rendimento estão a conduzir a uma intensa concentração da riqueza e do poder das empresas, travando assim o desenvolvimento económico nos países de baixo rendimento. Um artigo recente de Cedric Durand e William Milberg expõe este ponto de forma vigorosa. Os autores constatam um enorme aumento do rendimento internacional gerado pelos direitos de propriedade intelectual entre a década de 1980 e a década de 2010, que se destina quase exclusivamente aos países de elevado rendimento (dominados pelos Estados Unidos). Em 1980, o rendimento gerado pelos pagamentos internacionais relacionados com a utilização da propriedade intelectual era bastante igual em todo o mundo. Em 2016, este rendimento foi cem vezes superior nos países de rendimento elevado do que nos países de rendimento baixo e médio (323 mil milhões de dólares contra 3 mil milhões de dólares). Devemos também reconhecer que as empresas transnacionais dos países de elevado rendimento – os principais beneficiários das patentes – dependem totalmente da mão de obra e dos sistemas de produção dos países de baixo rendimento para gerar lucros. Por exemplo, a inovação e os lucros inesperados da indústria tecnológica dos EUA não seriam possíveis sem a mão de obra de países como a China e a Índia. De facto, o artigo supracitado de Durand e Milberg sublinha explicitamente que as grandes empresas tecnológicas sediadas nos Estados Unidos obtêm lucros enormes principalmente porque tiram partido do seu poder na economia mundial, e não porque inovam. Quando muito, os países de rendimento elevado devem aos países de rendimento mais baixo enormes quantidades de tecnologia devido ao facto de tirarem partido da sua mão de obra e competências. Existe um equívoco comum de que as empresas chinesas estão a ultrapassar as empresas americanas. Embora isso seja verdade em alguns sectores – e esteja a acontecer cada vez mais -, a ascensão capitalista da China tem, na verdade, impulsionado o poder estrutural dos EUA em certos aspectos, especialmente ao gerar mais lucros para as empresas americanas. Um estudo de Sean Starrs conclui que a maioria das indústrias globais continua a ser dominada por empresas americanas , ajudadas pela ascensão da China. Starrs salienta que tanto os investimentos na China como as importações de factores de produção da China permitiram às empresas americanas manter o seu domínio global. Em conclusão, a narrativa da China como uma “armadilha” maliciosa para as empresas estrangeiras é uma moralização fácil e hipócrita que ignora as realidades complexas da concorrência global e do avanço tecnológico. Se aspiramos genuinamente a um mundo mais justo e próspero – uma aspiração que não é universalmente partilhada, mas pela qual vale a pena lutar – a verdadeira questão é saber porque é que tão poucos países subiram com sucesso a escada tecnológica. Em vez de se deixarem enganar pela propaganda de Wall Street, talvez os países em desenvolvimento pudessem tentar tirar uma página do livro chinês para nivelar o campo de jogo – tanto com os países ricos como com a China – na criação de uma paisagem global mais equitativa.
Hoje Macau China / ÁsiaCinema | Filme sobre massacre de Nanjing arrecada 181 ME e lidera bilheteira O filme Dead To Rights, sobre o massacre de Nanjing, lidera a bilheteira na China, após arrecadar mais de 1.500 milhões de yuan em duas semanas, impulsionado pelo 80.º aniversário da rendição japonesa. A obra centra-se nas provas fotográficas do massacre ocorrido em 1937, naquela cidade do leste da China, às mãos do Exército imperial japonês. A história acompanha Ah Chang, um funcionário dos correios que se faz passar por técnico de laboratório para sobreviver. Sob pressão, revela fotografias aos militares japoneses, enquanto transforma o estúdio num refúgio, ajudando civis e soldados a fugir e, ao mesmo tempo, expõe ao mundo provas visuais da atrocidade. A produção gerou grande repercussão nas redes sociais chinesas, onde circulam imagens de espectadores a prestarem continência nos cinemas durante os créditos finais e a entoarem palavras de ordem em homenagem às vítimas dos acontecimentos retratados. Dead To Rights está em exibição numa altura em que decorrem os preparativos para o desfile militar marcado para 3 de Setembro, em Pequim, que assinala o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e da rendição japonesa. A 13 de Dezembro de 1937, tropas japonesas invadiram Nanjing e, nas seis semanas seguintes, saquearam e incendiaram a cidade, violaram dezenas de milhares de mulheres e mataram entre 150.000 e 340.000 pessoas, segundo diferentes fontes históricas. Todos os anos, a China assinala essa data com uma cerimónia no Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses, erguido no local. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu grande parte do território chinês, onde cometeu crimes de guerra generalizados, incluindo massacres sistemáticos de civis, experiências com armas biológicas e a utilização de mulheres chinesas como escravas sexuais por parte de militares nipónicos. O Governo chinês tem criticado com frequência as autoridades japonesas por adoptarem uma postura que considera revisionista em relação à invasão e aos crimes cometidos.
Hoje Macau China / ÁsiaHunan | Homem mata duas pessoas e fere outras três em ataque Pelo menos duas pessoas morreram e três ficaram feridas após um ataque perpetrado por um homem no centro da China, confirmaram ontem as autoridades. O incidente ocorreu no domingo, às 18:00 locais, na cidade de Leiyang, na província central de Hunan. Segundo as autoridades, um homem de 31 anos, de apelido Duan, realizou um ataque “intencional” de natureza não especificada contra um grupo de pessoas. Desconhece-se, por enquanto, se o agressor conhecia as vítimas ou se se tratou de um ataque indiscriminado. Os feridos, que foram transportados para unidades de saúde, encontram-se livres de perigo, acrescentaram as autoridades num breve comunicado. As causas do ataque estão a ser investigadas. Nos últimos anos, têm-se multiplicado na China os ataques indiscriminados contra multidões, seja com veículos ou com armas brancas. Entre os casos mais recentes está o atropelamento em massa ocorrido em Novembro de 2024 na cidade de Zhuhai, no sul do país, que provocou 35 mortos e cerca de 40 feridos. O autor, condenado à morte em Dezembro, foi executado em Janeiro. Estes incidentes são geralmente descritos pelas autoridades e pela imprensa como casos de “vingança contra a sociedade”, em que indivíduos frustrados com problemas pessoais descarregam a sua ira sobre inocentes. A Procuradoria Popular Suprema prometeu recentemente “castigos severos, rigorosos e rápidos” para os responsáveis por este tipo de crimes, enquanto o Ministério da Segurança Pública apelou ao reforço das medidas de prevenção para “manter a estabilidade social”.
Hoje Macau China / ÁsiaMeteorologia | Decretado alerta máximo devido às chuvas As autoridades de Pequim voltaram ontem a emitir um alerta vermelho para chuvas intensas, uma semana depois de inundações que causaram 44 mortos, com risco elevado de aluimentos de terra. O serviço meteorológico local prevê chuvas fortes em toda a cidade até esta manhã, com mais de 100 milímetros em seis horas na maioria das áreas, e mais de 200 milímetros em algumas zonas, noticiou a agência oficial chinês Xinhua. As chuvas devem atingir com maior intensidade as áreas montanhosas de Miyun, Fangshan, Mentougou e Huairou, na periferia da capital chinesa, onde há elevado risco de inundações e aluimentos de terra, alertaram as autoridades, que apelaram aos residentes para permanecerem em casa e evitarem zonas de montanha e margens de rios. Na semana passada, chuvas torrenciais causaram 44 mortos e nove desaparecidos naquelas áreas. Nos últimos verões, fenómenos meteorológicos extremos têm afectado com frequência o território chinês: em 2023, inundações em Pequim provocaram mais de 30 mortos, enquanto em 2022 várias vagas de calor extremo e secas severas atingiram o centro e o leste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim rejeita exigência dos EUA para deixar de comprar petróleo russo e iraniano Embora continuem a ser ultrapassados obstáculos na guerra das tarifas, a administração chinesa recusa veementemente qualquer interferência externa sobre onde deve adquirir o fornecimento de energia Estados Unidos e China poderão chegar a acordo em várias áreas para evitar tarifas punitivas, mas continuam afastados numa questão central: a exigência de Washington para que Pequim deixe de comprar petróleo ao Irão e à Rússia. “A China vai sempre assegurar o seu fornecimento energético de acordo com os seus interesses nacionais”, publicou na quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês na rede social X, após dois dias de negociações comerciais em Estocolmo e na sequência da ameaça norte-americana de uma tarifa de 100 por cento. “A coerção e a pressão não terão qualquer efeito. A China vai defender firmemente a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, acrescentou. A reacção surge num momento em que ambos os países manifestam optimismo sobre a possibilidade de estabilizar as relações comerciais, após terem recuado nas tarifas elevadas e nas restrições comerciais mais duras. A posição de Pequim, no entanto, salvaguardou pontos inegociáveis nas discussões com a Administração de Donald Trump, sobretudo quando o comércio é associado às políticas energética e externa chinesas. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse aos jornalistas, após as conversações, que, no que toca às compras de petróleo russo, “os chineses levam a sua soberania muito a sério”. “Não queremos interferir na sua soberania, por isso eles preferem pagar uma tarifa de 100 por cento”, afirmou, acrescentando que considera os negociadores chineses “duros”, mas que isso não travou as negociações. “Acredito que temos as bases para um acordo”, disse, em entrevista à CNBC. O consultor Gabriel Wildau, director-geral da Teneo, considerou improvável que Trump avance, de facto, com a tarifa de 100 por cento, já que tal “provavelmente destruiria todo o progresso recente e acabaria com qualquer hipótese” de um anúncio de acordo comercial numa eventual reunião entre Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, prevista para o Outono. Os EUA querem restringir as vendas de petróleo da Rússia e do Irão, fontes de receita fundamentais para os dois países, e assim tentar reduzir o financiamento dos respetivos orçamentos militares, num momento em que Moscovo continua a guerra na Ucrânia e Teerão apoia grupos armados no Médio Oriente. Resistir para vencer Em Abril, quando Trump apresentou um vasto plano de tarifas a impor a dezenas de países, a China foi o único país a retaliar, recusando ceder à pressão norte-americana. “Se os EUA insistirem em impor tarifas, a China lutará até ao fim”, disse Tu Xinquan, director do Instituto de Estudos da OMC na Universidade de Negócios e Economia Internacionais, em Pequim. Tu acrescentou que Pequim poderá suspeitar que os EUA não irão cumprir a ameaça, questionando a prioridade dada por Trump ao combate à Rússia. Scott Kennedy, conselheiro sénior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington, afirmou que Pequim dificilmente alterará a sua postura enquanto identificar incoerências na política externa dos EUA em relação à Rússia e ao Irão. Kennedy disse também que Pequim poderá tentar usar a questão como instrumento de negociação para obter mais concessões de Trump. Para Danny Russel, investigador do Asia Society Policy Institute, Pequim vê-se agora como “quem tem as cartas na mão” na disputa com Washington. “Trump deixou claro que quer um acordo de grande impacto mediático com Xi, por isso rejeitar a exigência dos EUA para parar as compras de petróleo ao Irão e à Rússia provavelmente não será visto como um obstáculo ao acordo, mesmo que cause atritos e atrasos”, sublinhou. A manutenção das compras de petróleo russo garante a Xi “solidariedade estratégica” com o Presidente russo, Vladimir Putin, e reduz significativamente os custos para a economia chinesa, acrescentou Russel. “Pequim não pode abdicar do petróleo da Rússia e do Irão, que está a ser comprado a preços de saldo”, explicou. Segundo a Administração de Informação Energética dos EUA, entre 80 por cento e 90 por cento do petróleo exportado pelo Irão em 2024 teve como destino a China, que importa mais de um milhão de barris por dia. Pequim é também um dos principais clientes de Moscovo, a seguir à Índia, com as importações de crude russo a subirem em Abril 20 por cento face ao mês anterior, para mais de 1,3 milhões de barris diários, segundo o KSE Institute, ligado à Kyiv School of Economics.
Hoje Macau EventosFRC | Caligrafia em destaque na mostra “Vai em Frente, o Futuro Brilha” É hoje inaugurada uma nova exposição na Fundação Rui Cunha, e que ficará patente por um curto período de tempo, até este sábado. Trata-se de “Vai em Frente, o Futuro Brilha”, uma mostra de caligrafia cujos protagonistas são os alunos dos cursos de arte e literatura do Centro Budista Fo Guang Shan. Trata-se de uma homenagem ao mestre Hsing Yun A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe, entre hoje e sábado, uma nova exposição de caligrafia. Trata-se da mostra “Keep Going, The Future is Bright” [Vai em Frente, o Futuro Brilha], com organização do professor e alunos dos cursos de arte e literatura do Centro Budista Fo Guang Shan, e é apresentada como uma homenagem ao “venerável mestre” Hsing Yun. A mostra apresenta cerca de 50 obras de caligrafia e pintura chinesa “que procuram dar continuidade ao espírito do mestre Hsing Yun, fundador do Centro Budista, cujos problemas de visão se viriam a agravar nos últimos anos de vida”, descreve uma nota do FRC. O mesmo mestre desenvolveu e utilizou o “olho do coração” e o “olho do Dharma” para escrever a sua caligrafia única de “um traço”, na esperança de transmitir compaixão, sabedoria, paz e luz através das suas criações. O Dharma é um conceito multifacetado que se refere, em grande parte, ao princípio da ordem cósmica, da rectidão, do dever e do caminho para uma existência com sentido, o que no budismo abrange as obrigações morais do indivíduo, a conduta ética e as leis naturais que governam o universo. Obras com mensagens O projecto inclui os trabalhos dos alunos de arte e literatura do professor Hok-lon Yim, um “jovem e influente calígrafo e pintor de Macau” que foi convidado pelo Centro Budista Fo Guang Shan para orientar o ensino da caligrafia e pintura a todos os entusiastas, com maior ou menor experiência, utilizando o pincel e a tinta para transmitir bênçãos e levar alegria às pessoas. A fundação do Centro Budista de Macau remonta ao início de 1989, quando o mestre Hsing Yun pregou o Dharma em locais públicos de Hong Kong, congregando devotos do território vizinho e também formações espontâneas de grupos provenientes de Macau, para assistirem às palestras. O convite foi então lançado ao Mestre Hsing Yun para a enviar discípulos a Macau que pregassem o Dharma, e o próprio veio cá inúmeras vezes, entre 1991 e 2014, realizando palestras emotivas, sempre com auditórios lotados. Em 1996, o Centro foi oficialmente registado como uma organização de caridade sem fins lucrativos pelo Governo, iniciando a sua missão de difundir o Dharma em Macau, seguindo o princípio de “promover o Budismo humanista e construir uma terra pura”. Esta é uma filial da Fo Guang Shan regional e o maior centro budista urbano de Macau.
Hoje Macau SociedadeJogo | Morgan Stanley dobra a previsão de crescimento de receitas As receitas brutas dos casinos de Macau durante este ano podem aproximar-se dos 248,9 mil milhões de patacas, segundo a nova estimativa dos analistas do banco de investimento Morgan Stanley. Num comunicado divulgado ontem, os analistas duplicam a previsão de crescimento das receitas de 5 por cento em termos anuais, para 10 por cento. A estimativa do banco de investimento para a margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) triplicou de uma subida de 2 por cento para 6 por cento. Em termos de média de receitas brutas, os analistas estimam valores de 682 milhões de patacas por dia em longo deste ano, é indicado no comunicado do banco, citado pelo portal GGR Asia. A actualização da Morgan Stanley surge após o anúncio oficial de que em Julho as receitas do jogo atingiram 22,125 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde o início da pandemia, 19 por cento superior ao mesmo mês de 2024. Também em Junho, as receitas aumentaram 19 por cento em termos anuais. Os analistas citam o crescimento anual de 25 por cento do número de visitantes do Interior da China no segundo trimestre como o principal impulso para a performance dos casinos de Macau nos últimos dois meses. Outros factores elencados pelo banco, são a realização de concertos de artistas populares, assim como a valorização do renminbi e a descida dos fluxos de turistas chineses para destinos como a Tailândia e Japão.
Hoje Macau SociedadeFAOM | Estudo revela falta de oferta de formações profissionais Cerca de 40 por cento dos inquiridos de um estudo considera que existe falta de diversidade na oferta de formação profissional. As conclusões resultam de um estudo apresentado ontem elaborado pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e a Associação Geral de Empregados do Sector de Serviço de Macau. Numa conferência de imprensa liderada por Leong Sun Iok, deputado e membro da FAOM, foi apontado que 40 por cento dos trabalhadores consideram haver falta de formação profissional variada. Além disso, 36,6 por cento apontou que a formação profissional disponibilizada em Macau tem pouca ligação com a carreira desenvolvida. O inquérito foi realizado entre Janeiro e Maio, e foram recolhidos 1.336 inquéritos válidos. A avaliação de alguns aspectos da formação profissional não se ficou pela oferta insuficiente, dado que mais de 1 em cada 3 dos inquiridos considerou que os formadores são de “má qualidade”. Sobre as formações profissionais que os entrevistados pretendem frequentar, 35 por cento indicou que pretende aprofundar os conhecimentos em língua e comunicação. Houve também 34,7 por cento a indicar que pretende melhorar e explorar as técnicas profissionais das áreas em que trabalha. A equipa revelou ainda que apenas 32 por cento dos entrevistados conhecem as políticas de formação profissional do Governo, pelo que se defende uma maior promoção das mesmas.
Hoje Macau Manchete SociedadeChikungunya | Autoridades reforçam eliminação de mosquitos Com os diagnósticos de Febre Chikungunya a aumentarem em Guangdong e os casos locais a despontarem em Macau, o Governo organizou algumas dezenas de equipas interdepartamentais para alertar a população e inspeccionar locais onde os mosquitos podem proliferar Os Serviços de Saúde (SS) lançaram uma campanha para eliminar as águas estagnadas em toda a cidade, à medida que são detectados mais casos de Febre Chikungunya em Guangdong e começam a ser diagnosticados casos locais em Macau. No domingo, os SS organizaram um evento em que participaram vários departamentos do Governo que vão colaborar para realizar inspecções conjuntas nos bairros residenciais para eliminar águas estagnadas e da fonte de proliferação de mosquitos. As entidades que participam na campanha são os SS, o Instituto para os Assuntos Municipais, a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, o Corpo de Polícia de Segurança Pública, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água, a Direcção dos Serviços de Turismo, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, o Instituto de Acção Social, o Instituto de Habitação e o Gabinete de Comunicação Social. As autoridades de saúde, auxiliadas por associações locais, formaram equipas para sensibilizar a população e combater a proliferação de mosquitos. A campanha incluiu a divulgação de informações nos bairros, porta a porta, sobre “métodos de limpeza de água estagnada nas casas e prevenção de mosquitos, com foco na melhoria da capacidade dos residentes de identificar e remover fontes de reprodução”. As 33 equipas, constituídas por cerca de 140 membros associativos e dos SS, inspeccionaram no domingo mais de 2.200 residências e forneceram informação a quase 700 agregados familiares. No período compreendido entre Janeiro e Julho, foram realizadas 8.903 inspecções às fontes de proliferação de mosquitos e, a partir de Abril, a frequência de eliminação de mosquitos nos 140 pontos negros de higiene em Macau aumentou para duas por mês. Em Julho, de acordo com a avaliação de risco mais actualizada, reforçou-se a eliminação de mosquitos, indicou o Grupo de Trabalho para a Prevenção Contra a Febre de Dengue. Em todas as frentes Além das acções gerais, as autoridades indicaram ontem que vão proceder a trabalhos de eliminação química de mosquitos no Toi San, em várias zonas da Areia Preta e na zona circundante da Igreja de Santo Agostinho. Na semana passada, as autoridades de saúde de Guangdong revelaram o diagnóstico positivo de Febre de Chikungunya de três trabalhadores nas obras na Zona A. “Tendo em conta a acumulação frequente e fácil de águas em estaleiros de obras da Zona A dos Novos Aterros Urbanos, por motivos de diversas obras, o que pode provocar a proliferação de mosquitos e aumentar os riscos para a saúde”, as autoridades locais indicaram ontem que em cada estaleiro será eliminada água estagnada, no mínimo duas vezes por semana. Segundo a televisão estatal CCTV, foram detectados 2.892 novos casos na semana terminada no sábado, sem registo de infecções graves ou fatais. A maioria, 2.770, ocorreu em Foshan, enquanto Guangzhou contabilizou 65 casos.
Hoje Macau PolíticaTaiwan | Requisitos de viagem de funcionários a Macau apertam Taiwan endureceu os requisitos de viagem para funcionários públicos que visitem as regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau, numa tentativa de travar a influência de Pequim, informou ontem a imprensa local. Segundo fontes citadas pelo jornal Taipei Times, próximo das autoridades de Taiwan, o Conselho de Assuntos do Continente (MAC, na sigla em inglês) – responsável pelas relações com o Interior – alterou a regulação vigente para exigir que os funcionários que viajem por “motivos não oficiais” a estas cidades apresentem relatórios antes e depois das visitas. Os que não entregarem essas informações poderão enfrentar “medidas disciplinares”, indicaram as fontes, acrescentando que as mudanças legislativas serão submetidas ao parlamento para aprovação e implementação definitiva. “As viagens à China, Hong Kong e Macau implicam riscos crescentes, e Taiwan vai reforçar ainda mais o sistema de gestão do seu pessoal”, referiram as fontes, explicando que os relatórios devem incluir também detalhes sobre reuniões ou contactos com “pessoas específicas” desses territórios. A mudança ocorre cerca de meio ano após William Lai ter anunciado um conjunto de iniciativas para contrariar as operações de influência do Interior. Entre as medidas está a obrigação de divulgação, por parte de todos os funcionários dos órgãos das autoridades da Formosa, a nível central e local, de qualquer participação em intercâmbios com entidades chinesas. Em Abril, as autoridades taiwanesas já tinham endurecido os critérios para a atribuição de residência a cidadãos de Hong Kong e Macau, por “razões de segurança nacional”.
Hoje Macau PolíticaHong Kong | John Lee faz visita oficial a Macau O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, vai estar hoje em Macau a liderar a visita de uma delegação vinda do território vizinho. O anúncio foi feito pelas autoridades da RAEHK, através de um comunicado público. Com John Lee, viajam o secretário para as Finanças, Paul Chan, o secretário dos Assuntos Constitucionais do Interior, Erick Tsang Kwok-wai, o secretário da Saúde, Lo Chung-mau, e a secretária dos Transportes e Logística, Mable Chan. John Lee tem encontro agendado com o Chefe do Executivo de Macau, Sam Hou Fai, e vai ainda realizar visitas a diferentes infra-estruturas. O líder do Governo de Hong Kong regressa à RAEHK no mesmo dia.
Hoje Macau EventosJoaquim Surumali ajuda a preservar património cultural timorense É na sua oficina em Tasi Tolu, em Díli, que Joaquim Surumali preserva o património cultural de Timor-Leste ao replicar em joias, para utilização diária, peças utilizadas nas casas sagradas e em cerimónias e danças tradicionais. Nas suas mãos, o ‘kaebauk’, ornamento com chifres de búfalo, que representa o sol, a força, segurança, protecção e poder, tradicionalmente usado na cabeça e em cima dos telhados das casas sagradas, ganha a forma de brincos e de pendentes para serem utilizados num colar. Já o “belak”, um disco de bronze que simboliza a lua e é utilizado ao peito e no interior das casas sagradas, também pode ser comprado em brincos. Na oficina de Joaquim Sumali também não faltam os colares, denominados de “morten”, por norma com a cor laranja, que trazem sorte e prosperidade e afastam os maus espíritos e as energias negativas. “Eu quero fazer este trabalho. O meu pai também trabalhava com joias, moldava o belak e o kaebauk desde o tempo dos portugueses, e até agora os meus irmãos e irmãs às vezes ainda fazem joias como kaebauk e belak em Díli”, contou à Lusa Joaquim Surumali. O joalheiro, de 34 anos, sublinhou que a sua arte é uma tradição da família, que continua até aos dias de hoje. “Aprendi a fazer joias com o meu pai e com os meus irmãos. Mas o nosso trabalho vem do nosso próprio sangue, do nosso pai e dos mais velhos que também faziam joias como as que se fazem hoje”, explicou Joaquim Surumali. Outros materiais Joaquim Surumali faz as joias em ouro, prata ou bronze, dependendo da preferência e do dinheiro dos clientes. O material, segundo o joalheiro, é comprado em Timor-Leste, mas a maioria vem da Indonésia ou de Singapura, porque os recursos no país são escassos. “Como as pessoas compram em ouro para colocar nas casas sagradas, ele já não está disponível. Por isso, tentamos comprar do estrangeiro. Na maioria das vezes, os clientes são eles que trazem o ouro e nós apenas cobramos pela nossa mão-de-obra”, disse o joalheiro. Questionado sobre os preços das joias, o artesão explicou que um “belak” de ouro puro pode custar 600 dólares e um “morten” 100 dólares. “Muitos timorenses compram estas joias, mas também muitos portugueses, sobretudo professores”, afirmou. Joaquim explicou que os portugueses apreciam estas peças porque vêem nelas algo único e tradicional de Timor-Leste. Os timorenses compram-nas para as colocar nas casas sagradas das famílias e que podem ser vistas em todos os municípios do país. Os artigos mais comprados são, sobretudo, os “belak” de ouro. Sobre o rendimento mensal da produção de joias, Joaquim Surumali disse que pode chegar até aos 500 dólares mensais, mas que depende da quantidade de clientes e das visitas.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | China lamenta sanções dos EUA a funcionários palestinianos A administração norte-americana decidiu condicionar ainda mais a concessão de vistos a membros da Organização para a Libertação da Palestina e da Autoridade Nacional Palestina. Pequim critica a decisão e acusa os EUA de não contribuírem para a paz na região A China criticou sexta-feira a decisão de Washington de impor restrições de vistos a membros e funcionários da Organização para a Libertação da Palestina e da Autoridade Nacional Palestina, que Washington acusa de “apoiar o terrorismo”. “Estamos surpreendidos e desapontados com estas sanções. Não compreendemos que os Estados Unidos continuem a menosprezar os esforços da comunidade internacional pela paz. A questão palestiniana é uma questão em que devem prevalecer a equidade e a justiça”, afirmou o porta-voz dos Negócios Estrangeiros Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo acrescentou que os Estados Unidos devem “ser responsáveis e implementar as resoluções das Nações Unidas e envidar esforços para alcançar uma solução adequada para esta questão, em vez de fazer o contrário”. O porta-voz reiterou que Pequim continuará a trabalhar com a comunidade internacional “para pôr fim ao conflito em Gaza, aliviar a crise humanitária e avançar para a implementação do quadro dos dois Estados”. O Departamento de Estado dos EUA indicou na quinta-feira num comunicado que “é do interesse da segurança nacional dos EUA impor consequências e responsabilizar a Organização para a Libertação da Palestina e a Autoridade Nacional Palestina por não cumprirem os seus compromissos e minarem as perspectivas de paz”. “Além disso, (ambas as entidades) continuam a apoiar o terrorismo – incluindo a glorificação da violência, especialmente nos livros escolares – e a conceder pagamentos e benefícios em apoio a actividades terroristas a palestinianos envolvidos em terrorismo e às suas famílias”, lê-se no comunicado. Pressão alta O anúncio das sanções surge no meio de uma crescente pressão internacional sobre Israel para melhorar as condições na Faixa de Gaza, que atravessa uma grave crise humanitária e onde, nos últimos dias, as autoridades locais denunciaram um pico de mortes relacionadas com a fome. França, Reino Unido e Canadá, entre outros países, expressaram a sua decisão de reconhecer um Estado palestino perante a ONU em resposta à situação, anúncios que foram recebidos com fortes críticas do governo israelita, que considera essa medida um “apoio ao Hamas”. O presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu na quinta-feira que a maneira “mais rápida” de pôr fim à crise em Gaza é a rendição do grupo islamista palestino e a devolução dos reféns israelitas que mantém em seu poder.
Hoje Macau SociedadeMelco apresenta lucros de 17,2 milhões no segundo trimestre A operadora de jogo em Macau Melco anunciou lucros líquidos no segundo trimestre de 17,2 milhões de dólares, menos 24,4 por cento do que em igual período em 2024. Em termos globais, a Melco Resorts & Entertainment registou um aumento de 14,5 por cento nas receitas operacionais totais em relação ao trimestre homólogo de 2024, para 1,33 mil milhões de dólares, e um aumento de 16,2 por cento nas receitas de jogos, atingindo 1,1 mil milhões de dólares entre 1 de Abril e 30 de Junho de 2025, impulsionado pelo forte desempenho dos casinos e resorts em Macau. O lucro operacional no segundo trimestre de 2025 foi de 124,7 milhões de dólares, resultado que supera os 123,7 milhões de dólares no segundo trimestre de 2024. O EBITDA ajustado foi de 377,7 milhões de dólares no segundo trimestre de 2025, em comparação com 302,8 milhões de dólares no segundo trimestre de 2024. Lawrence Ho, presidente e director executivo da Melco, citado no comunicado da operadora, sublinhou que “o EBITDA da Macau Property cresceu 35 por cento em relação ao ano anterior e 13 por cento em relação ao trimestre anterior”. Destacadas maiores receitas Por outro lado, acrescentou o executivo, “os volumes e receitas dos jogos aumentaram, com o City of Dreams Macau e o Studio City a estabelecerem novos recordes em receitas de jogos de mesa no mercado de massa”. Este desempenho, sublinhou ainda Lawrence Ho, foi apoiado por aumentos na eficiência de custos, levando a margens mais fortes. “Estamos confiantes de que as iniciativas estratégicas que implementámos nos proporcionaram uma base sólida para um crescimento contínuo”, afirmou.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Receitas atingem em Julho o valor mais alto desde pandemia Após o início do ano em que as receitas desiludiram e obrigaram à revisão do orçamento, o cenário parece estar agora a mudar. As receitas de Julho atingiram 22,125 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde o início da pandemia As receitas do jogo registaram em Julho um aumento anual de 19 por cento e mensal de 5 por cento, alcançando o valor mais elevado do ano e também desde Janeiro de 2020, de acordo com os dados anunciados na sexta-feira. Os casinos arrecadaram 22,125 mil milhões de patacas em Julho, contra 18,595 mil milhões de patacas no mesmo mês de 2024, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Em Junho deste ano, os casinos tinham registado receitas de 21,064 mil milhões de patacas, sendo que Maio era até agora o mês com o valor mais elevado de 2025: 21,193 mil milhões de patacas. Julho apresenta-se ainda como o melhor mês desde Janeiro de 2020, quando as receitas dos casinos alcançaram um valor muito próximo: 22,126 mil milhões de patacas. Desde final de Janeiro de 2020, a pandemia da covid-19 teve um impacto sem precedentes no jogo, motor da economia de Macau, com os impostos sobre as receitas desta indústria a financiarem a esmagadora maioria do orçamento governamental. Em termos de receita bruta acumulada, os primeiros sete meses deste ano registaram um aumento de 6,5 por cento em relação ao ano anterior, com um total de 140,896 mil milhões de patacas contra 132,348 mil milhões de patacas entre Janeiro e Julho de 2024. Macau fechou o ano passado com receitas totais de 226,782 mil milhões de patacas, mais 23,9 por cento do que no ano anterior. Revisão orçamental O Governo previu, no orçamento inicial para 2025, que o ano iria fechar com receitas totais de 240 mil milhões de patacas, o que representaria um aumento de 6 por cento em comparação com o ano passado. Mas, em 11 de Junho, a Assembleia Legislativa aprovou um novo orçamento, proposto pelo Executivo, que reduz em 4,56 mil milhões de patacas a previsão para as receitas públicas. O secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, admitiu aos deputados que o corte se deve ao facto de as receitas brutas do jogo no primeiro trimestre de 2025 terem “ficado ligeiramente abaixo do previsto”. Desde Maio deste ano que as receitas mensais nunca ficaram abaixo de 20 mil milhões e patacas, uma séria de três meses consecutivos. No entanto, até Abril, inclusive na altura do Ano Novo Lunar, um dos picos altos da indústria, as receitas nunca tinham atingido 20 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeChikungunya | Registados os dois primeiros casos locais Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram no Sábado os primeiros dois casos locais de febre de Chikungunya. Os dois casos estão ligados à Zona A dos Novos Aterros, anteriormente associada como uma zona de contágio, pelas autoridades do Interior. O primeiro caso local de febre de Chikungunya diz respeito a um residente local, do sexo masculino, com 34 anos que vive na Areia Preta e trabalha num estaleiro da Zona A. O homem começou a apresentar sintomas a 27 de Junho, com a garganta inflamada, embora não tivesse febre nem dores nas articulações. O primeiro teste foi negativo. Os sintomas pioram nos dias seguintes, o que fez com que se tivesse deslocado no dia 1 de Agosto ao Centro Hospitalar Conde São Januário. Neste dia, o diagnóstico foi positivo. Durante o período anterior ao contágio, o homem não saiu de Macau. O segundo caso, envolve uma residente com 34 anos que trabalha nos estaleiros da Zona A dos Novos Aterros. De acordo com os SS, a mulher começou a desenvolver sintomas a 30 de Julho, inicialmente com as pernas a ficarem vermelhas. No entanto, os sintomas alastraram-se à cara, ao mesmo tempo que começou a desenvolver febre. Por isso, no dia 1 de Agosto, a mulher foi ao Hospital Kiang Wu. O diagnóstico foi feito no dia seguinte, pelo Laboratório Público de Saúde. A paciente encontra-se numa situação estável, longe de perigo, e a receber tratamento no Centro Hospitalar Conde São Januário. A mulher esteve no Japão entre os dias 13 e 21 de Julho, mas afirmou não ter sido picada por mosquitos. A partir dessa data esteve sempre a trabalhar na Zona A dos Novos Aterros, até durante os dias de fim-de-semana. Além destes dois casos locais, registaram-se outros seis casos importados de febre de Chikungunya.