Hoje Macau China / ÁsiaFMI | Revisto em alta crescimento da China para 5% em 2025 O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu ontem em alta a previsão de crescimento da economia chinesa para 2025, de 4,8 por cento para 5 por cento, citando os estímulos económicos lançados por Pequim e a trégua comercial com os Estados Unidos. A actualização consta da avaliação anual da economia chinesa, divulgada ontem, que eleva também a projecção de crescimento para 2026, de 4,2 por cento para 4,5 por cento. A missão do FMI, liderada por Sonali Jain-Chandra, destacou a “notável resiliência” da economia chinesa, apesar de “múltiplas perturbações nos últimos anos”. Ainda assim, alertou para desequilíbrios persistentes, como o prolongado ajustamento do sector imobiliário, o impacto nas finanças locais e a fraca confiança dos consumidores, que resultaram em baixa procura interna e pressões deflaccionistas. Para 2025, o FMI prevê uma inflação média de 0 por cento, com uma recuperação moderada para 0,8 por cento no próximo ano. A missão alertou ainda para os riscos de médio prazo, como o envelhecimento da população, o abrandamento da produtividade e os elevados níveis de dívida. Apesar da competitividade externa beneficiada pela desvalorização real do yuan, o FMI considera que as exportações já não podem sustentar sozinhas o crescimento. O FMI recomenda uma transição mais célere para um modelo de crescimento baseado no consumo, através da redução da elevada taxa de poupança das famílias, maior flexibilidade cambial, reforço dos sistemas de protecção social e resposta à crise imobiliária. Reformas no mercado de trabalho para reduzir o desemprego jovem e reestruturação da dívida dos governos locais através de mecanismos de insolvência são outras das propostas avançadas.
Hoje Macau Grande PlanoUE | Nova meta para reduzir 90% de poluentes até 2040 Os eurodeputados e países da União Europeia (UE) chegaram ontem a um acordo sobre uma meta para reduzir 90 por cento das emissões poluentes até 2040, com vista à neutralidade carbónica em 2050, prevendo-se, porém, novas formas de flexibilidade. “Os colegisladores acordaram numa meta de redução de 90 por cento das emissões de gases com efeito de estufa até 2040, face aos níveis de 1990, com o objectivo de alcançar a neutralidade climática da UE até 2050”, é anunciado em comunicado divulgado em Bruxelas. Depois de várias horas de negociações, o Parlamento Europeu e o Conselho chegaram assim, esta madrugada, a um acordo político provisório (que terá de ser confirmado por ambos) sobre uma emenda à Lei do Clima da UE, estabelecendo uma nova meta intermédia e vinculativa para 2040, a de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em 90 por cento em comparação com os níveis de 1990. Ainda assim, eurodeputados e países concordaram em introduzir novas formas de flexibilidade para cumprir a meta de 2040, “acreditando que a transição verde e a competitividade europeia devem avançar lado a lado”, segundo refere a nota. Em análise Em concreto, a partir de 2036, até cinco pontos percentuais da redução de emissões (mais dois do que a proposta inicial da Comissão) poderão advir de créditos internacionais de carbono de elevada qualidade, compatíveis com o Acordo de Paris. No caso de Portugal, por exemplo, isto significa que projectos sustentáveis em países como os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) possam contar para a meta portuguesa. “Graças à insistência do Parlamento, foram integradas salvaguardas adicionais, incluindo a proibição de financiar projectos em países parceiros que contrariem os interesses estratégicos da União”, assinala a assembleia europeia. Cabe à Comissão Europeia analisar diferentes opções para o papel dos créditos internacionais na futura legislação climática da UE para alcançar a meta de 2040. Além disso, o executivo comunitário avaliará os progressos a cada dois anos, considerando os dados científicos mais recentes, os avanços tecnológicos e a competitividade internacional da UE. “A revisão analisará a situação das remoções líquidas a nível europeu, comparando-a com o necessário para cumprir a meta de 2040, bem como eventuais dificuldades de implementação e o potencial para reforçar a competitividade industrial da UE. Serão também consideradas as tendências nos preços da energia e respectivos impactos em empresas e famílias”, de acordo com o Parlamento Europeu. Tal permitirá a Bruxelas modificar a meta de 2040 ou adoptar medidas adicionais para reforçar o quadro de apoio, por exemplo para proteger a competitividade, a prosperidade e a estabilidade social da UE. O Parlamento votará agora o acordo informal e o Conselho terá igualmente de o aprovar, com o texto a entrar em vigor 20 dias após a sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia. A Lei Europeia do Clima torna juridicamente vinculativo o esforço de cada país para reduzir as suas emissões poluentes.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Cancelados acordos com Banco Asiático de Desenvolvimento O Governo timorense decidiu ontem cancelar três acordos de financiamento com o Banco Asiático de Desenvolvimento, incluindo o referente ao projecto de expansão do aeroporto Nicolau Lobato, assinado em 2021. O executivo timorense justificou a decisão “na sequência de uma análise aprofundada aos diversos projectos financiados por empréstimos, que voltou a evidenciar a existência de iniciativas ainda por iniciar ou com níveis de execução muito reduzidos”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros. Além do acordo de financiamento para expansão do aeroporto, no valor de 85 milhões de dólares o Governo decidiu cancelar também os financiamentos para os projectos “Power Distribuition Modernization”, assinado em Dezembro de 2021, no valor de 35 milhões de dólares, e para “Dili West Water Supply”, assinado em 2022, no valor de 50 milhões de dólares. Neste contexto, determinados acordos de financiamento actualmente em vigor deixam de ser necessários”, salientou o Governo timorense. Na reunião, o Governo aprovou também a assinatura de um acordo de empréstimo, com componente de subvenção, com o Banco Asiático de Desenvolvimento para financiar o projecto de “Melhoria de Estradas Nacionais”, fase 1. “Este projecto tem como objectivo modernizar cerca de 42 quilómetros de estradas importantes na rede rodoviária nacional, introduzindo infraestruturas de adaptação climática de pequena escala em seis sucos [conjuntos de aldeias] propensos a inundações e secas”, explicou o Governo. O projecto inclui também a reabilitação de três pontes localizadas entre Baucau e Lautém, no leste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Protesto após incursão de aviões militares de Pequim e Moscovo Seul anunciou ontem ter apresentado um “forte protesto diplomático” às autoridades russas e chinesas, após a passagem de aviões militares de Pequim e Moscovo pela zona de identificação de defesa aérea sul-coreana. O protesto foi apresentado aos adidos da defesa de ambos os países na capital sul-coreana, de acordo com o Ministério da Defesa. “As nossas forças armadas continuarão a responder activamente às actividades de aeronaves de países vizinhos dentro [da zona de identificação de defesa aérea da Coreia do Sul], em conformidade com o direito internacional”, sublinhou o responsável pelos assuntos internacionais daquele ministério, Lee Kwang-suk. A Coreia do Sul disse na terça-feira que enviou caças em resposta à entrada de sete aeronaves militares russas e duas chinesas na zona de defesa aérea do país. Esta zona é uma área maior do que espaço aéreo e que um país controla por razões de segurança, embora este conceito não esteja definido por nenhum tratado internacional. Nenhuma das aeronaves militares russas e chinesas violou o espaço aéreo sul-coreano, de acordo com o Estado-Maior Conjunto em Seul. Pequim e Moscovo evocaram exercícios militares conjuntos que, de acordo com o Ministério da Defesa russo, envolveram “bombardeiros estratégicos”.
Hoje Macau China / ÁsiaCamboja/Tailândia | Mais de meio milhão de pessoas deslocadas Os conflitos fronteiriços entre os dois países do Sudeste Asiático ameaçam a segurança dos habitantes da zona fronteiriça. Milhares de pessoas de ambos os lados foram retiradas de casa e levadas para abrigos Mais de meio milhão de pessoas foram retiradas das regiões fronteiriças entre a Tailândia e o Camboja desde o recomeço dos confrontos, no domingo, entre os vizinhos do Sudeste Asiático, anunciaram ontem as autoridades dos dois países. “Mais de 400 mil pessoas foram deslocadas para abrigos”, declarou em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério da Defesa da Tailândia, Surasant Kongsiri, após um primeiro balanço do Governo que referia 180 mil deslocados tailandeses. “Os civis tiveram de ser retirados em massa, devido ao que avaliámos como uma ameaça iminente à sua segurança”, acrescentou o responsável. Do lado cambojano, “20.105 famílias, num total de 101.229 pessoas, foram retiradas para abrigos e casas de familiares em cinco províncias”, de acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata. Os dois países acusam-se mutuamente de terem desencadeado o recomeço das hostilidades, que causaram até agora pelo menos 11 mortos: sete civis cambojanos e quatro soldados tailandeses, de acordo com os últimos balanços das autoridades. Disputas antigas O Camboja e a Tailândia, que há muito disputam partes do território ao longo da fronteira, já se tinham enfrentado em Julho. Cinco dias de combates, em terra e ar, causaram 43 mortos e obrigaram à retirada de cerca de 300 mil pessoas. O conflito baseia-se em disputas antigas sobre o traçado de certas partes da fronteira de mais de 800 quilómetros de extensão, que remonta à colonização francesa. As duas partes assinaram em 26 de Outubro um acordo de cessar-fogo, sob a égide do Presidente norte-americano, Donald Trump, mas o acordo foi entretanto suspenso. O chefe de Estado disse esta terça-feira que pensa “fazer uma chamada” e “acabar com a guerra”. Num discurso, durante um comício com apoiantes na Pensilvânia (nordeste), esta terça-feira, Trump enumerou vários conflitos nos quais se envolveu, incluindo este entre Banguecoque e Phnom Penh e depois anunciou: “Amanhã [hoje], tenho de fazer uma chamada e acho que eles vão resolver a situação”. “Quem mais poderia dizer: ‘vou fazer uma chamada e acabar com uma guerra entre dois países muito poderosos?'”, questionou.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim condena proibição da rede social Red Note e fala em acto “arbitrário” A proibição temporária da rede social Xiaohongshu (red note) em Taiwan constitui um ato “antidemocrático” e “arbitrário”, que “obstrui a liberdade” e “despreza a democracia”, acusou ontem um porta-voz do Governo chinês. Em conferência de imprensa, Chen Binhua, do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, afirmou que a decisão revela o “medo” e a “insegurança” das autoridades do Partido Democrático Progressista (PDP), actualmente no poder em Taiwan. “Através do Xiaohongshu, os jovens taiwaneses tomam contacto com a realidade da China continental e interagem de forma cordial com os utilizadores do continente, o que tem feito ruir a ‘câmara de isolamento informativo’, criada deliberadamente pelo PDP, e as suas calúnias contra o continente”, afirmou o porta-voz. Chen sublinhou que, segundo dados divulgados por órgãos de comunicação taiwaneses, o Facebook esteve envolvido em quase 60 mil casos de fraude na ilha no ano passado – “muito acima” dos incidentes atribuídos ao Xiaohongshu. “Portanto, o que as autoridades do PDP chamam de ‘antifraude’ é, na verdade, ‘antidemocracia’. Este comportamento arbitrário obstrui a liberdade e priva brutalmente os taiwaneses, sobretudo os jovens, do direito à informação e de usar livremente as redes sociais”, disse. “O que semeia injustiça colherá a sua ruína: as acções desenfreadas do PDP acabarão por fazê-los provar o seu próprio fruto amargo. As suas medidas retrógradas não conseguirão travar a tendência dos jovens taiwaneses para conhecer o continente e interagir com os compatriotas do outro lado do estreito”, acrescentou. As declarações surgem depois de o Ministério do Interior de Taiwan ter anunciado na semana passada o bloqueio durante um ano da plataforma Xiaohongshu – conhecida como o “Instagram chinês” – por motivos de cibersegurança e alegadas ligações a esquemas de fraude. A aplicação conta com mais de três milhões de utilizadores em Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaMedicina | Decretado fim de dispositivos com mercúrio a partir de 2026 A China vai deixar de produzir termómetros e aparelhos de medição da pressão arterial com mercúrio a partir de 01 de Janeiro de 2026, por razões de segurança, dando assim seguimento a uma medida anunciada em 2020. A elevada toxicidade do mercúrio e a fragilidade dos dispositivos que utilizam este elemento – o único metal líquido à temperatura ambiente – estiveram na origem da decisão, segundo destacou a Administração Nacional de Produtos Médicos. Em doses elevadas, o mercúrio e os seus compostos podem ser fatais ou provocar danos neurológicos. A nível ambiental, é particularmente nocivo para os ecossistemas aquáticos, com maior capacidade de contaminação da água, do solo e do ar. Maior produtor mundial de mercúrio, com cerca de mil toneladas métricas em 2024, a China fabrica anualmente perto de 120 milhões de termómetros tradicionais à base deste metal, embora a produção esteja em declínio face à crescente adopção de medidores digitais ou por infravermelhos. O país asiático é signatário da Convenção de Minamata sobre o Mercúrio, adoptada no Japão em 2013, que tem como objectivo eliminar o uso deste elemento na indústria médica até 2030. Outros países e regiões já avançaram com proibições semelhantes nas últimas décadas, incluindo a União Europeia, que baniu a utilização de termómetros e dispositivos médicos com mercúrio em 2009.
Hoje Macau China / ÁsiaJPMorgan | Previstas subidas de quase 20% nas bolsas da China e Hong Kong em 2026 As previsões da instituição norte-americana reforçam o optimismo dos investidores para o ano que se avizinha As acções da China e de Hong Kong poderão registar ganhos próximos de 20 por cento em 2026, impulsionadas por um crescimento global resiliente, recuperação dos lucros e menor concorrência, prevê o banco de investimento JPMorgan. A instituição financeira norte-americana estima que o índice MSCI China suba cerca de 18 por cento até ao final do próximo ano, enquanto o CSI 300, que agrega as maiores empresas cotadas nas praças financeiras da China continental (Xangai e Shenzhen), deverá valorizar 12 por cento. O MSCI Hong Kong poderá avançar até 18 por cento apoiado por uma recuperação gradual nos fluxos de capital e no sentimento em relação ao sector imobiliário. “Os lucros estão a dar-nos confiança”, afirmou Wendy Liu, estratega para acções chinesas do JPMorgan, durante uma conferência com jornalistas. Liu sublinhou que os mercados chineses atravessam uma fase de recuperação de lucros, após uma queda entre 2021 e meados de 2024, que afastou investidores e empurrou as avaliações para mínimos de vários anos. A estratega apontou como factor determinante o abrandamento da guerra de preços no comércio electrónico e na logística, que este ano disfarçou a melhoria dos lucros subjacentes e penalizou o desempenho do MSCI China. Liu destacou também o impacto da campanha de Pequim contra a “involução” – termo utilizado para descrever a concorrência excessiva e o aumento da capacidade produtiva –, que deverá favorecer a expansão das margens, sobretudo nas energias renováveis e sector transformador avançado. “É uma mudança estrutural, que pode marcar a próxima década, levando à consolidação e a retornos mais fortes sobre o capital”, afirmou. A crescer O JPMorgan mantém ainda uma posição optimista em relação a equipamento ligado à inteligência artificial e sistemas de armazenamento de energia, beneficiando do aumento dos investimentos em centros de dados. A procura por baterias e componentes solares para alimentar essas infraestruturas poderá crescer mais depressa do que o investimento em tecnologia no geral, segundo Liu. O consumo interno continua a ser o tema “mais debatido”, com as famílias a manterem uma postura cautelosa, apesar do aumento da poupança e da redução da dívida, apontou a analista. A possibilidade de nova escalada nas tensões sino-americanas ou de um reacender da guerra de preços entre plataformas logísticas são riscos a ter em conta, advertiu. Mas Liu descreveu o panorama como “optimista”, com os investidores a revelarem maior disciplina do que em anteriores ciclos de valorização. “Estamos a meio de uma fase de expansão do crescimento, e os lucros estão com bom aspecto”, resumiu. No caso de Hong Kong, Liu disse que o desempenho do mercado continua fortemente correlacionado com os fluxos de capital, influenciando os activos financeiros, o imobiliário residencial e o consumo discricionário.
Hoje Macau EventosGonçalo Lobo Pinheiro apresenta último volume do livro “O que foi, não volta a ser…” O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro apresenta, no próximo dia 16 de Dezembro, a partir das 18h30, o segundo e último volume do projecto “O que foi, não volta a ser…”. O evento decorre na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). O lançamento do livro será acompanhado por uma exposição com 20 imagens, que fica patente até ao dia 10 de Janeiro do próximo ano. Segundo um comunicado divulgado pelo próprio fotojornalista, antigo editor do HM, “o segundo volume deste livro continua a ser um encontro entre o passado e o presente”, destacando-se que “a ideia [por detrás do projecto] não é pioneira no mundo, mas acaba por ser em Macau”. “Tal como no primeiro livro, durante pouco mais de um ano fui recolhendo imagens antigas do território, a preto e branco ou sépia, com diferentes formatos. Adquiri em leilões, na Internet, a particulares, em lojas e até em Portugal. Algumas imagens também me foram emprestadas”, referiu o autor, acrescentando que nesta última edição, há uma fotografia captada no século XIX, no Cemitério Protestante. “Macau mudou muito nos últimos anos. As fotografias antigas atestam isso. E agora, o que fazer com elas? Se, por um lado, ainda é possível recriar alguns cenários, por outro lado, é impossível obter pontos de contactos noutras fotografias, porque simplesmente as coisas já não existem no território. É um trabalho difícil. Tudo mudou. Por isso, na grande maioria dos casos, o que foi não volta a ser…”, notou ainda. “Cidade de encontros” Com um prefácio escrito pelo escritor e professor português Henrique Levy, que foi residente em Macau nos anos de 1980, o livro, com design de Carlos Canhita e chancela da Ipsis Verbis, contém 40 fotografias, distribuídas em 80 páginas. “O que foi não volta a ser mostra-nos Macau como uma cidade de encontros, de fusões culturais e de convivência entre mundos que se entrelaçam. Aqui, a herança portuguesa coabita com a tradição chinesa e com múltiplas influências asiáticas”, destaca Gonçalo Lobo Pinheiro. O autor deste projecto acrescenta também que “o território, por força das suas gentes, e mais do que pela arquitectura, torna-se palco de gestos humanos, moldura de histórias diárias, testemunho silencioso das interações que definem a cidade”, sendo que espaços como “igrejas, templos ancestrais, arcos de pedra e praças revelam-se como arenas poéticas onde o humano se ilumina na sua dimensão ética e estética”. O livro custa 250 patacas, podendo ser adquirido em algumas das livrarias de Macau ou online, através do site do autor em www.goncalolobopinheiro.com. No mesmo dia, será lançada a linha de tábuas de skate com a chancela da Exit Macau, dedicada ao primeiro volume deste projecto, destacando as Ruínas de São Paulo, o Largo do Senado e o Templo de A-Má, com um exemplar de cada tábua exposta na galeria da Fundação Rui Cunha.
Hoje Macau PolíticaSonny Lo espera que elenco patriótico da Assembleia Legislativa seja construtivo O comentador político Sonny Lo Shiu-Hing aponta como desafios do Governo para 2026 a execução de políticas traçadas com vista à diversificação económica, acrescentando que, da parte na nova Assembleia Legislativa (AL), se esperam “patriotas construtivos”. A captação de quadros qualificados em Macau serve vários – e antigos – desígnios dos sucessivos governos locais: a diversificação da economia, profundamente dependente das receitas provenientes dos casinos, e a elevação da capacidade inovadora e da competitividade do território. Sonny Lo, analista que acompanha as questões de Hong Kong e Macau, refere que as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2026 não explicam como se projecta a “política populacional” com a importação de quadros qualificados. “Por política populacional, refiro-me à projecção populacional nos próximos três a cinco anos e como a projecção populacional deve evoluir de acordo com a necessidade de importação de talentos da China continental”, comenta. É necessário, além disso, “sintonizar projecção populacional, procura do mercado por talentos e importação de quadros qualificados da China continental”, defende Lo, salientando que “aqui parece haver uma lacuna que o Governo precisa de resolver”. “As instituições de ensino superior, que formam muitos estudantes, precisam de estudar se os graduados das universidades e escolas secundárias estão a atender às exigências do mercado na sociedade de Macau”, reflecte. Nesse sentido, Sonny Lo lembra a concepção, pelas autoridades, do modelo ‘1+4’ como resposta à necessidade de diversificação económica, “focado em quatro áreas principais de desenvolvimento”: indústria de saúde e bem-estar, indústria de finanças modernas, indústria de tecnologia de ponta e, por fim, a indústria de convenções, exposições e comércio, cultura e desporto. Política plana Outro desafio para 2026, indica o comentador político, passa por agilizar a integração do território na Zona de Cooperação Aprofundada Macau-Guandong, em Hengqin, e atrair “investimentos concretos” para esta área económica especial, particularmente “a construção prevista dos polos universitários”. No palco político, o comentador admite que o reforço da legislação da segurança nacional em 2026, anunciado pelas autoridades nas LAG, “não é surpreendente”. Em “tempo oportuno”, anunciou o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, vai iniciar-se “a elaboração da lei sobre a Comissão de Defesa da Segurança do Estado” [CDSE] de Macau. Sobre o trabalho da AL em 2026, Sonny Lo indica que os deputados “têm de demonstrar o seu papel como patriotas construtivos”, no sentido de que “têm de propor sugestões concretas ao Governo para melhorar vários aspectos políticos, vários projectos de lei, várias legislações”, refere.
Hoje Macau PolíticaTDM | Kou Hoi In no conselho de administração O antigo deputado e presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In, será o novo presidente do conselho de administração da TDM – Teledifusão de Macau, tendo iniciado funções, de forma oficial, ontem. Segundo o despacho publicado em Boletim Oficial (BO), este cargo será ocupado pelo período de um ano, sendo que outras figuras, nomeadamente o advogado e deputado Vong Hin Fai, ou Casimiro Pinto, que esteve no Fórum Macau, na qualidade de secretário-geral adjunto do secretariado permanente, por indicação da RAEM, também estão neste conselho. Cristina Ho Hoi Leng e Lee Chong Cheng, antigo deputado, fazem ainda parte deste organismo, tal como Lo Song Man, que será vice-presidente. Foram também nomeados Un Weng Kuai, Vong Wai Hung e Cheang Kong Pou.
Hoje Macau PolíticaTabaco | Mais proibições na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção Já são conhecidos os locais onde as proibições de fumar podem apertar. Lam Chong, chefe do Gabinete para a Prevenção e o Controlo do Tabagismo e do Alcoolismo dos Serviços de Saúde (SS), disse ontem no programa matinal Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, que a Alameda Dr. Carlos D’Assumpção poderá ter uma zona de proibição de fumar nos dois lados do passeio. O responsável apontou que haverá um período experimental em que os SS não vão aplicar punições, fazendo antes trabalho de sensibilização e recolha de opiniões da sociedade. Lam Chong confessou que é difícil criar cabines ou zonas de fumadores pelo facto de as ruas de Macau serem estreitas, pelo que é necessário fazer demarcações nas ruas e criar novas zonas de proibição do fumo. Além disso, Lam Chong considera que os trabalhos de controlo do tabagismo são eficazes, verificando-se a redução do fumo em grupos de pessoas com mais de 15 anos, de 16,9 por cento em 2011, para 11,6 por cento em 2023.
Hoje Macau Grande PlanoEuropa | Merz considera inaceitáveis pontos da geostratégia de Trump O chefe do governo federal alemão, Friedrich Merz, declarou ontem que há certos pontos inaceitáveis no documento sobre Defesa e geostratégia da Administração norte-americana liderada por Donald Trump, na perspectiva europeia. “Não vejo qualquer necessidade de os americanos quererem salvar a Democracia na Europa”, disse, em visita à Renânia-Palatinado (estado a sudoeste), que alberga várias bases militares dos Estados Unidos da América (EUA). Num documento estratégico sobre segurança nacional dos EUA, divulgado na passada semana, lê-se um alerta para o perigo de “extinção civilizacional” da Europa, caso se mantenham as “tendências actuais”, “Se as tendências actuais continuarem, o continente [Europa] vai ficar irreconhecível dentro de 20 anos ou menos”, lê-se no documento de 33 páginas, no qual é defendida a “restauração da supremacia” dos EUA na América Latina. Trump, no prefácio, resume: “pomos a América em primeiro lugar em tudo o que fazemos”. “É mais do que plausível que, em poucas décadas, no máximo, os membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla inglesa) se tornem predominantemente não europeus”, escreveu, acrescentando que “é legítimo questionar se eles perceberão o seu lugar no Mundo ou sua aliança com os EUA, da mesma forma que aqueles que assinaram a carta da organização”. A Casa Branca lamenta decisões europeias que “minam a liberdade política e a soberania, as políticas migratórias que estão a transformar o continente [Europa] e a criar tensões, assim como a censura à liberdade de expressão e a repressão à oposição política, a queda nas taxas de natalidade e a perda de identidades nacionais (…)”. Washington manifesta desejo de que “a Europa permaneça europeia, recupere sua autoconfiança civilizacional e abandone sua obsessão infrutífera com o sufoco regulatório”.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia e Camboja | Templos e fronteira cenário de combates O conflito actual entre a Tailândia e o Camboja resulta de uma disputa histórica pela fronteira estabelecida há mais de um século, quando a França ocupava a então Indochina, e pela soberania de templos hindus. Os exércitos dos dois países, que já registaram confrontos violentos em Julho, lutam desde domingo pelo controlo de áreas onde se situam edifícios religiosos do século XI, altura em que a região era controlada pelo Império Khmer (802-1431). A Tailândia disse que registou a morte de quatro soldados desde domingo, e o Camboja de oito civis. Outrora ruínas esquecidas e cobertas pela vegetação, o domínio sobre os locais de culto reacendeu os sentimentos nacionalistas, segundo a agência de notícias espanhola EFE. O exército tailandês deu conta de confrontos na terça-feira em redor dos templos de Ta Kwai, também conhecido como Ta Krabei, e Ta Muen Thom. Situam-se ambos perto da linha divisória entre a província tailandesa de Surin e a cambojana de Oddar Meanchey. De escasso valor estratégico militar, o domínio sobre estes centros religiosos tornou-se um assunto de elevado peso patriótico. “Embora nenhum dos países deseje uma guerra em larga escala, ambos consideram que os templos em disputa e o território circundante são importantes para a história e identidade nacional”, disse o especialista em Sudeste Asiático Tom Pepinsky, da Universidade Cornell. “A política interna em ambos os países exacerba estas tensões”, afirmou o cientista político norte-americano da universidade nova-iorquina, num comentário enviado à EFE.
Hoje Macau SociedadeFitch prevê que crescimento económico de Macau desacelere para 4% em 2026 A agência de notação financeira Fitch previu que o crescimento da economia de Macau irá desacelerar para 4 por cento em 2026, porque as condições económicas mais fracas” irão “pesar cada vez mais sobre os turistas chineses”. Num relatório divulgado ontem, a instituição disse acreditar que o Produto Interno Bruto (PIB) da região irá crescer 4,6 por cento, uma revisão em baixa da previsão de 6,9 por cento feita em Março. De acordo com dados oficiais, o PIB de Macau aumentou 8,8 por cento em 2024, sobretudo devido ao benefício económico das apostas feitas por visitantes nos casinos da cidade, que aumentou 21,8 por cento. Nos primeiros 11 meses de 2025, o sector do jogo registou receitas de 226,5 mil milhões de patacas, mais 8,6 por cento do que no mesmo período do ano passado. A Fitch prevê que os casinos de Macau fechem o ano com as receitas a atingirem cerca de 88 por cento do nível registado em 2019, antes da crise económica causada pela pandemia de covid-19. “Esperamos que o turismo de jogo continue a impulsionar o crescimento económico, embora a um ritmo mais lento, porque as condições económicas mais fracas da China continental pesarão cada vez mais sobre os turistas chineses”, alertou a agência. Ainda assim, a Fitch acredita que a cautela dos visitantes será “compensada em parte por políticas de vistos favoráveis, investimentos contínuos em sectores não relacionados com o jogo e melhorias nas infraestruturas turísticas”. A instituição sublinhou que as Linhas de Ação Governativa de Macau para 2026, apresentadas em Novembro, destacaram a diversificação da economia e o “reforço da cooperação” para desenvolver a vizinha zona especial de Hengqin (ilha da Montanha). A Fitch diz que, graças aos impostos sobre os casinos, Macau continuará a ter um excedente orçamental em 2026 e sublinhou que a reserva financeira já chega para cobrir seis anos de despesas. De acordo com dados oficiais, no final de Setembro a reserva tinha activos no valor de 658,7 mil milhões de patacas, o nível mais elevado desde há mais de quatro anos. Nos primeiros 10 meses de 2024, os impostos sobre os casinos de Macau representaram 83,3 por cento do total das receitas públicas. Outras previsões No mesmo relatório, a Fitch prevê que a economia da vizinha região semiautónoma de Hong Kong cresça 2,8 por cento em 2026, abaixo da previsão de 3,1 por cento para o actual ano, apesar da retoma nos serviços financeiros. A instituição prevê ainda que a economia da China continental cresça 4,1 por cento em 2026, uma desaceleração face aos 4,8 por cento estimados para este ano, devido à fraca procura interna e pressões deflacionárias. Para Taiwan, a agência prevê um crescimento económico de 2,5 por cento em 2026, depois de uma forte expansão de 6,1 por cento este ano, impulsionada sobretudo pela elevada procura global por semicondutores usados em aplicações de inteligência artificial e novas tecnologias.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo no Japão faz pelo menos 30 feridos O forte sismo que atingiu na noite de segunda-feira o norte do Japão, onde foram registadas ondas de tsunami de 70 centímetros, causou pelo menos 30 feridos, informou ontem a primeira-ministra, Sanae Takaichi. A agência meteorológica japonesa (JMA) alertou a população que este terramoto de magnitude 7,5 na escola de Richter – inicialmente estimado em 7,6 – que ocorreu no mar ao largo da região norte de Aomori, às 23:15 locais, poderia ser seguido por outros tremores nos próximos dias. “Ouçam as informações da JMA e das autoridades locais durante toda a semana, verifiquem se os vossos móveis estão bem fixados (…) e estejam prontos para a retirada se sentirem um tremor”, disse Takaichi. Entre os feridos está uma pessoa gravemente atingida na ilha de Hokkaido, a mais setentrional do arquipélago, de acordo com a Agência Japonesa de Gestão de Incêndios e Catástrofes, que recomendou a retirada de 28.000 pessoas. Imagens ao vivo mostram fragmentos de vidro partido espalhados pelas estradas ou objectos no chão das lojas. Cerca de 2.700 residências ficaram sem electricidade em Aomori, entre as quais três dezenas continuavam sem energia ontem ao final da manhã, enquanto o Inverno se instala. A JMA emitiu inicialmente um alerta de tsunami, mencionando ondas que poderiam atingir três metros e pedindo a milhares de habitantes da região mais próxima do epicentro que se abrigassem. A circulação dos comboios de alta velocidade Shinkansen foi suspensa em algumas zonas, enquanto se verifica o estado das vias. Por sua vez, a companhia Tohoku Electric Power informou que não foram detectadas anomalias nas duas centrais nucleares mais próximas do epicentro, a de Higashidori, em Aomori, e a de Onagawa, na região de Miyagi. Memórias trágicas A região tem ainda bem presente as consequências do terramoto de magnitude 9 em Março de 2011, que provocou um tsunami, causando cerca de 18.500 mortos ou desaparecidos. A catástrofe também provocou a fusão de três dos reactores da central nuclear de Fukushima, o pior desastre deste tipo desde a catástrofe de Chernobyl, em Abril de 1986. O Japão está localizado na junção de quatro placas tectónicas, no “Anel de Fogo” do Pacífico. O país apresenta uma das maiores actividades sísmicas do mundo. O arquipélago de 125 milhões de habitantes regista cerca de 1.500 terramotos por ano. A maioria é fraca, embora os danos possam variar de acordo com a localização e profundidade dos sismos. Em Janeiro, um grupo de especialistas governamentais aumentou ligeiramente a probabilidade de um grande tremor na fossa de Nankai, ao largo do Japão, nos próximos trinta anos, elevando-a para entre 75 por cento a 82 por cento. O Governo do Japão publicou uma nova estimativa em mMrço, indicando que um “mega-terramoto” e o tsunami que pode seguir-se poderem causar até 298.000 mortes e danos que podem atingir dois biliões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas dos EUA geram aumento nas exportações chinesas para o sudeste asiático As exportações da China para o sudeste asiático cresceram 23,5 por cento nos primeiros nove meses do ano, quase o dobro da média dos últimos quatro anos, impulsionadas pela guerra comercial com os Estados Unidos, segundo dados oficiais. Os dados sobre as importações dos seis maiores mercados da região – Indonésia, Singapura, Tailândia, Filipinas, Vietname e Malásia – compilados pela unidade de investigação ISI Markets, mostram que as vendas chinesas aumentaram de 330 mil milhões para 407 mil milhões de dólares entre Janeiro e Setembro, face ao mesmo período de 2024. As exportações chinesas para o sudeste asiático duplicaram nos últimos cinco anos, com o excedente comercial da China face à região a atingir este ano um novo máximo histórico. Em 2025, o crescimento médio foi quase o dobro da taxa anual composta de 13 por cento registada entre 2020 e 2024. A intensificação das trocas comerciais com os países vizinhos surge num contexto de desvio das exportações chinesas, penalizadas por tarifas norte-americanas que atingem atualmente cerca de 47 por cento. Em contraste, os produtos chineses enfrentam tarifas médias de apenas 19 por cento no sudeste asiático, tornando a região uma alternativa atractiva para os exportadores. Segundo analistas, esta nova vaga de exportações poderá estar ligada a estratégias de evasão às tarifas dos EUA, através do reencaminhamento de produtos por países terceiros – uma prática conhecida como comércio triangular, no qual os produtos são exportados quase concluídos da China para outros países, onde é acrescentado um componente ou acabamento, visando alterar o local de fabrico. Washington já advertiu que poderá aplicar tarifas adicionais até 40 por cento a produtos com origem chinesa disfarçada. Sobe e desce Roland Rajah, economista do grupo de reflexão (‘think tank’) australiano Lowy, estimou que as exportações chinesas para a região aumentaram até 30 por cento em Setembro, sublinhando que esta vaga é distinta de anteriores. “Grande parte do que está a ser exportado é pró-crescimento”, disse, indicando que cerca de 60 por cento dos bens enviados pela China são componentes usados em produtos fabricados na região para reexportação. No segmento dos bens de consumo, a China consolidou-se como principal fornecedor da região, com destaque para o sector automóvel. Os veículos eléctricos chineses, como os da fabricante de veículos eléctricos e híbridos BYD, têm vindo a substituir modelos japoneses, incluindo Toyota, Honda e Nissan, tradicionalmente dominantes no sudeste asiático. De acordo com dados da consultora PwC, a quota de mercado dos construtores japoneses nos seis principais mercados do sudeste asiático caiu para 62 por cento no primeiro semestre de 2025, face a uma média de 77 por cento na década de 2010. A China, por sua vez, passou de uma presença residual para mais de 5 por cento de um mercado de 3,3 milhões de viaturas por ano. Perante a pressão da concorrência chinesa, alguns países do sudeste asiático endureceram regras de importação e ponderam tarifas sobre determinados produtos.
Hoje Macau China / ÁsiaVoo MH370 | Tribunal chinês condena Malaysia Airlines a indemnizar famílias de vítimas Um tribunal chinês determinou que a Malaysia Airlines deve pagar uma indemnização de 2,9 milhões de yuan a cada uma das famílias de oito passageiros desaparecidos no voo MH370, há mais de uma década. Segundo um comunicado divulgado ontem, a decisão judicial obriga a transportadora aérea a compensar as famílias pela morte dos familiares, pelas despesas funerárias e pelos danos causados por sofrimento emocional. Embora o destino dos passageiros permaneça desconhecido, todos foram declarados legalmente mortos. O voo MH370 desapareceu em 2014 com 239 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, após descolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim. Apesar de vários anos de buscas, continua por esclarecer o que aconteceu ao avião e aos seus ocupantes. A maioria dos passageiros era de nacionalidade chinesa, e os seus familiares têm mantido esforços contínuos para obter respostas. A bordo do Boeing 777 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 faziam parte da tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três norte-americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadianos, dois iranianos, um russo, um neerlandês e um taiwanês. O tribunal indicou ainda que 23 processos permanecem pendentes, enquanto em 47 casos as famílias chegaram a acordos extrajudiciais com a companhia aérea e desistiram das acções. Inicialmente, a Malásia, a China e a Austrália realizaram uma busca conjunta em cerca de 120.000 quilómetros quadrados no Índico, mas encerraram as operações em Janeiro de 2017, sem encontrar os destroços do avião. Uma empresa contratada pelo Governo da Malásia, a Ocean Infinity, também tentou localizar o aparelho numa área de cerca de 100.000 quilómetros quadrados entre Janeiro e Junho de 2018, sem sucesso. Na semana passada, Kuala Lumpur anunciou que a Ocean Infinity vai retomar as buscas pelo avião desaparecido a partir de 30 de Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaNvidia | Chips H200 permitirão à IA chinesa reduzir distância face aos EUA A decisão dos Estados Unidos de autorizar a exportação dos chips H200 da Nvidia para a China pode acelerar o avanço da inteligência artificial chinesa e aliviar limitações tecnológicas, segundo a consultora Capital Economics. Num relatório enviado a clientes, o analista Julian Evans-Pritchard indicou que Pequim tinha “menosprezado” os chips H20 – uma versão limitada destinada ao mercado chinês –, mas estará agora “disposta a autorizar as suas empresas a comprar os H200, mais potentes”, que o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu liberalizar. “Isso permitirá à China acelerar a construção da sua infraestrutura de IA e aumentar a probabilidade de que os modelos chineses se equiparem, ou mesmo superem, os mais avançados modelos dos EUA”, afirmou o especialista. Evans-Pritchard recordou que as tecnológicas chinesas já demonstraram capacidade de operar com limitações de ‘hardware’, treinando modelos de IA com desempenho próximo dos norte-americanos. “Com ‘chips’ mais poderosos, poderemos assistir a um novo ‘momento DeepSeek'”, disse, referindo-se à empresa chinesa que ganhou destaque no início de 2025 com um modelo de IA avançado. Evans-Pritchard prevê uma abordagem “pragmática” e considera provável que a China permita a aquisição dos H200 por algumas empresas, à medida que desenvolve alternativas nacionais. Trump especificou que a Nvidia poderá vender os ‘chips’ apenas a “clientes aprovados” na China, sob a condição de que as vendas garantam a segurança nacional dos EUA, que cobram o pagamento de uma tarifa de 25 por cento. A Nvidia já dispunha de licença para exportar os H20 – com capacidade inferior – para a China, em troca de 15 por cento das receitas. Na visão do analista, a decisão de Washington indica que a Administração Trump está a dar prioridade a um possível acordo com Pequim – que poderá ser assinado durante uma visita presidencial prevista para Abril de 2026 – em detrimento das preocupações com segurança nacional e dos esforços para dissociar as duas economias.
Hoje Macau China / ÁsiaLi Qiang lamenta “grave impacto” de tarifas junto de organismos internacionais O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, alertou ontem para o “grave impacto” das tarifas e outras restrições comerciais na economia global, ao inaugurar em Pequim uma nova edição do ‘Diálogo 1+10’ com instituições financeiras internacionais. Li afirmou que a proliferação de barreiras comerciais desde o início do ano demonstrou que “as tarifas prejudicam terceiros, mas acabam por se virar contra quem as impõe”, o que, segundo o governante, tem reforçado os apelos globais em defesa do comércio livre. Perante os líderes das principais instituições financeiras e comerciais internacionais, o chefe do Governo chinês destacou que o mundo enfrenta “mudanças complexas e profundas”, marcadas pela ascensão do proteccionismo, por turbulências geopolíticas e por lacunas na governação global. O fórum, que decorre sob o lema “Partilhar a governação global, promover o desenvolvimento global”, tem como objectivo “construir um sistema mais justo, razoável e eficaz”, disse Li, sublinhando o papel das organizações presentes na estabilidade da economia mundial. O primeiro-ministro identificou três conceitos-chave que marcaram o ano de 2025: tarifas, transição verde e inteligência artificial (IA). Sobre o clima, assinalou o décimo aniversário do Acordo de Paris e reafirmou os compromissos da China, incluindo o objectivo de que mais de 30 por cento do consumo energético do país seja proveniente de fontes não fósseis, com a instalação de 3,6 gigawatts de capacidade solar e eólica – mais de seis vezes o nível registado em 2020. Em relação à inteligência artificial, Li destacou o avanço acelerado de modelos abertos chineses, como o DeepSeek, que estão a “impulsionar a transformação industrial” e o crescimento de novos sectores como a robótica inteligente. “O comércio livre, a superação de desafios globais e a inovação colaborativa são metas que nenhuma entidade pode alcançar sozinha. Exigem esforço colectivo”, sublinhou. Figuras de proa Participam no encontro a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, e o presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, Jin Liqun. Estão ainda presentes o director-geral do Banco de Pagamentos Internacionais, Pablo Hernández de Cos, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a directora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, e representantes da Organização Internacional do Trabalho, do Conselho de Estabilidade Financeira e da OCDE, entre outros.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Alargada remoção de redes em andaimes devido a fraude As autoridades da antiga colónia britânica desencadearam uma ampla operação de remoção de redes de protecção de andaimes, após a descoberta de falsos certificados de segurança anti-fogo O Governo de Hong Kong ordenou a remoção imediata das redes de protecção instaladas em andaimes de mais de 200 edifícios privados após a descoberta de certificados de segurança falsificados. A decisão foi motivada pelo incêndio que devastou, em 26 de Novembro, o complexo de habitação pública Wang Fuk Court, fazendo pelo menos 159 mortos, sendo que 31 pessoas continuam desaparecidas. O incêndio expôs deficiências na protecção dos projectos de renovação, particularmente na utilização de redes de protecção nas fachadas para evitar a queda de detritos. Como estas redes não são à prova de fogo, actuaram como aceleradoras, impulsionando a propagação das chamas em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte de Hong Kong. As investigações oficiais confirmaram que os edifícios incendiados não utilizavam redes resistentes ao calor, o que permitiu que as chamas se propagassem rapidamente e consumissem várias torres do complexo residencial. Após inspecções a outros edifícios, as autoridades detectaram materiais adulterados noutros dois complexos, ligados a um fabricante na China continental. A descoberta levou o Departamento de Edifícios de Hong Kong a ordenar, com urgência, a remoção de todos os materiais semelhantes das fachadas de propriedades privadas, considerando-os um risco inaceitável. Comissões e investigações A polícia alargou as investigações a quatro complexos espalhados por diferentes distritos urbanos devido à possibilidade de utilização mais generalizada de certificados fraudulentos. Em paralelo, o Departamento do Trabalho abriu uma investigação sobre um caso suspeito de certificados de inspecção de andaimes com datas alteradas, aparentemente assinados antecipadamente. A Comissão Independente Contra a Corrupção deteve pelo menos 11 pessoas ligadas ao contrato de reabilitação de Wang Fuk Court, incluindo funcionários da empresa de consultoria responsável pela supervisão técnica, directores e gestores de projecto, subempreiteiros especializados em andaimes e intermediários. O líder do Governo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, prometeu uma estreita cooperação com o novo parlamento para promover reformas estruturais que reforcem a segurança nos projectos de construção e reabilitação. O incêndio, o mais mortal em Hong Kong desde 1948, acelerou as medidas administrativas e criminais destinadas a colmatar as lacunas na cadeia de responsabilidade do sector da construção civil, desde a certificação dos produtos à inspecção no local.
Hoje Macau Eventos“Iluminar Macau 2025” conta com obra de Emanuel Barbosa Arrancou no último fim-de-semana mais uma edição do evento “Iluminar Macau”, que decorre até ao dia 11 de Janeiro e que apresenta diversas instalações de luz em três zonas diferentes do território, nomeadamente junto ao lago Nam Van, na Zona Norte e na Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE). O “Iluminar Macau 2025” tem como tema “Paisagem em Luz – Horizonte”, existindo um total de 28 grupos de instalações, com com equipamentos criados por equipas de Macau, do Interior da China, de Portugal, da Coreia, da Austrália e dos EUA. Um dos artistas participantes é o português Emanuel Barbosa, que criou a obra “Ark of Light” (‘Arca de Luz’), em forma de navio, e que está instalada no Centro Náutico do Lago Nam Van. De acordo com uma apresentação da Direcção dos Serviços de Turismo, a obra “transporta o espírito de diversas culturas” e integra quatro velas que, “como pergaminhos desdobrados do espaço e do tempo, projetam palavras” de várias línguas. Emanuel Barbosa é professor e coordenador internacional da ESAD — Escola Superior de Artes e Design e membro da direção da Associação Cultural Portuguesa (ACPT). Fachadas iluminadas No “Iluminar Macau 2025” pode ainda ver-se a fachada do Museu do Grande Prémio transformada em “palco do tempo”. Trata-se do espectáculo de videomapping, a três dimensões, intitulado “Macao Odissey: The Story Unfolds”, e que se apresenta diariamente entre as 18h e as 22h, com a duração de seis minutos, e exibições a cada 15 minutos. Além disso, todas as sextas-feiras, sábados, domingos, e dias de festividades, em que se realiza o evento, na zona do Porto Exterior, junto ao Museu do Grande Prémio de Macau, e ruas de Luíz Gonzaga Gomes, Xiamen e Nagasaki, decorrem 20 actividades festivas, cujo tema é o café e a gastronomia típica de Macau. Haverá diversos workshops agendados e concursos. Na zona do ZAPE, decorre ainda a iniciativa “ZAPE – Fantasia de Natal”, entre a Rua de Cantão e a Rua de Pequim. Neste mês, acontece também outro evento, a “Luminescent Night at Travessa do Armazém Velho 2025”, junto à Rua dos Ervanários, Rua da Nossa Senhora do Amparo, Rua da Tercena e Beco de Chôn Sau. O público pode ainda desfrutar do “Nothern Winter Market”, na Praça dos Lótus do Bairro da Ilha Verde.
Hoje Macau SociedadeJapão | DST sem pedidos de ajuda devido a sismo Um sismo de magnitude 7.5 com epicentro localizado a 80 quilómetros da costa da prefeitura japonesa de Aomori não levou a pedidos de ajuda ou informações, segundo indicou a Direcção dos Serviços de Turismo ao canal chinês da Rádio Macau. A linha aberta reservada a pedidos de ajuda ou informações em casos de emergência não recebeu qualquer solicitação de assistência relacionada com o sismo que levou à retirada de casa de 90 mil moradores, na sequência de um alerta de tsunami. Em comunicado, a DST lançou ontem um alerta dirigido aos “residentes de Macau que se encontram no Japão para estarem atentos a situações de sismo, alertas meteorológicos e informações de prevenção de calamidades”. As autoridades pediram aos residentes para “seguirem as instruções de prevenção e de abrigo emitidas pelas autoridades locais, elevarem a consciência de autoprotecção e reforçarem a sua própria segurança”. O sismo ocorreu às 22h15 de Macau na noite de segunda-feira, uma hora mais cedo em relação à região Aomori, e causou ferimentos em, pelo menos, 30 pessoas.
Hoje Macau PolíticaHabitação | Sugeridas mudanças no Iao Hon O deputado Leong Hong Sai entende que o Governo deveria transformar o projecto de habitação intermédia no bairro do Iao Hon em habitação para troca, a fim de lá colocar moradores de sete prédios, cuja reconstrução está dependente da recolha de um número suficiente de assinaturas. Segundo o Jornal do Cidadão, o deputado recordou as palavras de Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas, quanto à necessidade de analisar a necessidade de construção de habitação intermédia no edifício Soi Lei, no bairro do Iao Hon, junto aos referidos sete prédios. A ideia de ali construir habitação intermédia data do tempo em que Ho Iat Seng era Chefe do Executivo. Leong Hong Sai defende que, se esse lote for usado para o projecto de habitação para troca, os proprietários das casas nos sete prédios não necessitam de esperar que estes sejam reconstruídos, podendo-se acelerar a renovação urbana do bairro do Iao Hon. O deputado referiu ainda as posições de alguns moradores, que dizem querer viver em habitações construídas e não em habitações de alojamento temporário, situadas no Lote P da Areia Preta, a uma maior distância dos sete prédios que necessitam de reconstrução.