Médio Oriente | Pequim apela novamente à contenção para evitar escalada

A China voltou ontem a apelar à contenção de todas as partes, depois de o Irão ter disparado no sábado dezenas de veículos aéreos não tripulados (“drones”) e mísseis contra Israel.

“A China apela às partes para que mantenham a calma e a contenção para evitar uma nova escalada das tensões”, respondeu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, quando questionado sobre se a China está preocupada em ser arrastada para um conflito.

No domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou a sua preocupação “com a actual escalada da situação” na região e apelou a “todas as partes para que mantenham a calma e a contenção”. A diplomacia chinesa apelou igualmente à comunidade internacional, “especialmente aos países influentes”, para que desempenhem “um papel construtivo na manutenção da paz e da estabilidade regionais”.

Na semana passada, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, condenou “veementemente” o ataque atribuído por Israel ao consulado iraniano em Damasco, numa conversa com o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na qual apelou também ao respeito pela soberania do Irão e da Síria. Durante a conversa, Wang sublinhou a “inviolabilidade” das instituições diplomáticas.

A China reiterou que o recente aumento das tensões é “uma extensão” do conflito em Gaza e que, por conseguinte, a “prioridade imediata” é “acalmar a situação” nessa zona.

Desde Outubro passado, Pequim tem manifestado o seu apoio à “causa justa do povo palestiniano para restabelecer os seus direitos e interesses legítimos” e à solução de dois Estados, ao mesmo tempo que exprime a sua “consternação” face aos ataques contra civis por parte de Israel, que tem instado repetidamente a respeitar a Carta das Nações Unidas.

16 Abr 2024

Pequim | Meia Maratona investiga vitória polémica de atleta

Os organizadores da Meia Maratona de Pequim instauraram ontem um inquérito à vitória do chinês He Jie, por aparente desinteresse dos adversários em vencer a prova disputada no domingo.

He Jie, de 25 anos, medalha de ouro na maratona dos Jogos Asiáticos de 2023, venceu a corrida chinesa, com um segundo de vantagem sobre os quenianos Robert Keter e Willy Mnangat e sobre o etíope Dejene Hailu.

Na chegada, nenhum dos três forçou o ritmo e Hailu até parece abrandar e encaminhar o chinês para a abordagem à meta. “Estamos a investigar e anunciaremos a conclusão ao público quando for conhecida”, disse ontem um funcionário da cidade de Pequim responsável pelos desportos, citado pela agência noticiosa AFP, sob anonimato.

16 Abr 2024

HK | Segurança nacional apontada como caminho do desenvolvimento

Xia Baolong apresentou a sua visão de um futuro próspero para a região em dia de celebração do “Dia da Educação para a Segurança Nacional”

 

O chefe do Gabinete do Partido Comunista Chinês para os assuntos de Hong Kong e Macau, Xia Baolong, disse ontem que a antiga colónia britânica deve “agarrar-se firmemente” aos objectivos de segurança nacional para “garantir a sua prosperidade”.

Num discurso por ocasião do “Dia da Educação para a Segurança Nacional”, Baolong expôs a sua visão para a região, que, defende, “deixou para trás uma era de conflitos políticos para abraçar um período de estabilidade e de oportunidades económicas”.

“Hong Kong está agora posicionada como um centro global para concretizar as suas aspirações e gerar riqueza”, afirmou. O político rejeitou categoricamente qualquer argumento segundo o qual a economia da cidade estaria em declínio, afirmando que “a sua prosperidade não pode ser minada por alguns rumores”, e rejeitou os seus críticos como “meros pessimistas”.

Argumentou que a cidade se enquadra no conceito mais amplo de segurança nacional da China, especialmente após a promulgação da controversa Lei de Segurança Nacional.

Reacção explosiva

Em Março passado, Hong Kong aprovou uma nova lei de segurança nacional, designada por artigo 23.º, que introduz ou actualiza disposições que proíbem a traição, a sabotagem, a sedição, o roubo de segredos de Estado e a espionagem, e estabelece penas que podem levar à prisão perpétua.

O novo texto é separado da lei de segurança nacional imposta por Pequim, aprovada em Junho de 2020 após meses de protestos, que criminaliza a secessão, a subversão, a conivência com estrangeiros e o terrorismo.

“Completar a legislação com o artigo 23.º é como inocular a cidade com uma vacina eficaz contra as ameaças à segurança nacional, que ainda estão presentes e se propagam como um vírus, pelo que são essenciais os esforços contínuos de proteção”, sublinhou o Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, que insistiu que “as forças hostis continuam a vigiar a cidade”.

A reforma gerou um intenso debate e críticas ferozes por parte dos governos democráticos e das organizações ocidentais, que prevêem o início de uma “nova era de autoritarismo” susceptível de pôr em causa o princípio “um país, dois sistemas”, fundamental para a autonomia e o estatuto semiautónomo da cidade.

Em resposta às críticas, as autoridades locais rejeitaram o que consideram ser “manobras políticas com comentários tendenciosos” por parte de “deturpadores, alarmistas e promotores do pânico”. O chefe da segurança, Chris Tang, sublinhou ontem que a natureza da legislação era muito precisa e se centrava num pequeno grupo de pessoas susceptíveis de ameaçar a segurança nacional e não no público em geral.

“Depois da versão de Hong Kong de uma revolução colorida em 2019, os cidadãos compreenderam finalmente a importância da legislação de segurança nacional para manter a prosperidade”, sublinhou.

16 Abr 2024

Baterias de lítio | Governo prepara acordo com empresa líder do mercado

O Governo está a preparar um “acordo-quadro de cooperação estratégica” com a empresa Contemporary Amperex Technology Co., Limited (CATL). A informação foi publicada ontem, através do Boletim Oficial, sem que o tipo de acordo tenha sido especificado.

“São delegados no Secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, todos os poderes necessários para celebrar, em representação da Região Administrativa Especial de Macau, um acordo-quadro de cooperação estratégica com a Contemporary Amperex Technology Co., Limited”, pode ler-se no despacho, assinado por Ho Iat Seng.

O despacho não indica qualquer tipo de detalhe nem a data em que se prevê que haja a assinatura do acordo.

A CATL, que tem sede em Ningde, em Fujian, é uma gigante no sector das baterias de lítio, utilizadas em carros eléctricos ou nos sistemas de energia solar. Em 2023, de acordo com um artigo do portal CNEVPost, foi líder do mercado em termos das baterias de lítio, com uma quota de 36,8 por cento, à frente da também chinesa BYD, que teve uma quota de 15,8 por cento.

A tecnologia de baterias da CATL é actualmente utilizada por fabricantes de veículos eléctricos no mercado internacional, através da colaboração com algumas das marcas mais conhecidas como a BMW Mercedes, Hyundai, Honda, Grupo PSA, Tesla, Toyota, Volkswagen, Volvo ou Ford.

16 Abr 2024

José Cesário: Portugal tem “tudo preparado se for preciso evacuação” de Israel

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas garantiu ontem que “está tudo preparado se for preciso” retirar portugueses expatriados de Israel, revelando ainda que há 47 portugueses a tentar sair do Irão.

Em declarações à agência Lusa a propósito do ataque iraniano a Israel, no sábado, José Cesário referiu que em Israel “há uma comunidade de cerca de 30 mil cidadãos com nacionalidade portuguesa” e “alguns portugueses expatriados em turismo ou a trabalhar”, estando neste último caso referenciadas 13 pessoas. Segundo José Cesário, o Governo português está “atento à evolução da situação”, estando “tudo preparado se for preciso uma evacuação”, havendo os meios para o efeito. Sublinhou ainda que esse acompanhamento da situação será feito em “articulação com os parceiros da União Europeia”.

Quanto aos portugueses que estejam em Israel e precisem de apoio, o mesmo responsável lembrou que devem recorrer ao Gabinete de Emergência Consular em Lisboa, por via telefónica, podendo ainda entrar em contacto com a Embaixada de Portugal em Israel. De momento, aconselhou ainda, os cidadãos portugueses devem abster-se de viajar para a região em conflito e “quem lá estiver deve cumprir as orientações das autoridades locais em matéria de segurança”.

Quanto aos portugueses que tentam sair do Irão não foram adiantados mais pormenores.
O espaço aéreo israelita, encerrado no sábado à noite pouco antes do ataque iraniano a Israel, reabriu às 07h30 locais (12h30 em Macau), anunciou a autoridade aeroportuária. O portal na Internet do aeroporto dá conta de atrasos significativos, tanto nas partidas como nas chegadas.

Acções em cadeia

O Irão lançou no sábado à noite um ataque com ‘drones’ contra Israel “a partir do seu território”, confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.

Numa mensagem na rede social X, a missão iraniana junto da ONU alegou que, “de acordo com o artigo 51.º da Carta das Nações Unidas sobre a legítima defesa, a acção militar do Irão foi uma resposta à agressão do regime sionista” contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco. As tensões entre os dois países subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 1 de Abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.

15 Abr 2024

Japão | Uma em cinco famílias com idosos a viver sozinhos em 2050

Um em cada cinco agregados familiares japoneses vai ser constituído por uma pessoa idosa a viver sozinha em 2050, aponta um estudo do Instituto Nacional de Investigação sobre População e Segurança Social do Japão, divulgado na sexta-feira. Nesse ano, 10,8 milhões de idosos vão estar a viver sozinhos, representando 20,6 por cento dos agregados familiares, projecta-se no documento.

Estes números representam um aumento significativo em relação a 2020, ano em que 7,37 milhões de idosos viviam sozinhos, ou seja, 13,2 por cento dos agregados familiares, de acordo com o instituto. Os jovens japoneses estão a casar cada vez mais tarde e muitos optam por não ter filhos por questões económicas.

O Japão enfrenta um desafio demográfico, com o número crescente de idosos a provocar o aumento das despesas médicas e de cuidados de saúde, numa altura em que o país se vê confrontado com a diminuição da população activa capaz de financiar estas despesas. Muitos idosos têm filhos ou familiares que podem prestar cuidados, mesmo que estes vivam sozinhos, observa o instituto. “No entanto, dentro de cerca de trinta anos, a proporção de agregados familiares com um idoso sem filhos a viver sozinho” deverá aumentar. Também o número de irmãos que prestam assistência familiar deverá diminuir, acrescenta.

A população do país diminuiu em 595 mil pessoas, atingindo 124 milhões em 2023, segundo as estatísticas do Governo nipónico publicadas na sexta-feira. A diminuição foi compensada pela chegada de estrangeiros, com a população de cidadãos japoneses a diminuir em 837 mil, para 121 milhões.

15 Abr 2024

Tailândia adverte forças birmanesas contra qualquer violação da fronteira

A Tailândia advertiu na sexta-feira que não permitirá qualquer violação do seu território, na sequência de combates junto à fronteira com Myanmar, cujos militares confirmaram a retirada das tropas governamentais de uma cidade fronteiriça estratégica. “Os nossos soldados estão de guarda ao longo da fronteira, mostrando que estamos prontos a proteger e a não permitir que ninguém viole a nossa soberania”, disse o chefe da diplomacia tailandesa, Parnpree Bahiddha-Nukara.

As forças da União Nacional Karen (KNU), que combatem os militares no poder na antiga Birmânia, anunciaram na quinta-feira que as tropas governamentais tinham abandonado Myawaddy, uma cidade estratégica para o comércio com a Tailândia. Cerca de 200 soldados birmaneses deixaram a cidade para se refugiarem numa ponte que a liga a Mae Sot, disse o porta-voz do KNU, Padoh Saw Taw Nee, à agência francesa AFP.

O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, confirmou aos meios de comunicação birmaneses na quinta-feira à noite que os soldados “tiveram de se retirar”, invocando a segurança das suas famílias. Zaw Min Tun disse à televisão britânica BBC que as autoridades birmanesas e tailandesas estavam em conversações sobre os soldados governamentais, mas sem precisar o número de militares em causa.

Reconheceu também que alguns combatentes do KNU tinham entrado em Myawaddy, sem dar mais pormenores. “A Tailândia deixou bem claro que não permitirá que ninguém viole o seu território, que não o aceitará”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês aos jornalistas em Mae Sot, junto à fronteira com Myanmar.

Mar de gente

Centenas de birmaneses têm-se dirigido à fronteira nos últimos dias para fugir aos combates. A Tailândia tem uma fronteira de 2.400 quilómetros com Myanmar, onde um golpe militar em 2021 reacendeu o conflito com as minorias étnicas.

A situação tinha acalmado na sexta-feira de manhã junto ao rio Moei, que separa os dois países do Sudeste Asiático, constataram jornalistas da AFP no local.
Uma fonte do KNU disse que os seus combatentes e as Forças de Defesa do Povo aliadas tinham entrado em confronto com o exército em Kawkareik, a cerca de 40 quilómetros de Myawaddy, sem dar mais pormenores. Fontes militares disseram à AFP que a junta birmanesa estava a enviar reforços para Myawaddy.

15 Abr 2024

Hong Kong | Mais de 1.000 detidos em operações antifraude

A polícia de Hong Kong deteve 1.121 pessoas suspeitas de pertencerem a redes criminosas que roubaram 2,2 mil milhões de dólares de Hong Kong em fraudes telefónicas e na Internet. A operação “Plano de Ataque” decorreu entre 25 de Março e 11 de Abril, disse na sexta-feira à noite (hora local) a polícia da região.

Os alegados autores foram acusados de vários crimes de branqueamento de capital, conspiração para defraudar e obtenção de bens através de fraude. De acordo com a polícia, 768 homens e 353 mulheres, com idades compreendidas entre os 14 e os 89 anos, foram detidos em ligação a 952 casos de fraude e crimes tecnológicos, principalmente relacionados com o comércio ou o investimento.

O inspector-chefe Tang Kwok-hin, do departamento de cibersegurança e crimes tecnológicos, apelou ao público para utilizar a aplicação “Scameter”, desenvolvida pela polícia e que detecta números de telefone e páginas da Internet fraudulentos. Nos últimos anos, Hong Kong, região vizinha de Macau, adoptou medidas mais rigorosas para combater o branqueamento de capitais, com penas que podem ir até 14 anos de prisão. A polícia de Hong Kong registou um aumento de casos de fraude no ano passado, com 39.824 casos que envolveram perdas de 9,1 mil milhões de dólares de Hong Kong.

15 Abr 2024

Taiwan | Duas empresas dos EUA sancionadas por venda de armas

A China anunciou a imposição de sanções contra duas empresas norte-americanas por causa da venda de armas a Taiwan. As sanções implicam o congelamento dos activos da General Atomics Aeronautical Systems e da General Dynamics Land Systems na China e a interdição de entrada no país de membros da direcção das duas empresas.

“As vendas contínuas de armas dos Estados Unidos à região chinesa de Taiwan violam gravemente o princípio ‘Uma só China’ (…), interferem nos assuntos internos chineses e minam a soberania e a integridade territorial” do país, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado, sem avançar pormenores sobre o alegado envolvimento das empresas no fornecimento de armas à ilha.

A General Dynamics opera meia dúzia de jactos executivos e desenvolve operações em serviços de aviação na China, que continua fortemente dependente da tecnologia aeroespacial estrangeira, mesmo quando tenta construir uma presença própria no sector. A empresa também ajuda no fabrico do tanque Abrams, que está a ser comprado por Taiwan para substituir equipamento obsoleto. A General Atomics produz os veículos aéreos não tripulados (drones) Predator e Reaper, usados pelas Forças Armadas norte-americanas.

As sanções foram decretadas ao abrigo da lei de combate sanções estrangeiras, recentemente promulgada por Pequim, para retaliar contra restrições financeiras e de viagem impostas pelos EUA a funcionários chineses acusados de violações dos Direitos Humanos na China e em Hong Kong. As entidades detidas a 100 por cento pela General Dynamics estão registadas em Hong Kong.

15 Abr 2024

Médio Oriente | China expressa “profunda preocupação” com agravamento de tensões

A China expressou “profunda preocupação” com o agravamento da situação no Médio Oriente, após o ataque do Irão contra Israel, e pediu “calma e contenção”. 99 por cento dos mísseis e drones lançados por Teerão foram interceptados, não causando grandes danos

 

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou preocupação “com a actual escalada da situação” na região e apelou a “todas as partes para que exerçam a calma e a contenção”. O Irão lançou no sábado à noite um ataque com ‘drones’ contra Israel “a partir do seu território”, confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.

As tensões entre os dois países subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 1 de Abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios. “Esta é a mais recente manifestação das repercussões do conflito em Gaza. A prioridade máxima é a aplicação efectiva da Resolução 2728 do Conselho de Segurança da ONU e o fim do conflito em Gaza o mais rapidamente possível”, indicou o comunicado de Pequim.

A China deixou ainda um apelo à comunidade internacional, “especialmente aos países influentes”, para que desempenhem “um papel construtivo na manutenção da paz e da estabilidade regionais”. O Conselho de Segurança da ONU realizou ontem uma sessão de emergência, a pedido de Israel, para discutir os ataques iranianos de sábado à noite.

Na semana passada, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, condenou “de forma veemente” o ataque atribuído por Israel ao consulado iraniano em Damasco.
Numa conversa com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, Wang pediu ainda respeito pela soberania do Irão e da Síria e sublinhou “a inviolabilidade” das instituições diplomáticas.

A China reiterou que a recente escalada das tensões é “uma extensão” do conflito na Faixa de Gaza e que a “prioridade imediata” é “acalmar a situação” na região. Pequim tem manifestado apoio à “causa justa do povo palestiniano para restaurar os seus direitos e interesses legítimos” e à solução de dois Estados, ao mesmo tempo que manifesta consternação pelos ataques contra civis por parte de Israel.

Ataque bloqueado

O Corpo de Guardas da Revolução do Irão, o exército da República Islâmica, lançou um ataque “em grande escala” com drones e mísseis contra Israel, anunciou a televisão estatal iraniana. “Em resposta aos numerosos crimes cometidos pelo regime sionista, incluindo o ataque à secção consular da embaixada da República Islâmica do Irão em Damasco e o martírio de um grupo de comandantes militares e conselheiros do nosso país na Síria, a força aérea da Força Aeroespacial do Corpo dos Guardas da Revolução Islâmica disparou dezenas de mísseis e drones contra alvos específicos dentro dos territórios ocupados”, disse a televisão estatal citando o departamento de relações públicas dos Guardas.

Israel, com a ajuda dos principais aliados ocidentais, incluindo os EUA, o Reino Unido e a Jordânia, afirmou ter interceptado cerca de 99 por cento dos lançamentos durante o ataque em massa, mas acrescentou que alguns mísseis balísticos chegaram a Israel, danificando a base aérea de Nevatim, no sul de Israel.

15 Abr 2024

China | Exportações caíram em Março, depois de subidas em Janeiro e Fevereiro

As exportações chinesas sofreram uma contracção em Março, depois de terem crescido nos dois primeiros meses do ano, expondo o desequilíbrio na recuperação da segunda maior economia mundial após a pandemia. Os dados aduaneiros divulgados na sexta-feira mostram que as exportações diminuíram 7,5 por cento, em Março, em relação ao período homólogo, enquanto as importações caíram 1,9 por cento. Ambos os valores ficaram aquém das expectativas dos analistas.

No período entre Janeiro e Fevereiro, as exportações aumentaram 7,1 por cento, em termos homólogos, enquanto as importações subiram 3,5 por cento.
A China, a segunda maior economia do mundo, registou um excedente comercial de 58,55 mil milhões de dólares em Março. O excedente nos primeiros dois meses do ano foi de 125 mil milhões de dólares.

O declínio das exportações reflectiu, em parte, uma base de comparação mais elevada com Março de 2023, quando as exportações aumentaram 14,8 por cento, à medida que a economia reabriu após ter definhado, sob a política de ‘zero casos’ de covid-19.

A economia abrandou a médio prazo, em parte devido a uma crise no sector imobiliário. O enfraquecimento das exportações é mais um entrave ao crescimento. “Pensamos que os volumes de exportação aumentarão mais lentamente este ano, dado que o consumo nas economias desenvolvidas está a arrefecer e que o estímulo suscitado pela queda acentuada dos preços das exportações do ano passado está a desaparecer”, afirmou Zichun Huang, economista da Capital Economics para a China, numa nota. Huang disse que as importações provavelmente ganharão impulso, já que o aumento das despesas do Governo impulsiona a demanda.

Época de saldos

Um inquérito oficial aos gestores de compras das fábricas em Março mostrou que a actividade industrial se expandiu pela primeira vez em seis meses. O inquérito revelou uma expansão das novas encomendas de exportação pela primeira vez em quase um ano.

A China estabeleceu um objectivo de crescimento económico de cerca de 5 por cento para este ano, uma ambição que exigirá mais apoio político, segundo os economistas.
Os últimos dados desmentem as preocupações de que a China possa aumentar as suas exportações para ajudar a atingir o seu objectivo de crescimento, aumentando o excesso de capacidade em muitas indústrias. O aumento dos envios de veículos eléctricos para a Europa fez soar o alarme sobre a possibilidade de as viaturas eléctricas fabricadas na China poderem vir a substituir os produzidos pelos fabricantes locais.

Os exportadores têm vindo a reduzir os preços para aumentar as suas vendas no estrangeiro, mas com o aumento das perdas, a capacidade dos fabricantes para reduzir os preços está a diminuir, disse Huang.

15 Abr 2024

Exposição sobre trabalho de Eduardo Nery na USJ até ao dia 26

Pode ser vista, até ao dia 26 de Abril, na Universidade de São José (USJ) a exposição “Unveiling the Artistic Journey of Eduardo Nery at Macau Airport” [Desvendando o Percurso Artístico de Eduardo Nery no Aeroporto de Macau], centrada no painel de azulejos que pode ser visto no aeroporto.

Segundo um comunicado da USJ, esta mostra nasceu da iniciativa da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ em colaboração com o Sistema de Informação para o Património Arquitectónico e o Centro Científico e Cultural de Macau.

A exposição assinala o 30º aniversário do painel de azulejos que foi criado em 1994 pelo artista português Eduardo Nery de propósito para o Aeroporto Internacional de Macau a convite da administração de Vasco Rocha Vieira, último Governador português do território.

A ideia era conceber “uma obra de arte de grande escala para melhorar o espaço público do aeroporto”, tendo o convite resultado num painel com 210 metros de comprimento e 2,10 metros de altura. A inauguração aconteceu em Dezembro de 1995, quando o aeroporto abriu oficialmente ao público. A USJ acrescenta que a mostra visa explorar “o processo criativo de Nery, oferecendo aos visitantes uma visão única da concepção e realização do mural, que se tornou um símbolo do Aeroporto de Macau”.

O mar e o mito

Os temas retratados na obra de arte incluem religiões e mitos portugueses e chineses, o significado histórico do mar na ligação entre Portugal e Macau, a ciência náutica, a aviação em Macau e aspectos da cultura portuguesa dos séculos XVI e XVII. Através de vários materiais, incluindo esboços originais, estudos e fotografias, esta exposição oferece uma perspectiva detalhada do trabalho meticuloso do artista na simplificação e reinterpretação de imagens históricas para criar o deslumbrante mural.

Carlos Sena Caires, director da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ e curador da exposição, indica que a ideia por detrás deste projecto foi não só “mostrar a última obra-prima de Eduardo Nery no Aeroporto de Macau, mas também aprofundar o intrincado processo que conduziu à sua criação”.

“É fascinante apreciar a diversidade de fontes e inspirações que informaram a abordagem artística e criativa de Eduardo Nery, desde desenhos antigos a referências de pinturas chinesas e fotografias de arquitectura, tudo convergindo para uma expressão artística coerente e diversificada”, disse ainda. A exposição está aberta ao público, gratuitamente, na Galeria de Exposições Keng Wong, no Campus da Ilha Verde da USJ.

15 Abr 2024

Concerto | Palestra sobre música do século XIX hoje na FRC

Hoje, a partir das 18h30, os amantes de música clássica vão poder apreciar composições que marcaram o século XIX num concerto que é, ao mesmo tempo, uma palestra dirigida pelo musicólogo Sio Pan Leong. O evento será oportunidade para admirar as sonoridades de Schubert, Tosti, Debussy, Chopin, Brahms e Hasselman

 

“Melodias Nocturnas: A Noite Artística na Música do Século XIX” é o nome da palestra que é, ao mesmo tempo, um espectáculo musical que decorre hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC). O evento será conduzido pelo musicólogo Sio Pan Leong, contando ainda com a presença das pianistas Vicky Hei Man Tong e Christy Pui Man Tong, a soprano Hapi Hoi Sam Chan e a harpista Jessica Iok Man Chong.

Nesta sessão, co-organizada pela Associação de Performance Musical de Macau (APMM) e a Associação Musicológica de Macau, o público poderá “mergulhar na paisagem nocturna da música artística do século XIX”, aponta um comunicado da FRC, que cita a APMM. A organização do evento descreve a época em destaque como uma altura em que a “escuridão da noite serviu de tela para interagir com o misterioso e o irracional”, explorando “o sublime e o transcendental, os sonhos e os anseios, bem como os aspectos desconhecidos e sombrios da psique humana”.

Como tal, é proposto ao público uma “viagem fascinante por peças criadas para piano, voz e harpa”, de compositores bem conhecidos em todo o mundo como Schubert, Tosti, Debussy, Chopin, Brahms e Hasselman, sendo apresentadas diversas interpretações do tema “Noite”. Adicionalmente, a componente teórica do recital acompanhará o público na exploração e elucidação deste conceito, desvendando os mistérios e a essência poética da “Noite” na música, na arte e na literatura do século XIX.

Um certo fascínio

A sessão de hoje na FRC explora quatro segmentos relacionados com o universo nocturno, nomeadamente “Ode à Noite”, que explora a glorificação deste conceito no Romantismo; “Despertar”, que representa a transição do reino etéreo dos sonhos para a dura realidade do dia; “Nocturno”, que desvenda os aspectos enigmáticos e sombrios da noite através de composições instrumentais; e “Rouxinol” que descreve uma serenata ao público com os sons encantadores da natureza à noite.

A FRC explica que “independentemente do nível de conhecimento musical de cada um, esta palestra-recital promete evocar o extraordinário fascínio e profundidade emocional da ‘Noite’ associada aos temas clássicos”. Um dos exemplos mais conhecidos da música clássica melancólica é o de Frédéric Chopin, que compôs 21 nocturnos para piano entre os anos de 1827 e 1846, ocupando, ainda hoje, uma grande importância no repertório de muitos pianistas, com inúmeras interpretações.
Também os nocturnos de Claude Debussy ficaram para a história, tratando-se de uma composição em três movimentos para orquestra escrita entre 1892 e 1899, baseada na poesia.

15 Abr 2024

Exposição “50 passos para a liberdade” vai passar por Macau

Os “50 passos para a Liberdade” que marcaram o fim da ditadura em Portugal vão poder ser vistos a partir de terça-feira, no âmbito de uma exposição que arranca nas Caldas da Rainha em simultâneo com 14 cidades do mundo, onde se incluem Macau, Pequim, Seul, São Tomé e Príncipe, Bucareste, Bogotá, Havana, Teerão, Oslo e Dacar.

Desenvolvida pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a Exposição “50 passos para a Liberdade: Portugal, da Ditadura ao 25 de Abril” será na terça-feira inaugurada no Centro Cultural e Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, circulando, em simultâneo por uma dezena de países do mundo.
Tal reflecte, segundo a comissária executiva, Maria Inácia Rezola, “o interesse não apenas nacional, mas também internacional, que as celebrações estão a assumir”.
Abrangendo o período entre Setembro de 1968 e Julho de 1974, a mostra retrata os últimos anos da ditadura e os momentos seguintes ao seu derrube com recurso a fotografias, cartazes, documentos e recortes de imprensa.

“O ponto inicial é a célebre queda da cadeira de Oliveira Salazar”, disse Inácia Rezola à agência Lusa, explicando que a exposição percorre depois “alguns dos acontecimentos centrais do marcelismo, enfatizando questões como a luta dos movimentos de libertação africanos, as lutas sindicais e a luta dos católicos progressistas”.

Pontos cardeais

Organizada em quatro núcleos, a mostra analisa “a conspiração dos capitães e a preparação do 25 de Abril e do programa do MFA [Movimento das Forças Armadas]”, adiantou a comissária, vincando que a exposição dedica “um espaço muito particular ao próprio dia 25 de Abril” e conclui, no quarto núcleo, “retratando o que foram os primeiros momentos vividos em liberdade”.

Nomeadamente, acrescentou, abordando “a conquista da liberdade de expressão e a conquista do salário mínimo nacional, culminando todas estas novidades com a aprovação, a 27 de julho de 1974, da lei 7/74, pela qual, finalmente, Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e à independência”.

Concebida em formato digital, para poder ser reproduzida em qualquer parte do mundo, a exposição irá circular pelo país, no âmbito do dia da Defesa Nacional, ficando patente nos vários centros de divulgação.

Com conteúdos disponíveis em português, inglês, francês e espanhol, numa iniciativa que contou com a colaboração do Camões – Instituto de Cooperação e da Língua (Camões – IP), a exposição, está desde o início do mês patente em Maputo (Moçambique) e em Praga, na República Checa. A exposição “foi concebida de uma forma muito didática” e, segundo a comissária, “pode ser vista por quem viveu o período, que irá recordar e rememorar esses momentos, mas também foi pensada para os mais jovens, para os que nasceram depois do 25 de Abril e para os que nasceram já neste milénio”.

A exposição é uma das iniciativas das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que tiveram início em Março de 2022 e vão decorrer até 2026.
Cada ano foca-se num tema prioritário, tendo o período inicial sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do MFA começaram a ser revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.

15 Abr 2024

Educação | Escolas vão ensinar inteligência artificial

A partir do próximo ano escolar, os currículos das instituições de ensino não superior vão passar a incluir um número mínimo de horas para leccionar “programação” e “inteligência artificial”.

A novidade foi avançada pelo Conselho Executivo, e foi anunciada na sexta-feira, no âmbito da terceira reforma curricular, desde 2014.
“O diploma exige às escolas que […] determinem uma duração mínima para o desenvolvimento do ensino de programação e do ensino de inteligência artificial na duração das actividades lectivas de tecnologias de informação do ensino primário ao ensino secundário”, foi revelado.

Na apresentação das alterações foi igualmente indicado que até 2030, no âmbito do Planeamento a Médio e Longo Prazo do Ensino Não Superior, o objectivo do sistema de educação passam por “desenvolver o poder suave (soft power) dos alunos” e “reforçar o ensino da criatividade e das tecnologias de informação e comunicação”.

As mudanças não se ficam por alterações aos currículos das disciplinas, passa também haver um maior período de intervalo entre aulas consecutivas. “Será aperfeiçoado o intervalo entre duas aulas consecutivas para aliviar o cansaço dos alunos, de modo a aumentar a eficácia da aprendizagem”, foi prometido.

15 Abr 2024

Prisão preventiva | Deputados sem opiniões sobre alargamento

Os deputados da 2.ª Comissão Permanente não fizeram quaisquer comentários face à proposta do Governo para aumentar os prazos de prisão preventiva. A reboque da “lei de combate aos crimes de jogo”, que foi aprovada na generalidade em Fevereiro, o Executivo propôs aumentar os prazos de prisão preventiva para vários crimes. Contudo, o assunto não despertou o interesse dos deputados.

No âmbito de uma conferência de imprensa realizada na sexta-feira, após uma reunião da comissão que está a analisar o diploma na especialidade, o presidente do grupo de trabalho, Chan Chak Mo, foi questionado sobre a mudança.

“A comissão não teve qualquer opinião [sobre este assunto]”, respondeu Chan Chak Mo, de acordo com o portal GGR Asia.
Os crimes que passam a prever um período de prisão preventiva mais alargado são os de traição à pátria, secessão do Estado e subversão contra o poder político do Estado, o crime de associação criminosa e ainda todos os crimes com uma pena máxima superior a oito anos de prisão e praticados com recurso à violência.

Os arguidos passam assim a poder ficar oito meses em prisão preventiva, sem que tenha sido deduzida acusação, ou até um ano de preventiva, nos casos em que há instrução, mas não há despacho de pronúncia. Ao mesmo tempo, os arguidos podem igualmente ficar detidos durante dois anos, sem que tenha havido condenação em primeira instância, e três anos, sem que tenha havido condenação transitada em julgado.

15 Abr 2024

25 Abril | Em “maus lençóis” com a PIDE, revolução permitiu a Ramos-Horta ficar em Timor

Por Isabel Marisa Serafim, da agência Lusa

Com sérios problemas com a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), a revolução de abril de 1974 permitiu ao atual Presidente timorense, José Ramos-Horta, continuar em Timor-Leste, disse à Lusa o prémio Nobel da Paz.

José Ramos-Horta tinha dado uma entrevista, em 14 de janeiro de 1974, a um jornal australiano a afirmar que, em alguns anos, o Timor português iria ser independente e o assunto chegou a Lisboa e o governador de então, Alves Aldeia, não o conseguiu “proteger”.

“’Você tem feito e dito muitas coisas e eu sempre a procurar protegê-lo e desta vez não vai ser possível, porque já chegou a Lisboa. O que é que você quer que lhe aconteça ir para a prisão ou sair de Timor? Sair de Timor, senhor governador’”, contou à Lusa José Ramos-Horta ao recordar a conversa com o governador Alves Aldeia.

A saída de Timor ficou marcada para 27 de abril e para não haver grande polémica estava prevista ser publicada num jornal local uma notícia (falsa) a dizer que José Ramos-Horta tinha ido para a Austrália, com uma bolsa, estudar jornalismo.

Mas dois dias antes da partida um técnico de telecomunicações, que “tinha a mania que era agente da PIDE”, mas “não fazia mal a uma mosca”, recordou o Presidente timorense, disse-lhe que tinha havido um golpe em Portugal.

“Como eu já estava em ‘maus lençóis’ com a PIDE, fingi indiferença”, disse José Ramos-Horta, salientando que a confirmação lhe foi dada por um “grande abraço” de um oficial português, que estava destacado em Timor.

“Entretanto, o governador Alves Aldeia, muito bom homem, chamou-me para o gabinete dele. Você ouviu as notícias em Portugal, já não tem de sair de Timor-Leste”, contou.

Questionado pela Lusa sobre o ambiente político em Timor nos anos 1970 ou se já havia algum movimento a defender a independência do território, o Presidente timorense referiu que havia, mas era incipiente.

“Nos anos 1970 já havia um incipiente movimento pró-independência, mas muito incipiente, sem organização, sem liderança, com um grupo de nós, que se reunia regularmente à volta de uma refeição e conversávamos”, disse. “Mas, fora disso, Timor-Leste era um país completamente isento ou imunizado em relação às grandes movimentações nacionalistas que surgiram nas áfricas do pós-segunda guerra”, referiu.

O Presidente timorense lembrou o 25 de Abril de 1974 como uma “bela revolução” para a “realização do sonho da liberdade e democracia para o povo português”, para a resolução da guerra colonial e pela forma como decorreu sem “sangue e sem fuzilamentos”. Para José Ramos-Horta, o resultado do 25 de Abril de 1974 é o “que é Portugal hoje, um dos países mais democráticos do mundo”.

O prémio Nobel da Paz salientou também que Portugal “melhorou muito” desde que visitou a primeira vez o país, em 07 de dezembro de 1975.

“Portugal hoje é economicamente mais desenvolvido, lidera nas áreas da ciência, tecnologia, medicina, tem muito prestígio na Europa, prestígio Internacional. Portanto, é a razão para celebrarmos os 50 anos do 25 de Abril”, concluiu.

José Ramos-Horta realiza uma visita de Estado a Portugal a partir de 20 de abril, no âmbito da qual participa nas cerimónias de celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

14 Abr 2024

Repórteres sem Fronteiras | Representante impedida de entrar em HK

A Repórteres sem Fronteiras (RSF) declarou que um dos seus representantes teve entrada recusada em Hong Kong, onde pretendia assistir ao processo do empresário pró-democracia Jimmy Lai, que está detido.

A representante da RSF, Aleksandra Bielakowska, baseada em Taipé, teve a entrada negada no aeroporto internacional de Hong Kong, onde pretendia “reunir com jornalistas e seguir uma audiência no processo de Jimmy Lai”, segundo a organização não-governamental. Bielakowska foi “detida durante seis horas, revistada e interrogada (…), antes de ser expulsa do território”, especificou-se no texto.

Esta foi a primeira vez que um representante dos RSF teve a entrada recusada no território ou foi detido à chegada a Hong Kong. A RSF está “consternada por este tratamento inaceitável”, declarou Rebecca Vincent, dirigente da organização em comunicado. “Nunca testemunhámos esforços tão flagrantes das autoridades para se subtraírem ao exame dos processos judiciais”, acrescentou.

12 Abr 2024

Coreia do Sul | Primeiro-ministro e líder do partido no poder demitem-se

O primeiro-ministro e o líder do partido no poder na Coreia do Sul demitiram-se ontem, depois da derrota do Partido do Poder Popular nas legislativas, deixando o Presidente numa posição difícil até ao final do mandato

O primeiro-ministro Han Duck-soo “manifestou a intenção de se demitir”, disse um funcionário presidencial aos jornalistas, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Também o líder do Partido do Poder Popular (PPP) pediu “desculpas ao povo por não ter sido escolhido”. “Assumo toda a responsabilidade pelos resultados das eleições e vou demitir-me do cargo”, declarou à imprensa Han Dong-hoon.

Os principais conselheiros do Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, igualmente do PPP, estão a considerar demitir-se após a derrota eleitoral, informaram meios de comunicação social sul-coreanos, incluindo a Yonhap.

Com a maior parte dos votos contados, o Partido Democrático, principal partido da oposição, e o partido satélite deste, deverão ter conquistado um total de 175 lugares na Assembleia Nacional, composta por 300 membros. Um outro pequeno partido liberal da oposição deverá obter 12 lugares, de acordo com os ‘media’ sul-coreanos. Já o PPP e o partido satélite deverão ter alcançado 109 lugares.

Ventos liberais

Os resultados das eleições de quarta-feira representam um golpe político para Yoon, fazendo recuar a agenda interna do líder e deixando-o perante uma ofensiva política cada vez mais intensa da oposição liberal durante os três anos que lhe restam no cargo, escreveu a agência de notícias Associated Press (AP).

Numa reacção aos resultados, Yoon Suk-yeol prometeu reformas: “Honrarei humildemente a vontade do povo expressa nas eleições gerais, reformarei os assuntos do Estado e farei o meu melhor para estabilizar a economia e os meios de subsistência das pessoas”, disse o dirigente, de acordo com o chefe de gabinete Lee Kwan-sup.

O resultado significa que as forças liberais da oposição vão alargar o controlo do parlamento, embora seja possível que não consigam alcançar a maioria de 200 lugares que lhes confere poderes legislativos para anular vetos e até mesmo destituir o Presidente, indicou a AP.

Na Coreia do Sul, o poder executivo está fortemente concentrado no Presidente, mas o primeiro-ministro é o segundo responsável e dirige o país em caso de incapacidade do chefe do Estado.

A eleição de quarta-feira foi vista como um voto de confiança a meio do mandato de Yoon, um antigo procurador de topo que assumiu o cargo em 2022. Yoon tem feito pressão para impulsionar a cooperação com os Estados Unidos e o Japão de forma a enfrentar uma combinação de desafios económicos e de segurança. Mas o Presidente sul-coreano tem-se debatido com baixos índices de aprovação no país e com um parlamento controlado pela oposição liberal.

12 Abr 2024

Inflação | Taxa volta a abrandar e fixa-se em 0,1% em Março

O principal indicador da inflação chinesa subiu 0,1 por cento em Março, em termos homólogos, abrandando novamente após ter subido 0,7 por cento em Fevereiro, no que constituiu a maior recuperação em quase um ano no contexto de tendência deflacionista.

O índice de preços no consumidor (IPC), divulgado ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE), ficou também abaixo das expectativas dos analistas, entre os quais a previsão mais generalizada apontava para uma subida de 0,4 por cento, em termos homólogos. Numa base mensal, os preços no consumidor caíram 1 por cento, a maior descida num só mês desde Março de 2020, quando caíram 1,2 por cento. Os especialistas esperavam que o IPC registasse uma contracção de 0,5 por cento em relação ao valor de Fevereiro.

O estatístico do GNE Dong Lijuan atribuiu a situação ao “declínio sazonal da procura dos consumidores” por alimentos ou serviços turísticos, após o período de férias do Ano Novo Lunar. O analista governamental sublinhou que o IPC subjacente – uma medida que exclui os preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade – subiu 0,6 por cento em Março em termos anuais, “mantendo um aumento moderado”.

12 Abr 2024

Pequim acusa EUA e Japão de difamação após reverem aliança

Pequim acusou ontem os Estados Unidos e o Japão de “difamação”, após o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, terem anunciado a maior revisão da aliança militar entre os dois países em 65 anos.

“Os Estados Unidos e o Japão ignoraram as graves preocupações da China. Difamaram e atacaram a China relativamente a Taiwan e às questões marítimas, interferindo gravemente nos assuntos internos da China”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Para Pequim, as relações entre Washington e Tóquio “não devem ter como alvo ou prejudicar os interesses de outros países, nem minar a paz e a estabilidade regionais”.

A reestruturação do comando militar dos EUA no Japão marca a maior actualização da aliança de segurança entre Tóquio e Washington desde a entrada em vigor do tratado de defesa mútua, de 1960, e surge numa altura em que ambos os países procuram conter a ascensão da China.

“A China opõe-se firmemente àqueles que se agarram à mentalidade da Guerra Fria ou a palavras e actos que apenas criam e intensificam conflitos e prejudicam a segurança e os interesses estratégicos de outros países”, afirmou.
Biden e Kishida sublinharam que a sua posição sobre Taiwan permanece “inalterada” e reiteraram “a importância de manter a paz e a estabilidade no Estreito [de Taiwan] como um elemento indispensável da segurança e prosperidade globais”.

Mao disse que “Taiwan é um assunto puramente interno da China” que “não permite qualquer interferência de forças externas”. “Exortamos os Estados Unidos a implementar a promessa do Presidente Biden de que não apoiará a ‘independência’ da ilha”, disse.

12 Abr 2024

Futebol | Cristiano Ronaldo poderá jogar em Hong Kong em Janeiro

A Associação de Futebol de Hong Kong está a considerar convidar o Al Nassr, clube saudita onde joga Cristiano Ronaldo, para participar num torneio de quatro equipas no início de 2025. O organismo está também de olho em equipas do campeonato português. Apesar da iniciativa ainda estar numa fase inicial, uma coisa é certa: Lionel Messi não será convidado

 

Um plano para trazer Cristiano Ronaldo a Hong Kong para disputar um jogo no início de 2025 está a ser discutido pelos dirigentes do futebol da cidade.
A ideia, que está numa fase inicial, envolve a visita do Al Nassr, o clube saudita de Ronaldo, para disputar um torneio de quatro equipas, potencialmente em Janeiro. O presidente da associação local de futebol, Pui Kwan-kay, confirmou ao South China Morning Post que o organismo que dirige começou “discussões iniciais” a nível interno para concretizar aquele que é um dos desejos dos fãs de futebol de Hong Kong, Macau e da região.

Em Janeiro deste ano, Ronaldo e o Al Nassr tinham previsto na agenda dois jogos amigáveis em Shenzhen. Mas uma lesão do avançado português obrigou a que os jogos fossem cancelados na véspera da data marcada, tendo os portadores dos bilhetes sido reembolsados.

Pui Kwan-kay revelou que uma das ideias era acrescentar uma paragem em Hong Kong, caso o Al Nassr, como foi proposto, regressasse a Shenzhen para cumprir os jogos que cancelou. “Se o Al Nassr disputar jogos de exibição em algumas cidades, os custos elevados poderão ser divididos”, afirmou ao diário da região vizinha.

Caso clube saudita regresse a Shenzhen, as autoridades de Hong Kong têm em vista a marcação de jogos adicionais em Hong Kong no novo estádio da cidade, com 50 mil lugares, actualmente em construção no Kai Tak Sports Park.

“Não sei se o Al Nassr vai regressar à China, mas [trazer Ronaldo a Hong Kong] é uma boa ideia porque é um dos jogadores mais populares. O estádio Kai Tak está quase a abrir, por isso precisamos de alguns mega-eventos”, indicou o presidente da associação. O dirigente assumiu também que Hong Kong poderia “simplesmente assumir a liderança enquanto entidade organizadora, mas ainda é muito cedo para o dizer. Agora, estamos apenas na fase de consideração e discussão”.

Atenção a Portugal

Hong Kong tem tido dificuldades em atrair clubes estrangeiros de futebol desde a visita do Manchester City em Julho de 2019, com os responsáveis locais do futebol a recusarem as taxas cobradas pelos clubes da Premier League inglesa e outros destinos como Singapura e Tóquio a revelarem-se mais atractivos. Outra situação que acrescenta dificuldades à vinda de clubes ingleses é a altura apontada para estes jogos amigáveis se realizarem, nomeadamente tendo em conta a tradicional Taça do Ano Novo Lunar. Porém, Pui Kwan-kay levantou a possibilidade de convidar “equipas da Europa de Leste e da Primeira Liga Portuguesa”.

Uma equipa que “definitivamente” não está na lista de desejos de Pui é o Inter Miami, afastando a possibilidade de os dois “rivais”, Ronaldo e Messi, se encontrarem em Hong Kong. “Pessoalmente, acho que não é apropriado pedir Messi neste momento. Não será dada qualquer prioridade a Messi e à sua equipa”, acrescentou o dirigente ao South China Morning Post.

12 Abr 2024

Antigo Governador de Macau condecorado a título póstumo

Jaime Silvério Marques, antigo Governador de Macau entre os anos de 1959 e 1962, foi condecorado a título póstumo pelo Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, por ter feito parte da Junta de Salvação Nacional (JSN), entidade constituída no dia 25 de Abril de 1974 depois da queda do Estado Novo e do fim da ditadura.

A condecoração, de Grande Oficial da Ordem da Liberdade, foi também atribuída, a 5 de Julho de 2023, às restantes personalidades que fizeram parte da JSN: Carlos Galvão de Melo, Diogo Neto e almirante Rosa Coutinho. De frisar que António de Spínola e Francisco da Costa Gomes, nomes mais sonantes da JSN e que foram presidentes da República portuguesa, foram distinguidos com o Grande Colar da Ordem da Liberdade, considerada a mais alta insígnia da Liberdade.

Segundo o jornal Público de terça-feira, as condecorações não foram divulgadas, algo que gerou polémica. Recorde-se que em 2022, quando surgiu a notícia de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia condecorar todos os membros da JSN, várias personalidades portuguesas assinaram uma carta aberta a defender que a condecoração de Spínola com a Ordem da Liberdade representaria “uma afronta”.

Pelos pingos da chuva

O Público escreve ainda que a opção de condecorar Spínola ” para que fosse quase impossível alguém saber” – é preciso investigar na página das Ordens Honoríficas Portuguesas para obter a informação “pode ser interpretada como uma forma de o Presidente evitar uma polémica pública”. Fonte da Presidência não explicou por que razão fez nota pública de algumas condecorações, mas de outras não, como a de Spínola, tendo apenas referido que “todos os condecorados constam do ‘site’ das Ordens Honoríficas

As críticas à condecoração prendem-se com o facto de Spínola ter criado o movimento político Movimento Democrático pela Libertação de Portugal (MDLP), uma organização terrorista de extrema-direita.

12 Abr 2024

Comércio | Deputado apela ao “bom coração” dos senhorios

Numa situação em que as empresas de Macau têm cada vez mais dificuldades em competir com as congéneres do Interior e aos negócios online, o deputado Leong Sun Iok apelou aos senhorios para baixarem as rendas.

O apelo foi feito durante uma intervenção antes da ordem dia na Assembleia Legislativa, em que o deputado também pediu ao Governo medidas de incentivo ao consumo local: “Apela-se aos proprietários para entenderem a pressão das micro e das pequenas e médias empresas e as aliviem no que respeita às rendas, para se ultrapassar em conjunto os tempos difíceis que as mesmas estão a viver”, afirmou.

O apelo foi estendido ao Governo, que é senhorio de várias lojas e restaurantes em edifícios de habitação pública em zonas residenciais. Sobre os motivos da crise actual, que tem afectado principalmente a zona norte, mais perto da fronteira, o legislador reconheceu que se deve à maior facilidade de alguns residentes irem ao Interior da China.

“Numa sessão de intercâmbio recentemente realizada por uma associação da restauração, operadores referiram […] que muitos residentes optam por fazer compras no Interior da China, que há uma generalização das compras online e que as rendas são altas, situação que dificulta a exploração de muitas PME e microempresas”, justificou.

12 Abr 2024