China / ÁsiaComércio | Preços no consumidor sobem 0,1% em Junho Hoje Macau - 10 Jul 2025 O índice de preços no consumidor da China subiu 0,1 por cento em Junho, em termos homólogos, o primeiro aumento após quatro meses consecutivos de descidas, indicou ontem a agência estatística do país. O dado surpreendeu os analistas, que previam nova contração dos preços, depois de uma queda de 0,1 por cento em Maio. Segundo Dong Lijuan, estatístico do Gabinete Nacional de Estatística, as medidas adoptadas pelo Governo para estimular a procura interna e incentivar o consumo “continuaram a surtir efeito” no mês de Junho. A segunda maior economia mundial continua sob pressão deflacionista, devido à combinação entre a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial, agravada pela guerra comercial com os Estados Unidos, que tem dificultado o escoamento de inventários acumulados pelas empresas. A deflação (queda anual nos preços no consumidor) reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Caminho traçado As autoridades chinesas têm reiterado que o reforço da procura interna será uma das prioridades económicas centrais para 2025. A mesma fonte divulgou ainda o índice de preços no produtor, que mede os preços à saída da fábrica, e que acentuou a queda de 3,3 por cento em Maio para 3,6 por cento em junho, o valor mais baixo desde julho de 2023. A descida foi maior do que as previsões do mercado, que apontavam para uma contração menor. Dong Lijuan alertou que algumas indústrias orientadas para a exportação estão “sob pressão” em termos de preços e que “a incerteza no comércio global afectou as expectativas das empresas exportadoras”. Em Maio, Pequim e Washington acordaram um pacto temporário de 90 dias, pelo qual a China reduziria as tarifas sobre produtos norte-americanos de 125 por cento para 10 por cento, enquanto os EUA diminuiriam as suas tarifas sobre bens chineses de 145 por cento para 30 por cento.