Manchete SociedadeImobiliário | Empresários querem Governo a financiar juros João Santos Filipe e Nunu Wu - 26 Nov 2025 Apesar dos novos incentivos fiscais e da maior facilidade no acesso ao crédito para a habitação, representantes dos promotores e agentes imobiliários duvidam que as medidas invertam a tendência de queda dos preços e do número de transacções Embora o Governo tenha anunciado novas medidas de apoio ao mercado imobiliário, a Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau considera que as políticas são insuficientes, e pede ao Executivo que estude o financiamento dos juros do crédito bancário. Na semana passada, Sam Hou Fai anunciou com as Linhas de Acção Governativa (LAG) que os imóveis para habitação ficam isentos do pagamento do imposto de selo até ao valor de 6 milhões de patacas e num máximo de 120 mil patacas. Além disso, o presidente substituto do Conselho de Administração da Autoridade Monetária de Macau, Vong Sin Man, revelou que os limites do rácio dos valores dos empréstimos hipotecários destinados à aquisição de habitação vão ser aumentos de 70 por cento para 80 por cento. No entanto, as notícias são consideradas insuficientes no sector. Ao jornal Ou Mun, o presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, Chong Sio Kin, apontou que com a entrada em vigor das novas políticas, haverá um maior incentivo à compra e venda de habitação. O empresário também reconhece que o mercado pode sentir um efeito benéfico a curto prazo, devido aos promotores que têm habitações novas para vender ou apartamentos em vias de estarem construídas. Contudo, Chong Sio Kin indicou que o sector não acredita que vá resultar num efeito substancial, pelo menos enquanto não forem adoptadas outras medidas. Neste sentido, o presidente da associação recordou que no passado, em 1996, o Governo lançou um regime de bonificação ao crédito para aquisição ou locação financeira de habitação própria. O programa previa que fossem pagos os juros até ao valor máximo de 4 por cento, num período que podia chegar aos 10 anos. O dirigente associativo espera que esta medida possa servir de exemplo para o futuro e que o Executivo estude a sua viabilidade. Efeitos limitados Chong Sio Kin ainda defendeu que o Governo deve seguir as práticas de Hong Kong, e implemente uma nova política de residência por investimento. Assim, os não residentes podem obter residência, a troco de investimento imobiliário. Além disso, o empresário sugeriu ao Governo que atraia activamente quadros qualificados para Macau, porque acredita que estas pessoas têm capacidade financeira para comprar habitação. Por sua vez, o presidente da Associação dos Agentes Imobiliários do Sector Imobiliário de Macau, Franky Fong, também concorda que as duas medidas do Governo podem impulsionar a curto prazo as transacções habitacionais e o volume pode atingir um crescimento anual de 10 a 20 por cento no próximo ano. Todavia, o responsável concluiu que o impacto máximo resultará numa estabilização da queda dos preços e do número de transacções, não se esperando um crescimento efectivo.