Mar do Sul | Expulso contratorpedeiro dos EUA por invadir águas disputadas

A entrada ilegal de um navio norte-americano em águas territoriais da China levou à resposta das forças militares chinesas que, após vários avisos, expulsaram o contratorpedeiro da área adjacente à ilha de Huangyan

 

O Exército chinês afirmou ontem que o contratorpedeiro norte-americano USS Higgins “penetrou ilegalmente” nas águas disputadas adjacentes à ilha de Huangyan, no mar do Sul da China, tendo sido “expulso de acordo com a lei”.

Em comunicado divulgado na rede social chinesa Wechat, o Comando do Teatro do Sul do Exército de Libertação Popular (ELP) indicou que o navio entrou naquelas águas “sem autorização do Governo chinês”, tendo sido “seguido, advertido e expulso”.

Huangyan é a designação chinesa para o atol Scarborough (Bajo de Mansiloc), situado no mar do Sul da China e cuja soberania Pequim disputa com as Filipinas.

Segundo o porta-voz He Tiecheng, as acções do navio norte-americano “violaram gravemente a soberania e a segurança da China, prejudicaram seriamente a paz e a estabilidade no mar do Sul da China e infringiram o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais”.

O porta-voz acrescentou que as tropas do Comando “mantêm-se em alerta máximo em todos os momentos para defender firmemente a soberania e a segurança” da China, bem como a “paz e estabilidade regionais”.

A área tem registado frequentemente incidentes entre navios chineses e filipinos. Na segunda-feira, a guarda costeira chinesa afirmou que várias embarcações filipinas “entraram” em águas adjacentes a Huangyan, tendo sido “expulsas”.

A guarda costeira filipina acusou navios chineses de realizarem “manobras perigosas” na zona, que provocaram o embate entre um navio da guarda costeira chinesa e um da Marinha do ELP, enquanto perseguiam uma embarcação filipina. Manila acusou ainda as embarcações chinesas de bloquearem o acesso e usarem canhões de água contra os seus guardas costeiros.

Questões em disputa

China e Filipinas mantêm uma disputa prolongada pela soberania de várias ilhas e recifes numa região estratégica, por onde transita cerca de 30 por cento do comércio marítimo mundial, que alberga 12 por cento dos pesqueiros globais e potenciais reservas de petróleo e gás.

Pequim, que possui a maior frota marítima do mundo, reivindica quase a totalidade destas águas por motivos históricos, em conflito com as posições de outros países da região, como Filipinas, Malásia, Vietname ou Brunei.

As tensões intensificaram-se desde a chegada ao poder, em 2022, do Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., cujo Governo reforçou a aliança com os Estados Unidos e adoptou uma postura mais firme face às reivindicações chinesas.

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