Hoje Macau China / ÁsiaVisita | PR guineense reafirma respeito por “Uma só China” Umaro Sissoco Embaló enalteceu a iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota que, segundo o Presidente guineense, contribui para um futuro da humanidade mais partilhado, contrariando a lógica de segurança imposta pelo Ocidente que estimula o confronto entre as nações O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse ontem, em Pequim, apreciar o “valioso apoio de longo prazo da China” para o desenvolvimento do seu país e reafirmou o respeito pelo princípio ‘Uma só China’. O princípio ‘Uma só China’ é visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território. China e Guiné-Bissau estabeleceram relações diplomáticas em 1974‚ mas estas foram interrompidas entre 1990 e 1998. “A Guiné-Bissau respeita firmemente o princípio de ‘Uma só China’”, afirmou o chefe de Estado guineense, durante um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, segundo um despacho difundido pela agência de notícias oficial Xinhua. Sissoco Embaló disse ainda apoiar os “principais conceitos e iniciativas globais” lançados por Pequim, incluindo a “construção de uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade e a Iniciativa Faixa e Rota”. A noção de “comunidade com um futuro partilhado”, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, visa contrariar a arquitectura de segurança erguida pelo Ocidente depois da Segunda Guerra Mundial. Pequim acusa a doutrina ocidental de estimular o confronto entre blocos e minar a estabilidade em diferentes partes do mundo. Designado pelo Presidente chinês como o “projecto do século”, a Iniciativa Faixa e Rota foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa. A aproximação entre Pequim e os países envolvidos abarca um incremento das consultas políticas e cooperação no âmbito do ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos de circulação monetária, visando elevar o papel da moeda chinesa, o yuan, nas trocas comerciais. Mãos dadas A Faixa e Rota envolveu também a fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional. Citado pela Xinhua, Umaro Sissoco Embaló disse que a Guiné-Bissau “aprecia sinceramente o valioso apoio de longo prazo da China para o seu desenvolvimento económico e social”, e que “está disposta a reforçar ainda mais a cooperação prática com a China em vários domínios, como a economia, o comércio e a construção de infraestruturas”. O primeiro-ministro chinês disse que Pequim está disposta a trabalhar com Bissau para “consolidar e aprofundar a confiança mútua política, expandir a cooperação mutuamente benéfica, alcançar melhor o desenvolvimento comum e trazer mais benefícios para os dois povos”. “A China apoia o povo da Guiné-Bissau na exploração independente de um caminho de desenvolvimento adequado às suas condições nacionais e apoia a Guiné-Bissau na salvaguarda da sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, afirmou Li Qiang, citado pela Xinhua. O primeiro-ministro chinês disse ainda que a China está “disposta a importar mais produtos agrícolas de qualidade da Guiné-Bissau” e que o Governo chinês “incentiva as suas empresas a expandir o investimento na Guiné-Bissau”. “A China espera que a Guiné-Bissau continue a fornecer conveniência e apoio” aos seus investimentos, frisou. “A China está pronta a reforçar os intercâmbios interpessoais e a cooperação com a Guiné-Bissau em matéria de cuidados médicos, saúde e educação, e dá as boas-vindas a mais estudantes guineenses excepcionais para estudar na China.”
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Militares promovem “retificação” após casos recentes A Comissão Militar Central da China anunciou ontem que o Exército chinês vai ser submetido a um processo de “retificação” como parte da sua “missão de prontidão para combate”, após recentes casos de corrupção nas suas fileiras. Em comunicado, a Comissão afirmou que o Exército de Libertação Popular deve “continuar a rectificar a sua ideologia, pessoal, organização, estilo e disciplina, concentrando-se nos comités do partido de alto nível e nos quadros superiores”, a fim de garantir que “mantém sempre a sua natureza e objectivo” e “ousa sempre lutar e vencer”. A Comissão defendeu que esta importante tarefa política exige uma “determinação inabalável” e “acções concretas”. “Temos de integrar os nossos esforços na luta, na preparação para a guerra e na construção do exército. Além disso, temos de consolidar a liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) e atingir o grande objectivo de construir um exército forte”, afirmou. O processo de rectificação incluirá uma “revisão completa” das políticas e práticas militares, bem como a promoção de “um sentido de disciplina e responsabilidade” entre o pessoal. O anúncio foi feito duas semanas depois de a direcção do PCC ter expulsado o antigo ministro da Defesa Li Shangfu, que foi demitido no ano passado sem qualquer explicação e é agora acusado de crimes de corrupção. O PCC revelou que foi aberta uma investigação sobre Li em Agosto do ano passado, um processo que concluiu que o antigo ministro “violou a disciplina política” ao procurar “benefícios através de negócios pessoais para si e para outros”. “Abusou das suas posições para conseguir benefícios para outros, aceitando grandes somas de dinheiro e bens valiosos em troca, e também se descobriu que ofereceu dinheiro a outros para obter benefícios”, afirmou o órgão anticorrupção do partido.
Hoje Macau China / ÁsiaChongqing | Inundações fazem seis mortos As fortes chuvas que caíram na cidade de Chongqing, no centro da China, causaram seis mortes ontem, informou a imprensa local. Quatro das vítimas perderam a vida devido a catástrofes geológicas, enquanto duas pessoas foram arrastadas pelas águas das cheias, resultando na sua morte por afogamento, informou a televisão estatal CCTV. Vídeos que circulam nas redes sociais do país asiático mostram o elevado nível dos rios Jialing e Yantgtsé ao atravessarem a cidade, que tem mais de 30 milhões de habitantes. O Ministério da Gestão de Emergências da China revelou recentemente que o país enfrenta um risco acrescido de catástrofes naturais para o mês de Julho e uma “situação séria e complexa” ao entrar no período das cheias. Nas últimas semanas, as fortes chuvas provocaram a retirada de centenas de milhares de pessoas em províncias como Anhui e Cantão, e o rebentamento de uma barragem na província de Hunan. Nos últimos Verões, as catástrofes meteorológicas causaram grandes estragos no país asiático: os meses de Verão de 2023 foram marcados por inundações em Pequim que causaram mais de 30 mortos, enquanto em 2022, várias ondas de calor extremas e secas atingiram o centro e o leste do país. Em Julho de 2021, chuvas de intensidade inédita em décadas fizeram cerca de 400 mortos na província de Henan, no centro do país, que o Governo chinês atribuiu a uma “falta de preparação e de percepção dos riscos” por parte das autoridades locais.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Jornal diz que NATO precisa de criar inimigos para sustentar existência A publicação do Partido Comunista Chinês não poupa nas críticas à organização militar ocidental que acusa de fomentar conflitos na Ásia – Pacífico e de ser na realidade uma “máquina de guerra” Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) afirmou ontem que a NATO “precisa de criar continuamente mais inimigos e crises para sustentar a sua existência”, acusando a aliança “incitar conflitos” na região da Ásia – Pacífico. “Não vamos especular sobre se a NATO chegará viva ao seu 76.º aniversário, mas é certo que a NATO não avançará pacificamente para o futuro”, escreveu em editorial o Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC. “Não satisfeita com a divisão da Europa, a NATO está também a tentar incitar conflitos e confrontos na região da Ásia – Pacífico”, acrescentou. O editorial surge após os líderes da NATO, reunidos numa cimeira em Washington, terem expressado “profunda preocupação” com a aproximação entre Rússia e China, denunciando o apoio de Pequim ao esforço de guerra da Rússia na Ucrânia. A China “está agora a desempenhar um papel decisivo na guerra da Rússia contra a Ucrânia”, acrescentaram, apelando para que Pequim “na sua qualidade de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (…) cesse o seu apoio material e político ao esforço de guerra russo”. “Não passam de clichés”, reagiu o Global Times. “A expansão contínua da NATO na Europa e o seu alcance na região Ásia – Pacífico visam infiltrar a política de grupo e o pensamento de confronto na integração regional e na globalização económica”, acusou. A “verdadeira natureza” Na quarta-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, congratulou-se com o facto de o comunicado da sua organização ter sido o mais forte sobre a China “alguma vez adoptado” pela organização. O Global Times defendeu que a “chamada segurança da NATO é feita à custa da segurança de outros países” e que “muitas das ‘ansiedades de segurança’ propagandeadas pela NATO são criadas pela própria organização”. “A NATO é o produto da confrontação de campos e da política de grupo e está na contramão da tendência global geral, bem como das aspirações dos povos”, apontou o Global Times. “Por muito que tente apresentar-se como uma ‘organização de manutenção da paz’, não consegue esconder a sua verdadeira natureza de ‘máquina de guerra’”, acusou.
Hoje Macau EventosFestival Convimus | Música no Porto em homenagem ao Oriente O Festival Internacional de Música Convimus regressa ao Porto, de 17 a 23 de Julho, com mais de 100 músicos de 20 nacionalidades para “valorizar a cultura e criar uma verdadeira comunidade mundial de artistas”, anunciou ontem a organização. A quinta edição do evento inclui concertos, ‘masterclasses’, um concurso internacional de violino e de música de câmara e exposições, tendo como “ponto alto” o concerto de Tiago Nacarato, que se vai juntar à Orquestra Sinfónica Amasing, sob direcção do maestro Eliseu Silva, para um “espectáculo improvável e arrojado que promete surpreender todos os espectadores”, segundo o comunicado. Outro dos destaques do festival é o Concurso Internacional de Violino e de Música de Câmara, dirigido a músicos com menos de 25 anos, que vai atribuir prémios no valor de mais de quatro mil euros. Este ano, explica a organização, o Festival Internacional de Música Convimus presta homenagem à ligação de Portugal com o Oriente e comemora efemérides como os 50 anos do 25 de Abril, os 25 anos da transição da administração portuguesa do território de Macau para a China, os 45 anos das relações entre Portugal e a China e os 500 anos do nascimento de Camões. O evento conta ainda com ‘masterclasses’ de violino, música de câmara, viola, piano e violoncelo, que serão leccionadas por músicos nacionais e internacionais e também com uma exposição, na Universidade Lusíada Porto, de peças de Fernando Salvatore Lima, o único português fabricante de violinos em Cremona, reconhecido internacionalmente pela produção de instrumentos da “mais alta qualidade”, que podem atingir preços de 60 mil euros. A entrada para os concertos e actividades do evento, com excepção do concerto de Tiago Nacarato com a Orquestra Sinfónica AMASING, é gratuita. O Festival Internacional de Música Convimus é organizado pela AMASING – Associação Musical, Artística e Social Impulsionadora de Novas Gerações, uma associação cultural criada em 2019, apoiada pela União de Freguesias de Aldoar Foz do Douro e Nevogilde.
Andreia Sofia Silva EventosCCM | “Romeu e Julieta” de Londres para Macau para ver até domingo A eterna paixão proibida de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, sobe aos palcos do Centro Cultural de Macau diariamente até domingo numa versão revisitada para dança contemporânea da autoria do coreógrafo Matthew Bourne. Aos jornalistas, antes do primeiro espectáculo, os profissionais que fazem “Romeu e Julieta” falaram dos desafios e expectativas de uma apresentação que já passou pelos palcos chineses no âmbito da digressão que dura há um ano É na versão de dança contemporânea que “Romeu e Julieta”, a clássica história do autor inglês William Shakespeare, sobe ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) até domingo, depois da estreia de ontem. O espectáculo, coreografado e apresentado por Matthew Bourne em Londres, anda em digressão, tendo passado já pelas cidades chinesas de Pequim e Xangai. Num encontro com a imprensa ocorrido esta quarta-feira, um dia antes do primeiro de quatro espectáculos subir ao palco, Alan Vincent, encenador, disse ser “interessante perceber como o público em Macau irá receber o espectáculo, tendo como referência reacções anteriores. Andamos em digressão pelo mundo há cerca de um ano, e culturalmente tem sido bastante emocionante”, referiu o encenador, citado por uma nota enviada pelo Instituto Cultural (IC), que promove o espectáculo. O encenador falou também do enorme nível de exigência de “Romeu e Julieta”, sendo que os bailarinos “têm de dar o melhor de si, nomeadamente aqueles que assumem rotativamente os papéis principais”. “É incrível a forma como os bailarinos continuam a responder, sendo que estes papéis são bastante exigentes tanto na perspectiva física como na vertente emocional, por isso eles têm que se empenhar a 100 por cento”, destacou Alain Vincent. “Romeu e Julieta” é a história de um amor impossível em que os dois fazem de tudo para ficar juntos, mas o destino não ajuda. Trata-se de um clássico da literatura inglesa que já teve várias versões e adaptações no mundo das artes, inclusivamente no cinema. Este espectáculo é dançado ao som de uma versão musical reconfigurada de Prokofiev, apresentando algumas alterações em relação ao original, pois situa a acção num hospital psiquiátrico chamado Instituto Verona. A visão dos bailarinos Aos jornalistas, antes da estreia do espectáculo, Bryony Pennington, uma das bailarinas que interpreta Julieta, sublinhou a união existente no grupo de trabalho. “Estamos super-orgulhosos por levar este espectáculo mundo fora. A química existe verdadeiramente, em palco e fora dele. Damo-nos todos extremamente bem, sentimo-nos felizardos por estarmos a viver este momento, e cada vez que trabalhamos um par com uma pessoa diferente, surgem diferentes energias, julgo que é algo bastante especial”, afirmou. Uma ideia corroborada por Alan Vincent, que referiu que “o que tem de bom termos três pares de protagonistas a fazer de Romeu e Julieta, para quem queira ver um par diferente, é que cada um deles trará algo de diferente ao papel, por isso estamos em constante mudança, a trazer algo diferente à história”. Hannah Kremer, que neste espectáculo desempenha também um papel principal, disse estar em causa “um desafio”. “Já trabalhei com três Romeus, sendo que cada um deles traz algo de diferente ao papel o que não deixa de ser um bom treino e nos deixa sempre a postos”. Para além da dimensão física e do movimento, as produções de Matthew Bourne são bastante trabalhadas em termos de dramatização, exigindo dos bailarinos uma entrega como actores, uma componente que tem sido assimilada. “A maior parte de nós só tem formação em dança, desde que estou na companhia tem havido alguns elementos que já trabalharam como actores, neste grupo a formação é maioritariamente em dança, mas sob a direcção do Matt e dos restantes coordenadores, aprendemos técnicas de transmissão de emoções em palco”, revelou, na mesma sessão com a imprensa, Jackson Fisch, o intérprete de Romeu. As críticas a este espectáculo têm sido bastante positivas. Sobre ele o inglês “The Guardian” escreveu ser “dançado de forma espantosa, do princípio ao fim […] pleno de significado e inovação”. Já o “The Daily Telegraph” descreveu este “Romeu e Julieta” como sendo “electrizante” e “um dos espectáculos de Bourne mais inteligentes, sensuais e vibrantes de sempre”. Ainda é possível comprar bilhetes, cujos preços variam entre as 200 e as 500 patacas.
Hoje Macau SociedadeMPay | PJ alerta para novo tipo de fraude A Polícia Judiciária (PJ) emitiu ontem um alerta sobre um novo tipo de fraude relativo à aplicação da MPay. O caso foi descoberto depois de várias pessoas terem denunciado a situação após se candidatarem a uma vaga de emprego como freelancers, cuja função seria “gostar” de publicações nas redes sociais. “Durante o processo, seguiram as instruções e forneceram os dados das suas contas MPay, senhas e códigos de verificação para desempenharem aquelas funções até que, posteriormente, não conseguiram continuar com as tarefas, acabando por desistir”, lê-se na nota. Mais tarde, as pessoas perceberam que já não conseguiam aceder às contas MPay, e que desconhecidos teriam acedido ao saldo. Desde o início deste mês, “pelo menos dez cidadãos foram enganados com métodos deste género, com perdas totais próximas de 140 mil patacas”. A PJ explica que, mediante a colocação de falsos anúncios, os burlões “recolhem as informações da conta MPay das vítimas através do site de phishing, roubando as contas e transferindo todo o dinheiro disponível na conta”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Empregada que se suicidou terá sido sequestrada por polícia Uma empregada doméstica terá cometido suicídio no final de Abril, depois de ter sido sequestrada durante várias horas pelos empregadores. A causa da violência terá sido o furto de 60 mil patacas A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de uma mulher e do namorado, por alegadamente terem sequestrado, retido o passaporte e mantido com mãos atadas uma empregada doméstica, que acabou por se suicidar. Os contornos do caso foram revelados ontem pelas autoridades. De acordo com a informação da PJ, citada pelo canal chinês da Rádio Macau, a investigação do caso começou a 28 de Abril, com a morte da empregada doméstica, após uma queda em altura de um prédio, na Areia Preta. A vítima foi identificada como sendo do sudeste asiático, embora a nacionalidade não tenha sido revelada. Após a morte, as autoridades entraram em contacto com os empregadores da mulher, uma residente local com 36 anos, que trabalha no Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e o namorado, com 34 anos, guia turístico. Estes contaram às autoridades que a mulher terá cometido o suicídio, depois de ter furtado cerca de 60 mil patacas aos empregadores. Ao investigar o caso, a PJ apontou ter contactado mais testemunhas que traçaram um cenário diferente do relatado pelos dois suspeitos. Uma história diferente Sem revelar a identidade das testemunhas, as autoridades indicam que foram informadas que depois do furto a empregada foi mantida em cativeiro, tendo sido interrogada entre as 23h de 27 de Abril e as 2h da madrugada do dia seguinte. Além disso, os dois terão retido o passaporte da mulher, investigado o seu telemóvel, e atado as mãos da mulher com fita-cola. Submetida à pressão, a vítima terá confessado aos empregadores a subtracão do dinheiro. Nessa altura, a mulher fez uma primeira tentativa para se libertar e fugir para a casa-de-banho. Apesar de ter conseguido libertar-se da fita-cola, foi parada pelos suspeitos. Mais tarde, por volta das 08h de 28 de Abril, a mulher conseguiu soltar-se, fechou-se na casa-de-banhou e saltou para fora do edifício, acabando por morrer. Além do relato das testemunhas, a PJ indicou que ao longo da investigação juntou vários indícios contraditórios com os depoimentos dos empregadores. A PJ referiu também que a empregada foi sujeita a “tortura mental” e que a autópsia não terá revelado sinais de outros tipos de violência física. “Muito chocado” Após o caso ter sido tornado público, o CPSP emitiu um comunicado em que afirmou estar “muito chocado” com os acontecimentos. “É totalmente inaceitável que agentes da polícia violem a lei de forma consciente”, pode ler-se na mensagem. “Este incidente reflecte a grave falta de conhecimento jurídico do pessoal envolvido, que passou de vítima a suspeito de crimes. Este incidente é muito triste”, foi acrescentado. As autoridades apontaram também que o caso vai ser utilizado para reforçar a formação e consciência jurídica dos agentes. Ao mesmo tempo, foi anunciada a abertura um inquérito interno à agente, assim como a suspensão imediata das funções. Ontem, ao final do dia, as medidas de coacção aplicadas ainda não eram conhecidas, o que só deverá acontecer mais tarde.
Hoje Macau SociedadeSA | Verificador alfandegário suspenso por conduzir alcoolizado O verificador alfandegário que teve um acidente quando conduzia alcoolizado, numa altura em que estava inibido de conduzir, foi suspenso de funções. A informação foi divulgada através do portal do secretário para a Segurança. A duração da suspensão não foi revelada: “Os Serviços de Alfândega já instauraram um processo disciplinar contra o referido agente, tendo-lhe sido aplicada a medida de suspensão preventiva de funções” foi comunicado. O caso foi despoletado a 14 de Janeiro deste ano, quando o agente dos SA teve um acidente quando conduzia uma moto na Estrada Governador Albano de Oliveira, a caminho no trabalho. O verificador teve um acidente rodoviário quando perdeu o controlo da moto. No local, as autoridades descobriram que não só o homem apresentava um nível de álcool no sangue “superior ao limite legal”, mas que também estava inibido de conduzir. O processo disciplinar chegou assim ao fim. Em relação a eventuais responsabilidades criminais, ainda não existem informações. Em Janeiro, de acordo com o portal do secretário Wong Sio Chak, o “verificador alfandegário foi presente aos órgãos judiciais por suspeita da prática do crime de ‘condução em estado de embriaguez ou sob influência de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas’ e do ‘crime de desobediência qualificada’”, foi frisado.
Nunu Wu SociedadePedidos alarmes visuais a pensar em deficientes auditivos O deputado Ho Ion Sang defende que o Governo deve instalar alarmes visuais em vários espaços públicos, para, em casos de emergências, as pessoas com dificuldades auditivas serem alertadas. O pedido faz parte de uma interpelação escrita do membro da Assembleia Legislativa ligado aos Moradores. Para Ho Ion Sang este tipo de alarme é particularmente importante nas habitações públicas e em equipamentos sociais, onde existe uma maior probabilidade de viverem pessoas com dificuldades auditivas. Além disso, como espaços públicos, a necessidade de ter uma resposta atempada a emergências pode ser fundamental para que a saída seja rápida e ordenada. Ho argumentou também que os deficientes têm maior possibilidade de se ferirem em incidentes ou emergências. “Podem precisar de apoios e recursos adicionais, por exemplo, instalações de assistência, medicamentos e cuidados especiais, durante os desastres,” justificou. Apoios abrangentes No início do ano, o Governo lançou o denominado “projecto-piloto de disponibilização de coordenador de apoio à acessibilidade”. Este é um programa que consiste no envio de pessoas especializadas na criação de acessos sem barreiras para diferentes serviços públicos. Seis meses passados, Ho Ion Sang considera importante que o Executivo apresente um balanço sobre os trabalhos realizados. “O Governo vai estudar alargar o projecto para que abranja mais serviços no futuro, reforçando a capacidade departamental em acolher os deficientes, e até incentivar as instituições privadas a imitar a criação de um ambiente livre de obstáculos?” questiona. A primeira fase do “projecto-piloto de disponibilização de coordenador de apoio à acessibilidade” resultou no envio de especialistas para 17 espaços de 10 serviços públicos, como o Instituo de Acção Social, Instituto para os Assuntos Municipais, entre outros. Finalmente, Ho Iat Seng pede ao Governo que reúna as moradas de todas as pessoas com dificuldades de mobilidade, para que as autoridades os possam em retirar de casa, em caso de emergência. Este é um mecanismo em vigor para as situações de tufão, mas Ho considera que deve ser alargado a outras emergências.
João Luz Manchete SociedadeDSAL | Abertas inscrições para estágios em Xangai e Hengqin O Governo, em conjunto com as autoridades de Hengqin, vai lançar dois planos de estágios subsidiados com 90 vagas para jovens de Macau. O primeiro plano, com 30 vagas, levará os estagiários a Xangai para adquirirem experiência de trabalho em desporto electrónico (videojogos). O plano de Hengqin oferece 60 estágios nas indústrias 1+4 A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) anunciou ontem a organização, em conjunto com a Direcção dos Serviços de Assuntos de Subsistência de Hengqin, de dois planos de estágios destinados a jovens de Macau, que irá no total facultar 90 vagas. As inscrições abrem hoje às 12h e encerram às 12h de 2 de Agosto e podem ser submetidas no website da DSAL. As vagas estão destinadas a jovens de Macau com idade inferior a 35 anos, titulares de BIR, com licenciatura ou grau académico superior que satisfaçam as exigências de competências técnicas necessárias para os estágios. A DSAL acrescenta que será dada prioridade aos “jovens que possuírem as experiências profissionais adequadas”, e aos jovens que vão completar os estudos universitários no próximo ano lectivo. O plano de estágios de desporto electrónico (competições de videojogos), que faculta 30 vagas, terá lugar em Xangai, ao longo de oito semanas, oferecendo aos jovens experiência de trabalho na empresa VSPO, um dos maiores operadores de desportos electrónicos asiáticos. A DSAL caracteriza o desporto electrónico como “um sector emergente que abrange tecnologia, competição, diversão e interacção social”. Os jovens vão receber formação profissional antes de começaram os estágios. É a quarta vez que a DSAL organiza este programa de estágios. Metas a cumprir O outro plano diz respeito às indústrias prioritárias (1+4) para o plano de diversificação adequada, facultando 60 vagas de estágio, também com a duração de oito semanas, em empresas de Hengqin das áreas de “tecnologia de ponta, medicina tradicional chinesa, cultura, turismo, convenções, exposições e comércio, e ainda, indústria financeira moderna”. A DSAL especifica que o plano abrange postos especializados em “tecnologias de informação, tecnologia financeira, análise de dados, biomedicina, comércio electrónico, marketing, assuntos de telecomunicações, expansão de negócios, apoio às operações de gestão, serviços de apoio ao cliente, finanças, administração, recursos humanos, concepção artística e engenharia”. Por cada quatro semanas, a DSAL atribui “um subsídio de 5.000 patacas e um subsídio único para as despesas de transporte e seguros de viagem (sendo a quantia consoante ao plano a participar)”. Além disso, as autoridades de Hengqin atribuem a cada quatro semanas um subsídio de 4.000 renminbis para residências para o plano de Xangai e 2.000 renminbis para subsistência com a mesma periodicidade. Para os planos de estágios em Hengqin, a cada quatro semanas os estagiários recebem 4.000 renminbis subsídio de subsistência, enquanto o alojamento é garantido pelas autoridades. As restantes “despesas de subsistência e alimentação a cargo dos estagiários”.
João Santos Filipe PolíticaEmpresa responsável por ChatGPT suspende serviços em Macau A Open AI, empresa responsável pelo serviço de inteligência artificial ChatGPT, suspendeu todos os serviços em Macau. A suspensão entrou em vigor na terça-feira, de acordo com a informação divulgada pelo jornal Securities Times, que tem sede no Interior. Antes da suspensão do serviço, o acesso ao serviço de inteligência artificial ChatGPT a partir de Macau já encontrava vários constrangimentos. O acesso só era possível de forma indirecta, através de outros portais que depois acediam ao ChatGPT, ou com a utilização de um VPN [Rede Privada Virtual], uma forma de disfarçar o local de origem dos utilizadores. Face às dificuldades em vigor, a forma de acesso em Macau aos serviços da Open AI não deverá reflectir grandes mudanças, porém a utilização de VPN para aceder aos serviços pode encontrar novos obstáculos, não estando garantido o acesso bem-sucedido. A suspensão não só do ChatGPT, mas de todos os serviços da Open AI foi agora tornada oficial, e é aplicada a partir dos Estados Unidos, onde a empresa tem sede, e abrange não só Macau, mas também Hong Kong e o Interior. Outros países também afectados pela suspensão do serviço são o Irão, Coreia do Norte e a Rússia. A inteligência artificial é uma ferramenta que permite ajudar os utilizadores na criação de texto, imagens, músicas, códigos informáticos, e que começa a ter grande aplicação no dia-a-dia, em vários sectores da sociedade. Efeitos e oportunidades As limitações no acesso aos serviços da Open AI surgem numa altura em que as autoridades americanas estão a tentar adoptar políticas para limitar os investimentos do país no sector tecnológico da China. Após ter sido anunciada a suspensão, de acordo com o jornal The Guardian, a empresa chinesa SenseTime anunciou a versão mais recente da sua ferramenta inteligência artificial, o SenseNova 5.5, que se espera seja capaz de competir com o ChatGPT 4.0, a última versão da ferramenta da Open AI. Além disso, a empresa mostrou-se confiante em vir a beneficiar com a suspensão americana, esperando que o seu serviço ganhe vários novos clientes. Também em Setembro do ano passado, os EUA tinham definido uma política para proibir o investimento de empresas norte-americanas em alguns países como China, Irão, Coreia do Norte e a Rússia. Nessa altura, também Macau foi visado pelas medidas tidas como sanções para atrasar o desenvolvimento tecnológico. Na ordem executiva assinada por Joe Biden em Setembro, a medida foi justificada com a segurança nacional americana.
João Luz Manchete PolíticaSegurança | Websites da polícia e bombeiros alvo de ataques Os serviços dos websites do gabinete de Wong Sio Chak, CPSP, bombeiros, Serviços das Forças de Segurança e da Escola Superior das Forças de Segurança, foram alvo de um ataque informático na noite de quarta-feira. A normalidade foi reposta três horas depois. A Polícia Judiciária está a investigar o caso Na noite de quarta-feira, por volta das 20h, os serviços dos websites do gabinete do secretário para a Segurança, Corpo de Polícia de Segurança Pública, Corpo de Bombeiros, Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau e Escola Superior das Forças de Segurança de Macau foram interrompidos devido a um ataque de negação de serviço oriundo do exterior, segundo o gabinete do secretário Wong Sio Chak. Quando o ataque foi detectado, as autoridades meteram em marcha “trabalhos de gestão de emergência” com os operadores de telecomunicações (a CTM), para retomar a normalidade dos serviços. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM), emitido ontem de madrugada, a equipa de técnicos de segurança da CTM conseguiu bloquear o ataque de negação de serviço, com os websites afectados a voltarem ao normal por volta das 20h45 de quarta-feira, 45 minutos depois da detecção das anomalias. Porém, os webistes continuaram inacessíveis através da rede da CTM, apesar de o acesso ter ficado normalidade através de outras redes. O acesso através da rede de internet da CTM foi restabelecido às 23h13 da mesma noite. Inundação digital A DSFSM pediu à CTM, que providencia serviços de bloqueio de ataque de negação de serviço, uma investigação exaustiva ao incidente, assim como um relatório sobre o sucedido e um plano para evitar que incidentes semelhantes voltem a acontecer. Entretanto, a Polícia Judiciária iniciou as diligências para proceder à investigação do crime desde que este foi reportado. O ataque sofrido pelos websites dos vários serviços de segurança de Macau, ataque de negação de serviço, costuma ter como objectivo primário tornar os recursos de um sistema indisponíveis para os utilizadores, tornando-os inacessíveis através da sua invalidação por sobrecarga. Este tipo de ataque informático não é uma invasão de sistema, mas força o sistema atacado a ser reiniciado ou a consumir todos os seus recursos, como memória de processamento, para interromper as suas funcionalidades. As autoridades não revelaram a origem do ataque, limitando-se a indicar que terá vindo do exterior.
Hoje Macau PolíticaCECE | 348 residentes elegíveis para colégio eleitoral Um total de 348 residentes candidataram-se para a eleição dos membros do colégio eleitoral que escolhe o Chefe do Executivo, intitulada Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE). O processo de candidaturas terminou no dia 2 e, após apreciação da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), as listas com os nomes finais dos candidatos elegíveis será afixada hoje no Edifício Administração Pública, na Rua do Campo, para consulta. Nos termos da Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo, os 344 membros da CECE oriundos de sete sectores e subsectores são eleitos. No primeiro sector industrial, comercial e financeiro foram apresentadas 120 candidaturas; no segundo sector, 26 candidaturas do subsector cultural, 31 do subsector educacional, 43 do subsector profissional e 17 do subsector desportivo. Quanto ao terceiro sector, foram apresentadas 61 candidaturas no subsector do trabalho, e 50 no subsector dos serviços sociais. Além dos subsectores educacional e laboral em que o número de candidatos elegíveis excedeu mais dois candidatos para o seu número de membros, o número de candidatos elegíveis dos outros cincos sectores e subsectores é igual ao seu número de membros, aponta uma nota da CAECE. A lista definitiva, após o período de apresentação de recursos dos candidatos, será publicada dia 14 deste mês.
João Luz Manchete PolíticaChefe do Executivo | Empresário Jorge Chiang apresenta candidatura O empresário e presidente da Associação de Comércio Macau Lotus Jorge Chiang apresentou candidatura a Chefe do Executivo. O HM falou com o potencial candidato que indicou estar ainda a alinhar o seu programa político. Jorge Chiang acredita que a governação de Macau precisa de se adaptar aos novos tempos e ser mais inovadora “A decisão de concorrer às eleições para Chefe do Executivo não foi repentina, mas algo em que pensei nos últimos cinco anos. Desde então, não vi mudanças em Macau. Aliás, a situação está ainda pior, por isso vou concorrer às eleições para Chefe do Executivo.” Foi assim que o empresário Jorge Chiang contou ao HM aquilo que o moveu para apresentar a candidatura ao cargo político mais elevado da RAEM. “Depois das governações dos Executivos anteriores, apareceram muitos problemas em Macau que é necessário corrigir gradualmente”, acrescentou ao HM, cerca de 20 horas depois de anunciar a candidatura nas redes sociais. Jorge Chiang preside à Associação de Institucionalismo de Macau (criada em 2020) e à Associação de Comércio Macau Lotus (criada 2021), além de ser supervisor da Associação Desportiva de Artes Marciais Zhong Hua. Para já, Jorge Chiang admitiu ainda não ter um programa político detalhado, mas remete para o anúncio que publicou nas redes sociais para dar uma ideia das linhas basilares da sua candidatura. Virar a página Numa publicação intitulada “nova era, novas ideias, nova Macau”, o candidato afirma que “num panorama com desafios sem igual em 100 anos, o velho estilo de governação não se adaptou aos novos tempos em Macau, tornando-se obsoleto”. “Macau deve atrever-se a inovar a começar de novo. Assumo uma nova missão e não pouparei esforços para ajudar a implementar em Macau as principais políticas designadas nacionalmente. Tenho o corpo em Macau, mas o coração com a pátria e o povo, e uma determinação sem igual para falar pelo povo e defender o povo”, pode ler-se na declaração do candidato. Com um forte cariz nacionalista, Jorge Chiang defende a “implementação do socialismo com características chinesas” e comprometeu-se a liderar Macau “na nova era, com novas ideias de governação”. “Quero construir uma sociedade baseada no Estado de Direito e na prosperidade de todos”, indicou. Para entrar na corrida, a lei determina que a candidatura de Jorge Chiang seja “feita mediante a aposição das assinaturas de pelo menos 66 membros da Comissão Eleitoral no boletim de propositura”. Na passada terça-feira, o portal Macau News Agency (MNA) avançou que Ho Iat Seng se iria candidatar a um segundo mandato a Chefe do Executivo e que, segundo fontes anónimas, a candidatura deveria ser apresentada depois de 11 de Agosto, dia em que decorrem as eleições para os membros da Comissão Eleitoral.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteAmílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra: “Há uma vontade de partilharmos conhecimentos” O reitor da Universidade de Coimbra (UC) Amílcar Falcão esteve recentemente em Macau para estreitar relações com o ensino superior local. O responsável, com formação em farmácia, destaca a colaboração de Macau no projecto europeu na área do envelhecimento saudável e o potencial da prática clínica da medicina tradicional chinesa, embora admita faltar ainda alguma evidência científica Esteve em Macau onde recebeu um doutoramento honoris causa pela Universidade Politécnica de Macau (UPM), além de ter feito outros contactos oficiais. Que balanço faz da visita? Foi a primeira vez que estive em Macau. A UC tem ligações fortes com Macau já há algum tempo. Temos um laboratório conjunto com a Universidade de Macau (UM), na área da engenharia informática, a funcionar. Queria muito ir a Macau na sequência dos contactos feitos pelo vice-reitor para as relações externas e receber o doutoramento honoris causa que generosamente a UPM me concedeu. Fomos recebidos ao mais alto nível e isso era importante para perceber como podemos cooperar no futuro. No geral, a visita correu bastante bem e confirmou as minhas expectativas, pois tenho uma impressão muito boa da China. Fui vice-reitor da UC durante oito anos e estive na génese da criação do Instituto Confúcio, além de ter estado ligado ao desenvolvimento da área da medicina tradicional chinesa (MTC) [na UC]. Este foi um dos temas abordados na viagem, nomeadamente ao nível de um projecto de investigação que temos na área do envelhecimento, um problema da China, Portugal e dos países mais desenvolvidos. Penso que existe uma confiança mútua com as autoridades chinesas e isso é importante para os projectos que iremos desenvolver e que já estão em andamento. Relativamente a Hengqin. Que papel pode ter esta região nas cooperações com a UC? Uma das razões componentes distintivas do Instituto Confúcio em Coimbra é ter o foco na MTC. Temos, aqui em Coimbra, formação nessa área. Sou farmacêutico de formação e há componentes da MTC que entendo, mas não parece que tenham fundamento científico evoluído. Mas, por outro lado, há áreas dessa mesma medicina que, pela evidência clínica, merecem mais estudos e conhecimentos. Quais? A MTC tem, sobretudo, um papel mais preventivo? Sim. Na questão da longevidade e qualidade de vida das pessoas pode ter impacto. Esse é o tema do projecto que temos em carteira e que no qual estamos a trabalhar de forma mais aprofundada. Aí a MTC tem muito a acrescentar ao que é a medicina ocidental, ao nível da compreensão do corpo e dos seus pontos, permitindo mitigar dores e situações de ansiedade. Temos muitos séculos de MTC que podem e devem ser aproveitados para aprendermos, aprofundando cientificamente alguns aspectos. No parque de MTC em Hengqin há duas áreas, relacionadas com a produção de medicamentos e com o controlo de qualidade, e há uma vontade de partilharmos conhecimentos e trabalharmos em conjunto. Vamos tentar perceber o que a UC pode contribuir para essa matéria, nomeadamente na identificação de componentes activos na MTC. Como esses componentes podem depois ser aplicados na prática? Podem depois de ser transpostos para medicamentos que usamos na Europa ou EUA, que não sejam propriamente plantas nem produtos medicinais, como chás ou infusões. O potencial desse trabalho é enorme. A China, juntamente com Macau e o nosso laboratório conjunto, está muito entusiasmada em usar a inteligência artificial (IA) para procurar moléculas e desenvolver novos medicamentos a partir da MTC. Creio que aí temos um papel importante como parceiros, porque podemos ajudar, quer pela experiência que temos no desenvolvimento de novos medicamentos, quer porque claramente faz falta a componente experimental e pré-clínica, com animais, à MTC. É algo que estamos habituados a fazer em Coimbra. Como explica esta ausência de fundamento científico em algumas áreas da MTC? Há questões dessa natureza que tenho dificuldades em responder porque não sou político. Diria que talvez uma mistura entre o facto de a China ter estado fechada ao mundo muitos anos e alguma resistência por parte da comunidade científica ocidental a esse tipo de medicina. Falamos aqui de Macau e da China, mas se formos para o Brasil ou África encontramos um cenário semelhante com as medicinas mais tradicionais, e até em Portugal. Temos as ervanárias que vendem chás diversos. O chá de valeriana tem uma componente ansiolítica importante para controlar a ansiedade, por exemplo. Há um potencial de prática médica chinesa de séculos que não está cientificamente provada, no sentido de dizermos que há ensaios clínicos feitos em pessoas e um dossier para colocar o medicamento no mercado, mas há uma evidência clínica muito forte que é de aproveitar e tentar procurar estimular. É natural que ao longo de séculos regiões que são mais longínquas que as nossas tenham desenvolvido as suas metodologias e se tenham baseado na evidência do poder curativo e preventivo. Os seus conhecimentos são, muitas vezes, empíricos, mas é um empirismo que mostra resultados. Cabe à ciência reproduzir esses resultados e tentar encontrar soluções. Macau pode ajudar a internacionalizar a MTC, ao nível da medicação e dos próprios profissionais? Penso que sim. Macau pode mesmo funcionar como uma porta para a entrada e saída de serviços e produtos trabalhados em conjunto com a República Popular da China. Fale-me mais desse projecto de investigação na área do envelhecimento que a UC está a desenvolver e onde as instituições de Macau irão colaborar. Temos um projecto em Coimbra muito relevante, em que somos referência, relativamente à vida activa e envelhecimento. É um dos maiores projectos financiados que existem na Europa e que pretende ter várias componentes e dimensões, podendo beneficiar muito com a colaboração de Macau e da China. Uma das componentes dessa iniciativa tem a ver com a criação de empresas na área da saúde e do envelhecimento. Temos a intenção de criar conhecimento sobre o envelhecimento e os factores que o causam, e que podem estar relacionados com a genética. Falamos de uma população caucasiana, em Portugal, e de uma população asiática em Macau e China. Temos com os brasileiros um projecto semelhante. O aumento da população envelhecida e da esperança média de vida é comum a Portugal e a China, embora sejamos países muito diferentes. Queremos estudar essas diferenças e como se pode contribuir para que haja um melhor envelhecimento, com mais qualidade de vida. Há um grupo de pessoas que está a ser trabalhado em Macau e outro em Portugal. Queremos a internacionalização do nosso próprio projecto através de Macau, atingindo assim objectivos que, de outra forma, não iríamos conseguir, pois limitados a Portugal não íamos conseguir fazer esse tipo de estudos com caracterização genética. É um projecto de investigação de sete anos que será concluído em 2027. Do encontro com o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, saíram novas ideias sobre a cooperação, algo de concreto? Sim. O Chefe do Executivo foi muito amável e aberto às ideias que levávamos, tendo demonstrado muito interesse, quer ao nível da ciência e do que é a componente empresarial, com a criação de empresas da área. Mostrou vontade de apoiar, até financeiramente, projectos. A possibilidade de termos um laboratório conjunto nesta área [MTC], associado ao que já temos na área da informática, é importante para movimentar investigadores. Uma das coisas que fizemos em Macau foi também ao nível do programa de doutoramento na área do envelhecimento que temos na UC. Iremos introduzir uma componente de IA nesse programa de doutoramento cuja gestão foi atribuída a Macau. Iremos começar já a fazer esse doutoramento conjunto.
Hoje Macau China / ÁsiaÁsia | China pede à Tailândia para estar atenta à “expansão” da NATO O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu ontem ao homólogo tailandês, Maris Sangiampongsa, “vigilância contra a expansão da NATO na região Ásia Pacífico”, numa altura em que Washington reforça os laços com países da região. Wang garantiu que Pequim quer trabalhar com a Tailândia para “proteger conjuntamente a paz e a segurança regionais”, sublinhando a “confiança mútua e o apoio recíproco” entre os dois países, “independentemente das mudanças na paisagem internacional”. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou igualmente o “vigoroso intercâmbio turístico” entre os dois países, com mais de três milhões de chineses a visitarem a Tailândia este ano e o número de turistas tailandeses na China a ultrapassar os níveis anteriores à pandemia. Wang reiterou a “elevada consideração” que a China tem pelas relações com a Tailândia, que considera um “parceiro fiável” e um “factor de paz e estabilidade na região”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado publicado no seu portal oficial. “A China apoia firmemente o caminho de desenvolvimento escolhido pela Tailândia, em conformidade com as suas condições nacionais, e apoia o seu desempenho mais significativo nos assuntos internacionais e regionais”, afirmou o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros. Sangiampongsa afirmou que a Tailândia “valoriza profundamente as relações com a China”, que considera um “parceiro estratégico”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros tailandês garantiu que o seu governo está empenhado em “reforçar a amizade e a cooperação entre os governos, as empresas e os povos dos dois países, assegurando o desenvolvimento sustentável e duradouro das relações bilaterais”. As duas partes concordaram em reforçar a cooperação em matéria de segurança e de aplicação da lei.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesO uso ilimitado da força (III) “In politics stupidity is not a handicap” – Napoleon Bonaparte O “Mal da América”, também nosso, está todo aqui. Se não nos respeitarmos a nós próprios, não podemos exigir respeito aos outros. Fim da dissuasão. Para melhor compreender o que estamos a perder, um salto ao Ocidente primitivo, filho da Revolução Francesa. Quando a dramatização da história era ainda o alfa e o ómega da política e da pedagogia. “Vous êtes un homme!”. É assim que Napoleão Bonaparte, imperador dos franceses, recebe Johann Wolfgang von Goethe, talvez o maior génio literário de todos os tempos. “És um homem!” é a homenagem do novo Augusto ao Virgílio por quem está à espera de ser cantado. São 10 horas da manhã de domingo, 2 de Outubro de 1808. Estamos na sala de audiências do palácio barroco da tenência de Erfurt, uma cidade média da Turíngia, anteriormente pertencente à Prússia e recentemente incorporada pela França. O cenário é uma sala com 8,90 metros de comprimento, 6,45 metros de largura e 3,2 metros de altura. Os dois protagonistas são quase da mesma altura. Napoleão, 1,69 metros, Goethe, dois ou três centímetros mais alto. O primeiro, em sóbrio traje imperial-militar. O poeta com peruca empoada, elegante casaco bordado, calças até ao joelho, meias de seda, espada embainhada na anca, sapatos brilhantes com fivela. Napoleão fica surpreendido. Esperava um ser desleixado e desajeitado, de acordo com o seu estereótipo dos artistas alemães. Toma o pequeno-almoço servido por um camareiro polaco gordo, partilhado com o seu braço direito sulfuroso, o duque Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord, que consumava a sua traição naqueles dias, e alguns marechais. Antes de regressar à sala de audiências, um olhar sobre o contexto. Napoleão convidou o jovem czar Alexandre I a deslocar-se a Erfurt para o convencer a santificar a eterna aliança destinada a derrotar a Áustria e a Inglaterra, a que se seguiria a divisão do continente entre os dois imperadores. De 27 de Setembro a 14 de Outubro de 1808, uma testemunha ilustre, o poeta iluminista Christoph Martin Wieland, observou que “quatro reis germânicos, com um círculo de príncipes alemães reinantes e não reinantes, mais um número incalculável de carrascos e magnatas alemães, franceses e russos, giravam à sua volta para pôr fim, se possível, às velhas rixas de uma vez por todas”. O príncipe da Prússia e o enviado dos Habsburgos não faltam, misturados com uma dúzia de marechais napoleónicos recém-dotados de títulos de nobreza, mais cerca de cinquenta e sete mil soldados seleccionados para impressionar. Uma encenação grandiosa. O rigoroso protocolo imperial, das audiências matinais do pequeno-almoço ao meio-dia, das festas de caça ao jantar na vizinha Weimar, é seguido de espectáculos teatrais representados pelas estrelas do “Théâtre français” com cenários originais vindos de Paris. Entre elas, destaca-se o célebre Talma, o Napoleão do palco adorado pelo verdadeiro Napoleão. A meia-luz das velas convida os espectadores a estudarem-se. Goethe aproveita para espiar as feições e os tiques do imperador, que também se vangloria de ter estado presente em Valmy, vitoriosa canhonada francesa que derrotou os exércitos contra-revolucionários a 20 de Setembro de 1792 e marcou a transição das guerras de rendas para os exércitos do povo bem como em Jena, a 14 de Outubro de 1806, onde arriscou a pele. O calendário dramatúrgico é fixado pelo próprio imperador, que não perde um espetáculo com Corneille, Racine e Voltaire sempre ao lado do czar. As regras são estritas, destinadas a solenizar a convenção. Um rufar de tambores assinala a chegada de um monarca, para os imperadores torna-se triplo. Quando os tambores dedicam por engano três sequências ao rei de Württemberg, o comandante fulmina dizendo “Calem-se, ele não passa de um rei!” O imperador está ocupado a convencer Alexandre do pacto entre os governantes do Oriente e do Ocidente. O seu magnetismo parece intacto. Quase toda a gente que se cruza com ele pela primeira vez cai num desmaio, raramente por complacência. Mas, nos bastidores, acontece-lhe perder a calma. Dá-se ao luxo de ser grosseiro, sinal de que as más notícias vindas de Espanha, onde os franceses derrubaram os Bourbons mas continuam atolados na guerra de contra-guerrilha, lhe abalaram os nervos. A facilidade com que Napoleão rasga os tratados e impõe os seus parentes nos tronos das terras que conquistou, abala a sua reputação e a confiança dos restantes soberanos. De que serve estar de acordo com o imperador dos franceses? E depois Napoleão sofre as conspirações de Talleyrand, que na sombra desfaz o que tece com Alexandre, já tão obstinado como uma mula. Não se consegue obter mais do que vagos entendimentos. Fórmula privada de Talleyrand em conversas semi-clandestinas com o czar que afirma que “O povo francês é civilizado, o seu líder não; o líder das Rússias é civilizado, não o seu povo. Por isso, o czar deve aliar-se ao povo francês”. O conselheiro camaleónico dos dois imperadores está convencido de que as verdadeiras fronteiras da França se situam entre os Pirinéus, os Alpes e o Reno. E o resto? Loucura de Napoleão que, num dos seus discursos, o apelidou de “excremento em meias de seda”. Estamos de novo na sala onde Napoleão recebe Goethe. O primeiro encontro entre o ainda jovem soldado corso, no auge da sua glória, e o sábio de mil talentos, aqui como conselheiro secreto do Duque de Weimar, permanece impregnado de uma aura misteriosa. Escassas notas escritas por Goethe em 1819 sob a forma de um esboço, bem como testemunhos enigmáticos recolhidos junto de amigos e confidentes, sugerem a metáfora da relação entre a história e a sua realização teatral. Para um duplo excesso de génio, Napoleão é demasiado reduzido para a fama do estratega militar, aquele que, reescrevendo a ordem do mundo, se preocupa em monumentalizar-se; Goethe, célebre ao ponto de as gazetas de metade da Europa difundirem imediatamente a notícia da sua audiência com Bonaparte, preocupa-se com o reconhecimento do imperador, não certamente com a urgência de lhe coser uma narração laudatória. O poder é domínio de produzir a representação de si próprio. Neste caso, o poder e o seu eventual cantor são tão excepcionais que não se podem complementar.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Pelo menos quatro mortos devido a chuvas torrenciais As alterações climáticas continuam a produzir fenómenos sem precedentes nas várias regiões do globo. No Coreia do Sul, a precipitação atingiu valores históricos em diversas zonas do país Pelo menos quatro pessoas morreram devido a chuvas torrenciais sem precedentes que atingiram o sul da Coreia do Sul e causaram constrangimentos nos transportes, disseram ontem as autoridades. Na província de Jeolla do Norte, a chuva alcançou números históricos, atingindo 131,7 milímetros numa hora na cidade de Gunsan, 178 quilómetros a sul de Seul, a maior precipitação alguma vez registada no país. A precipitação horária representa mais de 10 por cento da média anual da cidade, que é de 1.246 milímetros. “Foi um nível de gravidade visto uma vez em cada 200 anos”, afirmou um funcionário da administração meteorológica da Coreia (KMA), citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap. Na cidade vizinha de Hamna, foram registados 125,5 milímetros por hora, enquanto noutras cidades da região, a precipitação acumulada variou entre 104,5 milímetros e 255 milímetros entre a meia-noite e a passada madrugada. Na província de Chungcheong do Sul, as chuvas torrenciais provocaram a inundação de um edifício residencial na cidade de Nonsan, cerca de 180 quilómetros a sul da capital, causando um morto. Na cidade de Seocheon, uma casa ruiu devido a um aluimento de terras, provocando a morte de um septuagenário. Outro homem, na casa dos 70 anos, morreu no condado de Okcheon, na província de Chungcheong do Norte, depois do carro em que seguia ter caído num riacho. A quarta vítima mortal foi um agricultor, com cerca de 60 anos, da cidade de Daegu, uma das cidades mais populosas do território, que se afogou depois de ter sido sugado por um sistema de drenagem. As equipas de salvamento continuam à procura de pelo menos uma pessoa nesta província. Ligações suspensas As chuvas torrenciais também causaram perturbações e interrupções no sistema de transporte no sul do país. Todos os serviços ferroviários na linha Janghang, que serve a província de Chungcheong do Sul, e na linha Gyeongbuk, na província de Gyeongsang do Norte, foram suspensos, assim como as ligações regulares que fazem a rota entre Seul e Daegu. A chuva provocou ainda o cancelamento de 21 voos no aeroporto internacional de Gimhae, na cidade portuária de Busan, e o atraso de 16.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações de carros aumentam e compensam queda no mercado interno As vendas de automóveis na China caíram em Junho, mas o dinamismo das exportações compensou o declínio a nível interno, informou ontem uma associação do sector. As vendas na China caíram 7,4 por cento, em comparação com o mesmo período do ano anterior, para 1,8 milhão de carros, enquanto as exportações subiram 29 por cento, para 400.000 unidades, disse a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis num relatório mensal. Nos primeiros seis meses do ano, as exportações aumentaram 31,5 por cento, enquanto as vendas internas subiram 1,6 por cento. O aumento das exportações surge numa altura em que a Europa e os Estados Unidos estão cada vez mais preocupados com o facto de os automóveis baratos fabricados na China poderem ultrapassar os fabricantes de automóveis ocidentais. Embora grande parte da preocupação se tenha centrado nos carros eléctricos chineses, o crescimento das exportações tem-se concentrado principalmente nos veículos a gasolina. Estes aumentaram 36 por cento no primeiro semestre do ano e representaram 78 por cento das exportações de veículos. As exportações chinesas de veículos eléctricos diminuíram 2,3 por cento, enquanto as de veículos híbridos aumentaram 180 por cento, partindo de uma base mais pequena. As exportações ajudaram a compensar as vendas mais fracas de veículos a gasolina na China, uma vez que os compradores chineses passaram a preferir os veículos eléctricos e híbridos. Linha da frente A Rússia é, de longe, o maior mercado de exportação e continua a crescer rapidamente, com os fabricantes chineses a preencheram o vazio deixado pela saída de outros fabricantes de automóveis após a invasão russa da Ucrânia. Outros mercados importantes incluem o Brasil e o México na América Latina, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita no Médio Oriente e a Bélgica e o Reino Unido na Europa. A Comissão Europeia impôs taxas provisórias sobre as importações de veículos eléctricos chineses na semana passada, alegando que os subsídios governamentais dão aos fabricantes de automóveis da China uma vantagem injusta. Os fabricantes chineses estão a transferir a sua produção para o estrangeiro. A BYD, o maior fabricante de veículos eléctricos do país, abriu uma fábrica na Tailândia na semana passada e planeia construir fábricas no Brasil, Hungria e Turquia. A queda das vendas na China foi a segunda queda mensal consecutiva. Números separados tabulados pela Associação de Automóveis de Passageiros da China mostram três meses consecutivos de queda nas vendas.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | China e EAU em exercícios militares conjuntos O Ministério da Defesa chinês anunciou ontem que o Exército de Libertação Popular está actualmente a realizar exercícios militares conjuntos com o seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, no noroeste da China. Os exercícios tiveram início no final de Junho e prolongar-se-ão até ao final deste mês, informou o ministério em comunicado. O local escolhido para os exercícios é a região de Xinjiang. Os exercícios, denominados “Hawk Shield 2024”, são os segundos exercícios conjuntos entre os dois países. De acordo com o ministério, os exercícios têm como objectivo “promover a compreensão e a confiança mútuas, reforçar os intercâmbios e aumentar a cooperação estratégica” entre as forças armadas de ambos os países. Os primeiros exercícios conjuntos também tiveram lugar em Xinjiang, em Agosto de 2023, envolvendo as forças aéreas de ambos os exércitos. Os Emirados Árabes Unidos são um dos países árabes do Golfo tradicionalmente aliados dos Estados Unidos, mas também mantêm relações estreitas com a China, um dos destinos mais importantes das suas exportações de petróleo. Pequim tem procurado afirmar-se como o maior parceiro comercial do mundo árabe e um dos seus principais aliados políticos.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim diz que permitiu retirada de doente de navio filipino As autoridades chinesas anunciaram que permitiram que um homem doente fosse retirado de um navio de guerra filipino encalhado deliberadamente desde 1999 em águas disputadas. A guarda-costeira afirmou que se tratou de uma acção humanitária, enquanto os filipinos criticam a demora na autorização do auxílio prestado A guarda costeira chinesa disse ontem que permitiu a retirada pelas Filipinas de uma pessoa doente do navio de guerra filipino encalhado desde 1999 num recife de coral disputado por Pequim e Manila no Mar do Sul da China. O porta-voz da guarda costeira, Gan Yu, disse em comunicado que a retirada foi “permitida” por razões “humanitárias”. A tripulação vai-se revezando. “A guarda costeira chinesa efectuou a vigilância e a verificação de toda a operação do lado filipino, em conformidade com a lei”, disse Gan. O porta-voz acrescentou que a China “tem soberania incontestada” sobre as ilhas Spratly (conhecidas na China como Nansha) e o Atol Segundo Tomé (conhecido na China como Ren’ai, e pelas Filipinas como Ayungin). “As Filipinas ignoram os factos e fazem especulações maliciosas, induzindo deliberadamente em erro a opinião internacional”, sublinhou Gan. Em 1999, Manila encalhou deliberadamente o navio de guerra Sierra Madre para reforçar a sua reivindicação territorial. As Filipinas e a China mantêm uma disputa de soberania crescente no Mar do Sul da China, onde os confrontos entre navios dos dois países se têm multiplicado nos últimos meses. Um dos incidentes mais tensos ocorreu a 17 de Junho, nas águas adjacentes ao Atol de Ren’ai, quando elementos da guarda costeira chinesa cercaram e abordaram um navio filipino com a missão de abastecer o pequeno destacamento militar que as Filipinas mantêm no navio Sierra Madre. Em Maio passado, a China dotou a sua guarda costeira de novas capacidades, incluindo a autoridade para deter navios estrangeiros suspeitos de entrarem ilegalmente nas suas águas territoriais. A guarda costeira chinesa viu também a sua capacidade de acção reforçada do ponto de vista material, graças à atribuição de mais navios e a maior apoio logístico. Para além deste atol, Manila e Pequim disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da ilha filipina de Luzon, e de várias ilhas do arquipélago de Spratly, onde o Brunei, a Malásia, e o Vietname também têm reivindicações. O outro lado As tensões entre a China e as Filipinas aumentaram desde a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr., em 2022, que reforçou a sua aliança militar com os Estados Unidos e alargou o acesso das tropas norte-americanas às suas bases, incluindo algumas com acesso estratégico ao Mar do Sul da China ou à ilha de Taiwan. A guarda costeira das Filipinas acusou, entretanto, a China de “atrasar durante horas” a retirada do doente. “O envio de vários navios (chineses) para atrasar a retirada médica durante horas só mostra que têm pouco respeito por uma missão humanitária”, denunciou o porta-voz da guarda costeira filipina, Jay Tarriela, na rede social X. O representante de Manila acompanhou a sua declaração com uma fotografia que mostra dois pequenos barcos insufláveis filipinos rodeados por quatro navios chineses de maiores dimensões. Tarriela classificou o comentário chinês de “ridículo”, afirmando que Pequim não tem autoridade sobre o atol, que se encontra dentro das 200 milhas náuticas (370 quilómetros) da zona exclusiva económica das Filipinas. “Esta declaração confirma ainda mais a colocação ilegal de navios na nossa zona de exclusividade económica e sublinha a opinião do seu governo de que a preservação da vida e do bem-estar humanos exige aprovação”, sublinhou o porta-voz filipino.
Hoje Macau EventosFilha de Alice Munro, prémio Nobel, denuncia abusos do padrasto A filha da escritora Alice Munro, Prémio Nobel da Literatura em 2013, denunciou que foi abusada sexualmente pelo padrasto na infância e que a mãe ficou com ele mesmo depois de saber dos crimes cometidos pelo marido. A revelação do segredo há muito guardado na própria família da autora foi feita por Andrea Robin Skinner, filha de Alice Munro, dois meses após a morte da mãe, num ensaio publicado no domingo no jornal canadiano Toronto Star e repercutido na imprensa internacional. Segundo Andrea Robin Skinner, o padrasto, o geógrafo Gerald Fremlin, começou a abusar sexualmente dela a partir de 1976, quando ela tinha nove anos e ele 52. Alice Munro soube dos abusos, que duraram até à adolescência da filha, quando Skinner lhe escreveu a contar, 16 anos mais tarde, mas a escritora decidiu ficar com o marido, mesmo assim, até à sua morte, em 2013. “Ela era inflexível e dizia que o que quer que tivesse acontecido, era entre mim e o meu padrasto. Não tinha nada a ver com ela”, escreveu Skinner, citada pelo The Washington Post. Gerald Fremlin escreveu cartas à família Munro, admitindo os abusos em pormenor e culpando Skinner, descrevendo-a como uma “destruidora de lares”. Quando voltou a falar com a mãe – escreveu Skinner – Alice Munro concentrou-se na sua própria dor e pareceu “incrédula” com o facto de a filha dizer que foi magoada pelos abusos. Segundo Andrea Skinner, a mãe contou-lhe sobre “outras crianças com quem Fremlin tinha ‘amizades’, enfatizando a sua própria sensação de ter sido traída”. Depois de ler um artigo de jornal de 2004 em que Munro falava com entusiasmo do seu casamento, Andrea Skinner decidiu que não podia continuar a manter o abuso em segredo e apresentou queixa na polícia. O padrasto foi acusado de atentado ao pudor e declarou-se culpado em 2005. Skinner esperava que este facto obrigasse o público a confrontar-se com a sua experiência, mas a fama da mãe “fez com que o silêncio continuasse”. Reacções em cadeia Após a publicação do texto de Skinner no Toronto Star, as reacções de colegas de Munro não se fizeram esperar e alguns assumem não ter sido apanhados de surpresa, como é o caso de um biógrafo da escritora canadiana, que disse estar entre aqueles que sabiam que a filha de Munro tinha sido abusada sexualmente pelo padrasto. “Eu sabia que este dia ia chegar”, afirmou Robert Thacker ao The Washington Post na segunda-feira, acrescentando mais tarde: “Sabia que ia ser revelado e sabia que ia ter conversas como esta”. Thacker disse ao jornal norte-americano que Skinner lhe escrevera em 2005 a relatar o caso, depois de ter contactado a polícia. Quando a biografia de Munro estava para ser publicada, o autor decidiu não usar a informação. “Claramente, ela esperava que eu a tornasse pública”, disse Robert Thacker ao The Post na segunda-feira. “Mas não estava preparado para o fazer. […] Não era esse tipo de livro. Eu não estava a escrever esse tipo de biografia. E vivi o tempo suficiente para saber que nas famílias acontecem coisas de que não querem falar e querem manter só entre si”. Thacker recordou ainda que falou com Munro sobre o assunto quando a entrevistou em 2008, e a escritora lhe pediu na altura para desligar o gravador. O biógrafo recusou-se a descrever esta conversa em pormenor ao jornal, mas confirmou que Munro lhe dissera ter ficado a saber dos abusos pela filha, quando esta tinha 25 anos, em 1992. “O termo que [Munro] usou foi ‘devastada’, que estava devastada. E estava devastada. E não foi nada que ela tivesse feito, foi algo que o marido fez”, acrescentou Thacker. Segundo o biógrafo da escritora, Munro abandonou Fremlin durante algum tempo, mas acabou por voltar. Para Robert Thacker, foi “amplamente entendido” que Alice Munro se baseou nestes acontecimentos da sua vida para a história “Vandals” (“Vândalos”), que escreveu em 1993.
Hoje Macau EventosRevista de Cultura | Aceites artigos para edição sobre centro histórico O Instituto Cultural (IC) está a aceitar submissões de artigos académicos para uma edição especial da Revista de Cultura sobre o centro histórico de Macau, nomeadamente sobre o 20.º aniversário da inscrição desta zona repleta de património na Lista do Património Mundial da UNESCO. A revista será lançada no próximo ano pretendendo o IC, com esta edição, “promover o património cultural de Macau e os estudos históricos relacionados” com esta temática. Assim, serão aceites artigos sobre o “património cultural tangível e intangível, património documental e análise teórica do termo património no contexto histórico, geopolítico e cultural de Macau”. Foi a 15 de Julho de 2005 que o centro histórico de Macau passou a estar inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, tornando-se no 31º sítio designado como Património Mundial na China. No centro histórico incluem-se alguns templos chineses e as Ruínas de São Paulo, por exemplo. Aceitam-se trabalhos académicos em chinês, português e inglês até 30 de Outubro deste ano. A Revista de Cultura está sujeita ao sistema de revisão por pares.