China atualiza medidas ‘antidumping’ sobre importações da UE

Na guerra comercial que a União Europeia abriu com a China, através do aumento das tarifas sobre veículos eléctricos, Pequim começou a responder na mesma moeda. Primeiro, é o brandy. Seguem-se os laticínios.

O Ministério do Comércio da China actualizou ontem a imposição de medidas ‘antidumping’ provisórias sobre o brandy importado da União Europeia, com efeito a partir de sexta-feira.

A medida surge após negociações realizadas na semana passada pelas equipas técnicas da União Europeia (UE) e da China, que, segundo o ministério, alcançaram “alguns progressos”, visando encontrar uma solução para as taxas impostas pela Comissão Europeia sobre as importações de veículos elétricos chineses.

De acordo com o ministério, a medida, que já tinha sido anunciada em outubro, significa que os importadores do licor terão de entregar depósitos de segurança às alfândegas chinesas a partir de 15 de novembro.

Os importadores de brandy de origem europeia devem, então, apresentar às alfândegas chinesas um depósito baseado em margens de ‘dumping’ – venda abaixo do custo de produção – entre 30,6% e 39%.

A China afirmou inicialmente, no final de agosto, que não ia instituir medidas ‘antidumping’ provisórias sobre o brandy importado, o que afecta principalmente França, apesar de ter constatado que os produtores europeus vendiam o licor no mercado chinês “com margens de ‘dumping’ de 30,6% a 39%”.

O inquérito, que teve início em 5 de janeiro deste ano, determinou então que estas práticas de ‘dumping’ representam uma ameaça significativa para a indústria local de aguardente na China.

Em 18 de julho, a pasta analisou os efeitos industriais e de interesse público relacionados com a importação de brandy europeu, refletindo a abordagem seletiva de Pequim em resposta às taxas europeias.

A China lançou outras investigações ‘antidumping’ sobre produtos como os laticínios e a carne de porco da União Europeia, no que é visto como uma resposta aos atritos comerciais com o bloco comunitário.

Após nove meses de investigação, Bruxelas aumentou as taxas alfandegárias devido ao apoio do Estado chinês a empresas que fabricam carros eléctricos. A França considerou a proposta da Comissão Europeia (CE) de aumentar as taxas sobre os carros elétricos chineses como “proporcional e calibrada”, o que difere da posição da Alemanha.

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